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P E R S P E C T I VA S PA R A A Ç Õ E S J U N T O A O C I D A D Ã O I D O S O C A R TA D E B E R T I O g A F ó r u m P E R S P E C T I V A S P A R A A Ç Õ E S J U N T O A O C I D A D Ã O I D O S O C a r ta d e B e r t i o g a Documento elaborado durante o Fórum realizado em 2013, oportunidade na qual se comemorou os 50 anos do Programa Trabalho Social com Idosos. 2 Dentre os temas mais complexos do mundo contemporâneo, por conta dos seus impactos e desdobramentos socioeco- nômicos, encontra-se a questão do envelhecimento popu- lacional. No Brasil, a despeito das avaliações mais recentes, especialmente em virtude dos desequilíbrios previdenciários, o que vem ocorrendo é uma mudança de paradigma: os ido- sos têm confrontado sua invisibilidade social para reivindicar melhores condições de vida e de participação, interferindo nas previsões e planificações para o futuro. O futuro anunciado desde sempre se faz agora. Conscientes da importância das suas contribuições e, também, das de- mandas e necessidades de políticas públicas que atendam as várias gerações de idosos, especialistas, profissionais em gerontologia e geriatria e militantes das lutas pelos direitos dos idosos vêm procurando se articular em redes para con- cretizar um ambiente mais saudável e acolhedor para todos os velhos, e não somente para aqueles que tenham condi- ções financeiras, políticas ou sociais de exigir tal tratamento das autoridades. Em 1963, o Sesc São Paulo foi pioneiro na perspectiva de discutir, pensar e implantar programas, além de incentivar a criação de políticas públicas para a população idosa. Além disso, de forma propositiva, criou e desenvolveu programas para outras faixas etárias nas áreas de saúde, educação, lazer e cultura, como exemplificam o Turismo Social, Curumim, Es- porte Criança, Esporte para Idosos, Mesa Brasil, Juventudes, Sesc Gerações, entre outros. Foram experiências inovadoras no sentido de oferecer alternativas e modelos para minimizar problemas de interesse social. FÓRUM PERSPECTIVAS PARA AÇÕES JUNTO AO CIDADÃO IDOSO 3 Ao completar 50 anos do Trabalho Social com Idosos, tem-se várias razões para comemorar e outras tantas preocupações ainda embaçando o horizonte. O Fórum “Perspectivas para Ações junto ao Cidadão Idoso” se insere como um evento de caráter reflexivo e propositivo para aprofundar questões importantes que se referem ao acelerado processo de enve- lhecimento brasileiro. Foram as vozes e expectativas desse grupo que se pôde auscultar neste encontro e encaminhá-las de forma organizada com este documento alinhavado por muitas mãos: profissionais do Sesc, pesquisadores, lideranças de movimentos de associações de idosos, entre outros. Neste sentido, a mobilização em fóruns de reflexão e debate abrem brechas importantes na estrutura de acesso a um en- velhecimento digno, com condições adequadas e qualifica- das para o bem viver, direito inalienável de todo ser humano em qualquer fase da vida. Os documentos aqui condensados registram os múltiplos ca- minhos trazidos para discussão, fruto da militância e engaja- mento de profissionais e cidadãos que agem em defesa da cidadania plena das pessoas idosas. Estes ideais revigoram, orientam e estimulam as ações do Sesc São Paulo. Danilo Santos de Miranda Diretor Regional do Sesc São Paulo 4 5 Estratégias, Projetos e Ações Sumário Apresentação 6 Objetivos 9 Tema Geral 9 Dinâmica do Fórum 10 Plenária Final 59 Os Eixos Temáticos 11 O Funcionamento em cada Grupo de Trabalho 11 Relatoria Geral 12 Resultado Definido na Miniplenária 50 Formação e Educação Permanente 15 Autonomia, Direitos e Cidadania 19 Gerações e Intergeracionalidade 27 Cuidado e Relações Sociais 31 Fórum Perspectivas para Ações Junto ao Cidadão Idoso 9 Síntese da Programação 12 6 Apresentação O contexto em que vivemos neste 2013 é de um acelerado envelhecimento populacional no Brasil e na maioria dos países de todo o mundo. Há 50 anos, o cenário brasileiro era bem diferente. Compartilhava-se a ideia de uma nação jovem, já que os velhos não constituíam mais que 4% da população. O Sesc percebeu que, nos anos 1960, para muitos trabalhado- res a aposentadoria representava quase que um decreto de solidão e ociosidade e que, portanto, era preciso fazer algo. Assim, em setembro de 1963, teve início um processo que constituiu o programa Trabalho Social com Idosos. A partir de um começo discreto com atividades recreativas, tais como festas de aniversário e jogos de salão, o programa cresce e se diversifica. Cursos, oficinas, encontros regionais e nacionais congregando milhares de idosos para a discussão de inúme- ros temas sociais, se sucederam. Uma extensa programação cultural e artística nas áreas de música, teatro, literatura, es- portes, entre muitas outras, vem atendendo a um público idoso cada vez mais exigente e ávido de conhecimento. Ao longo de cinco décadas, assistimos ao surgimento de novas propostas de como viver a velhice. O desenvolvimen- to da ciência e da tecnologia, o maior acesso à informação em uma sociedade cada vez mais globalizada, a formação de lideranças de idosos estimulada por gerontólogos, insti- tuições socioculturais e trabalhadores sociais, foram fatores decisivos para a construção de uma imagem mais digna do envelhecimento. A constatação de todas essas transformações positivas não deve, todavia, obscurecer a percepção das persistentes desi- gualdades sociais no Brasil caracterizadas por carências ma- teriais e preconceitos etários que atingem intensamente os idosos. O Estatuto do Idoso solidificou um longo processo de lutas em prol da cidadania e da qualidade de vida na idade avançada. Trata-se de uma lei abrangente e bem formulada, mas que nem sempre é respeitada. Por isso, prossegue sen- do necessária a mobilização de recursos em direção ao de- 7 senvolvimento de políticas públicas que busquem beneficiar não apenas os idosos do presente, mas também as próximas gerações. Com essa perspectiva o Sesc, ao comemorar os 50 anos de seu programa pioneiro junto à Terceira Idade, deixa clara sua firme determinação de caminhar ao lado de todos que se empenham por melhores condições de existên- cia àqueles que deram e prosseguem dando sua parcela de contribuição para a construção do mundo em que vivemos. Neste documento, apresentamos o consolidado dos tra- balhos desenvolvidos durante o Fórum “Perspectivas para Ações junto ao Cidadão Idoso”, realizado nas dependências do Sesc Bertioga, de 8 a 11 de setembro de 2013. Durante este evento de caráter reflexivo e propositivo, profis- sionais e estudiosos da gerontologia, técnicos do Sesc, gesto- res de grupos, associações e instituições, militantes das lutas pelos direitos de idosos, e pessoas idosas que atuam nos mo- vimentos sociais estiveram reunidos para discutir e aprofun- dar questões importantes que se referem ao envelhecimento em seu aspecto demográfico, mas também, à cidadania e à garantia de direitos na velhice brasileira. Reconhecidos na condição de lideranças na área, em função da experiência e sensibilidade a essa causa em suas trajetó- rias pessoal e profissional, eles são signatários e coautores do documento-síntese deste Fórum. As discussões foram subsidiadas por documentos e orienta- das por perguntas ou atividades deflagradoras, em torno de quatro eixos temáticos: I - Formação e Educação Permanente; II- Autonomia, Direitos e Cidadania; III- Gerações e Intergeracionalidade; IV- Cuidado e Relações Sociais. A dinâmica dos trabalhos e os resultados foram aqui regis- trados de modo a divulgar estratégias para a construção de perspectivas favoráveis para o envelhecimentobrasileiro. 8 9 Fórum PersPectivas Para ações Junto ao cidadão idoso Como parte da celebração pelos 50 anos do Programa Tra- balho Social com Idosos do Sesc, este Fórum significou um amplo e democrático encontro de diversas lideranças sensí- veis e experientes, e de fomento ao respeito e à defesa da ci- dadania plena das pessoas idosas, para a garantia de direitos; a definição de prioridades na elaboração dos planos de ação dos Municípios, Estados ou do Governo Federal; a melhoria do acesso e da qualidade dos serviços ofertados à população idosa; a partir de ações de responsabilidade dos principais envolvidos: o Estado e a sociedade brasileira. objetivos • Valorizar as contribuições sociais do cidadão idoso na contemporaneidade; • Reconhecer as ações exitosas atuais; • Propor novas formas de inclusão social das gerações mais velhas; • Promover o convívio e a aprendizagem intergeracional; • Integrar os múltiplos saberes e práticas envolvidas; • Debater os principais desafios para sensibilizar, mobilizar e atuar em favor dos direitos e da cidadania plena da pessoa idosa; e • Propor ações coordenadas. tema Geral Pensar perspectivas positivas acerca da cidadania na velhice no Brasil e celebrar os 50 anos de atuação do Sesc junto ao público idoso, os 25 anos de promulgação da Constituição Federal de 1988 – a Constituição cidadã – e os 10 anos do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003). 