Buscar

Introdução a Psicologia 1 Aula 3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA 
Professora Fernanda Silveira Correa 
 
07/03/2018 AULA 3 
 
INFLUÊNCIAS DA FILOSOFIA ANTIGA E MEDIEVAL 
 
 
 Conhecida como “idade das trevas”, a Idade Média foi um período 
marcado pelo sincretismo entre o conhecimento clássico e as crenças religiosas. 
 Com forte influência da Igreja Católica, principalmente na Europa entre os 
séculos V e XV d.C. 
 Tendo este período como referência a filosofia passou a ser chamada de 
medieval e foi marcada pelas tentativas racionais de explicar temas religiosos, 
como o cristianismo, a imortalidade da alma e a existência de Deus. 
 
• Período Patrístico 
 O período patrístico foi marcado como um dos primeiros estágios para 
o surgimento da filosofia medieval. Durante essa fase, que durou do século I 
d.C. a V d.C., as principais discussões filosóficas se baseavam pela tentativa de 
apóstolos, como e João e Paulo, e dos primeiros padres a tentar explicar o 
cristianismo e ligá-lo ao pensamento filosófico da época, que ainda era marcado 
pela influência das filosofias grega e romana. 
 
 
 
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA 
Professora Fernanda Silveira Correa 
 
07/03/2018 AULA 3 
 
Filósofos como Tertuliano (III d.C.) apontavam que o conhecimento não 
era válido sem influência do cristianismo e de valores cristãos. Outros nomes 
se destacaram como Justino Mártis, Gregório de Nissa, Basílio de Cesaréia e 
Orígenes. 
 
• Estágios da Filosofia Medieval 
 
Durante a Idade Média, a Igreja Católica estabeleceu um monopólio 
gigantesco sobre o desenvolvimento social e intelectual. Seu domínio 
influenciou diretamente nos principais estágios da filosofia medieval, seja por 
filósofos que seguiam sua doutrina ou por aqueles que a contestavam. 
As principais questões discutidas pela filosofia estavam relacionadas 
diretamente à fé. Alguns dos principais pontos e questionamentos discutidos 
eram: a real, ou não, existência de Deus; as fronteiras entre o conhecimento e 
a liberdade humana (chamado posteriormente de livre arbítrio); a 
individualização de substâncias divisíveis e indivisíveis e a relação entre a fé 
e a razão. 
A filosofia medieval tentava explicar como a fé, com características sem 
qualquer explicação palpável ou lógica podia ser ligada à razão, que 
predominava na época como uma forma de explicar os acontecimentos das 
coisas. Os filósofos do período se viam obrigados a relacionar essas correntes 
tão distintas, por isso basearam a maior parte dos seus estudos nessa direção. 
 
• A fé e a razão de Santo Agostinho 
 
O primeiro estágio da filosofia medieval foi marcado pelas ideias 
filosóficas de Santo Agostinho de Hipona (354 – 430 d.C.), teólogo e primeiro 
grande filósofo cristão. 
Neste período a maioria dos pensadores defendiam que fé e razão não 
deveriam estar subordinadas uma a outra, e que o indivíduo não precisaria 
ter a sua religião relacionada a qualquer tipo de racionalidade. 
Santo Agostinho foi relevante para esse período por tentar explicar 
racionalmente as suas crenças, com a tese de que todo homem possui uma 
consciência moral e livre arbítrio, e que todas as pessoas sabem diferenciar o 
certo e o errado e escolher o melhor caminho. 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA 
Professora Fernanda Silveira Correa 
 
07/03/2018 AULA 3 
O filósofo cristão foi o primeiro a criar uma distinção entre fé e razão. 
Segundo seus escritos, as ideias filosóficas eram verdades reveladas por 
Deus, através da Bíblia, também conhecidas como dogmas. Dessa forma, o 
conhecimento cristão (a fé) tornava-se superior ao conhecimento racional – as 
verdades humanas. Ou seja, a fé em detrimento da razão. 
As principais obras escritas de Santo Agostinho foram “Cidade de 
Deus” e Confissões”. 
 
