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PODER DE POLÍCIA DIREITO ADMINISTRATIVO

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FAMETRO
DIREITO ADMINISTRATIVO II
2018/1
PROF. ANDRÉ LUIZ
O PODER DE POLÍCIA E AS LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS
Fundamentos:
Supremacia e indisponibilidade do interesse público.
A Política de Aristóteles:
Segundo Aristóteles:
"Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda ela se forma com vistas a algum bem (o bem-comum) pois todas as ações de todos os homens são praticadas com vistas ao que lhes parece um bem; se todas as comunidades visam a isso, é evidente que a mais importante de todas elas e que inclui todas as outras tem mais que todas este objetivo e visa ao mais importante de todos os bens (o bem comum de um maior número); ela se chama cidade e é a comunidade política" (Política, 1252a).
Comunidades menores: família, associações.
Comunidade maior: cidade ou polis, a comunidade política.
Bem comum é superior ao bem individual
O Estado é superior ao indivíduo
O estado, então, é superior ao indivíduo, porquanto a coletividade é superior ao indivíduo, o bem comum superior ao bem particular. 
Unicamente no estado efetua-se a satisfação de todas as necessidades.
O homem, sendo naturalmente animal social, político, não pode realizar a sua perfeição sem a sociedade do estado.
O estado provê, inicialmente, a satisfação daquelas necessidades materiais, negativas e positivas, defesa e segurança, conservação e engrandecimento, de outro modo irrealizáveis. 
O Princípio da Supremacia do Interesse Público :
É o principal princípio do Direito Administrativo, sendo o seu alicerce juntamente com o princípio da indisponibilidade do interesse público, dos quais decorrem os outros princípios. 
É a sobreposição do interesse público em face do interesse particular, o que é pressuposto lógico para o convívio social.
Decorre da necessidade de compatibilizar a liberdade individual com a liberdade individual alheia.
Mas há uma distinção relevante:
Renato Alessi (Itália) : 
Interesse público secundário: interesse da pessoa jurídica Administração.
Interesse público primário: interesse da coletividade.
A supremacia é do interesse da coletividade, primário.
Supremacia envolve
uma comparação entre o interesse público e o particular,
 é um conceito comparativo, com atribuição de preeminência ao primeiro.
Já a indisponibilidade do interesse público milita a favor de
uma atuação obrigatória em defesa do interesse da coletividade
o administrador administra coisa de terceiro (a coletividade) e sua função pública é um poder/dever de atuar na defesa desse interesse. 
O administrador não pode dispor do interesse da coletividade. 
Soberania
Poder acima de todos. Não é apenas superior, é um superior que não tem superior a si, ou seja, é supremo. Supremacia.
Em nosso sistema “todo poder emana do povo”, consagrada a soberania popular em regra filtrada pelo princípio representativo:
“que o exerce por meio de seus representantes eleitos” CF, Art. 1º, par. ún.
, por intermédio do princípio da legalidade como vinculação positiva à lei, o administrador (eleito) executa concretamente a lei, a vontade do povo representado pelo parlamento e do próprio chefe do Executivo
Há um império da lei sobre pessoas e um domínio sobre bens, concretizado pela Administração.
Administrar é aplicar a lei de ofício (Seabra Fagundes).
Kriele
Herman Heller
Império : soberania sobre pessoas.
Domínio eminente : soberania sobre bens.
PODER DE POLÍCIA
Etimologia e evolução histórica: 
Policia deriva do grego politéia que significa todas as “atividades da polis” (cidade estado).
Feudalismo: Jus Politiae: poder atribuído ao príncipe na idade média, compreendendo tudo que era necessário à manutenção da ordem civil sob autoridade do estado, contrapondo-se à ordem moral e religiosa, sob a autoridade eclesiástica.
