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Aminoglicosídeos: Antibióticos Bactericidas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA 
Centro de Ciências da Saúde 
Departamento de Ciências Farmacêuticas 
Curso de Farmácia 
Farmacoterapia 
Aminoglicosídeos 
Jamilly Gonzaga 
Larisse Virgolino da Silva 
Mathania Silva de Almeida Rezende 
Sabine Helena Dantas 
João Pessoa - julho de 2014 
Conceito 
Os aminoglicosídeos são produtos naturais ou 
derivados semi sintéticos de compostos produzidos 
por uma variedade de actinomicetos de solo. 
http://pt.slideshare.net/lucascruzmed/antibiticos-aminoglicosdeos 
 
São inibidores bactericidas da síntese proteica que 
interferem na função ribossomal. 
 
Streptomyces griseus 
Aspectos Gerais 
São úteis principalmente contra microorganismos 
aeróbios Gram- negativos. 
Os aminoglicosídeos tem sido amplamente utilizados 
devido aos seus efeitos antibacterianos e ao seu 
baixo custo. 
São os únicos inibidores da síntese proteica que são 
bactericidas. 
Além disso, podem atuar em sinergismo com outros 
antibióticos. 
 
Classificação 
Aminoglicosídeos 
Gentamicina 
Tobramicina 
Amicacina 
Netilmicina 
Canamicina 
Estreptomicina 
Paromomicina 
Neomicina 
Não disponível 
nos EUA 
Goodman&Gilman. 10 ed. 
Estrutura Química 
 
Consite em dois ou mais aminoaçúcares unidos por 
ligação glicosídica ao núcleo de hexose ou 
aminociclitol, que habitualmente encontra-se em 
posição central. 
2- desoxiestreptamina 
Estreptidina 
Aminociclitol 
Estrutura Química 
As famílias de aminoglicosídeos diferenciam-se pelos 
aminoaçúcares ligados ao aminociclitol. 
Canamicina, 
amicacina 
Gentamicina, 
netilmicina 
Tobramicina 
Katzung 12ª ed. 
A estreptomicina difere dos outros antibióticos 
aminoglicosídicos porque contém uma estreptina no 
lugar da 2-desoxiestreptamina, e o aminociclitol não 
está na posição central. 
Estreptomicina 
Estrutura Química 
Katzung 12ª ed. 
 
São substâncias solúveis em água, estáveis em pH 6 a 
8, e com estrutura polar de cátions, o que impede sua 
absorção por via oral. 
Exerce então sua ação, principalmente em meio 
aeróbico, e pH alcalino. 
Estrutura Química 
Mecanismo de Ação e 
de Resistência 
ANVISA 
Mecanismo de Ação 
Ligação dos aminoglicosídeos 
carregados positivamente para as 
porções carregadas 
negativamente de fosfolípidos, 
lipopolissacarídeos, proteínas da 
membrana externa das bactérias 
gram-negativos e os fosfolípidos e 
os ácidos teicóico em 
microrganismos gram-positivos 
(independente de energia ) 
Fase dependente 
de energia I 
Fase dependente 
da energia II 
Tem sido proposto que os antibióticos aminoglicósideos 
penetram bactérias que crescem aerobicamente em três 
etapas consecutivas : 
VAKULENKO,2003. 
Mecanismo de Ação 
UFPE GOOGLE IMAGENS 
Mecanismo de Ação 
ANVISA 
Mecanismo de Resistência 
ANVISA 
Mecanismo de Resistência 
VAKULENKO,2003. 
Modificação enzimática 
Mecanismo de Resistência 
VAKULENKO,2003. 
Mecanismo de Resistência 
Farmacocinética 
Absorção 
Hidrossuluveis 
 
Pouco absorvíveis por via oral, sendo utilizados por esta 
via somente para a descontaminação da flora intestinal 
(neomicina). 
 
Os níveis séricos máximos são obtidos após 60 a 90 
minutos, por via intramuscular, e em infusões intravenosas 
por 30 minutos. 
 
Não atingem o SNC e o olho (polaridade) 
 
Distribuição 
 Distribuem-se bem no líquido extracelular, porém a 
concentração intracelular é pequena, por necessitarem de 
transporte ativo para sua absorção. 
 
 A penetração nas secreções pulmonares alcança 20% da 
concentração sérica, também é baixa a penetração em liquor, 
exceto em recém-nascidos. 
 
 São eliminados quase que inalterados por filtração glomerular. 
 
 Não sofrem metabolização 
Eliminação 
 São eliminados quase que inalterados por filtração 
glomerular. 
 
 podem sofrer alguma reabsorção tubular 
 
Depuração aumentada em pacientes com fibrose cística 
 
Doses devem ser reajustadas em pacintes nefropatas 
 
Interações 
Medicamentosas 
Interações Medicamentosas 
 
 Sinergismo: Aminoglicosídeos + Beta- lactâmicos 
 
Aumento da nefrotoxicidade: Diuréticos de alça, 
cefalosporinas, cisplatina, ciclosporina, anfotericina B, 
contrastes radiológicos,foscarnete e vancomicina. 
 
Interações Medicamentosas 
 
Paralisia neuromuscular: Doses altas; doses normais em 
pacientes que usaram curarizantes e magnésio, ou 
portadores, de miastenia graves. 
 
Ototoxicidade: Uso com ácido etacrínico, furosemida, 
carboplatina. 
 
Posologia 
Estreptomicina 
 1 g, em dose única diária. A dose de manutenção é de 1 g, 2 
ou 3 vezes por semana. 
 
