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40 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 Unidade II 3 ANÁLISE DE CARGOS A análise de cargo é importantíssima no processo de captação de pessoas no mercado, pois se trata da referência que a empresa tem sobre a atuação do seu funcionário na função e no setor em que atua e das informações estratégicas de melhorias para a produtividade nos processos e procedimentos executados pelo indivíduo que o ocupa. Observação Esta análise é o detalhamento do que o indivíduo faz em sua função no dia a dia, ora servindo para o recrutamento ou seleção, ora para valorar o salário dessa função, ora para a capacitação dos indivíduos, para que esses produzam adequadamente para a empresa. A análise do cargo está ligada diretamente ao planejamento de pessoal, pois o cargo é o que será preenchido na empresa e, portanto, é fator fundamental para se fazer um planejamento focando pessoas para seu preenchimento. Mas, para que esse preenchimento seja realizado, devemos oferecer um bom salário e, para saber qual é esse salário adequado, vamos dividir as tarefas dentro das funções e darmos valores a cada uma delas para que contemplem o todo. Sua utilidade é facilmente encontrada em vários subsistemas de RH, para cargos e salários, por exemplo: essa análise e descrição do cargo nos fazem verificar fatores que nos levam a pontuá‑los e, dessa forma, formar o salário dos indivíduos na empresa, basta depois comparar se está sendo aplicado de acordo com a prática de mercado. De uma forma simplista, essa verificação pode ser facilmente feita por um profissional de RH no mercado por meio da verificação da prática dos concorrentes, mas é interessante o aluno saber como se chega ao valor do salário e como, a partir dos fragmentos valorados, conseguimos compor o salário de uma função dentro da empresa. Observação No caso do plano de carreira, podemos utilizar a ferramenta para termos um referencial do que o indivíduo faz, do seu potencial nas realizações do cargo e da possibilidade de promovê‑lo de acordo com sua competência. 41 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS Essas informações dentro do cargo colaboram para que o indivíduo, com o passar do tempo na empresa, vá se aperfeiçoando, assim como o próprio mercado poderá exigir que a descrição do cargo seja modificada de acordo com o praticado. O cargo dentro de avaliação de desempenho é fundamental para as avaliações e aferições na busca de melhores patamares de desempeno, pois toda a pesquisa está voltada para o comportamento do indivíduo ao realizar suas tarefas dentro do seu cargo, o que é fundamental para que o processo avaliativo agregue valor ao serviço dos colaboradores. A avaliação de desempenho também é um referencial para que o indivíduo progrida em sua função e, logo, possa ser remunerado dentro do seu cargo pelo seu desempenho na prática de suas funções. Em treinamento e desenvolvimento, pelo diagnóstico feito em avaliação de desempenho sobre o comportamento do indivíduo na realização da tarefa, podemos ver seus pontos críticos ou problemas que devem ser sanados por meio da capacitação, portanto, também é um ponto de partida pelo qual é possível mover uma ação de melhorias para o indivíduo no papel de realizador de uma tarefa dentro do seu cargo e, consequentemente, trazendo melhorias para sua equipe e empresa. Esses pontos críticos ou potenciais definem um maior ou menor salário dentro de uma hierarquia na empresa, e são detalhes complementam uma diferenciação entre os salários dentro de uma classe à qual pertence. Quanto mais funções e tarefas dentro de um cargo, a tendência é que o salário seja maior, principalmente por conta da responsabilidade da qual está incumbido e pelo resultado que se espera pela sua execução. O cargo é a referência para que os profissionais de recursos humanos busquem candidatos adequados para o preenchimento das vagas, seja internamente na empresa ou no mercado externo, vai depender do que as empresas possuem, o que estão buscando, ou ainda para suprir as necessidades de suas estratégias estipuladas. Da mesma forma, a descrição do cargo serve como referência para a valoração dos salários que serão oferecidos para esses indivíduos no mercado de RH. De forma geral, o cargo tem influência direta nas atribuições exigidas pela empresa nos processos de recrutamento, bem como como na valoração dos salários oferecidos ao mercado, pois é a referência para que o candidato saiba o que é exigido em troca de determinado valor oferecido pela empresa, e também para empresa em seus processos de comunicação, no que diz respeito aos processos e procedimentos ocorridos na sua produtividade. Para que eu possa graduar as competências de um cargo e valorar seu salário, tenho de coletar dados sobre ele. Eu posso fazer isso por meio de uma pesquisa de campo interna, apurando suas competências dentro da estratégia estabelecida no mercado, e externamente, verificando a prática dos meus concorrentes tal como sua descrição. Ou seja, as competências exigidas pela empresa no fluxo de trabalho dentro da hierarquia nos seus processos produtivos. Outro fator que deve ser notado é a especificação do cargo, a que esse compete dentro do seu setor, o título do cargo ou nomenclatura pertinente à sua área de atuação, seu grupo pertencente e seu espaço dentro do rol de cargos do setor e da empresa. 42 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 O que os alunos me perguntam muito é: por que devo fazer essa análise me baseando na descrição do cargo? A descrição do cargo é a fragmentação ou detalhamento do que o indivíduo deverá ser capaz de fazer em sua posição dentro de um fluxo de trabalho em um setor, e esse trabalho irá gerar resultados nos processos de informação em termos de realização de trabalho para empresa, por isso, se faz importante analisar o que o cargo exige em termos de realização. Algo muito contestado pelos alunos são valores de salários diferenciados entre cargos de mesmo nível em mesma uma empresa. O fator salário será determinado exatamente por essa fragmentação da função dentro do cargo, por isso existem diferenças entre salários, mesmo que os cargos sejam equivalentes nos títulos. Quadro 7 – Definição dos principais termos empregados na análise do cargo Definição dos principais termos empregados na análise do cargo Tarefa É a atividade executada por um indivíduo que ocupa determinado cargo, por exemplo: arquivar, digitar etc. Função É o agregado de tarefas atribuídas a cada indivíduo na organização, por exemplo: assistente de departamento de contabilidade, datilógrafo do departamento de pessoal, arquivista etc. Cargo É o conjunto de funções substancialmente idênticas quanto à natureza das tarefas executadas e às especificações exigidas dos ocupantes. Análise de cargo É o estudo que se faz para coligir2 informações sobre as tarefas componentes do cargo e sobre as especificações exigidas do seu ocupante. Da análise, resulta a descrição e a especificação do cargo. Descrição de cargo É o relato das tarefas descritas de forma organizada. Especificação de cargo É o relato dos requisitos, responsabilidades e incômodos impostos ao ocupante do cargo. Grupo ocupacional É o conjunto de cargos que se assemelham quanto à natureza do trabalho. Os grupos ocupacionais são os seguintes: Grupo ocupacional gerencial Abrange os cargos de chefes, gerentes, diretores etc. Grupo ocupacional de profissionais de nível superior Abrange os cargos de engenheiro, economista, advogado, administrador etc. Grupo ocupacional de técnicos de nível médioAbrange os cargos de desenhista, laboratorista, inspetor, supervisor técnico etc. Grupo ocupacional administrativo Abrange os cargos de recepcionista, auxiliar, analista, supervisor administrativo etc. Grupo ocupacional operacional Abrange cargos de pedreiro, operador mecânico, supervisor operacional. Fonte: PONTES, 2008, pp. 53‑54. 2Reunir em coleção: coligir versos. VT 2 Juntar, reunir (o que anda disperso): comprazia‑se em coligir os tesouros do saber humano. “Os primores ou os efeitos que na tela e no mármore coligiram e fixaram os seus predecessores” (A. F. de Castilho). VT 3 Concluir, inferir: daí coligimos que disse verdade. Eis o que pudemos coligir do que afirmou o réu. Fonte: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues>. Acesso em: 30 mai. 2011. 