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Consciência: sono e distúrbios

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA 
FACULDADE DE PSICOLOGIA 
 
CAMILA SAKAMAE PIETRO 
LETÍCIA BATISTA CALDEIRA 
NATÁLIA SILVEIRA LISBÔA 
PEDRO MISAILIDIS ANTONINI 
 
 
 
 
CONSCIÊNCIA: SONO E DISTÚRBIOS 
 
 
 
 
 
 
CAMPINAS 
2017 
 
 
 
CAMILA SAKAMAE PIETRO 
LETÍCIA BATISTA CALDEIRA 
NATÁLIA SILVEIRA LISBÔA 
PEDRO MISAILIDIS ANTONINI 
 
 
 
 
 
CONSCIÊNCIA: SONO E DISTÚRBIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PUC-CAMPINAS 
2017 
Relatório apresentado à disciplina de 
Fenômenos e Processos Psicológicos A, 
da Faculdade de Psicologia, do Centro de 
Ciências da Vida, como parte das 
atividades do laboratório exigidas para 
aprovação. 
Orientador: Prof(a). Dr(a). Karina de 
Carvalho Magalhães 
2 
 
INTRODUÇÃO TEÓRICA 
O relatório a seguir foi baseado em um experimento utilizando dois testes 
sobre sono, visando aprimorar os conhecimentos adquiridos nas aulas teóricas de 
Fenômenos e Processos Psicológicos A. No experimento, 20 participantes 
responderam a dois questionários sobre Sonolência Diurna e Qualidade do Sono a 
fim de provar a importância da consciência e seus diferentes estados, e comparar os 
diferentes resultados de acordo com o grupo etário e suas possíveis causas e 
consequências. 
Tema fascinante e de suma importância para a Psicologia, a consciência, 
de acordo com Myers (2014) seria definida entre os psicólogos, atualmente, como a 
percepção de si mesmo e do ambiente em que o indivíduo está inserido. Tal fator 
possibilitaria uma capacidade maior de adequação deste ao meio, especulação que 
os psicólogos evolucionistas acreditam ter sido a vantagem evolutiva que o ser 
humano possui em relação a outros organismos. 
Para Atkinson et. al. (2002) a consciência é fundamental para que haja um 
monitoramento, por parte do indivíduo, do ambiente em que este está inserido, e 
também o controle tanto deste ambiente como de nós mesmos. Nesse sentido 
monitoramento seria o papel da consciência em selecionar apenas alguns estímulos 
e ignorar outros, utilizando da atenção seletiva de modo a priorizar a sobrevivência do 
ser e não sobrecarrega-lo com informações secundárias. Controle seria a capacidade 
da consciência de planejar, iniciar e orientar as ações, de modo que elas se 
relacionem com os eventos existentes ao redor. 
O sono, por sua vez, é uma perda decrescente de consciência, em que 
alcançamos um estado diferente da inconsciência. Ele foi estudado desde a década 
de 1930, e ao longo do tempo as pesquisas passaram a utilizar o eletroencefalograma 
para medir as ondas cerebrais, determinando assim a profundidade do sono e em que 
momento ocorria o sonho. “A análise dos padrões de ondas cerebrais indica que 
existem cinco estágios do sono: quatro estágios com diferentes profundidades e um 
quinto estágio, conhecido como sono com movimento ocular rápido (ou sono REM)” 
(ATKINSON et al, 2002). 
De acordo com Myers (2014), no primeiro estágio do sono inicia-se um estado 
de sonolência com lentas ondas de um estado relaxado e desperto. Nesse estágio há 
3 
 
as chamadas sensações hipnagógicas, além de sensações de queda ou leve 
flutuação. No segundo estágio – em que a pessoa encontra-se adormecida, mas pode 
ser facilmente acordada – ocorrem os fusos de sono, que são surtos de atividade 
cerebral que duram um ou dois segundos, apresentando atividade rápida e ritmada 
de ondas cerebrais. O terceiro estágio é uma fase de transição para o quarto estágio, 
caracterizada por ondas deltas amplas e lentas. No quarto estágio, a pessoa encontra-
se em um sono profundo, continuando a emitir ondas delta e seu cérebro ainda 
processa alguns estímulos. Esses quatro primeiros estágios são denominados NREM. 
O quinto estágio do sono, denominado REM, inicia-se aproximadamente 
uma hora após o adormecer. Ainda de acordo com Myers (2014), nesse estágio há 
intensa atividade cerebral e o tronco encefálico bloqueia o córtex cerebral motor 
deixando os músculos relaxados, ou seja, o corpo fica internamente agitado e 
externamente calmo. Outra característica marcante desse estágio são os movimentos 
rápidos dos olhos, sendo percebido mesmo com a pálpebra fechada, marcando o 
início de um sonho. O sono REM representa até 25% do tempo total de sono, sendo 
essencial para o bem-estar físico e psicológico do indivíduo, além de ajudar a fixar as 
experiências vividas na memória permanente. 
Os cinco estágios do sono descritos anteriormente formam o ciclo do sono, 
que dura cerca de noventa minutos, ocorrendo quatro a cinco ciclos em um período 
de sono noturno. Os sonhos acontecem tanto no sono NREM quanto no sono REM, 
porém há diferenças no tipo do sonho. Segundo Atkinson et al (2002), no sono REM 
os sonhos são extremamente vívidos e complexos, além das pessoas conseguirem, 
na maioria das vezes, recordar-se deles. Já no sono NREM, os sonhos não são tão 
visuais nem emocionalmente carregados, além de serem lembrados com mais 
dificuldade e com menos frequência. 
De acordo com Feldman (2015), o sono REM e o sono de ondas lentas são 
importantes pois contribuem para firmar o aprendizado que ocorre durante o dia 
(processo chamado de consolidação da memória). Além disso, alguns estudos 
também sugerem que a fase REM possa promover insights criativos relacionados à 
aprendizagem (STICKGOLD & WALKER, 2004 apud FELDMAN, 2015). 
Os distúrbios ou transtornos do sono ocorrem quando existe a 
incapacidade do indivíduo de possuir uma noite de sono que ele classifique como 
4 
 
adequada de modo a não haver prejuízos em sua rotina, por exemplo um 
funcionamento diurno de não-qualidade ou uma excessiva sonolência (ATKINSON et. 
al., 2002). 
Os transtornos do sono trazem diversas consequências negativas para o 
indivíduo, tais como perda de qualidade de vida, disfunção autonômica, diminuição do 
rendimento em atividades acadêmicas e profissionais, diminuição da vigilância 
causando prejuízos na segurança pessoal e um aumento considerável na incidência 
de transtornos psicológicos. Além desses fatores, pessoas que dormem mal tem uma 
expectativa de vida menor, uma taxa de morbidade maior e são mais suscetíveis ao 
envelhecimento precoce (CARDOSO et. al., 2009). 
De acordo com Feldman (2015), a insônia é o mais comum entre os 
transtornos do sono, e diz respeito a problemas crônicos relacionados à incapacidade 
de dormir adequadamente que resulta na fadiga diurna e no funcionamento 
comprometido. O caráter da insônia é majoritariamente subjetivo, percebendo-se esse 
fato “quando muitos dos que procuram tratamento para esse transtorno apresentam 
um sono considerado padrão nos laboratórios, deixando claro que os relatos 
subjetivos dos indivíduos nem sempre se assemelham com medidas mais objetivas 
de identificar esse problema” (ATKINSON et. al., 2002). 
Os terrores noturnos são “despertares repentinos de sono NREM 
acompanhados de extremo medo, pânico e forte excitação fisiológica” (HUMPHREYS 
& WILLIAMS, 2007 apud FELDMAN, 2015). De acordo com Myers (2014), são mais 
frequentes em crianças, que passam a apresentar durante o sono sintomas como a 
fala incoerente, o ato de se sentar ou caminhar, o aumento da frequência cardíaca e 
respiratória e a transpassar terror. Diferente dos pesadelos que ocorrem normalmente 
durante o sono REM, esse distúrbio é relacionado ás primeiras horas do sono no 
estágio 4; devido a essa característica, os indivíduos não se recordam dos episódios 
na manhã seguinte; no máximo se lembram de uma imagem considerada 
assustadora. 
Outro distúrbio que afeta mais crianças é o sonambulismo, caracterizado 
por andar enquanto se dorme, ocorrendoquando a pessoa se levanta da cama e 
vagueia ainda dormindo (FELDMAN, 2015). Ele atinge mais essa faixa etária pois 
crianças porque elas possuem o estágio 4 mais duradouro que os adultos, ou seja, 
5 
 
