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P E R S P E C T I VA S PARA AÇÕES JUNTO AO CIDADÃO IDOSO CARTA DE BERTIOGA

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P E R S P E C T I VA S 
PA R A A Ç Õ E S 
J U N T O A O 
C I D A D Ã O I D O S O
C A R TA D E B E R T I O g A
F ó r u m
P E R S P E C T I V A S 
P A R A A Ç Õ E S 
J U N T O A O 
C I D A D Ã O I D O S O
C a r ta d e B e r t i o g a
Documento elaborado durante o Fórum 
realizado em 2013, oportunidade na qual 
se comemorou os 50 anos do Programa 
Trabalho Social com Idosos.
2
Dentre os temas mais complexos do mundo contemporâneo, 
por conta dos seus impactos e desdobramentos socioeco-
nômicos, encontra-se a questão do envelhecimento popu-
lacional. No Brasil, a despeito das avaliações mais recentes, 
especialmente em virtude dos desequilíbrios previdenciários, 
o que vem ocorrendo é uma mudança de paradigma: os ido-
sos têm confrontado sua invisibilidade social para reivindicar 
melhores condições de vida e de participação, interferindo 
nas previsões e planificações para o futuro.
O futuro anunciado desde sempre se faz agora. Conscientes 
da importância das suas contribuições e, também, das de-
mandas e necessidades de políticas públicas que atendam 
as várias gerações de idosos, especialistas, profissionais em 
gerontologia e geriatria e militantes das lutas pelos direitos 
dos idosos vêm procurando se articular em redes para con-
cretizar um ambiente mais saudável e acolhedor para todos 
os velhos, e não somente para aqueles que tenham condi-
ções financeiras, políticas ou sociais de exigir tal tratamento 
das autoridades.
Em 1963, o Sesc São Paulo foi pioneiro na perspectiva de 
discutir, pensar e implantar programas, além de incentivar a 
criação de políticas públicas para a população idosa. Além 
disso, de forma propositiva, criou e desenvolveu programas 
para outras faixas etárias nas áreas de saúde, educação, lazer 
e cultura, como exemplificam o Turismo Social, Curumim, Es-
porte Criança, Esporte para Idosos, Mesa Brasil, Juventudes, 
Sesc Gerações, entre outros. Foram experiências inovadoras 
no sentido de oferecer alternativas e modelos para minimizar 
problemas de interesse social.
FÓRUM PERSPECTIVAS 
PARA AÇÕES JUNTO AO 
CIDADÃO IDOSO
3
Ao completar 50 anos do Trabalho Social com Idosos, tem-se 
várias razões para comemorar e outras tantas preocupações 
ainda embaçando o horizonte. O Fórum “Perspectivas para 
Ações junto ao Cidadão Idoso” se insere como um evento 
de caráter reflexivo e propositivo para aprofundar questões 
importantes que se referem ao acelerado processo de enve-
lhecimento brasileiro. Foram as vozes e expectativas desse 
grupo que se pôde auscultar neste encontro e encaminhá-las 
de forma organizada com este documento alinhavado por 
muitas mãos: profissionais do Sesc, pesquisadores, lideranças 
de movimentos de associações de idosos, entre outros.
Neste sentido, a mobilização em fóruns de reflexão e debate 
abrem brechas importantes na estrutura de acesso a um en-
velhecimento digno, com condições adequadas e qualifica-
das para o bem viver, direito inalienável de todo ser humano 
em qualquer fase da vida. 
Os documentos aqui condensados registram os múltiplos ca-
minhos trazidos para discussão, fruto da militância e engaja-
mento de profissionais e cidadãos que agem em defesa da 
cidadania plena das pessoas idosas. Estes ideais revigoram, 
orientam e estimulam as ações do Sesc São Paulo.
Danilo Santos de Miranda
Diretor Regional do Sesc São Paulo
4
5
Estratégias, 
Projetos e Ações 
Sumário
Apresentação 
6
Objetivos 
9 Tema Geral 9
Dinâmica 
do Fórum 
10
Plenária 
Final 
59
Os Eixos 
Temáticos 
11
O 
Funcionamento 
em cada Grupo 
de Trabalho 
11 Relatoria 
Geral 
12
Resultado 
Definido na 
Miniplenária 
50
Formação 
e Educação 
Permanente 
15
Autonomia, 
Direitos e 
Cidadania
19
Gerações e 
Intergeracionalidade 
27
Cuidado e 
Relações Sociais 
31
Fórum Perspectivas 
para Ações Junto ao 
Cidadão Idoso 
9
Síntese da 
Programação 
12
6
Apresentação
O contexto em que vivemos neste 2013 é de um acelerado 
envelhecimento populacional no Brasil e na maioria dos países 
de todo o mundo. Há 50 anos, o cenário brasileiro era bem 
diferente. Compartilhava-se a ideia de uma nação jovem, já 
que os velhos não constituíam mais que 4% da população. O 
Sesc percebeu que, nos anos 1960, para muitos trabalhado-
res a aposentadoria representava quase que um decreto de 
solidão e ociosidade e que, portanto, era preciso fazer algo. 
Assim, em setembro de 1963, teve início um processo que 
constituiu o programa Trabalho Social com Idosos. A partir 
de um começo discreto com atividades recreativas, tais como 
festas de aniversário e jogos de salão, o programa cresce e se 
diversifica. Cursos, oficinas, encontros regionais e nacionais 
congregando milhares de idosos para a discussão de inúme-
ros temas sociais, se sucederam. Uma extensa programação 
cultural e artística nas áreas de música, teatro, literatura, es-
portes, entre muitas outras, vem atendendo a um público 
idoso cada vez mais exigente e ávido de conhecimento.
Ao longo de cinco décadas, assistimos ao surgimento de 
novas propostas de como viver a velhice. O desenvolvimen-
to da ciência e da tecnologia, o maior acesso à informação 
em uma sociedade cada vez mais globalizada, a formação 
de lideranças de idosos estimulada por gerontólogos, insti-
tuições socioculturais e trabalhadores sociais, foram fatores 
decisivos para a construção de uma imagem mais digna do 
envelhecimento.
A constatação de todas essas transformações positivas não 
deve, todavia, obscurecer a percepção das persistentes desi-
gualdades sociais no Brasil caracterizadas por carências ma-
teriais e preconceitos etários que atingem intensamente os 
idosos. O Estatuto do Idoso solidificou um longo processo de 
lutas em prol da cidadania e da qualidade de vida na idade 
avançada. Trata-se de uma lei abrangente e bem formulada, 
mas que nem sempre é respeitada. Por isso, prossegue sen-
do necessária a mobilização de recursos em direção ao de-
7
senvolvimento de políticas públicas que busquem beneficiar 
não apenas os idosos do presente, mas também as próximas 
gerações. Com essa perspectiva o Sesc, ao comemorar os 
50 anos de seu programa pioneiro junto à Terceira Idade, 
deixa clara sua firme determinação de caminhar ao lado de 
todos que se empenham por melhores condições de existên-
cia àqueles que deram e prosseguem dando sua parcela de 
contribuição para a construção do mundo em que vivemos. 
