Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO Tomo VIII Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 2 Questão 1 Questão 1.1 O lote econômico de compra é uma ferramenta importante para empresas que desejam minimizar o custo total anual de estoques. Esse custo é formado pelo somatório dos custos de pedidos anual, de armazenagem anual e de aquisição anual, sendo o lote econômico de compra o ponto mínimo da curva de custo total anual. A respeito do lote econômico de compra, assinale a alternativa correta: A. O custo de armazenagem anual é independente do tamanho do lote econômico de compra. B. O custo de pedidos anual pode ser considerado igual a zero, caso a empresa faça todas as compras de materiais sem atrasos. C. A demanda não precisa ser conhecida para que o lote econômico de compra seja encontrado, pois ela não é utilizada no cálculo do custo total anual. D. O custo de aquisição anual é calculado a partir dos valores do nível de estoque de segurança que a empresa pretende utilizar durante todo o ano. E. O lote econômico de compra também pode ser encontrado desconsiderando-se o custo de aquisição anual, pois este é sempre constante. 1. Introdução teórica Lote econômico de compra (LEC) Segundo Galvão (2012), o lote econômico de compras (LEC) é a situação de equilíbrio econômico entre o custo da manutenção dos estoques e o custo das aquisições de material. O lote econômico visa a determinar a melhor quantidade a ser solicitada em uma compra a fim de se obter o menor custo de aquisição e de armazenagem de determinado item (BOWERSOX, 2014). A figura 1 mostra como o custo total varia em função do tamanho do lote adquirido. Nessa figura, é possível observar que há um tamanho de lote que minimiza o custo: o lote econômico de compra. 1Questão 27 – Enade 2014. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 3 Figura 1. Custo em função do tamanho do lote. Fonte. CORRÊA, GIANESI e CAON, 2007. A determinação do LEC, segundo Slack, Johnston e Chambers (2009), pode ser feita pela seguinte expressão: H SD LECQ 2 Na equação, Q é a quantidade a ser adquirida em cada pedido, S é o custo de colocação do pedido, D é a demanda do produto por unidade de tempo e H é o custo de armazenagem de uma unidade em estoque por um período de tempo. Conhecendo-se o LEC, é possível determinar o tempo entre pedidos (T) e a frequência de pedidos por período (F): D Q T Q D T F 1 Segundo Slack, Johnston e Chambers (2009), o ponto de colocação de um novo pedido deve ser aquele em que, respeitado o lead time de entrega do fornecedor, o recebimento de um novo pedido coincide com o fim do estoque remanescente. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 4 2. Análise das alternativas A - Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A figura 1 mostra que o custo de armazenagem é linearmente dependente do tamanho do lote. B - Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O custo de colocação de pedidos não depende da época em que eles são colocados. Esse custo depende do número de pedidos que são colocados no período. C - Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O conhecimento da demanda é importante para a determinação do LEC, pois o custo total depende da quantidade armazenada. D - Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O custo de aquisição depende do valor unitário do material e do número de itens a serem adquiridos, não depende do nível de estoque de segurança. E - Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. O LEC é independente do custo de aquisição. Ele depende da quantidade a ser adquirida em cada pedido e, também, do custo de colocação do pedido, da demanda do produto por unidade de tempo e do custo de armazenagem de uma unidade em estoque por dado período de tempo. 3. Indicações bibliográficas BOWERSOX, D. J. et al. Gestão logística da cadeia de suprimentos. Porto Alegre: AMGH, 2014. CORRÊA, L. H.; GIANESI N. G. I.; CAON, M. Planejamento, programação e controle da produção. São Paulo: Atlas, 2007. GALVÃO, S. L. Lote Econômico de Compra. Disponível em <http://www.portaladm.adm.br/AM/AM17.htm>. Acesso em 16 mai. 2012. SLACK, N.; JOHNSTON, R. e CHAMBERS, S. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2009. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 5 Questão 2 Questão 2.2 A viabilidade econômica de um projeto é analisada considerando-se uma taxa de mínima atratividade (TMA), de 3% ao período. O fluxo de caixa previsto para o projeto é apresentado a seguir, cujo valor no tempo 0 (zero) é o investimento inicial. Os demais valores são o fluxo de caixa líquido. Considere que o investimento inicial no período zero não está sujeito a incertezas, porém há incertezas tanto para o valor da TMA quanto para o fluxo de caixa liquido futuro, considerando uma série uniforme de A. O quadro apresentado é uma matriz de TMA x A, e mostra o fluxo de caixa descontado para a combinação de diferentes valores de TMA e A. Fluxo de caixa do projeto, em R$ 0 1 2 3 -3.172,00 A A A Valor equivalente, em 0 (zero), do fluxo de caixa líquido A, em R$. TMA 1.000,00 1.050,00 1.100,00 1.150,00 1.200,00 2% 2.884,00 3.028,00 3.172,00 3.316,00 3.461,00 3% 2.829,00 2.970,00 3.111,00 3.253,00 3.394,00 4% 2.775,00 2.914,00 3.053,00 3.191,00 3.330,00 5% 2.723,00 2.859,00 2.996,00 3.132,00 3.268,00 6% 2.673,00 2.807,00 2.940,00 3.074,00 3.208,00 Com base no exposto, avalie as afirmativas a seguir. I. O projeto é economicamente viável. II. Não há relação entre o projeto e o quadro apresentado, pois os valores apresentados no quadro não podem ser considerados, dado que há incerteza no valor de A. III. Considerando a amplitude de taxas de desconto apresentadas, o projeto é economicamente inviável para fluxos de caixa líquidos uniformes inferiores a $1.100,00. IV. Caso o fluxo de caixa líquido passe a ser $1.150,00, o ponto de equilíbrio econômico para o projeto ocorrerá para TMA entre 4% e 5% ao período. 2Questão 30 – Enade 2014. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 6 É correto apenas o que se afirma em A. I e II. B. I e III. C. III e IV. D. I, II e IV. E. II, III e IV. 1. Introdução teórica Análise de investimento Considerando que todo investimento deve gerar valor para o investidor, é necessário analisar cautelosamente um possível investimento antes de sua efetivação. Entre os métodos de análise, os mais conhecidos são: o Valor Presente Líquido (VPL), a Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Payback (MARQUEZAN, 2006). O VPL aponta o valor atual de uma série uniforme de capitais futuros, descontados à determinada taxa de juros compostos, por seus respectivos prazos (DAVIS, 2001). O VPL pode ser determinado por: n j j j i FC VPL 0 1 . Na equação, i é a taxa de desconto, j é o período genérico que percorre todo o fluxo de caixa, FCj é o fluxo no período j, que pode ser positivo (entradas) ou negativo (saídas), VPL é o valor presente líquido descontado e n é o número de períodos do fluxo. Nessetipo de análise, considera-se que do investimento retorne o mínimo esperado quando o VPL for igual a zero. Dizemos que, nessa situação, ocorre o ponto de equilíbrio econômico. Caso o VPL seja menor do que zero, o retorno do investimento é menor do que o esperado. Caso o VPL seja maior do que zero, o retorno é maior do que o esperado. Segundo Davis (2001), entre dois projetos analisados pelo método VPL, o melhor é aquele que apresenta o maior valor para o VPL. 2. Solução da questão Tomando os valores do quadro que mostra o fluxo descontado de A para os vários valores de TMA e acrescentando o valor do investimento inicial de R$-3.172,00, obtemos o quadro 1, que apresenta o VPL para cada valor de A em cada TMA considerada. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 7 Quadro 1. Valor Presente líquido para os fluxos considerados nas taxas consideradas. Valor presente líquido considerando o investimento inicial de R$3.172,00 TMA 1.000,00 1.050,00 1.100,00 1.150,00 1.200,00 2% -288,00 -144,00 0,00 144,00 289,00 3% -343,00 -202,00 -61,00 81,00 222,00 4% -397,00 -258,00 -119,00 19,00 158,00 5% -449,00 -313,00 -176,00 -40,00 96,00 6% -499,00 -365,00 -232,00 -98,00 36,00 No quadro 1, a área sombreada apresenta VPL maior do que zero ou igual a zero, o que se refere a situações acima do ponto de equilíbrio econômico, ou seja, aquelas em que o retorno é maior ou igual ao mínimo esperado. 3. Análise das afirmativas I - Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O VPL é maior do que zero ou igual a zero para fluxos com valores maiores do que R$1.100,00 ou iguais a R$1.100,00. II - Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Existe relação entre o projeto e os dados do quadro. O quadro faz a projeção para os diversos valores de A e TMA. Ele é uma ferramenta de análise importante. III - Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Como é possível observar no quadro 1, o VPL é positivo para fluxos de caixa maiores do que R$1.100,00 ou iguais a R$1.100,00. Logo, os fluxos abaixo desse valor tornam o projeto inviável. IV - Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Com o fluxo de R$1.150,00, a taxa de 4% fornece VPL positivo (R$19,00) e a taxa de 5% fornece VPL negativo (R$-40,00). O valor nulo, que é o ponto de equilíbrio, irá ocorrer com taxa entre 4% e 5%. Alternativa correta: C. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 8 4. Indicações bibliográficas DAVIS, M. M.; AQUILANO, N. J.; CHASE, R. B. Fundamentos da administração da produção. São Paulo: Bookman, 2001. MARQUEZAN, L. H. F.; BRONDANI, G. Análise de investimentos. Revista Eletrônica de Contabilidade. n .1, jan. - jun. Santa Maria, 2006. vol. III. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 9 Questão 3 Questão 3.3 O pensamento enxuto considera que devem ser reduzidos os desperdícios de todos os níveis do processo de produção. O gerente de produção de uma determinada empresa participa de um projeto de desenvolvimento de produto, que objetiva obter uma nova plataforma de um modelo já existente na empresa. Levando em consideração o pensamento enxuto, o gerente de produção propõe para a equipe de desenvolvimento o uso da técnica Failure Mode and Effect Analysis (FMEA), tanto no desenvolvimento do produto como no novo processo de produção. Considerando as especificidades da técnica FMEA, avalie as afirmativas a seguir. I. Para a elaboração do FMEA de um processo, as fontes de informações necessárias são os dados dos fornecedores. II. A aplicação da técnica FMEA tem como objetivo aumentar a confiabilidade do produto ou processo. III. O uso da técnica FMEA no projeto de um novo produto possibilita a redução de dois tipos de desperdícios do pensamento enxuto: defeitos e superprodução. IV. O índice de risco no FMEA resulta da multiplicação entre índices de severidade (S), ocorrência (O) e detecção (D). É correto apenas o que se afirma em A. I e III. B. II e III. C. II e IV. D. I, II e IV. E. I, III e IV. 1. Introdução teórica Failure Mode and Effect Analysis (FMEA) A ferramenta conhecida como FMEA, que corresponde à sigla formada pelas iniciais de Failure Mode and Effect Analysis, é uma ferramenta usada para aumentar a confiabilidade de um produto durante a fase de projeto ou a fase processo. Em resumo, a 3Questão 29 – Enade 2014. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 10 FMEA consiste em sistematizar atividades para detectar possíveis falhas e avaliar seus efeitos no projeto ou durante o processo (TAHARA e AMIGO, 2012). Há quatro tipos de FMEA: de produto, de processos, de sistemas e de serviços. As etapas e a maneira de realização são as mesmas, mas os objetivos são diferentes. Na FMEA de produto, objetiva-se evitar falhas no produto ou no processo decorrentes do projeto. Na FMEA de processos, objetiva-se reduzir ou eliminar modos de falhas do processo, tendo como base as não conformidades do produto com as especificações do projeto. Na FMEA de sistemas, objetiva-se focar nos modos de falhas entre funções do sistema. Estão incluídas as interações entre sistemas e elementos dos sistemas. Na FMEA de serviços, são analisados os serviços antes do contato com o consumidor. O método FMEA consiste basicamente na identificação e na disposição, em uma tabela, de todos os modos de falha em potencial. Tendo os modos de falha tabelados, eles deverão ser analisados e classificados em relação a três aspectos: severidade, detecção e ocorrência. Para cada aspecto, será criado um índice. Pela multiplicação entre eles, têm-se à disposição os modos de falha ordenados de acordo com a sua importância. Dessa maneira, obtém-se uma tabela que auxilia na tomada de decisões de mudanças relacionadas com o aumento de confiabilidade no projeto (TAHARA e AMIGO, 2012). 2. Análise das afirmativas I - Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A FMEA é uma ferramenta que consiste em sistematizar atividades para detectar possíveis falhas e avaliar seus efeitos no projeto ou no processo. II - Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Como afirma Tahara e Amigo (2012), a FMEA é uma ferramenta utilizada para aumentar a confiabilidade de um produto durante a fase de projeto ou processo. III - Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A FMEA é uma ferramenta usada para a detecção de possíveis falhas no produto, no processo sistemas e nos serviços. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 11 IV - Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Como afirma Tahara e Amigo (2012), o método FMEA consiste na criação de índices relacionados a três aspectos: severidade, detecção e ocorrência. Pela multiplicação entre eles, são obtidos índices que, colocados em ordem decrescente, mostram os modos de falha ordenados de acordo com sua importância, de acordo com a ordem do risco da ocorrência de falha. Alternativa correta: C. 3. Indicação bibliográfica TAHARA, S.; AMIGO, C. FMEA (Failure Mode and Effect Analysis). Portal do conhecimento, nov. 2012. Disponível em <http://www.portaldeconhecimentos.org.br/index.php/por/Conteudo/FMEA-Failure- Mode-and-Effect-Analysis>. Acesso em 03 mar. 2016. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 12 Questão 4 Questão 4.4 Nem sempre os resíduos gerados pós-consumo, pós-venda ou industriais são projetados para serem insumos de uma cadeia de suprimentos reversa.Todavia, quando há limitações de recursos naturais, o seu reuso é e deve ser estimulado. Considere que uma empresa implantou o Programa Ciclo Sustentável, que consiste na reciclagem de seus produtos eletroeletrônicos e eletrodomésticos. Em operação desde 2008, esse programa recebe, em postos credenciados localizados em todo o Brasil, os produtos que os consumidores não utilizam e/ou não pretendem mais utilizar. Todos os produtos recolhidos são encaminhados a local ambientalmente adequado, onde cada componente presente em sua composição é devidamente tratado. Dessa forma, os produtos completarão seu ciclo de vida de maneira sustentável, mitigando os impactos no meio ambiente, com participação e contribuição direta do consumidor. A partir do texto apresentado, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. A logística reversa deve ser considerada no projeto de desenvolvimento de produtos, pois tem por objetivo descartar/encaminhar apropriadamente os resíduos gerados e os produtos não mais em uso, de forma a se obter um ciclo de vida mais sustentável. PORQUE II. Os canais reversos estabelecem o papel da logística reversa na sustentabilidade, que consiste em reduzir o uso de recursos não renováveis e a geração de resíduos nocivos ao ambiente. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II justifica a I. B. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II não justifica a I. C. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. D. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. E. As asserções I e II são proposições falsas. 4Questão 22 – Enade 2014. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 13 1. Introdução teórica Logística reversa A Lei Nº 12.305/10 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, cidadãos e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na logística reversa dos resíduos e embalagens pós-venda e pós-consumo (MMA, 2016). A logística reversa é a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes ao retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros (LEITE, 2012). Segundo Guarnieri (2011), a logística reversa operacionaliza o retorno de bens de pós-venda e de pós-consumo que possam ter como destinos os mercados de reciclados ou que possam ser reutilizados, incinerados para gerar energia, vendidos em partes etc. A logística reversa é o segmento da cadeia de suprimentos que trata dos processos logísticos de produtos que já foram vendidos em duas frentes. A primeira frente refere-se ao fluxo de retorno de produtos que foram entregues com algum problema ou alguma avaria e de produtos que o produtor assume a responsabilidade após sua vida útil. A segunda frente refere-se ao fluxo de retorno de produtos destinados basicamente à venda, à reutilização ou à reciclagem (SILVA, 2016). O conceito de ciclo de vida está associado ao conceito da logística reversa. Do ponto de vista financeiro, fica evidente que, além dos custos de matéria-prima, produção e armazenagem, o ciclo de vida de um produto inclui o custo do gerenciamento de seu fluxo reverso, que é uma forma de avaliar o impacto do produto no meio ambiente durante toda sua vida (LACERDA, 2013). Existe uma clara tendência de que a legislação ambiental caminhe no sentido de tornar as empresas cada vez mais responsáveis por todo ciclo de vida de seus produtos. Isso significa ser legalmente responsável pelo seu destino após a entrega dos produtos aos clientes e pelo impacto que eles produzem no meio ambiente. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 14 2. Análise das asserções I - Asserção correta. JUSTIFICATIVA. De acordo com Leite (2012), a logística reversa planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes ao retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, agregando-lhes valor de diversas naturezas: valor econômico, valor ecológico, valor legal, valor logístico e valor de imagem corporativa, entre outros. II – Asserção correta. JUSTIFICATIVA. Os canais reversos representam a forma operacional da logística reversa, e não a razão de sua existência. Por meio do fluxo reverso, o retorno dos produtos destina-se à venda, à reutilização ou à reciclagem. Alternativa correta: B. 3. Indicações bibliográficas GUARNIERI, P. Logística reversa: em busca do equilíbrio econômico e ambiental. Recife: Clube dos Autores, 2011. LACERDA, L. Logística reversa: uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas operacionais. Disponível em <http://www.sargas.com.br/site/index.php?option =com_content&task=view&id=78&Itemid=29>. Acesso em 06 fev. 2013. LEITE, P. R. Logística reversa: nova área da logística empresarial. Tecnologística. São Paulo: Ano 8, n. 78, maio 2012. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Disponível em <http://www.mma.gov.br/pol%C3%ADtica-de-res%C3%ADduos- s%C3%B3lidos>. Acesso em 08 mar. 2016. SILVA, G. A. B. Planejamento e gestão da logística reversa: oportunidades para redução de custos. Disponível em <https://www.linkedin.com/pulse/planejamento-e-gest%C3%A 3o-da-log%C3%ADstica-reversa-para-redu%C3%A7%C3%A3o-alves>. Acesso em 08 mar. 2016. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 15 Questão 5 Questão 5.5 Uma empresa desenvolve, fabrica e vende equipamentos de medição de alta tecnologia. Atualmente a equipe de engenharia de um determinado produto desenvolve um novo instrumento de medição. Quatro protótipos do equipamento foram manufaturados e submetidos a teste. Uma peça padrão com dimensão de 50mm foi usada como padrão de referência. Cada protótipo do instrumento foi utilizado para fazer sete medições na dimensão da peça padrão por um mesmo operador. Os resultados são apresentados na figura a seguir. O centro do alvo representa o valor verdadeiro da dimensão da peça padrão e os pontos representam os resultados das sete medidas da característica. Com relação aos resultados mostrados na figura e às definições de exatidão (capacidade de medir corretamente, em média, o verdadeiro valor da característica) e precisão (variabilidade inerente às medidas), avalie as seguintes afirmações conforme o que a equipe de engenharia do produto da empresa deveria inferir. I. O instrumento A é mais exato que o instrumento C e ambos são precisos. II. O instrumento D é mais exato que o instrumento B e ambos não são precisos. III. Os instrumentos A e B são exatos, mas o instrumento A é mais preciso que o instrumento B. 5Questão 21 – Enade 2014. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 16 IV. Os instrumentos C e D são exatos, mas o instrumento C é mais preciso que o instrumento D. V. O instrumento A é mais exato que o instrumento D, mas o instrumento D é mais preciso que o instrumento A. É correto apenas o que se afirma em A. II e IV. B. I, III e V. C. I, IV e V. D. II, IIIe IV. E. I, II, III e IV. 1. Introdução teórica Valor verdadeiro, precisão e exatidão O objetivo final de um processo de medição é a determinação do valor verdadeiro de uma grandeza física experimental. O valor verdadeiro também é conhecido como valor alvo (LIMA JR., 2012). A qualidade do resultado de uma medição está associada aos conceitos de exatidão e de precisão. O conceito de exatidão refere-se ao grau de aproximação de uma medida com seu valor alvo. Ou seja, quanto mais próxima do valor verdadeiro correspondente, mais exata é a medida. O conceito de precisão refere-se à dispersão entre medidas repetidas sob as mesmas condições. Medidas precisas são menos dispersas, ou seja, elas tendem a fornecer os mesmos resultados, mas não necessariamente resultados próximos do valor alvo, quando repetidas sob as mesmas condições (LIMA JR., 2012). Uma maneira gráfica de conceituar a exatidão e a precisão de medidas é apresentada na figura 1. Figura 1. Precisão e exatidão. Fonte. Sawada, 2016. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 17 A figura 1 mostra quatro resultados tendenciosos: cada qual apresenta um significado distinto e específico, conforme segue (SAWADA, 2016). Caso (a). Situação ideal, na qual os resultados encontram-se no centro do alvo (exato) e muito próximos um do outro (preciso). Caso (b). Os resultados estão muito próximos entre si (precisos), mas estão distantes do centro do alvo (não exatos). Caso (c). Os resultados estão espalhados em torno do alvo (não precisos), mas a média está próxima do centro do alvo (exata). Caso (d). Pior situação, pois os resultados encontram-se dispersos e, por isso, considerados não precisos e não exatos. 2. Análise das afirmativas I - Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O instrumento A é mais preciso do que o instrumento C. Vale ressaltar que ambos não são exatos. II - Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A média do instrumento D está próxima do valor alvo, embora o instrumento D não seja preciso. O instrumento B. além de não ser preciso, também não é exato. III - Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Os instrumentos A e B não são exatos. IV – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Os instrumentos C e D são exatos (a média das medidas é próxima ao valor alvo). O instrumento C mede valores muito mais próximos do valor exato do que o instrumento D. V - Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O instrumento A é mais preciso do que o instrumento D. O instrumento D é mais exato do que o instrumento A. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 18 Alternativa correta: A. 3. Indicações bibliográficas LIMA JR., P. et al. O laboratório de Mecânica. Porto Alegre: IF-UFRGS, 2012. SAWADA, O. K. Precisão e exatidão não são a mesma coisa. Disponível em <http://www.mundodametrologia.com.br/2014/09/precisao-e-exatidao-nao-sao-mesma- coisa.html>. Acesso em 08 mar. 2016. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 19 Questão 6 Questão 6.6 Em projetos de desenvolvimento de novos produtos, considera-se que a participação de uma equipe profissional multidisciplinar contribui para o sucesso do projeto. Com relação à participação do representante da manufatura na equipe de projeto, espera-se que sejam usados os princípios do DFMA (Design for Manufacturing and Assembly) nas fases de desenvolvimento. BOOTHROYD, G; DEWHURST, P; KNIGHT, W.A. Product design for manufacture and assembly. 3 ed. Boca Raton: Taylor and Francis Group, LCC, 2011 (com adaptações). Considerando as especificidades e princípios do DFMA, avalie as afirmativas a seguir. I. É esperado que o produto resultante passe por menos etapas de produção e, como consequência, tenha menor tempo de produção. II. O design do produto, resultante do projeto, terá maior grau de novidade. III. A participação do representante da manufatura reduzirá custos de execução do projeto. IV. É almejado que o novo produto apresente menor número de componentes ou peças. É correto apenas o que se afirma em A. I e IV. B. II e III. C. III e IV. D. I, II e III. E. I, II e IV. 1. Introdução teórica A técnica DFMA para o projeto de produtos Segundo Corrêa e Corrêa (2012), o projeto de um produto deve levar em conta não só o produto em si, mas também o processo de sua produção. Os processos, muitas vezes, restringem as possibilidades dos projetistas. Além disso, pequenas alterações no produto podem promover grandes alterações no processo de sua produção. A partir da década de 1990, as empresas passaram a usar métodos interativos para o desenvolvimento de produtos. Esses métodos usam equipes multidisciplinares que realizam simultaneamente muitas partes do desenvolvimento do produto. As vantagens desse tipo de abordagem para o desenvolvimento do produto estão na redução do número de problemas na produção, dos problemas de qualidades do produto produzido, do tempo para o 6Questão 20 – Enade 2014. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 20 lançamento, dos custos de desenvolvimento e do tempo de retorno do investimento (SLACK et al, 2015). Segundo Tahara (2016), o Design for Manufacturing and Assembly (DFMA) é uma filosofia que utiliza diferentes conceitos, técnicas, ferramentas e métodos para aperfeiçoar a fabricação de componentes ou para simplificar a montagem de produtos. Geralmente, o DFMA é subdividido em duas abordagens: o projeto para manufatura (DFM) e o projeto para montagem (DFA) (SILVA e MELLO, 2008). No DFM, é considerada a aplicação de conceitos que diminuam os custos com a utilização de equipamentos, tais como a redução das etapas de fabricação e do número de equipamentos utilizados. Essa redução é considerada um fator crucial às empresas. No DFA, o foco é a redução da quantidade de componentes. Além da redução da quantidade de componentes, durante as análises de DFA, deve ser levada em consideração a obtenção de ganhos por meio de outros fatores, tais como transporte, manutenção e diminuição na geração de resíduos. Mello (2016) afirma que as ações gerais do DFMA são: reduzir ao mínimo a quantidade de peças; projetar no sentido de haver número mínimo de componentes; procurar padronizar materiais, processos e componentes; determinar o impacto no custo do uso de materiais e processos; usar a ergonomia como ferramenta de produtividade; facilitar o manuseio de peças e componentes. 2. Análise das afirmativas I - Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A redução de custos com a aplicação de equipamentos implica a redução de etapas de fabricação e, por consequência, a redução no tempo de produção. II - Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A técnica DFMA é voltada para a simplificação do produto e para a redução de etapas de fabricação. III - Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A execução do projeto não é abordada pela técnica DFMA. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 21 IV - Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Um dos objetivos da técnica é a simplificação do produto, que passa pela redução do número de componentes. Alternativa correta: A. 3. Indicações bibliográficas CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração da produção e operações manufatura e serviços: uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2012. MELLO, C. H. P. Técnicas de desenvolvimento de produtos. Disponível em <http://www.carlosmello.unifei.edu.br/Disciplinas/epr-707/DFMA_2010_R0.pdf>.Acesso em 09 mar. 2016. SILVA, C. E. S; MELLO, C. H. P. Planejamento e projeto de produto. Itajubá: UNIFEI, 2008. SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2015. TAHARA, S. DFMA (Design for Manufaturing and Assembly). Disponível em <http://www.portaldeconhecimentos.org.br/index.php/por/content/view/full/9447>. Acesso em 09 mar. 2016. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 22 Questão 7 Questão 7.7 Uma empresa do setor moveleiro pretende lançar no mercado uma nova linha de produtos que atenda ao critério de prevenção de acidentes, conforme diretrizes do Ministério do Trabalho, e identificar os riscos potenciais ao ambiente de trabalho a fim de determinar quais os meios para diminui-los. Duas soluções para o projeto foram apontadas: a primeira é o uso de madeira plástica, que é um produto fabricado a partir de plástico reciclado e fibras vegetais, com vantagem de ser resistente à umidade; e a segunda é a substituição de resinas químicas derivadas do petróleo por adesivos à base de tanino, extraído de material vegetal, como a casca da acácia negra. A respeito do conceito e dos princípios de segurança do trabalho, a melhoria da nova resina aplicada ao produto deve ser vista como critério de prevenção para o trabalhador referente A. aos fatores relacionados com o ambiente de trabalho, devido à liberação de componentes que podem comprometer a saúde do trabalhador. B. aos fatores que causam desconforto, aumentam o risco de acidentes e podem causar danos consideráveis à saúde do trabalhador no posto de trabalho. C. ao enfoque ergonômico para desenvolver postos de trabalho que reduzam as exigências biomecânicas, procurando colocar o operador em uma boa postura de trabalho e eliminando desconfortos. D. aos fatores, como a postura adequada do corpo, movimentos corporais, antropometria, necessidade de iluminação, ventilação, dimensões de máquinas, ferramenta e, ainda, interações com o ambiente externo. E. ao conjunto de fatores interdependentes, materiais ou abstratos, que atuam direta e indiretamente na qualidade de vida do trabalhador, em condições ambientais desfavoráveis, como excesso de calor, ruído e vibrações. 1. Introdução teórica Riscos no trabalho Segundo o artigo 19 da Lei N° 8.213/1991, acidente de trabalho é o que ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação 7Questão 32 – Enade 2014. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 23 funcional que cause morte, perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Segundo o artigo 20 dessa lei, são acidentes de trabalho as doenças profissionais desencadeadas pelo exercício do trabalho, adquiridas em função das condições de trabalho (CAMPOS, 2014). Para evitar acidentes de trabalho, a empresa deve adotar medidas coletivas e individuais de proteção e de segurança do trabalhador, como (CAMPOS, 2014): fornecer equipamentos de proteção; dotar máquinas e equipamentos de trabalho de dispositivos de segurança eficientes; treinar os empregados; prestar informações sobre os riscos das operações e da manipulação de produtos. Segundo Bastos (2011), são considerados acidentes de trabalho aqueles que, embora o trabalho não tenha sido a causa única, contribuem diretamente para a morte, a redução ou a perda da capacidade para o trabalho. São ainda considerados acidentes de trabalho (BASTOS, 2011): a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; o acidente sofrido pelo empregado, ainda que fora do local e horário de trabalho, na execução de ordem ou na realização de serviço; na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do empregado; o acidente ocorrido no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do empregado. De maneira geral, dentro do ambiente de trabalho, os riscos aos quais o trabalhador está sujeito podem ser agrupados em cinco grupos diferentes: os físicos, os químicos, os biológicos, os ergonômicos e os riscos de acidentes de trabalho (SANTOS, 2016). Os riscos físicos são os gerados por máquinas, equipamentos e condições físicas características do local de trabalho que podem causar prejuízos à saúde do trabalhador. Os riscos químicos são representados pelas substâncias químicas que, independentemente da forma em que se encontram, podem produzir reações tóxicas e danos à saúde quando absorvidas pelo organismo. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 24 Os riscos biológicos são aqueles causados por microrganismos como bactérias, fungos, vírus, bacilos e outros. Eles são capazes de desencadear doenças devido à contaminação e à própria natureza do trabalho. Os riscos ergonômicos são relacionados ao ambiente de trabalho que expõe o trabalhador a situações que não lhe propiciem bem-estar físico e psicológico. Os riscos de acidentes ocorrem em função das condições físicas (do ambiente físico e do processo de trabalho) e tecnológicas impróprias, capazes de provocar lesões à integridade física do trabalhador (SANTOS, 2016). 2. Análise das alternativas A - Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. A substituição do adesivo melhora a qualidade do ambiente de trabalho, pois a liberação de componentes químicos na atmosfera do ambiente do trabalho coloca o trabalhador em risco por um agente químico. B, C e D - Alternativas incorretas. JUSTIFICATIVA. A troca da resina não altera o posto de trabalho e o ambiente externo. E - Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O excesso de ruído e calor é um exemplo de risco físico que não sofre alteração com a liberação de componentes pelo adesivo. 3. Indicações bibliográficas BASTOS, M. Legislação sobre acidentes de trabalho. Disponível em <http://www.mauricio.bastos.nom.br/opinioes-comentarios/17-acidentes-do-trabalho- doencas-equiparadas.html#post15>. Acesso em 16 fev. 2011. CAMPOS, A. A. M. Cipa – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: uma nova abordagem. São Paulo: SENAC, 2014. SANTOS, Z. Segurança no trabalho e meio ambiente. Disponível em <http://www.if.ufrgs.br/~mittmann/NR-9_BLOG.pdf>. Acesso em 09 mar. 2016. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 25 Questão 8 Questão 8.8 Do ponto de vista ergonômico, é sempre desejável a adaptação individual da altura de trabalho. Ao invés de soluções improvisadas, como estrados para os pés ou o aumento das pernas das mesas, uma mesa com altura regulável é mais recomendável. Na figura abaixo são mostradas as alturas de trabalho desejáveis para atividades em pé, em relação à altura das pessoas, sendo que a linha de referência corresponde à altura do cotovelo a partir do chão, que é em média 1050mm para os homens e 980mm para as mulheres. KROEMER, K. H. E.; GRANDJEAN, E. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. 5 ed. Porto Alegre: Bookman, 2005 (com adaptações). Considerando o texto e a figura, avalie as afirmações a seguir. I. Durante o trabalho em pé, se há muita exigência de emprego de força, como em trabalhos pesados de montagem, a altura da superfície de trabalho deveser mais baixa: entre 150 e 300mm abaixo da altura do cotovelo, conforme situação (c) da figura. II. Para um trabalho delicado, por exemplo, desenho, é desejável um apoio de cotovelos, sendo a altura adequada entre 50 e 100mm acima da altura do cotovelo, conforme situação (a) da figura. III. Para trabalhos manuais realizados em pé, as alturas recomendadas são de 50 a 100mm abaixo da altura do cotovelo, conforme situação (b) da figura. IV. Em atividades manuais com necessidade de espaço para ferramentas, materiais e recipientes variados, a altura de trabalho adequada é a da situação (c) da figura, em torno de 100 a 150mm abaixo da altura do cotovelo. 8Questão 34 – Enade 2014. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 26 V. Para trabalhos de precisão, como manuseio de componentes eletrônicos, podem ser consideradas como adequadas as situações (a) e (b) da figura, que vão desde 50mm acima da altura do cotovelo a 50mm abaixo da altura do cotovelo. É correto apenas o que se afirma em A. I, II e III. B. I, III e IV. C. I, IV e V. D. II, III e V. E. II, IV e V. 1. Introdução teórica Ergonomia aplicada ao trabalho Para da Silva e Barboza (2005), a utilização da ergonomia na empresa tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos colaboradores e reduzir a necessidade de assistência médica e o número de acidentes, além de aumentar a eficiência do trabalho humano. A ergonomia estuda vários aspectos: a postura e os movimentos corporais, fatores ambientais, informação, relações entre mostradores e controles, bem como cargos e tarefas. De acordo com Iida (2005), a ergonomia é o estudo da adaptação das condições de trabalho ao ser humano. Essas condições abrangem não apenas máquinas e equipamentos, mas também toda situação em que ocorre algum relacionamento entre o ser humano e seu trabalho. Ela contempla o ambiente físico e os aspectos organizacionais de como o trabalho é programado e controlado para produzir os resultados desejados. A ergonomia baseia-se em conhecimentos de outras áreas científicas, como a antropometria, biomecânica, fisiologia, psicologia, toxicologia, engenharia mecânica, desenho industrial, eletrônica, informática e gerência industrial. Ela integrou os conhecimentos relevantes dessas áreas, para desenvolver métodos e técnicas específicas para aplicação desses conhecimentos na melhoria do trabalho e das condições de vida, tanto dos trabalhadores, como da população em geral (DUL e WEERDMEESTER, 2012). No que se refere à postura de trabalho, ela deve ser a mais confortável possível. Mesmo nas tarefas em que é necessária a permanência em pé, o mobiliário, a iluminação e a execução da tarefa devem causar o menor esforço físico possível. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 27 A tabela 1 apresenta as recomendações para as alturas das mãos e dos olhos nas posturas sentada ou em pé feitas por Dul e Weerdmeester (2012). Tabela 1. Recomendações para as alturas das mãos e dos olhos, nas posturas sentada ou em pé. Tipo de tarefa Altura da superfície de trabalho Uso dos olhos: muito Uso das mãos e braços: pouco 10 a 30cm abaixo da altura dos olhos Uso dos olhos: muito Uso das mãos e braços: muito 0 a 15cm acima da altura do cotovelo Uso dos olhos: pouco Uso das mãos e braços: pouco 0 a 30cm abaixo da altura do cotovelo Fonte. DUL e WEERDMEESTER, 2012. Kroemer e Grandjean (2005) apresentam, na figura 1, as alturas de trabalho desejáveis para atividades leves em relação à altura das pessoas. Figura 1. Alturas das mesas recomendadas para o trabalho em pé Fonte. KROEMER e GRANDJEAN, 2005. 2. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Como é possível observar na figura 1, a altura da superfície de trabalho para trabalhos pesados deve ficar entre 150 e 300mm abaixo da altura do cotovelo. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 28 II - Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Para os trabalhos de precisão, a altura da superfície de trabalho deve estar na linha dos cotovelos. III - Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Para os trabalhos leves, a superfície de trabalho deve estar entre 50 e 100mm abaixo da linha dos cotovelos. IV – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Como é possível observar na figura 1, a altura da superfície de trabalho para trabalhos pesados deve ficar entre 150 e 300mm abaixo da altura do cotovelo. V - Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Para trabalhos de precisão, apenas a posição (a) da figura da questão é recomendada. Alternativa correta: B. 3. Indicações bibliográficas DUL, J., WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. São Paulo: Blücher, 2012. KROEMER, K. H. E.; GRANDJEAN, E. Manual de ergonomia – adaptando o trabalho ao homem. Porto Alegre: Bookman, 2005. IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005. SILVA, D. A.; BARBOZA, R. J. Ergonomia aplicada ao trabalho. Garça: Revista Científica Eletrônica de Administração, ano V, n. 9, dez. 2005. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 29 Questão 9 Questão 9.9 Uma empresa que atua no envase e distribuição de GLP acaba de anunciar que o Centro Operativo (CO) manteve a tríplice certificação das normas NBR ISO 9001, NBR ISO 14001 e BS OHSAS 18001. A equipe especializada do órgão certificador concluiu que o CO tem um sistema de gestão da qualidade solidamente implementado em todas as áreas produtivas, bem como alto nível de comprometimento dos colaboradores com as normas de excelência. Manter a certificação do CO é um marco para a empresa e para o setor nacional de GLP, pois se trata da primeira unidade operacional de uma distribuidora com atuação nacional a se adequar e a permanecer em conformidade com as três normas. Essa unidade operacional é modelo corporativo e de excelência de gestão para as demais unidades da Companhia espalhadas pelo Brasil que, gradualmente, também passarão pelo processo de implantação do Sistema de Gestão Integrado (SGI) a certificação assegura as boas práticas de gestão e os novos padrões de trabalho, que trouxeram benefícios à unidade, como aumento da eficiência operacional, maior satisfação do cliente em relação à qualidade do produto, além de reduções de custo de produção, acidentes e incidentes ambientais e de trabalho. Considerando os benefícios que o SGI proporcionou à empresa, avalie as afirmações a seguir. I. Um SGI necessita, obrigatoriamente, da certificação nos três sistemas de gestão: ABNT NBR ISO 9001, ABNT NBR ISO 14001 e BS OHSAS 18001. II. A ABNT NBR ISO 9001, ABNT NBR ISO 14001e BS OHSAS 18001 referem-se a sistemas de gestão da qualidade, a sistemas de gestão ambiental e a sistemas de gestão de segurança e saúde ocupacional, respectivamente. III. As concessões de certificação desta natureza são concedidas individualmente para sistemas de gestão. IV. Uma vez certificada, em um sistema de gestão, a empresa necessita, a cada três anos, da renovação da certificação com o propósito de confirmar a conformidade com todos os requisitos da norma de sistema de gestão. É correto apenas o que se afirma em A. I e II. B. I e IV. C. II e III. D. I, III e IV. E. II, III e IV. 9Questão 33 – Enade 2014. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 30 1. Introdução teórica 1.1. ISO 9001 A ISO 9001 trata dosrequisitos para um sistema de gestão da qualidade (SGQ) e é uma norma que permite, às organizações, verificar a consistência de seus processos e medir e monitorá-los com o objetivo de aumentar a sua competitividade e, com isso, assegurar a satisfação de seus clientes. Seu objetivo principal é gerenciar os requisitos do cliente para que o entendimento e o atendimento desses requisitos sejam eficazes (RIBEIRO NETO, 2008). Somente há mercado se existir necessidade; se existe necessidade, existem requisitos. Para a organização ter sucesso no mercado, ela deve identificar, monitorar e atender os requisitos do cliente. A ISO 9001 exige padronização de procedimentos, controle de documentos, registros, auditorias, manuais, reuniões e pesquisas de satisfação, que são instrumentos para que os requisitos do cliente sejam monitorados e atendidos (RIBEIRO NETO, 2008). A padronização dos processos baseada na ISO 9001 possibilita a previsibilidade, o que minimiza os riscos e os custos de operação, itens decisivos nos resultados econômicos e sociais de uma organização (VALLS, 2004). 1.2. ISO 14001 Segundo Lima (2011), as normas ambientais tratam da utilização de recursos naturais, sua transformação, seus registros e sua disposição final. As responsabilidades ultrapassam as fronteiras das fábricas, que passam a cuidar do meio ambiente em torno da atividade produtiva. As normas ISO 14000, que estabelecem as diretrizes para a gestão ambiental, foram constituídas quando houve a necessidade de se controlar e acompanhar as atividades industriais quanto à proteção ambiental (SOUZA, 2012). Nessa série, encontra-se a ISO 14001, cuja finalidade básica é fornecer às organizações os requisitos necessários de um sistema de gestão ambiental eficaz (ANDREOLI, 2012). Segundo Barbato e Blatt, apud SOUZA (2012), a ISO 14000 protege as organizações que respeitam as leis e os princípios da conservação ambiental. O principal objetivo da Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 31 norma é adequar a produção de bens às necessidades de preservação do meio ambiente, de segurança e saúde no ambiente de trabalho. 1.3. Occupational Health and Safety Assessment Services (OHSAS) 18001 A OHSAS 18001 é uma norma britânica que foi desenvolvida para ser compatível com as normas de gestão ISO 9001 e ISO 14001, a fim de facilitar a integração dos sistemas de gestão da saúde e da segurança do trabalho aos sistemas de gestão ambiental e aos sistemas de gestão da qualidade. As normas OHSAS destinam-se a proporcionar às organizações os elementos de sistemas de gestão da segurança e de saúde do trabalho eficazes, que possam ser integrados a outros requisitos de gestão, com o intuito de ajudar essas organizações a atingirem os objetivos econômicos, de segurança e de saúde no trabalho (OHSAS 18001, 2007). Vale lembrar que a certificação de cada norma tem validade de três anos e, para ser renovada, é necessário que o processo seja realizado da mesma forma inicial. 1.4. Sistemas de gestão integrada (SGI) Os sistemas de informações gerenciais (SIG) são sistemas que fornecem as informações necessárias para gerenciar com eficácia as organizações. Um SIG gera produtos de informação que apoiam as tomadas de decisão administrativa e é o resultado da interação colaborativa de pessoas, tecnologias e procedimentos (MARTINEZ, 2015). Um SIG pode incluir softwares que auxiliam na tomada de decisão pelo fornecimento de informações, abrangendo sistemas especialistas, sistemas de informação executiva e sistemas de gestão de pessoas e gestão de projetos. Um SIG é um sistema que disponibiliza a informação certa, para a pessoa certa, no lugar certo, na hora certa, da forma correta e com o custo adequado (MARTINEZ, 2015). Esses sistemas permitem que a gestão da empresa seja feita de forma integrada e uniforme. Segundo Ferro, Ferreira Neto e Waqued (2016), os objetivos de um sistema integrado de gestão empresarial são aumentar a sobrevivência de uma empresa, controlar as atividades, integrar os departamentos e atender às obrigações dos órgãos públicos afetos à fiscalização fiscal e tributária. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 32 2. Análise das afirmativas I - Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Um sistema integrado de gestão é um sistema que disponibiliza a informação certa, para a pessoa certa, no lugar certo, na hora certa, da forma correta e com o custo adequado e não depende de certificação. II - Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A ABNT NBR ISO 9001 trata dos requisitos para um sistema de gestão da qualidade. A ABNT NBR ISO 14001 fornece os requisitos necessários de um sistema de gestão ambiental eficaz. A BS OHSAS 18001 destina-se a proporcionar às organizações os elementos de um sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho eficaz que possam ser integrados a outros requisitos de gestão. III - Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Cada norma tem certificação própria. IV - Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Cada certificação tem validade de 3 anos. Alternativa correta: E. 3. Indicações bibliográficas ANDREOLI, C. V. Gestão ambiental. Disponível em <http://www.unifae.br/ publicacoes/pdf/gestao/empresarial.pdf>. Acesso em 06 fev. 2013. FERRO, D. A.; FERREIRA NETO, M.; WAQUED, C. A. A importância do sistema integrado de gestão empresarial para as instituições privadas ou públicas. Disponível em <http://www.cpgls.pucgoias.edu.br/8mostra/Artigos/SOCIAIS %20APLICADAS/A%20IMPORT%C3%82NCIA%20DO%20SISTEMA%20INTEGRADO%20 DE%20GEST%C3%83O%20EMPRESARIAL%20PARA%20AS%20INSTITUI%C3%87%C3 %95ES%20PRIVADAS%20OU%20P%C3%9ABLICAS%20- %20DERIVAL%20E%20MARIO.pdf>. Acesso em 16 mar. 2016. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 33 ISO 14001. Sistema de gestão ambiental, especificação e diretrizes para uso Disponível em <http://www.ibamapr.hpg.ig.com.br /14001iso.htm>. Acesso em 16 mar. 2016. LIMA, E. E. Sistemas de gestão ambiental. Disponível em <http://www.universoambiental.com.br/novo/artigos_ler.php?canal=6&canallocal=10&ca nalsub2=28&id=195>. Acesso em 03 mai. 2011. MARTINEZ, M. Sistema de informação gerencial. Disponível em <http://www.infoescola. com/administracao/sistema-de-informacao-gerencial/>. Acesso em 25 fev. 2015. OHSAS 18001:2007. Sistemas de gestão da segurança e da saúde do trabalho – Requisitos. Disponível em <http://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26 /7319/2/Anexo%20I%20OHSAS180012007_pt.pdf>. Acesso em 16 mar. 2016. RIBEIRO NETO, J. B. M.; TAVARES, J. C.; HOFFMANN, S. C. Sistemas de gestão integrados: qualidade, meio ambiente, responsabilidade social e segurança e saúde no trabalho. São Paulo: Senac, 2008. SOUZA, A. V. S. O sistema de gestão ambiental e a utilização racional da água. Disponível em <http://www.viannajr.edu.br/revista/eco/doc/artigo_60003.pdf>. Acesso em 17 jun. 2012. VALLS, V. M. O enfoque por processos da NBR ISO 9001 e sua aplicação nos serviços de informação. Ciência da Informação. Brasília, v.33, n.2, p.172-178, maio 2004. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/ci/v33n2/a18v33 n2.pdf>. Acesso em 16 mar. 2016 Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 34 Questão 10 Questão 10.10 Iniciativas para sustentabilidade vêm sendo uma preocupação mundial. A Organização das Nações Unidas, em seu Programa para o Meio Ambiente, aborda os esforços que as organizações devem fazer, em todas suas decisões e atividades, com foco na sustentabilidade. Nesse programa, uma das recomendações é a adoçãoe prática da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) do Produto. Disponível em <http://www.unep.org>. Acesso em 05 ago. 2014 (com adaptações). No Brasil, a Resolução Nº 04, de 15 de dezembro de 2010, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, dispõe sobre a aprovação do Programa Brasileiro de Avaliação do Ciclo de Vida. Disponível em <http://www.inmetro.gov.br>. Acesso em 05 ago. 2014 (com adaptações). A respeito das características e princípios da Avaliação do Ciclo de Vida do Produto, avalie as afirmações a seguir. I. Permite a quantificação das emissões ambientais ou a análise do impacto ambiental de um produto. II. É utilizada para comparar o impacto ambiental de diferentes produtos com similar função. III. A avaliação do impacto ambiental de um produto é considerada desde a fase de montagem até seu final de vida. IV. A fase de inventário consiste na realização de um levantamento quantificado de dados de todas as emissões das entradas (insumos e energia) e saídas (produtos e subprodutos). V. As fases que compõem um estudo de ACV são: prospecção de materiais; definição de objetivo e escopo; análise de inventário, avaliação de impacto e interpretação. É correto apenas o que se afirma em A. I e III. B. II e V. C. I, II e IV. D. I, III, IV e V. E. II, III, IV e V. 10Questão 35 – Enade 2014. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 35 1. Introdução teórica Sustentabilidade Segundo Corrêa e Corrêa (2012), o projeto de um produto para a sustentabilidade deve levar em conta todo o processo produtivo. Ele deve ser pensado desde a obtenção da matéria-prima até a reutilização de suas partes após o término de sua vida econômica. Além disso, considera-se a tecnologia de produção, que deve consumir a menor quantidade de energia possível, a embalagem e a forma de reutilização, recuperação e/ou reciclagem do produto no fim de sua vida útil. De acordo com Francisco, Gianneti e Almeida (2016), no projeto de um produto, deve ser examinado todo seu ciclo de vida de forma a minimizar-se o impacto ambiental desde sua fabricação até seu descarte. Os projetistas devem prever o fluxo total dos materiais, da extração à disposição final, pesquisar materiais que facilitem a reciclagem e que permitam a utilização de seus resíduos e desenvolver novas tecnologias e sistemas de produção que não imponham riscos aos seres humanos envolvidos em toda cadeia produtiva. Com relação à unidade fabril, o projeto deve prever o impacto causado pela construção da planta, pela sua operação e pela sua desativação. Existe uma clara tendência de que a legislação ambiental caminhe no sentido de tornar as empresas cada vez mais responsáveis por todo ciclo de vida de seus produtos. Isso significa ser legalmente responsável pelo seu destino após a entrega dos produtos aos clientes e pelo impacto que esses produtos causam no meio ambiente. Do ponto de vista financeiro, fica evidente que, além dos custos de matéria-prima, produção e armazenagem, o ciclo de vida de um produto inclui o custo do gerenciamento de seu fluxo reverso, que é uma forma de avaliar qual o impacto do produto no meio ambiente durante toda sua vida (LACERDA, 2016). A necessidade de considerar toda a cadeia produtiva na análise dos impactos ambientais dos produtos fez surgir uma ferramenta, denominada Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), cujo objetivo é acompanhar os ciclos de produção e identificar as oportunidades de melhoria dos aspectos ambientais (GIANNETTI e ALMEIDA, 2006). Essa ferramenta é um estudo de avaliação do impacto ambiental de um produto que considera o ciclo de vida completo do produto e contabiliza toda sua existência, desde a extração e o processamento de matérias-primas, até a disposição final. A ACV quantifica os fluxos de energia e de materiais no ciclo de vida do produto. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 36 As etapas para realização de uma ACV podem ser classificadas, de acordo com ISO 14040 (1997) apud Gianneti e Almeida (2006), em: definição dos objetivos e limites do estudo, realização do inventário e avaliação do impacto ambiental do ciclo de vida. Na fase da realização do inventário, são feitos os levantamentos das emissões que ocorrem durante o ciclo do produto e das quantidades de energia e matérias-primas utilizadas. Na fase da avaliação do impacto ambiental, o objetivo é determinar a intensidade e a relevância dos impactos ambientais com base na análise do inventário. Essa avaliação procura determinar a gravidade dos impactos sobre o meio ambiente com base em três etapas: classificação, caracterização e valoração (GIANNETI e ALMEIDA, 2006). Na etapa de classificação, são agrupados os dados obtidos por meio do inventário em categorias de impacto que, de acordo com Chehebe (2002), são os que seguem. Entradas: energia, matérias-primas, materiais auxiliares etc. Produtos: produtos obtidos. Emissões: emissões para o ar, emissões para a água, emissões para a terra e outras emissões. Com relação às emissões gasosas, elas devem ser conhecidas, mensuradas e tratadas. As principais etapas para o levantamento dessas informações são as que seguem (CHEHEBE, 2002). Inventário de todas as emissões (identificação de todas as saídas de efluentes gasosos). Especificação (determinação da quantidade de cada emissão - balanço de massa). Técnicas utilizadas para redução da poluição. Planejamento e resultados do controle das emissões. De maneira geral, a quantificação das emissões é muito importante para que se possa avaliar o impacto no meio ambiente de cada etapa. Quanto maior a quantidade de emissões por unidade produzida, maior o impacto ambiental do produto. 2. Análise das afirmativas I - Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Na fase da realização do inventário, são feitos os levantamentos das emissões que ocorrem durante o ciclo do produto e das quantidades de energia e matérias- primas utilizadas. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 37 II - Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Na fase da avaliação do impacto ambiental, o objetivo é avaliar a intensidade e a relevância dos impactos ambientais com base na análise do inventário. Isso permite comparar o impacto de diferentes produtos com funções similares. III - Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A avaliação do impacto ambiental é feita desde a extração das matérias primas até a disposição final do produto. IV - Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Na fase de inventário, são feitos os levantamentos das emissões que ocorrem até mesmo antes da fabricação do produto em si e das quantidades de energia e matérias-primas utilizadas ao longo da vida desse produto. V - Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. As fases que compõem um estudo de ACV são: definição dos objetivos e limites do estudo, realização do inventário e avaliação do impacto ambiental do ciclo de vida. Alternativa correta: C. 3. Indicações bibliográficas CHEHEBE, J. R. Análise do ciclo de vida de produtos. São Paulo: Qualitymark, 2002. CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração da produção e operações manufatura e serviços: uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2012. FRANCISCO Jr., M.; GIANNETI, B. F.; ALMEIDA, C. M. V. B. Ecologia industrial: Projeto para meio ambiente. Disponível em <http://www.hottopos.com/regeq12/art5.htm>. Acesso em 16 mar. 2016. GIANNETI, B. F.; ALMEIDA, C. M. V. B. Ecologia industrial- projeto para meio ambiente. São Paulo: Edgard Blucher, 2006. LACERDA, L. Logística reversa: Uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas operacionais. Disponível em <http://www.sargas.com.br/site/ index.php?option=com_content&task=view&id=78&Itemid=29>. Acesso em 16 mar. 2016. Material Específico – Tomo VIII – Engenharia de Produção – CQA/UNIP 38 ÍNDICE REMISSIVO Questão 1 Cadeia de suprimentos. Gestão de estoques. Lote econômico de compra (LEC). Custos e demandas. Questão 2 Engenharia Econômica. Gestão de investimentos. Análise de investimento. Fluxo de caixa. Questão 3 Engenharia da qualidade. Gestão de sistemas da qualidade. Ferramentas de qualidade. FMEA. Questão 4 Cadeia de suprimentos. Logística reversa. Ciclo de vida. Questão 5 Engenharia da qualidade. Sistemas metrológicos para qualidade. Valor verdadeiro, precisão e exatidão. Questão 6 Engenharia do produto. Processo de desenvolvimento de produto. A técnica DFMA. Questão 7 Engenharia do Trabalho. Higiene e segurança do trabalho. Riscos no ambiente de trabalho. Questão 8 Engenharia do Trabalho. Ergonomia. Questão 9 Engenharia da qualidade. Normalização, auditoria e certificação para qualidade. Engenharia do trabalho. Engenharia da sustentabilidade. Sistemas de gestão ambiental e de certificação. Normas ISO 9001, ISO 14001 e BS OHSAS 18001. Questão 10 Engenharia do Produto. Ciclo de vida de produto.
Compartilhar