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Universidade Estadual de Santa Cruz Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas Colegiado de Engenharia Química ESTUDO DA TERMOQUÍMICA DE REAÇÕES DE NEUTRALIZAÇÃO Por: Alice Guerra Macieira Macêdo - 201512528 Andreza Bispo dos Santos - 201512529 Iury de Oliveira Cardoso Lopes - 201511761 (P06) Ilhéus Junho/2016 Relatório solicitado pela professora Cleyde Roncarati, como cumprimento dos créditos da disciplina CET941 – Físico Química I. 3 Sumário 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4 2. OBJETIVO .............................................................................................................. 5 3. MATERIAIS E REAGENTES .............................................................................. 5 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ................................................................ 5 5. DADOS ..................................................................................................................... 6 6. RESULTADOS ........................................................................................................ 7 7. DISCUSSÃO ............................................................................................................ 9 8. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 11 9. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 11 10. ANEXO ............................................................................................................... 11 4 1. INTRODUÇÃO Termoquímica é o estudo do calor, trabalho, energia e as mudanças que eles provocam nos estados dos sistemas. Em um sentido amplo, a termodinâmica estuda as relações entre as propriedades macroscópicas de um sistema. Ao estudar as variações de energia, a termoquímica limita o seu campo de estudo chamando-o de sistema, que corresponde a parte selecionada para estudo, e vizinhança os arredores do sistema, que poderá trocar matéria e/ou energia. As reações químicas que ocorrem no sistema provocam uma troca de energia entre o sistema e suas vizinhanças. Um sistema pode ser considerado aberto – onde pode ocorrer a transferência de matéria entre os sistemas e as vizinhanças –, fechado – onde não pode ocorrer nenhuma transferência de matéria com as suas vizinhanças – ou isolado – aquele que não interage de nenhuma maneira com as suas vizinhanças. A primeira lei da termodinâmica afirma que a energia total do sistema mais as vizinhanças permanece constante (é conservada). Logo, qualquer perda de energia pelo sistema tende a ser recuperada pela vizinhança e vice-versa. A energia interna do sistema será a soma de toda energia cinética e potencial de todos os componentes do sistema. Consideremos q como a quantidade de calor absorvida por um sistema. Esta definição significa que q é um número positivo quanto o sistema absorve calor das vizinhanças. Quando o fluxo de calor está na direção oposta, isto é, quando o sistema perde calor para as vizinhanças, q é um número negativo. O processo pelo qual um sistema absorve calor é chamado de endotérmico, e aquele no qual o sistema perde calor chamado exotérmico. O calor liberado ou absorvido durante as transformações físicas e químicas é medido no laboratório por meio de um calorímetro. Para calcular a quantidade de calor liberada ou absorvida durante a reação, é necessário conhecer a capacidade calorífica do interior do calorímetro. Segundo Russel (2004, p.143) a capacidade calorífica de um sistema é a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de um sistema em 1ºC. A variação de temperatura é representada por ∆T, C, a capacidade calorífica molar (tabelada), e m a massa da substância, então: 𝑞 = 𝑚𝐶∆𝑇 (1) Quando o fluxo de calor nas transformações químicas ocorre à pressão constante, o trabalho só é realizado na forma PV. Essa função termodinâmica recebe o nome de 5 entalpia (H), e sua variação (ΔH) poderá informar se no processo de transferência de energia o sistema absorveu calor (processo endotérmico com ΔH > 0), ou se liberou calor para a vizinhança (processo exotérmico com ΔH < 0). Essa variação de entalpia é dada pela entalpia dos produtos menos a entalpia dos reagentes, pois acompanha a reação e é denominada entalpia de reação (BROWN, 2005, p. 148-149). 2. OBJETIVO Estudar a variação de energia em reações entre ácidos e bases. 3. MATERIAIS E REAGENTES Béquer 100 mL; Termômetro; 8 tubos de ensaio; Estante; Solução de Hidróxido de Sódio (NaOH); Solução de Hidróxido de Amônio (NH4OH); Solução de Ácido Sulfúrico (H2SO4); Solução de Ácido Clorídrico (HCl); Solução de Ácido Nítrico (HNO3). 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Selecionou-se 8 tubos de ensaio médio, secos e limpos. Separou-se 2 tubos para as bases e 6 tubos para os ácidos. Pesou-se os tubos em balança analítica. Mediu-se 5,0mL de base e transferiu-se para um tubo de ensaio. Mediu-se 5,0mL de cada ácido e transferiu-se para cada tubo de ensaio reservado. Mediu-se a temperatura de ambos (base e ácidos) separados. Misturou-se as duas soluções e mediu-se a temperatura por três minutos – no 1º minuto mediu-se a cada 10 segundos, no 2º minuto mediu-se a cada 20 segundos, no 3º minuto mediu-se a cada 30 segundos. Repetiu-se todo o procedimento para cada ácido e base separados e para a mistura. 6 5. DADOS Mediu-se a massa de cada tubo de ensaio utilizado durante o experimento, essas massas estão designadas na Tabela 1. Tabela 1: Massa dos tubos secos e limpos. Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 Tubo 4 Tubo 5 Tubo 6 Tubo 7 Tubo 8 Massas (g) 20,7888 22,0767 21,7341 20,5263 20,5082 20,9554 20,7453 22,0999 Pipetou-se 5 ml das soluções requeridas em cada tubo de ensaio conforme mostrado na Tabela 2. Após a realização do experimento, calculou-se a massa de cada solução considerando-se a aproximação feita para soluções diluídas de que sua densidade é muito próxima à densidade da água. Tabela 2 – Volumes e massas de soluções em cada tubo de ensaio Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 Tubo 4 Tubo 5 Tubo 6 Tubo 7 Tubo 8 Volume (L) 5x10-3 5x10-3 5x10-3 5x10-3 5x10-3 5x10-3 5x10-3 5x10-3 Massa (kg) 5x10-3 5x10-3 5x10-3 5x10-3 5x10-3 5x10-3 5x10-3 5x10-3 Legenda para as Tabelas: Tubos 1 e 4 – Ácido Clorídrico (HCl) Tubos 2 e 5 – Ácido Nítrico (HNO3) Tubos 3 e 6 – Ácido Sulfúrico (H2SO4) Tubo 7 – Hidróxido de Amônio (NH4OH) Tubo 8 – Hidróxido de Sódio (NaOH) As temperaturas medidas durantes três minutos obedecendo-se aos intervalos anteriormente citados se encontram na Tabela 3. Tabela 3 – Temperaturas medidas em laboratório Mistur a T1(°C ) T2(°C ) T3(°C ) T4(°C ) T5(°C ) T6(°C ) T7(°C ) T8(°C ) T9(°C ) T10(°C ) 1 24 24 24 24 24 24 24 24 24 24 2 30 30 29 29 29 29 29 29 29 29 3 36 35 35 35 34 34 33 32 32 32 4 26 26 26 27 26 26 26 26 26 26 5 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 6 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27 7 6. RESULTADOS As eq.