conforme vamos envelhecendo e o estágio 4 vai diminuindo os distúrbios também 
diminuem. Geralmente o sonambulismo não apresenta um grande risco e não há 
lembrança dos episódios na manhã seguinte (MYERS, 2014). 
A narcolepsia é um distúrbio em que o indivíduo vivência uma sonolência 
periódica e involuntária, com ataques durando cerca de cinco minutos e ocorrendo em 
situações aleatórias do cotidiano. Pesquisas apontam que a narcolepsia tem relação 
com uma relativa ausência de um centro neural hipotalâmico que produz uma 
substancia química denominada orexina, que funciona como um neurotransmissor 
relacionado à vigilância. Ao reunir essas informações os pesquisadores buscam 
atualmente uma substância que mimetize a orexina ausente de modo a possibilitá-la 
de cruzar a barreira hematoencefálica. (MYERS, 2014). De acordo com Reite, Ruddy 
e Nagel (2004), o sintoma mais perigoso da narcolepsia é o início súbito do sono sem 
nenhum aviso, que pode resultar em acidentes no trânsito ou no trabalho. Evidências 
indicam que alguns pacientes narcolépticos têm um ritmo em sua tendência à 
sonolência durante o dia que pode ser similar à periodicidade aproximada de 90 
minuos do sono REM durante o sono noturno. A medida que o dia prossegue, torna-
se cada vez mais difícil evitar um cochilo. 
O indivíduo que apresenta o transtorno denominado apneia do sono tem 
sua respiração interrompida intermitentemente durante o sono (MADALENA, 1979). 
O que ocorre é a diminuição de oxigênio no sangue, fator que faz com que haja a 
secreção de hormônios de emergência para que o indivíduo desperte em seguida para 
aspirar uma quantidade de ar e retornar ao seu estado anterior de inconsciência. 
Esses episódios podem ocorrer diversas vezes numa mesma noite se o caso for 
grave. (MYERS, 2014). Não há a lembrança dos acontecimentos na manhã seguinte, 
porém há sintomas desse distúrbio, como intensa fadiga e indício de depressão. 
(ATKINSON et. al., 2002) 
De forma geral, demonstrou-se que indivíduos privados de sono, em virtude 
de limitações na quantidade ou qualidade de sono, são frequentemente incapazes de 
responder rapidamente a estímulos externos e têm maior dificuldade de concentração, 
o que prejudica sua capacidade de desempenhar certas atividades (BERTOLAZI et 
al., 2009). 
6 
 
Algumas teorias do sono visam explicar por que dormimos e por que em 
alguns momentos dormimos e em outros estamos acordados. 
 Segundo teorias evolutivas, passamos a dormir durante a noite quando a 
caça e coleta eram cessadas, e aqueles que não se locomoviam e ficavam em 
cavernas tinham menos chances de morrer por pedras, despenhadeiros e até mesmo 
de serem predados (MOORCROFT, 2003 apud MYERS, 2014). 
Em segundo lugar, o sono ajuda na reparação do tecido cerebral, pois 
enquanto estamos acordados produzimos algumas moléculas tóxicas para os 
neurônios. Dormir permite aos neurônios se repararem, fazendo com que conexões 
não utilizadas sejam enfraquecidas (SIEGEL, 2003; VYAZOVSKI et al., 2008 apud 
MYERS, 2014). 
Além disso, muitas teorias do sono apontam o papel deste como um 
reconstrutor e restaurador de experiências vividas ao longo do dia, servindo como um 
criador de memórias (WALKER E STICKGOLD, 2006 apud MYERS, 2014), com papel 
de alimentar o pensamento criativo e até ajudar no crescimento (PEKKANEN, 2982 
apud MYERS, 2014). 
Dois importantes pesquisadores do sono, Dale Edgar e William Derment, 
também trabalharam com a questão de por que dormimos. Em 1992 eles propuseram 
o que ficou conhecido como Modelo de Processos Oponentes Sono-Vigília. De acordo 
com o modelo, a tendência de adormecer ou se manter acordado seria regida por dois 
processos oponentes: o processo de alerta circadiano e o impulso homeostático do 
sono (HILGARD & ATKINSON, 2012). A seguir há uma breve descrição dos dois 
processos para finalizar com a explicação da teoria. 
“O impulso homeostático do sono é um processo fisiológico que se esforça 
para obter a quantidade de sono necessária para um nível estável de alerta durante o 
dia. (...) Se dormimos muito pouco na noite anterior, a tendência de adormecer durante 
o dia será significativa” (HILGARD & ATKINSON, 2012). 
“O processo de alerta circadiano, situado no cérebro, é aquele que nos faz 
despertar todos os dias em um determinado horário. Ele é controlado pelo chamado 
relógio biológico” (HILGARD & ATKINSON, 2012). De acordo com Feldman (2015), o 
7 
 
ritmo circadiano é o nome que damos a nosso relógio biológico, sincronizado com o 
ciclo de 24 horas do dia, ajustado de acordo com a intensidade luminosa do ambiente. 
Ainda de acordo com Hilgard & Atkinson (2012), a interação desses dois 
processos seria responsável por produzir nosso ciclo diário de sono e vigília, fazendo-
se prevalecer a força relativa de cada processo dependendo de estarmos em nosso 
estado de alerta ou de impulso do sono: durante o dia, o estado de alerta superaria o 
impulso para dormir, e de noite esse quadro se reverteria. 
A consciência é um tema bastante extenso e interessante, e quando se fala 
em sono, sempre há algum comentário a fazer. Prosseguindo com o relatório sobre 
as duas escalas de componentes do sono, apresenta-se uma descrição de como o 
experimento foi feito, os resultados e uma breve discussão a respeito destes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
OBJETIVOS 
- Analisar os hábitos usuais de sono relacionando-os com a teoria. 
- Comparar os hábitos usuais de sono entre as duas faixas etárias. 
- Analisar e comparar os resultados obtidos pelas duas faixas etárias nas Escalas de 
Sonolência Diurna e Qualidade do Sono. 
 