10 dinâmica do Fórum A formação dos grupos de trabalho considerou o número e a heterogeneidade de participantes, de modo a garantir um olhar multidisciplinar e uma maior diversidade sociocultural. A metodologia privilegiou quatro Eixos Temáticos: • Formação e Educação Permanente • Autonomia, Direitos e Cidadania • Gerações e Intergeracionalidade • Cuidado e Relações Sociais Cada grupo contou com um mediador participante da Co- missão Organizadora; um técnico de apoio do Sesc; um re- dator do Sesc e dois relatores definidos entre os participantes do Fórum. Visando assegurar a heterogeneidade geográfica e interdisciplinar foram distribuídos, em quatro momentos (Figura 1). Figura 1 – Dinâmica do Fórum GT 1 GT 2 GT3 GT4 Etapa/Eixo Formação e Educação Permanente Autonomia, Direitos e Cidadania Gerações e Intergeracio- nalidade Cuidado e Relações Sociais Experiências exitosas Discussão em 4 subgrupos Discussão em 4 subgrupos Discussão em 4 subgrupos Discussão em 4 subgrupos Miniplenária Miniplenária Miniplenária Miniplenária Elementos dificultadores Discussão em 4 subgrupos Discussão em 4 subgrupos Discussão em 4 subgrupos Discussão em 4 subgrupos Miniplenária Miniplenária Miniplenária Miniplenária Estratégias, Projetos, Ações Discussão em 4 subgrupos Discussão em 4 subgrupos Discussão em 4 subgrupos Discussão em 4 subgrupos Miniplenária Miniplenária Miniplenária Miniplenária Inclusão cida- dã, Perspecti- vas, Monitora- mento Discussão em 4 subgrupos Discussão em 4 subgrupos Discussão em 4 subgrupos Discussão em 4 subgrupos Miniplenária Miniplenária Miniplenária Miniplenária PLENÁRIA FINAL DEFINIÇÃO DO TEXTO-SÍNTESE DO FÓRUM 11 As proposições e sugestões foram registrados pelas respecti- vas equipes de relatoria. Primeiro momento: eXPeriÊncias eXitosas – cada gru- po debateu e apresentou exemplos e sugestões de pontos positivos e avanços conhecidos passíveis de ser replicados, evidentemente de forma contextualizada, para favorecer a cidadania plena na velhice. Segundo momento: desaFios – ao chegar a esta etapa, diante das experiências exitosas reconhecidas e deixadas pe- los participantes do grupo anterior, o grupo seguinte identi- ficou os elementos dificultadores a serem superados para a concretização da cidadania plena na velhice. Terceiro momento: estratÉGias, ProJetos, ações – a participação nesta etapa buscou pensar de modo estratégi- co a atuação coordenada em todas as oportunidades para o fortalecimento dos avanços e a superação dos desafios para aquele Eixo. Quarto momento: PersPectivas Para a reaLidade Bra- siLeira – diante dos desafios anteriormente identificados pelos participantes, foram vislumbrados prováveis cenários futuros para a população brasileira, idosa ou não, em se mantendo o contexto atual, bem como o que precisará ser feito para a implementação e acompanhamento das estraté- gias e ações propostas. os eixos temáticos Os grupos de trabalho trataram de quatro eixos temáticos que se interpenetram e se articulam, contemplando a inter- disciplinaridade, intersetorialidade e intergeracionalidade. o Funcionamento em cada Grupo de trabalho Quatro subgrupos foram formados. Após o momento de de- bate, cada subgrupo submeteu seu relato à miniplenária para eventuais ajustes. 12 relatoria Geral Uma equipe de relatores coordenada pela Comissão Orga- nizadora do Fórum ficou responsável pela consolidação das deliberações dos grupos de trabalho e pela preparação dos textos levados à plenária final. síntese da Programação DOMINGO - DIA 8 DE SETEMBRO DE 2013 Horário Atividade/Local 15h Traslado para Bertioga 17h30 - 18h30 Acolhida e credenciamento 18h30 - 19h30 Lanchonete: • Cerimônia de Abertura do Fórum • Apresentação da Dinâmica do Evento 20h - 21h Check-in 21h - 23h Jantar e Apresentação Musical DIAS 9 E 10 DE SETEMBRO DE 2013 Horário Atividade/Local 7h30 - 8h30 Café da manhã 9h - 12h30 Distribuição dos participantes nas salas de Grupos de Trabalho correspondente as cores do Eixo Temático Sala 1 Sala 2 Sala 3 Sala 4 GT Formação e Educação Permanente GT Autono- mia, Direitos e Cidadania GT Gerações e Intergera- cionalidade GT Cuidado e Relações Sociais 9h - 9h30 Metodologia e Contextualização 9h30 - 10h30 Discussão em subgrupos a partir de perguntas geradoras 10h30 -11h Relatoria do GT 11h - 12h30 Miniplenária 12h30 - 14h Almoço 14h30 – 15h Metodologia e Contextualização 15h - 16h Discussão em subgrupos a partir de questões geradoras 16h - 16h30 Relatoria do GT 16h30 - 18h Miniplenária 18h - 20h Jantar 19h30 - 21h30 Reunião da Equipe de Relatoria 13 QUARTA-FEIRA - DIA 11 DE SETEMBRO DE 2013 Horário Atividade/Local 7h30 - 8h30 Café da manhã 10h - 12h30 Convenções: • Conversa com o autor - Revista Sinais Sociais nº 22 - Carlos Eugênio Soares de Lemos, Lucia Helena França e Myriam Moraes Lins de Barros • Lançamento do Livro “Conflito e Cooperação entre Gerações”, de José Carlos Ferrigno 12h30 - 14h Almoço 14h30 - 17h Convenções: • PLENÁRIA FINAL - Discussão do Texto Final e Encerramento QUINTA-FEIRA - DIA 12 DE SETEMBRO DE 2013 Horário Atividade/Local 9h Check-out e retorno a São Paulo 14 ESTRATéGIAS, PROJETOS E AÇÕES PARA 15 I – Formação e Educação Permanente Ruth Gelehrter da Costa Lopes Psicóloga - Doutora em Saúde Pública pela USP - Docente do Programa de Estudos Pós-Graduados em Gerontologia e do Curso de Psicologia - PUC-SP - Supervisora na Clínica- -Escola Atendimento em Grupo a Idosos A educação é um processo imprescindível para melhoria das condições de vida dos indivíduos e da sociedade, possível de se materializar em diversas políticas, programas e ações educativas, articuladas e complementares, nos diferentes setores e áreas. Uma vez que a ação educativa pode ser de distintas naturezas e entendida como um processo de assimilação e transmissão das tradições e valores culturais, implica a troca de saberes e experiências entre as gerações. A ideia é que a educação possa ser realizada ao longo da vida, e, em es- pecial, pelas pessoas idosas. Para isso, devem-se considerar as ações de inclusão e participação social para ampliaçãode consciência, organização social e cidadania. Alguns dos aspectos e elementos que devem ser consi- derados como complementares a essa reflexão são: • Alfabetização e educação para adultos; • Acesso a disciplinas e/ou cursos de graduação; • Pós-graduação e atualização profissional no campo do envelhecimento; • Universidades abertas da terceira idade; • Participação de pessoas idosas em escolas e programas educativos com estudantes em diferentes níveis de escolarização; • Novas formas e alternativas de educação; o lúdico e diferentes expressões socioeducativas, desportivas e culturais; • Inclusão digital, acesso a redes sociais e novas tecnologias; • Programações especiais (artísticas, culturais, informativas etc.) nos meios de comunicação; • Formação e qualificação para o cuidador e cuidadores; • Educação presencial e a distância; dentre outras; • Sensibilização e habilitação para a participação em órgãos de defesa de interesse dos idosos. Após o levantamento das etapas “Experiências exitosas” e “Desafios”, chegamos às etapas “Estratégias, Projetos, Ações” e “Perspectivas para realidade brasileira”, as quais relatamos a seguir. 16 I - Estratégias / Projetos / Ações Promover; Implementar; Incentivar; Estimular; Ampliar; Fortalecer: 1. Capacitação a profissionais de diversas áreas do conhecimento sobre o processo de envelhecimento e longevidade na perspectiva do desenvolvimento humano para: inserção e qualificação no mundo de trabalho; empreendedorismo social (ações sociais/negócios sociais); cooperativismos; ações voluntárias; elaboração de projetos de vida, visando resgatar talentos; sindicatos, associações, conselhos de categorias profissionais; interação social em plataformas virtuais. 2. Parcerias entre instituições públicas e privadas para otimizar recursos (humanos, financeiros, físicos) para investimento na educação permanente, por meio de debates e fóruns civis contínuos. 3. Iniciativas de educação não formal com oferta de espaços, equipamentos e serviços adequados ao desenvolvimento social e cultural, a serem partilhados com outras gerações, utilizando linguagens artísticas e expressões regionais como facilitadoras do processo de coeducação entre gerações. 4. Movimentos de articulação entre Conselhos de Idosos (nacional, estaduais e municipais), universidades, mídia e sociedade civil, com o objetivo de debater, dar visibilidade e formar recursos humanos sensíveis às peculiaridades do processo de envelhecimento visando ressignificar as diferentes velhices. 5. Espaços urbanos educacionais inspirados nos 20 princípios do projeto Cidade Educadora apoiado pela UNESCO. 6. Resolução por parte do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso em conjunto com os Conselhos Nacionais de Saúde, Assistência Social e Educação contendo parâmetros a serem observados para a formação de Cuidadores (conteúdo mínimo, carga horária teórico- prática, certificação, fiscalização e políticas de amparo ao cuidador). 7. Resolução por parte do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso contendo parâmetros a serem observados para uma capacitação qualificada dos conselheiros sobre o processo de envelhecimento e longevidade na perspectiva do desenvolvimento humano. 8. Linha de financiamento dentro do Fundo Nacional do Idoso (Lei 12.213/2012) para qualificar conselheiros, lideranças e gestores do Fundo destinado a esse fim. 9. Criação de Diretrizes Curriculares Nacionais voltadas para o envelhecimento e a longevidade nos fluxogramas curriculares dos 17 cursos de graduação, seguindo exemplos existentes: Educação das Relações Étnico-raciais, Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana (Resolução CNE/CP N. 01 de 17 de junho de 2004) e Políticas de Educação Ambiental (Lei Federal n. 9.795, de 27 de abril de 1999 e Decreto Federal Nº 4.281 de 25 de junho de 2002); a fim de inserir conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização da pessoa idosa, como prediz o Art. 22 do Estatuto do Idoso (Lei 10.741 de 1º de outubro de 2003), que inclui também os conteúdos desde a educação infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio para preparar estudantes quanto ao trabalho com idosos e seu próprio processo de envelhecimento. 