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Labirinto em cruz elevado

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ICB – UPF
Aula Prática de Fisiologia Humana
Prof.: Leonardo Calegari
LABIRINTO EM CRUZ ELEVADO
As últimas décadas têm assistido ao crescente interesse pelo desenvolvimento e utilização de modelos animais em psiquiatria. A demanda por novos modelos tem sido motivada por diversos entraves éticos, metodológicos e econômicos decorrentes do estudo em humanos de determinados processos psicofisiológicos e psicopatológicos. Hoje é inegável que a experimentação animal, mesmo que sujeita a calorosas discussões sobre seus limites e atribuições, tem contribuído sobremaneira para os recentes avanços obtidos em psicofarmacologia e no entendimento do funcionamento cerebral em diversos transtornos mentais/emocionais.
O labirinto em cruz elevado (LCE) é certamente o modelo animal de ansiedade mais utilizado nas investigações dos substratos neurais da ansiedade e nos estudos sobre os mecanismos de ação de drogas que atuam nos transtornos de ansiedade. HANDLEY e MITHANI (1984) observaram que ratos colocados no centro de um labirinto elevado, constituído por dois braços abertos unidos perpendicularmente a dois braços circundados lateralmente por paredes, demonstravam clara preferência pela exploração destes últimos.
A preferência pela exploração dos braços fechados em relação aos abertos de um labirinto já havia sido descrita por MONTGOMERY (1955), que utilizou labirinto em forma de “Y”. Este autor atribuiu esta preferência ao conflito gerado nos animais entre seus impulsos exploratórios e seus impulsos de medo. Os impulsos exploratórios seriam evocados com a mesma intensidade tanto nos braços fechados como nos braços abertos, enquanto os de medo seriam mais intensos nos braços abertos. 
	A exposição dos ratos a situações naturalmente ameaçadoras a sua espécie, como altura e espaços abertos, explicaria o maior medo pela exploração dos braços abertos. TREIT e colaboradores (1993) forneceram evidências de que a ausência de proteção lateral nos braços abertos seria mais importante do que a altura no desencadeamento do medo no LCE. Este teste foi validado fisiológica, farmacológica e comportamentalmente. Respostas comportamentais e fisiológicas indicativas de medo, como imobilidade, defecação e elevação nas concentrações plasmáticas de corticosterona tem sido observadas com o confinamento de ratos nos braços abertos do labirinto (PELLOW e cols., 1985). 
	Benzodiazepínicos e barbitúricos aumentam seletivamente o número de entradas e o tempo de permanência dos animais nos braços abertos do labirinto (PELLOW & FILE, 1986), resultados indicativos de efeito ansiolítico.
OBJETIVO: Avaliar o efeito ansiolítico de fármacos; avaliar comportamento tipo ansiedade em animais.
Equipamento: (Labirinto; filmadora; cronômetro)
O labirinto consiste de 2 braços abertos (10x50 cm), sem qualquer anteparo, dispostos em oposição um ao outro e 2 braços fechados (50x10x40 cm), também opostos, formando uma cruz. Essa cruz é montada em madeira escura, sobre uma base elevada a 50 cm de altura A sala do experimento é iluminada por uma lâmpada fluorescente vermelha de 80 watts a 2,60 m de altura. 
Procedimento: O animal é colocado no centro da cruz, com a cabeça voltada para o braço aberto, e os seus movimentos observados e gravados com filmadora por um período de 5 minutos. Entre a exposição de um rato e outro é necessário a limpeza do LCE com álcool, secando bem e deixando circular um pouco de ar. Os parâmetros avaliados posteriormente são: o tempo de permanência nos braços fechados e nos braços abertos, freqüência de entradas nos braços abertos ou fechados, levantar, limpar, esticar e espiar. Considera-se que o rato entra num dos braço quando ele está com as 4 patas fora do centro da cruz (área neutra). O limpar é considerado pelo número de vezes ou tempo que o animal executa movimentos dirigidos à cabeça ou ao corpo com as patas dianteiras. O movimento de esticar é observado quando o rato, estando na área neutra, estica seu corpo em direção ao braço aberto, introduzindo nele apenas as patas dianteiras. O espiar é considerado quando o rato, estando no braço aberto, inclina sua cabeça além da borda aberta, para o vão. 
REFERÊNCIAS:
HANDLEY SL & MITHANI S (1984) Effects of alpha-2-adrenoceptor agonists and antagonists in maze-exploration modelo f fear-motivated behavior. Nauyn Schmiedeberg Arch Pharmacol 327:1-5.
MONTGOMERY KC (1955) The relation between fear induced by novelty stimulation and exploratory behavior. J Comp Physiol Psychol 48:254-260.
TREIT D, MENARD J, ROYAN C (1993) Anxiogenic stimuli in the elevated plus-maze. Pharmacol Biochem Behav 44:463-469.
PELLOW S, CHOPIN P, FILE SE, BRILEY M (1985) Validation of open: closed arm entries in an elevated pluz-maze as a measure of anxiety in rat. J Neurosci Metb 14:149-167.
PELLOW S & FILE SE (1986) Anxiolytic and anxiogenic drug effect on exploratory activity in an elevated plus-maze: a novel test of anxiety in the rat. Pharmacol Biochem Behav 24:525-529.

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