(2 – 7) denotam as reações ocorridas nos tubos de ensaio onde se realizou a mistura. NH4 + (aq) + OH- (aq) + H+(aq) + Cl- (aq) NH4 + (aq) + Cl (aq) + H2O (l) (2)NH4 + (aq) + OH- (aq) + H+(aq) + NO-3 (aq) NH4 + (aq) + NO-3 (aq) + H2O (l) (3) 2NH4 + (aq) + 2OH- (aq) + 2H+(aq) + SO-4 (aq) 2NH4 + (aq) + SO-4 (aq) + 2H2O (l) (4) Na + (aq) + OH- (aq) + H+(aq) + Cl- (aq) Na + (aq) + Cl (aq) + H2O (l) (5) Na + (aq) + OH- (aq) + H+(aq) + NO-3 (aq) Na+ (aq) + NO-3 (aq) + H2O (l) (6) 2Na + (aq) + 2OH- (aq) + 2 H+(aq) + SO-4(aq) 2 Na + (aq) + SO-4(aq) + 2H2O (l) (7) Levou-se em consideração que a densidade e capacidade calorífica das soluções é igual à densidade da água para soluções diluídas. As massas encontradas para as soluções, resultantes das reações de neutralização, foram idênticas. Obteve-se que as massas das soluções equivalem a 9,97 10-3 kg. Uma vez que as massas das soluções são iguais, a capacidade térmica dessas também será igual, e seu valor equivale a 9,97 cal/g. Para cálculos posteriores, realizou-se o cálculo de variação da temperatura das soluções para cada intervalo de tempo já mencionado e, logo em seguida, para o tempo final, esta última será levada em consideração para o cálculo de calor. Estes valore se encontram respectivamente nas Tabela 4 e 5. Tabela 4 – Variação temperatura ao longo do tempo Mistura ΔT1(°c) ΔT2(°c) ΔT3(°c) ΔT4(°c) ΔT5(°c) ΔT6(°c) ΔT7(°c) ΔT8(°c) ΔT9(°c) ΔT10(°c) 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 8 8 7 7 7 7 7 7 7 7 3 14 13 13 13 12 12 11 10 10 10 4 4 4 4 5 4 4 4 4 4 4 5 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 6 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 8 Tabela 5 – Variação da temperatura final Mistura ΔT(°c) 1 2 2 7 3 10 4 4 5 4 6 5 A fim de poder se comparar a quantidade de calor calculada a partir das temperaturas medidas em laboratório, utilizou-se as entalpias padrão de formação das substancias que participaram das reações de neutralização para calcular a variação da entalpia padrão de cada reação, para isso utilizou-se a eq.(8). Os valores das entalpias padrão de formação de cada substância encontram-se Tabela 6. Já a entalpia padrão da reação e a quantidade de calor obtida para cada reação se encontram na Tabela 6. ∆𝐻𝑛𝑒𝑢𝑡 ° = ∑(𝑛 ∗ ∆𝐻𝑓 ° 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 − 𝑛 ∗ ∆𝐻𝑓 ° 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠) (8) Onde n é números de mols da substancias na equação estequiométrica. ∆𝑈 = 𝑄 + 𝑃∆𝑉 (9) ∆𝐻 = ∆𝑈 + 𝑃∆𝑉 (9) Tabela 6 – Calores de neutralização Mistura Q total(KJ) Qmol(KJ/mol) ΔH°Net. 1 - 83,35 - 16,67 - 55,84 2 - 291,72 - 58,34 - 55,84 3 - 416,75 - 41,67 - 55,81 4 - 166,70 - 33,34 - 56,76 5 - 166,70 - 33,34 - 56,76 6 - 208,37 - 20,84 - 56,77 9 Figura 1 – Variação da energia da solução em ao decorrer do tempo 7. DISCUSSÃO Os valores encontrados para o calor de neutralização referente a cada reação de neutralização, ou para a entalpia de neutralização, divergem de suas respectivas entalpias padrão de neutralização, calculadas a partir da soma das entalpias padrão de formação para cada composto segundo a eq.(8). Entretanto, foi possível constatar durante a realização do experimento; por meio dos cálculos feitos e da análise dos resultados que reações de neutralização liberam energia térmica. A energia do sistema varia devida a interação que o ocorre entre os íons H+ e OH- . Estes, quando interagem para formar água, liberam certa quantidade de energia para o sistema, esta energia pode ser facilmente percebida na elevação da temperatura do sistema. Tal energia, porém, não pode ser medida com precisão durante a realização do experimento, uma vez que se utilizou um sistema aberto de fronteiras diatérmicas, permitindo trocas de calor com a vizinhança; realizou-se o experimento na capela, que estava ligada, favorecendo a renovação do ar ao redor do tubo de ensaio. Sendo a assim, o ar era passou agir como um fluido de resfriamento para o sistema. Somado