Alemanha, século XV: representado pela figura do príncipe, por volta do século XV, o jus politiae volta a ser compreendido como toda e qualquer atividade do Estado “representado pela figura do príncipe” que contemplava o poder de ingerência na vida privada dos cidadãos, incluindo sua vida religiosa e espiritual, sempre com o pretexto de alcançar a segurança e o bem estar de toda a coletividade.
Estado Polícia:
Veio sofrendo restrições em seu conteúdo deixando de alcançar paulatinamente 
•	as atividades eclesiásticas,
•	 as militares e financeiras, 
•	chegando a se reduzir a normas relativas a atividade da administração
Nesta fase conhecida como Estado Polícia, o jus politiae compreendia uma série de normas postas pelo príncipe que se colocavam fora do alcance dos tribunais.
Estado de Direito:
	Com o advento do Estado de Direito e a queda do mito do príncipe, não há mais esta esfera de intangibilidade, submetendo-se a Administração (agora poder executivo) aos tribunais. Tratava-se do Estado Liberal.
Novo fortalecimento da Polícia Administrativa:
Com o advento do Estado Social:
•	passou a atuar em setores relacionados com a segurança, ordem econômica e social, exercício das profissões, comunicações, espetáculos públicos, meio ambiente, patrimônio histórico artístico e cultural, saúde e tantas outras.
•	passou a possibilitar a imposição de obrigações de fazer, tais como; aproveitamento do solo, e a comercialização de produtos.
No período anterior admitia somente obrigações de não fazer ou suportar (pati).
Passou a admitir obrigações positivas: manter a calçada, edificação de terreno.
5B/A MAT. 5 BN
Supremacia do interesse público sobre o privado como fundamento
A atividade de polícia tem fundamento na possibilidade da convivência ordenada em sociedade, evitando-se o caos social e a “lei do mais forte”.
Assim como o princípio da supremacia do interesse público, o poder de polícia do Estado decorre da necessidade de compatibilizar a liberdade individual com a liberdade individual alheia, de muitos. 
Incumbe ao Estado Administração arbitrar os conflitos entre a liberdade de um e a liberdade dos outros. 
Se faz necessário que o Estado, a quem incumbe resguardar o interesse publico primário, da coletividade:
impeça que o excesso no uso do direito individual venha a aniquilar o direito individual alheio, de muitos. 
Para a convivência dos direitos individuais entre si deve haver a sua limitação recíproca. O direito de muitos é mais importante do que o de um.
Essa regra não é absoluta, encontra limites na dignidade humana.
Aqui é importante ter a dimensão do fenômeno da constitucionalização do direito, e especificamente da constitucionalização do Direito Administrativo.
Conceito:
Poder de limitar o direito individual em prol do interesse da coletividade.
Está previsto no art. 78 do Código Tributário Nacional:
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Atividade “da administração pública”: requer personalidade jurídica de direito público.
Que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público:
Em síntese é limitar a liberdade individual a favor do interesse público da coletividade (interesse público primário).
Deve resguardar o interesse público da coletividade:
Objeto do poder de polícia:
Segurança
Higiene
Ordem pública
Costumes
Disciplina da Produção
Atividades econômicas
Tranquilidade pública (direito ao sossego)
Propriedade
Direitos individuais
Direitos coletivos
Art. 78 CTN:“concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício deatividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos”
Este rol é exemplificativo.
Podemos lembrar do poder de polícia ambiental e do consumidor por ex. 
Espécies de obrigações impostas pelo poder de polícia: 
Via de regra impõe uma obrigação negativa ao administrado, um não fazer, ou um suportar (pati), visando proporcionar um benefício para a coletividade.
Excepcionalmente pode importar em obrigação positiva, um fazer, como manter a calçada, numerar a casa. 
Taxa de policia:
O exercício pelo Estado do poder de polícia, limitando direito individual em prol da coletividade, pose ainda gerar um dever de pagar tributo? 
SIM : a taxa de polícia.
Da Constituição e do CTN extraem-se duas atividades administrativas de natureza distinta que podem gerar a cobrança de taxa (tributo):
A prestação de um serviço público individualizável, uti singuli, específico e divisível.
Atos estatais de limitação de direito individual em prol do interesse púiblico, ou atos de polícia administrativa.
CF: Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
CTN: Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
STF AI 654.292: A taxa municipal de renovação de alvará pode ser cobrada mesmo que a fiscalização não vá ao local, bastando a demonstração de que o órgão de fiscalização existe e está em funcionamento. A partir daí se presume efetivo o exercício do poder de polícia.
Competência para o exercício do poder de polícia:
Tanto para exercer quanto para cobrar a taxa a competência se dá “no âmbito de suas respectivas atribuições” ou seja, vou buscar na competência administrativa.
Quem tem a competência administrativa tem a competência para o exercício do poder de polícia.
Na falta de norma expressa utiliza-se o critério da predominância do interesse nacional, regional e local.
Se a competência é administrativa comum (art. 23 CF) todos entes federativos tem competência para exercer o poder de polícia.
Assim:
a União detém a competência administrativa expressa na CRFB, art. 21.
Os estados ficam com a competência administrativa residual (exceto gás canalizado local)
e os municípios detém algumas competências expressas no art. 30 da CRFB, e ficam com o que é de interesse local. 
Quanto as competências administrativas comuns, todos os entes têm competência. Ex: meio ambiente.
art. 144, §8º, da CF : “Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei”
Segundo o STF este artigo não impede que a guarda municipal exerça funções adicionais à de proteção dos bens, serviços e instalações do Município, incluindo o exercício do poder de polícia para fiscalização do trânsito, que não é prerrogativa exclusiva das entidades policiais. 
5 A NOT. 
Atributos ou características :
Auto executoriedade: em situações de urgência, necessidade, quando a lei autoriza, recalcitrância do administrado, pode a Administração impor seu ato diretamente, sem ir ao judiciário, desde que dentro da proporcionalidade/razoabilidade. É uma característica do poder de polícia. 
Nota: a multa NUNCA é auto executável.
Coercibilidade: possibilidade de a Administração exigir o cumprimento do ato por força própria (inerente à auto executoriedade). 
Discricionariedade: embora viculado à legalidade, há certa margem de discricionariedade no caso concreto. 
Nota: Atos de polícia administrativa podem ser expedidos no exercício de competência discricionária ou vinculada, conforme o caso. 
Possibilidade de delegação: 
Ao contrario do que ocorre com os serviços públicos, o poder de polícia não pode ser delegado a particulares, entes de direito privado, pois seu exercício pressupõe supremacia, soberania. Nesse sentido: 
STF ADI 1.717 (Conselhos de Fiscalização Profissional são autarquia federal) . 
STF ADI 2310 Cautelar (Agências Reguladoras, regime jurídico estatutário).
Somente pode ser delegado a pessoas jurídicas de direito público, pois envolve o jus imperii.
Atividades meramente instrumentais, atividades meio, podem ser delegadas a entes privados:
Ex: instalação e manutenção das máquinas de fiscalização.
Caso BHTrans:
Trata-se de sociedade de economia mista (entidade de direito privado integrante da administração pública indireta).
Cuidado: há julgado do STJ dividindo o exercício do poder de polícia em 4 fases:
3. As atividades que envolvem a consecução do poder de polícia podem ser sumariamente divididas em quatro grupos, a saber: 
legislação,
 consentimento,
 fiscalização e 
 sanção.
4. No âmbito da limitação do exercício da propriedade e da liberdade no trânsito, esses grupos ficam bem definidos:
o CTB estabelece normas genéricas e abstratas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (legislação);
a emissão da carteira corporifica a vontade o Poder Público (consentimento);
a Administração instala equipamentos eletrônicos para verificar se há respeito à velocidade estabelecida em lei (fiscalização);
e também a Administração sanciona aquele que não guarda observância ao CTB (sanção).
