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AMBIÊNCIA E CLIMATIZAÇÃO Patos de Minas – MG Bruno Zinato Carraro OBJETIVOS • Mostrar as principais formas de controlar a ambiência para os suínos • Pontos críticos de regulação • Erros de projeto • Parâmetros de regulação AMBIÊNCIA “São todos os fatores ligados às condições de fornecimento de ambiente aos suínos. Entre eles destacamos temperatura, ventilação, troca de ar e umidade.” FATORES QUE INFLUENCIAM AS NECESSIDADES TÉRMICAS • Peso corporal; • Isolamento térmico ou gordura; • Tamanho do lote; • Nível nutricional; • Tipo de ração: gordura (menos) x carboidrato, proteína e fibras (mais). FATORES DO AMBIENTE NA SUINOCULTURA • Sociais: densidade e comportamento; • Físicos: ruídos, luz, espaço e poeira; • Biológicos: bactérias, fungos e micotoxinas; • Climáticos: temperatura e umidade; • Químicos: gases. EXEMPLOS DE PARÂMETROS* • Temperatura para matrizes e para suínos em terminação: 18 a 21°C; • Gases: de 10 a 20 ppm de amônia; • Luminosidade: mínimo de 40 lux durante 8 h/dia; • Ruído: quando contínuo, menor que 85 dBA; • Ripado: 11 mm de espaço para leitões; largura do ripado para porcas 80 mm. CONSEQUÊNCIAS DO NÃO ATENDIMENTO DOS FATORES • Queimaduras; • Estresse; • Perda de desempenho; • Aborto; • Agravamento ou desencadeamento de doenças entéricas e respiratórias; • Redução da imunidade; • Diminuição da fertilidade de machos. PARA CADA 0,1 CM2 O CONSUMO REDUZ EM 45 G DIA PARA CADA 0,1 CM2 O CONSUMO REDUZ EM 45 G DIA De 0,33 para 0,30 cm2 567 g em 42 dias BAIXAS TEMPERATURAS LEVAM A REDUÇÃO DE ATÉ 22% NO CONSUMO PARA CADA GRAU CENTÍGRADO DE TEMPERATURA ACIMA DA ZONA DE CONFORTO TÉRMICO, A FÊMEA EM LACTAÇÃO REDUZ EM 100 G SEU CONSUMO AMBIÊNCIA • Cada uma das fases de criação demanda um parâmetro diferente; • Clima tropical: desconforto térmico é quase permanente nas construções para suínos; • Diminui o desempenho dos animais e compromete a sanidade. • Temperatura ideal para a fase. • Temperatura crítica inferior: aciona mecanismo termorregulatório para produção de calor. • Temperatura crítica superior: aciona mecanismo termorregulatório para auxiliar na dissipação de calor. Consumo de energia OBSERVAÇÕES “Fêmeas mantidas em ambientes com temperaturas elevadas apresentam uma redução de até 30% na produção de leite, em função do menor consumo de ração.” “O estresse térmico reduz a ingestão de alimentos e aumenta a perda de peso corporal, reduzindo o número de leitões/porca no parto subsequente.” Perdas de massa protéica superiores a 12% prejudicam o desenvolvimento folicular. TABELA X – Efeito da temperatura ambiental sobre porcas latentes Temperatura (°C) 18 22 25 27 29 Consumo (kg/dia) 5,66 5,42 4,95 4,52 3,08 Perda peso (kg) 23 22 25 30 35 Perda de ET (mm) 2,1 1,9 2,7 3,5 3,5 GPD leitões (g/dia) 244 245 233 212 189 Quiniou e Noblet, 1999 EFEITO DA TEMPERATURA AMBIÊNCIA 1. Temperatura: a) Animais adultos: 21°C e ventilado; b) Leitões de maternidade: 30 – 34°C; c) Leitões de creche: >24°C; • Insolação direta e indireta; • Amplitude térmica (variação diária). 