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GESTÃO AMBIENTAL Stefan A. Rohr Patos de Minas – MG OBJETIVO Esta aula fornece aos alunos os conhecimentos necessários (legais e práticos) para a gestão ambiental de uma granja. • Poluição do ar, do solo e da flora; • Contaminação das águas subterrâneas; • Aumento das concentrações de matéria orgânica e nutrientes em cursos hídricos; • Mortalidade de peixes; • Assoreamento das águas; • Proliferação de vetores. IMPACTO DOS DEJETOS SUÍNOS NÃO TRATADOS Das empresas: • Devem promover e exigir medidas que garantam a qualidade do meio ambiente; • Corrigir os efeitos degradadores ou poluidores decorrentes desta atividade; • Na preservação e conservação dos recursos ambientais, o interesse comum possui prevalência sobre o privado. OBRIGAÇÕES LEGAIS Do Poder Público: • Deve compatibilizar as políticas de crescimento econômico e social com as de proteção do meio ambiente; • Finalidade: o desenvolvimento integrado, harmônico e sustentável. OBRIGAÇÕES LEGAIS Na granja: • Devem ser dotadas de sistemas de segurança contra acidentes que coloquem em risco a saúde pública ou a natureza; • A suinocultura necessita de licenciamento ambiental; • Esta licença deverá ser solicitada ao órgão responsável pelo setor de meio ambiente. OBRIGAÇÕES LEGAIS LEGISLAÇÃO PRINCIPAL • Lei 6.938/81. • Resoluções CONAMA nº 001/86 e nº 237/97. • Parecer nº 312. Ter em mente que existe a legislação federal, a estadual e até mesmo a municipal; LICENCIAMENTO AMBIENTAL • Prévia (LP); • Implantação (LI); • Prévia de Operação (LPO); • Operação (LO); • Alteração (LA); • Unificada (LU); • Regularização (LR); • Ambiental por Adesão e Compromisso (LAC); • Autorizações Ambientais. 2 - Boas Práticas Ambientais Adaptado de Schulz, G., Boas Práticas Ambientais na Suinocultura – Porto Alegre:SEBRAE/RS, 2007. 44 p.; (Agronegócios) 1. As instalações da criação deverão estar localizadas em zona rural. 1. As instalações da criação deverão estar localizadas em zona rural. 2. A granja não deve gerar odor perceptível fora da propriedade ou quantidade excessiva de moscas, mosquitos, nem de ratos, cães, e gatos. 1. As instalações da criação deverão estar localizadas em zona rural. 2. A granja não deve gerar odor perceptível fora da propriedade ou quantidade excessiva de moscas, mosquitos, nem de ratos, cães, e gatos. 3. Não poderá ocorrer a presença de resíduos sólidos inorgânicos próximos à criação (Ex.: plásticos, latas, vidros, madeira etc). 4. As instalações da criação e o sistema de tratamento de dejetos não poderão estar em Áreas de Preservação Permanente (APP), como margens de rios, lagos, lagoas e açudes, banhados e nascentes. 4. As instalações da criação e o sistema de tratamento de dejetos não poderão estar em Áreas de Preservação Permanente (APP), como margens de rios, lagos, lagoas e açudes, banhados e nascentes. 5. Deverá existir licenciamento ambiental para a atividade e a licença precisa estar na granja. Fonte: Schulz, G. 6. Os dejetos líquidos precisam de estruturas de armazenagem impermeabilizadas e com capacidade compatível com o volume de dejetos gerado e aprovada pelo órgão ambiental. 6. Os dejetos líquidos precisam de estruturas de armazenagem impermeabilizadas e com capacidade compatível com o volume de dejetos gerado e aprovada pelo órgão ambiental. 7. As canaletas ou canos condutores de efluentes devem estar impermeabilizadas, para evitar a contaminação das águas subterrâneas e superficiais e do solo. 8. Manter as condições de higiene das instalações, evitando a proliferação de vetores: limpeza periódica dos pisos, baias, divisórias, cortinas, canaletas etc. 8. Manter as condições de higiene das instalações, evitando a proliferação de vetores: limpeza periódica dos pisos, baias, divisórias, cortinas, canaletas etc. 9. É necessário limpar as baias rotineiramente (rodo, espátula). 8. Manter as condições de higiene das instalações, evitando a proliferação de vetores: limpeza periódica dos pisos, baias, divisórias, cortinas, canaletas etc. 9. É necessário limpar as baias rotineiramente (rodo, espátula). 