• A Escolástica de Tomás de Aquino 
 
A corrente Escolástica foi um dos estágios finais da filosofia medieval, com 
auge a partir do século XII d.C. Durante esse período que foram criadas as 
universidades e os centros de educação e ensino, com a distribuição 
sistemática do conhecimento. 
Os pensadores desse período utilizavam os conhecimentos greco-romanos 
para explicar o cristianismo e a existência de Deus e da alma humana, 
principalmente através dos estudos e teorias dos filósofos Platão e 
Aristóteles. Esse período foi marcado pela crença de que a Igreja Católica era 
responsável por conduzir os seres humanos ao paraíso, ou a salvação. 
Esse estágio da filosofia medieval se estabeleceu principalmente pela 
divergência entre os pensamentos dos teólogos, foi essa distinção de ideias 
que acabou criando o principal método da Escolástica, que se baseava em 
discutir questões filosóficas através da disputa dialética. 
Como em um julgamento, alguém apresentava uma tese, que poderia ser 
defendida ou rebatida por ensinamentos platônicos, aristotélicos, teológicos 
ou tirados diretamente da Bíblia. Isso acontecia principalmente nas 
universidades, em que os estudantes passavam por avaliações orais com 
intermédio de um mestre. 
O auge da corrente filosófica medieval se dá com a chegada às 
universidades das traduções de diversas versões da obra de Aristóteles, como 
um grande marco para o Ocidente. 
O filósofo mais importante desse período foi São Tomás de Aquino, que 
formulou um sistema que conciliava fé e ciência com base no pensamento 
aristotélico, que colocava a razão e investigação como principal princípio 
intelectual. A realidade – e consequentemente a racionalidade – como fonte 
do conhecimento científico. 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA 
Professora Fernanda Silveira Correa 
 
07/03/2018 AULA 3 
Sua principal obra, a “Suma Teológica” traz a filosofia cristã sob uma nova 
perspectiva, com a razão como peça principal na ordem do mundo. Diferente 
do pensamento de Santo Agostinho, embora subordinada à fé, a razão 
funciona por conta própria, seu conhecimento não depende de Deus ou da 
teologia, mas pode ser um instrumento de aproximação da divindade. 
O movimento escolástico começa a perder destaque e marca o fim da 
filosofia medieval, com a chegada do período renascentista e criação da 
filosofia moderna, com pensadores como Galileu Galilei e Descartes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A atividade filosófica, ou seja, o ato de pensar o mundo de forma crítica 
e racional, acompanha a humanidade durante milênios. Porém o termo 
filosofia como o atualmente conhecemos deu as caras na Grécia antes de 
Cristo. 
O termo filosofia provém da raiz grega “filos” que denota conceitos como 
“amizade” e amor”, aliado ao complemento “sofia”, que designa “sabedoria” 
e “conhecimento”. 
O surgimento da filosofia como a conhecemos hoje é designado pelo 
gradual afastamento de uma visão estritamente religiosa do mundo e voltada 
para um viés de caráter mais racional. Apesar de que no norte da África e em 
outras civilizações foram detectados indícios que a visão mais racional já 
dava sinais de ascensão, é comum atribuir a Grécia como o berço para para o 
surgimento da filosofia. 
 
 
 
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA 
Professora Fernanda Silveira Correa 
 
07/03/2018 AULA 3 
Pesquisas apontam que os filósofos Cícero e Diógenes conferiram 
ao matemático Pitágoras a criação do termo “filosofia”. 
 
Algumas características da antiga filosofia grega são: 
o Pensamento racional; 
o Distanciamento dos mitos religiosos, ou seja, os fenômenos 
naturais são investigados sob o viés da razão e não religioso. 
o Dividida em período pré-socrático, período socrático e período 
helenístico. 
 
O lugar exato na hora certa 
 
Atualmente já são considerados alguns fatores essenciais que 
tornaram possível o surgimento da filosofia em território grego. 
Tais fatores compreendem: 
 
o A presença de crenças não dogmáticas que permitiam conciliar 
ideaisde caráter racional ; 
o A divisão em cidades-estados independentes entre si e formadas 
por diferentes culturas, tais características permitiram formas 
distintas de pensar; 
o Viagens expansionistas que possibilitaram vários marujos 
constatar o perfil fantasioso dos antigos mitos; 
o A utilização do calendário como contagem do tempo, fato esse 
que possibilitou aos antigos gregos concluírem que o tempo não 
depende de desígnios divinos, mas sim, de um fluxo constante; 
o O desenvolvimento urbano que favoreceu a proliferação de 
distintas formas de ver o mundo graças ao contato com outras 
cidades; 
o A expansão política e a concepção da democracia, que permitiram 
o florescimento de debates e troca de ideias. Nesse caso, é 
importante destacar também a presença dos sofistas, professores 
itinerantes que viajavam entre as inúmeras cidades vendendo os 
seus conhecimentos para os mais jovens. 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA 
Professora Fernanda Silveira Correa 
 