2. Ventilação: a) Animais adultos: ventilado (2 m/seg.); b) Leitões maternidade e creche: evitar correnteza direta. 3. Umidade: ideal 50 – 70%. 4. Troca de ar: gases! AMBIÊNCIA EXIGÊNCIAS PARA UMA ADEQUADA AMBIÊNCIA Tabela x. Exigências de temperatura e recomendações de luminosidade, ventilação e umidade relativa do ar para o ambiente de maternidade . Leitões de 1-7 kg 28-31 0 C Leitões de 7-10 kg 25-30 0 C Matrizes em Lactação 19-22 0 C Luminosidade 360 lux Ventilação 0,15 a 0,5 m/s Umidade relativa do ar 60-80% CLIMATIZAÇÃO • Sombreamento natural; • Cobertura vegetal (área externa); • Cortina e sombrite; • Pintura de telhados; • Telhados com isolamento; • Ventiladores; • Aspersão; • Altura de pé direito (>3,0 m) e largura do beiral (>1,0 m). • Ventilação localizada (cabeça da porca) com ar resfriado; • Gotejamento localizado para porca; • Refrigeração de água e ou piso; • Painel evaporativo e pressão negativa. • Projeto! T. IDEAL FRIO CALOR Maternidade 30 a 34 27 36 Creche(1a sem.) 28 a 32 25 34 Creche(após 2a sem.) 26 a 28 22 32 Recria 18 a 25 15 26 Gestação 18 a 25 10 27 Maternidade 16 a 21 12 25 CONTROLE DE TEMPERATURA Limite crítico (0C) Perdomo et al, 1987; Sobestiansky et al, 1998 OPÇÕES PARA OFERECER BOA AMBIÊNCIA Gestação: • Ventiladores; • Aspersores; • Projetos com isolamento (Ex.: telhado); • Desenho adequado dos pisos (conforto); • Painéis automáticos de controle de temperatura. CIA T. IDEAL FRIO CALOR Maternidade 30 a 34 27 36 Creche(1a sem.) 28 a 32 25 34 Creche(após 2a sem.) 26 a 28 22 32 Recria 18 a 25 15 26 Gestação 18 a 25 10 27 Maternidade 16 a 21 12 25 CONTROLE DE TEMPERATURA Limite crítico (0C) = leitão = porca MORTALIDADE Perda de calor Atividade metabólica Perda de energia Hipoglicemia Letargia Esmagamento Queda na temperatura Queda no consumo de colostro Absorção de imunoglobulinas Proteção imunitária Incidência de doenças Esmagamento Procura auqecer- se junto à porca Procura aquecer- se junto à porca OPÇÕES PARA OFERECER BOA AMBIÊNCIA Maternidade: • Escamoteadores. • Painéis automáticos de controle de temperatura; • Projetos com isolamento (Ex.: telhado); • Piso aquecido; • Paredes compactas; Maternidade: • Extratores de poeira e gases; • Cortinas nas laterais; • Pisos compacto e emborrachado; • Bebedouro sem desperdício. OPÇÕES PARA OFERECER BOA AMBIÊNCIA PISO RESFRIADO (SERPENTINA) FÊMEAS EM LACTAÇÃO TABELA 1. MÉDIAS DAS TEMPERATURAS REGISTRADAS DE ACORDO COM O SISTEMA DE AMBIÊNCIA Sistema 1 Sistema 2 Sistema 3 Temperatura média diária, ºC 23,0 ± 0,8a 26,8 ± 1,0b 26,8 ± 1,0b Temperatura mínima, ºC 19,6 ± 1,2a 23,3 ± 1,8b 22,7 ± 1,7b Temperatura máxima, ºC 25,3 ± 1,2a 29,2 ± 2,3b 29,5 ± 1,9b Sistema 1 = painel evaporativo + pressão negativa Sistema 2 = ar direcionado + cortinas Sistema 3 = somente cortinas