Neste documento, apresentamos o consolidado dos tra-
balhos desenvolvidos durante o Fórum “Perspectivas para 
Ações junto ao Cidadão Idoso”, realizado nas dependências 
do Sesc Bertioga, de 8 a 11 de setembro de 2013.
Durante este evento de caráter reflexivo e propositivo, profis-
sionais e estudiosos da gerontologia, técnicos do Sesc, gesto-
res de grupos, associações e instituições, militantes das lutas 
pelos direitos de idosos, e pessoas idosas que atuam nos mo-
vimentos sociais estiveram reunidos para discutir e aprofun-
dar questões importantes que se referem ao envelhecimento 
em seu aspecto demográfico, mas também, à cidadania e à 
garantia de direitos na velhice brasileira.
Reconhecidos na condição de lideranças na área, em função 
da experiência e sensibilidade a essa causa em suas trajetó-
rias pessoal e profissional, eles são signatários e coautores do 
documento-síntese deste Fórum.
As discussões foram subsidiadas por documentos e orienta-
das por perguntas ou atividades deflagradoras, em torno de 
quatro eixos temáticos: 
I - Formação e Educação Permanente; 
II- Autonomia, Direitos e Cidadania; 
III- Gerações e Intergeracionalidade; 
IV- Cuidado e Relações Sociais.
A dinâmica dos trabalhos e os resultados foram aqui regis-
trados de modo a divulgar estratégias para a construção de 
perspectivas favoráveis para o envelhecimentobrasileiro.
8
9
Fórum PersPectivas 
Para ações Junto ao 
cidadão idoso
Como parte da celebração pelos 50 anos do Programa Tra-
balho Social com Idosos do Sesc, este Fórum significou um 
amplo e democrático encontro de diversas lideranças sensí-
veis e experientes, e de fomento ao respeito e à defesa da ci-
dadania plena das pessoas idosas, para a garantia de direitos; 
a definição de prioridades na elaboração dos planos de ação 
dos Municípios, Estados ou do Governo Federal; a melhoria 
do acesso e da qualidade dos serviços ofertados à população 
idosa; a partir de ações de responsabilidade dos principais 
envolvidos: o Estado e a sociedade brasileira.
objetivos 
• Valorizar as contribuições sociais do cidadão idoso na 
contemporaneidade;
• Reconhecer as ações exitosas atuais;
• Propor novas formas de inclusão social das gerações mais 
velhas;
• Promover o convívio e a aprendizagem intergeracional;
• Integrar os múltiplos saberes e práticas envolvidas;
• Debater os principais desafios para sensibilizar, mobilizar 
e atuar em favor dos direitos e da cidadania plena da 
pessoa idosa; e
• Propor ações coordenadas.
tema Geral 
Pensar perspectivas positivas acerca da cidadania na velhice 
no Brasil e celebrar os 50 anos de atuação do Sesc junto ao 
público idoso, os 25 anos de promulgação da Constituição 
Federal de 1988 – a Constituição cidadã – e os 10 anos do 
Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003). 
10
dinâmica do Fórum
A formação dos grupos de trabalho considerou o número e 
a heterogeneidade de participantes, de modo a garantir um 
olhar multidisciplinar e uma maior diversidade sociocultural. 
A metodologia privilegiou quatro Eixos Temáticos:
• Formação e Educação Permanente
• Autonomia, Direitos e Cidadania
• Gerações e Intergeracionalidade
• Cuidado e Relações Sociais
Cada grupo contou com um mediador participante da Co-
missão Organizadora; um técnico de apoio do Sesc; um re-
dator do Sesc e dois relatores definidos entre os participantes 
do Fórum. Visando assegurar a heterogeneidade geográfica 
e interdisciplinar foram distribuídos, em quatro momentos 
(Figura 1).
Figura 1 – Dinâmica do Fórum
GT 1 GT 2 GT3 GT4
Etapa/Eixo
Formação 
e Educação 
Permanente
Autonomia, 
Direitos e 
Cidadania
Gerações e 
Intergeracio-
nalidade
Cuidado e 
Relações 
Sociais
Experiências 
exitosas
Discussão em 
4 subgrupos
Discussão em 
4 subgrupos
Discussão em 
4 subgrupos
Discussão em 
4 subgrupos
Miniplenária Miniplenária Miniplenária Miniplenária
Elementos 
dificultadores
Discussão em 
4 subgrupos
Discussão em 
4 subgrupos
Discussão em 
4 subgrupos
Discussão em 
4 subgrupos
Miniplenária Miniplenária Miniplenária Miniplenária
Estratégias, 
Projetos, Ações
Discussão em 
4 subgrupos
Discussão em 
4 subgrupos
Discussão em 
4 subgrupos
Discussão em 
4 subgrupos
Miniplenária Miniplenária Miniplenária Miniplenária
Inclusão cida-
dã, Perspecti-
vas, Monitora-
mento
Discussão em 
4 subgrupos
Discussão em 
4 subgrupos
Discussão em 
4 subgrupos
Discussão em 
4 subgrupos
Miniplenária Miniplenária Miniplenária Miniplenária
PLENÁRIA 
FINAL
DEFINIÇÃO DO TEXTO-SÍNTESE DO FÓRUM
11
As proposições e sugestões foram registrados pelas respecti-
vas equipes de relatoria.
Primeiro momento: eXPeriÊncias eXitosas – cada gru-
po debateu e apresentou exemplos e sugestões de pontos 
positivos e avanços conhecidos passíveis de ser replicados, 
evidentemente de forma contextualizada, para favorecer a 
cidadania plena na velhice.
Segundo momento: desaFios – ao chegar a esta etapa, 
diante das experiências exitosas reconhecidas e deixadas pe-
los participantes do grupo anterior, o grupo seguinte identi-
ficou os elementos dificultadores a serem superados para a 
concretização da cidadania plena na velhice.
Terceiro momento: estratÉGias, ProJetos, ações – a 
participação nesta etapa buscou pensar de modo estratégi-
co a atuação coordenada em todas as oportunidades para o 
fortalecimento dos avanços e a superação dos desafios para 
aquele Eixo. 
Quarto momento: PersPectivas Para a reaLidade Bra-
siLeira – diante dos desafios anteriormente identificados 
pelos participantes, foram vislumbrados prováveis cenários 
futuros para a população brasileira, idosa ou não, em se 
mantendo o contexto atual, bem como o que precisará ser 
feito para a implementação e acompanhamento das estraté-
gias e ações propostas. 
os eixos temáticos
Os grupos de trabalho trataram de quatro eixos temáticos 
que se interpenetram e se articulam, contemplando a inter-
disciplinaridade, intersetorialidade e intergeracionalidade. 
o Funcionamento em cada Grupo de trabalho
Quatro subgrupos foram formados. Após o momento de de-
bate, cada subgrupo submeteu seu relato à miniplenária para 
eventuais ajustes.
