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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA FACULDADE DE PSICOLOGIA CAMILA SAKAMAE PIETRO LETÍCIA BATISTA CALDEIRA NATÁLIA SILVEIRA LISBÔA PEDRO MISAILIDIS ANTONINI CONSCIÊNCIA: SONO E DISTÚRBIOS CAMPINAS 2017 CAMILA SAKAMAE PIETRO LETÍCIA BATISTA CALDEIRA NATÁLIA SILVEIRA LISBÔA PEDRO MISAILIDIS ANTONINI CONSCIÊNCIA: SONO E DISTÚRBIOS PUC-CAMPINAS 2017 Relatório apresentado à disciplina de Fenômenos e Processos Psicológicos A, da Faculdade de Psicologia, do Centro de Ciências da Vida, como parte das atividades do laboratório exigidas para aprovação. Orientador: Prof(a). Dr(a). Karina de Carvalho Magalhães 2 INTRODUÇÃO TEÓRICA O relatório a seguir foi baseado em um experimento utilizando dois testes sobre sono, visando aprimorar os conhecimentos adquiridos nas aulas teóricas de Fenômenos e Processos Psicológicos A. No experimento, 20 participantes responderam a dois questionários sobre Sonolência Diurna e Qualidade do Sono a fim de provar a importância da consciência e seus diferentes estados, e comparar os diferentes resultados de acordo com o grupo etário e suas possíveis causas e consequências. Tema fascinante e de suma importância para a Psicologia, a consciência, de acordo com Myers (2014) seria definida entre os psicólogos, atualmente, como a percepção de si mesmo e do ambiente em que o indivíduo está inserido. Tal fator possibilitaria uma capacidade maior de adequação deste ao meio, especulação que os psicólogos evolucionistas acreditam ter sido a vantagem evolutiva que o ser humano possui em relação a outros organismos. Para Atkinson et. al. (2002) a consciência é fundamental para que haja um monitoramento, por parte do indivíduo, do ambiente em que este está inserido, e também o controle tanto deste ambiente como de nós mesmos. Nesse sentido monitoramento seria o papel da consciência em selecionar apenas alguns estímulos e ignorar outros, utilizando da atenção seletiva de modo a priorizar a sobrevivência do ser e não sobrecarrega-lo com informações secundárias. Controle seria a capacidade da consciência de planejar, iniciar e orientar as ações, de modo que elas se relacionem com os eventos existentes ao redor. O sono, por sua vez, é uma perda decrescente de consciência, em que alcançamos um estado diferente da inconsciência. Ele foi estudado desde a década de 1930, e ao longo do tempo as pesquisas passaram a utilizar o eletroencefalograma para medir as ondas cerebrais, determinando assim a profundidade do sono e em que momento ocorria o sonho. “A análise dos padrões de ondas cerebrais indica que existem cinco estágios do sono: quatro estágios com diferentes profundidades e um quinto estágio, conhecido como sono com movimento ocular rápido (ou sono REM)” (ATKINSON et al, 2002). De acordo com Myers (2014), no primeiro estágio do sono inicia-se um estado de sonolência com lentas ondas de um estado relaxado e desperto. Nesse estágio há 3 as chamadas sensações hipnagógicas, além de sensações de queda ou leve flutuação. No segundo estágio – em que a pessoa encontra-se adormecida, mas pode ser facilmente acordada – ocorrem os fusos de sono, que são surtos de atividade cerebral que duram um ou dois segundos, apresentando atividade rápida e ritmada de ondas cerebrais. O terceiro estágio é uma fase de transição para o quarto estágio, caracterizada por ondas deltas amplas e lentas. No quarto estágio, a pessoa encontra- se em um sono profundo, continuando a emitir ondas delta e seu cérebro ainda processa alguns estímulos. Esses quatro primeiros estágios são denominados NREM. O quinto estágio do sono, denominado REM, inicia-se aproximadamente uma hora após o adormecer. Ainda de acordo com Myers (2014), nesse estágio há intensa atividade cerebral e o tronco encefálico bloqueia o córtex cerebral motor deixando os músculos relaxados, ou seja, o corpo fica internamente agitado e externamente calmo. Outra característica marcante desse estágio são os movimentos rápidos dos olhos, sendo percebido mesmo com a pálpebra fechada, marcando o início de um sonho. O sono REM representa até 25% do tempo total de sono, sendo essencial para o bem-estar físico e psicológico do indivíduo, além de ajudar a fixar as experiências vividas na memória permanente. Os cinco estágios do sono descritos anteriormente formam o ciclo do sono, que dura cerca de noventa minutos, ocorrendo quatro a cinco ciclos em um período de sono noturno. Os sonhos acontecem tanto no sono NREM quanto no sono REM, porém há diferenças no tipo do sonho. Segundo Atkinson et al (2002), no sono REM os sonhos são extremamente vívidos e complexos, além das pessoas conseguirem, na maioria das vezes, recordar-se deles. Já no sono NREM, os sonhos não são tão visuais nem emocionalmente carregados, além de serem lembrados com mais dificuldade e com menos frequência. De acordo com Feldman (2015), o sono REM e o sono de ondas lentas são importantes pois contribuem para firmar o aprendizado que ocorre durante o dia (processo chamado de consolidação da memória). Além disso, alguns estudos também sugerem que a fase REM possa promover insights criativos relacionados à aprendizagem (STICKGOLD & WALKER, 2004 apud FELDMAN, 2015). Os distúrbios ou transtornos do sono ocorrem quando existe a incapacidade do indivíduo de possuir uma noite de sono que ele classifique como 4 adequada de modo a não haver prejuízos em sua rotina, por exemplo um funcionamento diurno de não-qualidade ou uma excessiva sonolência (ATKINSON et. al., 2002). Os transtornos do sono trazem diversas consequências negativas para o indivíduo, tais como perda de qualidade de vida, disfunção autonômica, diminuição do rendimento em atividades acadêmicas e profissionais, diminuição da vigilância causando prejuízos na segurança pessoal e um aumento considerável na incidência de transtornos psicológicos. Além desses fatores, pessoas que dormem mal tem uma expectativa de vida menor, uma taxa de morbidade maior e são mais suscetíveis ao envelhecimento precoce (CARDOSO et. al., 2009). De acordo com Feldman (2015), a insônia é o mais comum entre os transtornos do sono, e diz respeito a problemas crônicos relacionados à incapacidade de dormir adequadamente que resulta na fadiga diurna e no funcionamento comprometido. O caráter da insônia é majoritariamente subjetivo, percebendo-se esse fato “quando muitos dos que procuram tratamento para esse transtorno apresentam um sono considerado padrão nos laboratórios, deixando claro que os relatos subjetivos dos indivíduos nem sempre se assemelham com medidas mais objetivas de identificar esse problema” (ATKINSON et. al., 2002). Os terrores noturnos são “despertares repentinos de sono NREM acompanhados de extremo medo, pânico e forte excitação fisiológica” (HUMPHREYS & WILLIAMS, 2007 apud FELDMAN, 2015). De acordo com Myers (2014), são