5. Somente o atos relativos ao consentimento e à fiscalização são delegáveis, pois aqueles referentes à legislação e à sanção derivam do poder de coerção do Poder Público.
Cuidado com este julgado, pois prevalece a posição do STF e este Resp. 817.534/MG foi proferido pela 2ª Turma STJ, sequer representando a posição da corte. Os julgados do STF são do Plenário (toda a corte).
Então uma concessionária privada de serviço público, ainda que possa executar uma desapropriação, não pode receber delegação de poder de polícia do Estado. 
Conselhos profissionais e OAB (ADI 3026).
STF: “A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro.”
Espécies de polícia:
Polícia administrativa x Polícia judiciária:
A polícia administrativa :
visa reprimir irregularidades administrativas 
incide sobre bens, direitos ou atividades, excepcionalmente pessoas
exercida por órgãos administrativos
A polícia judiciária :
visa reprimir ilícitos penais. 
prepara a atuação da função jurisdicional penal
Incide sobre pessoas
exercida pela polícia civil ou militar
Nota: a polícia militar é híbrida, administrativa e judiciária.
Poder de polícia quanto ao tempo, preventivo ou repressivo:
Preventivo ou antes da infração:
Normas de postura
Normas de segurança
Normas de trânsito
Sinalização (placas, avisos)
Fiscalização preventiva
Orientação e educação
Repressivo ou após a infração:
Multa
Demolição
Interdição de atividade
Destruição de mercadorias
Apreensão de coisas
Fiscalização repressiva
As 4 fases da atuação da polícia administrativa:
Ordem de polícia 
Ordem negativa absoluta: proíbe a prática de atividade.
Ordem negativa relativa ou com reserva de consentimento: proíbe a atividade a priori, mas a permite desde que autorizada ou licenciada (consentida).
Decorrem de limitações administrativas.
Consentimento de polícia
Autorização de polícia: discricionária e precária e constitutiva
Licença de polícia: ato vinculado declaratório
Ambos são ato de consentimento
Seu instrumento formal é o alvará
A administração quando provocada consente com o interesseparticular
São atos unilaterais negociais
Exs: licença para construir, para dirigir, autorização de porte de arma.
Fiscalização de polícia
É a verificação do cumprimento das ordens de polícia.
Preventiva ou repressiva
Sobre atividades consentidas ou proibidas
Sanção de polícia
Ato unilateral, extroverso, que visa repressão ou dissuasão da continuidade de infração.
Pena de polícia: após consumada a infração
Constrangimento de polícia: contemporâneo ou na iminência da infração.
Exs: multa, demolição, apreensão, destruição, interdição.
Poder de polícia x Poder disciplinar
Poder disciplinar: incide apenas sobre servidores e contratados quanto a infrações disciplinares. 
Poder de polícia: incide sobre toda a sociedade quanto a infrações administrativas.
O poder de polícia é vinculado à lei, mas dotado de margem de discricionariedade na aplicação da lei, além de coercibilidade e auto executoriedade.
Extroverso: incide sobre a sociedade, extraneous. 
Incide sobre servidores, intraneous? Não, sobre eles incide o poder hierárquico e disciplinar. 
Poder de polícia ambiental:
Regido pelo Decreto nº 6.514, de 2008.
Responsabilidade subjetiva por infrações administrativas, culpa ou dolo (STJ).
Cuidado: a responsabilidade CIVIL ambiental é objetiva com risco integral (reparar o dano ambiental) e imprescritível (STJ).
A responsabilidade ADMINISTRATIVA ambiental é subjetiva, dolo ou culpa
A responsabilidade PENAL ambiental é subjetiva.
O exercício da fiscalização é conferido a todos os órgãos integrantes do SISNAMA, federais, estaduais e municipais.
A competência administrativa é comum (CF, art. 23).