12
relatoria Geral
Uma equipe de relatores coordenada pela Comissão Orga-
nizadora do Fórum ficou responsável pela consolidação das 
deliberações dos grupos de trabalho e pela preparação dos 
textos levados à plenária final.
síntese da Programação 
DOMINGO - DIA 8 DE SETEMBRO DE 2013
Horário Atividade/Local
15h Traslado para Bertioga 
17h30 - 18h30 Acolhida e credenciamento
18h30 - 19h30 
Lanchonete: 
• Cerimônia de Abertura do Fórum 
• Apresentação da Dinâmica do Evento
20h - 21h Check-in
21h - 23h Jantar e Apresentação Musical 
DIAS 9 E 10 DE SETEMBRO DE 2013
Horário Atividade/Local
7h30 - 8h30 Café da manhã
9h - 12h30
Distribuição dos participantes nas salas de Grupos de Trabalho 
correspondente as cores do Eixo Temático
Sala 1 Sala 2 Sala 3 Sala 4
GT Formação 
e Educação 
Permanente
GT Autono-
mia, Direitos 
e Cidadania
GT Gerações 
e Intergera-
cionalidade
GT Cuidado 
e Relações 
Sociais
9h - 9h30 Metodologia e Contextualização
9h30 - 10h30 Discussão em subgrupos a partir de perguntas geradoras
10h30 -11h Relatoria do GT
11h - 12h30 Miniplenária
12h30 - 14h Almoço
14h30 – 15h Metodologia e Contextualização
15h - 16h Discussão em subgrupos a partir de questões geradoras
16h - 16h30 Relatoria do GT
16h30 - 18h Miniplenária
18h - 20h Jantar
19h30 - 21h30 Reunião da Equipe de Relatoria
13
QUARTA-FEIRA - DIA 11 DE SETEMBRO DE 2013
Horário Atividade/Local
7h30 - 8h30 Café da manhã
10h - 12h30
Convenções: 
• Conversa com o autor - Revista Sinais Sociais nº 22 - Carlos 
Eugênio Soares de Lemos, Lucia Helena França e Myriam 
Moraes Lins de Barros
• Lançamento do Livro “Conflito e Cooperação entre 
Gerações”, de José Carlos Ferrigno
12h30 - 14h Almoço
14h30 - 17h
Convenções: 
• PLENÁRIA FINAL - Discussão do Texto Final e 
Encerramento
QUINTA-FEIRA - DIA 12 DE SETEMBRO DE 2013
Horário Atividade/Local
9h Check-out e retorno a São Paulo
14
ESTRATéGIAS, 
PROJETOS E 
AÇÕES PARA 
15
I – Formação e Educação Permanente
Ruth Gelehrter da Costa Lopes
Psicóloga - Doutora em Saúde Pública pela USP - Docente 
do Programa de Estudos Pós-Graduados em Gerontologia 
e do Curso de Psicologia - PUC-SP - Supervisora na Clínica-
-Escola Atendimento em Grupo a Idosos 
A educação é um processo imprescindível para melhoria das condições de 
vida dos indivíduos e da sociedade, possível de se materializar em diversas 
políticas, programas e ações educativas, articuladas e complementares, 
nos diferentes setores e áreas. 
Uma vez que a ação educativa pode ser de distintas naturezas e entendida 
como um processo de assimilação e transmissão das tradições e valores 
culturais, implica a troca de saberes e experiências entre as gerações. A 
ideia é que a educação possa ser realizada ao longo da vida, e, em es-
pecial, pelas pessoas idosas. Para isso, devem-se considerar as ações de 
inclusão e participação social para ampliaçãode consciência, organização 
social e cidadania. Alguns dos aspectos e elementos que devem ser consi-
derados como complementares a essa reflexão são:
• Alfabetização e educação para adultos;
• Acesso a disciplinas e/ou cursos de graduação;
• Pós-graduação e atualização profissional no campo do 
envelhecimento;
• Universidades abertas da terceira idade;
• Participação de pessoas idosas em escolas e programas educativos 
com estudantes em diferentes níveis de escolarização;
• Novas formas e alternativas de educação; o lúdico e diferentes 
expressões socioeducativas, desportivas e culturais;
• Inclusão digital, acesso a redes sociais e novas tecnologias;
• Programações especiais (artísticas, culturais, informativas etc.) nos 
meios de comunicação;
• Formação e qualificação para o cuidador e cuidadores;
• Educação presencial e a distância; dentre outras;
• Sensibilização e habilitação para a participação em órgãos de 
defesa de interesse dos idosos. 
Após o levantamento das etapas “Experiências exitosas” e “Desafios”, 
chegamos às etapas “Estratégias, Projetos, Ações” e “Perspectivas para 
realidade brasileira”, as quais relatamos a seguir.
16
I - Estratégias / Projetos / Ações
Promover; Implementar; Incentivar; Estimular; Ampliar; Fortalecer:
1. Capacitação a profissionais de diversas áreas do conhecimento sobre 
o processo de envelhecimento e longevidade na perspectiva do 
desenvolvimento humano para: inserção e qualificação no mundo de 
trabalho; empreendedorismo social (ações sociais/negócios sociais); 
cooperativismos; ações voluntárias; elaboração de projetos de vida, 
visando resgatar talentos; sindicatos, associações, conselhos de 
categorias profissionais; interação social em plataformas virtuais.
2. Parcerias entre instituições públicas e privadas para otimizar recursos 
(humanos, financeiros, físicos) para investimento na educação 
permanente, por meio de debates e fóruns civis contínuos.
3. Iniciativas de educação não formal com oferta de espaços, 
equipamentos e serviços adequados ao desenvolvimento social 
e cultural, a serem partilhados com outras gerações, utilizando 
linguagens artísticas e expressões regionais como facilitadoras do 
processo de coeducação entre gerações.
4. Movimentos de articulação entre Conselhos de Idosos (nacional, 
estaduais e municipais), universidades, mídia e sociedade civil, com 
o objetivo de debater, dar visibilidade e formar recursos humanos 
sensíveis às peculiaridades do processo de envelhecimento visando 
ressignificar as diferentes velhices.
5. Espaços urbanos educacionais inspirados nos 20 princípios do projeto 
Cidade Educadora apoiado pela UNESCO.
6. Resolução por parte do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso 
em conjunto com os Conselhos Nacionais de Saúde, Assistência 
Social e Educação contendo parâmetros a serem observados para a 
formação de Cuidadores (conteúdo mínimo, carga horária teórico-
prática, certificação, fiscalização e políticas de amparo ao cuidador).
7. Resolução por parte do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso 
contendo parâmetros a serem observados para uma capacitação 
qualificada dos conselheiros sobre o processo de envelhecimento e 
longevidade na perspectiva do desenvolvimento humano. 