 Tularemia 
 1 a 2 g por dia, divididos em 4 doses (1 a cada 6 horas) ou 2 doses (1 
a cada 12 horas), por 7 a 10 dias. 
 Peste: 2 g/dia em doses facionadas por 10 dias 
 Tuberculose 
 12mg/Kg/dia - injeção intramuscular por 2-3 meses - em seguida 2-3 
vezes na semana . 
Gentamicina 
 Solução oftálmica: instile 2 gotas nos olhos, 3 a 4 vezes por dia, 
ou a critério médico. 
Pomada oftálmica: Pequena quantidade no saco conjuntival 
 
 Intramuscular e intravenosa: 5-7 mg/kg diariamente durante 30-60 
min. 
 
 Recém nascidos e lactantes : 
 
• Prematuros com menos de 35 semanas de gestação - 3mg/Kg 1 vez 
ao dia 
• Acima de 35 semanas de gestação - 4mg/Kg - 1vez/dia 
• Recém nascidos com infecções graves- 5mg/Kg/dia 
• Até 2 anos de idade- 2-2,5 mg/kg a cada 8 horas 
Tobramicina 
Administrada por via intramuscular ou intravenosa, 
ou inalatória. Também disponivel na forma de 
pomadas e solução oftalmica. 
 
 Infusão intravenosa e intramuscular: Solução de 
75mg/1,5mL 
Solução oftalmica: 1-2 gotas a cada 4 horas nos olhos 
afetados- infecçõs severas 
Reduzir a dosagem gradativamente antes de sua 
suspensão. 
Neomicina 
Disponível para a administração tópica e oral 
 
Dose oral diária - 4-12 g ( em doses fracionadas) 
desde que a função renal esteja normal -
 encefalopatia hepática 
 
Solução de uso tópico - neomicina 5 mg - aplicar 1 
a 2 vezes ao dia sobre a área afetada. 
 
Amicacina 
Administração intravenosa e intramuscular 
 
Adultos e Crianças : 15 mg de Amicacina/kg - de 8 
a 12 horas, por injeção intramuscular- máximo 1,5 g 
diariamente em adultos 
 
Recém-nascidos: 10 mg/kg 
 
As infusões venosas tem que se usar um veículo de 100 a 200 ml de solução estéril 
compatível/500 mg deAmicacina para aplicação durante um período de 30 a 60 
minutos para cada dose. 
 
Propriedades 
Farmacológicas 
Estreptomicina 
 
Tratamento de segunda linha da tuberculose 
 Em função de ototoxicidade e nefrotoxicidade, as doses 
desses antimicrobianos devem ser muito bem definidas. 
 Seus efeitos tóxicos potenciais monitorados durante todo 
o tratamento. 
 
 
Gentamicina 
 
Garamicina®, Gentamicina® 
Protótipo do grupo 
 
 É usada no tratamento de infecções graves, especialmente 
septicemias, causadas por bacilos Gram negativos 
aeróbios, incluindo Klebsiella, Enterobacter, Serratia, 
Citrobacter, Pseudomonas aeruginosa e espécies de 
Acinetobacter 
 
Participa de associações, especialmente com beta 
lactâmicos para infecções mais graves por enterococos. 
 Extremamente nefrotóxica. 
 
Gentamicina 
Amicacina 
 
Amicacina®, Amikin®, 
Novamin® 
 
Apresenta maior 
espectro, pois resiste à 
maioria das enzimas 
mediadas por plasmídeos 
bacterianos.Amicacina 
 
 Está indicada em pacientes com infecções graves causadas 
por bactérias resistentes aos outros representantes e no 
tratamento empírico de infecções hospitalares em 
instituições com elevada prevalência de microorganismos 
resistentes à gentamicina160. 
 
Útil na terapia contra das micobacterioses, em casos 
específicos de infecções por m. tuberculosis ou no 
tratamento de infecções pelo m.fortuitum e m.avium. 
 
Indicação 
 
 Infecções do trato urinário 
 Endocardites 
 Infecções respiratórias 
 Infecções intra-abdominais 
Meningites em recém-nascidos 
 Infecções oculares 
Osteomielites 
 Infecções de articulações. 
Efeitos colaterais 
 
 São reversíveis se detectados prematuramente e a 
administração cessada. 
Todos os aminoglicosídeos são potencialmente 
nefrotóxicos 
 Manifesta-se clinicamente após 7 a 10 dias de tratamento 
como uma insuficiência renal aguda do tipo não oligúrica, por 
necrose tubular aguda. 
 
Efeitos colaterais 
Possuem ototoxicidade 
 É importante saber que esse efeito pode ser irreversível 
podendo ocorrer mesmo após a interrupção da droga 
Paralisia neuromuscular 
 É complicação rara, sendo vista em situações especiais, como 
na absorção de altas doses intra-peritoneais ou de infusões 
rápidas do medicamento. 
 Além de causar: perda de visão (estreptomicina), rash 
cutâneo, prurido, rubor, edema, sede, perda de apetite, 
náuseas e vómitos, perda de sensibilidade, etc. 
 
Precauções 
 Devido às altas concentrações presentes na urina os 
pacientes devem ser bem hidratados para minimizar 
irritação dos túbulos renais. 
Os aminoglicosídeos atravessam a placenta e há relatos 
de surdez bilateral congênita irreversível em crianças 
(estreptomicina). 
Assim sendo se o fármaco for usado durante a gravidez 
ou se a paciente engravidar durante um tratamento com 
aminoglicosídeos, deve ser comunicado o possível perigo 
para o feto. 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA 
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Jamilly Gonzaga 
Larisse Virgolino da Silva 
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