MÉTODO 
SITUAÇÃO 
Os participantes 1, 2, 3, 4, 5, 6, 11 e 12 tiveram os dois testes do 
experimento aplicados no dia 14 de maio de 2017, em uma sala retangular, onde havia 
dois sofás perpendiculares, 2 cadeiras e uma grande estante com uma televisão (que 
permaneceu desligada). O entrevistador sentou-se em um dos sofás, e o entrevistado 
em outro, de forma que ficaram frente a frente. Ao entrevistado foi fornecida uma 
prancheta para que ele pudesse anotar suas respostas dos dois testes de forma mais 
confortável. As janelas e cortinas ao fundo da sala permaneceram abertas, as luzes 
apagadas, o ventilador desligado, e a porta, fechada. O aplicador ficou presente 
durante todo o tempo de aplicação dos questionários junto ao entrevistado para retirar 
qualquer dúvida que pudesse surgir. 
Os participantes 7, 19 e 20 tiveram os dois testes aplicados em 20 de maio 
de 2017. Os participantes 8, 9, 15 e 18 tiveram os mesmos aplicados em 21 de maio 
de 2017. Os participantes e o aplicador sentaram-se em uma sala retangular 
composta por dois sofás perpendiculares, sendo que o aplicador sentou-se em um 
sofá, e o participante, em outro. Havia também uma estante com uma televisão (que 
permaneceu desligada) e uma mesinha no centro da sala, em que foram colocadas 
as cópias dos testes e canetas. Além disso, a sala estava com as portas e janelas 
fechadas, a fim de que nenhum ruído externo atrapalhasse a concentração do 
participante. Além disso, luzes permaneceram acesas e as cortinas, fechadas. O 
aplicador ficou presente durante todo o tempo de aplicação dos questionários junto ao 
entrevistado para retirar qualquer dúvida que pudesse surgir. 
Os participantes 10, 13, 14, 16 e 17 tiveram os dois testes aplicados no dia 
07 de maio de 2017, em uma sala retangular, onde havia uma mesa disposta no centro9 
 
com cinco cadeiras em cada lateral, um ventilador (que permaneceu desligado) e um 
armário paralelo à mesa – mas sua utilização não foi necessária. A porta foi fechada 
para que nenhum ruído exterior atrapalhasse a concentração do participante. A luz 
também foi acessa para facilitar a visualização do questionário. O aplicador sentou-se 
de frente para o participante e ficou presente durante todo o tempo de aplicação dos 
questionários junto ao entrevistado para retirar qualquer dúvida que pudesse surgir. 
 
PARTICIPANTES 
Para o experimento foram selecionados 20 participantes ao acaso, sendo 
10 participantes com idade entre 18 a 39 anos e 10 participantes com idade superior 
a 40 anos. 
- Participante 1: G.S.L., 19 anos, sexo feminino. 
- Participante 2: N.S.L., 21 anos, sexo feminino. 
- Participante 3: A.B., 21 anos, sexo masculino. 
- Participante 4: S.A.F., 22 anos, sexo feminino. 
- Participante 5: L.S.G.B., 21 anos, sexo masculino. 
- Participante 6: R.M.J., 21 anos, sexo masculino. 
- Participante 7: T.S.B., 24 anos, sexo feminino. 
- Participante 8: L.C.C.O., 22 anos, sexo feminino. 
- Participante 9: I.C.O., 20 anos, sexo feminino. 
- Participante 10: C.R.S., 39 anos, sexo feminino. 
- Participante 11: S.L.M.L., 50 anos, sexo masculino. 
- Participante 12: E.S.L., 49 anos, sexo feminino. 
- Participante 13: J.C.P., 44 anos, sexo masculino. 
- Participante 14: R.F.S., 42 anos, sexo masculino. 
- Participante 15: S.R.S.P., 57 anos, sexo feminino. 
- Participante 16: S.F.S.P., 44 anos, sexo feminino. 
- Participante 17: C.F.S.C., 42 anos, sexo feminino. 
- Participante 18: A.B.C., 41 anos, sexo feminino. 
- Participante 19: R.S., 47 anos, sexo feminino. 
- Participante 20: R.D., 57 anos, sexo feminino. 
 
10 
 
MATERIAL 
- Escala de Sonolência de Epworth (ESS – BR) 
- Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI – BR) 
 
PROCEDIMENTO 
Após todos os participantes do experimento terem sido definidos, o 
aplicador do teste os chamou individualmente ao cômodo em que o teste seria 
realizado (de acordo com a disponibilidade dos aplicadores e participantes). 
O aplicador sentou-se de frente para o participante e explicou que o 
experimento consistiria em responder dois testes: a Escala de Sonolência de Epworth, 
sobre sonolência diurna, e o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh, sobre 
características gerais do sono. Também foi explicado aos participantes que não havia 
respostas certas ou erradas; o objetivo seria simplesmente avaliar a qualidade do 
sono de um grupo de pessoas através dos dois testes, por isso as respostas 
precisariam ser sinceras, baseadas na realidade. 
A seguir, foi entregue para cada participante uma cópia impressa da Escala 
de Sonolência de Epworth e outra do Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh. 
Inicialmente, o aplicador pediu ao participante que colocasse as iniciais de seu nome, 
a idade, a data e o sexo no espaço apropriado de cada um dos testes. A seguir, cada 
participante pode ler e responder seu próprio questionário, enquanto o aplicador 
aguardava sentado caso houvesse necessidade de tirar alguma dúvida. 
Após o término do preenchimento dos dois questionários por parte do 
participante, o aplicador agradeceu-lhe pela participação e finalizou a entrevista. 
 
RESULTADOS 
Antes de apresentar os resultados do experimento, convém apresentar 
brevemente os dois testes: a Escala de Sonolência de Epworth e o Índice de 
Qualidade de Sono de Pittsburgh, e expressar os critérios de pontuação de cada um 
destes. 
11 
 
O Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI – BR) avalia a 
qualidade geral do sono e também a presença de perturbações deste ao longo do 
último mês. O questionário consiste em 10 questões: as quatro primeiras se referem 
aos horários em que o participante foi para a cama, acordou, quanto tempo levou para 
adormecer e quanto tempo dormiu por noite. A questão 5 consiste em apontar quantas 
vezes por semana, no último mês, foi difícil dormir por conta de diferentes tipos de 
perturbação no sono, como acordar no meio da noite para ir ao banheiro ou não 
conseguir adormecer em 30 minutos. A questão 6 consiste em uma avaliação geral 
da qualidade do sono por parte do participante. A questão 7 é sobre o uso de 
medicamentos para dormir. As questões 8 e 9 referem-se a dificuldade de ficar 
acordado durante o dia e se manter disposto para realizar as atividades rotineiras. Por 
fim, a questão 10 – com 5 itens - é direcionada ao parceiro de cama/quarto a respeito 
dos hábitos de sono do participante. 
A contagem de pontos desse questionário é feita a partir de 7 componentes: 
qualidade subjetiva do sono, latência do sono, duração do sono, eficiência habitual do 
sono, alterações do sono, uso de medicamentos para dormir e disfunção diurna do 
sono. Para cada componente, a pontuação varia de zero a 3, sendo zero “nenhuma 
dificuldade” e 3 “dificuldade severa”. A soma total dos componentes, portanto, varia 
de zero a 21, sendo que quanto maior a pontuação, pior a qualidade do sono do 
participante. 
Já a Escala de Sonolência de Epworth* (ESS – BR) tem como objetivo 
avaliar a sonolência diurna. O teste consiste em 8 diferentes situações para as quais 
o participante deve responder qual a probabilidade de cochilar ou dormir em cada uma 
delas. Para responder, o participante marca um número de acordo com a legenda: 0 
corresponde a “nunca cochilaria”; 1 corresponde a “pequena probabilidade de 
cochilar”; 2 “probabilidade média de cochilar” e 3 “grande probabilidade de cochilar”. 
A pontuação, que varia de 0 a 24, é dada pela somatória simples das marcações do 
participante. Pontuações acima de 10 sugerem um diagnóstico de Sonolência Diurna 
Excessiva (SDE). 
Explicados os dois questionários, passemos aos resultados. As Tabelas 1, 
2, 6 e 7, os Quadros 1, 2, 3 e 4 e o Gráfico 2 referem-se aos resultados utilizando o 
Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh; As Tabelas 3, 4 e 5 e o Gráfico 1 referem-
se à Escala de Sonolência de Epworth. 
12 
 
Tabela 1 – Resultados em média considerando a qualidade do sono - parte 1 por faixa etária 
 Faixa (18 - 39 anos) Faixa (Acima de 40 anos) 
Hora de deitar 22h35 23h50 
Tempo para dormir (em minutos) 31,0 39,0 
Hora de levantar 6h40 7h00 
Horas de sono por noite 7,05 5,76 
 