10. Linhas de pesquisa em agências de fomento focadas no processo de envelhecimento e longevidade na perspectiva do desenvolvimento humano em relação à formação e educação permanente, lembrando o papel da Universidade brasileira neste processo: parceira, produtora de conhecimento e formadora de recursos humanos. 11. Educação de Jovens e Adultos (EJA) em todos os municípios. 12. Práticas culturais que utilizem linguagens artísticas diversas, seguidas de debates. 13. Parcerias entre as instituições públicas, privadas e terceiro setor em nível federal, estadual, municipal que estimulem fóruns de discussão e integração da pessoa idosa nas diversas classes sociais. 14. Capacitação dos componentes dos Conselhos da Pessoa Idosa para que possam ter maiores subsídios técnicos para participar e contribuir na elaboração, implementação e monitoramento das políticas públicas. 15. Formação de educadores para atender à população idosa em todas as sequências de estudo. 16. Criação de material didático (livros, DVDs, programas digitais, aplicativos, games etc.) com temas variados das questões do envelhecimento humano para todas as faixas etárias durante a escolarização e educação permanente. 17. Programa Brasil Alfabetizado. 18. Centros de Convivência como espaços de cidadania. 19. Atividades socioeducativas desenvolvidas no Sesc. 20. Divulgar e compartilhar ações voltadas para a pessoa idosa. 21. Difusão ampla e acessível dos direitos dos idosos 22. Criação de Conselhos Intergeracionais. 18 II - Para a Construção de um Cenário Favorável em Curto Prazo e de Forma Permanente, há que: Criar; Ampliar; Fortalecer; Compartilhar; Implantar; Divulgar; Construir; Elaborar; Capacitar; Controlar; Efetivar; Articular; Dotar: 1. Controle social por meio dos conselhos, audiências públicas, canais institucionais, organização da população capacitada em prol da causa da pessoa idosa; 2. Cultura de monitoramento e avaliação na área da Educação Permanente com definição de indicadores qualitativos e quantitativos com a participação de todos os envolvidos; 3. Estratégias de apoio a pesquisas e criação de instrumentos para um diálogo entre a produção de conhecimentos e as políticas públicas; 4. Projetos já existentes, seguindo as etapas: mapear as demandas; contatar os possíveis parceiros; estruturar e alimentar uma rede; replicar; 5. Conselhos e outros espaços de representação; 6. Meios virtuais, tradicionais (rádio, rádio comunitária, jornal), articulados com os Conselhos dos Idosos para inserção de temas pertinentes; 7. Conselhos Municipais em todos os municípios, com nova composição para representação dos idosos (50%) e com processo de eleição para compor os membros (não por indicação); 8. Verba para Conselhos de Idosos (espaço físico, infraestrutura, equipamentos); 9. Conselhos do Idoso trabalhem articuladamente com outros conselhos para garantir a intersetorialidade, possibilitando que assuntos relacionados ao idoso e especificidades das diversas velhices sejam garantidos em todas as esferas; 10. Casas dos Conselhos (otimizar espaços e equipamentos, propiciando ações multissetoriais); 11. Câmaras setoriais dentro do conselho, para que se amplie o número de participantes; 12. Conselheiros e sociedade em geral; 13. Artigo 22 do Estatuto, junto ao MEC, por meio de: Carta Manifesto; criação de um “Observatório”; participação dos Conselhos; adequação das grades curriculares, com a inclusão desses conteúdos. 19 II – Autonomia, Direitos e Cidadania Serafim Fortes Paz Doutorem Educação (Gerontologia) UNICAMP/SP - Profes- sor Associado II - Universidade Federal Fluminense - Coor- denador e Pesquisador sobre Envelhecimento do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Políticas Públicas, Espaços Públicos e Serviço Social Considerando-se as bases que fundamentam as práticas de respeito humano e de uma sociedade que seja capaz de se construir livre, jus- ta e solidária e, também, fortalecida na perspectiva de uma cidadania emancipatória, pautada no respeito e defesa intransigente dos Direitos Humanos, dos direitos sociais e dos direitos da pessoa idosa; Levando-se em conta o marco legal dos Direitos da Pessoa Idosa (Cons- tituição, legislação setorial específica da seguridade social), e, princi- palmente, a Lei nº 8.842/94 (PNI e Conselho Nacional do Idoso) e Lei nº 10.741/03 (Estatuto do Idoso), buscar possíveis caminhos para se construir uma pessoa idosa cidadã. Para isto, é preciso pensar e propor ações e atitudes que superem os traços da tradicional cultura política (patrimonialismo, burocratismo, clientelismo, personalismo, dentre ou- tros) e os traços tutelares, discriminatórios e preconceituosos que geram violação dos direitos e violência, associada à pobreza e desigualdades sociais, que retardam processos de autonomia, de participação social, protagonismo e conquista da liberdade e dignidade da pessoa idosa. Considera-se a importante e necessária articulação com outros movi- mentos sociais identificados por setores das políticas sociais: trabalho, saúde, educação, moradia, transportes, assistência, etc e dos segui- mentos sociais por direitos (crianças, adolescentes, mulheres, raça, etnia, pessoas com deficiência, grupos de orientação sexual diversa: lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros, dentre outros), pela implantação de políticas públicas e ações de enfrentamen- to a violação e violência: viabilização da participação social e controle social democrático; fortalecimento de ações e propostas para que haja um Estado de fato democrático e mais responsável na efetivação de direitos para todos. 20 Estratégias (projetos e ações) Os participantes desse Grupo decidiram trabalhar com duas Grandes Estratégias, estreitamente vinculadas, interdependentes e intrinseca- mente articuladas. Propuseram uma terceira estratégia deliberada por aclamação pelos participantes. Estratégia 01: Educação continuada/permanente em cidadania participativa. Esta estratégia estará voltada principalmente para a população ido- sa, porém faz-se necessário maior envolvimento das demais gerações e segmentos da sociedade, assim como participação dos profissionais que atuam com pessoas idosas e de representantes assentados em es- paços públicos1 (Conselhos, Fóruns, Assembleias etc.), em especial, dos conselheiros do CNDI, conselhos estaduais e municipais. 1. De que maneira 1.1. Na criação e no desenvolvimento de ações e atividades que con- templem um processo de participação social, defesa de direitos e construção de cidadania que sejam capazes de estimular e promo- ver: discussão, reflexão e avaliação sobre protagonismo, direitos e políticas públicas. 1.2. Na apropriação de espaços, ações e programas de atenção e atividades com pessoas idosas para disseminação de direitos, educação cidadã e conteúdos interdisciplinares da gerontologia. Destacam-se alguns desses espaços para realização da estratégia/ proposta: Centros de Convivência, Centros-Dia (Hospital-Dia), Uni- dades Básicas de Saúde (UBS) / Estratégia Saúde da Família (ESF), Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), Universidades Abertas da Terceira Idade (UnATIs), Sistema S - Sesc, Sesi, Senac, Senai etc., em especial com os Sescs pela tradição no desenvolvi- mento do Programa Social com Idosos, e demais instituições que trabalham com pessoas idosas, dentre outros; 1 Com base na concepção de Evelina Dagnino (2005), pode-se definir espaços pú- blicos como lugares – democráticos – de participação da sociedade civil na gestão participativa da sociedade e das políticas públicas com a participação de sujeitos sociais e na constituição de representação/representatividade da sociedade civil na relação com o Estado. DAGNNO, Evelina. Políticas culturais, democracia e o projeto neoliberal, In Revista Rio de Janeiro, n.15, jan-abr. 2005. Rio de janeiro, UERJ, 2005. 21 1.3. Em parceria com a sociedade civil organizada, tais como: Orga- nizações Não Governamentais (ONGs), entidades, associações e instituições como Sesc, dentre outras, e, também, com Órgãos Públicos, tais como Secretarias responsáveis pelas políticas seto- riais, em especial, secretarias de ação social, secretaria de saúde, secretaria de educação, órgãos de justiça e defesa de direitos (Pro- motoria, Defensoria, Varas de Família, criança e pessoas idosas) e Universidades, dentre outras; 1.4. Na formação de profissionais e pessoas interessadas na questão do envelhecimento, nos diversos espaços de formação, em especial, nos cursos de graduação com a inclusão de disciplinas e atividades complementares (ACs), que contemplem conteúdos de gerontolo- gia como tema transversal na educação formal (educação infantil, ensino fundamental, médio, técnico e superior) e na qualificação de equipes e gestores de secretarias, programas, ações e projetos públicos e, também, de entidades e instituições não governamen- tais voltadas para a pessoa idosa, nas diferentes instâncias fede- ral, estaduais e municipais do território nacional. 2. Por meio de 2.1. Serviços utilizados pela população idosa nas diferentes regiões, municípios e localidades do território nacional; 2.2. Conselhos, fóruns e demais espaços públicos de participação social; 2.3. Parcerias com entidades, ONGs, associações e instituições que atu- am com o envelhecimento e/ou diretamente com pessoas idosas e demais segmentos da sociedade civil; 2.4. Órgãos públicos e secretarias responsáveis pelas políticas públicas; 2.5. Instituições de formação: escolas e universidades; 2.6. Serviços de atenção e atendimento ao público, em geral. 