07/03/2018 AULA 3 
O surgimento da filosofia na antiga Grécia pela atuação de um grupo 
de filósofos conhecidos como pensadores pré-socráticos. 
Os pré-socráticos eram os pensadores que antecederam um 
importante filósofo: Sócrates. 
O que caracteriza a filosofia dos pré-socráticos é a visão racional 
acerca dos fenômenos concernentes à natureza. Não por acaso, tais 
filósofos também eram chamados de naturalistas. De uma forma geral, 
o foco principal de investigação desses intelectuais era compreender o 
surgimento primário dos elementos da natureza sem o escopo divino 
oferecido pelos antigos mitos. 
Entre os filósofos pré-socráticos, é possível destacar: 
 
o Tales de Mileto 
Defendia a ideia de que tudo que existe é constituído por um 
elemento conhecido como “arché”. Esse elemento, segundo as 
acepções do filósofo, era a água. 
 
o Heráclito de Éfeso 
Recebeu o apelido de “o pai da dialética”, pois defendia a ideia de 
que a existência é o resultado do constante movimento das coisas. 
A essa de movimento damos o nome de “panta rei”, que significa 
“tudo flui”. Além disso, Heráclito atribui o princípio de tudo ao 
elemento fogo. 
Esse movimento e fluição das coisas, segundo as considerações de 
Heráclito, gerava o conflito entre opostos (noite e dia, frio e calor, 
vida e morte). Esse conflito é que torna o fluxo da existência 
possível. 
 
o Leucipo de Abdera 
Esse filósofo é considerado um dos precursores do atomismo, 
pois defendeu que todas as coisas são constituídas por ínfimas 
partículas de matéria indivisíveis. Dessa afirmação foi possível, 
futuramente, a ciência chegar a estudar as teorias referentes ao 
átomo. 
 
o Pitágoras de Samos 
Foi o fundador de uma escola que ficou conhecida como Escola 
Pitagórica. Esse filósofo foi um dedicado estudioso da matemática 
 
 
 
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA 
Professora Fernanda Silveira Correa 
 
07/03/2018 AULA 3 
e da geometria, inclusive, aliou o pensamento numérico ao estudo 
musical. 
Pitágoras defendia que os números, ou seja, a relação matemática, 
era o princípio fundador de tudo. 
 
Entre outros filósofos pré-socráticos, é possível citar também 
Anaximenes de Mileto, Anaximandro de Mileto, entre outros. 
 
Já o período socrático corresponde a fase em que a filosofia grega 
desviou o seu olhar da natureza e do cosmos para questões mais 
humanas, tais como o conceito de justiça, do bem, do mal e afins. 
Sócrates, como bem anuncia o nome, foi o grande responsável e 
difusor desse período. 
As razões para essa mudança de enfoque na filosofia são: 
 
o O desenvolvimento econômico e militar de Atenas e outras 
cidades; 
o A atuação dos Sofistas, que desagradavam Sócrates; 
o A democracia, que suscitava debates políticos e questionamentos 
acerca do que era moral, justo, ético e demais questões. 
 
Entre os filósofos desse período convém destacar Sócrates, bem 
como alguns outros, tais como Platão e Aristóteles. 
O período helenístico é marcado pelo tempo compreendido entre a 
morte do conquistador Alexandre Magno e anexação de parte do 
território grego em Roma. 
Essa fase registrou um intenso florescimento científico marcados 
por cientistas como Euclides e Arquimedes. 
Em termos filosóficos, esse período foi marcado por algumas doutrinas. 
As principais são: 
 
o Estoicismo 
Doutrina que valorizava o controle sobre as emoções; 
 
o Epicurismo 
Representada por Epícuro de Samos, essa doutrina defendia a 
busca equilibrada do prazer para sanar os males que afligem a 
existência. 
 
 
 
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA 
Professora Fernanda Silveira Correa 
 
07/03/2018 AULA 3 
 
Como é possível aferir, o período helenístico é caracterizado por 
uma filosofia mais prática que teórica. 
 
 
 