A Tabela 1, elaborada a partir do Índice de Qualidade de Sono de 
Pittsburgh, procura evidenciar a rotina básica de sono dos dois grupos etários. 
Observa-se na última linha que a faixa etária até 40 anos tem, em média, 7 horas de 
sono por noite, enquanto a faixa etária a partir de 40 anos tem menos de 6 horas de 
sono por noite. 
Além disso, após os devidos cálculos, observa-se que o grupo até 40 anos 
fica, por noite, um pouco mais de 8 horas na cama (22h35 a 6h40), e demora um 
pouco mais que 30 minutos para adormecer. O grupo a partir de 40 anos fica na cama 
7 horas por noite (23h50 a 7h00) e demora 8 minutos a mais que o primeiro grupo 
para adormecer. 
Tabela 2 – Resultados em porcentagem considerando a qualidade do sono geral - parte 2 
(pergunta 6) por faixa etária 
 Faixa (18 - 39 anos) Faixa (Acima de 40 anos) 
Muito boa 10% 10% 
Boa 70% 30% 
Ruim 10% 30% 
Muito ruim 10% 30% 
 
A Tabela 2, também baseada no Índice de Qualidade do Sono de 
Pittsburgh, mostra a avaliação geral dos participantes a respeito do próprio sono. No 
grupo até 40 anos, 70% dos participantes (i.e., sete pessoas) avaliou a qualidade do 
próprio sono como “boa”. Apenas três participantes do grupo consideraram a 
qualidade do próprio sono como “muito boa”, “ruim” ou “muito ruim”. Já no grupo etário 
acima de 40 anos, os resultados foram mais dispersos: 30% dos participantesavaliaram a qualidade do próprio sono como “boa”, 30% avaliaram a qualidade do 
próprio sono como “ruim”, e 30% avaliaram a qualidade do sono como “muito ruim”. 
Apenas um participante do grupo avaliou a qualidade de seu sono como “muito boa”. 
13 
 
Os 4 quadros a seguir mostram os resultados separados dos dois grupos 
etários no Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh: 
Quadro 1 – Resultados considerando a qualidade do sono - parte 3 (perguntas 5, 7, 8 e 9) 
por faixa etária 
Participantes Faixa (18 - 39 anos) 
 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 
Dormir em até 30 minutos 3 2 2 4 2 4 1 3 2 3 
Acordar no meio da noite 2 4 4 3 2 3 2 2 2 4 
Levantar para ir ao banheiro 2 4 2 3 2 3 2 2 2 4 
Não respirar confortável 1 1 1 1 2 1 1 3 1 1 
Tossir ou roncar forte 1 1 1 1 3 1 1 4 1 1 
Sentir frio 2 2 1 1 2 1 1 2 1 2 
Sentir calor 2 1 1 1 1 1 2 3 1 2 
Ter sonhos ruins 3 4 1 4 1 3 2 3 2 2 
Ter dor 1 3 1 1 1 1 2 2 1 2 
Tomar medicamento 1 3 1 4 1 1 1 1 1 2 
Difícil ficar acordado/atividades 2 4 1 1 1 1 1 3 1 1 
Difícil manter entusiasmo 4 4 2 3 4 3 2 4 3 2 
Legenda: 
1 - Nenhuma vez no último mês; 
2 - Menos de 1 vez por semana; 
3 - 1 ou 2 vezes por semana; 
4 - 3 ou mais vezes por semana; 
 
O Quadro 1 apresenta a frequência de algumas perturbações do sono no 
grupo etário até 40 anos durante o último mês. Nota-se que os Participantes 3, 7 e 9 
foram os que tiveram menos perturbações do sono ao longo do último mês (somando 
18 pontos cada), enquanto os Participantes 2 e 8 apresentaram um sono com maior 
número de perturbações no mesmo período (33 e 32 pontos, respectivamente). Além 
disso, as três queixas mais comuns de perturbação do sono no período foram 1) 
acordar no meio da noite (28 pontos); 2) não conseguir adormecer em trinta minutos 
(26 pontos); e 3) acordar no meio da noite para ir ao banheiro (26 pontos). A queixa 
menos comum do grupo foi não respirar confortavelmente (13 pontos). 
Outros fatos interessantes evidenciados pelo Quadro 1 são: 1) poucas 
pessoas do grupo etário utilizaram frequentemente algum tipo de medicamento para 
dormir no último mês (16 pontos); 2) poucas pessoas, também, alegaram ter tido muita 
dificuldade em permanecer acordado durante o dia para realizar as atividades (16 
14 
 
pontos). No entanto, 3) a maioria das pessoas do grupo alegou que, nesse período, 
foi difícil manter o entusiasmo para realizar as atividades rotineiras (31 pontos). 
Quadro 2 – Resultados considerando a qualidade do sono - parte 4 (pergunta 10 - 
avaliações de parceiros) por faixa etária 
Faixa (18 - 39 anos) 
 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 
Ter ronco forte 1 3 1 4 2 2 2 4 1 1 
Paradas na respiração 1 1 1 2 1 1 4 1 1 1 
Contrações ou puxões nas pernas 1 4 1 1 3 1 4 2 1 1 
Episódios de desorientação 2 4 1 1 3 1 1 1 2 2 
Legenda: 
1 - Nenhuma vez no último mês; 
2 - Menos de 1 vez por semana; 
3 - 1 ou 2 vezes por semana; 
4 - 3 ou mais vezes por semana; 
 
O Quadro 2 mostra as avaliações de parceiros de quarto sobre a qualidade 
do sono do entrevistado. Nota-se que as queixas mais comuns de parceiros sobre o 
sono do entrevistado foram o ronco alto (21 pontos) e contrações/puxões nas pernas 
(19 pontos). A queixa menos comum foi em relação a paradas na respiração (14 
pontos). 
Quadro 3 – Resultados considerando a qualidade do sono - parte 3 (perguntas 5, 7, 8 e 9) 
por faixa etária 
Participantes Faixa (Acima de 40 anos) 
 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 
Dormir em até 30 minutos 1 1 1 4 2 1 4 2 4 3 
Acordar no meio da noite 2 1 1 4 4 3 4 3 4 4 
Levantar para ir ao banheiro 1 1 1 4 4 3 3 2 1 3 
Não respirar confortável 1 1 1 1 1 1 1 1 4 4 
Tossir ou roncar forte 1 1 1 2 2 1 1 2 4 4 
Sentir frio 2 1 2 1 1 3 4 1 1 2 
Sentir calor 1 2 1 4 2 1 1 2 4 4 
Ter sonhos ruins 1 3 1 3 2 1 2 2 1 3 
Ter dor 1 2 2 1 2 1 1 2 4 4 
Tomar medicamento 1 1 1 2 1 1 1 1 4 3 
Difícil ficar acordado/atividades 2 4 1 1 1 1 1 1 1 1 
Difícil manter entusiasmo 2 2 3 1 2 1 1 1 4 4 
Legenda: 
1 - Nenhuma vez no último mês; 
2 - Menos de 1 vez por semana; 
3 - 1 ou 2 vezes por semana; 
4 - 3 ou mais vezes por semana; 
15 
 
O Quadro 3 apresenta os mesmos dados do Quadro 1 acima, mas dessa 
vez para o grupo etário acima de 40 anos. Nesse caso, os Participantes 11 e 13 foram 
os que tiveram menos perturbações do sono ao longo do último mês (ambos somando 
16 pontos), enquanto os Participantes 19 e 20 apresentaram um sono com maior 
número de perturbações no mesmo período (36 e 39 pontos, respectivamente). 
Assim como no grupo etário abaixo de 40 anos, a queixa mais comum de 
perturbação do sono foi acordar no meio da noite (30 pontos), enquanto a menos 
comum foi não respirar confortavelmente (16 pontos). 
Observa-se que o uso de medicamento para dormir não divergiu muito 
entre os dois grupos etários (os dois somaram 16 pontos nesse critério). No entanto, 
as pessoas do grupo acima de 40 anos relataram um pouco menos de dificuldade de 
permanecer acordado durante o dia (14 contra 16) e menos dificuldade de manter o 
entusiasmo para realizar as atividades (21 contra 31) em relação ao grupo etário 
abaixo de 40 anos. 
Quadro 4 – Resultados considerando a qualidade do sono - parte 4 (pergunta 10 - 
avaliações de parceiros) por faixa etária 
Faixa (Acima de 40 anos) 
 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 
Ter ronco forte 3 2 4 1 3 1 1 4 4 1 
Paradas na respiração 1 1 1 1 1 1 1 1 3 1 
Contrações ou puxões nas pernas 3 2 1 1 3 1 1 1 1 1 
Episódios de desorientação 1 2 1 1 1 1 1 1 2 1 
Legenda: 
1 - Nenhuma vez no último mês; 
2 - Menos de 1 vez por semana; 
3 - 1 ou 2 vezes por semana; 
4 - 3 ou mais vezes por semana; 
 