3. Prazos 3.1. De imediato – Ações e atividades que realizem de forma permanente e continuada, considerando-se a diversidade presente nas diferentes realidades regionais e locais e, também, levando- se em conta as diferentes expressões e condições da(s) velhice(s) brasileira. 22 Estratégia 02: Proporcionar visibilidade social e política à questão da pessoa idosa, do envelhecimento, dos direitos e cidadania. 1. De que maneira 1.1. Na urgente definição de um Plano Nacional de Mobilização para maior conscientização dos Direitos, em especial, os Direitos da pessoa cidadã idosa; 1.2. Na mobilização de toda a sociedade pela efetivação de um Dia na- cional de mobilização para tomada de consciência dos direitos, em especial, os Direitos da pessoa cidadã idosa a ser realizado sempre no dia 1 de outubro de cada ano, a partir de 1 de outubro de 2014; 1.4. No desenvolvimento de campanhas socioeducativas de incentivo na criação de espaços públicos de participação social e cidadania, principalmente, articuladas com os fóruns permanentes da pessoa cidadã idosa e conselhos de direitos da pessoa idosa existentes nos estados e municípios brasileiros, com vista ao fortalecimento desses espaços de representação direta do segmento da pessoa idosa e, em especial, na criação de Conselhos Municipais nos mu- nicípios que ainda não possuem os referidos Conselhos; 1.5. No desenvolvimento de campanhas socioeducativas sobre os Di- reitos das pessoas cidadãs idosas e no enfrentamento a todas as formas de violências, com informações qualificadas para toda a população e de modo a possibilitar o maior acesso e apropriação desses conteúdos; 1.6. Na criação de redes de informação e divulgação de temas sobre os direitos das pessoas cidadãs idosas, deabrangência nacional e internacional a ser veiculada nos diversos meios de comunicação e na mídia, de um modo geral; 1.7. Na promoção contínua e permanente de encontros, eventos, em especial, fóruns como este realizado em Bertioga, que promovam debates, reflexões e propostas sobre as questões sociais e relativas ao envelhecimento digno, cidadania e direitos, em especial aos das pessoas cidadãs idosas. 23 2. Por meio 2.1. Dos meios de comunicação e a mídia em geral; 2.2. Dos serviços de atenção e atendimento voltados para a população idosa no território nacional; 2.3. Dos conselhos (federal, estaduais e municipais), fóruns e demais espaços públicos de participação social da pessoa cidadã idosa; 2.4. Da sociedade civil organizada em entidades, associações, ONGs e instituições parceiras; 2.5. Dos órgãos públicos, em especial Secretarias das Políticas Públicas Setoriais e Secretarias Especiais voltadas para a população idosa; 2.6. Das instituições educacionais e espaços de formação formal e de atividades complementares (ACs) como Escolas e Universidades, esta compreendendo a tríade: ensino, pesquisa e extensão; 2.7. Serviços de atendimento ao público em geral e, em especial, às pessoas cidadãs idosas. 3. Prazos 3.1. De imediato – na construção de campanhas a partir de 2013. 3.2. De imediato e em curto prazo: no incentivo para definir o 1º de outubro como Dia nacional de mobilização para tomada de consciência dos direitos da pessoa idosa, e implantação em 1º de outubro de 2014; Estratégia 03: Por aclamação e em caráter de recomendação propõe-se: 1. De que maneira Continuidade dos debates e reflexões a partir deste “Fórum Sesc Bertio- ga” em desdobramentos com permanentes encontros, a fim de acompa- nhar, amadurecer e ampliar as ações e projetos recomendados no referido Fórum e de realimentar discussões, debates e propostas sobre as ques- tões relacionadas à pessoa cidadã idosa, sobre direitos e envelhecimento. 2. Por meio da Organização e reprodução de meios de contatos (lista de e-mails) dos participantes ou na criação de uma rede virtual. 3. Prazo De imediato. 24 Cenário Futuros e Perspectivas O grupo toma como aspecto a realidade projetada para as próximas décadas em que grande parte da população estará com 60 anos e mais. Desta forma, considerando as estratégias propostas pelo grupo ante- rior e considerando-se exitosos os resultados das referidas estratégias propostas, antevê um cenário futuro na concretização das expectativas e perspectivas de efetivação de políticas públicas em todos os setores da política de direitos, em especial na concretização da participação social e cidadã pelo protagonismo da pessoa cidadã idosa, em plena parceria e articulação com os demais cidadãos atuantes nos espaços públicos e com sua representação/representatividade na sociedade civil organizada compartilhando com o Estado e seus órgãos na definição de políticas, projetos e ações e com pleno exercício do Controle Social Democrático por meio do monitoramento dessas políticas e ações. Dessa forma, a população idosa/cidadã e a sociedade em seu conjunto terão atingido: • Níveis de escolaridade e de educação cidadã, em que a maioria terá completado o Ensino Fundamental; inserida no mundo digital e maior participação social cidadã nos diferentes espaços públicos de participação e de gestão da sociedade civil e das políticas públicas, convivendo em diferentes espaços intergeracionais com ações e atividades de autonomia e educação cidadã com maior politização e constituindo-se como sujeitos sociais em expressivas representações e lideranças renovadas; • Satisfatoriamente as necessidades básicas de toda a população, com atenção e atendimento das políticas públicas setoriais (educação, cultura, saúde, assistência, previdência, justiça, moradia, transporte, esporte, lazer, mobilidade urbana e social, dentre outras), e na efetivação das leis que asseguram direitos determinados tanto nas legislações nacional, estaduais e municipais quanto nos acordos e diretrizes internacionais, com a participação social e plena da sociedade civil, em que os acordos firmados constituam garantias dos direitos humanos e sociais contemplando os diferentes países e as diferentes regiões brasileiras e diferentes classes sociais; • Verdadeiro e pleno exercício democrático de controle social, com maior monitoramento, na execução das deliberações produzidas nos diferentes e permanentes espaços públicos, de debates, encontros, 25 conferências, assembleias, dentre tantas, e com avaliações constantes desses produtos e deliberações por meio de importantes indicadores; • Maior participação nos movimentos sociais (dinâmicos e renovados), com dimensões nacionais, regionais e locais – comprometida com o protagonismo dos cidadãos em parceria e articulação com os demais segmentos de trabalhadores, segmentos sociais e de direitos que compõe a sociedade civil organizada; • Uma garantia de aposentadoria pública e com remuneração digna; • Atendimento e atenção pela saúde pública de qualidade; • O pleno exercício da autonomia, direitos e cidadania em todas as idades e de todas as classes sociais; • O pleno processo de cultura cidadã, em que a Educação está fortemente comprometida com a formação e transformação de cidadãos com maior consciência de direitos e deveres, constituindo concretamente a autonomia, os direitos e a cidadania numa perspectiva emancipatória; • Experiências e ações que ultrapassam fronteiras e a intervenção urbana proporcionam visibilidade aos cidadãos para exercício de sua autonomia, seus direitos e deveres e cidadania em todos os espaços públicos e sociais; • Constituindo e desenvolvendo espaços públicos e sociais como lugares cidadãos acolhedores, de protagonização e representação; • Constantes e permanentes avaliações sobre os serviços e produtos disponibilizados a sociedade em geral e, em especial, as pessoas cidadãs idosas; • O acesso a diferentes e diversas informações qualitativamente articu- ladas e em condições de transformá-las em saberes (conhecimento); • Um nível de desenvolvimento capaz de constituir democraticamente as representações/representatividades a partir de processos e me- todologias participativas cidadãs nos diferentes espaços públicos e sociais; • O acesso e difusão nas diferentes mídias e meios de comunicação, que contemplam as pautas relacionadas à garantia de direitos das pessoas cidadãs idosas em todas as rádios e TVs, inclusive comunitárias, nos jornais de grande circulação, e demais jornais: regionais, de bairros, comunitários, nas diversas redes sociais, espaços comunitários, espaços religiosos, dentre outras; 26 • Visibilidade das condições e direitos dos diferentes segmentos cidadãos, em especial o segmento da pessoa cidadã idosa, com processos e concreta mobilização social da população – toda a comunidade – bem como, com visibilidade ao marcos legal e exercício dos direitos das pessoas cidadãs idosas, principalmente na Comemoração ao Dia internacional e nacional da pessoa idosa, em 1º de outubro de cada ano, em que se desenvolvem as ações e atividades, em todo o território nacional, na afirmação do Dia nacional de mobilização pelos direitos da pessoa cidadã idosa; • O segmento da pessoa cidadã idosa e demais segmentos da sociedade como a(u)tores, multiplicadores de reflexões críticas e afirmativas, na defesa, construção e no exercício dos plenos direitos e dos deveres de pessoas cidadãs. 