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Fatec-SP Faculdade de Tecnologia de São Paulo MORFOLOGIA Prof. Dra. Maria Cecilia de Salles F. César Automação de Escritórios e Secretariado Língua Portuguesa e Literatura IV Data de Entrega: 13/08/2012 � Alunas: Carolina Felix Moura 1110863-9 Gislaine de Souza Alves 1110855-9 Juliana Rodrigues de Camargo 1110854-1 Pricila Yessayan 1010825-1 � Sumário 3Sumário � 4Introdução � 5Artigo � 7Numeral � 8Interjeição � 10Substantivo � 13Adjetivo � 16Advérbio � 19Pronome � 22Verbos � 33Conjunção � 35Preposição � 37Palavras Denotativas � 38Exercícios Práticos � 46Bibliografia � � � � Introdução Olhando para as palavras isoladamente e não dentro da sua participação na oração, a Morfologia estuda na linguística a estrutura da formação e da classificação das palavras que estão agrupadas em dez categorias, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais. São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição, Conjunção e Interjeição. � Artigo É a palavra que se antepõe ao substantivo para o determinar ou indeterminar. Tem também a característica de marcá-lo como “substantivo”, caracterizar-lhe as categorias de gênero e número; reduzir substantivos próprios a comuns; substantivar qualquer outra classe de palavras; tem às vezes alcance semântico (o caixa/ a caixa; o moral/ a moral; um lente/ uma lente; o crisma/ a crisma); outras vezes função estilística (Maria/ a Maria); etc. Classificação do artigo. A) Artigo definido: o – é o demonstrativo o, com seu “valor demonstrativo extremamente atenuado, servindo apenas para indicar que nos referimos a um ser determinado, ou à sua espécie”. Ex. O homem, o cavalo, o livro, o arroz... Os definidos são: o, a, os e as. B) Artigo indefinido: um – é o indefinido um, com seu valor pronominal atenuado; “apenas indica tratar-se de qualquer ser da espécie”. Ex. Um homem, um cavalo, um livro, um arroz. Os indefinidos são: um, uma, uns e umas. Flexão do artigo O artigo recebe as categorias de gênero e número por concordância com o (nome) substantivo: Gênero Masculino O/ Um Feminino A/ Uma Número Singular O/ Um / A/ Uma Plural Os/ Uns/ As/ Umas O artigo partitivo. A língua portuguesa de outros tempos empregava do, dos, da, das, junto a nomes concretos para indicar que os mesmos nomes eram apenas considerados nas suas partes ou numa quantidade ou valor indeterminado, indefinido: Não digas desta água não beberei. É o que a gramática denomina artigo partitivo. Modernamente, o partitivo não ocorre com a frequência de outrora e, pode-se dizer quase se acha banido de uso geral, só se manteve nas expressões de comer e beber. Combinações e contrações: Certas preposições unem-se aos artigos e os modificam formando combinações e contrações: ao, à, aos,às, do, da, etc. � Numeral É usado para indicar uma quantidade exata de pessoas ou coisas, ou para mostrar a sua posição numa série. Porém, segundo Evanildo Bechara, os substantivos que designam os algarismos e os números inteiros positivos não possuem função quantificadora. Os numerais podem ser: Cardinais Números básicos que servem para indicar a quantidade em si mesma (Três vezes quatro são doze), e uma quantidade exata de seres ou objetos, caso em que acompanham um substantivo à semelhança dos adjetivos (A senhora comprou três maçãs). Ordinais Indicam a sequência da pessoa ou da coisa numa dada série. Pode equivaler-se a adjetivos (As primeiras cartas chegaram ontem), porém podem ser facilmente substantivados (O primeiro da fila era mais capaz). Multiplicativos Segundo Celso Cunha e Lindley Cintra os numerais multiplicativos se referem ao aumento proporcional da quantidade, a sua multiplicação. Podem equivaler a adjetivos e, com mais frequência, a substantivos, por virem geralmente antecedidos de artigo. Fracionários Quando indica parte da unidade, ou seja, exprimem a diminuição proporcional da quantidade, a sua divisão. Hêndricas Nadólskis classifica como numerais nomes relacionados a eles: unicelular, unissex, unirracial; bibásico, bissílabo, dígrafo, dígono, dualismo, dueto; tresavô ou trisavô, trirradial, trissecular; quadrangular, quadrissílabo, quadruplicar, tetracampeão, tetraidrato; quinquênio, quinquesseriado, pentarradial, pentassulfato; sexangular, sextavado, hexagonal, hexassubstituto. � Interjeição Interjeição é a palavra que exprime emoção ou sentimento repentino. Ex: ah! , puxa! , raios! Tipos Os principais tipos de interjeição são os que exprimem: Advertência: Alerta! , Cuidado! , Calma! Afugentamento: Fora! , Rua! , Saia! Alegria: Ah! , Oh! , Olá! , Olé! , Eta! , Eita! Alívio: Ufa! , Arre! , Também! Animação: Coragem! , Avante! , Sus! , Vamos! , Força! Apelo ou chamamento: Alô! , Olá! , Psiu! , Hei! , Ô ou Ó, Socorro! Aplauso: Apoiado! , Bravo! , Viva! , Bis! , Parabéns! Aversão: Xi! , Ih! , Irra! , Credo! Cessação: Alto! , Basta! , Chega! Desejo: Oxalá! , Tomara! , Pudera! , Oh! , Viva! , Morra! Dor: Ai! , Ui! Espanto ou Admiração: Ué! , Uai! , Puxa! , Quê! , Ah! , Oh! , Caramba! , Nossa! , Opa! , Virgem! , Xi! , Terremoto! , Saca-rolhas! , Barbaridade! Impaciência: Hum! , Puxa! , Raios! Incredulidade: Qual! , Ora! , Barbaridade! Reprovação: Francamente! , Fiau! Satisfação: Oba! , Opa! , Boa! , Upa! Saudação: Salve! , Adeus! , Viva! Silêncio: Psiu! , (demorado), Silêncio! , Caluda! Terror ou Medo: Uh! , Ui! , Fogo! , Credo! , Cruzes! , Barbaridade! A mesma interjeição pode exprimir emoções ou sentimentos diversos, conforme o contexto e a entoação. Oh! , por exemplo, ora exprime alegria, ora espanto. Qualquer palavra, quando proferida em tom exclamativo, torna-se uma interjeição. OBSERVAÇÕES: Existem interjeições onomatopaicas, ou seja, que procuram reproduzir o som provocado por algum fenômeno. Ex: Pum! , Bumba! , Tchim-bum! As interjeições nada mais são que frases implícitas. Ex: Ai! = Tenho dor! Silêncio! = Fique(m) quieto (s)! A interjeição oxalá leva o verbo para o subjuntivo. Ex: Oxalá ela me procure! Locução interjetiva Locução interjetiva é o conjunto de duas ou mais palavras com o valor de interjeição. Ex: Ora bolas! , Cruz credo! , Santo Deus! , Ai de mim! Toda frase mais ou menos breve proferida em tom exclamativo se torna automaticamente uma locução interjetiva, dispensando, assim, qualquer analise dos termos que a compõe. Ex: Macacos me mordam! , Quem me dera! , Valha-me Deus! OBSERVAÇÃO A interjeição oh! Emprega-se quando há exclamação, admiração; a interjeição ó emprega-se quando se chama alguém. � Substantivo Palavras que designam os seres. Exercem diversas funções sintáticas: sujeito, objeto direto, objeto indireto, etc. Podem ser classificados de acordo com dois critérios: � 1- Quanto à sua estrutura e formação: simples ou compostos primitivos ou derivados 2- Quanto ao seu significado: comuns ou próprios concretos ou abstratos � Entre os substantivos comuns destacam-se os coletivos. Simples ≠ Compostos Simples: aquele que apresenta um único radical em sua estrutura. Ex.: flor, amor, sol. Composto: aquele formado por dois ou mais radicais. Ex.: couve-flor, amor-perfeito, girassol. Primitivos ≠ Derivados Primitivo: aquele que não deriva de nenhuma outra palavra dentro da própria língua. Ex.: pedra, dente, noite. Derivado: aquele que se origina de outra palavra da língua, por um dos processos de derivação. Ex.: pedreira, dentista, noitada. Comuns ≠ Próprios Comum: aquele que nomeia todos os seres de uma mesma espécie. Próprio: aquele que nomeia um ser particular ou alguns seres particulares entre todos os outros da mesma espécie. Dentro dos substantivos próprios, os mais frequentes são os antropônios (Antropônimos: designam indivíduos, para, num grupo social, distingui-los de outros. Ex.: Maria, João, Carlos. Osindivíduos se identificam também por um sobrenome: Maria Ferreira, João Oliveira, Carlos Cruz.). Outro tipo é o dos topônimos (Topônimos: designativos de lugares ou acidentes geográficos. Ex.: Paris, Cabo das Tormentas.). Concretos ≠ Abstratos Concreto: designa o ser com existência própria e independente de outros seres. Esses seres podem ter existência no mundo real ou no mundo imaginário. Ex.: “Costumava trabalhar resmungando todo o tempo para si mesma e para as almas, os anjos e demônios que sentia permanentemente ao seu redor.” (É. Veríssimo). Abstrato: designa seres que têm existência dependente de outros seres: ações, sensações, estados, qualidades, processos; enfim, tudo o que só pode existir quando intermediado por outro ser; tudo o que representar conteúdos abstratos. Coletivos É o substantivo comum que, no singular, designa um conjunto de seres. Existem coletivos com sentidos específicos como: matilha (cães de raça), alcateia (lobos e feras), elenco (atores e artistas), etc. Existem os indeterminados, que se aplicam a diversas espécies de seres, geralmente vêm especificados em seguida como: bando de aves, renque de palmeiras, etc. E também os que expressam número exato: dúzia, centena, par, etc. Flexão dos substantivos Gênero Pertencem ao gênero masculino os substantivos que podem ser precedidos dos artigos o e os, e ao feminino os que podem ser precedidos dos artigos a e as. A maioria dos substantivos que nomeiam seres vivos são biformes: apresentam uma forma para o gênero masculino e outra para o feminino. Ex.: pintor -> pintora. Há outros, no entanto, que apresentam uma única forma para ambos, são os uniformes. Ex.: o colega -> a colega, a criança, o indivíduo. Formação do feminino Regra geral: troca-se a terminação o por a: aluno -> aluna. Substantivos terminados em ês: descarta-se o acento circunflexo e acrescenta-se a ao masculino. Terminados em ão: ão -> ao: patrão – patroa ão -> ã: campeão – campeã ão -> ona: solteirão – solteirona Exceções: barão -> baronesa; ladra -> ladra; lebrão -> lebre; sultão -> sultana. Terminados em –or: acrescenta-se a ao masculino: leitor -> leitora. or -> eira: arrumador -> arrumadeira or -> triz: ator -> atriz Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: cônsul -> consulesa; conde -> condessa; profeta -> profetisa. Que formam o feminino trocando e por a: elefante -> elefanta; mestre -> mestra; tec. Que formam o feminino de maneira especial: frade -> freira; herói -> heroína. Com feminino de radical diferente: bode -> cabra; boi -> vaca; etc. Exceção entre os substantivos que nomeiam seres vivos: Epicenos: nomes de animais que apresentam uma só forma para os dois gênceros, anexam-se as palavras fêmea ou macho quando há necessidade de especificar o sexo do animal. Ex.: crocodilo, antílope, camelo. Número Formação do plural Substantivos simples. Regra geral: acrescenta-se s ao singular. Terminados em ão: � ão -> ões: ação – ações ão -> ães: pão – pães ão -> ãos: mão – mãos � Obs.: alguns admitem mais de um plural. Na linguagem corrente, nota-se a preferência pela terminação –ões. Terminados em r, z, n: acrescenta-se es ao singular: açúcar -> açúcares; vez -> vezes; abdômen -> abdômenes. Terminados em s: acrescenta-se es quando oxítonos: francês -> franceses. São invariáveis quando paroxítonos. Ex.: o pires -> os pires. Terminados em x: invariáveis. Terminados em al, el, ol, ul: substitui-se o l por is: canal -> canais. Terminados em il: substitui-se o l por s, quando oxítonos e, l por eis, quando paroxítonos. Ex.: cantil -> cantis; fóssil -> fósseis. Plural dos diminutivos: flexiona-se primeiro o substantivo no seu grau normal e depois forma-se o plural: pãozinho -> pães + zinhos = pãezinhos. Há substantivos que só se empregam no plural como: óculos, pêsames, olheiras, fezes. Plural de siglas: mesmo quando a sigla é composta de letras maiúsculas, o s do plural fica em minúscula. Para formar o plural dos substantivos compostos seguem-se os seguintes prinípios: Pluralizam-se os dois elementos, unidos por hífen, quando ocorre: � substantivo + substantivo substantivo + adjetivo adjetivo + substantivo numeral + substantivo � Varia apenas o último elemento, quando houver: � elementos unidos sem hífen elemento invariável + palavra variável. Ex.: as ave-marias. verbo + substantivo palavras repetidas. � Grau Grau de substantivos é a propriedade que essas palavras têm de exprimir as variações de tamanhos dos seres. Grau aumentativo. Terminações do aumentativo sintético: � -aça: barcaça, populaça -aço: calhamaço, volumaço -alha: muralha, fornalha -ão: casarão, pezão. -arra: bocarra, naviarra -ázio: copázio, balázio -ona: mulherona, vacona -orra: beiçorra, patorra -uça: dentuça -aréu: povaréu, folharéu � Grau diminutivo. Terminações do diminutivo sintético: � -acho: riacho -ebre: casebre -eco: livreco -ejo: vilarejo -elho: grupelho -eto,-eta: poemeto, maleta -ete: filete -ico: namorico -im: camarim -inho: livrinho -inha: casinha -zinho, -zinha: irmãozinho. -isco: chuvisco -ito, -ita: cabrito, senhorita -oca: engenhoca -ote: velhote -ucho: papelucho -(c)ulo, -(c)ula: glóbulo, radícula� Adjetivo Palavras que expressam qualidades ou características dos seres. Nas frases exercem as funções sintática de predicativo e adjunto adnominal. Adjetivos pátrios Designam a nacionalidade, o lugar de origem de alguém ou de alguma coisa: são os adjetivos pátrios. Exemplos: Angola angolano Guatemala guatemalteco Lácio latino Brasil brasileiro Formação do adjetivo O adjetivo pode ser: Primitivo: não deriva de outra palavra. Ex.: bom, forte, feliz, etc. Derivado: deriva de substantivos ou verbos. Ex.: famoso, carnavalesco, amado, etc. Simples: é formado de um só elemento. Ex.: brasileiro, escuro, etc. Composto: é formado de mais de um elemento: luso-brasileiro, castanho-escuro, etc. Alguns adjetivos pátrios compostos apresentam o primeiro elemento reduzido e invariável: afro (= africano) -> cultura afro-brasileira. Locução Locução adjetiva: expressão que equivale a um adjetivo. Ex.: Presente de rei = presente régio Amor de filho = amor filial Paixão sem freio = paixão desenfreada ou infrene Ou ainda: o andar de cima; as patas de trás, gente de fora, etc. Adjetivos eruditos Significam “relativo a”, “próprio de”, “semelhante a”e “da cor de”. Muitos deles equivalem a locuções adjetivas: torácico = do tórax, relativo ao tórax. Ex.: sacarino, hídrico, discene, aracnídeo, etc. O adjetivo varia em gênero, número e grau. Flexiona-se para concordar em genêro e número com o substantivo caracterizado. Ex.: moço bonito, moça bonita, moços bonitos, moças bonitas. Flexão em gênero Dividem-se os adjetivos em: Uniformes: têm a mesma forma em ambos os gêneros. Ex.: leal, azul, cruel, gentil, regular, superior, incolor, etc. Biforme: possuem duas formas, uma para o masculino e outra para o feminino. Ex.: ativo, ativa; cru, crua; mau, má; ateu, atéia; bom, boa; etc. Para formação do feminino: Os adjetivos biformes simples flexionam-se pelas mesmas regras de flexão dos substantivos. Os compostos recebem a flexão feminina apenas no segundo elemento: sociedade luso-brasileira; festa cívico-religiosa; saia verde-escura. Nos terminados em –oso muda-se a vogal tônica fechado em vigal aberta: bondoso (ô), bondosa (ó). Flexão em número O plural dos adjetivos simples segue a mesma regra de flexão dos substantivos. Ex.: azul -> azuis. Para formar o plural dos adjetivos compostos seguem-se os seguintes prinípios: Os componentes sendo adjetivos, somente o último toma a flexão do plural. Exceções: Flexionam-se os dois componentes de: surdo-mudo -> surdos-mudos e surdas-mudas Azul-marinho, azul-celeste e azul-ferete são invariáveis Os compostos de adjetivo + substantivo sãoinvariáveis: tapetes verde-esmeralda, chapéus escuro-cinza. Invariáveis ficam também as locuções adjetivas formada de cor + de + substantivo: vestidos cor-de-rosa, olhos cor do mar. Flexão em grau O grau do adjetivo exprime a intensidade das qualidades, sendo ou comparativo ou superlativo. Comparativo: Igualdade: Ex.: Sou tão alto quanto você. Superioridade: Analítico. Ex.: Sou mais alto que você./. Sintético. Ex.: Sou maior que você. Inferioridade. Ex.: Sou menos alto do que você. Obs.: Pode-se dizer: Sou mais alto que (ou do que) você. No comparativo de igualdade o segundo termo da comparação é introduzido por como, quanto, ou quão. Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim: bom -> melhor; mau -> pior; grande -> maior; pequeno -> menor; alto -> superior; baixo -> inferior. Excepcionalmente, usam-se as formas analíticas desses adjetivos quando se comparam duas qualidades do mesmo ser. Ex.: Aquele menino é mais bom do que inteligente. Superlativo: Absoluto: Analítico. Ex.: A torre é muito alta./ Sintético. Ex.: A torre é altíssima. Relativo. De superioridade: Analítico. Ex.: João é o mais alto de todos Sintético. Ex.: Este monte é o maior de todos. De inferioridade. Ex.: Pedro é o menos alto de todos nós. Obs.: O superlativo absoluto analítico é expresso por meio de advérbios. � Advérbio O advérbio é, fundamentalmente, um modificador do verbo. Classificação dos Advérbios: Os ADVÉRBIOS recebem a denominação da circunstância ou de outra ideia acessória que expressam. A Nomenclatura Gramatical Brasileira distingue as seguintes espécies: Advérbio de afirmação: sim, certamente, efetivamente, realmente; Advérbio de dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, etc. Advérbio de intensidade: assaz, bastante, bem, demais, mais, menos, muito, pouco, quanto, quão, quase, tanto, tão, etc; Advérbio de lugar: abaixo, acima, adiante, aí, além, ali, aquém, aqui, atrás, através, cá, defronte, dentro, detrás, fora, junto, lá, longe, onde, etc. Advérbio de modo: assim, bem, debalde, depressa, devagar, mal, melhor, pior e quase todos terminados em –mente. Advérbio de negação: não; Advérbio de tempo: agora, ainda, anteontem, breve, cedo, depois, então, já, jamais, hoje, nunca, ontem, outrora, sempre, tarde, etc. A Nomenclatura Gramatical Brasileira acrescenta a essa lista três outras espécies: Advérbios de ordem: primeiramente, ultimamente, depois, etc. Advérbio de exclusão; e Advérbio de designação. Os dois últimos foram incluídos pela Nomenclatura Gramatical Brasileira num grupo à parte, inominado, em razão de não apresentarem as características normais do advérbios, quais sejam as de modificar o verbo, o adjetivo ou outro advérbio. Advérbios interrogativos Por se empregar nas interrogações diretas e indiretas, o seguintes advérbios de causa, modo, lugar e tempo são chamados interrogativos: de causa: por quê? De lugar: onde? De modo: como? De tempo: quando? Locuções Adverbiais: Denomina-se locução adverbial o conjunto de duas ou mais palavras que funciona como advérbio. De regra, as Locuções adverbiais formam-se da associação de uma preposição com um substantivo, com um adjetivo ou com advérbio. Assim: Fernanda sorriu em silêncio. (É. Veríssimo, LS, 133) Vou começar por aqui!... (M. da Fonseca, SV, 133) Só de longe em longe se ouvia, vindo das muralhas, o grito de ronda dos soldados. (S. de Mello Breyner Andresen, CE, 184-185.) As locuções adverbias podem ser: De afirmação (ou Dúvida): com certeza, por certo, sem dúvida De lugar: à direita, à esquerda, ao lado, por alí, por aqui, por dentro, por fora, por perto, etc.; De modo: á toa, à vontade, ao contrário, ao léu, às avessas, às claras, com gosto, com amor, de bom grado, de cor, de má vontade, etc.; De negação: de forma alguma, de modo nenhum; De tempo: à noite, à tarde, à tardinha, de dia, de manhã, de noite, de quando em quando, de vez em quando, em breve, pela manhão, etc.; Observação: Quando uma preposição vem antes do advérbio, não muda a natureza desta forma com ele uma locução adverbial: de dentro, por detrás, etc. Se, ao contrário, a preposição vem depois de um advérbio ou de uma locução adverbial, o grupo inteiro transforma-se numa locução prepositiva: dentro de, por detrás de, etc. Colocação dos Advérbios: Os Advérbios que modificam um adjetivo, um particípio isolado, ou um outro advérbio colocam-se de regra antes destes: Por que me escondeu um segredo tão grande? Muito apressado, num visível nervosismo, veio de casa até ali. Dos advérbios de modificam o verbo: Os de modo colocam-se normalmente depois dele: A mãe, e a irmã choravam tristemente...( R. Correia, PCP, 309.) Os de tempo e de lugar podem colocar-se antes ou depois do verbo: De manhã, acordei cedo. (Machado de Assis, OC, II, 537.) O de negação antecede sempre o verbo: Então não se cava a terra?...não se lavra?...não se aduba?... (A. Ribeiro, CRG, 66) O realce do adjunto adverbial é expresso de regra por sua antecipação ao verbo: No dia seguinte, pela manhã, a cozinheira foi ajeitar a lata de lixo para o caminhão, e recebeu uma bicada voraz no dedo. (C. Drummond de Andrade, CB, 30) Repetição de advérbios em –mente Quando numa frase dois ou mais advérbios em –mente modificam a mesma alavra, pode-se, para tornar mais leve o enunciado, juntar o sufixo apenas ao último deles: Dir-se-ia que tudo naquele paraíso se movimentava lúdica e religiosamente. (M. Torga, CM, 176) Gradação dos advérbios: Certos advérbios, principalmente os de modo, são suscetíveis de gradação. Podem apresentar um Comparativo e um superlativo, formados por processos análogos aos que observamos na flexão correspondente dos adjetivos. Grau Comparativo Forma-se o comparativo: De superioridade – antepondo mais e pospondo que ou do que ao advérbio De igualdade – antepondo tão e pospondo como ou quanto ao advérbio. De inferioridade – antepondo menos e pospondo que ou do que ao advérbio. Grau Superlativo Forma-se o superlativo absoluto: Sintético – com o acréscimo de sufixo: Muitíssimo pouquíssimo Sendo de notar que nos advérbios em –mente esta terminação se pospõe à forma superlativa feminina do adjetivo de que se deriva o advérbio. Analítico – com a ajuda de um advérbio indicador de excesso: Machado, o funcionário e diretor de repartição, muito mal se conhece. (T. Martins Moreira, VVT, 78.) Diminutivo com valor superlativo Na linguagem coloquial é comum o advérbio assumir uma forma diminutiva (com os sulfixos –inho e –zinho), que tem valor de superlativo. Vem cedinho, vem logo que amanheça! (E. de Castro, UV, 59) Advérbios que não se flexionam em grau: Como sucede com alguns adjetivos, há advérbios que não se flexionam em grau porque o próprio significado não admite variação de intensidade. Entre outros, apontem-se: aqui, alí, aí, lá, hoje, manhã, diariamente, anualmente, e outros semelhantes. � Pronome Variando em gênero número e pessoa o pronome desempenha na oração as funções similares às desempenhadas pelos elementos nominais. Quando desempenha a função de um substantivo (Convidei-o para o curso. Ele não veio) são chamados de Pronome Substantivos ou Absolutos, são facilmente distinguíveis, porque aparecem isolados nas frases. Empregados sempre juntos de um substantivo, os Pronomes Adjetivos acompanham um substantivo determinando-lhe a extensão do seu significado, modificando-os como se fossem adjetivos (Alguma mulher chorava sozinha). Em português há seis espécies de pronomes: Pessoais Pronomes Pessoais possuem a função de substituir os substantivos e representar as pessoas do discurso e são caracterizados por: Denotarem três classes gramaticais, ou seja, por terem a capacidade de indicar quem fala (1ª pessoa: eu, nós); com quem se fala (2º pessoa:tu, vós); de quem se fala (3ª pessoa: ele, ela, eles, elas). Representarem, quando na 3ª pessoa, uma forma nominal expressa anteriormente (Pegue o seu pai pela mão e mostre o centro da cidade para ele. – Folha de São Paulo, 11/08/2012). E por variarem de forma, segundo a função que desempenham na oração e a acentuação que nela recebem. Podendo ter a forma retas, quando funcionam como sujeito da oração, ou oblíquas quando são empregadas como objeto (direto e indireto). Se forem acentuadas podem ser diferenciadas pelas formas tônicas e átonas. Pronomes Pessoais Retos Pronomes Pessoais Oblíquos Não Reflexivos Átonos Tônicos Singular 1ª Pessoa eu me mim, comigo 2ª Pessoa tu te ti, contigo 3ª Pessoa ele, ela o, a, lhe ele, ela Plural 1ª Pessoa nós nos nós, conosco 2ª Pessoa vós vos vós, convosco 3ª Pessoa eles, elas os, as, lhes eles, elas CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 4. ed. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, 2007. Possessivos Segundo Ivanildo Bechara, Pronomes Possessivos indicam a posse em referência às três pessoas do discurso: Singular 1ª pessoa meu minha meus minhas 2ª pessoa teu tua teus tuas 3ª pessoa seu sua seus suas Plural 1ª pessoa nosso nossa nossos nossas 2ª pessoa vosso vossa vossos vossas 3ª pessoa seu sua seus suas BECHARA, Ivanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. Pronomes ou Formas de Tratamento estão entre os Pronomes Pessoais que se usam no trato com pessoas. Dependendo da pessoa a quem se endereça, de sua idade, dignidade, posição social ou cargo, o tratamento será formal ou informal. Apesar de serem pronomes da 2ª pessoa usam com as formas e os verbos possessivos da terceira pessoa. (O senhor pode ir tranquilo cuidaremos de tudo). você (v.): informal; o senhor(Sr.), a senhora (Sra.): no tratamento de respeito; a senhorita (Srta.): as moças solteiras; Vossa Senhoria (V. Sa.): para pessoas de cerimônia, principalmente na correspondência comercial; para funcionários graduados; Vossa Excelência (V. Exa.): para altas autoridades; Vossa Reverendíssima (V. Revma.) para sacerdotes; Vossa Eminência (V.Ema.): para cardeais; Vossa Santidade (V.S.): para o Papa; Vossa Majestade (V.M.): para reis e rainhas; Vossa Majestade Imperial (V.M.I): para imperadores; Vossa Alteza (V.A.): para príncipes, princesas e duques. Demonstrativos Domingos Paschoal Cegalla classifica como Pronomes Demonstrativos como aqueles que indicam o lugar, a posição ou a identidade dos seres, relativamente às três pessoas do discurso. Sendo eles: este, esta, isto (1ª pessoa); esse, essa, isso (2ª pessoa); aquele, aquela, aquilo (3ª pessoa); e ainda, o, mesmo, próprio, semelhante e tal. Relativos Habitualmente, os Pronomes Relativos são os que se referem a um termo anterior chamado antecedente (O museu onde fomos estava lotado) VARIÁVEIS INVARIÁVEIS masculino feminino o qual os quais a qual as quais quem cujo cujos cuja cujas que quanto quantos quanta quantas onde CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 46. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. Indefinidos Segundo Domingos Paschoal Cegalla, Pronomes Indefinidos se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Podem ser substantivos (algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo), adjetivos (cada, certo, certos, certas) ou locuções pronominais indefinidas (cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer – que, quem quer – que, seja quem for, seja qual for, todo aquele – que, tal qual – igual a certo, tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.). Em alguns casos podem ser tanto substantivos como adjetivos: algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (=muito, muitos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. Interrogativos Similar ao pronome indefinido, os Pronomes Interrogativos referem-se à 3ª pessoa do discurso de maneira vaga, imprecisa. Sendo usados em frases interrogativas: Que dia você viajou? Quem foi com você? Quantos ficaram para trás? Qual é a sua desculpa? � Verbos Palavra de forma variável que exprime o que se passar, isto é, um acontecimento representado no tempo: Um dia, Aparício desapareceu para sempre (A. Meyer, SI, 25.) A mulher foi educada por minha mãe. (Machado de Assis, OC, I, 343.) O verbo não tem, sintaticamente, uma função que lhe seja privativa, pois também o substantivo e o adjetivo podem ser núcleos do predicado. Individualiza-se, no entanto, pela função obrigatória de predicado, a única que desempenha na estrutura oracional. Flexões dos verbos O verbo apresenta as variações de número, de pessoa, de modo, de tempo, de aspecto e de voz. Números: Como as outras palavras variáveis, o verbo admite dois números: a singular e o plural. Dizemos que um verbo está no singular quando ele se refere a uma só pessoa ou coisa e, no plural, quando tem por sujeito mais de uma pessoa ou coisa. Exemplo: Singular estudo estudas estuda Plural estudamos estudais estudam Pessoas O verbo possui três pessoas relacionadas diretamente com a pessoa gramatical que lhe serve de sujeito. A primeira é que ela fala e corresponde aos pronomes pessoais eu (singular) e nós (plural): estudo estudamos A segunda é aquela a quem se fala e coresponde aos pronomes pessoais tu (singular) e vós (plural): estudas estudais A terceira é aquela de quem se fala e corresponde aos pronomes pessoais ele, ela (singular) eles, elas (plural): estuda estudam Modos Chamam-se modos as diferentes formas que toma o verbo para indicar a atitude (de certeza, de dúvida, de suposição, de mando, etc.) da pessoa que fala em relação ao fato que enuncia. Há três modos em português: o indicativo, o imperativo e o subjuntivo. Indicativo: Exprime um fato certo, positivo: vou hoje. Saíram cedo. Imperativo: Exprime ordem, proibição, conselho, pedido: Volte logo. Não fiquem aqui. Sejam prudentes. Subjuntivo: Enuncia um fato possível, duvidoso, hipotético: É possível que chova. Se você trabalhasse, não passaria fome. Tempos Tempo é a variação que indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Os três tempos naturais são o presente, o pretérito (ou passado), e o futuro que designam, respectivamente, um fato e após o momento em que se fala. O presente é indivisível, mas o pretérito e o futuro subdividem-se no modo indicativo e no subjuntivo, como se vê do seguinte esquema: Subjuntivo Aspetos: É uma categoria gramatical que manifesta o ponto de vista do qual o interlocutor considera a ação expressa pelo verbo. Pode ele considerá-la como concluída, isto é, observada no seu término, no seu resultado; ou considera-la não concluída, ou seja, observada na sua duração, na sua repetição. Além dessa distinção básica que divide o verbo, gramaticalmente, em dois grandes grupos, costumam alguns estudiosos alargar o conceito de aspecto, nele incluindo alguns valores semânticos. Assim nestas frases: � João começou a comer. João continua a comer. João acabou de comer. � Não há, a bem dizer, uma oposição gramatical de aspecto. É o próprio significado dos auxiliares que transmite ao contexto os sentidos: incoativo, permansivo e conclusivo. Dentro dessa conceituação, poderíamos distinguir as seguintes oposições aspectuais: 1.°) Aspecto pointual / Aspecto durativo: A oposição aspectual caracteriza-se neste caso pela menor ou maior extensão de tempo ocupada pela ação verbal.Assim: Aspecto pontual: acabo de ler Os lusíadas. Aspecto durativo: continuo a ler Os Lusíadas. 2.°) Aspecto contínuo / Aspecto descontínuo: Aqui a oposilção aspectual incide sobre o processo de desenvolvimento da ação: Aspecto contínuo Vou lendo Os Lusíadas. Aspecto Descontínuo Voltei a ler Os Lusíadas. 3.°) Aspecto incoativo / Aspecto conclusivo. O aspecto incoativo exprime um processo considerado em sua fase inicial; o aspecto conclusivo ou terminativo expresso um processo observado em sua fase final: Aspecto incoativo comecei a ler Os Lusíadas. Aspecto conclusivo acabei de ler Os Lusíadas. 3. São também de natureza aspectual as oposições entre: a. Forma simples / Perífrase durativa: leio / estou lendo (ou estou a ler ) A perífrase de estar +gerúndio (ou infinitivo procedido da preposição a), que designa o “aspecto do momento rigoroso” (Said Ali), estende-se a todos os modos e tempos do sistema verbal e pode ser substituída por outras perífrases formadas com auxiliares de movimento (andar, ir, vir, viver, etc.) ou de implicação (continuar, ficar, etc.): Ser / Estar: Ele foi ferido. Ele Está ferido. A oposição ser / estar corresponde a dois tipos de passividade. Ser forma a passiva de ação; estar, a passiva de estado. De um modo geral, pode-se dizer que as perífrases construídas com o particípio exprimem o aspecto acabado, concluído; e as construídas com o infinitivo ou o gerúndio expressam o aspecto inacabado, não concluído. Vozes O fato expresso pelo verbo pode ser representado de três formas: Como praticado pelo sujeito: João feriu Pedro. Não vejo rosas neste jardim. Como sofrido pelo sujeito: Pedro foi ferido por João. Não se vêem [=são vista] rosas neste jardim. Como praticado e sofrido pelo sujeito: João feriu-se. Dei-me pressa em sair. No primeiro caso, diz-se que o verbo está na voz ativa; no segundo, na voz passiva e no terceiro, na voz reflexiva. Voz passiva: Quando o fato é sofrido pelo sujeito. Exprime-se a voz passiva: a.) com o verbo auxiliar e seu particípio do verbo que se quer conjugar: Pedro foi ferido por João. b.) com o pronome apassivador se e uma terceira pessoa verbal, singular ou plural, em concordância com o sujeito: Não se vê [= é vista] uma rosa neste jardim. Voz Reflexiva: Quando praticado e sofrido pelo sujeito. Exprime-se a voz reflexiva juntando-se às formas verbais da voz ativa os pronomes oblíquos me, te, nos, vos, e se (singular e plural): Eu me feri [= a mim mesmo] Tu te feriste [= a ti mesmo] Observação: Não se deve atribuir sentido reflexivo a verbos que designam sentimentos, como queixar-se, alegrar-se, arrepender-se