O Quadro 4 apresenta os mesmos dados do Quadro 2 acima, mas dessa 
vez para o grupo etário acima de 40 anos. Para essa faixa etária acima de 40 anos, a 
queixa mais comum de parceiros a respeito do sono do entrevistado foi (assim como 
no outro grupo etário) o ronco alto (24 pontos), enquanto as queixas menos comuns 
foram em relação a paradas na respiração e episódios de desorientação (12 pontos 
cada). 
 
16 
 
Tabela 3 – Resultado total de pontos por participante considerando a Escala de Sonolência 
Participante 
Total de pontos na Escala de Sonolência 
Faixa etária (18 - 39 anos) 
1 9 
2 12 
3 9 
4 1 
5 11 
6 11 
7 15 
8 16 
9 7 
10 5 
 
A Tabela 3 foi baseada na Escala de Sonolência de Epworth. Como já foi 
dito, essa escala fornece um total de pontos que varia de 0 a 24, sendo que acima de 
10 pontos o participante é considerado com Sonolência Diurna Excessiva (SDE). 
Nota-se, pela Tabela 3 acima, que para a faixa etária abaixo de 40 anos, 
50% dos participantes poderiam ser considerados com SDE (i.e., 5 participantes – 2, 
5, 6, 7 e 8 – tiveram um resultado acima de 10 pontos). 
Tabela 4 – Resultado total de pontos por participante considerando a Escala de Sonolência 
Participante 
Total de pontos na Escala de Sonolência 
Faixa etária (Acima de 40 anos) 
11 7 
12 9 
13 11 
14 4 
15 7 
16 2 
17 8 
18 15 
19 2 
20 4 
 
Nota-se através da Tabela 4 (também baseada na Escala de Sonolência 
de Epworth) que somente 20% dos participantes da faixa etária acima de 40 anos 
17 
 
poderiam ser considerados portadores de SDE: somente os participantes 13 e 18 
obtiveram pontuação acima de 10 nessa escala. 
Tabela 5 – Resultado em média considerando a faixa etária - Escala de Sonolência 
 Pontuação média 
Faixa etária(18 a 39 anos) 9,60 
Faixa etária (Acima de 40 anos) 6,90 
 
A Tabela 5 compara a pontuação média dos dois grupos etários para a 
Escala de Sonolência de Epworth. Observa-se que os dois grupos obtiveram uma 
pontuação média menor que 10 (portanto, sem SDE), com o grupo etário abaixo de 
40 anos apresentando média de pontos um pouco maior (e, portanto, um maior nível 
geral de sonolência) em relação ao grupo acima de 40 anos - 9,60 do primeiro grupo 
contra 6,90 do segundo. 
Gráfico 1 – Comparação das médias de pontos obtidas pelos participantes entre 18 a 39 
anos e pelos participantes acima de 40 anos na Escala de Sonolência de Epworth 
 
 
 
 
 
Participantes de 18 a 39 anos 
Participantes acima de 40 
anos 
9,6 6,9 
 
 
 
 
 
 
O Gráfico 1 reforça os resultados da Tabela 5: de um total de 24 pontos 
possíveis, o grupo de participantes abaixo de 40 anos obteve uma pontuação média 
de 9,60 contra 6,90 dos participantes acima de 40 anos. Isso aponta que os 
participantes mais jovens apresentaram, de forma geral, uma tendência maior a ter 
sonolência diurna. 
 
 
9,60
6,90
0
3
6
9
12
15
18
21
24
Participantes de 18 a 39 anos Participantes acima de 40 anos
M
é
d
ia
 d
e
 p
o
n
to
s
 
Faixa etária
18 
 
Tabela 6 – Comparação da pontuação obtida pelos participantes de 18 a 39 anos na 
Escala de Qualidade do Sono de Pittsburgh 
Participante 1 2 3 4 5 6 7 8 
1 1 2 1 1 1 0 2 8 
2 3 1 3 3 2 2 3 17 
3 0 1 1 0 1 0 1 4 
4 1 2 0 0 2 3 1 9 
5 1 1 1 0 1 0 2 6 
6 2 3 1 1 1 0 1 9 
7 1 1 0 1 1 0 1 5 
8 1 2 1 0 2 0 3 9 
9 1 1 1 0 1 0 1 5 
10 1 1 1 0 2 1 1 7 
Total de pontos 12 15 10 6 14 6 16 79 
Média 1,20 1,50 1,00 0,60 1,40 0,60 1,60 7,90 
Legenda: 
1 - Componente 1: Qualidade subjetiva do sono 
2 - Componente 2: Latência do sono 
3 - Componente 3: Duração do sono 
4 - Componente 4: Eficiência habitual do sono 
5 - Componente 5: Distúrbios do sono 
6 - Componente 6: Uso de medicamentos para dormir 
7 - Componente 7: Disfunção diurna 
8 - Pontuação geral 
 
A Tabela 6 mostra as pontuações obtidas em cada componente e a 
pontuação geral da faixa etária abaixo de 40 anos no Índice de Qualidade de Sono de 
Pittsburgh. 
Observa-se que para essa faixa etária, a pior pontuação (mais alta – 16 
pontos) foi no componente 7: Disfunção diurna. Esse componente avalia alguns dos 
critérios expostos no Quadro 1, em que a maioria dos participantes do grupo alegou 
ter sido difícil manter o entusiasmo para realizar as atividades ao longo do último mês. 
Por outro lado, as melhores pontuações (mais baixas – 6 pontos) foram 
obtidas nos componentes 4 e 6, Eficiência habitual do sono e Uso de Medicamento 
para dormir, respectivamente. A boa pontuação obtida em relação à Eficiência habitual 
do sono demonstra que esse grupo etário tem uma boa relação entre horas dormidas 
e horas na cama, passando a maior parte do tempo deitado, dormindo (e não se 
mexendo sem que o sono venha). O Uso de medicamento para dormir também está 
relacionado com o Quadro 1, em que se observou que poucas pessoas do grupo etário 
alegaram fazer uso desse tipo de medicamento. 
19 
 
Tabela 7 – Comparação da pontuação obtida pelos participantes acima de 40 anos na 
Escala de Qualidade do Sono de Pittsburgh 
Participante 1 2 3 4 5 6 7 8 
11 0 0 0 0 1 0 1 2 
12 1 0 2 2 1 0 2 8 
13 2 0 3 0 1 0 1 7 
14 2 3 1 1 2 1 0 10 
15 1 1 1 1 2 0 1 7 
16 3 1 3 0 1 0 0 8 
17 3 3 1 0 2 0 0 9 
18 1 1 2 0 1 0 0 5 
19 2 3 2 3 3 3 2 18 
20 3 3 1 1 3 2 2 15 
Total de pontos 18 15 16 8 17 6 9 89 
Média 1,80 1,50 1,60 0,80 1,70 0,60 0,90 8,90 
Legenda: 
1 - Componente 1: Qualidade subjetiva do sono 
2 - Componente 2: Latência do sono 
3 - Componente 3: Duração do sono 
4 - Componente 4: Eficiência habitual do sono 
5 - Componente 5: Distúrbios do sono 
6 - Componente 6: Uso de medicamentos para dormir 
7 - Componente 7: Disfunção diurna 
8 - Pontuação geral 
 
A Tabela 7 mostra as pontuações obtidas em cada componente e a 
pontuação geral da faixa etária acima de 40 anos no Índice de Qualidade de Sono de 
Pittsburgh. 
Observa-se que para essa faixa etária, a pior pontuação (mais alta – 18 
pontos) foi no componente 1: Qualidade Subjetiva do Sono. Esse componente se 
relaciona com a Tabela 2, em que em que a maioria dos participantes desse grupo 
etário julgou a qualidade do próprio sono como "boa", "ruim" ou "muito ruim". 
Por outro lado, a melhor pontuação (mais baixa – 6 pontos) foi obtida no 
componente 6: Uso de Medicamento para dormir. O Uso de medicamento para dormir 
também está expresso no Quadro 3, em que se observou que poucas pessoas do 
grupo etário alegaram fazer uso desse tipo de medicamento - um resultado mais ou 
menos semelhante para os dois grupos etários do experimento. 
 