10. Na saída dos lotes, lavação com bomba de alta pressão. F on te : a ce rv o In te gr al l Conforme Não conforme 11. Os resíduos orgânicos (restos placentários etc) devem ser retirados diariamente e encaminhados para a área da compostagem. 11. Os resíduos orgânicos (restos placentários etc) devem ser retirados diariamente e encaminhados para a área da compostagem. 12. A água deverá ser disponibilizada aos animais de maneira adequada, utilizando-se bebedouros com regulagem de vazão e de altura, recomendados para cada ciclo da fase produtiva e reprodutiva. 11. Os resíduos orgânicos (restos placentários etc) devem ser retirados diariamente e encaminhados para a área da compostagem. 12. A água deverá ser disponibilizada aos animais de maneira adequada, utilizando-se bebedouros com regulagem de vazão e de altura, recomendados para cada ciclo da fase produtiva e reprodutiva. 13. Evitar todo tipo de desperdício de água (vazamentos, mau uso etc). 14. Não podem existir vazamentos ou transbordamentos de dejetos para o solo ou recursos hídricos. 14. Não podem existir vazamentos ou transbordamentos de dejetos para o solo ou recursos hídricos. 15. A utilização de resíduos oriundos da suinocultura para alimentação de peixes (piscicultura) somente poderá ser realizada mediante licenciamento ambiental do órgão competente. 14. Não podem existir vazamentos ou transbordamentos de dejetos para o solo ou recursos hídricos. 15. A utilização de resíduos oriundos da suinocultura para alimentação de peixes (piscicultura) somente poderá ser realizada mediante licenciamento ambiental do órgão competente. 16. Para uso em outras espécies, igualmente consultar o orgão ambiental. 17. É proibido o lançamento dos resíduos não tratados em corpos hídricos. Após tratado, poderá ser lançado em cursos d’água, desde que sejam atendidos os padrões de emissão fixados pelo órgão ambiental competente. Fonte: Schulz, G. 18. Deverão ser observadas as seguintes condicionantes: • O efluente final precisará cumprir os padrões de emissão estabelecidos pelo órgão ambiental; • Não poderá ocorrer alteração na vegetação, na coloração e no odor no corpo receptor; • Não pode haver assoreamento e indícios de poluição decorrente da suinocultura. 19. Os dejetos, após estabilizados, poderão ser recolhidos e aplicados em solo agrícola, conforme projeto aprovado pelo órgão ambiental. 19. Os dejetos, após estabilizados, poderão ser recolhidos e aplicados em solo agrícola, conforme projeto aprovado pelo órgão ambiental. 20. Será necessário manter procedimentos de inspeção e manutenção periódicos das instalações e tratamento de dejetos (efluentes e resíduos sólidos), bem como ações de prevenção e correção, para garantir condições operacionais adequadas. F on te : a ce rv o In te gr al l 21. Caso existam recursos hídricos na propriedade com a mata ciliar degradada, é de fundamental importância a proteção e recuperação desta vegetação até uma distância de, no mínimo, 30 metros. 21. Caso existam recursos hídricos na propriedade com a mata ciliar degradada, é de fundamentalimportância a proteção e recuperação desta vegetação até uma distância de, no mínimo, 30 metros. 22. Não deverão existir atividades de matadouro de suínos no local (para venda ou uso próprio). PRODUÇÃO DE DEJETOS • Suínos: em média 6,7 kg de dejetos/dia/100 kg P.V. (Oliveira, 1993); • 100 L/matriz/dia: ciclo completo; • 60 L/matriz/dia: UPL; • 7,5 L/cabeça/dia: terminação. (Perdomo, 1999); COLETA DE DEJETOS • Deverá ser realizada em canos, canaletas ou calhas para um local de captação central, visando facilitar o manejo e distribuição dos dejetos para posterior tratamento; • A rede de coleta deverá ser impermeabilizada; • Não deverá entrar água da chuva no sistema; ARMAZENAGEM DE DEJETOS • Deve ser temporária; • Facilitar o uso dos dejetos em lavouras, pastagens e outros, na época adequada; • Estabelecer um plano de utilização; • Determinar o período e local de estocagem, o fluxo de operação, o impacto da estocagem sobre as características dos dejetos; • Armazenar somente o limite de adubação