8. Linha de financiamento dentro do Fundo Nacional do Idoso (Lei 
12.213/2012) para qualificar conselheiros, lideranças e gestores do 
Fundo destinado a esse fim. 
9. Criação de Diretrizes Curriculares Nacionais voltadas para o 
envelhecimento e a longevidade nos fluxogramas curriculares dos 
17
cursos de graduação, seguindo exemplos existentes: Educação das 
Relações Étnico-raciais, Ensino de História e Cultura Afro-brasileira 
e Africana (Resolução CNE/CP N. 01 de 17 de junho de 2004) e 
Políticas de Educação Ambiental (Lei Federal n. 9.795, de 27 de 
abril de 1999 e Decreto Federal Nº 4.281 de 25 de junho de 2002); 
a fim de inserir conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, 
ao respeito e à valorização da pessoa idosa, como prediz o Art. 22 
do Estatuto do Idoso (Lei 10.741 de 1º de outubro de 2003), que 
inclui também os conteúdos desde a educação infantil, o Ensino 
Fundamental e o Ensino Médio para preparar estudantes quanto 
ao trabalho com idosos e seu próprio processo de envelhecimento.
10. Linhas de pesquisa em agências de fomento focadas no processo de 
envelhecimento e longevidade na perspectiva do desenvolvimento 
humano em relação à formação e educação permanente, lembrando 
o papel da Universidade brasileira neste processo: parceira, 
produtora de conhecimento e formadora de recursos humanos. 
11. Educação de Jovens e Adultos (EJA) em todos os municípios.
12. Práticas culturais que utilizem linguagens artísticas diversas, 
seguidas de debates.
13. Parcerias entre as instituições públicas, privadas e terceiro setor 
em nível federal, estadual, municipal que estimulem fóruns de 
discussão e integração da pessoa idosa nas diversas classes sociais. 
14. Capacitação dos componentes dos Conselhos da Pessoa Idosa 
para que possam ter maiores subsídios técnicos para participar e 
contribuir na elaboração, implementação e monitoramento das 
políticas públicas.
15. Formação de educadores para atender à população idosa em todas 
as sequências de estudo.
16. Criação de material didático (livros, DVDs, programas digitais, 
aplicativos, games etc.) com temas variados das questões do 
envelhecimento humano para todas as faixas etárias durante a 
escolarização e educação permanente. 
17. Programa Brasil Alfabetizado.
18. Centros de Convivência como espaços de cidadania.
19. Atividades socioeducativas desenvolvidas no Sesc. 
20. Divulgar e compartilhar ações voltadas para a pessoa idosa.
21. Difusão ampla e acessível dos direitos dos idosos
22. Criação de Conselhos Intergeracionais.
18
II - Para a Construção de um Cenário Favorável em Curto 
Prazo e de Forma Permanente, há que:
Criar; Ampliar; Fortalecer; Compartilhar; Implantar; Divulgar; 
Construir; Elaborar; Capacitar; Controlar; Efetivar; Articular; Dotar:
1. Controle social por meio dos conselhos, audiências públicas, canais 
institucionais, organização da população capacitada em prol da 
causa da pessoa idosa;
2. Cultura de monitoramento e avaliação na área da Educação 
Permanente com definição de indicadores qualitativos e quantitativos 
com a participação de todos os envolvidos;
3. Estratégias de apoio a pesquisas e criação de instrumentos para um 
diálogo entre a produção de conhecimentos e as políticas públicas;
4. Projetos já existentes, seguindo as etapas: mapear as demandas; 
contatar os possíveis parceiros; estruturar e alimentar uma rede; 
replicar;
5. Conselhos e outros espaços de representação;
6. Meios virtuais, tradicionais (rádio, rádio comunitária, jornal), 
articulados com os Conselhos dos Idosos para inserção de temas 
pertinentes;
7. Conselhos Municipais em todos os municípios, com nova composição 
para representação dos idosos (50%) e com processo de eleição 
para compor os membros (não por indicação);
8. Verba para Conselhos de Idosos (espaço físico, infraestrutura, 
equipamentos);
9. Conselhos do Idoso trabalhem articuladamente com outros conselhos 
para garantir a intersetorialidade, possibilitando que assuntos 
relacionados ao idoso e especificidades das diversas velhices sejam 
garantidos em todas as esferas;
10. Casas dos Conselhos (otimizar espaços e equipamentos, propiciando 
ações multissetoriais);
11. Câmaras setoriais dentro do conselho, para que se amplie o número 
de participantes;
12. Conselheiros e sociedade em geral;
13. Artigo 22 do Estatuto, junto ao MEC, por meio de: Carta Manifesto; 
criação de um “Observatório”; participação dos Conselhos; 
adequação das grades curriculares, com a inclusão desses 
conteúdos.
19
II – Autonomia, Direitos e Cidadania
Serafim Fortes Paz
Doutorem Educação (Gerontologia) UNICAMP/SP - Profes-
sor Associado II - Universidade Federal Fluminense - Coor-
denador e Pesquisador sobre Envelhecimento do Núcleo de 
Pesquisa e Extensão em Políticas Públicas, Espaços Públicos 
e Serviço Social
Considerando-se as bases que fundamentam as práticas de respeito 
humano e de uma sociedade que seja capaz de se construir livre, jus-
ta e solidária e, também, fortalecida na perspectiva de uma cidadania 
emancipatória, pautada no respeito e defesa intransigente dos Direitos 
Humanos, dos direitos sociais e dos direitos da pessoa idosa;
Levando-se em conta o marco legal dos Direitos da Pessoa Idosa (Cons-
tituição, legislação setorial específica da seguridade social), e, princi-
palmente, a Lei nº 8.842/94 (PNI e Conselho Nacional do Idoso) e Lei 
nº 10.741/03 (Estatuto do Idoso), buscar possíveis caminhos para se 
construir uma pessoa idosa cidadã. Para isto, é preciso pensar e propor 
ações e atitudes que superem os traços da tradicional cultura política 
(patrimonialismo, burocratismo, clientelismo, personalismo, dentre ou-
tros) e os traços tutelares, discriminatórios e preconceituosos que geram 
violação dos direitos e violência, associada à pobreza e desigualdades 
sociais, que retardam processos de autonomia, de participação social, 
protagonismo e conquista da liberdade e dignidade da pessoa idosa.
Considera-se a importante e necessária articulação com outros movi-
mentos sociais identificados por setores das políticas sociais: trabalho, 
saúde, educação, moradia, transportes, assistência, etc e dos segui-
mentos sociais por direitos (crianças, adolescentes, mulheres, raça, 
etnia, pessoas com deficiência, grupos de orientação sexual diversa: 
lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros, dentre 
outros), pela implantação de políticas públicas e ações de enfrentamen-
to a violação e violência: viabilização da participação social e controle 
social democrático; fortalecimento de ações e propostas para que haja 
um Estado de fato democrático e mais responsável na efetivação de 
direitos para todos.
20
Estratégias (projetos e ações) 
Os participantes desse Grupo decidiram trabalhar com duas Grandes 
Estratégias, estreitamente vinculadas, interdependentes e intrinseca-
mente articuladas. Propuseram uma terceira estratégia deliberada por 
aclamação pelos participantes.
Estratégia 01: Educação continuada/permanente em 
cidadania participativa.
Esta estratégia estará voltada principalmente para a população ido-
sa, porém faz-se necessário maior envolvimento das demais gerações 
e segmentos da sociedade, assim como participação dos profissionais 
que atuam com pessoas idosas e de representantes assentados em es-
paços públicos1 (Conselhos, Fóruns, Assembleias etc.), em especial, dos 
conselheiros do CNDI, conselhos estaduais e municipais. 
1. De que maneira
1.1. Na criação e no desenvolvimento de ações e atividades que con-
templem um processo de participação social, defesa de direitos e 
construção de cidadania que sejam capazes de estimular e promo-
ver: discussão, reflexão e avaliação sobre protagonismo, direitos e 
políticas públicas. 
1.2. Na apropriação de espaços, ações e programas de atenção e 
atividades com pessoas idosas para disseminação de direitos, 
educação cidadã e conteúdos interdisciplinares da gerontologia. 
Destacam-se alguns desses espaços para realização da estratégia/
proposta: Centros de Convivência, Centros-Dia (Hospital-Dia), Uni-
dades Básicas de Saúde (UBS) / Estratégia Saúde da Família (ESF), 
Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), Universidades 
Abertas da Terceira Idade (UnATIs), Sistema S - Sesc, Sesi, Senac, 
Senai etc., em especial com os Sescs pela tradição no desenvolvi-
mento do Programa Social com Idosos, e demais instituições que 
trabalham com pessoas idosas, dentre outros;
1 Com base na concepção de Evelina Dagnino (2005), pode-se definir espaços pú-
blicos como lugares – democráticos – de participação da sociedade civil na gestão 
participativa da sociedade e das políticas públicas com a participação de sujeitos 
sociais e na constituição de representação/representatividade da sociedade civil na 
relação com o Estado. DAGNNO, Evelina. Políticas culturais, democracia e o projeto 
neoliberal, In Revista Rio de Janeiro, n.15, jan-abr. 2005. Rio de janeiro, UERJ, 2005.
21
1.3. Em parceria com a sociedade civil organizada, tais como: Orga-
nizações Não Governamentais (ONGs), entidades, associações e 
instituições como Sesc, dentre outras, e, também, com Órgãos 
Públicos, tais como Secretarias responsáveis pelas políticas seto-
riais, em especial, secretarias de ação social, secretaria de saúde, 
secretaria de educação, órgãos de justiça e defesa de direitos (Pro-
motoria, Defensoria, Varas de Família, criança e pessoas idosas) e 
Universidades, dentre outras;
1.4. Na formação de profissionais e pessoas interessadas na questão do 
envelhecimento, nos diversos espaços de formação, em especial, 
nos cursos de graduação com a inclusão de disciplinas e atividades 
complementares (ACs), que contemplem conteúdos de gerontolo-
gia como tema transversal na educação formal (educação infantil, 
ensino fundamental, médio, técnico e superior) e na qualificação 
de equipes e gestores de secretarias, programas, ações e projetos 
públicos e, também, de entidades e instituições não governamen-
tais voltadas para a pessoa idosa, nas diferentes instâncias fede-
ral, estaduais e municipais do território nacional.
2. Por meio de
2.1. Serviços utilizados pela população idosa nas diferentes regiões, 
municípios e localidades do território nacional;
2.2. Conselhos, fóruns e demais espaços públicos de participação social;
2.3. Parcerias com entidades, ONGs, associações e instituições que atu-
am com o envelhecimento e/ou diretamente com pessoas idosas e 
demais segmentos da sociedade civil;
2.4. Órgãos públicos e secretarias responsáveis pelas políticas públicas;
2.5. Instituições de formação: escolas e universidades;
2.6. Serviços de atenção e atendimento ao público, em geral.
3. Prazos
3.1. De imediato – Ações e atividades que realizem de forma 
permanente e continuada, considerando-se a diversidade presente 
nas diferentes realidades regionais e locais e, também, levando-
se em conta as diferentes expressões e condições da(s) velhice(s) 
brasileira.
22
Estratégia 02: Proporcionar visibilidade social e política à 
questão da pessoa idosa, do envelhecimento, dos direitos e 
cidadania.
1. De que maneira
1.1. Na urgente definição de um Plano Nacional de Mobilização para 
maior conscientização dos Direitos, em especial, os Direitos da 
pessoa cidadã idosa;
1.2. Na mobilização de toda a sociedade pela efetivação de um Dia na-
cional de mobilização para tomada de consciência dos direitos, 
em especial, os Direitos da pessoa cidadã idosa a ser realizado 
sempre no dia 1 de outubro de cada ano, a partir de 1 de outubro 
de 2014;
1.4. No desenvolvimento de campanhas socioeducativas de incentivo 
na criação de espaços públicos de participação social e cidadania, 
principalmente, articuladas com os fóruns permanentes da pessoa 
cidadã idosa e conselhos de direitos da pessoa idosa existentes 
nos estados e municípios brasileiros, com vista ao fortalecimento 
desses espaços de representação direta do segmento da pessoa 
idosa e, em especial, na criação de Conselhos Municipais nos mu-
nicípios que ainda não possuem os referidos Conselhos; 
1.5. No desenvolvimento de campanhas socioeducativas sobre os Di-
reitos das pessoas cidadãs idosas e no enfrentamento a todas as 
formas de violências, com informações qualificadas para toda a 
população e de modo a possibilitar o maior acesso e apropriação 
desses conteúdos;
1.6. Na criação de redes de informação e divulgação de temas sobre 
os direitos das pessoas cidadãs idosas, deabrangência nacional e 
internacional a ser veiculada nos diversos meios de comunicação e 
na mídia, de um modo geral;
1.7. Na promoção contínua e permanente de encontros, eventos, em 
especial, fóruns como este realizado em Bertioga, que promovam 
debates, reflexões e propostas sobre as questões sociais e relativas 
ao envelhecimento digno, cidadania e direitos, em especial aos 
das pessoas cidadãs idosas.
23
2. Por meio
2.1. Dos meios de comunicação e a mídia em geral;
2.2. Dos serviços de atenção e atendimento voltados para a população 
idosa no território nacional;
2.3. Dos conselhos (federal, estaduais e municipais), fóruns e demais 
espaços públicos de participação social da pessoa cidadã idosa;
2.4. Da sociedade civil organizada em entidades, associações, ONGs e 
instituições parceiras;
2.5. Dos órgãos públicos, em especial Secretarias das Políticas Públicas 
Setoriais e Secretarias Especiais voltadas para a população idosa;
2.6. Das instituições educacionais e espaços de formação formal e de 
atividades complementares (ACs) como Escolas e Universidades, 
esta compreendendo a tríade: ensino, pesquisa e extensão;
2.7. Serviços de atendimento ao público em geral e, em especial, às 
pessoas cidadãs idosas.
3. Prazos
3.1. De imediato – na construção de campanhas a partir de 2013.
3.2. De imediato e em curto prazo: no incentivo para definir o 1º de outubro 
como Dia nacional de mobilização para tomada de consciência dos 
direitos da pessoa idosa, e implantação em 1º de outubro de 2014;
Estratégia 03: Por aclamação e em caráter de recomendação 
propõe-se: 
1. De que maneira
Continuidade dos debates e reflexões a partir deste “Fórum Sesc Bertio-
ga” em desdobramentos com permanentes encontros, a fim de acompa-
nhar, amadurecer e ampliar as ações e projetos recomendados no referido 
Fórum e de realimentar discussões, debates e propostas sobre as ques-
tões relacionadas à pessoa cidadã idosa, sobre direitos e envelhecimento. 
2. Por meio da
Organização e reprodução de meios de contatos (lista de e-mails) dos 
participantes ou na criação de uma rede virtual.
3. Prazo
De imediato.
24
Cenário Futuros e Perspectivas
O grupo toma como aspecto a realidade projetada para as próximas 
décadas em que grande parte da população estará com 60 anos e mais. 
Desta forma, considerando as estratégias propostas pelo grupo ante-
rior e considerando-se exitosos os resultados das referidas estratégias 
propostas, antevê um cenário futuro na concretização das expectativas 
e perspectivas de efetivação de políticas públicas em todos os setores 
da política de direitos, em especial na concretização da participação 
social e cidadã pelo protagonismo da pessoa cidadã idosa, em plena 
parceria e articulação com os demais cidadãos atuantes nos espaços 
públicos e com sua representação/representatividade na sociedade civil 
organizada compartilhando com o Estado e seus órgãos na definição 
de políticas, projetos e ações e com pleno exercício do Controle Social 
Democrático por meio do monitoramento dessas políticas e ações. 
Dessa forma, a população idosa/cidadã e a sociedade em seu conjunto 
terão atingido:
• Níveis de escolaridade e de educação cidadã, em que a maioria terá 
completado o Ensino Fundamental; inserida no mundo digital e 
maior participação social cidadã nos diferentes espaços públicos de 
participação e de gestão da sociedade civil e das políticas públicas, 
convivendo em diferentes espaços intergeracionais com ações e 
atividades de autonomia e educação cidadã com maior politização e 
constituindo-se como sujeitos sociais em expressivas representações 
e lideranças renovadas;
• Satisfatoriamente as necessidades básicas de toda a população, com 
atenção e atendimento das políticas públicas setoriais (educação, 
cultura, saúde, assistência, previdência, justiça, moradia, transporte, 
esporte, lazer, mobilidade urbana e social, dentre outras), e na 
efetivação das leis que asseguram direitos determinados tanto nas 
legislações nacional, estaduais e municipais quanto nos acordos 
e diretrizes internacionais, com a participação social e plena da 
sociedade civil, em que os acordos firmados constituam garantias dos 
direitos humanos e sociais contemplando os diferentes países e as 
diferentes regiões brasileiras e diferentes classes sociais;
• Verdadeiro e pleno exercício democrático de controle social, com 
maior monitoramento, na execução das deliberações produzidas nos 
diferentes e permanentes espaços públicos, de debates, encontros, 
25
conferências, assembleias, dentre tantas, e com avaliações constantes 
desses produtos e deliberações por meio de importantes indicadores;
• Maior participação nos movimentos sociais (dinâmicos e renovados), 
com dimensões nacionais, regionais e locais – comprometida com o 
protagonismo dos cidadãos em parceria e articulação com os demais 
segmentos de trabalhadores, segmentos sociais e de direitos que 
compõe a sociedade civil organizada;
• Uma garantia de aposentadoria pública e com remuneração digna;
• Atendimento e atenção pela saúde pública de qualidade;
• O pleno exercício da autonomia, direitos e cidadania em todas as 
idades e de todas as classes sociais;
• O pleno processo de cultura cidadã, em que a Educação está fortemente 
comprometida com a formação e transformação de cidadãos com 
maior consciência de direitos e deveres, constituindo concretamente a 
autonomia, os direitos e a cidadania numa perspectiva emancipatória;
• Experiências e ações que ultrapassam fronteiras e a intervenção 
urbana proporcionam visibilidade aos cidadãos para exercício de sua 
autonomia, seus direitos e deveres e cidadania em todos os espaços 
públicos e sociais;
• Constituindo e desenvolvendo espaços públicos e sociais como 
lugares cidadãos acolhedores, de protagonização e representação;
• Constantes e permanentes avaliações sobre os serviços e produtos 
disponibilizados a sociedade em geral e, em especial, as pessoas 
cidadãs idosas;
• O acesso a diferentes e diversas informações qualitativamente articu-
ladas e em condições de transformá-las em saberes (conhecimento);
• Um nível de desenvolvimento capaz de constituir democraticamente 
as representações/representatividades a partir de processos e me-
todologias participativas cidadãs nos diferentes espaços públicos e 
sociais;
• O acesso e difusão nas diferentes mídias e meios de comunicação, que 
contemplam as pautas relacionadas à garantia de direitos das pessoas 
cidadãs idosas em todas as rádios e TVs, inclusive comunitárias, nos 
jornais de grande circulação, e demais jornais: regionais, de bairros, 
comunitários, nas diversas redes sociais, espaços comunitários, 
espaços religiosos, dentre outras;
26
• Visibilidade das condições e direitos dos diferentes segmentos cidadãos, 
em especial o segmento da pessoa cidadã idosa, com processos e 
concreta mobilização social da população – toda a comunidade – 
bem como, com visibilidade ao marcos legal e exercício dos direitos 
das pessoas cidadãs idosas, principalmente na Comemoração ao 
Dia internacional e nacional da pessoa idosa, em 1º de outubro de 
cada ano, em que se desenvolvem as ações e atividades, em todo o 
território nacional, na afirmação do Dia nacional de mobilização pelos 
direitos da pessoa cidadã idosa;
• O segmento da pessoa cidadã idosa e demais segmentos da sociedade 
como a(u)tores, multiplicadores de reflexões críticas e afirmativas, na 
defesa, construção e no exercício dos plenos direitos e dos deveres 
de pessoas cidadãs.
27
III – Gerações e Intergeracionalidade
José Carlos Ferrigno
Doutor em Psicologia pela USP - Especialista em Programas 
Intergeracionais pela Fundación General Universidad 
de Granada - Autor de “Coeducação entre Gerações” e 
“Conflito e Cooperação entre Gerações”
A preocupação atual sobre aimportância da convivência entre gera-
ções vem despertando a atenção para a necessidade e oportunidade 
de ações que visem melhorar as relações sociais e aproximar jovens e 
velhos para uma relação fraterna e produtiva com vistas à transmissão 
e preservação da cultura, memória e história na edificação de uma “so-
ciedade para todas as idades”, nova bandeira das Nações Unidas.
Os valores característicos de nossos dias induzem ao consumismo, in-
dividualismo, competição e discriminação, a diferentes segmentos, em 
especial às pessoas idosas, afetando o relacionamento dentro e fora da 
família, sobretudo nas grandes cidades.
Como tentativas de respostas a esse quadro social, instituições públicas 
e privadas e demais forças sociais vem implementando os chamados 
programas intergeracionais, em diferentes áreas com ênfase no traba-
lho, voluntariado e lazer, dentre outras.
Farão parte deste debate algumas questões, tais como: qual é e qual 
deve ser a natureza dos programas e ações intergeracionais, onde são 
necessários, como planejá-los, implementá-los e avaliá-los.
Alguns aspectos e elementos que devem ser considerados como com-
plementares a essa reflexão são elencados a seguir.
Formação e Educação Permanente
1. Desenvolver ações educativas em espaços formais e informais, como 
escolas e instituições culturais, sensibilizando pessoas de todas as 
idades para a importância do relacionamento intergeracional;
2. Estimular a presença do idoso no espaço da escola na condição de 
transmissor de cultura e na tutoria de alunos em programas de re-
forço escolar;
28
3. Fomentar reflexões acerca do processo de envelhecimento a partir 
da educação básica, na perspectiva de tornar positiva a imagem do 
idoso, junto às crianças e adolescentes;
4. Estimular a formação de recursos humanos para o planejamento, 
execução e avaliação de programas intergeracionais;
5. Fomentar estudos e pesquisas na área da intergeracionalidade em 
todo o curso da vida e nas diversas áreas do conhecimento em nível 
básico, graduação e pós-graduação;
6. Desenvolver projetos de inclusão digital dos idosos visando à am-
pliação de seu horizonte cultural e também para que possa melhor 
administrar seu cotidiano em geral, bem como sua vida financeira 
por meio da interação informatizada com bancos e outras institui-
ções similares;
7. Valorizar o trabalhador mais velho, aposentado ou próximo da apo-
sentadoria, elaborando programas em que ele tenha oportunidade 
de transmitir seus conhecimentos de vida e experiências profissionais 
aos trabalhadores mais jovens.
Autonomia, Direitos e Cidadania
1. Propiciar visibilidade e promover o compartilhamento de experiências 
exitosas na área do envelhecimento e da intergeracionalidade;
2. Atentar para o papel da mídia na sociedade brasileira (formação de 
leitores críticos e usuários da comunicação) sobre as representações 
do envelhecimento e das relações intergeracionais;
3. Desenvolver estratégias de monitoramento e avaliação de progra-
mas, projetos e atividades intergeracionais;
4. Valorizar ações intergeracionais que favoreçam os contextos sociais 
e culturais baseado na regionalidade e anseios de cada grupo social;
5. Considerar valores e mudanças socioculturais e os impactos nas re-
lações intergeracionais, com vistas à construção de uma “sociedade 
para todas as idades”, conforme apregoa e recomenda a Organiza-
ção das Nações Unidas;
6. Estimular a criação de Conselhos Comunitários Intergeracionais para 
que jovens e velhos, lado a lado e de forma solidária, possam desen-
volver ações em benefício de toda a coletividade;
29
7. Estimular programas intergeracionais em defesa do meio ambiente, 
que tratem de reciclagem, uso adequado de energia, redução de 
gastos, criação de horta comunitária, entre outras ações, transcen-
dendo diferenças e gerando benefícios comuns;
8. Promover a reflexão com os idosos não apenas sobre direitos, mas 
também eventuais privilégios geracionais em relação às outras faixas 
etárias, buscando a equidade, evitando a discriminação positiva e 
construindo a solidariedade intergeracional;
9. Trabalhar com os movimentos sociais as questões do envelhecimento 
e da intergeracionalidade. Trabalhar com sindicatos e conselhos de 
categorias profissionais a conscientização do valor da intergeracio-
nalidade e das condições de vida dos aposentados;
10. Valorizar o idoso como agente de preservação da memória cultural, 
recuperando brinquedos e brincadeiras, atividades folclóricas, medi-
cina tradicional, fitoterapia, para intercâmbio cultural e aproximação 
das gerações.
Cuidado e Relações Sociais
1. Incentivar a solidariedade intergeracional dentro da família, a fim 
de desenvolver a cultura do cuidado, principalmente dos membros 
mais fragilizados, como crianças e idosos. Nesses esquemas de coo-
peração, jovens cuidam de idosos ou idosos cuidam de crianças ou 
adolescentes, conforme as necessidades e capacidades de cada um;
2. Intensificar nas áreas especializadas o treinamento dos profissionais 
para a orientação e/ou atendimento especializado das famílias em 
casos de violação de direitos, a fim de proporcionar um processo de 
respeito e superação de conflitos intergeracionais, como os de pais 
e filhos e avós e netos;
3. Estimular a criação de programas e projetos com empresas admi-
nistradoras de condomínios residenciais para administrar conflitos e 
qualificar o uso dos equipamentos e espaços comuns em benefício 
de todas as gerações;
4. Desenvolver ações que envolvam famílias nas intervenções comuni-
tárias, propiciando, no processo de formação dos filhos, a valoriza-
ção da solidariedade;
5. Sensibilizar o cuidador de idoso para a relação intergeracional que se 
estabelece (geralmente, esse profissional é mais jovem que seu clien-
te) e para toda a riqueza na troca de conteúdos culturais presente. 
30
Perspectivas para as Políticas Intergeracionais
e seu Monitoramento
Se contempladas as ações propostas para o desenvolvimento de re-
lações solidárias e coeducativas, segundo os participantes do Fórum, 
teremos os seguintes cenários para os próximos anos:
• No sistema educacional (formal e informal), haverá maior respeito 
e compreensão intergeracional em um ambiente de mútuo 
entendimento entre crianças, jovens, jovens adultos e adultos idosos;
• As redes sociais se fortalecerão validando as ações socioeducativas 
intergeracionais e efetivando as políticas públicas em sua 
transversalidade;
• As escolas deverão estar abertas à participação simultânea de todas 
as gerações, inclusive nos finais de semana;
• As universidades deverão formar mais profissionais voltados ao 
envelhecimento humano, tais como geriatras, gerontólogos e demais 
especialistas da área;
• Haverá menos discriminação etária em razão da melhor preparação 
corporativa para compreender a experiência dos mais velhos no 
mundo do trabalho;
• Na mídia, haverá maior número de programas (telenovelas, jornais, 
programas de rádio, desenhos animados, programas de auditório, 
histórias em quadrinhos, revistas, blogs etc.) que abordem a 
intergeracionalidade e as diferentes velhices;
• As diversas gerações precisarão interagir de maneira mais 
compreensiva por conta dos novos arranjos familiares;
• Haverá relações intergeracionais mais frequentes e solidárias nos 
ambientes de participação social e em outros espaços compartilhados 
(sindicatos, movimentos sociais, conselhos, condomínios, partidos 
políticos, clubes, conferências etc.);
• Os serviços públicos terão melhor capacidade de atendimento, não 
sendo necessária a prioridade legal no atendimento de idosos, 
respeitadas as particularidades individuais.