43 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS 3.1 Avaliação de cargos Para avaliar os cargos de uma empresa, primeiro devem‑se escolher cargos que sejam fundamentais e que possam servir como base de referência para projetar os valores dos demais, para mais ou menos em termos de salários. Por isso, utilizamos nomenclaturas como júnior, pleno e sênior como base. Algumas empresas, a partir dessas bases, utilizam números ou letras para graduar o grau de competência ou de dificuldade e responsabilidade pertinente aos cargos dentro de uma nomenclatura. Como vimos, podemos utilizar as nomenclaturas júnior, pleno e sênior e, a partir daí, dar novas denominações aos cargos; ou ainda, para aqueles cargos mais comuns, como auxiliar, assistente e analista, serve como base para a projeção de novos cargos dentro da empresa. Exemplo: analista de RH júnior; analista de RH júnior A, B, C, D, ou 1, 2, 3; e assim por diante, até se chegar ao próximo cargo na hierarquia na empresa. Bem escolhidos, os cargos vão ser fragmentados e detalhados, para que fique mais fácil verificar quais as reais diferenças existentes entre eles, para que o comitê que venha a ser escolhido trabalhe com dados palpáveis e importantes sobre cada cargo em análise. O comitê deve ser formado por pessoas que conheçam o negócio da empresa, a movimentação das pessoas e a importância de cada cargo mediante as estratégias estabelecidas pela própria empresa. Logo, esse comitê normalmente é formado por gestores de áreas diferenciadas de dentro da empresa. Essa escolha aleatória trata‑se de uma estratégia para que não existam interesses particulares em valorizar mais ou menos determinado cargo de um setor de forma injusta em relação a outros, por isso, o comitê é formado por pessoas de diferentes áreas e de preferência que conheçam o negócio como um todo e que venham a contribuir com a avaliação de todos os cargos da empresa. Uma vez formado o comitê, esse deverá escolher o método de atribuição de salários aos cargos. É o que iremos ver adiante nos métodos utilizados para valorar os cargos em termos de salários. A dúvida é qual método devemos utilizar para conseguir determinar os salários de uma empresa. Nas aulas, os alunos questionam qual a metodologia mais correta a ser usada. Lembrete O fato é que vai depender da quantidade de cargos que a empresa possui, dos colaboradores que nela existem, ou ainda da sua estrutura; esses são dados importantes na ora de escolher a melhor metodologia para atribuir salários aos cargos. É importante que o aluno observe que uma estrutura de cargos e salários pode ser trabalhosa e também trazer como consequência custos à empresa. Existem métodos simples que não são tão 44 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 precisos, porém têm custos mais baixos; esses são utilizados por pequenas empresas. Já métodos mais qualitativos, mais exatos, com um custo mais elevado e com um preparo mais elaborado e lógico, veremos mais adiante na próxima unidade. O que ocorre normalmente é o isolamento dos cargos mais importantes dentro da empresa como base, valorando‑os em salários pertinentes às suas tarefas e, a partir daí, dá‑se valor aos demais cargos. Temos que ter uma referência, uma base de dados, para começar a verificar a diferença entre todos os cargos, os seus detalhes e as suas formas de agir no negócio da empresa em termos de responsabilidade e colaboração para gerar resultados para a empresa. Ao avaliar um cargo, deixamos a parte escrita (ou seja, descritiva) do cargo e passamos a vê‑lo em números, de forma essencialmente matemática e de julgamento de valor, porque atribuímos valor a cada detalhe dentro de um universo de tarefas de uma função que denomina o cargo. Isso não quer dizer que todas as funções são valoradas igualmente, pois existem diferenças significativas e pequenos detalhes que irão dar maior ou menor valor a uma determinada função e, em alguns casos, não existem tarefas pertinentes a outras. São essas diferenças que fazem com que os salários sejam efetivamente diferentes no mercado, porém o que devemos observar é que, para isso acontecer, nos baseamos sempre na descrição do cargo como fator inicial e importante para a fragmentação e valoração da função em termos de número. A fase de montagem da avaliação de cargos exige dos especialistas em salários bons conhecimentos matemáticos e estatísticos, a fim de poder utilizar metodologias adequadas à obtenção dos resultados finais do plano. Esse conhecimento matemático se faz necessário pela equação final estatística que será utilizada para a caracterização da flutuação dos salários. Em um curso de recursos humanos, paira a dúvida em por que se devem ensinar matemática e estatística. Por exemplo, em cargos e salários, vamos utilizar esses métodos exatos para conseguir comprovar a subjetividade das palavras em números reais, assim como em outras áreas de RH. Tais conhecimentos também se fazem importantes na elaboração das contagem dos fatores e das linhas de cargos valorados no final do plano de cargos e salários, que é o objetivo do projeto de cargos e salários por meio de um manual. Portanto, é fundamental o ensino de matérias exatas em RH. 45 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS Figura 8 – A importância da matemática e da estatística para cargos e salários e outras áreas de RH A pergunta fundamental dos alunos é: Como fazer esse processo, se eu vou ter que refazer a cada aumento? A resposta está em um manual bem elaborado como referência inicial. Após a confecção desse, apenas irá ser inserido o percentual de valor a mais por cargo, e na planilha eletrônica ocorrerá a mudança. Portanto, o profissional de cargos e salários tem total controle dos valores dos salários de todos os cargos na empresa. A montagem de um bom plano de avaliação é a base fundamental para uma estrutura salarial correta. Todo cuidado é necessário. O treinamento do comitê de salários em “como avaliar” é tarefa do especialista de salários, e desse treinamento dependerá o sucesso final do trabalho (MARRAS, 2011, p. 99). A responsabilidade desse profissional não está apenas em executar a tarefa, mas em ter o discernimento, em ser rápido, criativo, comprometido e, principalmente, empenhado em fazer sua função em conjunto com as informações do mercado de trabalho e dos gestores pares dentro da empresa. 3.2 Passos da avaliação de cargos 1.escolha dos fatores; 2.montagem do manual de avaliação de cargos; 3.montagem da tabela de avaliação; 46 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 4.determinação dos pesos e tratamento estatístico; 5.criação dos formulários de avaliação; 6.avaliação decargo por cargo; 7.tabela de classificação de cargos. Podemos notar que uma análise de cargos não é uma tarefa tão fácil de elaborar ou fazer quando, por exemplo, escolhemos fatores que devem ser comuns a todos, porém isso é impossível, pois nem todos os cargos têm as mesmas características. Após essa escolha dos fatores, vamos confeccionar um documento que chamamos de Manual de cargos e salários. Esse documento irá servir como referência para a adequação dos valores dos salários dos cargos no decorrer do tempo, a partir das mudanças na organização ou no cenário econômico e político do mercado. É importante os alunos observarem esse fato. Toda vez que temos uma mudança no cenário econômico ou político, seja em termos mundiais ou no país, a tendência é que exista uma mudança nos valores dos salários, até porque esses fatores influenciam a oferta e a demanda de emprego. Feito o documento, temos que ter uma tabela como referência para que possamos, sempre que necessário, alterar os valores dos salários dos cargos. Nas empresas, existem sistemas integrados e planilhas em Excel que fazem essa conversão de acordo com as variáveis colocadas pelo responsável ou pela equipe de cargos e salários, os responsáveis por essa tarefa na empresa. Essa tabela possui fórmulas que são configuradas de acordo com os pesos determinados aos fatores e com a estatística para se chegar à razão exata do valor do salário. Os formulários de avaliação são passados aos integrantes do comitê que terão a missão de verificar o peso e a importância de determinado cargo no negócio da empresa, sendo, dessa forma, capazes de dar um valor monetário ao cargo em estudo. Os cargos serão submetidos um por um, para que os salários sejam compatíveis e valorados conforme a prática salarial do mercado. E por último, vem a tabela de classificação de cargos, por hierarquia, por valor e por salário, que vai depender de como a empresa trabalhará esses dados no futuro. 3.3 Escolha de fatores de avaliação Essa é uma tarefa que deverá ser realizada entre os membros da equipe do comitê de salários e a área de RH (preferencialmente, o responsável pela área, acompanhado do analista de C&S). 