que a propriedade suporta. ARMAZENAGEM DE DEJETOS TIPOS DE TRATAMENTO • Tratamento físico: separação de fases, desidratação e incineração; TIPOS DE TRATAMENTO • Tratamento físico: separação de fases, desidratação e incineração; • Tratamento químico: aditivo para separar líquido de sólido; TIPOS DE TRATAMENTO • Tratamento físico: separação de fases, desidratação e incineração; • Tratamento químico: aditivo para separar líquido de sólido; • Tratamento biológico: natural e aplicado ao sólido ou líquido. SISTEMAS DE TRATAMENTO • Ferramentas para contribuir na minimização daquilo que vai para o meio ambiente do dejeto total. • Granjas de suínos: quase sempre o destino dos dejetos líquido é a fertilização agrícola. • A combinação de sistemas melhora a qualidade do resíduo final • Decantador: - Separa as fases sólida e líquida dos dejetos. - Sua utilização aumenta a vida útil de lagoas, reduz a presença de maus odores e promove uma melhor utilização do dejeto em solo agrícola. PRÉ-TRATAMENTO • Peneira: - Estática ou vibratória; - Separa sólido e líquido; - Retenção de sólidos é menor que no decantador. PRÉ-TRATAMENTO • Lagoas naturais: - Escavada diretamente no solo, de concreto, de tijolos ou com geomembrana de PEAD (evita infiltrações); - É fundamental a estabilização desses dejetos durante um período mínimo de 90 a 120 dias; - Devem operar com uma folga volumétrica de 20% de sua capacidade como medida de segurança; TRATAMENTO - Seu formato pode variar de circular a quase retangular; - As laterais são escavadas com uma inclinação de aproximadamente 45º, tendo uma profundidade variável. F on te : a ce rv o In te gr al l • Lagoa anaeróbia: - Ocorrem os processos de sedimentação e digestão anaeróbia, sem oxigênio dissolvido. No fundo, permanece um depósito de lodo, e na superfície, formam-se bolhas de gás resultantes da fermentação; - Essas lagoas reduzem a carga de matéria orgânica em 50%, no mínimo; - Sua principal finalidade é serem usadas em conjunto com outras lagoas para reduzir a área de tratamento necessária à implantação da estação de tratamento de efluentes; - São profundas (> 2,5 m); - Tempo de retenção de 35 a 40 dias. F on te : a ce rv o In te gr al l • Lagoa facultativa: - Têm como objetivo a remoção de nutrientes, da carga orgânica remanescente e de coliformes fecais; - Caracterizam-se por possuir uma zona superior com oxigênio e uma zona anaeróbia na camada de fundo; - A camada intermediária entre essas duas zonas é denominada facultativa, predominando os processos de oxigenação aeróbia e fotossintética; - São rasas (1 m). F on te : a ce rv o In te gr al l • Lagoa aerada: - Possuem aeradores artificiais e têm como objetivo a remoção de nutrientes (principalmente de nitrogênio) e a remoção aeróbia da matéria orgânica; - Essas lagoas possuem grande capacidade de remoção de contaminantes em menores áreas, quando comparadas com lagoas facultativas, mas apresentam gasto de energia elétrica para os aeradores. F on te : a ce rv o In te gr al l • Lagoa com plantas enraizadas (aguapé): - Excelente alternativa de tratamento secundário e terciário para remoção de nutrientes, dada a sua grande capacidade de remoção por plantas enraizadas (junco, taboa) e facilidade de adicionar oxigênio junto aos dejetos; - Este sistema não possui lâmina de água, não gera odor e lodo em excesso e tem baixos custos de implantação. • Biodigestor: - Degradação anaeróbia dos dejetos; - Produção de gás e biofertilizante; - Suínos (animal de 90 kg) produz 0,24 m3/cabeça/dia. Lagoa com biofertilizante Biodigestor F on te : a ce rv o In te gr al l •Os sistemas de tratamento devem ser projetados por técnicos habilitados, com a correspondente ART; •Os sistemas de tratamento não podem estar em Área de Preservação Permanente (APP); •É proibido por lei o lançamento dos resíduos não tratados em corpos hídricos; NÃO PODEMOS ESQUECER QUE: REVISÃO Nesta aula recebemos as informações necessárias (legais e práticas) para a adequada gestão ambiental de uma granja. Agradecemos sua atenção!
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