mais frequentes em crianças, que passam a apresentar durante o sono sintomas como a fala incoerente, o ato de se sentar ou caminhar, o aumento da frequência cardíaca e respiratória e a transpassar terror. Diferente dos pesadelos que ocorrem normalmente durante o sono REM, esse distúrbio é relacionado ás primeiras horas do sono no estágio 4; devido a essa característica, os indivíduos não se recordam dos episódios na manhã seguinte; no máximo se lembram de uma imagem considerada assustadora. Outro distúrbio que afeta mais crianças é o sonambulismo, caracterizado por andar enquanto se dorme, ocorrendoquando a pessoa se levanta da cama e vagueia ainda dormindo (FELDMAN, 2015). Ele atinge mais essa faixa etária pois crianças porque elas possuem o estágio 4 mais duradouro que os adultos, ou seja, 5 conforme vamos envelhecendo e o estágio 4 vai diminuindo os distúrbios também diminuem. Geralmente o sonambulismo não apresenta um grande risco e não há lembrança dos episódios na manhã seguinte (MYERS, 2014). A narcolepsia é um distúrbio em que o indivíduo vivência uma sonolência periódica e involuntária, com ataques durando cerca de cinco minutos e ocorrendo em situações aleatórias do cotidiano. Pesquisas apontam que a narcolepsia tem relação com uma relativa ausência de um centro neural hipotalâmico que produz uma substancia química denominada orexina, que funciona como um neurotransmissor relacionado à vigilância. Ao reunir essas informações os pesquisadores buscam atualmente uma substância que mimetize a orexina ausente de modo a possibilitá-la de cruzar a barreira hematoencefálica. (MYERS, 2014). De acordo com Reite, Ruddy e Nagel (2004), o sintoma mais perigoso da narcolepsia é o início súbito do sono sem nenhum aviso, que pode resultar em acidentes no trânsito ou no trabalho. Evidências indicam que alguns pacientes narcolépticos têm um ritmo em sua tendência à sonolência durante o dia que pode ser similar à periodicidade aproximada de 90 minuos do sono REM durante o sono noturno. A medida que o dia prossegue, torna- se cada vez mais difícil evitar um cochilo. O indivíduo que apresenta o transtorno denominado apneia do sono tem sua respiração interrompida intermitentemente durante o sono (MADALENA, 1979). O que ocorre é a diminuição de oxigênio no sangue, fator que faz com que haja a secreção de hormônios de emergência para que o indivíduo desperte em seguida para aspirar uma quantidade de ar e retornar ao seu estado anterior de inconsciência. Esses episódios podem ocorrer diversas vezes numa mesma noite se o caso for grave. (MYERS, 2014). Não há a lembrança dos acontecimentos na manhã seguinte, porém há sintomas desse distúrbio, como intensa fadiga e indício de depressão. (ATKINSON et. al., 2002) De forma geral, demonstrou-se que indivíduos privados de sono, em virtude de limitações na quantidade ou qualidade de sono, são frequentemente incapazes de responder rapidamente a estímulos externos e têm maior dificuldade de concentração, o que prejudica sua capacidade de desempenhar certas atividades (BERTOLAZI et al., 2009). 6 Algumas teorias do sono visam explicar por que dormimos e por que em alguns momentos dormimos e em outros estamos acordados. Segundo teorias evolutivas, passamos a dormir durante a noite quando a caça e coleta eram cessadas, e aqueles que não se locomoviam e ficavam em cavernas tinham menos chances de morrer por pedras, despenhadeiros e até mesmo de serem predados (MOORCROFT, 2003 apud MYERS, 2014). Em segundo lugar, o sono ajuda na reparação do tecido cerebral, pois enquanto estamos acordados produzimos algumas moléculas tóxicas para os neurônios. Dormir permite aos neurônios se repararem, fazendo com que conexões não utilizadas sejam enfraquecidas (SIEGEL, 2003; VYAZOVSKI et al., 2008 apud MYERS, 2014). Além disso, muitas teorias do sono apontam o papel deste como um reconstrutor e restaurador de experiências vividas ao longo do dia, servindo como um criador de memórias (WALKER E STICKGOLD, 2006 apud MYERS, 2014), com papel de alimentar o pensamento criativo e até ajudar no crescimento (PEKKANEN, 2982 apud MYERS, 2014). Dois importantes pesquisadores do sono, Dale Edgar e William Derment, também trabalharam com a questão de por que dormimos. Em 1992 eles propuseram o que ficou conhecido como Modelo de Processos Oponentes Sono-Vigília. De acordo com o modelo, a tendência de adormecer ou se manter acordado seria regida por dois processos oponentes: o processo de alerta circadiano e o impulso homeostático do sono (HILGARD & ATKINSON, 2012). A seguir há uma breve descrição dos dois processos para finalizar com a explicação da teoria. “O impulso homeostático do sono é um processo fisiológico que se esforça para obter a quantidade de sono necessária para um nível estável de alerta durante o dia. (...) Se dormimos muito pouco na noite anterior, a tendência de adormecer durante o dia será significativa” (HILGARD & ATKINSON, 2012). “O processo de alerta circadiano, situado no cérebro, é aquele que nos faz despertar todos os dias em um determinado horário. Ele é controlado pelo chamado relógio biológico” (HILGARD & ATKINSON, 2012). De acordo com Feldman (2015), o 7 ritmo circadiano é o nome que damos a nosso relógio biológico, sincronizado com o ciclo de 24 horas do dia, ajustado de acordo com a intensidade luminosa do ambiente. Ainda de acordo com Hilgard & Atkinson (2012), a interação desses dois processos seria responsável por produzir nosso ciclo diário de sono e vigília, fazendo- se prevalecer a força relativa de cada processo dependendo de estarmos em nosso estado de alerta ou de impulso do sono: durante o dia, o estado de alerta superaria o impulso para dormir, e de noite esse quadro se reverteria. A consciência é um tema bastante extenso e interessante, e quando se fala em sono, sempre há algum comentário a fazer. Prosseguindo com o relatório sobre as duas escalas de componentes do sono, apresenta-se uma descrição de como o experimento foi feito, os resultados e uma breve discussão a respeito destes. 