27 III – Gerações e Intergeracionalidade José Carlos Ferrigno Doutor em Psicologia pela USP - Especialista em Programas Intergeracionais pela Fundación General Universidad de Granada - Autor de “Coeducação entre Gerações” e “Conflito e Cooperação entre Gerações” A preocupação atual sobre aimportância da convivência entre gera- ções vem despertando a atenção para a necessidade e oportunidade de ações que visem melhorar as relações sociais e aproximar jovens e velhos para uma relação fraterna e produtiva com vistas à transmissão e preservação da cultura, memória e história na edificação de uma “so- ciedade para todas as idades”, nova bandeira das Nações Unidas. Os valores característicos de nossos dias induzem ao consumismo, in- dividualismo, competição e discriminação, a diferentes segmentos, em especial às pessoas idosas, afetando o relacionamento dentro e fora da família, sobretudo nas grandes cidades. Como tentativas de respostas a esse quadro social, instituições públicas e privadas e demais forças sociais vem implementando os chamados programas intergeracionais, em diferentes áreas com ênfase no traba- lho, voluntariado e lazer, dentre outras. Farão parte deste debate algumas questões, tais como: qual é e qual deve ser a natureza dos programas e ações intergeracionais, onde são necessários, como planejá-los, implementá-los e avaliá-los. Alguns aspectos e elementos que devem ser considerados como com- plementares a essa reflexão são elencados a seguir. Formação e Educação Permanente 1. Desenvolver ações educativas em espaços formais e informais, como escolas e instituições culturais, sensibilizando pessoas de todas as idades para a importância do relacionamento intergeracional; 2. Estimular a presença do idoso no espaço da escola na condição de transmissor de cultura e na tutoria de alunos em programas de re- forço escolar; 28 3. Fomentar reflexões acerca do processo de envelhecimento a partir da educação básica, na perspectiva de tornar positiva a imagem do idoso, junto às crianças e adolescentes; 4. Estimular a formação de recursos humanos para o planejamento, execução e avaliação de programas intergeracionais; 5. Fomentar estudos e pesquisas na área da intergeracionalidade em todo o curso da vida e nas diversas áreas do conhecimento em nível básico, graduação e pós-graduação; 6. Desenvolver projetos de inclusão digital dos idosos visando à am- pliação de seu horizonte cultural e também para que possa melhor administrar seu cotidiano em geral, bem como sua vida financeira por meio da interação informatizada com bancos e outras institui- ções similares; 7. Valorizar o trabalhador mais velho, aposentado ou próximo da apo- sentadoria, elaborando programas em que ele tenha oportunidade de transmitir seus conhecimentos de vida e experiências profissionais aos trabalhadores mais jovens. Autonomia, Direitos e Cidadania 1. Propiciar visibilidade e promover o compartilhamento de experiências exitosas na área do envelhecimento e da intergeracionalidade; 2. Atentar para o papel da mídia na sociedade brasileira (formação de leitores críticos e usuários da comunicação) sobre as representações do envelhecimento e das relações intergeracionais; 3. Desenvolver estratégias de monitoramento e avaliação de progra- mas, projetos e atividades intergeracionais; 4. Valorizar ações intergeracionais que favoreçam os contextos sociais e culturais baseado na regionalidade e anseios de cada grupo social; 5. Considerar valores e mudanças socioculturais e os impactos nas re- lações intergeracionais, com vistas à construção de uma “sociedade para todas as idades”, conforme apregoa e recomenda a Organiza- ção das Nações Unidas; 6. Estimular a criação de Conselhos Comunitários Intergeracionais para que jovens e velhos, lado a lado e de forma solidária, possam desen- volver ações em benefício de toda a coletividade; 29 7. Estimular programas intergeracionais em defesa do meio ambiente, que tratem de reciclagem, uso adequado de energia, redução de gastos, criação de horta comunitária, entre outras ações, transcen- dendo diferenças e gerando benefícios comuns; 8. Promover a reflexão com os idosos não apenas sobre direitos, mas também eventuais privilégios geracionais em relação às outras faixas etárias, buscando a equidade, evitando a discriminação positiva e construindo a solidariedade intergeracional; 9. Trabalhar com os movimentos sociais as questões do envelhecimento e da intergeracionalidade. Trabalhar com sindicatos e conselhos de categorias profissionais a conscientização do valor da intergeracio- nalidade e das condições de vida dos aposentados; 10. Valorizar o idoso como agente de preservação da memória cultural, recuperando brinquedos e brincadeiras, atividades folclóricas, medi- cina tradicional, fitoterapia, para intercâmbio cultural e aproximação das gerações. Cuidado e Relações Sociais 1. Incentivar a solidariedade intergeracional dentro da família, a fim de desenvolver a cultura do cuidado, principalmente dos membros mais fragilizados, como crianças e idosos. Nesses esquemas de coo- peração, jovens cuidam de idosos ou idosos cuidam de crianças ou adolescentes, conforme as necessidades e capacidades de cada um; 2. Intensificar nas áreas especializadas o treinamento dos profissionais para a orientação e/ou atendimento especializado das famílias em casos de violação de direitos, a fim de proporcionar um processo de respeito e superação de conflitos intergeracionais, como os de pais e filhos e avós e netos; 3. Estimular a criação de programas e projetos com empresas admi- nistradoras de condomínios residenciais para administrar conflitos e qualificar o uso dos equipamentos e espaços comuns em benefício de todas as gerações; 4. Desenvolver ações que envolvam famílias nas intervenções comuni- tárias, propiciando, no processo de formação dos filhos, a valoriza- ção da solidariedade; 5. Sensibilizar o cuidador de idoso para a relação intergeracional que se estabelece (geralmente, esse profissional é mais jovem que seu clien- te) e para toda a riqueza na troca de conteúdos culturais presente. 30 Perspectivas para as Políticas Intergeracionais e seu Monitoramento Se contempladas as ações propostas para o desenvolvimento de re- lações solidárias e coeducativas, segundo os participantes do Fórum, teremos os seguintes cenários para os próximos anos: • No sistema educacional (formal e informal), haverá maior respeito e compreensão intergeracional em um ambiente de mútuo entendimento entre crianças, jovens, jovens adultos e adultos idosos; • As redes sociais se fortalecerão validando as ações socioeducativas intergeracionais e efetivando as políticas públicas em sua transversalidade; • As escolas deverão estar abertas à participação simultânea de todas as gerações, inclusive nos finais de semana; • As universidades deverão formar mais profissionais voltados ao envelhecimento humano, tais como geriatras, gerontólogos e demais especialistas da área; • Haverá menos discriminação etária em razão da melhor preparação corporativa para compreender a experiência dos mais velhos no mundo do trabalho; • Na mídia, haverá maior número de programas (telenovelas, jornais, programas de rádio, desenhos animados, programas de auditório, histórias em quadrinhos, revistas, blogs etc.) que abordem a intergeracionalidade e as diferentes velhices; • As diversas gerações precisarão interagir de maneira mais compreensiva por conta dos novos arranjos familiares; • Haverá relações intergeracionais mais frequentes e solidárias nos ambientes de participação social e em outros espaços compartilhados (sindicatos, movimentos sociais, conselhos, condomínios, partidos políticos, clubes, conferências etc.); • Os serviços públicos terão melhor capacidade de atendimento, não sendo necessária a prioridade legal no atendimento de idosos, respeitadas as particularidades individuais. Quanto ao monitoramento e à fiscalização da sociedade civil, os parti- cipantes consideram que poderá ser realizado por meio de conselhos, partidos, sindicatos e associaçõesem geral. 31 IV – Cuidado e Relações Sociais Karla Cristina Giacomin Médica geriatra - Doutora em Ciências da Saúde pela FIOCRUZ - Membro do Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento FIOCRUZ/UFMG e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Não se pode conceber a vida humana sem cuidados, portanto, os parti- cipantes serão instados a refletir acerca dos cuidados e relações sociais necessários a uma vida integrada e ativa. Para chegar bem à velhice, as políticas devem contemplar todo o ciclo da vida, de forma contínua e coordenada, pois não basta viver mais, mas é preciso viver bem. Isso pressupõe assegurar o fornecimento dos meios para que as pessoas possam envelhecer com dignidade. Para tanto, faz-se necessário cuidar, e é importante construir relações sociais que favoreçam o afeto, a res- ponsabilidade e a aprendizagem entre todos os envolvidos. O ato de cuidar tem sua origem no verbo latino cogitare, que significa “pensar”, “aplicar a atenção”, “refletir”, “prevenir”, “planejar”. Na saúde, o cuidado integral à saúde inclui ações de promoção, prevenção, assistência e reabilitação ao longo de toda a vida. O conhecimento e monitoramento dos principais determinantes da saúde – ambientais, econômicos, sociais e educacionais –, assim como o acesso universal aos serviços de saúde que objetivam promover o envelhecimento ativo, evitar, postergar e/ou minimizar enfermidades e incapacidades. A busca pela maior qualidade de vida e pela dignidade diante da morte perpas- sa todas estas ações. Na velhice, tomando por base a legislação vigente, o Estado, a família e a sociedade dividem