O auto de infração administrativo é de competência do ente licenciador ou autorizador.
Não há concomitância de multas, federal, estadual e municipal.
Lei Complementar 140/2011:
Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada. 
§ 1o Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração ambiental decorrente de empreendimento ou atividade utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores, pode dirigir representação ao órgão a que se refere o caput, para efeito do exercício de seu poder de polícia. 
§ 2o Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade ambiental, o ente federativo que tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão competente para as providências cabíveis. 
§ 3o O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos da atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput. 
Somente um ente federativo tem competência para licenciar ou autorizar.
Todos têm competência para fiscalizar o cumprimento da legislação ambiental.
Todos podem lavrar auto de infração ambiental, mas prevalece o auto do ente competente para licenciar/autorizar.
A fiscalização, o licenciamento e a autorização ambiental são atos de polícia administrativa ambiental.
Prescrição e poder de polícia:
Lei 9.873/99:
Prescrição comum da ação:
Art. 1o Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor,
contados da data da prática do ato 
ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
Aqui o prazo de 5 anos é para entrar com a ação de conhecimento para apurar uma infração.
Prescrição intercorrente:
Art. 1o § 1o Incide a prescrição no procedimento administrativo
paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho,
cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, 
sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso.
Aqui o prazo de 3 anos é para arquivamento do processo em curso paralisado.
Prescrição quando o fato também constituir crime:
Art. 1o § 2o Quando o fato objeto da ação punitiva da Administração também constituir crime, 
a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal.
O prazo é para entrar com a ação de conhecimento para apurar a existência da infração administrativa que também é crime. As esferas administrativa e penal são independentes.
Prescrição da multa administrativa decorrente do poder de polícia, não tributária:
Art. 1o-A. Constituído definitivamente o crédito não tributário, após o término regular do processo administrativo,
prescreve em 5 (cinco) anos a ação de execução da administração pública federal relativa a crédito decorrente da aplicação de multa por infração à legislação em vigor. 
Esta prescrição de 5 anos ocorre em relação a multa de polícia administrativa já apurada, já inscrita em dívida ativa, o prazo é para a execução fiscal da multa.
Prescrição da execução da multa ambiental: 5 anos do término do processo administrativo
Súmula 467 do STJ: Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental.
A execução fiscal abrange créditos tributários e não tributários:
Lei 6.830/ 1980 LEF: Lei de Execução Fiscal:
Art. 1º - A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias será regida por esta Lei e, subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil.
Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
§ 1º - Qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às entidades de que trata o artigo 1º, será considerado Dívida Ativa da Fazenda Pública.
§ 2º - A Dívida Ativa da Fazenda Pública, compreendendo a tributária e a não tributária, abrange atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato.
Inscrição em dívida ativa suspende o prazo prescricional por 180 dias: 
Art. 2º, § 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo.
Execução Fiscal:
Multas de polícia administrativa, não tributárias, são Dívida Ativa da Fazenda Pública, 
assim como quaisquer créditos atribuídos à Fazenda,
todos cobrados mediante execução fiscal. 
Fiscal significa apenas que o crédito pertence à Fazenda, ao Fisco, não significa que é tributário.
Em todos os casos (exceto tributos) o ato de inscrever em dívida ativa suspende a prescrição por 180 dias.
Infrações Permanentes: A prescrição sequer inicia o prazo enquanto não cessar a permanência: 
Exs: Construção em violação às normas de polícia/postura municipal.
Construção de quadra de tênis sobre área de preservação permanente. 
Despejo de esgoto a in natura em rio ou a céu aberto.
Letreiro de loja em desacordo com normas de postura.
STJ: não cabe ao judiciário adentrar no quantum do valor da multa sob o prisma da proporcionalidade.
STJ: é ilegal a retenção de veículo de passageiros até o pagamentode multa (Info 311)
SÚMULA 397 STF: O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito.
SÚMULA 645 STF: É competente o município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.
SÚMULA VINCULANTE 38 (idem)
SÚMULA 19 STJ: A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da União.
SÚMULA 646 STF: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
SÚMULA 312 STJ: No processo administrativo para imposição de multa de trânsito, são necessárias as notificações da autuação e da aplicação da pena decorrente da infração.
OAB XIV
Um fiscal de posturas públicas municipais verifica que um restaurante continua colocando, de forma irregular, mesas para os seus clientes na calçada. Depois de lavrar autos de infração com aplicação de multa por duas vezes, sem que a sociedade empresária tenha interposto recurso administrativo, o fiscal, ao verificar a situação, interdita o estabelecimento e apreende as mesas e cadeiras colocadas de forma irregular, com base na lei que regula o exercício do poder de polícia correspondente. A partir da situação acima, assinale a afirmativa correta. 
A) O fiscal atuou com desvio de poder, uma vez que o direito da sociedade empresária de continuar funcionando é emanação do direito de liberdade constitucional, que só pode ser contrastado a partir de um provimento jurisdicional. 
B) A prática irregular de ato autoexecutório pelo fiscal é clara, porque não homenageou o princípio do contraditório e da ampla defesa ao não permitir à sociedade empresária, antes da apreensão, a possibilidade de produzir, em processo administrativo específico, fatos e provas em seu favor. 
C) O ato praticado pelo fiscal está dentro da visão tradicional do exercício da polícia administrativa pelo Estado, que pode, em situações extremas, dentro dos limites da razoabilidade e da proporcionalidade, atuar de forma autoexecutória.
 D) A atuação do fiscal é ilícita, porque os atos administrativos autoexecutórios, como mencionado acima, exigem, necessariamente, autorização judicial prévia.
Gab. C
TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA
Durante regular fiscalização, fiscais de determinada municipalidade identificaram que um estabelecimento comercial do setor de bares e restaurantes estava utilizando indevidamente a calçada para instalação de mesas e cadeiras. Os agentes municipais, considerando que estavam devidamente autorizados pela lei, no correto desempenho de suas funções,
apreenderam as mesas e cadeiras e multaram o estabelecimento, no exercício de seu poder disciplinar.
 interditaram o estabelecimento, no exercício de seu poder de tutela administrativa. 
apreenderam as mesas e cadeiras irregulares e multaram o estabelecimento, no exercício do poder de polícia. 
multaram o estabelecimento e determinaram a instauração de processo de interdição do estabelecimento, como expressão de seu poder hierárquico.
 interditaram o estabelecimento e apreenderam todo o mobiliário da calçada, como expressão de seu poder de autotutela.
Gab: C.
CNJ 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA
Em relação a direito administrativo, julgue os itens subsequentes.
O objeto do poder de polícia administrativa é todo bem, direito ou atividade individual que possa afetar a coletividade ou pôr em risco a segurança nacional (CERTO).
Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: Exame de Ordem Unificado - XVI - Primeira Fase
Determinado município resolve aumentar a eficiência na aplicação das multas de trânsito. Após procedimento licitatório, contrata a sociedade empresária Cobra Tudo para instalar câmeras do tipo “radar que fotografam infrações de trânsito, bem como disponibilizar agentes de trânsito para orientar os cidadãos e aplicar multas. A mesma sociedade empresária ainda ficará encarregada de criar um Conselho de Apreciação das multas, com o objetivo de analisar todas as infrações e julgar os recursos administrativos.
Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
 a) É possível a contratação de equipamentos eletrônicos de fiscalização, mas o poder decisório não pode ser transferido à empresa.
 b) Não é cabível a terceirização de qualquer dessas atividades, por se tratar de atividade , por se tratar de atividade-fim da Administração.
 c) A contratação é, a princípio, legal, mas somente permanecerá válida se o município comprovar que a terceirização aumentou a eficiência da atividade.
 d) Não é possível delegar a instalação e gestão de câmeras do tipo “radar” à empresa contratada, mas é possível delegar a criação e gestão do Conselho de Apreciação de multas.
Gab. A
Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: Exame de Ordem Unificado - XIV - Primeira Fase
A Secretaria de Defesa do Meio Ambiente do Estado X lavrou auto de infração, cominando multa no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) à empresa Explora, em razão da instalação de uma saída de esgoto clandestina em uma lagoa naquele Estado. 
A empresa não impugnou o auto de infração lavrado e não pagou a multa aplicada. 
Considerando o exposto, assinale a afirmativa correta.
 a) A aplicação de penalidade representa exercício do poder disciplinar e autoriza a apreensão de bens para a quitação da dívida, em razão da executoriedade do ato.
 b) A aplicação de penalidade representa exercício do poder de polícia e autoriza a apreensão de bens para a quitação da dívida, em razão da executoriedade do ato.
 c) A aplicação de penalidade representa exercício do poder disciplinar, mas não autoriza a apreensão de bens para a quitação da dívida.
 d) A aplicação de penalidade representa exercício do poder de polícia, mas não autoriza a apreensão de bens para a quitação da dívida.
Gab: D
Ano: 2016 Banca: TRF - 3ª REGIÃO Órgão: TRF - 3ª REGIÃO Prova: Juiz Federal Substituto
Sobre o poder de polícia, assinale a alternativa incorreta. 
 a) Segundo o STF, o art. 144, §8º, da CF (“Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei”), não impede que a guarda municipal exerça funções adicionais à de proteção dos bens, serviços e instalações do Município, incluindo o exercício do poder de polícia para fiscalização do trânsito, que não é prerrogativa exclusiva das entidades policiais. 
 b) Segundo o STF, a taxa de renovação de licença de funcionamento é constitucional, desde que haja o efetivo exercício do poder de polícia, não bastando para sua demonstração a mera existência de órgão administrativo que possua estrutura e competência para a realização da atividade de fiscalização.
 c) A edição de atos normativos pode caracterizar a atuação de polícia administrativa, por exemplo, quando impõe limitações administrativas ao exercício dos direitos e de atividades individuais. 
 d) Atos de polícia administrativa podem ser expedidos no exercício de competência discricionária ou vinculada, conforme o caso.
Gab. B.
Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: Juiz Federal Substituto
Assinale a opção correta com relação ao poder regulamentar e ao poder de polícia administrativa.
 a) O poder de polícia administrativa tem como uma de suas características a autoexecutoriedade, entendida como sendo a prerrogativa de que dispõe a administração para praticar atos e colocá-los em imediata execução sem depender de autorização judicial.
 b) O exercício do poder de polícia administrativa é sempre discricionário, caracterizando-se por conferir ao administrador liberdade para escolher o melhor momento de sua atuação ou a sanção mais adequada no caso concreto, por exemplo, quando houver previsão legal de duas ou mais sanções para determinada infração
 c) No exercício da atividade de polícia, a administração atua pormeio de atos concretos e impositivos que geram deveres e obrigações aos indivíduos, não sendo possível considerar que a edição de atos normativos caracterize atuação de polícia administrativa.
 d) O poder regulamentar é prerrogativa concedida textualmente pela CF ao chefe do Poder Executivo federal que não se estende aos governadores e aos prefeitos.
 e) No exercício do poder regulamentar, o presidente da República pode dispor, mediante decreto, sobre a organização e o funcionamento da administração federal, quando tal ato administrativo não implicar aumento de despesa; sobre a criação e extinção de órgãos públicos; sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando estes estiverem vagos.
Gab. A.
INTERVENÇAO DO ESTADO NA PROPRIEDADE
Introdução:
As mudanças por que passou o Estado transformaram a sua relação com a propriedade. 