8 OBJETIVOS - Analisar os hábitos usuais de sono relacionando-os com a teoria. - Comparar os hábitos usuais de sono entre as duas faixas etárias. - Analisar e comparar os resultados obtidos pelas duas faixas etárias nas Escalas de Sonolência Diurna e Qualidade do Sono. MÉTODO SITUAÇÃO Os participantes 1, 2, 3, 4, 5, 6, 11 e 12 tiveram os dois testes do experimento aplicados no dia 14 de maio de 2017, em uma sala retangular, onde havia dois sofás perpendiculares, 2 cadeiras e uma grande estante com uma televisão (que permaneceu desligada). O entrevistador sentou-se em um dos sofás, e o entrevistado em outro, de forma que ficaram frente a frente. Ao entrevistado foi fornecida uma prancheta para que ele pudesse anotar suas respostas dos dois testes de forma mais confortável. As janelas e cortinas ao fundo da sala permaneceram abertas, as luzes apagadas, o ventilador desligado, e a porta, fechada. O aplicador ficou presente durante todo o tempo de aplicação dos questionários junto ao entrevistado para retirar qualquer dúvida que pudesse surgir. Os participantes 7, 19 e 20 tiveram os dois testes aplicados em 20 de maio de 2017. Os participantes 8, 9, 15 e 18 tiveram os mesmos aplicados em 21 de maio de 2017. Os participantes e o aplicador sentaram-se em uma sala retangular composta por dois sofás perpendiculares, sendo que o aplicador sentou-se em um sofá, e o participante, em outro. Havia também uma estante com uma televisão (que permaneceu desligada) e uma mesinha no centro da sala, em que foram colocadas as cópias dos testes e canetas. Além disso, a sala estava com as portas e janelas fechadas, a fim de que nenhum ruído externo atrapalhasse a concentração do participante. Além disso, luzes permaneceram acesas e as cortinas, fechadas. O aplicador ficou presente durante todo o tempo de aplicação dos questionários junto ao entrevistado para retirar qualquer dúvida que pudesse surgir. Os participantes 10, 13, 14, 16 e 17 tiveram os dois testes aplicados no dia 07 de maio de 2017, em uma sala retangular, onde havia uma mesa disposta no centro9 com cinco cadeiras em cada lateral, um ventilador (que permaneceu desligado) e um armário paralelo à mesa – mas sua utilização não foi necessária. A porta foi fechada para que nenhum ruído exterior atrapalhasse a concentração do participante. A luz também foi acessa para facilitar a visualização do questionário. O aplicador sentou-se de frente para o participante e ficou presente durante todo o tempo de aplicação dos questionários junto ao entrevistado para retirar qualquer dúvida que pudesse surgir. PARTICIPANTES Para o experimento foram selecionados 20 participantes ao acaso, sendo 10 participantes com idade entre 18 a 39 anos e 10 participantes com idade superior a 40 anos. - Participante 1: G.S.L., 19 anos, sexo feminino. - Participante 2: N.S.L., 21 anos, sexo feminino. - Participante 3: A.B., 21 anos, sexo masculino. - Participante 4: S.A.F., 22 anos, sexo feminino. - Participante 5: L.S.G.B., 21 anos, sexo masculino. - Participante 6: R.M.J., 21 anos, sexo masculino. - Participante 7: T.S.B., 24 anos, sexo feminino. - Participante 8: L.C.C.O., 22 anos, sexo feminino. - Participante 9: I.C.O., 20 anos, sexo feminino. - Participante 10: C.R.S., 39 anos, sexo feminino. - Participante 11: S.L.M.L., 50 anos, sexo masculino. - Participante 12: E.S.L., 49 anos, sexo feminino. - Participante 13: J.C.P., 44 anos, sexo masculino. - Participante 14: R.F.S., 42 anos, sexo masculino. - Participante 15: S.R.S.P., 57 anos, sexo feminino. - Participante 16: S.F.S.P., 44 anos, sexo feminino. - Participante 17: C.F.S.C., 42 anos, sexo feminino. - Participante 18: A.B.C., 41 anos, sexo feminino. - Participante 19: R.S., 47 anos, sexo feminino. - Participante 20: R.D., 57 anos, sexo feminino. 10 MATERIAL - Escala de Sonolência de Epworth (ESS – BR) - Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI – BR) PROCEDIMENTO Após todos os participantes do experimento terem sido definidos, o aplicador do teste os chamou individualmente ao cômodo em que o teste seria realizado (de acordo com a disponibilidade dos aplicadores e participantes). O aplicador sentou-se de frente para o participante e explicou que o experimento consistiria em responder dois testes: a Escala de Sonolência de Epworth, sobre sonolência diurna, e o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh, sobre características gerais do sono. Também foi explicado aos participantes que não havia respostas certas ou erradas; o objetivo seria simplesmente avaliar a qualidade do sono de um grupo de pessoas através dos dois testes, por isso as respostas precisariam ser sinceras, baseadas na realidade. A seguir, foi entregue para cada participante uma cópia impressa da Escala de Sonolência de Epworth e outra do Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh. Inicialmente, o aplicador pediu ao participante que colocasse as iniciais de seu nome, a idade, a data e o sexo no espaço apropriado de cada um dos testes. A seguir, cada participante pode ler e responder seu próprio questionário, enquanto o aplicador aguardava sentado caso houvesse necessidade de tirar alguma dúvida. Após o término do preenchimento dos dois questionários por parte do participante, o aplicador agradeceu-lhe pela participação e finalizou a entrevista. RESULTADOS Antes de apresentar os resultados do experimento, convém apresentar brevemente os dois testes: a Escala de Sonolência de Epworth e o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh, e expressar os critérios de pontuação de cada um destes. 11 O Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI – BR) avalia a qualidade geral do sono e também a presença de perturbações deste ao longo do último mês. O questionário consiste em 10 questões: as quatro primeiras se referem aos horários em que o participante foi para a cama, acordou, quanto tempo levou para adormecer e quanto tempo dormiu por noite. A questão 5 consiste em apontar quantas vezes por semana, no último mês, foi difícil dormir por conta de diferentes tipos de perturbação no sono, como acordar no meio da noite para ir ao banheiro ou não conseguir adormecer em 30 minutos. A questão 6 consiste em uma avaliação geral da qualidade do sono por parte do participante. A questão 7 é sobre o uso de medicamentos para dormir. As questões 8 e 9 referem-se a dificuldade de ficar acordado durante o dia e se manter disposto para realizar as atividades rotineiras. Por fim, a questão 10 – com 5 itens - é direcionada ao parceiro de cama/quarto a respeito dos hábitos de sono do participante. A contagem de pontos desse questionário é feita a partir de 7 componentes: qualidade subjetiva do sono, latência do sono, duração do sono, eficiência habitual do sono, alterações do sono, uso de medicamentos para dormir e disfunção diurna do sono. Para cada componente, a pontuação varia de zero a 3, sendo zero “nenhuma dificuldade” e 3 “dificuldade severa”. A soma total dos componentes, portanto, varia de zero a 21, sendo que quanto maior a pontuação, pior a qualidade do sono do participante. Já a Escala de Sonolência de Epworth* (ESS – BR) tem como objetivo avaliar a sonolência diurna. O teste consiste em 8 diferentes situações para as quais o participante deve responder qual a probabilidade de cochilar ou dormir em cada uma delas. Para responder, o participante marca um número de acordo com a legenda: 0 corresponde a “nunca cochilaria”; 1 corresponde a “pequena probabilidade de cochilar”; 2 “probabilidade média de cochilar” e 3 “grande probabilidade de cochilar”. A pontuação, que varia de 0 a 24, é dada pela somatória simples das marcações do participante. Pontuações acima de 10 sugerem um diagnóstico de Sonolência Diurna Excessiva (SDE). Explicados os dois questionários, passemos aos resultados. As Tabelas 1, 2, 6 e 7, os Quadros 1, 2, 3 e 4 e o Gráfico 2 referem-se aos resultados utilizando o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh; As Tabelas 3, 4 e 5 e o Gráfico 1 referem- se à Escala de Sonolência de Epworth. 