Desafio Profissional Salgados 4°Sem Final

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
POLO GUARULHOS - SP
CURSO: ADMINISTRAÇÃO
MARCELO YOSHIFUMI SUZUKI – RA 0173571856
	DESAFIO PROFISSIONAL	
Disciplinas Norteadoras:
DISCIPLINAS NORTEADORAS: CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA, ESTATÍSTICA, DIREITOS HUMANOS, MATEMÁTICA FINANCEIRA, DIREITO EMPRESARIAL E TRIBUTÁRIO
Tutora EAD: Francisca Silva
GUARULHOS/SP
2016
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
POLO GUARULHOS - SP
CURSO: ADMINISTRAÇÃO
MARCELO YOSHIFUMI SUZUKI – RA 0173571856
DESAFIO PROFISSIONAL
Disciplinas Norteadoras:
DISCIPLINAS NORTEADORAS: CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA, ESTATÍSTICA, DIREITOS HUMANOS, MATEMÁTICA FINANCEIRA, DIREITO EMPRESARIAL E TRIBUTÁRIO
Tutora EAD: Francisca Silva
 
Trabalho apresentado ao Curso de Administração do Centro de Educação a Distância-CEAD da Universidade Anhanguera UNIDERP, como requisito parcial para obtenção de nota nas disciplinas de Contabilidade Intermediária, Estatística, Direitos Humanos, Matemática Financeira e Direito Empresarial e Tributário. 
Sob orientação da tutora EAD: Prof. Francisca Silva.
GUARULHOS/SP
2016
1-INTRODUÇÃO
A atividade informal quase sempre é a saída encontrada para quem precisa complementar a renda ou mesmo, aos que acabaram de perder o seu emprego, quase sempre são atividades que necessitam de pouca experiência ou estrutura e que podem ser realizadas em locais improvisados. Em muitos destes casos, o empreendedor consegue fazer do seu, antes complemento de renda, a sua renda principal. André, é mais um destes casos, com sua habilidade com salgados e auxílio de sua filha, Carla, ele iniciou uma atividade informal de venda de salgados por encomenda que hoje é um sucesso. André, deixou o emprego estável, para se dedicar totalmente ao novo ramo de atividade. 
 André está atuando de maneira informal há um ano, e com o aumento das encomendas e consequentemente, de movimentação de valores, ele sentiu que é o momento certo para buscar conhecimento e se informar mais quanto a formalizar a sua atividade e organizá-la, pois, ele sabe que não tem controle de nenhum de seu negócio, inclusive da saúde financeira de sua empresa, tudo ainda é gerido de forma rudimentar, amadora e sem cuidado algum com o controle de caixa, exigência mínima para a sobrevivência de qualquer empresa. 
Em posse de todas as informações contábeis e de atuação de André e Carla, desenvolvi um plano de negócio e atuação para orientá-los na gerência de seu negócio, o qual descrevo a seguir: 
2-ANÁLISE MEI (Microempreendedor individual)
Conforme levantamento de dados e informações quanto a possibilidade de André se tornar um microempreendedor individual, MEI, não há impedimento.
A Lei Complementar nº 128/2008 , cria a figura do Microempreendedor Individual - MEI e modifica partes da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa - Lei Complementar 123/2006.
No momento, André preenche quase todos os requisitos,
1-Sua atividade consta da lista de atividades permitidas, no caso, Salgadeiro
2- Em relação à receita anual, como André declarou ter tido faturamento total de R$45 mil no ano anterior, está abaixo do teto de rendimento limite de R$60 mil por ano, ou seja, R$5 mil por mês permitido por lei.
3- O MEI pode contratar até 01 (um) empregado com remuneração de um salário mínimo ou piso salarial da categoria, considerando que André só tem sua filha Carla, que o auxilia, ele também está dentro dos requisitos neste item.
Anteriormente nós anotamos que André atendia quase, todos os requisitos, digo quase, pois, o único ponto faltante para ser verificado, é em relação ao local que será implantado o estabelecimento, pois diz a norma que o microempreendedor individual, antes de se formalizar, deve verificar junto à Prefeitura de sua cidade, se no endereço solicitado pode ser instalado o seu ramo de atividade. Lembrando que neste caso, há um adendo que diz:
O Município poderá conceder Alvará de Funcionamento Provisório para o Microempreendedor Individual:
I - Instalado em áreas desprovidas de regulação fundiária legal ou com regulamentação precária;
II - em residência do Microempreendedor Individual, na hipótese em que a atividade não gere grande circulação de pessoas.
Resolvida esta questão do local, para André se formalizar, basta fazer uma inscrição gratuita no Portal do Empreendedor. Ele vai precisar informar apenas o número do título de eleitor ou o número do último recibo de entrega da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física.
Após preencher o formulário, deve imprimir seus documentos: Certificado da Condição de Microempreendedor Individual, carnê de Pagamento Mensal (DAS), Relatório Mensal de Receitas Brutas (um para cada mês). 
Esses documentos são necessários para manter sua formalização em dia.
Após o cadastro, André já ganha um CNPJ e o número de inscrição na Junta Comercial. Não é necessário encaminhar nenhum documento a nenhum lugar.
Um ponto que André e outros postulantes a MEI, se preocupam, diz respeito aos impostos, taxas e tributações que surgirão em seguida ao cadastramento, por falta de informação as pessoas mal informadas pensam que estas taxas são exorbitantes, mas, não são, hoje tudo foi bem simplificado e desburocratizado para facilitar a vida do pequeno e médio empreendedor. Existe uma pequena taxa mensal, fixa, que cobre valores destinados à Previdência Social e ao ICMS ou ao ISS (essas quantias serão atualizadas anualmente, de acordo com o salário mínimo). Podem haver outras taxas estaduais ou municipais, dependendo da atividade exercida.
Com mais detalhes: o MEI está enquadrado no Simples Nacional. O SIMEI é o sistema de recolhimento em valores fixos mensais dos tributos abrangidos pelo Simples Nacional para o Microempreendedor Individual (MEI).
Atualmente, os valores dos impostos são:
R$39,40 de Contribuição Patronal Previdenciária – CPP;
R$5,00 de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS;
R$1,00 de Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS.
Como MEI, André ficará isento dos outros impostos, precisando apenas anexar, em um relatório mensal, as Notas Fiscais recebidas de compras de produtos/serviços ou emitidas para clientes
3-ANÁLISE FINANCEIRA
Para ter uma empresa saudável é preciso primeiramente controlar o fluxo de caixa. A análise do fluxo de caixa permite traçar estratégias para o crescimento da empresa ou reverter as situações negativas.(Sebrae)
E acompanhando este fundamento da contabilidade, desenvolvi uma planilha básica de fluxo de caixa baseado em dados recebidos de André e Carla para auxiliá-los de forma mais clara na tomada de decisões futuras.
3.1-Análise de controle de caixa
3.2-Análise de empréstimo bancário 
André, desejando melhorar a infraestrutura de seu negócio, está pensando em solicitar um empréstimo bancário e solicitou uma simulação de empréstimo bancário baseado nos seguintes números: 
Valor do empréstimo R$10.000,00
Período do empréstimo 12 meses 
Taxa de juros 2,3% a.m 
Sabendo que as instituições financeiras operam com o sistema de juros compostos, onde os juros gerados a cada período são incorporados ao valor principal para o cálculo dos juros do período seguinte, apliquei a regra básica do juro composto M=P.(1+i)n 
M = montante final P  = montante inicial (R$ 10 mil) i = taxa de juros (2,3%) n = período 12m, chegando a esta projeção.
3.3-Tabela de projeção de empréstimo bancário
Base utilizada: Juros Composto
	Mês
	Valor Base
	Juros 2,3%
	Valor prest
	Saldo Dev
	1
	833,33
	19,17
	852,50
	9.166,67
	2
	833,33
	38,77
	872,10
	8.333,33
	3
	833,33
	58,82
	892,15
	7.500,00
	4
	833,33
	79,33
	912,67
	6.666,67
	5
	833,33
	100,32
	933,65
	5.833,33
	6
	833,33
	121,78
	955,12
	5.000,00
	7
	833,33
	143,75
	977,08
	4.166,67
	8
	833,33
	166,22
	999,55
	3.333,33
	9
	833,33
	189,20
	1.022,53
	2.500,00
	10
	833,33
	212,72
	1.046,05
	1.666,67
	11
	833,33236,77
	1.070,11
	833,33
	12
	833,33
	261,38
	1.094,72
	0
	TOTAL
	
	1628,23
	11.628,22
	0
4-ANÁLISE DE RH 
André foi informado que o microempreendedor individual, tem a possibilidade de registrar até um funcionário, sem perder a sua condição de MEI e sendo assim, levando-se em conta a situação atual em relação à sua auxiliar, no caso, sua filha Carla, ele deve providenciar o registro legal para garantir e salvaguardar todos os direitos empregatícios constante na lei brasileira. André foi informado que, independente do vínculo familiar, a atual condição em que sua filha trabalha, pode-se enquadrar em uma situação de quase trabalho escravo, onde ela cumpre uma jornada diária de trabalho, às vezes chegando a quase 12 horas, não tendo nenhum tipo de remuneração salarial, direitos trabalhistas. André justifica esta situação alegando que Carla recebe acolhida e alimentação diária de graça, indo de encontro ao que diz a CLT e as normas de Direitos Humanos. 
Para reforçar mais ainda esta ofensa, foi apresentado a André o texto da segunda geração da teoria das dimensões dos Direitos Humanos, onde diz:
Ligados ao valor igualdade, os direitos fundamentais de segunda dimensão são os direitos sociais, econômicos e culturais. São direitos de titularidade coletiva e com caráter positivo, pois exigem atuações do Estado (Novelino, 2010).
“Esses direitos, então se caracterizam por se estenderem a “todos os seres humanos, mas compreendidos não mais como indivíduos, mas como integrantes de uma parte da sociedade, uma categoria social, que, por ser considerada mais fraca nas suas relações sociais específicas ou gerais” (Barros, s/data). 
Nessa nova geração, o Estado ganha novo papel, o de agir, de assegurar e garantir a igualdade entre as pessoas, e por isso esses direitos também são denominados de direitos de igualdade. Eles são “animados pelo propósito de reduzir material e concretamente as desigualdades sociais e econômicas até então existentes, que debilitavam a dignidade humana” (Júnior, 2012).
Ou seja, em caso de denuncia, o Estado poderá intervir para asegurar os direitos de sua filha, portanto é de suma importancia que André reveja seus conceitos quanto a deveres e obrigações, e quanto ao respeito e dignidade ao próximo.
5-ESTATÍSTICA DE PRODUÇÃO MENSAL
Continuando a organização da futura empresa de André, foi feito o levantamento das vendas mensais de salgados, baseado nas anotações recebidas de Carla.
Como estas anotações foram feitas de forma amadora e rudimentar, sem critérios técnicos, apenas usando a intuição, seus dados não eram precisos, elaboramos uma tabela simples com colunas de meses e quantidade na horizontal, simples e fácil de se entender e preencher. 
	VENDA DE SALGADINHOS DO ANO
	MESES
	QUANTIDADE
	JANEIRO
	35.000
	FEVEREIRO
	42.500
	MARÇO
	47.800
	ABRIL
	51.600
	MAIO
	51.800
	JUNHO
	53.790
	JULHO
	59.860
	AGOSTO
	68.430
	SETEMBRO
	75.200
	OUTUBRO
	92.400
	NOVEMBRO
	92.800
	DEZEMBRO
	95.000
	TOTAL DE VENDAS/ANO
	76.618
	MEDIA MENSAL
	63.848
6-RELATÓRIO FINAL 
Foi elaborado um plano para André organizar seu negócio de forma profissional, baseado em dados recebidos, desenvolvemos um fluxo de caixa para iniciar o controle financeiro, foi levantado todas as informações e tiradas todas as dúvidas em relação a André se tornar um microempreendedor individual, inclusive orientando André ao fato de regularizar a situação de sua filha Carla, dentro das normas que rege a CLT, para que esta tenha seus direitos trabalhistas e humanos garantidos.
Foi apresentado à André um planejamento completo para organizar de forma profissional o seu comércio. Foi montada uma estrutura seguindo as normas e diretrizes voltadas para uma empresa em início de atividade, a qual precisa ter um mínimo de controle e organização, deixar o modelo amador/familiar e partir para uma gestão mais profissional.
André, entendeu o quão importante é confeccionar uma planilha de fluxo de caixa, para ele ter a real situação de sua empresa, dos custos, das despesas, se está tendo lucros ou não, enfim, entendeu que deve, antes de qualquer outra situação, entender a saúde financeira de seu negócio, pois, André entendeu que este é o ponto crucial que ditará a médio prazo qual o tempo de vida de sua empresa.
Este planejamento apontou, que para uma empresa ser saudável, além da necessidade do controle financeiro, outros três pontos importantes e essencial para o sucesso da microempresa:
Primeiro - como e quais passos o empreendedor deve tomar para se tornar um MEI (microempreendedor individual) 
Segundo – A necessidade de enxergar e entender a empresa de forma mais profissional e menos familiar, entendendo neste caso, que há deveres e obrigações a cumprir, sejam elas tributárias, financeiras ou de recursos humanos.
Terceiro – Desmistificar a ideia de que é muito mais vantajoso trabalhar de forma informal, pois assim, não se é tributado e consequentemente, seu lucro será muito maior, que tudo é muito complicado e burocrático para formalizar sua empresa. O Simples nacional representa um apoio às micro e pequenas empresas oferecendo alíquotas menores e simplificação no recolhimento de tributos estaduais, federais e municipais em uma só guia.
Esclarecido estes pontos, foi preparado e apresentado também uma planilha de controle de caixa, baseada em dados fornecidos por André, foi feita uma simulação de empréstimo bancário no valor solicitado de R$10.000,00 e por fim, foi feita uma estimativa de venda mensal baseada também em dados fornecidos por André.
Em posse de todas estas informações, André está preparado e amparado para formalizar a sua empresa, se tornar um MEI e ter uma vida de sucesso em seu promissor ramo.
7-REFERÊNCIAS
ANNAN Jr, Pedro; MARION, José Carlos. Direito Empresarial e Tributário. São Paulo: Átomo/Alínea, 2013
BARROS, S. R.; Três gerações de Direitos. Fonte: www.srbarros.com.br: http://www.srbarros.com.br/pt/tres-geracoes-de-direitos.cont. Acesso em: 08 out. 2016
CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 4ª ed. Salvador: JusPodivm, 2010.
NOVELINO, M. (2010). Quais são os direitos de primeira, segunda, terceira e quarta geração? Denise Cristina Mantovani Cera. Fonte: jusbrasil.com.br: https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2563450/quais-sao-os-direitos-de-primeira- segunda-terceira-e-quarta-geracao-denise-cristina-mantovani-cera