No Estado Liberal de Direito, estado mínimo, a propriedade é enaltecida em seu caráter absoluto. A intervenção é mínima.
Com a evolução para um Estado Social de Direito, prevalece que a propriedade não é absoluta, deve cumprir a sua função social.
Esta é a concepção que perdura até hoje: a de que a propriedade deve cumprir sua função social, não há direito de propriedade absoluto. A função social faz parte, integra o conceito, a definição da propriedade. Trata-se de um direito/função
Contudo, é um direito fundamental de defesa face ao Estado, o qual embora possa relativizá-lo, não pode fazê-lo arbitrariamente, deve ser proporcional, razoável, e haver uma finalidade legítima.
Ex: tombamento com o fito de perseguir particular é ilegal.
Fundamentos:
supremacia do interesse público 
função social da propriedade 
Intervenções restritivas X supressivas:
Supressivas, o Estado transfere coercitivamente para si a propriedade de terceiro, em virtude de algum interesse público previsto na lei. 
Restritivas, o Estado impõe restrições e condicionamentos ao uso da propriedade, sem, no entanto, retirá-la de seu dono. 
Previsões Constitucionais:
O direito de propriedade é garantido pela CR/88 (art. 5º, XXII).
Porém, não se trata de um direito absoluto, devendo observar sua função social (art. 5º, XXIII).	 
Além disso, a CF prevê expressamente que o Poder Público poderá usar da propriedade particular no caso de iminente perigo público (art. 5º, XXV). 
Propriedade individual
CF, art. 5º:
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
Propriedade econômica:
CF, Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
Função social da propriedade rural e urbana na Constituição:
CF: Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
CF: Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. 
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Código civil:
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas (função sócio ambiental da propriedade).
§ 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.
§ 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente.
Formas de intervenção do Estado na propriedade são: 
 
-	Limitação administrativa
-	Ocupação temporária 
-	Requisição
-	Tombamento 
-	Servidão administrativa
-	Desapropriação (única supressiva)
LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA:
Conceito: Di Pietro: “Medidas de caráter geral, previstas em lei com fundamento no poder de polícia do Estado, gerando para os proprietários obrigações positivas ou negativas, com o fim de condicionar o exercício do direito de propriedade ao bem-estar social”. 
É uma imposição pela administração, de caráter geral, abstrato, gratuito e unilateral. Restringe o caráter absoluto da propriedade. Não o exclusivo.
Modalidade geral e abstrata de intervenção restritiva do Estado na propriedade.
Geral: afeta um número indeterminado de pessoas.
Abstrata: se refere a diversas situações.
Ressalta seu caráter normativo.
Atinge o caráter absoluto da propriedade
Não afeta o caráter de exclusividade da propriedade (a servidão adm. o afeta)
Não alcança a substância do direito de propriedade, apenas restringe as faculdades de proprietário.
Restringe o uso, fruição ou disposição do bem em razão de interesse público
Se dá pelo exercício do poder de polícia
Consiste em obrigações de fazer (positivas), não fazer ou suportar (negativas).
Exs: Gabarito para construir, afastamento, recuo, aproveitamento de terreno, cumprimento de normas de segurança (positivas), como instalar um corrimão, normas de acessibilidade (instalar uma rampa para deficientes). Limitações ambientais.
Por serem gerais e abstratas são suportadas por toda a coletividade e em regra não geram indenização, salvo comprovado prejuízo.
Exceção: caso esvazie o conteúdo econômico da propriedade pode gerar indenização, mas não se confunde com a desapropriação, tem prazo diferenciado: 
DL 3.365/1941
Art. 10, Parágrafo único. Extingue-se em cinco anos o direito de propor ação que vise a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público. 
	Ex: área non aedificandi urbana (reserva ambiental urbana onde é vedada totalmente a construção) tem sido admitida como ensejadora de direito a indenização, pois suprime o conteúdo econômico da propriedade urbana.

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