12 Tabela 1 – Resultados em média considerando a qualidade do sono - parte 1 por faixa etária Faixa (18 - 39 anos) Faixa (Acima de 40 anos) Hora de deitar 22h35 23h50 Tempo para dormir (em minutos) 31,0 39,0 Hora de levantar 6h40 7h00 Horas de sono por noite 7,05 5,76 A Tabela 1, elaborada a partir do Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh, procura evidenciar a rotina básica de sono dos dois grupos etários. Observa-se na última linha que a faixa etária até 40 anos tem, em média, 7 horas de sono por noite, enquanto a faixa etária a partir de 40 anos tem menos de 6 horas de sono por noite. Além disso, após os devidos cálculos, observa-se que o grupo até 40 anos fica, por noite, um pouco mais de 8 horas na cama (22h35 a 6h40), e demora um pouco mais que 30 minutos para adormecer. O grupo a partir de 40 anos fica na cama 7 horas por noite (23h50 a 7h00) e demora 8 minutos a mais que o primeiro grupo para adormecer. Tabela 2 – Resultados em porcentagem considerando a qualidade do sono geral - parte 2 (pergunta 6) por faixa etária Faixa (18 - 39 anos) Faixa (Acima de 40 anos) Muito boa 10% 10% Boa 70% 30% Ruim 10% 30% Muito ruim 10% 30% A Tabela 2, também baseada no Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh, mostra a avaliação geral dos participantes a respeito do próprio sono. No grupo até 40 anos, 70% dos participantes (i.e., sete pessoas) avaliou a qualidade do próprio sono como “boa”. Apenas três participantes do grupo consideraram a qualidade do próprio sono como “muito boa”, “ruim” ou “muito ruim”. Já no grupo etário acima de 40 anos, os resultados foram mais dispersos: 30% dos participantesavaliaram a qualidade do próprio sono como “boa”, 30% avaliaram a qualidade do próprio sono como “ruim”, e 30% avaliaram a qualidade do sono como “muito ruim”. Apenas um participante do grupo avaliou a qualidade de seu sono como “muito boa”. 13 Os 4 quadros a seguir mostram os resultados separados dos dois grupos etários no Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh: Quadro 1 – Resultados considerando a qualidade do sono - parte 3 (perguntas 5, 7, 8 e 9) por faixa etária Participantes Faixa (18 - 39 anos) P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 Dormir em até 30 minutos 3 2 2 4 2 4 1 3 2 3 Acordar no meio da noite 2 4 4 3 2 3 2 2 2 4 Levantar para ir ao banheiro 2 4 2 3 2 3 2 2 2 4 Não respirar confortável 1 1 1 1 2 1 1 3 1 1 Tossir ou roncar forte 1 1 1 1 3 1 1 4 1 1 Sentir frio 2 2 1 1 2 1 1 2 1 2 Sentir calor 2 1 1 1 1 1 2 3 1 2 Ter sonhos ruins 3 4 1 4 1 3 2 3 2 2 Ter dor 1 3 1 1 1 1 2 2 1 2 Tomar medicamento 1 3 1 4 1 1 1 1 1 2 Difícil ficar acordado/atividades 2 4 1 1 1 1 1 3 1 1 Difícil manter entusiasmo 4 4 2 3 4 3 2 4 3 2 Legenda: 1 - Nenhuma vez no último mês; 2 - Menos de 1 vez por semana; 3 - 1 ou 2 vezes por semana; 4 - 3 ou mais vezes por semana; O Quadro 1 apresenta a frequência de algumas perturbações do sono no grupo etário até 40 anos durante o último mês. Nota-se que os Participantes 3, 7 e 9 foram os que tiveram menos perturbações do sono ao longo do último mês (somando 18 pontos cada), enquanto os Participantes 2 e 8 apresentaram um sono com maior número de perturbações no mesmo período (33 e 32 pontos, respectivamente). Além disso, as três queixas mais comuns de perturbação do sono no período foram 1) acordar no meio da noite (28 pontos); 2) não conseguir adormecer em trinta minutos (26 pontos); e 3) acordar no meio da noite para ir ao banheiro (26 pontos). A queixa menos comum do grupo foi não respirar confortavelmente (13 pontos). Outros fatos interessantes evidenciados pelo Quadro 1 são: 1) poucas pessoas do grupo etário utilizaram frequentemente algum tipo de medicamento para dormir no último mês (16 pontos); 2) poucas pessoas, também, alegaram ter tido muita dificuldade em permanecer acordado durante o dia para realizar as atividades (16 14 pontos). No entanto, 3) a maioria das pessoas do grupo alegou que, nesse período, foi difícil manter o entusiasmo para realizar as atividades rotineiras (31 pontos). Quadro 2 – Resultados considerando a qualidade do sono - parte 4 (pergunta 10 - avaliações de parceiros) por faixa etária Faixa (18 - 39 anos) P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 Ter ronco forte 1 3 1 4 2 2 2 4 1 1 Paradas na respiração 1 1 1 2 1 1 4 1 1 1 Contrações ou puxões nas pernas 1 4 1 1 3 1 4 2 1 1 Episódios de desorientação 2 4 1 1 3 1 1 1 2 2 Legenda: 1 - Nenhuma vez no último mês; 2 - Menos de 1 vez por semana; 3 - 1 ou 2 vezes por semana; 4 - 3 ou mais vezes por semana; O Quadro 2 mostra as avaliações de parceiros de quarto sobre a qualidade do sono do entrevistado. Nota-se que as queixas mais comuns de parceiros sobre o sono do entrevistado foram o ronco alto (21 pontos) e contrações/puxões nas pernas (19 pontos). A queixa menos comum foi em relação a paradas na respiração (14 pontos). Quadro 3 – Resultados considerando a qualidade do sono - parte 3 (perguntas 5, 7, 8 e 9) por faixa etária Participantes Faixa (Acima de 40 anos) P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 Dormir em até 30 minutos 1 1 1 4 2 1 4 2 4 3 Acordar no meio da noite 2 1 1 4 4 3 4 3 4 4 Levantar para ir ao banheiro 1 1 1 4 4 3 3 2 1 3 Não respirar confortável 1 1 1 1 1 1 1 1 4 4 Tossir ou roncar forte 1 1 1 2 2 1 1 2 4 4 Sentir frio 2 1 2 1 1 3 4 1 1 2 Sentir calor 1 2 1 4 2 1 1 2 4 4 Ter sonhos ruins 1 3 1 3 2 1 2 2 1 3 Ter dor 1 2 2 1 2 1 1 2 4 4 Tomar medicamento 1 1 1 2 1 1 1 1 4 3 Difícil ficar acordado/atividades 2 4 1 1 1 1 1 1 1 1 Difícil manter entusiasmo 2 2 3 1 2 1 1 1 4 4 Legenda: 1 - Nenhuma vez no último mês; 2 - Menos de 1 vez por semana; 3 - 1 ou 2 vezes por semana; 4 - 3 ou mais vezes por semana; 15 O Quadro 3 apresenta os mesmos dados do Quadro 1 acima, mas dessa vez para o grupo etário acima de 40 anos. Nesse caso, os Participantes 11 e 13 foram os que tiveram menos perturbações do sono ao longo do último mês (ambos somando 16 pontos), enquanto os Participantes 19 e 20 apresentaram um sono com maior número de perturbações no mesmo período (36 e 39 pontos, respectivamente). Assim como no grupo etário abaixo de 40 anos, a queixa mais comum de perturbação do sono foi acordar no meio da noite (30 pontos), enquanto a menos comum foi não respirar confortavelmente (16 pontos). Observa-se que o uso de medicamento para dormir não divergiu muito entre os dois grupos etários (os dois somaram 16 pontos nesse critério). No entanto, as pessoas do grupo acima de 40 anos relataram um pouco menos de dificuldade de permanecer acordado durante o dia (14 contra 16) e menos dificuldade de manter o entusiasmo para realizar as atividades (21 contra 31) em relação ao grupo etário abaixo de 40 anos. Quadro 4 – Resultados considerando a qualidade do sono - parte 4 (pergunta 10 - avaliações de parceiros) por faixa etária Faixa (Acima de 40 anos) P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 Ter ronco forte 3 2 4 1 3 1 1 4 4 1 Paradas na respiração 1 1 1 1 1 1 1 1 3 1 Contrações ou puxões nas pernas 3 2 1 1 3 1 1 1 1 1 Episódios de desorientação 1 2 1 1 1 1 1 1 2 1 Legenda: 1 - Nenhuma vez no último mês; 2 - Menos de 1 vez por semana; 3 - 1 ou 2 vezes por semana; 4 - 3 ou mais vezes por semana; O Quadro 4 apresenta os mesmos dados do Quadro 2 acima, mas dessa vez para o grupo etário acima de 40 anos. Para essa faixa etária acima de 40 anos, a queixa mais comum de parceiros a respeito do sono do entrevistado foi (assim como no outro grupo etário) o ronco alto (24 pontos), enquanto as queixas menos comuns foram em relação a paradas na respiração e episódios de desorientação (12 pontos cada). 16 Tabela 3 – Resultado total de pontos por participante considerando a Escala de Sonolência Participante Total de pontos na Escala de Sonolência Faixa etária (18 - 39 anos) 1 9 2 12 3 9 4 1 5 11 6 11 7 15 8 16 9 7 10 5 A Tabela 3 foi baseada na Escala de Sonolência de Epworth. Como já foi dito, essa escala fornece um total de pontos que varia de 0 a 24, sendo que acima de 10 pontos o participante é considerado com Sonolência Diurna Excessiva (SDE). Nota-se, pela Tabela 3 acima, que para a faixa etária abaixo de 40 anos, 50% dos participantes poderiam ser considerados com SDE (i.e., 5 participantes – 2, 5, 6, 7 e 8 – tiveram um resultado acima de 10 pontos). Tabela 4 – Resultado total de pontos por participante considerando a Escala de Sonolência Participante Total de pontos na Escala de Sonolência Faixa etária (Acima de 40 anos) 11 7 12 9 13 11 14 4 15 7 16 2 17 8 18 15 19 2 20 4 Nota-se através da Tabela 4 (também baseada na Escala de Sonolência de Epworth) que somente 20% dos participantes da faixa etária acima de 40 anos 17 poderiam ser considerados portadores de SDE: somente os participantes 13 e 18 obtiveram pontuação acima de 10 nessa escala. Tabela 5 – Resultado em média considerando a faixa etária - Escala de Sonolência Pontuação média Faixa etária(18 a 39 anos) 9,60 Faixa etária (Acima de 40 anos) 6,90 A Tabela 5 compara a pontuação média dos dois grupos etários para a Escala de Sonolência de Epworth. Observa-se que os dois grupos obtiveram uma pontuação média menor que 10 (portanto, sem SDE), com o grupo etário abaixo de 40 anos apresentando média de pontos um pouco maior (e, portanto, um maior nível geral de sonolência) em relação ao grupo acima de 40 anos - 9,60 do primeiro grupo contra 6,90 do segundo. Gráfico 1 – Comparação das médias de pontos obtidas pelos participantes entre 18 a 39 anos e pelos participantes acima de 40 anos na Escala de Sonolência de Epworth Participantes de 18 a 39 anos Participantes acima de 40 anos 9,6 6,9 O Gráfico 1 reforça os resultados da Tabela 5: de um total de 24 pontos possíveis, o grupo de participantes abaixo de 40 anos obteve uma pontuação média de 9,60 contra 6,90 dos participantes acima de 40 anos. Isso aponta que os participantes mais jovens apresentaram, de forma geral, uma tendência maior a ter sonolência diurna. 9,60 6,90 0 3 6 9 12 15 18 21 24 Participantes de 18 a 39 anos Participantes acima de 40 anos M é d ia d e p o n to s Faixa etária 18 Tabela 6 – Comparação da pontuação obtida pelos participantes de 18 a 39 anos na Escala de Qualidade do Sono de Pittsburgh Participante 1 2 3 4 5 6 7 8 1 1 2 1 1 1 0 2 8 2 3 1 3 3 2 2 3 17 3 0 1 1 0 1 0 1 4 4 1 2 0 0 2 3 1 9 5 1 1 1 0 1 0 2 6 6 2 3 1 1 1 0 1 9 7 1 1 0 1 1 0 1 5 8 1 2 1 0 2 0 3 9 9 1 1 1 0 1 0 1 5 10 1 1 1 0 2 1 1 7 Total de pontos 12 15 10 6 14 6 16 79 Média 1,20 1,50 1,00 0,60 1,40 0,60 1,60 7,90 Legenda: 1 - Componente 1: Qualidade subjetiva do sono 2 - Componente 2: Latência do sono 3 - Componente 3: Duração do sono 4 - Componente 4: Eficiência habitual do sono 5 - Componente 5: Distúrbios do sono 6 - Componente 6: Uso de medicamentos para dormir 7 - Componente 7: Disfunção diurna 8 - Pontuação geral A Tabela 6 mostra as pontuações obtidas em cada componente e a pontuação geral da faixa etária abaixo de 40 anos no Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh. Observa-se que para essa faixa etária, a pior pontuação (mais alta – 16 pontos) foi no componente 7: Disfunção diurna. Esse componente avalia alguns dos critérios expostos no Quadro 1, em que a maioria dos participantes do grupo alegou ter sido difícil manter o entusiasmo para realizar as atividades ao longo do último mês. Por outro lado, as melhores pontuações (mais baixas – 6 pontos) foram obtidas nos componentes 4 e 6, Eficiência habitual do sono e Uso de Medicamento para dormir, respectivamente. A boa pontuação obtida em relação à Eficiência habitual do sono demonstra que esse grupo etário tem uma boa relação entre horas dormidas e horas na cama, passando a maior parte do tempo deitado, dormindo (e não se mexendo sem que o sono venha). O Uso de medicamento para dormir também está relacionado com o Quadro 1, em que se observou que poucas pessoas do grupo etário alegaram fazer uso desse tipo de medicamento. 19 Tabela 7 – Comparação da pontuação obtida pelos participantes acima de 40 anos na Escala de Qualidade do Sono de Pittsburgh Participante 1 2 3 4 5 6 7 8 11 0 0 0 0 1 0 1 2 12 1 0 2 2 1 0 2 8 13 2 0 3 0 1 0 1 7 14 2 3 1 1 2 1 0 10 15 1 1 1 1 2 0 1 7 16 3 1 3 0 1 0 0 8 17 3 3 1 0 2 0 0 9 18 1 1 2 0 1 0 0 5 19 2 3 2 3 3 3 2 18 20 3 3 1 1 3 2 2 15 Total de pontos 18 15 16 8 17 6 9 89 Média 1,80 1,50 1,60 0,80 1,70 0,60 0,90 8,90 Legenda: 1 - Componente 1: Qualidade subjetiva do sono 2 - Componente 2: Latência do sono 3 - Componente 3: Duração do sono 4 - Componente 4: Eficiência habitual do sono 5 - Componente 5: Distúrbios do sono 6 - Componente 6: Uso de medicamentos para dormir 7 - Componente 7: Disfunção diurna 8 - Pontuação geral A Tabela 7 mostra as pontuações obtidas em cada componente e a pontuação geral da faixa etária acima de 40 anos no Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh. Observa-se que para essa faixa etária, a pior pontuação (mais alta – 18 pontos) foi no componente 1: Qualidade Subjetiva do Sono. Esse componente se relaciona com a Tabela 2, em que em que a maioria dos participantes desse grupo etário julgou a qualidade do próprio sono como "boa", "ruim" ou "muito ruim". Por outro lado, a melhor pontuação (mais baixa – 6 pontos) foi obtida no componente 6: Uso de Medicamento para dormir. O Uso de medicamento para dormir também está expresso no Quadro 3, em que se observou que poucas pessoas do grupo etário alegaram fazer uso desse tipo de medicamento - um resultado mais ou menos semelhante para os dois grupos etários do experimento. 20 Gráfico 2 – Comparação das médias de pontos obtidas pelos participantes entre 18 a 39 anos e pelos participantes acima de 40 anos no Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh Legenda: 1 - Componente 1: Qualidade subjetiva do sono 2 - Componente 2: Latência do sono 3 - Componente 3: Duração do sono 4 - Componente 4: Eficiência habitual do sono 5 - Componente 5: Distúrbios do sono 6 - Componente 6: Uso de medicamentos para dormir 7 - Componente 7: Disfunção diurna 8 - Pontuação geral Finalmente, o Gráfico 2 compara os resultados médios dos sete componentes e da pontuação geral dois grupos etários no Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh. Observa-se que o grupo de participantes acima de 40 anos obteve uma média de pontos maior que o grupo de participantes abaixo de 40 anos (8,90 contra 7,90): portanto, os participantes mais velhos têm, em média, uma pior qualidade de sono. Os componentes 2 e 6, Latência do sono e Uso de medicamentos para dormir, respectivamente, não apresentaram diferença de média entre os dois grupos etários de participantes, com um resultado médio de 1,50 pontos para o componente 2 e 0,6 pontos para o componente 6. 1,20 1,00 0,60 1,40 0,60 1,60 7,90 1,80 1,50 1,60 0,80 1,70 0,90 8,90 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 1 2 3 4 5 6 7 8 P o n tu a ç ã o m é d ia Componentes Participantes Faixa (18 - 39 anos) Participantes Faixa (Acima de 40 anos) 21 Nos demais componentes observou-se que a média de pontos da faixa etária acima de 40 anos foi quase sempre maior que da faixa etária abaixo de 40 anos. Nos componentes 1, 3, 4 e 5, as médias do grupo etário acima de 40 anos foram 1,80; 1,60; 0,80 e 1,70, respectivamente, contra 1,20; 1,00; 0,60 e 1,40 do grupo abaixo de 40 anos – o que indica piores qualidades no sono de pessoas mais velhas, do segundo grupo. A exceção foi no componente 7, com média 0,90 para o grupo acima de 40 anos contra 1,60 para o grupo abaixo de 40 anos – o que vai de acordo com a observação feita anteriormente no Gráfico 1, que demonstrou que os Participantes mais jovens têm mais sonolência diurna do que os participantes mais velhos. 22 DISCUSSÃO Os dois testes evidenciaram a complexidade do processo de consciênciae, mais precisamente, do sono, e como este é determinado e influenciado por vários fatores e processos psicológicos. Além disso, observou-se que diferentes pessoas com diferentes características de sono podem apresentar padrões semelhantes, como será discutido a seguir. Iniciando a discussão com resultados obtidos a partir do Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh, a primeira evidência a que se chega (considerando a Tabela 1) foi de que os jovens de faixa etária de 18 a 39 anos têm mais horas de sono por noite do que os adultos mais velhos de faixa etária acima de 40 anos. Este resultado vai em direção à posição de Madalena (1979), ao afirmar que o homem normalmente não dorme as mesmas horas nas diversas faixas etárias de sua vida, dormindo mais entre os 16 e os 30 anos. Inclusive, o autor propõe que os distúrbios do sono sejam estudados levando em consideração a idade - como no caso do presente relatório, apesar da amostra pequena. É sabido que a má qualidade do sono “afeta diretamente a qualidade de vida humana, pois parece estar envolvida com o aumento da morbidade por disfunção autonômica e distúrbios psiquiátricos” (ARAÚJO, 2013). No experimento, conforme a idade aumentou, mais diferentes foram as avaliações dos participantes em relação à qualidade do próprio sono (Tabela 2), o que indica que este é influenciado não só por fatores biológicos como idade, mas por fatores do próprio histórico de vida, como tendência e estresse e sensibilidade. Observando os resultados dos quadros 1, 2, 3 e 4, nota-se que as queixas mais comuns de perturbação do sono para ambas as faixas etárias foram acordar no meio da noite (geralmente para ir ao banheiro) e ronco alto. Acordar no meio da noite pode indicar problemas físicos e emocionais, que levam geralmente a este quadro de insônia. Sobre essa queixa, Feldman (2015) afirma que a insônia é subjetiva, sendo que muitas pessoas que se queixam apresentam um sono perfeitamente normal quando analisado em laboratório – o que não exclui a possibilidade de um distúrbio grave que necessite investigação mais detalhada. Sobre o ronco alto, Madalena (1979) afirma que este geralmente é resultado da posição em que a pessoa dorme, ingestão de álcool e tabaco ou pode ser um defeito da mandíbula, em que há pouco 23 espaço para a passagem de ar. De qualquer forma, mais recentemente estuda-se a relação deste com obesidade, sedentarismo e risco de doenças cardíacas como arritmias e acidente vascular cerebral (AVC). Por outro lado, a queixa menos comum (também para ambos os grupos) foi não respirar confortavelmente ou apresentar paradas na respiração, sintomas de apneia do sono, distúrbio raro no qual, de acordo com Feldman (2015) a pessoa para de respirar enquanto dorme. Segundo o autor, durante um episódio de apneia, a pessoa adormecida acorda para voltar a respirar, mas essas estimulações são tão rápidas que a pessoa geralmente não tem consciência delas. Como consequência, as pessoas que sofrem desse problema podem, mesmo após passarem muitas horas na cama, sentirem-se sonolentas no dia seguinte, a ponto de não conseguir realizar suas atividades normais. Sobre o uso de medicamento para dormir (que não divergiu muito entre os dois grupos etários) e a dificuldade para permanecer acordado durante o dia e manter- se entusiasmado, estes também relacionam-se à insônia, queixa comum atualmente principalmente devido à quantidade de coisas em que precisamos pensar ao longo do dia e normalmente nos tiram o sono (MELLO et. al., 2002). De acordo com Reite, Ruddy e Nagel (2004), a maioria das pessoas apresenta essa queixa por curto período de tempo, geralmente associada a períodos de estresse, excitação ou expectativa, mudanças no horário para dormir, perdas familiares ou durante alguma doença. Sobre as consequências da insônia, sabe-se que envolvem perda de algumas habilidades cognitivas importantes, conforme afirma Madalena (1979): Como consequência da sua insônia, os pacientes apresentam durante o dia perturbações da clareza de consciência, menor capacidade de concentração e elaborações mentais, redução da atenção, irritabilidade, sensação de astenia, de fadiga, ansiedade (MADALENA, 1979, p. 104) Reite, Ruddy e Nagel (2004) também apontam que os remédios para dormir podem ser utilizados para alguns casos de insônia, desde que devidamente acompanhados por um médico e também sendo utilizados da forma correta. O baixo uso de medicamento provavelmente está relacionado a não-necessidade