• Sofistas 
 
O foco de seus ensinamentos era prático, direcionado a estratégias de 
argumentação e oratória, para que os estudantes atingissem o ápice da 
excelência em suas atividades, independente de quais fossem estas 
atividades. 
Como os sofistas são conhecidos por meio das criticas de seus oponentes, 
alguns elementos de suas posições são difíceis de se confirmar. Uma das 
principais criticas aos sofistas era a de que sua posição baseava-se apenas em 
verossimilhança, quando um argumento parece verdadeiro, mesmo que não 
o seja. O objetivo dos sofistas seria, pela visão de filósofos como Aristóteles, 
apenas o de vencer o debate, sem preocupar-se com a busca pela verdade. 
Por esta razão, a expressão "sofisma" existe hoje para identificar uma 
argumentação rebuscada, porém sem fundamentação sólida. 
Como foi o primeiro sofista, a posição relativista atribuída a Protágoras é 
normalmente identificada como a posição geral que iniciou o movimento, que 
se tornaria a profissão de sofista. 
Protágoras é lembrado pela controvérsia acerca de sua afirmação "o 
homem é a medida de todas as coisas", aparentemente manifestando uma 
forma de relativismo, o que era repudiado por filósofos como Platão e 
Aristóteles, seus maiores críticos. Como aconteceu com a maioria dos 
filósofos pré-socráticos, as citações de Protágoras sobreviveram sem o 
contexto no qual foram apresentadas, o que mantém abertas as possibilidades 
de interpretações diferentes. Uma destas interpretações possíveis para a 
afirmação de Protágoras é a de que o uso da palavra "chremata", significando 
"coisas usadas", ao invés da palavra mais geral "onta", que significaria 
"entidades", para se referir ao que é traduzido como "coisas", indica que 
Protágoras não falava da realidade objetiva do mundo como um todo, mas 
daquelas coisas especificas dos seres humanos. 
Desta forma entende-se que os sofistas não davam atenção a busca pela 
compreensão da natureza, do universo e da origem dos objetos do mundo, 
pois concentravam seus esforços na demonstração de que seriam capazes de 
 
 
 
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA 
Professora Fernanda Silveira Correa 
 
07/03/2018 AULA 3 
tornar os estudantes melhores nas atividades humanas que poderiam auxiliá-
los a prosperar na sociedade grega. 
Era comum que sofistas viajassem em grupos pelas cidades gregas e 
romanas, para assim poderem realizar elaborados discursos e acalorados 
debates públicos, demonstrando suas habilidades na expectativa de atrair 
estudantes para suas escolas. Em particular, nobres, homens de estado e 
jovens que pudessem pagar pelos estudos. Os sofistas foram muito criticados 
por Platão e Aristóteles por só ensinarem aos que podiam pagar pela 
educação. 
 Os primeiros principais sofistas da Grécia Antiga foram, Protágoras, 
Górgias, Isócatres, Hípias, Pródico, Crítias, Antifonte, Trasímaco, mais além 
com os filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles. 
 
 
o SÓCRATES 
Criticou o relativismo da verdade defendido pelos sofistas e 
destacou pela sua busca pelo Conceito Universal. 
Estabusca pelo Conceito Universal consiste num diálogo que o 
filósofo realiza com o interpelado para que se ache a definição de 
um tema (mesmo que, no final da discussão, não haja formulação 
dessa definição, situação onhecida como diálogo aporético). Para 
achar esse conceito e também para solucionar o problema gerado 
pelos sofistas (a relatividade da verdade), Sócrates propõe um 
método que leva o homem a reavaliar suas idéias e posições a 
partir de uma análise conceitual. 
O método de Sócrates é dividido em dois momentos: a "ironia", 
um diálogo que consiste na verificação de um argumento (se este 
apresenta contradições, se é incompleto, etc); e a "maiêutica" ("arte 
de fazer o parto"), diálogo que leva o interpelado a pensar por si 
mesmo, que o faz chegar a um conceito, a uma definição. 
Algo que precisa ser destacado é que, para Sócrates, o 
conhecimento está intimamente ligado à posição moral, ou seja, a 
prática filosófica possui um vínculo com a conduta moral. O 
filósofo inclusive aponta que existia um confronto entre a esfera 
individual (interesses particulares) com a esfera pública 
(interesses coletivos), o que fazia alguns discursos inválidos, 
mesmo tendo todos direito à isegoria (liberdade de expressão). 
 
 
 
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA 
Professora Fernanda Silveira Correa 
 
07/03/2018 AULA 3 
Uma frase interessante de Sócrates é "Só sei que nada sei", que 
demonstra a posição do filósofo quanto a sua própria inteligência: 
reconhecia que não sabia todas as coisas. Então, como ele 
conseguia vencer os debates? Ao contrário da maioria, que 
procurava ganhar mostrando o quão verdadeiro era o seu 
argumento, Sócrates identificava a falha do argumento do outro. 
 