a isso não se fez suo de calorímetro, que conversaria o calor liberado durante a reação, e utilizou-se um termômetro de baixa precisão. Todos esses fatos contribuíram para - 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 Q1 (J) Q2 (J) Q3 (J) Q4 (J) Q5 (J) Q6 (J) Q7 (J) Q8 (J) Q9 (J) Q1 (J) Título do Gráfico Tubo 17 Tubo 27 Tubo 37 Tubo 48 Tubo 58 Tubo 68 10 leitura de uma temperatura menor, o que reflete na quantidade de calor calculada posteriormente. Sabe-se que a pressão e a temperatura alteram algumas propriedades das substâncias, como por exemplo o calor específico e a densidade delas, grandezas fundamentais na realização desse experimento. O calor específico das substancias é medido sob uma pressão e temperatura padrão, a saber, geralmente, 1 bar e 298 k. Portanto, caso o experimento fosse realizado sob outras condições de temperatura e pressão, que não a pressão atmosférica e temperatura ambiente, procurar-se-ia tais grandezas nas condições específicas. A pressão e temperatura de um sistema, relacionam-se diretamente a quantidade de calor de um sistema e a quantidade de trabalho por este ou sobre este realizado respectivamente. A junção dessas duas grandezas fornece a energia interna do sistema que por sua vez quando associada ao trabalho de um processo cíclico fornece a entalpia do sistema. Tais grandezas são função de estado, pois dependem apenas dos estado inicial e final do sistema em análise. No presente relatório, considerou-se o a variação da entalpia como sendo igual ao calor liberado durante a reação, pois este foi realizado a volume constante, fazendo com que trabalho realizado pelo sistema sobre a vizinha seja igual a zero, eq.(9) e eq.(10). O mesmo não aconteceria se o sistema possuísse algum componente na fase gasosa, logo conclui-se que a pressão não influencia na entalpia de um sistema de fase líquida e, portanto, não interfere na variação de sua energia. A partir da análise dos dados, foi possível notar que não a força da base e do ácido não são relevantes para a quantidade de calor liberada durante a neutralização, corroborado pelos valores teóricos de entalpia padrão de formação. Nota-se, porém, que para ácidos bivalentes houve maior liberação de energia, isso é explicado pela formação de maior quantidade de água, responsável pela liberação da energia durante sua formação. A irrelevância da força dos ácidos e das bases ocorre, pois os íons positivos vindos da solução básica e os íons negativos vindos das soluções ácidas não contribuem para a variação de energia do sistema, pois estes permanecem dissolvidos na forma de íons da soluções antes e depois da neutralização, são íons expectadores e por isso não participam dessa reação. 11 8. CONCLUSÃO A partir da realização do experimento e da análise dos dados obtidos, observa-se que em reações de neutralização o calor liberado durante esta equivale ao calor de formação da água, não dependendo assim da força do ácido e da base utilizados. Mostrou- se também a importância de tal experimento ser realizado em um sistema isolado ou fechado, a fim de evitar perda de calor. 9. REFERÊNCIAS ATKINS, P.W.; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 965 p ATKINS, Peter W. Físico-Química: fundamentos. 3 ed. LTC, 2003 BROWN, Theodore; LEMAY, H. Eugene; BURSTEN, Bruce E. Química: a ciência central. 9 ed. Prentice-Hall, 2005. BRADY, Joel W.; RUSSELL, John W.; HOLUM, John R.. Química: a Matéria e Suas Transformações, vol.1, 3ª edição, Rio de Janeiro: LTC , 2006. 10. ANEXO Média: �̅� = 1 𝑁 ∑ 𝑦𝑖𝑁𝑖=1() Desvio padrão: 𝜎 = √ 1 𝑁−1 ∑ (𝑦𝑖 − 𝑦 𝑁 𝑖=1 ) 2 ()
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