a responsabilidade desse cuidado, mas os limites, os papéis e competências de cada um não estão definidos. Na prática, apenas a família é responsável. Na falta ou incapacidade desta, são o Estado e a sociedade, porém, ambos não têm assumido de fato essa responsabilidade, o que reforça uma cultura de negação e discrimina- ção da velhice em nosso país. Por meio da cultura, a sociedade se afirma – de forma consciente ou não – como passiva, reivindicativa ou participativa e se supera no refazer da solidariedade, no direito à apropriação de sua memória e da importância de seu papel transformador, em um sentido de sobrevivência, estímulo e resistência. Por isso, precisamos promover e fortalecer a cultura em 32 favor da velhice digna e da cidadania plena para pessoas de todas as idades, de cada grupo social, cultural e étnico. Assim, conseguiremos ampliar nossas perspectivas de igualdade, justiça, liberdade, diálogo, democracia, respeito e dignidade para todos os brasileiros. Dinâmica Em cada um dos momentos, após a apresentação dos presentes e dos objetivos, os participantes foram divididos em quatro subgrupos e cada um deles trabalhou a partir de duas perguntas geradoras distintas. Cada subgrupo apresentou o resultado das discussões em uma mini- plenária. Neste momento, foram feitos ajustes e reflexões pelo grupo, que resultaram nas proposições mantidas neste documento. Cada sub- grupo escolheu livremente seu redator e o grupo completo indicou dois relatores. 1º Momento: Experiências Exitosas Contribuições dos Subgrupos Neste momento, em cada um dos subgrupos, os participantes foram levados a considerar o que são, onde estão, como atuam, quais habili- dades estimulam, em que condições acontecem e qual impacto geram as experiências exitosas de cuidado e relações sociais apontadas. A - Subgrupo 1 a.1 Qual é o lugar da pessoa idosa na cultura brasileira? b.1 Como as relações sociais podem ser potencializadoras de cuidado? O grupo refletiu sobre o hábito de olhar focado para a pessoa ido- sa dependente ou com problemas de saúde e indagou-se acerca da importância de identificar experiências não focadas apenas nos problemas de saúde. Nesse sentido, os idosos ganham espaço na área da Educação, entendida em uma perspectiva ampla. É interes- sante ultrapassar o olhar focado na pessoa idosa dependente, pas- sando para uma visão desta como preservadora, mantenedora ou cuidadora da cultura, enquanto identidade cultural, reconhecendo o papel social do idoso como transmissor de valores culturais bra- sileiros. Assim, passa-se do cuidado veiculado pelas vias formais, 33 institucionais, para o cuidado protagonizado pela pessoa idosa. Em ambos os casos existem experiências exitosas que precisam ser valorizadas e resgatadas. c.1 Experiências Exitosas Relativas ao Cuidado e às Relações Sociais: 1. Experiência de formação de acompanhantes de idosos no municí- pio de São Paulo, conforme as reflexões de Ricardo Ayres2, para os idosos com grau de dependência menor (trabalho de oito horas por dia), realizado na Unidade de Referência, na Região Central da Sé, ligada à Secretaria Municipal de Saúde. Um trabalho de capacitação para assistência, mas que depois se manteve, estendendo-se para os bairros da Mooca e Santana para enfrentar seus desafios de saúde e sociais. Transformou-se em política pública, criando o papel de cuidador nos casos de deficiências ou incapacidades. Iniciou-se o tra- balho com 60 idosos, estando cada acompanhante com seis idosos. Assim, hoje existem acompanhantes/cuidadores. 2. Serviço de Assistência e Internação Domiliciar (SAID) em Campinas para atendimento de idosos residentes no município (o serviço não é exclusivo para idosos). 3. Oferta de refeições a domicílio para idosos da Região Central de São Paulo. 4. Nas regiões Norte e Nordeste existem grupos de idosos que cultivam, preservam e/ou transmitem valores da cultura regional. 5. Associação Brasileira de Apoio à Terceira Idade (ABRATI) em Can- gaíba (SP), onde os idosos fazem resgate de seus valores culturais de origem. 6. No Jardim São Lucas (Zona Sul de São Paulo): em Escolas de Educa- ção Infantil (EMEIs) colocam-se avós em contato com crianças a par- tir do relato de experiências de vida desses avós. Isso tem resultado em maior aceitação dos idosos. 7. No Colégio São Camilo, crianças do ensino fundamental estudaram o Estatuto do Idoso e criaram uma “cartilha do vovô cidadão”. 8. Experiência positiva das Universidades Abertas da Terceira Idade (UnATIs). 2 In “O Cuidado, os modos de ser (do) humano e as práticas de saúde. Revista Saúde e Sociedade v. 13, nº 3, pa 16-29, set - dez 2004. 34 B - Subgrupo 2 a.2 Quais habilidades e competências são necessárias ao cui- dado integral? • Percepção global do processo de envelhecimento: prevenção, promo- ção, tratamento e reabilitação na saúde; direitos sociais; promoção da autonomia, valorização da memória; • Protagonismo da pessoa idosa: cuidado de si, suporte social a outros idosos e aprendizado mútuo; • Trabalho intersetorial, interdisciplinar e intergeracional; • Ações de suporte ao cuidador e à família; • Atenção às relações sociais construídas ao longo da vida; • Fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários; • Ações integradas do poder público, família e comunidades; b.2 Como evitar o cuidado que maltrata? • Integralidade das políticas públicas; • Destinação de orçamento para as políticas voltadas ao envelhecimento; • Promoção de ações de experiências exitosas e pesquisas desenvolvidas na área, visando ao apoio a projetos e incorporação das políticas públicas; • Ações de cuidado ao cuidador: informações, atividades, descanso e suporte social e psicológico; • Envolvimento do poder público com ações de apoio ao cuidador em casos de sobrecarga de tarefas; • Trabalho intergeracional sobre o processo de envelhecimento em seus aspectos biopsicossociais; • Ampliação e criação de Centros-Dia (públicos, de entidades beneficentes e cooperativas); • Fortalecendo a rede de suporte social à pessoa idosa (formal e informal); • Ampla divulgação de material para detecção das diferentes formasde violência contra a pessoa idosa, por exemplo, de um manual de prevenção. 35 c.2 Experiências Exitosas Relativas ao Cuidado e às Relações Sociais: 1. UNESP: Grupo de atividades para cuidadores e familiares de pacien- tes com Alzheimer; manual para cuidadores e familiares de pacientes com Alzheimer com apoio profissional; grupo de protagonismo social (Rio Claro – SP); 2. Pastoral da Pessoa Idosa (Brasil) 3. Pastoral da Saúde (Brasil) 4. Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo: Programa de acompa- nhante de idosos; 5. Sistema Único de Assistência Social: Núcleos de convivência, visitas domiciliares a idosos beneficiários de programas de transferência de renda (Brasil); 6. USP: Envelhecer Sorrindo – cuidados com a saúde bucal (São Paulo); 7. Sesc: Projeto Cidadania Ativa (CE); Semana de Prevenção de Quedas (CE); Semana de Promoção da Saúde (CE); Projeto Sensibilização e Cuidado(CE); Oficina de Cidadania (AL); Fábrica da Criatividade/Gru- po de Voluntários (AL); Projeto Era Uma Vez. C - Subgrupo 3 a.3 Como somos cuidados? • Por meio do acolhimento em uma rede humanizada. b.3 Como situações de cuidados podem fortalecer relações sociais? • A própria dinâmica de rede humanizada faz com que as relações sociais sejam fortalecidas pelo vínculo entre seus integrantes, por meio de encontros, discussões e socializações. c.3 Experiências Exitosas Relativas ao Cuidado e às Relações Sociais: • O grupo reconheceu na experiência da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) uma experiência exitosa e um movimento de protagonismo da pessoa idosa, tendo definido como características: 36 Quem Rede de voluntários idosos que atuam como multiplicadores, cuidadores. Onde Na comunidade. Vinculada a associações, instituições e movimentos de acordo com a necessidade (saúde, empreendedorismo etc.). Como Uma gestão maior organiza a rede e o acolhimento, capacita, instrumentaliza, mobiliza, empodera e promove a autonomia para o protagonismo desse idoso. Habilidades De acordo com a área de formação profissional. Impactos Forma multiplicadores; promove autonomia; empodera; fortalece a rede de solidariedade intergeracional e intrageracional. a.4 Experiências Exitosas Relativas ao Cuidado e às Relações Sociais: NOME LOCAL ÓRGÃO EXECUTOR PÚBLICO ALVO DESENVOLVIMENTO ABRAz Brasil ABRAz Familiares e cuidadores de idosos Atividades para o cuidado a familiares e cuidadores de pessoas com quadros demen- ciais Casa do Idoso no Bairro São José dos Cam- pos (SP) Secretaria de Ação Social de Esportes e Lazer Idosos Atividades para saúde Casa de Santa Ana e Casa de Geralda Cidade de Deus (Rio de Janeiro – RJ) Voluntários Idosos Convivência Sistema Único de Assistência Social Brasil SUAS/CRAS/CREAS Idosos Núcleos de convivência e visitas domiciliares a idosos beneficiários de programas de transfe- rência de renda Extensão Universitária Rio Claro (SP) UNESP Idosos Atividades em grupo para cuidadores e familiares de pacientes com Alzheimer, manual para cuidadores e fami- liares de pacientes com Alzheimer com apoio profissional, grupo de protagonismo social. 