em muitos casos quando a insônia é passageira, e também ao controle rígido da distribuição e venda desse tipo de medicamento no país. 24 As Tabelas 6 e 7 e o Gráfico 2, que comparavam a pontuação obtida em cada componente e a pontuação geral no Índice de Pittsburgh para as duas faixas etárias também trouxe alguns resultados interessantes: Em primeiro lugar, nota-se que o grupo etário até 40 anos obteve pior pontuação no componente 7: Disfunção Diurna. Na verdade, essa pontuação foi a pior não somente em relação a todos os componentes desse grupo, mas também em relação ao grupo etário acima de 40 anos. Este resultado relaciona-se com a Sonolência diurna (também abordada na Escala de Epworth, que será discutida adiante). Por ora, podemos dizer que os resultados das duas escalas se complementam, pois em ambas os participantes mais jovens tiveram um resultado pior quanto a esse aspecto em relação aos mais velhos. Sobre esse resultado temos que “os estudantes universitários e os adultos jovens frequentemente se queixam de sonolência diurna excessiva, mas geralmente os culpados são hábitos de sono inadequados e sono noturno insuficiente” (REITE; RUDDY; NAGEL, 2004). Adicionalmente, o grupo etário abaixo de 40 anos obteve a melhor pontuação no componente 4, Eficiência Habitual do Sono. A boa relação entre horas dormidas e horas passadas na cama indica que as pessoas mais jovens adormecem mais rápido e acordam menos durante a noite, o que representa menor probabilidade de insônia, uma queixa bastante conhecida. O grupo etário acima de 40 anos obteve pior pontuação no componente 1: Qualidade Subjetiva do sono, em que cada participante avaliou a qualidade do próprio sono. “Infelizmente, muitas pessoas estão sofrendo com padrões que não só as deixam com sono, mas também lhes negam uma sensação energizada de bem-estar (MIKULINCER et al., 1989 apud MYERS, 2014). Pensando nas funções do sono, é importante investigar melhor esses componentes que atrapalham o sono de cada pessoa, já que a privação de sono pode prejudicar a atenção, o tempo de reação, a coordenação motora, a toma de decisão e também pode ter efeitos negativos no funcionamento do sistema endócrino e imunológico do indivíduo (HILGARD & ATKINSON, 2012). Dois resultados semelhantes para os dois grupos etários foram no componente 6: Uso de Medicamento para dormir (em que ambos os grupos obtiveram uma pontuação considerada baixa), e no componente 2: Latência do Sono, com uma 25 pontuação razoavelmente alta. Sobre o uso de medicamento para dormir, já dissemos que seu baixo uso pelos participantes pode ser explicado pela não-necessidade (ou não-ida ao médico) e pela restrição de venda desse tipo de medicamento. Na verdade, o uso de medicamentos para dormir “pode ser uma problemática solução de longo prazo para a insônia por inúmeras razões. É possível errar na dose de pílulas de sono (especialmente em conjunto com o uso do álcool e ocorrer abuso desses medicamentos, além de efeitos colaterais indesejáveis” (WALSH & ROTH, 2011 apud FELDMAN, 2015). Já no que se refere à latência do sono, temos que os dois grupos sofreram algumas perturbaçõesdo sono, o que indica que estas podem ocorrer independentemente da idade. De forma geral, o grupo etário acima de 40 anos apresentou resultados piores nos componentes e na média geral em relação ao grupo etário abaixo de 40 anos. O fato de as pessoas mais velhas terem uma relativamente pior qualidade do sono relaciona-se com fatores da própria vida: “mais e mais pessoas estão tentando colocar horas adicionais de vigília em uma tentativa de conciliar responsabilidades conflitantes no trabalho, família, casa e escola” (HILGARD & ATKINSON, 2012). O ritmo que muitas pessoas levam faz com que passemos grande parte do nosso tempo preocupados, e não consigamos nos desligar dessas preocupações num momento que deveria ser de relaxamento como é o sono. Também deve-se prestar atenção nesse fator, melhorando a qualidade de sono de adultos não só com o uso de remédios, mas também com técnicas de relaxamento e até hipnose, que diminuem o estresse e ansiedade. Agora, passemos aos resultados da Escala de Sonolência de Epworth. De acordo com Madalena (1979), “sonolência é um estado caracterizado por uma sensação e tendência para o sono. Pode ser transitória ou permanente”. Os resultados das Tabelas 3, 4 e 5 e do Gráfico 1 apontaram para uma maior sonolência diurna entre participantes abaixo de 40 anos - apesar de nenhum dos grupos ter apresentado resultado total na Escala que indique o diagnóstico de Sonolência Diurna Excessiva (SDE). De acordo com Reite, Ruddy e Nagel (2004), a SDE é raramente encontrada em jovens, mas quando presente, deve ser investigada. Aumentos na sonolência diurna nesse período podem ser secundárias ao sono noturno insuficiente ou hábitos de sono inadequados ou pode ser um prenúncio de emergência de 26 problemas mais sérios, como narcolepsia, depressão ou apneia do sono. Além disso, os autores também apontam que o teste é um meio incompleto de avaliar a sonolência, que deve passar por um bom histórico da função diurna feita por um médico. O médico deve perguntar ao paciente a respeito do estado de alerta durante o dia, enfatizando os horários nos quais a sonolência pode ser mais provável, como em situações sedentárias ou entediantes. O médico deve (...) perguntar especificamente ao paciente sobre sonolência incontrolável durante atividades como comer, andar, conversar, dirigir ou operar equipamento, examinando a diminuição sutil no estado de alerta manifestada por reduções no desempenho no trabalho, dificuldade com a memória ou períodos de confusão. O uso de cafeína e outros estimulantes (...) também pode indicar a presença de um transtorno de SDE. Todos os medicamentos usados devem ser revisados em relação a um possível efeito colateral sedativo ou estimulante. Além disso, também têm valor diagnóstico o início, a duração e uma possível periodicidade da sonolência diurna. O médico deve obter um histórico familiar a respeito de sintomas de sonolência excessiva e cataplexia. (REITE; RUDDY; NAGEL, 2004, p. 126-127) Concluindo o tema de sonolência diurna, observa-se que esta deve ser cuidadosamente avaliada pelo profissional designado para tal diagnóstico. Além disso, é preciso atentar-se para o fato de que a sonolência diurna prejudica o desempenho em tarefas que envolvem tomada de decisão complexas e desempenho superior em problemas de difícil compreensão verbal (FELDMAN, 2015). Finalmente, considera-se que embora as conclusões do relatório tenham sido baseadas em uma pequena amostra, este foi muito esclarecedor no sentido de identificar algumas perturbações do sono e por que ocorrem. Os mais diversos autores de Psicologia concordam que o sono é um fenômeno psicológico extremamente importante para o bem-estar físico e mental do ser humano. E, seja qual for o motivo, perturbações deste devem sempre ser questionadas e ajuda profissional deve ser considerada para que a condição não evolua para um quadro mais grave. 