47 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS É importante ressaltar que a área de recursos humanos sozinha não consegue dados suficientes para elaborar um plano de cargos e salários: vai precisar sempre do apoio dos setores e das informações passadas por seus gestores. As informações pertinentes às funções exercidas dentro de um setor devem ser de conhecimento do seu gestor. Portanto, nada mais adequado que o próprio gestor da área dar as informações importantes que compõem a função, para que o especialista da área de RH seja capaz de manipular esses dados e comparar a outros da mesma classe à qual pertence essa função na empresa, assim como comparar os salários ao praticado no mercado para a mesma função em outras empresas. Não existe um número ideal exato de fatores nem fatores específicos predeterminados a sugerir, pois, como as funções podem agregar novas atribuições, os fatores podem ser diferenciados. O que as empresas fazem é pegar os fatores mais importantes dentro da função praticada, como se fosse uma amostragem do todo, de onde retiramos partes significativas que colaboram para a execução do serviço. Cada empresa tem as suas peculiaridades e especificidades próprias, contudo a maioria dos planos de avaliação de cargos contempla um conjunto que varia entre um mínimo de cinco e um máximo de dez fatores. O que pode ser aconselhado é que, nas grandes empresas com mais de mil funcionários, seja abordada uma política de escolha de fatores mínima até por uma questão de bom senso, para a avaliação de todos os cargos existentes na empresa. Quanto a empresas pequenas com poucos cargos, faz‑se necessária a elaboração de uma pesquisa mais aprofundada pela riqueza dos detalhes do cargo, pois nas empresas grandes temos os cargos separados por área e setores e com alta fragmentação das tarefas, que conhecemos como estrutura departamental; já nas empresas pequenas, o colaborador têm a tendência de fazer tudo, e assim o detalhamento pode ser mais abordado. Figura 9 – Pequenas e grandes empresas 48 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 Imaginem fazer a confecção de todos os salários de cada função de uma empresa multinacional com mais de cem mil funcionários, com diversas hierarquias e nomenclaturas de cargo, na qual tenhamos mais de dez fatores para analisar e verificar. Se o salário é compatível com o mercado, nesse caso, seria muito ruim e impraticável a análise de mais que dez fatores, pois ocuparia muito tempo do profissional de remuneração, tornando‑o por demais atarefado, assim como tiraria os gestores de outras áreas para conseguir, pelo do comitê, buscar uma solução para tantos detalhes. Existem diversos fatores que podem ser utilizados num plano de cargos e salários. A escolha deles dependerá de variáveis que determinam o contorno específico de cada organização como: cultura organizacional, tecnologia, tipo de mão de obra etc. Vejam que a forma de se avaliarem os cargos e salários em uma empresa vai depender de como ela é estruturada, de quais as reais necessidades que ela precisa de seus colaboradores e de como verificar se o que está sendo feito dentro dos cargos tem trazido melhorias e benefícios para a empresa como um todo. Os fatores de avaliação dividem‑se segundo três campos de análise: • requisitos mentais: são aqueles voltados à subjetividade utilizada pelo colaborador ou requisitos que ele possua em sua experiência de vida e profissional que poderá colaborar para a realização das tarefas dentro do seu cargo. Uma vez verificados, poderão ser valorados por meio da pontuação dos fatores. • requisitos físicos: é a maneira com que o indivíduo interage com os materiais de trabalho que terá a sua disponibilidade, ou o que ele irá utilizar para realizar determinada tarefa. • responsabilidades: é a organização do indivíduo com o seu trabalho, e com seu material, inclusive com o tempo para executar as tarefas ou entregar seu trabalho de forma eficiente e eficaz. O que podemos verificar é que estamos trabalhando com conhecimentos, habilidades e atitudes: o famoso CHA de recursos humanos presente em várias áreas do trabalho quando estamos nos referindo a pessoas dentro das empresas. Esses fatores são levados em conta principalmente quando verificamos que o que realmente interessa para a empresa é que o indivíduo esteja bem de corpo e mente. Logo, os requisitos mentais são voltados ao conhecimento que o indivíduo tem e ao que ele poderá trazer como benefício para a empresa em termos de melhoria das formas de fazer um trabalho. Para que a realização dessa tarefa seja bem feita, o indivíduo terá que utilizar ferramentas e, por isso, terá que trabalhar com o físico e todos seus sentidos a fim de que a tarefa seja bem realizada. Por último e tão importante quanto os outros dois fatores, é a organização da tarefa, a responsabilidade e, principalmente, a forma de conduzir as coisas para se obter o resultado desejado quando falamos de objetivos. 49 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS Quadro 8 – Alguns exemplos de fatores utilizados por empresas Requisitos mentais escolaridade experiência complexidade habilidade analítica criatividade precisão julgamento e iniciativa planejamento Requisitos físicos esforço físitco habilidade manual fadiga mental/visual concentração monotonia pressão do trabalhopressão emocional Responsabilidades por material ou produto por ferramentas e equipamentos por erros por valores por contatos por subordinados por dados confidenciais Fonte: MARRAS, 2011, p. 100. Não existem critérios específicos e padronizados, cabe à empresa verificar o que realmente será mais significativo de se verificar na hora de dar valor aos cargos por meio dos salários, o que for mais importante deverá ser levado em conta. 3.4 Variáveis influentes na escolha dos fatores Ao iniciar o trabalho de escolha de quais e quantos fatores irão compor um manual de avaliação de cargos, deverão ser levadas em conta duas variáveis fundamentais que são ao mesmo tempo excludentes entre si: • variável de discriminação; • variável de aplicabilidade. A variável da discriminação é aquela que deverá indicar se um fator tem ou não a propriedade de atribuir valores diferenciados ao universo de cargos, por meio dos seus graus de intensidade. Por exemplo, digamos que foi escolhido, em princípio, o conceito de educação formal como fator que medirá com propriedade uma parcela importante do valor dos cargos da empresa. A primeira questão que se coloca é: esse fator consegue discriminar com eficiência? Isto é: há amostras de escolaridade suficientemente diferenciadas entre os cargos a avaliar, que permitam criar um número interessante de subdivisões (graus) desse fator? Se essa premissa não existir, o fator não poderá ser escolhido. É o caso de uma empresa em que todos os cargos exigem dos ocupantes um grau de escolaridade superior. Não há cargos que exijam o 1° grau, nem o 2°, e assim por diante. 50 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 Logo, se todos os cargos têm o mesmo nível de exigência, o que se espera que esse fator discrimine? Que diferença faz, se todos os cargos receberão o mesmo nível de avaliação ou o mesmo valor de pontos? Quando falamos de variáveis, estamos abordando o que pode ser medido dentro de uma dinâmica de trabalho na empresa por meio dos cargos. O quesito escolaridade, é claro, poderá ser abordado em toda a empresa, mas o que devemos observar é o que iremos considerar como ponderação para valorar esses fatores, a partir de qual grau de instrução começamos a pontuá‑los e qual será a pontuação adequada entre os níveis dentro de um amadurecimento escolar. Se existir uma homogeneidade, não é possível avaliar os cargos, pois todos terão a mesma valoração e, nesse sentido, é discriminação, pois, nesse caso, teremos que procurar uma diferenciação, desde que esteja explícita na maioria dos cargos. Seria a mesma coisa que não avaliar quando não possuímos uma variável comum a todos, é complicado dar valores diferenciados. A variável da aplicabilidade é aquela que determina se um fator é aplicável à maioria dos cargos ou não. Por exemplo, digamos que foi escolhido o fator “precisão” e que, após analisar a variável aplicabilidade, verificou‑se que somente 10% dos cargos exigem um grau razoável de precisão no trabalho. Para darmos valor aos cargos, precisamos examinar as diferenças. Por isso, se faz importante termos uma variável que possa ser observada em todos os cargos (ou pelo menos na maioria deles), e que essa variável possa ser mensurada de formas diferenciáveis em termos de valores, de acordo com o grau de evolução contida na função dos indivíduos dentro da empresa. Isso mostra que esse fator não tem efetividade e, portanto, deixa de ser interessante como instrumento de medição, pelas mesmas razões apresentadas pela variável “discriminação”. Não se pode atribuir determinados rótulos em relação à escolha para determinar o valor do salário, mas pode‑se atribuir diferenciais que possam ser medidos quantitativamente e, em termos de qualidade, que possam ser comprovados e utilizados como referências para aferir os valores dos salários (MARRAS, 2011, p. 101). Um exemplo é o grau de responsabilidade em uma função: um auxiliar de RH tem como responsabilidade o acompanhamento da busca dos relatórios com os gestores de área (coleta dos documentos), e esses relatórios são compilados por área pelo assistente de RH (separação dos documentos), que passa os dados para que o analista de RH analise as diferenças existentes entre as áreas (verificação detalhada). Vejam que existe uma evolução nas tarefas, podemos analisar aqui tanto o grau de responsabilidade quanto o de organização, ou mesmo de criatividade na execução da tarefa em graus diferenciados e níveis de dificuldade acumulativa. Essa é a ideia da diferenciação que pode ser graduada por meio desses fatores dentro das funções, e é assim que surgem os valores dos salários dos cargos. 51 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS 3.5 O manual de avaliação de cargos É o instrumento que congrega todos os fatores escolhidos para proceder à avaliação dos cargos, os seus respectivos graus e pontos, e tem como objetivo permitir que, utilizando‑o, os avaliadores efetuem o seu trabalho, pontuando numericamente todos os cargos da empresa. É um dicionário dos cargos e seus valores explícitos de forma matemática. Nele, constam todos os cargos e as especificações de cada um e, assim, contribui para a orientação do profissional de remuneração na forma de modificar algum valor no salário do cargo, caso seja necessário. Uma vez escolhidos os fatores de avaliação, deve‑se definir claramente o que se deseja mensurar por meio de cada um deles, e como deve ser a divisão interna de cada um. Ou seja, há que se observar em quantos graus se subdivide cada fator, explicando claramente o que o cargo exige de cada grau dos fatores e discriminando as diferenças de grau para grau. Nesse ponto, repetimos que não há subdivisões predeterminadas: elas dependerão de cada empresa e de cada universo de cargos e tarefas. O que deve ficar claro é que esses fatores devem ter graduações diferenciadas, até por uma questão de se conseguir mensurá‑los de formas discriminadas dentro dos cargos que irão receber os valores. Não existe um modelo‑padrão para avaliar cargos. Isso depende do mercado em que a empresa está inserida, seu tamanho, suas condições financeiras, bem como cada função atribuída a cada cargo. Por isso, não existe um padrão físico, mas sim uma sugestão de como fazer o aferimento para se chegar ao salário adequado ao cargo. As empresas devem adequar as suas informações à sua realidade, bem como o que esperam desse manual como referência para dar valores aos seus cargos, sempre lembrando que devem estar dentro do que é praticado no mercado até por uma questão estratégica da empresa em manter e atrair novos talentos. Na montagem do manual de avaliação de cargos, deve‑se procurar evitar redações muito genéricas que dificultem ou confundam o avaliador na hora de identificar a avaliação. É sempre interessante que a redação quantifique ou exemplifique situações específicas, de maneira a facilitar o reconhecimento de uma situação por parte do avaliador. O manual deve ser bem direto e objetivo, para que quem venha a ler consiga interpretar facilmente as informações contidas e consiga reproduzir ou modificar os salários pertencentes aos cargos da empresa. É importante lembrar que deve existir um manual de avaliação para cada estrutura salarial a ser implantada. Ou seja, se o objetivo é implantar, por exemplo, uma estrutura salarial para mensalistas e outra para horistas, cada um terá suas características próprias no manual (certamente com fatores diferentes)3. 52 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 Figura 10 – Manual de instruções 3.6 Métodos deavaliação de cargos Os métodos tradicionais de avaliação de cargo são: escalonamento, graus predeterminados, pontos e comparação de fatores, e podem ser distribuídos em dois grupos, conforme o quadro 9. Quadro 9 – Métodos de avaliação de cargos Métodos não quantitativos Escalonamento Graus predeterminados Métodos quantitativos Pontos Comparação de fatores Fonte: Pontes, 2010, p.157. Saiba mais Para mais detalhes, verifique na obra: Pontes. B. R. Administração de cargos e salários: carreira e remuneração, 15ª ed., São Paulo: Ltr, 2011. Os métodos não quantitativos permitem rápida elaboração e fácil aplicação, porém não garantem um resultado final de boa qualidade, devido à 53 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS subjetividade da avaliação. Já os métodos quantitativos permitem maior precisão e objetividade, demandando, contudo, maior tempo e maior custo durante a implantação. Mas, para as pequenas empresas, talvez o mais recomendável seja a adoção de métodos não quantitativos, por envolverem número menor de cargos e, assim, diminuir os custos de implantação. Os custos da implantação de um método de avaliação de cargos podem variar de um custo pequeno ou grande, dependendo da quantidade de cargos e estrutura da empresa (PONTES, 2010, p.157). Lembrete Quantidade não quer dizer que exista qualidade. Autores sugerem que, para quantidades maiores de cargos, sejam utilizados métodos quantitativos, pois existe um controle estatístico e matemático mais preciso. A maior vantagem dos métodos não quantitativos é a simplicidade. Contudo, essa mesma simplicidade poderá comprometer o sistema salarial, porque os colaboradores podem não aceitar os resultados da avaliação, já que, ao fazer essa escolha, os dados são aleatórios e por amostragem, podendo dar margem ao erro e, principalmente, sem muito fundamento ou detalhes que possam comprovar esses resultados. Logo, geram insatisfação e descontentamento por parte dos colaboradores que estão nesse processo. 3.7 Outros métodos de avaliação de cargos Derivados dos métodos tradicionais de avaliação de cargos, surgiram outros métodos. Entre esses métodos não convencionais, se destaca a curva de maturidade, utilizada principalmente para pessoal de pesquisas e cientistas. Esses métodos têm mais preocupação com o perfil dos ocupantes do cargo, do que com os cargos em si (são os famosos psicólogos que alegam que o comportamental faz o diferencial em relação ao desempenho do cargo por parte do indivíduo). O que temos de entender é que a maioria dos processos avaliativos dentro do contexto de RH está ligada ao comportamento e, no caso de cargos e salários, alguns fatores de caráter comportamental são identificados. 54 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 Figura 11 – Psicologia como uma das ferramentas na avaliação de cargos para mensurar salários O comportamental realmente faz a diferença na ação e realização das tarefas por meio da organização. São fatores fundamentais e, como está descrito anteriormente, existe um tempo de maturidade para o aperfeiçoamento da realização das tarefas. Um exemplo claro é o grau de dificuldade das tarefas referentes aos cargos, ou a forma como sua complexidade e responsabilidade vão aumentando quando o indivíduo vai mudando de patamar na hierarquia dentro de sua carreira. Os psicólogos comentam que esse amadurecimento pode ser uma melhoria na execução das tarefas. Logo, esse trabalho poderá ser medido por sua realização ou pela forma de se chegar aos resultados esperados. 3.8 Método de escalonamento É o sistema mais simples de avaliação de cargos. Por esse método, os cargos são hierarquizados de acordo com as dificuldades, responsabilidades e/ou requisitos. Além disso, são comparados de uma forma global, e a avaliação é, muitas vezes, influenciada pelos salários que atualmente percebem os ocupantes. O método propicia duas formas de escalonar os cargos: escalonamento simples e escalonamento por comparação. O que podemos observar é que as referências são obtidas por meio de comparações. Por exemplo, elegemos um cargo que determinará, como ponto de partida, o desempenho dos outros. Esse método, na verdade, faz comparações bastante simples, pois dá uma sequência de valores por amostragem do cargo em evidência em relação aos outros, ou seja, apenas os compara aos outros. Nesse método, não existe um diálogo entre as partes dentro do processo, tampouco tem participação o fator que determina a avaliação de desempenho às pessoas. Trata‑se apenas de amostragens que são compiladas e que irão 55 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS gerar um grau de importância aos cargos. Existe uma atribuição de valor que pode ser aceita pelos colaboradores ou não, dependendo de como eles enxergam seu salário mediante o que é pago no mercado. 3.8.1 Escalonamento simples Por meio do escalonamento simples, os membros do comitê de avaliação, isoladamente, hierarquizam os cargos amostrais (chave) em análise e chegam juntos a um consenso. Para utilizar o método de avaliação, serão escolhidos alguns cargos operacionais, como almoxarife, motorista, carpinteiro, motosserrista e mecânico‑ajustador. Esses cargos devem ter um significado em relação à realização de tarefas na busca de resultados para a empresa atingir seus objetivos. Suponha que o comitê de avaliação seja representado por três gerentes e que, após a análise isolada dos cargos em questão, chegou‑se a uma conclusão sobre o escalonamento, conforme apresentado no quadro 9. Após o escalonamento inicial, o comitê discutiu e chegou a um consenso sobre o escalonamento final, também mostrado no quadro 9. Assim, para o comitê, o cargo‑chave de menor importância (ou seja, no escalonamento 1) é o motosserrista, seguido do motorista (no escalonamento 2), do carpinteiro (no escalonamento 3), do mecânico‑ajustador (no escalonamento 4) e, finalmente, do almoxarife (no escalonamento 5). O que o aluno tem que saber identificar é que, nesse caso, os membros do comitê dão suas opiniões sobre os cargos em relação à sua importância na empresa e, dessa forma, valoram os salários de acordo com o que creem que deva se pago para esses cargos. Agora, suponha que esses cargos tenham sido escolhidos como chave: uma vez fixados os cinco escalonamentos ou graus, deveriam ser avaliados os demais cargos pertencentes a esse grupo ocupacional. Quadro 10 – Escalonamento obtido pelos membros do comitê de avaliação Escalonamento (graus) Escalonamento Avaliador A Avaliador B Avaliador C Consenso entre os avaliadores 1 Motosserista Motorista Motosserista Motosserista 2 Motorista Motosserista Carpinteiro Motorista 3 Carpinteiro Carpinteiro Motorista Carpinteiro 4 Mecânico‑ajustador Mecânico‑ajustador Mecânico‑ajustador Mecânico‑ajustador 5 Almoxarife Almoxarife Almoxarife Almoxarife Fonte: Pontes (2010, p.164). 56 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 Os cargos são separados por grupos e avaliados pelo grau que o comitê acredita que devam pertencer e, dessa forma, vão compondo todos os salários daquele grupo específico de cargos. Assim, pelo processo de comparação, os demais cargos são avaliados em um dos escalonamentos ou graus, por exemplo: o eletricista no grau 4, junto com o mecânico‑ajustador; o pedreiro no grau 2, junto com o motorista, e assim sucessivamente. Essa metodologia se torna simples porque primeiro despreza as famílias de cargosàs quais pertencem. Imaginem se o comitê avaliasse todos os auxiliares da empresa baseando‑se apenas no título do cargo e desprezando sua família ou origem: os salários não seriam os adequados e praticados no mercado. Outra questão a ser abordada é a subjetividade em achar que determinado cargo é melhor que o outro. Para que esse estudo tenha lógica e prestígio, deve existir uma pesquisa no mercado sobre a prática do salário daquele cargo e sobre a prática de seus concorrentes. Observação Para que o aluno saiba o que são famílias de cargos e prática de salários, é importante ler qualquer jornal que forneça a tabela de cargos e salários. Normalmente, são oferecidas aos domingos e estão na página de empregos. 3.8.2 Escalonamento por meio da comparação binária Por esse método, os cargos‑chave são comparados aos pares, de tal sorte que cada cargo em análise é comparado a outro, resultando em uma hierarquização. Para facilitar o processo, normalmente é utilizada a tabela de dupla entrada, conforme a seguir. Empresas pequenas utilizam esse método para estipular os salários dos funcionários, pois possuem poucos cargos, e cada um tem uma responsabilidade dentro de sua área de atuação. Essa tabela serve como referência para os avaliadores verificarem qual cargo, por consenso, terá a maior graduação ou pertencerá a uma classe de maior importância na hora de se atribuir valor salarial. O método se chama binário pela comparação dos pares. Nele, são atribuídas menor ou maior importância aos cargos quando são confrontados uns com os outros. O que está sendo observado é que a opinião dos avaliadores, ao somarem mais de cinquenta por cento das opiniões, originará o valor real de cada cargo, denominando assim o valor de cada um. 57 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS É claro que se trata de algo subjetivo e muito voltado a questões pessoais de escolha de cada avaliador. Sendo assim, torna‑se algo interessante para empresas pequenas sem uma boa estrutura de cargos e salários, o que também pode ser um bom início para se começar, nos cargos, a configurar sua importância na empresa e o real valor a ser pago pelo serviço prestado. É um método mais barato e pode ser adaptado, por exemplo, para uma linha produtiva em que temos vários cargos com nomenclaturas iguais, mas com responsabilidades diferentes. A partir dos graus, a empresa pode criar uma diferenciação (como I, II e III ou A, B, C) nas linhas de produção, fazendo a discriminação dos salários de acordo com as responsabilidades dos indivíduos nos processos produtivos locais. Tabela 1 – Tabela de dupla entrada para avaliação dos cargos por meio de comparação binária Cargos comparados Al m ox ar ife M ot or is ta Ca rp in te iro M ot os se rr is ta M ec ân ic o Ad ic io na r 1 Es ca lo na m en to Almoxarife 1 Motorista 1 1 1 1 Fonte: Pontes, 2010, p.165. De posse da tabela, cada avaliador, membro do comitê de avaliação, vai comparar os cargos das linhas com os cargos das colunas, procurando estimular aquele de maior peso, registrando‑o com o sinal “mais” (+). Esse sinal vai determinar que o cargo X é superior ao Y. Quando, na comparação, o cargo da linha for inferior ao do cargo da coluna, aquele recebe o sinal de “menos” (‑). Essa comparação é bem simplista, pois os indivíduos simplesmente avaliam o que é melhor em relação a outro, dando sua nota. Terminada a comparação dos pares, somam‑se os sinais obtidos por cada cargo nas linhas e adiciona‑se 1, resultando no escalonamento ou grau. Após a avaliação individual, reúnem‑se os membros do comitê para chegar ao consenso. Esse método não permite empate e nenhum par pode ficar sem escolha. 58 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 O que é importante ressaltar é que estamos trabalhando com um comitê no qual existem pessoas que inclusive são gestores das áreas avaliadas. A pergunta dos alunos é: existe a interferência na hora de avaliar os cargos, sendo o avaliador da mesma área de atuação? Figura 12 – Comitê avaliando os cargos O correto é ser imparcial e avaliar de acordo com as observações feitas em relação ao todo, pois, dessa forma, a avaliação será justa, e o resultado final mais adequado à empresa como um todo. O avaliador A é de opinião de que o almoxarife tem mais peso que o motorista, o carpinteiro, o motosserrista e o mecânico‑ajustador. Por isso assinalou + em todas as colunas, totalizando quatro sinais positivos que, acrescidos do valor 1, resultaram no escalonamento 5 para esse cargo. Ao avaliar o motorista, o avaliador A concluiu que esse cargo só tem mais peso que o cargo de motosserrista, e usou o sinal + nessa coluna e o sinal de – nas demais. Nesse caso, como existe somente um sinal +, adicionou‑se 1 e chegou‑se ao escalonamento 2. Assim, sucessivamente, o avaliador A escalonou os cargos. Trabalhando da mesma forma, os avaliadores B e C chegaram aos seus escalonamentos individuais. Depois, em reunião, os três avaliadores chegaram ao consenso e obtiveram o escalonamento final, também apresentado nas tabelas 2, 3, 4 e 5. 59 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS Tabela 2 – Avaliação dos cargos‑chave pelo método de escalonamento por meio da comparação binária Avaliador A Cargos comparados Al m ox ar ife M ot or is ta Ca rp in te iro M ot os se rr is ta M ec ân ic o Ad ic io na r 1 Es ca lo na m en to Almoxarife + + + + 1 5 Motorista ‑ ‑ + ‑ 1 2 Carpinteiro ‑ + + ‑ 1 3 Motosserista ‑ ‑ ‑ ‑ 1 1 Mecânico ‑ + + + 1 4 Fonte: Pontes, 2010, p.166. Tabela 3 – Avaliação dos cargos‑chave pelo método de escalonamento por meio da comparação binária Avaliador B Cargos comparados Al m ox ar ife M ot or is ta Ca rp in te iro M ot os se rr is ta M ec ân ic o Ad ic io na r 1 Es ca lo na m en to Almoxarife + + + + 1 5 Motorista ‑ ‑ ‑ ‑ 1 1 Carpinteiro ‑ + + ‑ 1 3 Motosserista ‑ + ‑ ‑ 1 2 Mecânico ‑ + + + 1 4 Fonte: Pontes, 2010, p.166. 60 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 Tabela 4 – Avaliação dos cargos‑chave pelo método de escalonamento por meio da comparação binária Avaliador C Cargos comparados Al m ox ar ife M ot or is ta Ca rp in te iro M ot os se rr is ta M ec ân ic o Ad ic io na r 1 Es ca lo na m en to Almoxarife + + + + 1 5 Motorista ‑ + + ‑ 1 2 Carpinteiro ‑ ‑ + ‑ 1 2 Motosserista ‑ ‑ ‑ ‑ 1 1 Mecânico ‑ + + + 1 4 Fonte: Pontes, 2010, p.167. Consenso do Comitê: Tabela 5 – Avaliação dos cargos‑chave pelo método de escalonamento por meio da comparação binária Avaliador C Cargos comparados Al m ox ar ife M ot or is ta Ca rp in te iro M ot os se rr is ta M ec ân ic o Ad ic io na r 1 Es ca lo na m en to Almoxarife + + + + 1 5 Motorista ‑ ‑ + ‑ 1 2 Carpinteiro ‑ + + ‑ 1 3 Motosserista ‑ ‑ ‑ ‑ 1 1 Mecânico ‑ + + + 1 4 Fonte: Pontes, 2010, p.167. 61 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS Uma vez obtido o escalonamento final, os demaiscargos desse plano são comparados pelo método simples e posicionados em cada um dos graus. Ou seja, chegamos a um resultado que seja interessante e acordado por todos. Classificamos os cargos de uma forma simplista e os valoramos conforme a hierarquia estabelecida pelo comitê. O que fica evidenciado é que, por meio da sugestão, já estamos conseguindo separar os cargos mais importantes em relação aos outros de forma numérica, ou seja, em ordem. É o primeiro passo para valorar os salários, mas ainda não se trata de um método exato, pois temos a subjetividade de quem está avaliando, quer dizer, sua opinião ou sugestão sobre o que pensa da responsabilidade de determinado cargo na empresa. 3.8.3 Escalonamento por meio da comparação binária pontuada Outra maneira de conseguirmos o escalonamento dos cargos por meio da comparação binária é pela atribuição dos sinais + (mais), = (igual) e – (menos). Dessa forma, a contagem de pontos é a seguinte: o sinal de menos (‑) será nulo ou zero, o de igual (=) será determinado como 1, e o de mais (+) como dois, dando uma sequência de valores, pontuando os cargos e os diferenciando quanto à importância, dentro dos processos produtivos na empresa. Vejam que estamos acrescentando o sinal de igual (=) e mais (+). Agora substituímos esses sinais por valores, a fim de classificar os cargos por pontuação obtida a partir dos sinais. Tabela 6 – Tabela de sinais e seus pontos, respectivamente Sinal Pontos + 2 = 1 ‑ 0 Adaptado de: Pontes, 2010, p.168. Essa tabela foi colocada para que o aluno saiba como os valores serão atribuídos no final de cada contagem estabelecida pela avaliação. Isso se torna importante para que os próprios avaliadores do comitê tenham uma referência na qual eles estabeleceram qual cargo, na opinião deles, é mais importante para os negócios da empresa. É o que iremos verificar a seguir, com o escalonamento e a comparação binária entre os cargos. 62 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 3.8.4 Avaliação de cargos – método: escalonamento – comparação binária pontuada Tabela 7 – Avaliação de cargos – método: escalonamento – comparação binária pontuada Auxiliar de pessoal Auxiliar de contab. Analista de contab. PL Analista de RH PL Analista sistemas SR Pontos Escalonamento final Auxiliar de pessoal = ‑ ‑ ‑ 1 1 Auxiliar de contabilidade = ‑ ‑ ‑ 1 1 Analista de contab. PL + + = ‑ 5 2 Analista de RH PL + + = ‑ 5 2 Analista de sistemas SR + + + + 8 3 Adaptado de: Pontes, 2010, p.168. A partir da tabela anterior, podemos observar que o cargo auxiliar de pessoal recebeu 1 ponto, porque a sua avaliação foi igual à do auxiliar de contabilidade e inferior às dos demais cargos. As somatórias finais é o que determina o grau de escalonamento obtido pelo cargo, atribuindo assim sua importância no rol de cargos da empresa. O cargo de analista de RH pleno, por exemplo, teve duas avaliações +, uma = e uma –, o que resultou em 5 pontos. Esta pontuação dará origem a uma média, dentro do que o comitê considera como facilitador para avaliar o cargo. O escalonamento final será dado de acordo com a importância preestabelecida pelo comitê. Portanto, de 1 a 3 pontos, o escalonamento será igual a 1; de 4 a 6 pontos o escalonamento será igual a 5; e de 6 a 8 pontos, o escalonamento será igual a 3. Valores esses, definidos antecipadamente pelo comitê. É importante ressaltar a escolha dos cargos‑chave por meio dessa metodologia. Devem ser escolhidos cargos que propiciem o menor número de empates (=) na avaliação; portanto, os cargos devem representar níveis baixos, intermediários e altos no rol4 de cargos da empresa. Uma sugestão são os cargos estabelecidos dentro dos parâmetros júnior, pleno e sênior, que por si só possuem diferenças distintas em grau de dificuldade, de ação e de responsabilidade, facilitando a avaliação e o desempate nos critérios. Nenhuma das duas formas de escalonar os cargos fornece indicação das diferenças entre eles; apenas 4Diversidade de cargos existentes na empresa, aglomerações de cargos em comum dentro de um segmento da empresa em alguns escalões, ou ainda quantidade de cargos iguais em determinada hierarquia na empresa 63 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS indicam que um cargo é mais importante que outro, sem qualquer critério objetivo. Essa é a razão de ser chamado de método não quantitativo de avaliação. A subjetividade está presente nessa metodologia por não ser exata, ou seja, principalmente por não ter uma diferenciação adequada e analisada para obter o valor dos salários dos cargos. Por isso, denominamos de métodos não quantitativos, pois não são precisos, são baseados em sugestões e opiniões pessoais das pessoas que participam do comitê. As diferenças não são levadas tanto em conta, mas sim o que é observado pelo olhar de quem está avaliando cada cargo na empresa. 3.8.5 Método de graus predeterminados É uma sofisticação do escalonamento simples que, por também não ser um método analítico, vai indicar que um cargo é mais importante que outro numa visão global, sem apresentar as reais diferenças existentes em cada um deles, que são muitas, dependendo do nível do cargo avaliado. Aparentemente, é um método mais objetivo que o anterior; no entanto a avaliação é imprecisa, pois ainda estamos trabalhando com a escrita e não sendo racionais ou dando valor aos graus, mas estamos no caminho correto. O método baseia‑se na descrição prévia de graus crescentes em dificuldades. Essa diferenciação já faz com que observemos que existem diferenças entre os cargos, portanto, uma evolução prévia nos métodos de avaliação. Os graus passam a construir uma “régua de avaliação”, e os cargos são comparados com as descrições de cada grau e alocados em um deles. De uma forma crescente, podemos definir o grau de dificuldade de cada cargo, pois conseguimos identificar onde cada um se encaixa nessa régua de graus. Não é fácil descrever os graus para tornar evidente a diferença entre eles, além disso, há a dificuldade posterior no enquadramento dos cargos em cada um dos graus. Normalmente, são utilizados entre cinco e dez graus para cada plano, isso para que não dificultem na hora de classificarmos cada cargo. Nesse caso, essa metodologia pode ser utilizada em empresas que possuam maior número de cargos, mas limitando o número de graus a serem analisados pelo profissional de cargos e salários. Figura 13 – Régua demonstrando a forma crescente dos números 64 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 O quadro 11 apresenta um modelo de definição dos graus predeterminados, aplicáveis a cargo de natureza administrativa gerencial. Podemos fazer essa determinação de graus para qualquer área da empresa, basta que, para isso, o analista de cargos e salários tenha dados fornecidos pelo gestor de área, a fim de que saiba o que apresentar à avaliação do comitê. Para ilustrarmos esse fato, veremos um exemplo da avaliação por esse processo. São escolhidos cargos amostrais (chave) do grupo ocupacional administrativo: contínuo, secretária executiva, digitador, diretor de finanças, auxiliar de contabilidade e gerente de remuneração, de preferência pertencentes a um mesmo grupo de atuação na empresa. Para a avaliação, é formado um comitê, e cada avaliador terá que ser capaz de fazer análises dos cargos e das definições dos graus, enquadrando‑os em cada um desses graus. Como se fosse um jogo de encaixe, cada peça é posta no seu lugar adequado. Feito isso, os membros do comitê se reúnem e chegam a um consenso,conforme exemplificado no quadro 11. Uma vez avaliados os cargos chave, os demais cargos pertencentes ao grupo ocupacional são enquadrados nos graus, tendo como referência os cargos‑chave. Quadro 11 – Definições dos graus predeterminados Plano administrativo Grau I • tarefas repetitivas e que não apresentam dificuldades para o funcionário; • as responsabilidades são quase inexistentes; • recebe supervisão constante, instruções detalhadas e acompanhamento para a execução das tarefas; • não é exigida experiência anterior. Grau II • tarefas rotineiras executadas com base em procedimentos bem definidos; • requer familiarização com serviços burocráticos e máquinas de escritório; • recebe supervisão direta, instruções detalhadas e orientação; • é exigida experiência de aproximadamente 6 meses. 65 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS Plano administrativo Grau III • tarefas variadas, porém rotineiras, que envolvem a aplicação de procedimentos padronizados, observados os limites estabelecidos pelas normas internas; • recebe supervisão direta e acompanhamento na execução das tarefas mais difíceis; • as tarefas são conferidas no seu sinal; • é exigida experiência de 1 e 2 anos. Grau IV • tarefas variadas e com padrões de especialização que envolvem a aplicação de procedimentos administrativos pouco diversificados; • recebe supervisão direta e orientação para a solução de situações mais difíceis; • é exigida experiência de 3 a 4 anos. Grau V • tarefas qualificadas que envolvem seleção e aplicação de procedimentos administrativos diversificados; • recebe supervisão indireta e mais voltada a problemas inusitados; • é exigida experiência de 5 a 7 anos. Grau VI • tarefas especializadas, regidas pelo conhecimento formal de práticas administrativas amplas; • recebe supervisão geral em trabalhos que envolvem planejamento, organização e pesquisa; • é exigida experiência superior a 10 anos. Grau VII • tarefas especializadas e que implicam responsabilidade de planejar, organizar e/ou conduzir equipes; • recebe diretrizes gerais; • cargos que exigem formação superior, além de cursos de especialização em sua área de atuação; • é exigida experiência superior a 10 anos. Adaptado de: Pontes, 2010, p. 169‑171. 66 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 Podemos observar que o método pode servir como referência para darmos valor a cada cargo. No entanto, esse despreza variáveis, tais como segmento de mercado da empresa, estrutura de determinados cargos, atribuições de responsabilidades, criatividade, bem como participação para melhoria dos negócios. Além disso, o método é limitado quanto ao tipo de serviço. É uma boa pista se estivermos avaliando um setor, a menos que, nesse caso, a avaliação seja da empresa como um todo. Assim, podemos avaliar tanto a mão de obra direta5 quanto a indireta6 da empresa, porém de forma separada, cada um ao seu tempo sem que se misturem. Depende muito do ramo de atuação da empresa, do segmento de mercado em que atua e, principalmente, da valorização dos profissionais dentro desse segmento. Um fato a ser respeitado é o de que um analista de TI dentro de uma empresa de TI terá peso maior na hora de ser avaliado e, consequentemente, ganhará mais que um analista de RH. Tabela 8 – Exemplo de avaliação de cargos pelo método de graus predeterminados (Enquadramento dos cargos nos graus pelos membros do comitê de avaliação) Cargos Avaliador A Avaliador B Avaliador C Avaliador D Consenso Contínuo I I I I I Secretária executiva V IV IV V IV Digitador II II II II II Diretor de finanças VII VII VII VII VII Auxiliar de contabilidade III II III III III Gerente de remuneração VI V VI VI VI Adaptado de: Pontes, 2010, p. 171. 