20 
 
Gráfico 2 – Comparação das médias de pontos obtidas pelos participantes entre 18 a 39 
anos e pelos participantes acima de 40 anos no Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Legenda: 
1 - Componente 1: Qualidade subjetiva do sono 
2 - Componente 2: Latência do sono 
3 - Componente 3: Duração do sono 
4 - Componente 4: Eficiência habitual do sono 
5 - Componente 5: Distúrbios do sono 
6 - Componente 6: Uso de medicamentos para dormir 
7 - Componente 7: Disfunção diurna 
8 - Pontuação geral 
 
Finalmente, o Gráfico 2 compara os resultados médios dos sete 
componentes e da pontuação geral dois grupos etários no Índice de Qualidade do 
Sono de Pittsburgh. 
Observa-se que o grupo de participantes acima de 40 anos obteve uma 
média de pontos maior que o grupo de participantes abaixo de 40 anos (8,90 contra 
7,90): portanto, os participantes mais velhos têm, em média, uma pior qualidade de 
sono. 
Os componentes 2 e 6, Latência do sono e Uso de medicamentos para 
dormir, respectivamente, não apresentaram diferença de média entre os dois grupos 
etários de participantes, com um resultado médio de 1,50 pontos para o componente 
2 e 0,6 pontos para o componente 6. 
1,20
1,00 0,60
1,40
0,60
1,60
7,90
1,80 1,50 1,60
0,80
1,70
0,90
8,90
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
1 2 3 4 5 6 7 8
P
o
n
tu
a
ç
ã
o
 m
é
d
ia
Componentes
Participantes
Faixa (18 - 39
anos)
Participantes
Faixa (Acima
de 40 anos)
21 
 
Nos demais componentes observou-se que a média de pontos da faixa 
etária acima de 40 anos foi quase sempre maior que da faixa etária abaixo de 40 anos. 
Nos componentes 1, 3, 4 e 5, as médias do grupo etário acima de 40 anos foram 1,80; 
1,60; 0,80 e 1,70, respectivamente, contra 1,20; 1,00; 0,60 e 1,40 do grupo abaixo de 
40 anos – o que indica piores qualidades no sono de pessoas mais velhas, do segundo 
grupo. 
A exceção foi no componente 7, com média 0,90 para o grupo acima de 40 
anos contra 1,60 para o grupo abaixo de 40 anos – o que vai de acordo com a 
observação feita anteriormente no Gráfico 1, que demonstrou que os Participantes 
mais jovens têm mais sonolência diurna do que os participantes mais velhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
DISCUSSÃO 
Os dois testes evidenciaram a complexidade do processo de consciênciae, mais precisamente, do sono, e como este é determinado e influenciado por vários 
fatores e processos psicológicos. Além disso, observou-se que diferentes pessoas 
com diferentes características de sono podem apresentar padrões semelhantes, como 
será discutido a seguir. 
 Iniciando a discussão com resultados obtidos a partir do Índice de 
Qualidade de Sono de Pittsburgh, a primeira evidência a que se chega (considerando 
a Tabela 1) foi de que os jovens de faixa etária de 18 a 39 anos têm mais horas de 
sono por noite do que os adultos mais velhos de faixa etária acima de 40 anos. Este 
resultado vai em direção à posição de Madalena (1979), ao afirmar que o homem 
normalmente não dorme as mesmas horas nas diversas faixas etárias de sua vida, 
dormindo mais entre os 16 e os 30 anos. Inclusive, o autor propõe que os distúrbios 
do sono sejam estudados levando em consideração a idade - como no caso do 
presente relatório, apesar da amostra pequena. 
É sabido que a má qualidade do sono “afeta diretamente a qualidade de 
vida humana, pois parece estar envolvida com o aumento da morbidade por disfunção 
autonômica e distúrbios psiquiátricos” (ARAÚJO, 2013). No experimento, conforme a 
idade aumentou, mais diferentes foram as avaliações dos participantes em relação à 
qualidade do próprio sono (Tabela 2), o que indica que este é influenciado não só por 
fatores biológicos como idade, mas por fatores do próprio histórico de vida, como 
tendência e estresse e sensibilidade. 
Observando os resultados dos quadros 1, 2, 3 e 4, nota-se que as queixas 
mais comuns de perturbação do sono para ambas as faixas etárias foram acordar no 
meio da noite (geralmente para ir ao banheiro) e ronco alto. Acordar no meio da noite 
pode indicar problemas físicos e emocionais, que levam geralmente a este quadro de 
insônia. Sobre essa queixa, Feldman (2015) afirma que a insônia é subjetiva, sendo 
que muitas pessoas que se queixam apresentam um sono perfeitamente normal 
quando analisado em laboratório – o que não exclui a possibilidade de um distúrbio 
grave que necessite investigação mais detalhada. Sobre o ronco alto, Madalena 
(1979) afirma que este geralmente é resultado da posição em que a pessoa dorme, 
ingestão de álcool e tabaco ou pode ser um defeito da mandíbula, em que há pouco 
23 
 
espaço para a passagem de ar. De qualquer forma, mais recentemente estuda-se a 
relação deste com obesidade, sedentarismo e risco de doenças cardíacas como 
arritmias e acidente vascular cerebral (AVC). 
Por outro lado, a queixa menos comum (também para ambos os grupos) 
foi não respirar confortavelmente ou apresentar paradas na respiração, sintomas de 
apneia do sono, distúrbio raro no qual, de acordo com Feldman (2015) a pessoa para 
de respirar enquanto dorme. Segundo o autor, durante um episódio de apneia, a 
pessoa adormecida acorda para voltar a respirar, mas essas estimulações são tão 
rápidas que a pessoa geralmente não tem consciência delas. Como consequência, as 
pessoas que sofrem desse problema podem, mesmo após passarem muitas horas na 
cama, sentirem-se sonolentas no dia seguinte, a ponto de não conseguir realizar suas 
atividades normais. 
Sobre o uso de medicamento para dormir (que não divergiu muito entre os 
dois grupos etários) e a dificuldade para permanecer acordado durante o dia e manter-
se entusiasmado, estes também relacionam-se à insônia, queixa comum atualmente 
principalmente devido à quantidade de coisas em que precisamos pensar ao longo do 
dia e normalmente nos tiram o sono (MELLO et. al., 2002). De acordo com Reite, 
Ruddy e Nagel (2004), a maioria das pessoas apresenta essa queixa por curto período 
de tempo, geralmente associada a períodos de estresse, excitação ou expectativa, 
mudanças no horário para dormir, perdas familiares ou durante alguma doença. Sobre 
as consequências da insônia, sabe-se que envolvem perda de algumas habilidades 
cognitivas importantes, conforme afirma Madalena (1979): 
Como consequência da sua insônia, os pacientes apresentam durante o dia 
perturbações da clareza de consciência, menor capacidade de concentração 
e elaborações mentais, redução da atenção, irritabilidade, sensação de 
astenia, de fadiga, ansiedade (MADALENA, 1979, p. 104) 
Reite, Ruddy e Nagel (2004) também apontam que os remédios para dormir 
podem ser utilizados para alguns casos de insônia, desde que devidamente 
acompanhados por um médico e também sendo utilizados da forma correta. O baixo 
uso de medicamento provavelmente está relacionado a não-necessidade em muitos 
casos quando a insônia é passageira, e também ao controle rígido da distribuição e 
venda desse tipo de medicamento no país. 
24 
 