o PLATÃO 
Um dos filósofos mais conscientes do modo como a filosofia 
deveria ser concebida e qual deveria ser seu escopo e quais 
ambições poderia aspirar o filósofo. 
De fato, Platão pode ser considerado o inventor do tema da 
filosofia, aquilo de que ela de fato trata, tendo a filosofia como um 
rigoroso e sistemático exame dos assuntos éticos, políticos, 
metafísicos e epistemológicos através de um método distintivo. 
A Platão frequentemente se atribui uma posição filosófica que 
atualmente seria descrita como racionalista, parte de uma 
definição de raciocínio como uma operação mental discursiva, 
pautada pela lógica, e utilizando proposições para extrair 
conclusões; realista, em relação à existência de universais, as 
formas ideais; idealista, com sua teoria das ideias, na qual a 
verdadeira realidade estaria no mundo das ideias, sendo acessível 
apenas à razão; e dualista, concepção baseada na existência de 
duas substâncias irredutíveis uma a outra. Embora estas posições 
não tenham sido completamente desenvolvidas por Platão, suas 
ideias iniciais inspiraram a formação destas posições filosóficas, a 
tal ponto que, por exemplo, o realismo, na forma apresentada 
acima, é hoje conhecido como "Realismo Platônico". 
A Teoria das Formas, também frequentemente referida como 
Teoria das Ideias, é um dos mais importantes desenvolvimentos 
filosóficos de Platão, de acordo com esta teoria, as formas 
abstratas, aquelas não-materiais, possuem o tipo mais elevado e 
fundamental de realidade, mesmo não possuindo existência física 
estas formas são substanciais e imutáveis. O mundo material 
mutável que conhecemos através da sensação teria existência 
secundária e dependente das formas, também chamadas "ideias". 
Alguns autores chamaram estas formas de "essências puras" que 
sustentam a existência do mundo material. Platão defendeu a 
 
 
 
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA 
Professora Fernanda Silveira Correa 
 
07/03/2018 AULA 3 
existência de uma conexão metafísica, portanto abstrata, entre a 
maneira como procuramos ter acesso às formas, descrevendo tal 
procura, bem como as dificuldades inerentes a este processo, em 
sua Alegoria da caverna, na obra República. 
Autores como Stephen Körner, consideraram a adesão às ideias 
de Platão como uma tendência natural para os estudiosos da 
matemática, esta posição é evidenciada pela grande adesão de 
importantes nomes da matemática ao pensamento platônico, 
entre eles Sir Bertrand Russell, A. N. Whitehead, Gottlob Frege, 
Kurt Gödel, Georg Cantor, entre outros. Também na física existe 
uma arraigada tradição platônica, começando com Galileu Galilei 
e se estendendo até Werner Heisenberg, Roger Penrose, Stephen 
Hawking, entre outros importantes nomes da física 
contemporânea. 
Para além de sua grande relevância para a filosofia e ciência, 
Platão também foi importante para o processo de racionalização 
da fé cristã, em grande medida através de sua influência sobre o 
filósofo e teólogo Agostinho, um dos mais importantes da história 
da cristandade. 
 
o ARISTÓTELES 
Lógica – Instrumento para o conhecimento. 
É interessante notar que Aristóteles visa superar Platão, seu 
mestre. 
Assim como pensa que a essência das coisas está nas próprias 
coisas, diferente de Platão que pensa nas coisas como cópias de 
ideias perfeitas, Aristóteles pensa de modo diferenciado assuntos 
como ética e política. 
Em ética, Aristóteles discorda da ideia platônica que via as 
paixões humanas como negativas e que precisavam ser 
controladas pela razão. Para ele, as paixões humanas não são nem 
boas e nem ruins. Ruim é quando as paixões são viciosas, isto é, 
quando estão em excesso ou em falta. Ter raiva de alguém não é 
ruim, por exemplo, pois ruim é aplicar em determinada situação 
mais raiva do que o necessário ou menos raiva do que o 
necessário. Nesse sentido, Aristóteles pensa que virtude é 
encontrar uma justa medida entre o excesso e a falta das paixões. 
 
 
 
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA 
Professora Fernanda Silveira Correa 
 
07/03/2018 AULA 3 
Agir corretamente é um treino constante de dosar corretamente as 
paixões. 
No campo político, Aristóteles se preocupou menos com 
hipóteses de uma sociedade ideal e mais com um estudo dos 
sistemas políticos e leis existentes em sua época. Assim, diferente 
de Platão, que teorizou uma cidade ideal, Aristóteles pensou uma 
sociedade que não fosse nem totalmente democrática e nem 
totalmente aristocrática: a política permitiria que os conflitos entre 
ricos e pobres pudessem ser amenizados. 
 
 
 
 
 
 
 
Leitura para próxima aula: 
História da Psicologia Moderna (10 Ed)– Cap. II 
São Paulo, 2015 
Duane P. Schutz e Sydney E. Schutz.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes