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MÓDULO III – BOTÂNICA HUBERTT LIMA VERDE DOS SANTOS – huberttlima@gmail.com PROFº: HUBERTT GRÜN. Página 1 MMÓÓDDUULLOO IIIIII -- BBOOTTÂÂNNIICCAA:: MORFOLOGIA DAS ANGIOSPERMAS – PARTE 03 PROFº: HUBERTT LIMA VERDE – huberttgrun@hotmail.it Caule: Estrutura Secundária do caule: A estrutura secundária é característica das dicotiledôneas e vai se formar à custa das atividades do câmbio e do felogênio. Entre os feixes líbero - lenhosos, células parenquimáticas se desdiferenciam e originam o câmbio interfascicular (meristema secundário), que se liga ao câmbio intravascular ou intrafascicular (meristema primário). Vistos num corte transversal do caule, os dois unem – se em um anel completo, que vai gerar novos feixes de floema, para fora, e de xilema, para dentro (figura 1). Ao mesmo tempo, células do parênquima cortical se desdiferenciam, produzindo o felogênio (meristema secundário), responsável pelo aumento de espessura do córtex. O felogênio vai originar o súber, para fora, e a feloderme, para dentro, formando uma parte da casca: a periderme. A periderme velha do caule pode se soltar, surgindo o que se chama de ritidoma. Em troncos cortados, podemos ver uma zona externa, de tonalidade clara, e outra interna, mais escura. Esta segunda zona – o cerne — corresponde ao xilema velho não funcional, bastante comprimido, o que dá maior resistência à madeira. A zona externa - o alburno — corresponde ao xilema ainda em atividade. Figura 1: Estrutura primária e secundária do caule de dicotiledôneas. Os Anéis de Crescimento: Em regiões onde as estações do ano são bem marcadas, é possível observar no tronco das árvores uma série de anéis. Cada anel corresponde a um ano de vida da planta. Na primavera, quando as condições são favoráveis e existe um bom suprimento de água, o câmbio produz o lenho primaveril, com vasos de paredes finas e grandes cavidades internas. Em verões secos e no outono, quando o suprimento de água e outros fatores ambientais estão abaixo do ideal, o câmbio produz o lenho estival, com vasos de paredes grossas e cavidades internas estreitas. No inverno, o câmbio não tem atividade e na primavera seguinte reinicia - se o ciclo de crescimento. Figura 2: Caule: cerne, alburno e anéis de crescimento. O lenho primaveril é mais eficiente em relação ao transporte de seiva. O lenho estival tem um bom desempenho em termos de sustentação. Como no inverno não há crescimento, o lenho primaveril e o lenho estival formam o anel anual, e pelo número de anéis, temos uma idéia da idade da árvore (conforme mostrado acima - figura 2). Folha: Órgão laminar, clorofilado, especializado na realização da fotossíntese. Sua superfície laminar contribui muito para a fotossíntese, pois mantém grande superfície de cloroplastos expostos à luz, além de facilitar a absorção de gás carbônico. Morfologia Externa e Tipos de Folhas: A folha apresenta apenas estrutura primária, derivada do primórdio foliar. É composta de limbo, pecíolo e bainha, podendo aparecer também as estipulas, formações pequenas dos lados da bainha e que protegem o meristema nas folhas jovens (figura 3). O limbo é a região laminar. O pecíolo, o cabo da folha e a bainha são as partes do órgão que se prendem ao caule. O pecíolo diminui a sombra que as folhas da arte superior da planta lançam nas folhas inferiores, além de facilitar o movimento da folha pelo vento, ajudando no arejamento. Nas folhas pequenas ou nas folhas longas e estreitas — ou ainda em plantas que vivem em ambientes com muita luz - a sombra não chega a ser grande problema e o pecíolo pode estar ausente. Essas folhas são chamadas invaginantes, sendo comuns entre as monocotiledôneas, como o milho (figura 3). Outras, as pecioladas, não possuem a bainha, como é freqüente entre as dicotiledôneas. Um caso mais raro é a ausência do pecíolo e da bainha, como ocorre no fumo: a folha é chamada séssil, com o limbo prendendo-se diretamente ao caule. Figura 3: Folha completa e folhas incompletas. Quanto ao aspecto das nervuras (ramificações dos feixes condutores), temos dois tipos principais: as folhas peninérveas com nervura mediana de onde saem ramificações (característica das dicotiledôneas); as folhas paralelinérveas — com nervuras paralelas (características das monocotiledôneas). Veja a figura 4. Quanto à forma, as folhas apresentam uma grande variedade, que pode ser observada na figura 4. As folhas podem ainda ser classificadas em simples — limbo não dividido — e compostas — o limbo está dividido em folíolos. As folhas compostas podem ser: imparípenadas — de folíolos pares, com um folíolo terminal (roseira); paripenada — com folíolos pares e dois folíolos terminais (cássia); digitadas — com folíolos irradiando - se da extremidade do pecíolo (paineira). Também aqui encontramos adaptações. Por exemplo, folhas com limbos muito largos correm o risco de serem destruídas pelo vento — a não ser que o limbo seja dividido em folíolos (figura 5). MÓDULO III – BOTÂNICA HUBERTT LIMA VERDE DOS SANTOS – huberttlima@gmail.com PROFº: HUBERTT GRÜN. Página 2 Quanto a modificações da folha, podemos citar: as gavinhas foliares da ervilha — que têm as mesmas funções das gavinhas de caule; o espinho do cacto; as brácteas — que são folhas existentes na base das flores, às vezes coloridas, servindo de atrativo a animais polinizadores; os catafilos — que protegem o broto vegetativo durante o inverno, podendo também acumular substâncias nutritivas, como na cebola e no alho. Existem ainda as folhas especializadas em digerir pequenos animais (sobretudo insetos), encontradas nas plantas carnívoras. Morfologia interna da folha: Num corte transversal de um limbo típico, notamos que a epiderme superior é muito cutinizada na face externa (tecido epidérmico ou cutinoso). Abaixo desta aparece um tecido clorofiliano de células em paliçadas (parênquima paliçádico). Em seguida, outro tecido clorofiliano (menos rico em cloroplastos) de células irregulares com espaços intercelulares (parênquima lacunoso). Por fim, a epiderme inferior com cutinização mais fraca e cheia de estômatos (figura 6). Notamos também nervuras salientes na face inferior, onde estão os vasos lenhosos e liberianos. O conjunto dos dois tecidos clorofilianos forma o mesofilo. Pelos espaços do parênquima lacunoso circulam os gases utilizados ou produzidos pela fotossíntese (gás carbônico e oxigênio), que se comunicam com o exterior através dos estômatos (figura 6). Figura 6: A estrutura interna da folha. Flor: A raiz, o caule e a folha são órgãos vegetativos, ou seja, encarregados da manutenção da planta. A reprodução fica por conta de um grupo de folhas especializadas, a flor. Uma flor completa apresenta pedúnculo — haste que prende a flor no caule — e receptáculo — uma dilatação na extremidade do pedúnculo, que serve de base de inserção aos verticilos. Cada verticilo é um círculo de folhas modificadas. Observando uma flor completa da periferia para o centro, temos quatro verticilos: o cálice, a corola, o androceu e o gineceu. No receptáculo ou em outras partes da flor, formam-se os nectários, responsáveis pela produção do néctar usado pelos animais polinizadores. Nas dicotiledôneas encontramos em cada verticilo uma simetria tetrâmera ou pentâmera, isto é, com quatro peças (múltiplo de quatro) ou cinco peças (múltiplo de cinco). Nas monocotiledôneas a simetria é trímera, com três peças (múltiplo de três) em cada verticilo. O Cálice e a Corola: O cálice é um conjunto de folhas pouco modificadas — chamadas de sépalas —, geralmente verdes e com função protetora (figura 7). Figura 7: Partes de uma flor completa.A corola é um conjunto de pétalas — folhas mais modificadas do que as sépalas (figura 7). Coloridas, devido à presença pigmentos nos vacúolos celulares, as pétalas possuem glândulas da epiderme que secretam produtos aromáticos. As cores e secreções aromáticas servem de atrativo a animais polinizadores. Os diversos tipos e cores de pétalas permitem ao animal polinizador identificar seu tipo ―preferido‖ de flor facilitando o transporte do grão de pólen para outra flor da mesma espécie (o transporte para uma espécie diferente não resultaria em fecundação). O cálice e a corola não estão ligados à produção de esporos ou gametas: são verticilos auxiliares do processo reprodutivo e juntos formam o que se chama de perianto. Quando faltam esses dois verticilos, a flor é de chamada de aperiantada ou aclamídea. Quando falta um deles, denomina - se monoclamídea. Algumas vezes as sépalas e as pétalas são semelhantes e, nesse caso, são chamadas de tépalas — o conjunto delas forma o perigônio —, como ocorre nas liliáceas (lírio, alho, cebola). Existem flores em que as sépalas e as pétalas são soldadas entre si — flores gamossépalas e gamopétalas — como no fumo. Caso essas peças sejam separadas, a flor é chamada de dialissépala e dialipétala. Às vezes, apenas o cálice é soldado, como no brinco – de - princesa, ou só a corola, como na campânula (figura 8). Figura 8: Tipos de flores Androceu: É composto por folhas bem modificadas, chamadas estames. Nestes, a parte correspondente ao limbo está reduzida a uma região que se fecha, formando uma dilatação: a antera. Esta divide - se em dois compartimentos por uma região chamada conectivo. Uma continuação do conectivo — o filete — prende a peça no receptáculo. Cada compartimento possui dois sacos polínicos (microsporângios), que vão produzir esporos; estes, mais tarde, vão gerar os grãos de pólen (gametófito masculino). O grão de pólen vai dar origem ao gameta masculino. Como vemos, o androceu é a parte masculina da flor, daí o seu nome (andro = homem). Veja a figura 9. MÓDULO III – BOTÂNICA HUBERTT LIMA VERDE DOS SANTOS – huberttlima@gmail.com PROFº: HUBERTT GRÜN. Página 3 Figura 9: O estame e a produção do pólen. FORMATAÇÃO E EDIÇÃO: LAST UPDATE: 30.01.2011 PROF: LIMA VERDE, HUBERTT. huberttlima@gmail.com; BIOLOGIA MÓDULO III - BOTÂNICA.
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