As Tabelas 6 e 7 e o Gráfico 2, que comparavam a pontuação obtida em 
cada componente e a pontuação geral no Índice de Pittsburgh para as duas faixas 
etárias também trouxe alguns resultados interessantes: 
Em primeiro lugar, nota-se que o grupo etário até 40 anos obteve pior 
pontuação no componente 7: Disfunção Diurna. Na verdade, essa pontuação foi a pior 
não somente em relação a todos os componentes desse grupo, mas também em 
relação ao grupo etário acima de 40 anos. Este resultado relaciona-se com a 
Sonolência diurna (também abordada na Escala de Epworth, que será discutida 
adiante). Por ora, podemos dizer que os resultados das duas escalas se 
complementam, pois em ambas os participantes mais jovens tiveram um resultado 
pior quanto a esse aspecto em relação aos mais velhos. Sobre esse resultado temos 
que “os estudantes universitários e os adultos jovens frequentemente se queixam de 
sonolência diurna excessiva, mas geralmente os culpados são hábitos de sono 
inadequados e sono noturno insuficiente” (REITE; RUDDY; NAGEL, 2004). 
Adicionalmente, o grupo etário abaixo de 40 anos obteve a melhor 
pontuação no componente 4, Eficiência Habitual do Sono. A boa relação entre horas 
dormidas e horas passadas na cama indica que as pessoas mais jovens adormecem 
mais rápido e acordam menos durante a noite, o que representa menor probabilidade 
de insônia, uma queixa bastante conhecida. 
O grupo etário acima de 40 anos obteve pior pontuação no componente 1: 
Qualidade Subjetiva do sono, em que cada participante avaliou a qualidade do próprio 
sono. “Infelizmente, muitas pessoas estão sofrendo com padrões que não só as 
deixam com sono, mas também lhes negam uma sensação energizada de bem-estar 
(MIKULINCER et al., 1989 apud MYERS, 2014). Pensando nas funções do sono, é 
importante investigar melhor esses componentes que atrapalham o sono de cada 
pessoa, já que a privação de sono pode prejudicar a atenção, o tempo de reação, a 
coordenação motora, a toma de decisão e também pode ter efeitos negativos no 
funcionamento do sistema endócrino e imunológico do indivíduo (HILGARD & 
ATKINSON, 2012). 
Dois resultados semelhantes para os dois grupos etários foram no 
componente 6: Uso de Medicamento para dormir (em que ambos os grupos obtiveram 
uma pontuação considerada baixa), e no componente 2: Latência do Sono, com uma 
25 
 
pontuação razoavelmente alta. Sobre o uso de medicamento para dormir, já dissemos 
que seu baixo uso pelos participantes pode ser explicado pela não-necessidade (ou 
não-ida ao médico) e pela restrição de venda desse tipo de medicamento. Na verdade, 
o uso de medicamentos para dormir “pode ser uma problemática solução de longo 
prazo para a insônia por inúmeras razões. É possível errar na dose de pílulas de sono 
(especialmente em conjunto com o uso do álcool e ocorrer abuso desses 
medicamentos, além de efeitos colaterais indesejáveis” (WALSH & ROTH, 2011 apud 
FELDMAN, 2015). Já no que se refere à latência do sono, temos que os dois grupos 
sofreram algumas perturbaçõesdo sono, o que indica que estas podem ocorrer 
independentemente da idade. 
De forma geral, o grupo etário acima de 40 anos apresentou resultados 
piores nos componentes e na média geral em relação ao grupo etário abaixo de 40 
anos. O fato de as pessoas mais velhas terem uma relativamente pior qualidade do 
sono relaciona-se com fatores da própria vida: “mais e mais pessoas estão tentando 
colocar horas adicionais de vigília em uma tentativa de conciliar responsabilidades 
conflitantes no trabalho, família, casa e escola” (HILGARD & ATKINSON, 2012). O 
ritmo que muitas pessoas levam faz com que passemos grande parte do nosso tempo 
preocupados, e não consigamos nos desligar dessas preocupações num momento 
que deveria ser de relaxamento como é o sono. Também deve-se prestar atenção 
nesse fator, melhorando a qualidade de sono de adultos não só com o uso de 
remédios, mas também com técnicas de relaxamento e até hipnose, que diminuem o 
estresse e ansiedade. 
Agora, passemos aos resultados da Escala de Sonolência de Epworth. De 
acordo com Madalena (1979), “sonolência é um estado caracterizado por uma 
sensação e tendência para o sono. Pode ser transitória ou permanente”. Os resultados 
das Tabelas 3, 4 e 5 e do Gráfico 1 apontaram para uma maior sonolência diurna entre 
participantes abaixo de 40 anos - apesar de nenhum dos grupos ter apresentado 
resultado total na Escala que indique o diagnóstico de Sonolência Diurna Excessiva 
(SDE). 
De acordo com Reite, Ruddy e Nagel (2004), a SDE é raramente 
encontrada em jovens, mas quando presente, deve ser investigada. Aumentos na 
sonolência diurna nesse período podem ser secundárias ao sono noturno insuficiente 
ou hábitos de sono inadequados ou pode ser um prenúncio de emergência de 
26 
 
problemas mais sérios, como narcolepsia, depressão ou apneia do sono. Além disso, 
os autores também apontam que o teste é um meio incompleto de avaliar a 
sonolência, que deve passar por um bom histórico da função diurna feita por um 
médico. 
O médico deve perguntar ao paciente a respeito do estado de alerta durante 
o dia, enfatizando os horários nos quais a sonolência pode ser mais provável, 
como em situações sedentárias ou entediantes. O médico deve (...) perguntar 
especificamente ao paciente sobre sonolência incontrolável durante 
atividades como comer, andar, conversar, dirigir ou operar equipamento, 
examinando a diminuição sutil no estado de alerta manifestada por reduções 
no desempenho no trabalho, dificuldade com a memória ou períodos de 
confusão. O uso de cafeína e outros estimulantes (...) também pode indicar a 
presença de um transtorno de SDE. Todos os medicamentos usados devem 
ser revisados em relação a um possível efeito colateral sedativo ou 
estimulante. Além disso, também têm valor diagnóstico o início, a duração e 
uma possível periodicidade da sonolência diurna. O médico deve obter um 
histórico familiar a respeito de sintomas de sonolência excessiva e cataplexia. 
(REITE; RUDDY; NAGEL, 2004, p. 126-127) 
Concluindo o tema de sonolência diurna, observa-se que esta deve ser 
cuidadosamente avaliada pelo profissional designado para tal diagnóstico. Além disso, 
é preciso atentar-se para o fato de que a sonolência diurna prejudica o desempenho 
em tarefas que envolvem tomada de decisão complexas e desempenho superior em 
problemas de difícil compreensão verbal (FELDMAN, 2015). 
Finalmente, considera-se que embora as conclusões do relatório tenham 
sido baseadas em uma pequena amostra, este foi muito esclarecedor no sentido de 
identificar algumas perturbações do sono e por que ocorrem. Os mais diversos autores 
de Psicologia concordam que o sono é um fenômeno psicológico extremamente 
importante para o bem-estar físico e mental do ser humano. E, seja qual for o motivo, 
perturbações deste devem sempre ser questionadas e ajuda profissional deve ser 
considerada para que a condição não evolua para um quadro mais grave. 
 