37 Saúde Bucal São Paulo (SP) USP Idosos Envelhecer Sorrindo: cuidados com a saúde bucal Maior Cuidado Belo Horizonte (MG) Secretaria Municipal da Assistência Social Idosos com insuficiência familiar Contratação de cuidador de idosos para acompanhar idosos em suas atividades diárias (AVDs) Curso de Qualificação de Cuidado Belo Horizonte (MG) Secretaria Municipal da Saúde Profissionais da Assistência e Saúde; cuidador familiar Capacitação de profissionais da assistência e saúde nas questões gerontológicas; instituição de grupo de apoio aos cuidadores familiares com foco no cuidado Programa Acompanhan- te de Idosos São Paulo (SP) Secretaria Municipal da Saúde Cerca de 2500 idosos em situação de fragilida- de e vulne- rabilidade social Contratação de cuidador/ acompanhante para acompanhar os idosos em casa através de uma equipe especifica. O trabalho se desenvolve por meio de um plano de cuidados Trabalho Social com Idosos Brasil Sesc Idosos autônomos Promoção de ações para a socialização do idoso fisicamente independente; relações intergeracionais; gerontologia como tema transversal; protagonismo do idoso; envelhecimento ativo. Centro de Atenção e Apoio ao Idoso (CAIS) São Luiz (MA) Secretaria Municipal da Saúde Pessoas idosas fisicamente dependentes Programa de apoio domiciliar ao idoso dependente Programas de Cunho Religioso Brasil Voluntários Idosos em situação de fragilidade e vulnerabili- dade social Acompanhamento e visitação de idosos. Exemplos: Pastoral da Pessoa Idosa; Pastoral da Saúde; igrejas evangélicas, missionárias, espíritas ou de matriz africana 38 Programa Condomínio Amigo São Paulo (SP) OLHE – Ob- servatório da Longevidade Humana e Envelheci- mento Porteiros, síndicos e zeladores Capacitação de por- teiros, zeladores e comunidade moradora dos prédios onde se concentram as pessoas idosas Retiro dos Artistas Rio de Janeiro (RJ) Doações 50 morado- res artistas (circo, teatro, cinema, TV) Moradia digna para idosos por meio do desenvolvimento de atividades de recrea- ção, lazer etc. Programa de Teleassistên- cia ao Idoso Joinville (SC) Secretaria Municipal da Assistência Social 500 idosos Monitoramento 24 horas de idosos por meio de um botão de alarme Universidade Aberta à Terceira Idade Brasil Secretaria Estadual de Administra- ção; UFMA; Sesc Idosos a partir de 60 anos Programa de extensão com duração de um ano; favorece a inte- gração e inclusão dos idosos Programa de Atenção ao Idoso com Osteoporose - Prado São Paulo (SP) Universidade Federal de São Paulo – Departamen- to de Endo- -crinologia Idosos com diagnóstico de osteo- porose e osteopenia (50 idosos por grupo) Prevenção de quedas por meio de atividades físicas e educacionais para manter o equi- líbrio Curso de Cuidador de Idosos Brasil Diversos, incluindo as organizações do terceiro setor Pessoas adultas de várias faixas etárias Formação de cuidadores de idosos para o mercado de trabalho Grupos de Convivência Brasil Secretarias de Assistên- cia Social e Saúde Idosos inde- pendentes Integração social dos idosos através de atividades socioeducativas 39 2º Momento: Elementos Dificultadores Dinâmica A partir das experiências exitosas apontadas no momento anterior, os participantes debateram nos subgrupos os elementos dificultadores para a implementação de ações semelhantes. Contribuições dos Subgrupos Neste momento, em cada um dos subgrupos, os participantes foram levados a considerar o que são, onde estão, como atuam, quais habili- dades estimulam, em que condições acontecem e qual impacto geram as experiências exitosas de cuidado e relações sociais apontadas. A - Subgrupo 1 a.1 De que velhice falamos? O grupo concluiu que falamos de uma velhice em transição, portanto de velhices diversas. b.1 Fazemos o que recomendamos? Uma velhice regida por normas que nem sempre cumprimos. c.1 Elementos Dificultadores: 1. Questões relativas à cultura que percebe toda pessoa idosa como incapaz, a qual é reproduzida e fortalecida por muitos profissionais; 2. Questões relativas às políticas públicas, principalmente quanto à in-definição sobre “quem é o pai da criança?” Observa-se a compar- timentalização das politicas públicas onde deveria haver uma trans- versalidade responsável; 3. O poder do cuidar: pode-se falar em iatrogenia do cuidado quando se destitui a subjetividade e a autonomia da pessoa idosa ao cuidar; 4. Se há diferentes velhices, são necessários diferentes cuidados para com a velhice autônoma, a velhice fragilizada e a velhice doente: a) Velhice autônoma: idosos que ajudam seus filhos nos cuidados com os netos e com a casa como capital social. Novelas, filmes, mídia em geral estão mostrando as diversas velhices. O cuidado principal seria a sociabilidade; 40 b) Velhice fragilizada: estado mais introspectivo, mais vulnerável, com sentimento de fragilidade (podendo até ser física, mas o estado é caracterizado pelo sentimento). É uma questão exis- tencial que não deve ser simplesmente tratada, mas precisa de cuidados, de acompanhamento e de mais atenção, um cuidado social que deve ser promovido. Por exemplo, a capacitação de porteiros e a criação de uma rede de suporte social. c) Velhice dependente: O cuidado deve se concentrar na habilidade mantida, e não nas perdas. B - Subgrupo 2 a.2 Como promover o protagonismo da pessoa idosa? 1. Inseri-la nos processos de participação e escolha das atividades; 2. Garantir que ela tenha acesso à informação; 3. Permitir e estimular que a pessoa idosa tenha voz; 4. Ouvir as demandas que elas apresentam; 5. Valorizar seus conhecimentos. Dificuldades: Barreiras emocionais; preconceito da sociedade; bai- xa autoestima das pessoas idosas; questões histórico/culturais do papel atribuído à mulher na sociedade. b.2 Como tornar a pessoa idosa corresponsável no cuidado em saúde? 1. Compreender e fazer com que a pessoa idosa compreenda o proces- so de cuidado com a saúde vivenciado ao longo de sua vida; 2. Promover sua inserção em grupos de interesse comum para compar- tilhamento de experiências; 3. Instrumentalizar as pessoas idosas para o cuidado. Dificuldades: Complexidade do conceito de saúde; ausência de estímulos e incentivo para que a pessoa idosa se torne uma pessoa autônoma; falta de clareza no estabelecimento dos critérios do cui- dado e até onde vai o papel de cada ator responsável pelo cuidado (idoso, família, Estado e sociedade). 41 C - Subgrupo 3 a.3 Quem cuida da velhice com incapacidade? Cuidadores familiares e cuidadores profissionais. Quando não há a possibilidade de cuidado por nenhum destes, recorre-se às instituições municipais, estaduais ou particulares. Perfil desejável do cuidador (independente do gênero): que possua ao menos algumas habilidades de cuidado e que tenha certa educação para o autocuidado. b.3 Como implementar políticas de cuidado de longa duração para pessoas frágeis? 1. Proporcionando-lhes: • atendimento domiciliar, hospitais, Casas-Dia, Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs); • equipamentos de gerontotecnologia, como o tele help, um sistema de alarme a distância para pessoas idosas que vivem sozinhas acionarem em caso de necessidade. A exemplo do sistema disponibilizado pela Prefeitura Municipal de Joinville (SC); • mais recursos: apoio ao atendimento familiar, incentivo fiscal de cuidados (produtos de serviços, como fraldas, medicamentos e materiais de higiene) e orientações para o testamento vital (documento em que a pessoa registra como deseja ou não ser tratada em caso de doenças e situações incapacitantes e ou que ameacem a vida). 2. Viabilizando estudos e pesquisas sobre as questões da fragilidade que possam servir de suporte para implementação de políticas públicas. D - Subgrupo 4 a.4 Como assegurar os direitos ao cuidado da pessoa idosa ativa? As dificuldades apontadas foram: 1. a fragilidade dos Conselhos Municipais do Idoso para garantir os direitos; 2. a falta de capacitação das pessoas para participarem dos Conse- lhos do Idoso; 3. o desconhecimento do Estatuto do Idoso; 42 4. a indefinição das metas e dos objetivos dos fóruns na cidade e a maior participação da população nos fóruns, inclusive as discus- sões e direcionamentos dos temas; 5. a falta de uma maior integração entre as gerações, uma vez que existe forte isolamento e segregação; 6. seletividade das pessoas idosas quanto a suas amizades e vínculos; 7. a falta de estímulo à criação de espaços de maior convivência in- tergeracional. b.4 Como preservar relações sociais cuidadosas ao longo do curso de vida? 1. Estimular o fortalecimento das relações intergeracionais e de geração ao longo da vida; 2. Fortalecer a solidariedade entre as gerações e entre as amizades construídas ao longo da vida; 3. Trabalhar o coletivo sobre o individual; 4. Fortalecer e estimular as relações de vizinhança e os laços afetivos (familiares e de amizades); 5. Estimular o significado e a valorização do “projeto de vida” para a própria pessoa; Quem: Fórum/Conselho do Idoso (nacional, estadual e municipal). Recursos: Leis federais, estaduais e municipais, sociedades organizadas, ONGs e universidades (formação, capacitação etc.); Como: • Sensibilizar todos os cidadãos, autoridades e lideranças sociais com propostas; • Trabalhar nas escolas a gerontologia e a educação para o envelhecimento desde os cursos infantis, inclusive entre os educadores; • Utilizar a literatura para demonstrar as diversas faces do envelhecer; • Aproveitar melhor os espaços religiosos que congregam grande número de pessoas idosas; • Reconhecer a velhice marginalizada (homoafetividade, profissionais do sexo, presidiários, portadores de doenças mentais, moradores de rua, refugiados e vítimas de violência) e criar espaços de discussão para temas delicados como a finitude e o suicídio entre idosos, por exemplo. 43 3º Momento: Estratégias, Projetos e Ações Dinâmica A partir das experiências exitosas e dos elementos dificultadores apon- tados nos momentos precedentes, os participantes foram desafiados nos subgrupos a propor estratégias, projetos e ações possíveis no cená- rio atual para modificar essa situação. Contribuições dos Subgrupos Neste momento, em cada um dos grupos, os participantes foram le- vados a considerar o que fazer, quem fará, onde, como, quando e por que implementar as estratégias, projetos e ações de cuidado e relações sociais sugeridas. A - Subgrupo 1 a.1 Como fomentar estratégias de participação social? b.1 Como estimular a independência da pessoa idosa na ela- boração de projetos de seu interesse? O subgrupo debateu as questões acima e optou por lidar diretamente com os desafios apontados pelo grupo anterior. 1º Desafio: Falamos de uma velhice em transição (velhices diversas) c.1 Estratégias 1º Desafio 1. Identificar elementos dificultadores culturais, políticos e aqueles re- ferentes ao cuidado, reconhecendo o poder do cuidar e os diferentes cuidados com a: a) Velhice autônoma: idosos que ajudam seus filhos nos cuidados com os netos e com a casa como capital social. Novelas, filmes, mídia em geral estão mostrando as diversas velhices. O cuidado principal seria a sociabilidade; b) Velhice fragilizada: estado mais introspectivo, mais vulnerável, com sentimento de fragilidade (podendo até ser física, mas o estado é caracterizado pelo sentimento). É uma questão existencial que não deve ser simplesmente tratada, mas precisa de cuidados, 44 de acompanhamento e de mais atenção, um cuidado social que deve ser promovido. Por exemplo, a capacitação de porteiros e a criação de uma rede de suporte social; c) Velhice dependente: O cuidado deve se concentrar no que é conservado, e não nas perdas. 2. Romper a invisibilidade do cuidado crônico e da velhice, especial- mente a marginalizada; 3. Fortalecer a redede cuidado: cuidar do cuidador e proporcionar-lhe oportunidades de descanso e autocuidado; 4. Incluir as questões do envelhecimento e da finitude na pauta da Educação das pessoas de todas as idades; 5. Ao cuidar, olhar para a pessoa e não para a doença dela; 6. Discutir a “escolha” do atendimento domiciliar, muitas vezes ditada apenas pelo fator econômico; 7. Reconhecer a insuficiência familiar como situação que merece cuidado. Ações 1.Desenvolvimento de campanhas de esclarecimento sobre as diferentes velhices para a mídia; veicular programas em todos os meios de comunicação, utilizando os recursos dos fundos destinados aos idosos, para promover a compreensão, o respeito e mudanças de atitude em face das questões culturais acerca da velhice e do envelhecimento; 2. Efetivação do que estabelece o Art. 22 do Estatuto do Idoso, que determina a inclusão de conteúdos relacionados à gerontologia nos currículos mínimos dos diversos núcleos de ensino, por meio de estratégias que envolvam os conselhos de controle social e o Ministério Público; 3. Estímulo às pessoas idosas a formularem e acompanharem os programas para assegurar a continuidade das conquistas (como o requerimento à RPDI – Rede de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa – do Centro de São Paulo para introdução do serviço Centro-Dia na região da Sé); 4. Estímulo à participação das pessoas idosas nos conselhos, fóruns, conferências e debates, a partir da politização dos segmentos, por meio de grupos, associações e outros movimentos sociais. 45 2º Desafio: a falta de responsabilização pela política do cuidado O grupo reconheceu que essa falta de responsabilização pela política do cuidado reflete a falta de responsabilização pela Política do Idoso nos três níveis de gestão. c.1 Estratégias 2º Desafio 1. Exigir de órgãos do sistema de garantias (Ministério Público, Defen- soria Pública, Poderes Judiciário e Executivo) a urgente implementa- ção da política do cuidado, envolvendo os conselhos, fóruns e a so- ciedade civil (SBGG, ABRAz, ANG, Pastoral da Pessoa Idosa, ONGs); 2. Acompanhar a elaboração das leis orçamentárias e planos plurianu- ais com a proposta de contemplar políticas do cuidado, envolvendo os conselhos, fóruns e a sociedade civil (SBGG, ABRAz, ANG, Pasto- ral da Pessoa Idosa, ONGs); 3. Promover a criação de Centros-Dia em todos os municípios para ga- rantir a participação social, autonomia e independência da pessoa idosa, assim como a formação continuada dos familiares e profis- sionais. Programas 1. Instituir programas de esclarecimento sobre envelhecimento e cuida- do nas salas de espera dos ambulatórios públicos com profissionais da equipe interdisciplinar; 2. Desenvolver programas permanentes de capacitação de cuidadores de idosos, pelo poder público, com carga horária adequada. B - Subgrupo 2 a.2 Como assegurar condições dignas de cuidado na família de quem tem idosos frágeis? b.2 Como tornar o Estado corresponsável pelo cuidado da pessoa idosa? 46 c.2 Estratégias 1º Desafio Em um cenário possível: Considerando os serviços públicos existentes na rede de saúde e de assistência social e a partir da articulação das equipes multidisciplinares de atenção básica da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e da Assis- tência Social (CRAS), haveria a identificação das condições socioassis- tenciais e econômicas da família que possui idosos frágeis. Após essa identificação, a família passaria a ser acompanhada por uma equipe multiprofissional em atendimento domiciliar (CREAS/Saúde) e capaci- tada para o cuidado domiciliar do idoso. Como suporte ao cuidado, a equipe também precisaria acompanhar a saúde física, psicológica e social do cuidador domiciliar. Em um cenário ideal: Paralelamente a isso, a partir de uma avaliação socioeconômica realiza- da pela equipe do CRAS, para ajudar na manutenção deste cuidado no âmbito da família, o cuidador domiciliar passaria a receber um benefício em um valor correspondente a 25% da renda percebida pela pessoa idosa. c.2 Estratégias 1º Desafio 1. Garantia de subsídio financeiro às famílias que desejam manter e assumir o cuidado da pessoa idosa no domicílio, acompanhado da oferta de capacitação para qualificar o(s) cuidador(es); 2. Acompanhamento multidisciplinar para o cuidador domiciliar e o monitoramento de como está se dando o cuidado no domicílio; 3.Articulação das políticas de assistência social e saúde nos atendimentos das ILPIs. As ILPIs não podem continuar sendo uma política exclusiva da assistência social e urge a atuação conjunta da saúde e de outras políticas. 47 C - Subgrupo 3 a.3 Como superar a discriminação da pessoa idosa pela socie- dade e pelo Estado? b.3 Como promover uma velhice com a qual a sociedade quei- ra se identificar? c.3 Estratégias 1º Desafio 1. Conhecer a realidade das ações locais existentes, por meio de um mapeamento (parceiros, recursos). O Quê? Um processo de mapeamento da população idosa. Quem? Governo estadual ou entidades municipais. Onde? Nos municípios. Quando? Em um momento inicial, para o planejamento das ações; depois, para manutenção do processo. Como? Por meio de um questionário a ser aplicado pelo poder pú- blico e entidades privadas sobre as ações existentes para a pessoa idosa. Por Quê? Para conhecer a realidade das comunidades, mapear os parceiros, identificar as necessidades e subsidiar e desenvolver as próximas ações. c.3 Estratégias 2º Desafio 1. Desenvolver ações de sensibilização e intergeracionais em diversas linguagens. O Quê? Oficinas e atividades artísticas, recreativas, físico-esportivas, intergeracionais. Para Quê? Valorização do saber e das experiências das gerações, coeducação. Quem? Educadores em geral: das escolas, de ONGs, do poder pú- blico. 48 D - Subgrupo 4 a.4 Como integrar a perspectiva do envelhecimento ao proje- to de vida dos brasileiros? b.4 Como otimizar o uso do tempo na velhice em favor da autorrealização? c.4 Estratégias 1º Desafio Mesmo em um processo visando resultados em dez ou vinte anos, é preciso: 1. Começar imediatamente um trabalho de base nas escolas – edu- cação com participação da família e de educação não formal para crianças e jovens. Quem? Educadores e demais profissionais que atuam nas diferentes políticas públicas, serviços, entidades ou organizações de atenção à pessoa Idosa. 2. Para os idosos novos – reinserção no mercado de trabalho, estudos variados, participação em trabalhos de grupos comunitários, desper- tar dons ou talentos. Onde? Entidades que realizam trabalho social com idosos (Ex: Sesc SP, Sesc Palmas etc.). Nas empresas, o setor de Recursos Humanos deve preparar os fun- cionários para um futuro de aposentadoria. Como? Planejamento orçamentário, plano de aposentadoria, pers- pectivas de futuro, planos de carreira. Por Quê? Autorrealização, autoconhecimento, convivência, valori- zação, descoberta de potencialidades. Onde? ONGs, comunidades, associações de bairros, empresas etc. 49 c.4 Estratégias 2º Desafio 1. Fortalecer as UnATIs – Universidades Abertas da Terceira Idade. 2. Buscar parcerias com empresas/organizações que já desenvolvem trabalhos intergeracionais, de otimização de tempo e de valorização pessoal, trabalhos com grupos, oficinas de estímulos e terapia com- portamental. Objetivo: Autorrealização, autoconhecimento, convivência, valo- rização, descoberta de potencialidades, troca de experiências e de saberes. Parceiros: Sebrae, Senac, Sesc, ONGs e outros 50 Resultado Definido na Miniplenária Durante o debate na miniplenária, os participantes concordaram em agrupar as estratégias propostas por categorias: 1. Estratégias socioeducativas para promover: a. a participação cidadã da pessoa idosa; b.
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