3.8.6 Avaliação de cargos por métodos quantitativos Método por pontos O método de avaliação por pontos foi desenvolvido por Merril R. Lott7 e é o mais conhecido e utilizado pelas empresas. Por esse método, conhecido como Hay, temos as informações que são valoradas ou pontuadas para se conseguir chegar a um salário adequado a determinado cargo. 5Mão de obra direta são aqueles indivíduos que estão trabalhando como agentes de transformação na empresa e que têm contato com as máquinas e equipamentos produtivos. 6Mão de obra indireta são os colaboradores que trabalham com a parte burocrática, conhecidos como pessoal do escritório. Auxiliam os processos produtivos por meio dos papéis. 7LOTT, M. R., “Wage and job evaluation (evolução do trabalho e salários). Nova Iorque: The Ronald Press, 1986. 67 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS Essa metodologia é bastante utilizada por empresas de grande porte em virtude da precisão e confiabilidade nos dados obtidos por meio da matemática e estatística, tornando as informações subjetivas iniciais do método em objetivas a partir dos números. É o método mais objetivo, analítico, preciso e de fácil aplicação. Ademais, seus resultados são aceitos pelos colaboradores, pois temos como comprovar como chegamos ao salário apresentado, convencendo‑os de que seu valor como prestador de serviço para a empresa é aquele estipulado pela matemática. Para conseguir avaliar determinados cargos, devemos verificar quais itens selecionados irão ser utilizados para a avaliação. Além disso, os fatores devem ser comuns à maioria dos cargos de determinado grupo ocupacional (ou seja, em que todos pertençam) e, ao mesmo tempo, demonstrar os detalhes de cada um. Por serem comuns à maioria dos cargos, alguns fatores são incluídos obrigatoriamente na maioria dos planos, mas com diferentes graus de exigência, até porque os cargos possuem diferentes níveis de exigência para o cumprimento dos objetivos. Conforme Pontes (2011): Os fatores são graduados, descrevendo níveis de dificuldade crescente, e cada grau (nível de dificuldade) recebe certo número de pontos, também crescente. Os fatores constituirão “réguas” de avaliação que permitirão mensurar as múltiplas dimensões de cada cargo (PONTES, 2011, p. 195). Esses fatores são graduados, e cada grau irá corresponder a certo número de pontos de forma crescente, de acordo com a dificuldade estabelecida. Os fatores constituirão réguas que mensuram as múltiplas facetas de cada cargo. Os pontos de cada grau dos fatores são decorrentes de análise de regressão múltipla8. Assim, são atribuídos pontos aos cargos por meio da avaliação por fatores do manual de avaliação. 4 AS ETAPAS DO PROCESSO CONFORME PONTES • Seleção dos cargos‑chave: Quais são os cargos que vamos escolher como referência para começar a estipularmos os valores? • Seleção dos fatores de avaliação: Após escolher os cargos, vamos detalhar o que cada um compreende em sua composição para analisarmos suas diferenças. 8Intervalo entre os valores explanados nos cargos. 68 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 • Graduação dos fatores de avaliação: Dependendo do grau de dificuldade, temos que estipular valores ou diferenciação entre os cargos em análise. • Avaliação dos cargos‑chave: Avaliação dos cargos, compreendendo suas dificuldades, diferenças e contribuição para o negócio da empresa. • Ponderação dos fatores de avaliação: Tratamento e julgamento dos fatores para se chegar aos valores esperados em termos de salários. • Avaliação dos demais cargos do plano (grupo operacional): Após a análise inicial dos cargos de referência,é estipulado o valor dos demais cargos pertencentes ao mesmo grupo de origem. 4.1 Seleção dos cargos‑chave A seleção dos cargos‑chave é de suma importância para a consistência do método por pontos, visto que dará origem aos primeiros pontos para valorar esses cargos e, em consequência, os demais pertencentes ao mesmo grupo. Conforme já foi explicado anteriormente, [...] são selecionados de trinta a cinquenta cargos amostrais, desde os mais simples aos mais complexos do plano ora em implantação (PONTES, 2010, p. 184). Um detalhe importante é que os cargos selecionados devem ser menores que o número cinquenta, mas necessariamente não quer dizer que tenhamos que escolher entre 30 e 50, pois existem pequenas empresas que nem possuem essa quantidade exemplificada pelo autor. Portanto, depende muito do tamanho e da estrutura de cargos da empresa em que será implantado esse sistema para a escolha dos cargos‑chave. 4.2 Seleção dos fatores da avaliação Conforme Pontes (2010, pp. 184‑185): A escolha dos fatores requer uma análise acurada, uma vez que são escolhidos aqueles comuns à maioria dos cargos de certo plano, mas que, ao mesmo tempo, sirvam para diferenciar as peculiaridades de cada um dos cargos avaliados. 69 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS Para se avaliarem todos os cargos, temos que ver o que eles possuem em comum. Por isso, é importante fragmentá‑los e detalhar cada parte, explicitando o cargo dentro do seu grupo. Quanto maior for a hierarquia, maior o grau de dificuldade, o que torna possível a diferenciação dos níveis entre os cargos dentro de sua classe. Alguns fatores são fundamentais para que o cargo seja analisado e para que a análise seja feita nas exigências estabelecidas ao cargo na empresa. Por isso, constam na maioria dos planos, como instrução, experiência, iniciativa etc. São fundamentais e necessários, uma vez que são comuns à maioria dos cargos, mas em graus de exigência diferentes por terem complexidade e níveis facilmente observáveis por quem está avaliando o cargo. Não é adequado incluir fatores que não permitam diferenciar os cargos na avaliação para planos administrativos, como “condições de trabalho” ou “esforço físico”, pois esses fatores podem ser iguais dependendo do cargo que está sendo avaliado. Dessa forma, para cada plano, existirão fatores melhores ou piores, isso vai depender da classe que está sendo avaliada e da empresa em que o método estará sendo utilizado e, para a correta seleção desses, é necessária a análise acurada dos cargos a serem avaliados. Ou seja, é necessário observar como estão dispostos na empresa e como se relacionam com o fator de transformação e produtividade dentro da estratégia estipulada pela organização. Figura 14 – Mão de obra indireta Cabe salientar que não podemos avaliar por pontos classes de cargos diferenciadas dentro de uma mesma empresa, pois os fatores são diferenciados e a análise, portanto, terá pesos e graus diferenciados. Quando utilizamos a metodologia por pontos em uma empresa, avaliamos os cargos por segmento de atuação um por vez, como cargos administrativos (de preferência de uma área RH), marketing, finanças, ou ainda os de chão de fábrica e de produtividade dentro de uma mesma linha de trabalho, nunca misturando os cargos, pois os critérios e referências utilizadas são distintos uns dos outros. Panton e Smith (apud CARNEIRO, 1970) chamam a atenção para o fato de que, geralmente, as tentativas de elaboração de planos mistos, destinados à avaliação simultânea de cargos burocráticos e de oficina, 70 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 têm obtido reduzido sucesso, porque as características desses dois tipos de cargos não são realmente comparáveis. O detalhamento é fundamental para que possamos numerar e valorar os salários dos cargos, pois trabalhamos com pontuação e, portanto, mais detalhes facilitam essa diferenciação entre os cargos. Porém, devemos lembrar que uma quantidade excessiva de fatores poderá fazer com que o processo de avaliação dos cargos demore mais do que em geral, causando assim custos para a empresa. Por isso há que se escolher os fatores mais importantes e significativos embutidos em todos os cargos a serem analisados. Figura 15 – Mão de obra indireta Os fatores, conforme foi descrito anteriormente, são as subdivisões das áreas: mental, de responsabilidades, física e de condições de trabalho, e estão embutidos tanto nos cargos de mão de obra direta quanto nos de mão de obra indireta. Cabe ao aluno saber que, no momento da avaliação, cada grupo será avaliado de forma separada, para que os dados sejam compatíveis e existam níveis que possam diferenciar cada grau a ser valorado. 4.3 Graduação dos fatores de avaliação A graduação vai dizer o quanto se exige de cada cargo, dando detalhes que ajudam na hora da avaliação. Alguns cargos exigem menos experiência que outros, assim como responsabilidades, ou ainda capacidade de realização. Um auxiliar, por exemplo, deve ter provavelmente uma exigência de tempo de casa menor que o exigido de um analista. Esses graus são medidos a partir das diferenças presentes nos cargos, na sua dificuldade, na sua experiência e nos outros fatores que são medidos para diferenciá‑los uns dos outros. Existe ainda uma hierarquia crescente dentro dos cargos escolhidos como referência (cargos‑chave) e, a partir daí, vamos denominar o grau de cada um deles dentro dos fatores escolhidos como amostra. Sempre vamos 71 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS agrupar aqueles cargos que possuam condições parecidas, pertencentes à mesma família, para que os fatores existam em graus diferenciados e proporcionem uma avaliação similar, obtendo as diferenças verificadas nos níveis dentro de cada fator implícito em cada cargo. Conforme Pontes (2011): Em cada fator, o total de agrupamentos designará o número de graus, e as exigências de cada agrupamento fornecerão a descrição do grau. Um exemplo para um plano administrativo pode ser visto no quadro 11. Os cargos‑chave foram escalonados conforme a especificação do fator experiência, como mostra a parte A do quadro. Com base no escalonamento obtido, chegou‑se ao número de graus – no caso, seis – e à descrição que melhor retrata a especificações de cada grupo de cargos, conforme apresentado na parte B do mesmo quadro (PONTES, 2011, p. 196). Quadro 12 – Exemplo para a definição e graduação de um fator de avaliação Parte A Escalonamento dos cargos‑chave no fator experiência Parte B Definição e graduação do fator experiência Escalonamento Cargo/experiência Grau Descrição 6 Auditor sênior (6 anos) F Acima de 5 anos 5 Auditor pleno (4 anos) Técnico de contabilidade (4 anos) E De 3 a 5 anos 4 Comprador (2 anos) Técnico de contabilidade (2 anos) Analista de cargos pleno (2 anos) D De 1 a 3 anos 3 Analista de cargos júnior (1 ano) C De 6 meses a 1 ano 2 Auxiliar de pessoal (6 meses) Auxiliar de contabilidade (5 meses) B De 3 a 6 meses 1 Digitador (3 meses) Contínuo (3 meses) A Até 3 meses Adaptado de: Pontes, 2010, p. 185. Quando estamos avaliando os cargos, dependendo do tipo de fator avaliado, o número de graus pode ser maior ou menor, cabe a quem está avaliando saber dividir o que quer mensurar em partes que contemplem o que querem como resposta em termos de números. Os fatores têm naturezas diferentes, portanto, forçar que todos tenham o mesmo número de graus não se torna agradável para quem está avaliando, até porque os fatores têm uma diferenciaçãoe influenciam na decisão final de quem vai avaliar. Quando acontece essa definição, o avaliador fica preso apenas ao que é colocado a eles, sem ter para onde correr ou fazer observações. É inútil tentar distorções em que não existem parâmetros para que isso aconteça (CARNEIRO, 1970). 72 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 Para fins de ilustração, são apresentados dois exemplos de manuais de avaliação: o primeiro, aplicável a cargos operacionais, incluindo encarregados, pode ser visto no quadro 11; o segundo, aplicável a cargos administrativos, incluindo supervisores, pode ser visualizado no quadro 12. Ambos os manuais são fictícios e apresentam os fatores selecionados, graduados e ponderados. Quadro 13 – Exemplo de manual de avaliação de cargos operacionais (incluindo líderes) 1 – Instrução Esse fator especifica as exigências do cargo em relação aos conhecimentos teóricos requeridos para a compreensão e execução das tarefas. Graus Descrição Pontos A O cargo requer capacidade para interpretar e executar instruções verbais simples e conhecimentos elementares de leitura e escrita. 18 B O cargo requer capacidade para ler e escrever notas detalhadas e operações simples, com o emprego de medidas métricas. 45 C O cargo requer capacidade para ler e escrever notas detalhadas, efetuar cálculos matemáticos que envolvem o conhecimento de áreas, volumes e pressões de trabalho. Exige leitura e interpretação de desenhos, tabelas e diagramas elementares. 72 D O cargo requer capacidade para aplicar conhecimentos matemáticos de álgebra, geometria e trigonometria. Exige leitura e interpretação de desenhos, tabelas e diagramas. Utiliza instrumentos de medição e de precisão. 99 E O cargo requer formação técnica básica para compreensão de problemas técnicos gerais, desde movimento, tensão de metais, resistência de materiais. Exige conhecimento de desenho técnico. 126 73 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS 2– Experiência Esse fator especifica o período de tempo necessário para que o funcionário possa adquirir adestramento suficiente ao desempenho satisfatório do cargo. Graus Descrição Pontos A Até 3 meses 23 B De 3 a 6 meses 51 C De 6 a 12 meses 78 D De 1 a 3 anos 106 E De 4 a 6 anos 133 F Acima de 6 anos 161 3– Iniciativa/complexidade Esse fator avalia a complexidade dos trabalhos executados, a iniciativa exigida para a solução de problemas e o grau de independência e supervisão recebidas. Graus Descrição Pontos A Trabalhos simples e rotineiros, que não exigem nenhuma iniciativa. O funcionário recebe instruções em todas as fases do trabalho e qualquer alteração cabe aos supervisores. 15 B Tarefas em geral padronizadas, mas que requerem decisões que consistem em pequenas modificações de práticas estabelecidas que quase sempre se repetem. O funcionário recebe instruções em quase todas as fases do trabalho. 45 C Tarefas variadas e de alguma complexidade. As diretrizes gerais são estabelecidas pela supervisão, cabendo ao ocupante do cargo a iniciativa de julgar os processos mais convenientes. 75 D Tarefas complexas, regidas por instruções gerais e que devem ser adaptadas a problemas quase sempre diversificados. Exigem discernimento e desembaraço para tomar decisões convenientes. 105 74 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 4– Responsabilidade por erros Esse fator avalia a possibilidade de ocorrência de erros e suas consequências para a empresa. Graus Descrição Pontos A Trabalhos que apresentam nenhuma ou mínima possibilidade de ocorrência de erros. 9 B Trabalhos cujos erros eventuais são descobertos no seu curso normal, por meio de controles comuns, com poucas dificuldades para sua correção. 27 C Trabalhos cujos erros eventuais são descobertos por terceiros na sequência, ocasionando relativa perda de tempo e trabalhos para sua correção. 44 D Trabalhos que exigem o mais elevado grau de exatidão e senso de responsabilidade. A inexatidão desses ocasiona consideráveis prejuízos financeiros à empresa. A consequência disso, além dos prejuízos, é uma grande perda de tempo em investigações para a localização dos erros. 63 5– Responsabilidade por equipamentos Esse fator especifica o grau de atenção, a precaução e os cuidados ou controles necessários para prevenir a ocorrência de possíveis danos no equipamento utilizado na execução do trabalho. Graus Descrição Pontos A Trabalhos que exigem um mínimo de atenção e cautela para evitar prejuízos e requerem precaução relativa para evitar danos de pouca importância. 6 B Trabalhos que exigem precaução e cautela durante sua execução, para que sejam evitados prejuízos de média monta, e requerem precaução necessária para que sejam evitados danos de importância mediana. 18 75 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS C Trabalhos que exigem um sentido de responsabilidade superior ao normal. Há probabilidade de ocorrer danos de considerável importância. 30 D Trabalhos que exigem controle contínuo e incessante; a mínima falta de atenção poderá resultar em prejuízos de grande monta. 42 6 – Responsabilidade por materiais Esse fator especifica as precauções, os cuidados ou controles necessários para prevenir a ocorrência de possíveis perdas de materiais ou produtos acabados. Graus Descrição Pontos A Trabalhos que não apresentam probabilidade de perdas. 9 B Trabalhos que exigem um mínimo de atenção e cautela para evitar prejuízos ou que implicam perigo de perdas de pouca importância. 15 C Trabalhos que exigem um sentido de responsabilidade relativa para evitar perdas de importância mediana. 24 D Trabalhos que exigem um sentido de responsabilidade superior ao normal. Possibilidade de perdas de considerável importância. 33 E Trabalhos que exigem controle contínuo e incessante; a mínima falta de atenção poderá acarretar prejuízos de grande monta. 42 7 – Responsabilidade por supervisão Esse fator destina‑se a avaliar, quantitativamente, a extensão da supervisão. Deve‑se considerar o número de subordinados diretos e indiretos controlados pelo ocupante do cargo. Graus Descrição Pontos A Não exerce supervisão 6 B Lidera até 5 colaboradores 12 C Lidera até 10 colaboradores 18 D Lidera até 20 colaboradores 24 E Lidera até 30 colaboradores 30 F Lidera até 50 colaboradores 36 G Lidera mais de 50 colaboradores 42 76 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : K ar en - 2 0/ 12 /1 1 8 – Esforço físico Esse fator considera o esforço físico exigido pelo trabalho e a sua frequência. Graus Descrição Pontos A Trabalhos leves, que não exigem esforço físico. 7 B Esforço físico pequeno, no manejo de 21 objetos leves ou operando equipamento cujo tempo de operação excede ao de manuseio. 21 C Esforço físico constante, no trabalho com material mediano. Predominância de trabalhos de pequeno ciclo, que exigem atividade contínua, ou operação de mais de um equipamento. 35 D Esforço físico contínuo, em trabalho árduo, no manuseio de material muito pesado. 49 9 – Esforço mental e visual Esse fator especifica o grau
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