 
 
 
 
 
27 
 
REFERÊNCIAS 
ARAUJO, M. F. M. et al. Avaliação da qualidade do sono de estudantes universitários 
de Fortaleza-CE. Texto & Contexto Enfermagem. Florianópolis, v. 22, n. 2, p. 352-
360, abr./jun. 2013. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
07072013000200011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 8 de maio de 2017. 
ATKINSON, R.C; ATKINSON, R.C; SMITH, E.E; BEM; D.J; NOLEN-HOEKSEMA S; 
SMITH, C.D. Introdução à psicologia de Hilgard. 13. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. 
BERTOLAZI, A. N. et al. Validação da escala de sonolência de Epworth em português 
para uso no Brasil. Jornal Brasileiro de Pneumologia. São Paulo, v. 35, n. 9, p. 877-
883, set. 2009. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
37132009000900009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 8 de maio de 2017. 
CARDOSO, H. C. et al. Avaliação da qualidade do sono em estudantes de 
Medicina. Revista Brasileira de Educação Médica. Rio de Janeiro, v. 33, n. 3, p. 349-
355, set. 2009. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
55022009000300005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 8 de maio de 2017. 
DAVIDOFF, L.L. Introdução à Psicologia. 3. ed. São Paulo: MAKRON, 2001. 
FELDMAN, R.S. Introdução à Psicologia. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. 
HILGARD, E.R; ATKINSON, R.C. Introdução à psicologia. 15. ed. São Paulo: 
CENGAGE Learning, 2012. 
MADALENA, J.C. O Sono: normal, patológico, terapêutico. São Paulo: Byk Procienx, 
1979. 
MELLO, M.T. et al. Avaliação do padrão e das queixas relativas ao sono, cronotipo e 
adaptação ao fuso horário dos atletas brasileiros participantes da paraolimpíada em 
Sidney - 2000. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Niterói, v. 8, n. 3, p. 122-
128, jun. 2002. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-
86922002000300010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 2 de junho de 2017. 
MYERS, D.G. Psicologia. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014. 
REITE, M; RUDDY, J; NAGEL, K. Transtornos do sono. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 
2004. 
 
 
 
 
 
 
28 
 
ANEXOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
ESCALA DE SONOLÊNCIA DE EPWORTH (ESS – BR) 
 
Nome (iniciais): __________________________ Idade: _________ Data: ____/ _____/ _____ 
Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino 
 
 
Qual a probabilidade de você cochilar ou dormir, e não apenas se sentir cansado, nas 
seguintes situações? 
Considere o modo de vida que você tem levado recentemente. Mesmo que você não 
tenha feito destas coisas recentemente, tente imaginar como elas o afetariam. Escolha o 
número mais apropriado para responder cada questão: 
 
0 = nunca cochilaria 
1 = pequena probabilidade de cochilar 
2 = probabilidade média de cochilar 
3 = grande probabilidade de cochilar 
 
Situação Probabilidade de Cochilar 
 0 1 2 3 
Sentado e lendo 
 
 
Assistindo TV 
 
 
Sentado, quieto, em um lugar público (teatro, 
reunião ou palestras) 
 
Andando de carro por uma hora sem parar, como 
passageiro 
 
 
Ao deitar-se à tarde para descansar, quando 
possível 
 
 
Sentado conversando com alguém 
 
 
Sentado quieto após o almoço sem bebida de álcool 
 
 
Em um carro parado no trânsito por alguns minutos 
 
 
 
30 
 
AVALIAÇÃO DA ESCALA 
ESCALA DE SONOLÊNCIA DE EPWORTH (ESS – BR) 
 
 
Somatória simples dos resultados anotados pelo respondente. De acordo com 
os autores o escore global varia de 0 a 24, sendo que os escores acima de 10 
sugerem o diagnóstico da Sonolência Diurna Excessiva (SDE).31 
 
ÍNDICE DE QUALIDADE DE SONO DE PITTSBURG (PSQI-BR) 
 
Nome (iniciais): __________________________ Idade: _________ Data: ____/ _____/ _____ 
 
Instruções: 
As seguintes perguntas são relativas aos seus hábitos usuais de sono durante o último mês somente. Suas respostas 
devem indicar a lembrança mais exata da maioria dos dias e noites no último mês. Por favor, responda todas as 
perguntas. 
1. Durante o último mês, quando você geralmente foi para a cama à noite? Hora usual de deitar: __________ 
2. Durante o último mês, quanto tempo você geralmente levou para dormir à noite? Tempo (minutos): ______ 
3. Durante o último mês, quando você geralmente levantou de manhã? Hora usual de levantar: ___________ 
4. Durante o último mês, quantas horas de sono teve por noite (pode ser diferente do número de horas que 
ficou na cama). Horas de sono por noite: _________ 
 
Para cada uma das questões restantes, marque a melhor (uma) resposta. Por favor, responda a todas as questões. 
5. Durante o último mês, com que frequência você teve dificuldade de dormir porque você ... 
 Nenhuma vez no 
último mês 
Menos de 1 vez/ 
semana 
1 ou 2 vezes / 
semana 
3 ou mais vezes 
na semana 
a) Não conseguiu 
adormecer em 30 
minutos. 
 
b) Acordou no meio da 
noite ou de manhã cedo. 
 
c) Precisou levantar para 
ir ao banheiro. 
 
d) Não conseguiu respirar 
confortavelmente. 
 
e) Tossiu ou roncou forte 
 
 
f) Sentiu muito frio 
 
 
g) Sentiu muito calor 
 
 
h) Teve sonhos ruins 
 
 
i) Teve dor 
 
 
 
Outra (s) razão (ões), por favor, descreva: _________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________________ 
6. Durante o último mês, como você classificaria a qualidade do seu sono de uma maneira geral? 
( ) Muito boa ( ) Boa ( ) Ruim ( ) Muito Ruim 
 
32 
 
 
7. Durante o último mês, com que frequência você tomou medicamento ( prescrito ou “por conta própria”) 
para lhe ajudar a dormir? 
( ) Nenhuma no último mês ( ) Menos de 1 vez / semana 
( ) 1 ou 2 vezes / semana ( ) 3 ou mais vezes / semana 
8. No último mês, com que frequência você teve dificuldade de ficar acordado enquanto dirigia, comia ou 
participava de uma atividade social (festa, reunião de amigos, trabalho, estudo)? 
( ) Nenhuma no último mês ( ) Menos de 1 vez / semana 
( ) 1 ou 2 vezes / semana ( ) 3 ou mais vezes / semana 
9. Durante o último mês, quão problemático foi para você manter o entusiasmo (ânimo) para fazer as coisas 
(suas atividades habituais)? 
( ) Nenhuma no último mês ( ) Menos de 1 vez / semana 
( ) 1 ou 2 vezes / semana ( ) 3 ou mais vezes / semana 
10. Você tem um parceiro (a) / esposo (a) ou colega de quarto? 
 ( ) Não ( ) Parceiro ou colega, mas em outro quarto 
 ( ) Parceiro / colega no mesmo quarto, mas não na mesma cama ( ) Parceiro na mesma cama 
 
Se você tem parceiro ou colega de quarto, pergunta a ele/ela com que frequência no último mês você teve ... 
 
 Nenhuma vez no 
último mês 
Menos de 1 vez/ 
semana 
1 ou 2 vezes / 
semana 
3 ou mais vezes 
na semana 
a) Ronco forte 
 
 
b) Longas paradas na 
respiração enquanto 
dormia 
 
c) Contrações ou puxões 
nas pernas enquanto 
dormia 
 
d) Episódios de 
desorientação ou 
confusão durante o sono 
 
e) Outras alterações/ 
Inquietações enquanto 
você dorme, por favor, 
descreva: _____________ 
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