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Porque somos pessimistas?

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COMO SERMOS MAIS OTIMISTAS?
 Vanessa Fernandes Coan
Master Coach e Psicóloga Organizacional
Hoje vamos falar sobre a Teoria do Otimismo, estudada pelo PhD. Martin Seligman, psicólogo e professor da Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos, influenciado pela Psicologia Experimental e por seus mais de 35 anos de prática clínica. Segundo esse psicólogo, políticos otimistas ganham mais eleições, estudantes otimistas têm melhores notas e atletas otimistas vencem mais competições. 
Conforme a Review of General Psychology, aproximadamente 50% de nossa sensação de felicidade é determinada pelos genes; 10% se devem a circunstâncias gerais (um relacionamento afetivo, trabalho, boa renda) e 40% têm a ver com nossos hábitos diários, com o modo como percebemos a vida e o que pensamos sobre nós e sobre os outros. Para Seligman, é possível alterar o comportamento de uma pessoa para torná-la mais otimista, porque boa parte do que sentimos depende apenas e exclusivamente de nós. Podemos ter o controle da nossa felicidade!
É natural e faz parte do nosso cotidiano, que tenhamos em alguns momentos, ideias pessimistas. O problema é quando elas se tornam recorrentes e passamos a enxergar tudo de maneira permanentemente negativa. No entanto, quando um ou outro sobressaem, se tornam constantes, estamos com problemas. Esses dois sentimentos precisam ser equilibrados para que tenhamos resiliência. Como chegar nesse ponto? Modificando três características básicas comuns aos pessimistas:
Pessoas pessimistas têm problema com o TEMPO. Estão sempre projetando situações negativas futuras em decorrência de um problema que vivenciam ou tiveram. Acreditar que a única solução é romper um relacionamento porque no momento a situações está ruim; desistir de um emprego porque está tendo dificuldades ou se preparar para a morte porque um único exame mostrou um resultado ruim é pensar negativamente sobre tudo e sobre o futuro. Precisamos lembrar, sempre, que temos 50% de chances de que fatos negativos aconteçam e 50% de que ocorram coisas boas. Isso está claro a você? 
O pessimismo tende ao conceito da UNIVERSALIDADE. Pessoas pessimistas têm a capacidade de generalizar, concluindo que tudo está muito ruim: - Meu relacionamento está péssimo, sou insignificante, minha empresa está falida, a saúde está arruinada. Quando isso acontece, perdemos o controle da situação. Por isso, a importância de especificar: - Meu relacionamento não está bom, mas posso melhorá-lo, buscar uma saída; - meu trabalho não está legal, mas posso conversar com meu chefe e pensarmos uma forma de melhorar a situação. 
Otimistas nunca levam para o lado PESSOAL, a causa do sofrimento é de ambientes ou coisas externas: Fui criado de uma forma diferente; meus hormônios me atrapalham; determinada pessoa não me entende... Cito um exemplo: Arnold Palmer, um dos melhores jogadores da história do golfe dos EUA, jogou fora mais de cinco mil e quinhentos tacos porque o fizeram perder uma partida ou um campeonato. A culpa era sempre do taco. No segundo caso, o problema tem somente uma causa, EU. A pessoa acredita que o problema estrutural é somente seu, da sua identidade: sou teimoso; não sei fazer nada direito; não consigo aprender nada... O que eu digo? Se você levar para o lado pessoal, perde o controle. 
Não estou falando de “uma visão Pollyanna”, fazendo uma analogia à personagem da literatura que li na minha juventude, imortalizada pelo “jogo do contente” (estratégia por ela inventada para sempre ver o lado bom das situações ruins). “Mudar o mundo é complicadíssimo, mas, apesar disso, é preciso continuar”. 
Para o psicólogo Tal Ben-Shahar, o otimista faz bem ao seu entorno, ou seja, “estar em uma relação é uma forma de se sentir mais forte diante dos problemas”. O otimismo faz bem ao sistema cardiovascular (saúde física) e ao coração (saúde emocional), conforme estudos da Universidade de Michigan (EUA), porque, nas duas situações, você projeta positivamente.
Se você se encaixa em uma das situações apontadas, pense: você quer continuar assim ou quer mudar? O que pretende ter no futuro? Lembro que ter metas é necessário. Sem elas, você não consegue mudar a regra. Mas, lembre-se, otimismo demais, como tudo na vida, também faz mal. Trata-se de uma questão de EQUILÍBRIO, como alerta o filósofo Paulo Vaz, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Para a psicóloga Kate Sweeny, da Universidade da Califórnia (EUA) “O pessimismo também tem seus benefícios, ele nos protege de desapontamentos”. Então, acredite no otimismo e use-o com moderação. Seja resiliente! 
Como disse Richard Bach: “Aquilo a que a lagarta chama fim do mundo, o homem chama borboleta”. Assim é nossa vida. Por trás de uma decisão existe uma história, uma convicção e um forte desejo. Nossos comportamentos são alimentados por nossas crenças. 
Não perca o próximo artigo, porque vou falar sobre as quatro armas que destroem um relacionamento.

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