e outros meramente pronominais. A prova de que não são reflexivos é que não se pode dizer, por exemplo, zango-me a mim mesmo. Uma variante da voz reflexiva é a que denota reciprocidade, ação mútua ou correspondida. Os verbos, neste caso, usam-se, geralmente, no plural e podem ser reforçados pelas expressões um ao outro, reciprocamente, mutuamente. Exemplos: Amam-se como irmãos. (Amam um ao outro.) Os dois pretendentes insultaram-se. Muitas vezes, atrapalhamo-nos uns aos outros. Conversão da voz Ativa na Passiva Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase. Exemplo: Gutenberg inventou a imprensa. -> A imprensa foi inventada por Gutenberg Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo revestirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. Outros exemplos: Eu a acompanharei -> Ela será acompanhada por mim. Todos te louvariam -> Serias louvado por todos. Prejudicaram-me -> Fui prejudicado. Observação: Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, como no último exemplo, não haverá complemento agente da passiva. Classificação do verbo 1.) Quanto à flexão, o verbo pode ser regular, irregular, defectivo e abundante. Os regulares flexionam-se de acordo com o paradigma, modelo que representa o tipo comum da conjugação. Tomando-se, por exemplo, cantar, vender e partir como paradigmas da 1ª, 2ª e 3ª conjugações, verificamos que todos os verbos regulares da 1ª conjugação formam os seus tempos como cantar ; os da 2ª como vender ; os da 3ª como partir. Os irregulares são os verbos que se afastam do paradigma de sua conjugação, como dar, estar, fazer, ser, pedir, ir e vários outros. Verbos defectivos são aqueles que não têm certas formas, como abolir, falir e mais alguns de que tratamos adiante. Entre os defectivos costumam os gramáticos incluir os unipessoais, especialmente os impessoais, usados apenas na 3ª pessoa do singular: chover, ventar, etc. As formas inexistentes dos verbos defectivos suprem-se: com as de um verbo sinônimo: eu recupero (para o verbo reaver); eu me previno ou me cautelo (para o verbo precaver); com locuções verbais: estou demolindo, estou colorindo, costumo colorir, etc. Abundantes são os verbos que possuem duas ou mais formas equivalentes. De regra, essa abundância se ocorre no particípio. Assim, o verbo entregar, os particípios entregado e entregue, o verbo matar, os particípios matado e morto. Eis alguns exemplos, seguidos de seus particípios: � aceitar: aceitado, aceito. benzer: benzido, bento. dispensar: dispersado, disperso. eleger: elegido, eleito entregar: entregado, entregue. frigir: frigido, frito. ganhar: ganhado, ganho. imprimir: Imprimido, impresso. pegar: pegado, pego. prender: prendido, preso (ê) suprimir: suprimido, supresso. tingir: tingido, tinto. � As formas participias regulares usam-se, via de regra, com os auxiliares ter e haver, na voz ativa, e as irregulares com o auxiliar ser, na voz passiva. Exemplos: O professor tinha aceitado o convite. O convite foi aceito pelo professor. O caçador tinha soltado os cães. 2.) Quanto à função o verbo pode ser principal ou auxiliar. Principal é o verbo de significação plena, nuclear de uma oração. Assim: Estudei português. Haverá aula. Auxiliar é aquele que, desprovido total ou parcialmente da acepção própria, se junta a formas nominais de um verbo principal, construindo com elas locuções que apresentam matize significativos especiais. Assim: Tenho estudado português. Há de haver aula. Os auxiliares mais comuns são ter, haver, ser e estar. Conjugações Os verbos da língua portuguesa se agrupam em três conjugações, de conformidade com a terminação do infinitivo: Os da 1ª conjugação terminam em –ar: cantar, falar, amar, etc. Os da 2ª conjugação terminam em –er: bater, comer, ver, etc. Os da 3ª conjugação terminam em –ir: partir, abrir, rir, etc. Cada conjugação se caracteriza por uma vogal temática: A -> 1ª conjugação: levar. E -> 2ª conjugação: bater. I -> 3ª conjugação: unir. Ao radical acrescido de vogal temática chama-se tema. Nos verbos supracitados os temas são leva-, bate-, e uni-, respectivamente. Observação: O verbo pôr, antigo poer, perdeu a vogal temática do infinitivo. É um verbo anômalo da 2ª conjugação. Elementos estruturais dos verbos Num verbo, devemos distinguir o radical, que é o elemento básico, normalmente invariável, e a terminação, que varia para indicar o tempo, o modo, a pessoa e o número. Exemplos: Radical Terminação Radical Terminação cant- ar cant- avas vend- er vend- ia part- ir part- imos traz- er troux- eram Na terminação, ou seja, na parte flexiva do verbo, encontramos pelo menos um desses elementos: Vogal temática: Caracteriza a conjugação Desinência modo-temporal: Indica o modo e o tempo do verbo: na forma andássemos, por exemplo, o elemento destacado denota o pretérito imperfeito do subjuntivo, Desinência número-pessoa: a flexão –mos de partimos, por exemplo, configura a primeira pessoa do plural. Tempos Primitivos e Derivados Quanto à formação, dividem-se os tempos em primitivose derivados. São tempos primitivos: Presente do infinitivo impessoal: amar, caber, etc.; Presente do indicativo: (1ª e 2ª pessoas do singular e 2ª pessoa do plural): digo, dizes, dizeis.; Pretérito perfeito do indicativo: (3ª pessoa do plural): disseram. Os tempos derivados formam-se com o radical dos primitivos. O presente do infinitivo (Exemplo: caber) forma: o pret. imperfeito do indicativo: cabia, cabas, cabia, etc. o futuro do presente: caberei, caberás, caberá, etc. o futuro do pretérito: caberia, caberias, caberia, etc. o infinitivo pessoal: caber, caberes, caber, etc. o gerúndio: cabendo. o particípio: cabido. O presente do indicativo (exemplos: digo, dizes, dizeis) forma: o presente do subjuntivo: digo-> diga, digas, diga, digamos, digais, digam. o imperativo afirmativo: dizes -> dize; dizeis -> dizei. Do pretérito perfeito do indicativo (exemplo: disseram) derivam: o pret. mais-que-perfeito do ind.: dissera, disseras, dissera, etc. o pret. imperfeito do subjuntivo: dissesse, dissesses, dissesse, etc. o futuro do subjuntivo: disser, disseres, disser, etc. Modo imperativo Considerem-se estes exemplos de Machado de Assis: “Anda, aprende, tola!” -> imperativo afirmativo “Não te assustes, disse ela -> imperativo negativo Imperativo afirmativo: Deriva do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda do plural (vós), mediante a supressão do s final; as demais pessoas (você, nós, vocês) são tomadas ao presente do subjuntivo. Imperativo negativo: Não possuem, em português, formas especiais: suas pessoas são iguais às correspondentes do presente do subjuntivo. Formação do Imperativo: Pessoas Indicativo Imperativo afirmativo Subjuntivo Imperativo Negativo tu dizes -> dize digas -> não digas você diga <- diga -> não diga nós digamos <- digamos -> não digamos vós dizeis -> dizei digais -> não digais vocês digam <- digam -> não digam Observações: O verbo ser no imperativo afirmativo faz, excepcionalmente: sê (tu), sede (vós). O imperativo não possui a 1ª pessoa do sing. nem as 3ªs pessoas. As formas verbais correspondentes aos pronomes de tratamento (você, vocês, o senhor, os senhores, etc.), embora revistam aspecto de 3ª pessoa, verdadeiramente referem-se à 2ª pessoa do discurso (a pessoa com quem se fala). Formação dos tempos compostos: Eis como se formam os tempos compostos: Tempos compostos da voz ativa: São formados pelos verbos auxiliares ter ou haver, seguidos do particípio do verbo principal. � Tempos compostos da voz passiva: Formam-se com o concurso simultâneo dos auxiliares ter (ou haver) e ser, seguidos do particípio do verbo principal. Locuções verbais: Outro tipo de conjugação composta são as locuções verbais, construídas de verbo auxiliar mais gerúndio ou infinitivo. � VERBOS AUXILIARES Ser, estar, ter, haver. Observação: só apresentaremos a conjugação dos dois primeiros verbos auxiliares. INDICATIVO � 1. presente sou estou és estás é está somos estamos sois estais são estão 2. Pretérito imperfeito era estava eras estavas era estava éramos estávamos éreis estáveis eram estavam 3. Pretérito perfeito simples fui estive foste estiveste foi esteve fomos estivemos fostes estivestes foram estiveram 4. Pretérito perfeito composto tenho sido tenho estado tens sido tens estado tem sido tem estado temos sido temos estado tendes sido tendes estado têm sido têm estado 5. Pretérito mais-que-perfeito simples fora estivera foras estiveras fora estivera fôramos estivéramos fôreis estivéreis foram estiveram 6. Pretérito mais-que-perfeito composto tinha sido tinha estado tinhas sido tinhas estado tinha sido tinha estado tínhamos sido tínhamos estado tínheis sido tínheis estado tinham sido tinham estado 7. futuro do presente simples serei estarei serás estarás será estará seremos estaremos sereis estareis serão estarão 8.Futuro do presente composto terei sido terei estado terás sido terás estado terá sido terá estado teremos sido teremos estado tereis sido tereis estado terão sido terão estado 9. Futuro do pretérito simples seria estaria serias estarias seria estaria seríamos estaríamos seríeis estaríeis seriam estariam 10. Futuro do pretérito composto teria sido teria estado terias sido terias estado teria sido teria estado teríamos sido teríamos estado teríeis sido teríeis estado teriam sido teriam estado � SUBJUNTIVO � 1.presente seja esteja sejas estejas seja esteja sejamos estejamos sejais estejais sejam estejam 2. Pretérito imperfeito fosse estivesse fosses estivesses fosse estivesse fôssemos estivéssemos fôsseis estivésseis fossem estivessem 3. Pretérito perfeito tenha sido tenha estado tenhas sido tenhas estado tenha sido tenha estado tenhamos sido tenhamos estado tenhais sido tenhais estado tenham sido tenham estado 4. Pretérito mais-que-perfeito tivesse sido tivesse estado tivesses sido tivesses estado tivesse sido tivesse estado tivéssemos sido tivéssemos estado tivésseis sido tivésseis estado tivessem sido tivessem estado 5. Futuro simples se eu for se eu estiver se tu fores se tu estiveres se ele for se ele estiver se nós formos se nós estivermos se vós fordes se vós estiverdes se eles forem se eles estiverem 6. Futuro composto tiver sido tiver estado tiveres sido tiveres estado tiver sido tiver estado tivermos sido tivermos estado tiverdes sido tiverdes estado tiverem sido tiverem estado � � IMPERATIVO � 1. Afirmativo sê tu está tu seja você esteja você sejamos nós estejamos nós sede vós estai vós sejam vocês estejam vocês 2. Negativo não sejas tu não estejas tu não seja você não esteja você não sejamos nós não estejamos nós não sejais vós não estejais vós não sejam vocês não estejam vocês � INFINITIVO� 1. impessoal presente ser estar pretérito ter sido ter estado 2. pessoal presente ser estar seres estares ser estar sermos estarmos serdes estardes serem estarem pretérito ter sido ter estado teres sido teres estado ter sido ter estado termos sido termos estado terdes sido terdes estado terem sido terem estado � GERÚNDIO � presente sendo estando pretérito tendo sido tendo estado � PARTICÍPIO sido estado � Conjugação dos verbos pronominais: Os verbos pronominais são conjugados como na voz ativa, mas associando-lhes os pronomes me, te, se, nos, vos, se. As formas da 1ª pessoa do plural perdem o s final antes de receber o pronome enclítico: queixamo-nos, esquecemo-nos, etc. Um verbo pronominal também pode ser conjugado com os pronomes antepostos (proclíticos): eu me lembro, tu te lembras, ele se lembra, nós nos lembramos, vós vos lembrais, eles se lembram, etc. Verbos irregulares Para mais facilmente compreender e assimilar o processo da conjugação irregular é importante saber distinguir: tempos primitivos e tempos derivados formas rizotônicas (as que têm o acento tônico no radical, ex.:sirv-o) e arrizotônicas (as que têm o acento tônico na terminação, ex.: serv-imos) No presente do indicativo dos verbos cujo infinitivo tem mais de uma sílaba, são rizotônicas a 1ª, 2ª e a 3ª pessoasdo singular e a 3ª pessoa do plural e arrizotônicas a 1ª e a 2ª pessoas do plural. Exemplo: agrid-o , agrid-es, agrid-e, agrid-em -> formas rizotônicas agred-imos, agred-is -> formas arrizotônicas Se um tempo primitivo for irregular, seus derivados também o serão. Isto se verifica, por exemplo, no verbo caber: Tempos primitivos Tempos derivados caibo (presente do indic.) -> caiba (presente do subj.) couberam (pret.perf. do indic.) -> couber (futuro do subj.) Quando se diz que um verbo é irregular, não se deve entender que ele o seja em todas as flexões. O verbo perder, por exemplo, apresenta formas irregulares, como perco, perca, perdi, etc. e outras regulares como perde, perdia, perdi, etc. Exemplos de verbos irregulares nas três conjugações: 1ª conjugação: DAR: indic. pres.: dou, dás, dá, damos, dais, dão. Pret. imperf.: dava, davas, dava, dávamos, dáveis, davam. Pret. perf.: dei, deste, deu, demos, destes, deram. Pret. m-q-p.: dera, deras, dera, déramos, déreis, deram. Fut. do pres.: darei, darás, dará, daremos, dareis, darão. Fut. do pret.: daria, darias, daria, daríamos, daríeis, dariam. Imperat. afirm.: dá, dê, demos, daí, deem. Impert. neg.: não dês, não dê, não demos, não deis, não deem. Subj pres.: dê, dês, dê, désseis, dessem. Fut.: der, deres, der, dermos, derdes, derem, Inf. pres. impess.: dar. Inf. pres. pessoal: dar,, dares, dar darmos, dardes, darem. Ger.: dando. Part.: dado. Verbos terminados em –ear: Os verbos terminados em –ear intercalam um i nas formas rizotônicas. Pode servir de modelo o verbo seguinte: NOMEAR: Indic. pres.: nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam. Pret. imperf.: nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis, nomeavam. Pret. perf.: nomeei nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomearam. Subj. pres.: nomeie, nomeeis, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem. Imperat. afirm.: nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem. Imperat. neg.: não nomeies, não nomeie, não nomeemos, não nomeeis, não nomeiem. É regular o resto da conjugação. Verbos terminados em –iar: Os verbos terminados em –iar podem ser distribuídos em dois grupos: 1º) Os que se conjugam regularmente, que são a maioria: abreviar, alumiar, caluniar, presenciar, premiar, etc. Seguem o modelo copiar. COPIAR: indic. pres.: copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam. Pret. perf.: copiei, copiaste, copiou, etc. Pret. m.-q.-p.: copiara, copiaras, etc. Subj. pres.: copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem. Imperat. afirm. : copia, copie, copiemos, copiai, copiem. Imperat. neg.: não copies, não copie, não copiemos, não copieis, não copiem, etc. 2º) Os que mudam o i da penúltima sílaba em ei nas formas rizotônicas. São os cinco seguintes: mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar. Conjugaremos esse último ODIAR: Indic. pres.: odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam. Pret. imperf.: odiava, odiavas, odiava, etc. Pret. perf.: odiei, odiaste, odiou, etc.Pret. m.-q.-p.: odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis, odiaram. Subj. pres.: odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem. Imperat. afirmat.: odeia, odeie, odiemos, odiai, odeiem. Imperat. neg,: não odeies, não odeie, não odiemos, não odieis, não odeiem. 2ª Conjugação LER: Indic. pres.: leio, lês, lê, lemos, ledes, leem. Pret. imperf.: lia, lias, lia, etc. Pret. perf.: li, leste, leu, lemos, lestes, leram. Pret. m.-q.-p.: lera, leras, lera, lêramos, lêreis, leram. Imperat. afirm. :lê, leia, leiamos, lede, leiam. Subj. pres.:leia, leias, leia, leiamos, leiais, leiam. Pret. imperf.: lesse, lesses, lesse, lêssemos, lêsseis, lessem. 3ª Conjugação ABOLIR: Indic. pres.: aboles, abole, abolimos, abolis, abolem. Imperati. afirm.: abole, aboli. Subj. pres.: não existe. Defectivo nas formas em que ao l do radical se seguiria a ou o, o que ocorre apenas no presente do indicativo e seus derivados. Conjunção As orações se relacionam umas com as outras por meio de uma palavra que as liga: a conjunção. As relações que as conjunções estabelecem são um dos fatores responsáveis pela textualidade, contribuindo para que um texto seja coerente e coeso. Duas ou mais palavras que, juntas, exercem o papel de conjunção, são chamadas de locução conjuntiva: já que, se bem que, a fim de que. Classificação Para classificar é preciso considerar os dois processos básicos de construção de frases: a coordenação e a subordinação. Coordenação: tipo de construção em que os termos ou as orações ordenam-se numa sequência em que cada termo ou oração é autônomo. A junção dos termos ou orações é o que dá o sentido total. Subordinação: tipo de construção em que as orações não estão apenas em sequência, mas são dependentes sintaticamente. Conjunções coordenativas Classificam-se de acordo com as relações que estabelecem entre as orações ou termos. Podem ser: Aditivas: relação de soma entre dois termos ou duas orações de função idêntica. Conjunções: e (empregada em orações afirmativas), nem (empregada em orações negativas), etc. Locução conjuntiva: mas também (geralmente empregada em orações negativas), etc. Adversativas: relação de oposição entre dois termos ou duas orações. Conjunções: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, etc. Locução conjuntiva: no entanto. Alternativas: relação de alternância entre dois termos ou duas orações, pois os dois fatos não podem acontecer ao mesmo tempo. Conjunções: ou (repetida ou não), ora... ora, quer... quer, seja... seja, já... já, etc. Conclusivas: relação por conclusão, consequência. Conjunções: logo, portanto, pois (posposto ao verbo), assim, etc. Locuções conjuntivas: por isso, por conseguinte. Explicativas: relação de explicação. A segunda oração explica ou justifica a ideia expressa na primeira. Conjunções: porque, que (=porque), pois (anteposto ao verbo), porquanto, etc. OBS.: a conjunção aditiva e estabelece também outras relações entre as orações ou termos. Pode ter valor: Adversativo: “Eram médicos e nunca recebiam pagamento por seus serviços”. (Folha de S. Paulo). Conclusivo: Não seguiram as determinações do presidente e foram demitidos. Final (conjunção subordinativa final, indica finalidade): Ia fazer as malas e sair de casa. Conjunções subordinativas Ligam orações dependentes, isto é, subordinam uma oração à outra. Podem ser: Causais: Iniciam oração que indica circunstância de causa. Conjunções: porque, pois, como (=porque), que (=porque), porquanto. Locuções conjuntivas: já que, uma vez que, visto que, etc. Comparativas: Iniciam uma oração que é o segundo elemento de uma comparação. Conjunções: como, qual, que, do que (depois de mais, menos, maior, menor, melhor e pior). Locuções conjuntivas: bem como, assim como, que nem, etc. Condicionais: Iniciam oração que indica condição ou hipótese para que o fato principal se realize ou não. Conjunções: se, caso, etc. Locuções conjuntivas: contanto que,desde que, salvo se, a menos que, dado que, a não ser que, sem que, etc. Conformativas: Iniciam oração que indica circunstância de causa. Conjunções: porque, pois, como (=porque), que (=porque), porquanto. Locuções conjuntivas: já que, uma vez que, visto que, etc. Consecutivas: Iniciam oração que indica uma circunstância do fato expresso na oração anterior. Conjunções: que (precedido de tal, tanto, tão ou tamanho). Locuções conjuntivas: de modo que, de forma que, de sorte que, etc. Concessivas: Iniciam oração que indica contradição em relação a outro fato. Essa contradição, no entanto, não impede que o fato se realize. Conjunções: embora, conquanto. Locuções conjuntivas: ainda que, mesmo que, posto que, se bem que, por mais que, apesar de que, etc. Finais: Iniciam oração que indica circunstância de finalidade. Conjunções: porque (=para que), que (=para que). Locuções conjuntivas: para que, a fim de que. Proporcionais: Iniciam uma oração que indica um fato que foi realizado ao mesmo tempo que outro, ou vai realizar-se ao mesmo tempo que outro. Locuçõesconjuntivas: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais... mais, quanto mais... menos, etc. Temporais: Iniciam oração que indica circunstância de tempo. Conjunções: quando, mai, apenas, etc. Locuções conjuntivas: logo que, assim que, antes que, depois que, até que, desde que, cada vez que, sempre que, etc. Integrantes: Iniciam uma oração que exerce função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal ou aposto de outra oração. Não introduzem orações que indicam circunstância. Conjunções: que (no caso de certeza), se (quando há incerteza, dúvida). � Preposição É a palavra invariável que liga duas outras palavras entre si, estabelecendo entre elas certas relações. Ex: cada de Luiz (relação de posse); café com leite (relação de companhia). A primeira palavra, que reclama a outra, chama-se regente; a segunda, reclamada pela antecedente, diz-se regida. No lugar da palavra regida, podemos ter uma oração. Ex: Tinha poucas esperanças de que o salvassem. Tipos de Preposições As preposições podem ser essenciais e acidentais. Essenciais são as que sempre foram preposições: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre e trás. Exigem os pronomes pessoais nas formas obliquas. Ex: Ela não vive sem mim. Sempre houve amor entre mim e ti. Acidentais são as que, em determinada fase da língua, passaram a ser preposições: afora (ou fora),como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvante, salvo, segundo, tirante,visto e etc. Exigem os pronomes pessoais nas formas retas. Ex: Afora eu, todos aqui são estrangeiros. Todos concordaram, menos tu. Locução prepositiva Locução prepositiva é o conjunto de duas ou mais palavras com valor de preposição. Ex: a fim de, além de, antes de, depois de, ao invés, em que pese a, à custa de, à volta com, a expensas de, defronte de, a par de, através de. Toda locução prepositiva termina por preposição; assim, a norma culta não agasalha o uso de “em que pese o temporal”, “através a luz”, etc. OBSERVAÇÕES: Não são propriamente locuções prepositivas os conjuntos formados por preposição + preposição, ou por preposição + locução prepositiva. Ex: notas de até cem reais; ficar de sob a ponte; ver de sobre o muro; passar por entre os obstáculos; olhar por sobre a janela. Ao encontro de é locução que dá ideia de conformidade, de situação favorável, de encontro a, por sua vez, dá ideia de oposição, de contrariedade, de choque. Ex: O filho foi ao encontro da mãe, assim que a viu. O menino tropeçou e foi de encontro à parede. Combinação, contração e crase Combinação é a união da preposição a com o artigo o (ou a variação os), ou com o advérbio onde: ao, aos, aonde. Contração é a união de uma preposição com outra palavra, havendo perda ou transformação de fonema: do (de+o), na (em+a), pelos (per+os), daquele (de+aquele), nisso (em+isso), etc. Crase é o caso especial de contração que consiste na fusão de vogais idênticas: à (prep. a + art. a); àquilo (prep. a + a 1ª vogal do pronome aquilo). Valor das várias relações estabelecidas pelas preposições Isoladamente, as preposições são palavras vazias de sentido, se bem que algumas delas contenham uma vaga noção de tempo e lugar. Na frase, porém, exprimem relações as mais diversas, tais como: � Assunto: Falou sobre política. Causa: Morreu de fome. Companhia: Jantei com ele. Especialidade: Formou-se em Medicina. Direção: Olhe para frente. Fim ou Finalidade: Trabalha para viver. Falta: Estou sem recursos. Instrumento: Feriu-se com a espada. Lugar: Moro em recife. Meio: Viajei de avião. Modo, Conformidade: Trajava à moderna. Oposição: João falou contra nós. Posse: Vi o carro de Mário Matéria: Era uma casa de tijolos. Origem: Descendia de família ilustre. Tempo: Viajei durante as férias � � Palavras Denotativas Palavras e locuções – outrora consideradas advérbios – que não se enquadram em nenhuma das dez classes gramaticais conhecidas. Tais palavras e locuções, chamadas “denotativas”, exprimem: � Afetividade Felizmente, infelizmente, ainda bem: Felizmente não me machuquei. Ainda bem que o orador foi breve! Designação ou indicação Eis: Eis o anel que perdi. Ei-lo! Exclusão Exclusive, menos, exceto, fora, salvo, tirante, senão, sequer: Voltaram todos, menos (ou exceto, salvo, fora) André. Não me descontou sequer um real. Ninguém, senão Deus, poderia salvá-lo. Inclusão Inclusive, também, mesmo, ainda, até, ademais, além disso, de mais a mais: Eu também vou. Levou-me para sua casa e ainda me deu roupa e dinheiro. Aqui falta tudo, até água. Limitação Só, apenas, somente, unicamente: Só Deus é perfeito. Apenas um aluno teve nota boa. Realce Cá, lá, só, é que, sobretudo, mesmo, embora: Eu cá me arranjo! Você é que não se mexe! É isso mesmo! Veja só! Vá embora! Eu sei lá o que ele pretende? Retificação Aliás, ou melhor, isto é, ou antes: Venha ao meio-dia, ou melhor, venha já. Aquele casal era japonês, aliás, descendente de japoneses. Explanação Isto é, a saber, por exemplo: Os elementos do mundo físico são quatro, a saber: terra, fogo, água e ar. Situação Afinal, agora, então, mas: Afinal, quem tem razão? Posso mostrar-lhes o sítio; agora, vender eu não vendo. Então, que achou do filme? Mas você fez isso, meu filho? � Exercícios Práticos Termos Cognatos Domingos Paschoal Cegalla define cognatos como vocábulos que procedem de uma raiz comum, constituindo uma família etimológica. COSTA, Greice. Ah, o amor!: Ilusões e verdadeiros relacionamentos duradouros. Prana Yoga Journal, São Paulo, n. 32, p.10, set. 2009. “... em que os amantes terminam ‘felizes para sempre’...”. Felizes: adjetivo primitivo uniforme quanto ao gênero. LUCA, Márcia De. Escolha bem e viva melhor: os benefícios de viver "yoguicamente" e "ayurvedicamente"!. Prana Yoga Journal, São Paulo, n. 32, p.30, set. 2009. “...possamos fazer as escolhas certas para a nossa felicidade.”. Felicidade: substantivo feminino abstrato (referente a sentimento). Pronome A SEMANA: Michael Phelps o maior de todos. Carta Capital: Política, Economia e Cultura, São Paulo, n.709, p.13, 08 ago. 2012. Semanal. “... escrever seu nome na história...”. seu: pronome possessivo da 3ª pessoa do singular. Na sentença refere-se ao nome do norte-americano Michael Phelps. BEIRÃO, Nirlando. Estilo: Deu na TV. Carta Capital: Política, Economia e Cultura, São Paulo, n. 709, p.50-51, 08 ago. 2012. Semanal. “Quem precisa de heroína...”. quem: pronome interrogativo, refere-se a pessoas de maneira vaga e indefinida. PROMOTORIA pede interdição de parque 'contaminado': Segundo laudo, parte da área do parque Leopoldina Villas-Bôas está poluída. Folha de S. Paulo: Um jornal a serviço do Brasil, São Paulo, 11 ago. 2012. Mercado, p. C6. “O ideal é que hoje ninguém frequente...”. ninguém: pronome indefinido substantivo. MACHADO, Caio. Análise: Retomada de Contratações será defasda e pode vir só em 2003. Folha de S. Paulo: Um jornal a serviço do Brasil, São Paulo, 11 ago. 2012. Mercado, p. B9. “Isso porque a indústria produz...”. isso: pronome demonstrativo da 2ª pessoa, na sentença refere-se à melhora do emprego industrial. Conjunção COELHO, Luciana. EUA criam mais vagas em julho, mas desemprego continua em alta. Folha de S. Paulo: Um jornal a serviço do Brasil, São Paulo, 4 ago. 2012. p. capa. “EUA criam mais vagas em julho, mas desemprego continua em alta”. mas: conjunção coordenativa adversativa. WASHINGTON. Desemprego americano sobe, apesar de mais vagas criadas: Foram gerados 163 mil postos em julho, mais que na soma dos 2 meses anteriores. Folha de S. Paulo: Um jornal a serviço do Brasil, São Paulo, 4 ago. 2012. Mundo. p. A16. “O presidente pressionou [...], enquanto o rivalressaltou...”. enquanto: conjunção subordinativa temporal. “Julho é um mês atípico para o mercado [...], já que a oferta de emprego aumenta...”. já que: locução conjuntiva subordinativa causal JOÃO CARLOS SCHLEDER (São Paulo) (Ed.). Inverso na serra. EcoRodovias: Uma publicação para os usuários da Ecovias e da Ecopistas, São Paulo, n. 23. Editorial. p.4, jul. 2012. Mensal. “Disputadas por veículos potentes e com tração nas quatro rodas...”. e: conjunção coordenativa aditiva. Advérbio “que acabamos esquecendo de registrar, e que com certeza vai se perder com o tempo, são as coisas que eles falam”. Com certeza: locução adverbial de afirmação (no caso analisado) “O armário acima da cama não era propício...”. Acima: Advérbio de lugar. “Depois que aplicamos um cristal...”. Depois: Advérbio de tempo. “... me pego assistindo ao filme dos seus primeiros passos com saudades.”. Com saudades: locução adverbial de modo. Numeral ENTREVISTA: Marçal Aquino. Revista e, São Paulo, ano 19, n. 2, p.10-15, ago. 2012. Mensal. “Tri.nô.mio s.m. MAT 1 polinômio de três termos adj. s.m. p.ext 2 (o) que tem três partes” Mini Houaiss Dicionário da Língua Portuguesa De acordo com Hêndricas Nadolskis nomes relacionados a números podem ser considerados numerais, pois também dão ideia de quantidade. ENTREVISTA: Marçal Aquino. Revista e, São Paulo, ano 19, n. 2, p.10-15, ago. 2012. Mensal. O número ordinal, segunda, nesta sentença tem função de adjetivo. Artigo “Os pratos enchem sua boca de água.” Os: artigo definido, masculino, plural. Preposição Figura 1 Fonte: Revista SESC “Pela terceira vez, Londres vai ser sede...”. Contração entre as preposições per + a com relação de tempo. “Durante 15 dias, mais de 10 mil atletas vão brigar...”. Preposição acidental com relação de tempo. “Entre os candidatos a herói aparecem grandes nomes...”. Preposição essencial com relação de escolha. “... (atual detentora do título no salto em distância)”. Preposição essencial com relação de especialidade. Interjeição Figura 2- Fonte: QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1993. “Ô!” Interjeição onomatopaica com valor de afirmação Figura 3- Fonte: QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1993. “HIC!” Interjeição onomatopaica reproduzindo um soluço. Verbo “A indústria tem pressa...” Verbo no infinitivo: ter. Verbo auxiliar, irregular, conjugado na terceira pessoa do singular, no presente do indicativo, na voz ativa. Palavras Denotativas JOÃO CARLOS SCHLEDER (São Paulo) (Ed.). Inverso na serra. EcoRodovias: Uma publicação para os usuários da Ecovias e da Ecopistas, São Paulo, n. 23. Editorial. p.4, jul. 2012. Mensal. “Combinação, aliás, que é o segredo do sucesso...”. aliás: palavra denotativa que exprime retificação. CICUITO VÊNUS (Org.). Estabeleça sua meta. Prana Yoga Journal, São Paulo, n. 32, p.28-29, set. 2009. “Seja lá qual for...”. lá: palavra denotativa que exprime realce. � Bibliografia BECHARA, Ivanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 46. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática: Texto, Reflexão e Uso. 3. ed. São Paulo: Atual, 2010. CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 4. ed. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, 2007. FARACO, Carlos Emilio; MOURA, Francisco Marto. Gramática Nova. 14. ed. São Paulo: Ática, 2003. HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 1.ed. [S.l.]: Objetiva, 2009. NADOLSKIS, Hêndricas. Comunicação redacional atualizada. 11 ed. São Paulo : Saraiva, 2009. Figuras: ANUÁRIO DE: Feng Shui. São Paulo: On Line, v. 5, n. 5, fev. 2012. Anual. A SEMANA: Michael Phelps o maior de todos. Carta Capital: Política, Economia e Cultura, São Paulo, n.709, p.13, 08 ago. 2012. Semanal. BEIRÃO, Nirlando. Estilo: Deu na TV. Carta Capital: Política, Economia e Cultura, São Paulo, n. 709, p.50-51, 08 ago. 2012. Semanal. CIRCUITO VÊNUS (Org.). Estabeleça sua meta. Prana Yoga Journal, São Paulo, n. 32, p.28-29, set. 2009. COELHO, Luciana. EUA criam mais vagas em julho, mas desemprego continua em alta. Folha de S. Paulo: Um jornal a serviço do Brasil, São Paulo, 4 ago. 2012. p. capa. COSTA, Greice. Ah, o amor!: Ilusões e verdadeiros relacionamentos duradouros. Prana Yoga Journal, São Paulo, n. 32, p.10, set. 2009. ENTREVISTA: Marçal Aquino. Revista e, São Paulo, ano 19, n. 2, p.10-15, ago. 2012. Mensal. GOL: linhas aéreas inteligentes. São Paulo: Trip, v. 116, nov. 2012. Mensal. JOÃO CARLOS SCHLEDER (São Paulo) (Ed.). Inverso na serra. EcoRodovias: Uma publicação para os usuários da Ecovias e da Ecopistas, São Paulo, n. 23. Editorial. p.4, jul. 2012. Mensal. LUCA, Márcia De. Escolha bem e viva melhor: os benefícios de viver "yoguicamente" e "ayurvedicamente"!. Prana Yoga Journal, São Paulo, n. 32, p.30, set. 2009. MACHADO, Caio. Análise: Retomada de Contratações será defasda e pode vir só em 2003. Folha de São Paulo: Um jornal a serviço do Brasil, São Paulo, 11 ago. 2012. Mercado, p. B9. PROMOTORIA pede interdição de parque 'contaminado': Segundo laudo, parte da área do parque Leopoldina Villas-Bôas está poluída. Folha de São Paulo: Um jornal a serviço do Brasil, São Paulo, 11 ago. 2012. Cotidiano, p. C6. WASHINGTON. Desemprego americano sobe, apesar de mais vagas criadas: Foram gerados 163 mil postos em julho, mais que na soma dos 2 meses anteriores. Folha de S. Paulo: Um jornal a serviço do Brasil, São Paulo, 4 ago. 2012. Mundo. p. A16. São Paulo 2º semestre de 2012
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