Morales, O. E. S. et al (P<0,05) Morales, O. E. S. et al Sistema 1 Sistema 2 Sistema 3 Leitões desmamados 10,9 ± 1,0a 10,9 ± 1,1a 10,7 ± 1,3a Peso da fêmea ao parto, kg 238,0 ± 38,2a 244,0 ± 37,2a 241,6 ± 39,1a Peso da fêmea ao desmame, kg 232,7 ± 34,3a 229,2 ± 34,6a 232,1 ± 36,6a Perda de peso na lactação, % 3,4 ± 4,9a 4,9 ± 4,6a 4,0 ± 4,0a ET da fêmea ao parto, mm 12,8 ± 3,0a 12,8 ± 3,3a 13,3 ± 2,7a ET da fêmea ao desmame, mm 12,0 ± 3,5a 11,7 ± 2,7a 12,2 ± 2,9a Intervalo desmame-estro, d 4,4 ± 1,0a 5,0 ± 2,0a 4,5 ± 2,2a TABELA 2. VARIÁVEIS RELACIONADAS AS FÊMEAS (P<0,05) T. IDEAL FRIO CALOR Maternidade 30 a 34 27 36 Creche(1a sem.) 28 a 32 25 34 Creche(após 2a sem.) 26 a 28 22 32 Recria 18 a 25 15 26 Gestação 18 a 25 10 27 Maternidade 16 a 21 12 25CONTROLE DE TEMPERATURA Limite crítico (0C) 32 - 26 28 - 22 24 - 18 Ganho, g/dia 352,0 a 356,0 a 303,0 b Proteína 58,3 a 57,1 a 51,2 b Gordura 26,2 a 25,2 a 18,9 b GANHO DE PESO, DE PROTEÍNA E DE GORDURA EM DIFERENTES TEMPERATURAS AMBIENTAIS1 - CRECHE 1. Leitões desm. aos 22 dias, alimentados com ração com 21% PB, 3370 kcal EM/kg, por seis semanas. Temperatura ambiental (0C) Fonte: Le Dividich, J. e Noblet, J.,1982. OPÇÕES PARA OFERECER BOA AMBIÊNCIA Creche: • Piso aquecido; • Campânula a gás; • Paredes compactas; • Extratores de poeira e gases; • Cortinas nas laterais; • Pisos compacto e emborrachado; OPÇÕES PARA OFERECER BOA AMBIÊNCIA Creche: • Painéis automáticos de controle de temperatura; • Bebedouro sem desperdício; • Projetos com isolamento (Ex.: telhado). VANTAGEM DO SISTEMA DE AR QUENTE: SEM CONSUMO DE OXIGÊNIO DO AMBIENTE. T. IDEAL FRIO CALOR Maternidade 30 a 34 27 36 Creche(1a sem.) 28 a 32 25 34 Creche(após 2a sem.) 26 a 28 22 32 Recria 18 a 25 15 26 Gestação 18 a 25 10 27 Maternidade 16 a 21 12 25 CONTROLE DE TEMPERATURA Limite crítico (0C) OPÇÕES PARA OFERECER BOA AMBIÊNCIA Recria e terminação: • Campânula a gás (primeiros dias); • Paredes compactas; • Extratores de poeira e gases; • Cortinas nas laterais; • Bebedouro sem desperdício; • Lâmina d’água Recria e terminação: • Painéis automáticos de controle de temperatura; • Projetos com isolamento (Ex.: telhado); • Taxa de lotação adequada. OPÇÕES PARA OFERECER BOA AMBIÊNCIA PRODUÇÃO DE CALOR NO SUÍNO 0,96WATT/ KG – 96 W/100 KG PV PRODUÇÃO DE CALOR NO SUÍNO 0,96WATT/ KG – 96 W/100 KG PV CORTINAS • Com sobreposição lateral e superior; • Individual por sala (maternidade e creche); • Apoio: tela; • Manejar adequadamente. ? CONCLUSÕES • Controlar os parâmetros de conforto dos suínos nos permitem maiores ganhos • Variações extremas de temperatura podem prejudicar diversos indices zootecnicos bem como levar até a morte. • Necessário realizar o projeto construtivo e/ou a daptativo diferente para cada granja e setor de produção. • Suíno não é criado de qualquer maneira. MUITO OBRIGADO ! bruno@integrall.org integrall.org
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