27 REFERÊNCIAS ARAUJO, M. F. M. et al. Avaliação da qualidade do sono de estudantes universitários de Fortaleza-CE. Texto & Contexto Enfermagem. Florianópolis, v. 22, n. 2, p. 352- 360, abr./jun. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 07072013000200011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 8 de maio de 2017. ATKINSON, R.C; ATKINSON, R.C; SMITH, E.E; BEM; D.J; NOLEN-HOEKSEMA S; SMITH, C.D. Introdução à psicologia de Hilgard. 13. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. BERTOLAZI, A. N. et al. Validação da escala de sonolência de Epworth em português para uso no Brasil. Jornal Brasileiro de Pneumologia. São Paulo, v. 35, n. 9, p. 877- 883, set. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806- 37132009000900009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 8 de maio de 2017. CARDOSO, H. C. et al. Avaliação da qualidade do sono em estudantes de Medicina. Revista Brasileira de Educação Médica. Rio de Janeiro, v. 33, n. 3, p. 349- 355, set. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 55022009000300005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 8 de maio de 2017. DAVIDOFF, L.L. Introdução à Psicologia. 3. ed. São Paulo: MAKRON, 2001. FELDMAN, R.S. Introdução à Psicologia. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. HILGARD, E.R; ATKINSON, R.C. Introdução à psicologia. 15. ed. São Paulo: CENGAGE Learning, 2012. MADALENA, J.C. O Sono: normal, patológico, terapêutico. São Paulo: Byk Procienx, 1979. MELLO, M.T. et al. Avaliação do padrão e das queixas relativas ao sono, cronotipo e adaptação ao fuso horário dos atletas brasileiros participantes da paraolimpíada em Sidney - 2000. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Niterói, v. 8, n. 3, p. 122- 128, jun. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517- 86922002000300010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 2 de junho de 2017. MYERS, D.G. Psicologia. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014. REITE, M; RUDDY, J; NAGEL, K. Transtornos do sono. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 28 ANEXOS 29 ESCALA DE SONOLÊNCIA DE EPWORTH (ESS – BR) Nome (iniciais): __________________________ Idade: _________ Data: ____/ _____/ _____ Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino Qual a probabilidade de você cochilar ou dormir, e não apenas se sentir cansado, nas seguintes situações? Considere o modo de vida que você tem levado recentemente. Mesmo que você não tenha feito destas coisas recentemente, tente imaginar como elas o afetariam. Escolha o número mais apropriado para responder cada questão: 0 = nunca cochilaria 1 = pequena probabilidade de cochilar 2 = probabilidade média de cochilar 3 = grande probabilidade de cochilar Situação Probabilidade de Cochilar 0 1 2 3 Sentado e lendo Assistindo TV Sentado, quieto, em um lugar público (teatro, reunião ou palestras) Andando de carro por uma hora sem parar, como passageiro Ao deitar-se à tarde para descansar, quando possível Sentado conversando com alguém Sentado quieto após o almoço sem bebida de álcool Em um carro parado no trânsito por alguns minutos 30 AVALIAÇÃO DA ESCALA ESCALA DE SONOLÊNCIA DE EPWORTH (ESS – BR) Somatória simples dos resultados anotados pelo respondente. De acordo com os autores o escore global varia de 0 a 24, sendo que os escores acima de 10 sugerem o diagnóstico da Sonolência Diurna Excessiva (SDE).31 ÍNDICE DE QUALIDADE DE SONO DE PITTSBURG (PSQI-BR) Nome (iniciais): __________________________ Idade: _________ Data: ____/ _____/ _____ Instruções: As seguintes perguntas são relativas aos seus hábitos usuais de sono durante o último mês somente. Suas respostas devem indicar a lembrança mais exata da maioria dos dias e noites no último mês. Por favor, responda todas as perguntas. 1. Durante o último mês, quando você geralmente foi para a cama à noite? Hora usual de deitar: __________ 2. Durante o último mês, quanto tempo você geralmente levou para dormir à noite? Tempo (minutos): ______ 3. Durante o último mês, quando você geralmente levantou de manhã? Hora usual de levantar: ___________ 4. Durante o último mês, quantas horas de sono teve por noite (pode ser diferente do número de horas que ficou na cama). Horas de sono por noite: _________ Para cada uma das questões restantes, marque a melhor (uma) resposta. Por favor, responda a todas as questões. 5. Durante o último mês, com que frequência você teve dificuldade de dormir porque você ... Nenhuma vez no último mês Menos de 1 vez/ semana 1 ou 2 vezes / semana 3 ou mais vezes na semana a) Não conseguiu adormecer em 30 minutos. b) Acordou no meio da noite ou de manhã cedo. c) Precisou levantar para ir ao banheiro. d) Não conseguiu respirar confortavelmente. e) Tossiu ou roncou forte f) Sentiu muito frio g) Sentiu muito calor h) Teve sonhos ruins i) Teve dor Outra (s) razão (ões), por favor, descreva: _________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ 6. Durante o último mês, como você classificaria a qualidade do seu sono de uma maneira geral? ( ) Muito boa ( ) Boa ( ) Ruim ( ) Muito Ruim 32 7. Durante o último mês, com que frequência você tomou medicamento ( prescrito ou “por conta própria”) para lhe ajudar a dormir? ( ) Nenhuma no último mês ( ) Menos de 1 vez / semana ( ) 1 ou 2 vezes / semana ( ) 3 ou mais vezes / semana 8. No último mês, com que frequência você teve dificuldade de ficar acordado enquanto dirigia, comia ou participava de uma atividade social (festa, reunião de amigos, trabalho, estudo)? ( ) Nenhuma no último mês ( ) Menos de 1 vez / semana ( ) 1 ou 2 vezes / semana ( ) 3 ou mais vezes / semana 9. Durante o último mês, quão problemático foi para você manter o entusiasmo (ânimo) para fazer as coisas (suas atividades habituais)? ( ) Nenhuma no último mês ( ) Menos de 1 vez / semana ( ) 1 ou 2 vezes / semana ( ) 3 ou mais vezes / semana 10. Você tem um parceiro (a) / esposo (a) ou colega de quarto? ( ) Não ( ) Parceiro ou colega, mas em outro quarto ( ) Parceiro / colega no mesmo quarto, mas não na mesma cama ( ) Parceiro na mesma cama Se você tem parceiro ou colega de quarto, pergunta a ele/ela com que frequência no último mês você teve ... Nenhuma vez no último mês Menos de 1 vez/ semana 1 ou 2 vezes / semana 3 ou mais vezes na semana a) Ronco forte b) Longas paradas na respiração enquanto dormia c) Contrações ou puxões nas pernas enquanto dormia d) Episódios de desorientação ou confusão durante o sono e) Outras alterações/ Inquietações enquanto você dorme, por favor, descreva: _____________ _____________________ _____________________ _____________________
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