Quanto ao monitoramento e à fiscalização da sociedade civil, os parti-
cipantes consideram que poderá ser realizado por meio de conselhos, 
partidos, sindicatos e associaçõesem geral.
31
IV – Cuidado e Relações Sociais
Karla Cristina Giacomin
Médica geriatra - Doutora em Ciências da Saúde pela 
FIOCRUZ - Membro do Núcleo de Estudos em Saúde 
Pública e Envelhecimento FIOCRUZ/UFMG e da Sociedade 
Brasileira de Geriatria e Gerontologia
Não se pode conceber a vida humana sem cuidados, portanto, os parti-
cipantes serão instados a refletir acerca dos cuidados e relações sociais 
necessários a uma vida integrada e ativa. Para chegar bem à velhice, 
as políticas devem contemplar todo o ciclo da vida, de forma contínua 
e coordenada, pois não basta viver mais, mas é preciso viver bem. Isso 
pressupõe assegurar o fornecimento dos meios para que as pessoas 
possam envelhecer com dignidade. Para tanto, faz-se necessário cuidar, 
e é importante construir relações sociais que favoreçam o afeto, a res-
ponsabilidade e a aprendizagem entre todos os envolvidos. 
O ato de cuidar tem sua origem no verbo latino cogitare, que significa 
“pensar”, “aplicar a atenção”, “refletir”, “prevenir”, “planejar”. Na 
saúde, o cuidado integral à saúde inclui ações de promoção, prevenção, 
assistência e reabilitação ao longo de toda a vida. O conhecimento e 
monitoramento dos principais determinantes da saúde – ambientais, 
econômicos, sociais e educacionais –, assim como o acesso universal 
aos serviços de saúde que objetivam promover o envelhecimento ativo, 
evitar, postergar e/ou minimizar enfermidades e incapacidades. A busca 
pela maior qualidade de vida e pela dignidade diante da morte perpas-
sa todas estas ações. 
Na velhice, tomando por base a legislação vigente, o Estado, a família e 
a sociedade dividem a responsabilidade desse cuidado, mas os limites, 
os papéis e competências de cada um não estão definidos. Na prática, 
apenas a família é responsável. Na falta ou incapacidade desta, são o 
Estado e a sociedade, porém, ambos não têm assumido de fato essa 
responsabilidade, o que reforça uma cultura de negação e discrimina-
ção da velhice em nosso país.
Por meio da cultura, a sociedade se afirma – de forma consciente ou não 
– como passiva, reivindicativa ou participativa e se supera no refazer da 
solidariedade, no direito à apropriação de sua memória e da importância 
de seu papel transformador, em um sentido de sobrevivência, estímulo 
e resistência. Por isso, precisamos promover e fortalecer a cultura em 
32
favor da velhice digna e da cidadania plena para pessoas de todas as 
idades, de cada grupo social, cultural e étnico. Assim, conseguiremos 
ampliar nossas perspectivas de igualdade, justiça, liberdade, diálogo, 
democracia, respeito e dignidade para todos os brasileiros.
Dinâmica
Em cada um dos momentos, após a apresentação dos presentes e dos 
objetivos, os participantes foram divididos em quatro subgrupos e cada 
um deles trabalhou a partir de duas perguntas geradoras distintas. 
Cada subgrupo apresentou o resultado das discussões em uma mini-
plenária. Neste momento, foram feitos ajustes e reflexões pelo grupo, 
que resultaram nas proposições mantidas neste documento. Cada sub-
grupo escolheu livremente seu redator e o grupo completo indicou dois 
relatores. 
1º Momento: Experiências Exitosas
Contribuições dos Subgrupos 
Neste momento, em cada um dos subgrupos, os participantes foram 
levados a considerar o que são, onde estão, como atuam, quais habili-
dades estimulam, em que condições acontecem e qual impacto geram 
as experiências exitosas de cuidado e relações sociais apontadas.
A - Subgrupo 1
a.1 Qual é o lugar da pessoa idosa na cultura brasileira?
b.1 Como as relações sociais podem ser potencializadoras de 
cuidado?
O grupo refletiu sobre o hábito de olhar focado para a pessoa ido-
sa dependente ou com problemas de saúde e indagou-se acerca 
da importância de identificar experiências não focadas apenas nos 
problemas de saúde. Nesse sentido, os idosos ganham espaço na 
área da Educação, entendida em uma perspectiva ampla. É interes-
sante ultrapassar o olhar focado na pessoa idosa dependente, pas-
sando para uma visão desta como preservadora, mantenedora ou 
cuidadora da cultura, enquanto identidade cultural, reconhecendo 
o papel social do idoso como transmissor de valores culturais bra-
sileiros. Assim, passa-se do cuidado veiculado pelas vias formais, 
33
institucionais, para o cuidado protagonizado pela pessoa idosa. 
Em ambos os casos existem experiências exitosas que precisam ser 
valorizadas e resgatadas.
c.1 Experiências Exitosas Relativas ao Cuidado e às Relações 
Sociais:
1. Experiência de formação de acompanhantes de idosos no municí-
pio de São Paulo, conforme as reflexões de Ricardo Ayres2, para os 
idosos com grau de dependência menor (trabalho de oito horas por 
dia), realizado na Unidade de Referência, na Região Central da Sé, 
ligada à Secretaria Municipal de Saúde. Um trabalho de capacitação 
para assistência, mas que depois se manteve, estendendo-se para os 
bairros da Mooca e Santana para enfrentar seus desafios de saúde 
e sociais. Transformou-se em política pública, criando o papel de 
cuidador nos casos de deficiências ou incapacidades. Iniciou-se o tra-
balho com 60 idosos, estando cada acompanhante com seis idosos. 
Assim, hoje existem acompanhantes/cuidadores.
2. Serviço de Assistência e Internação Domiliciar (SAID) em Campinas 
para atendimento de idosos residentes no município (o serviço não é 
exclusivo para idosos).
3. Oferta de refeições a domicílio para idosos da Região Central de São 
Paulo.
4. Nas regiões Norte e Nordeste existem grupos de idosos que cultivam, 
preservam e/ou transmitem valores da cultura regional.
5. Associação Brasileira de Apoio à Terceira Idade (ABRATI) em Can-
gaíba (SP), onde os idosos fazem resgate de seus valores culturais 
de origem.
6. No Jardim São Lucas (Zona Sul de São Paulo): em Escolas de Educa-
ção Infantil (EMEIs) colocam-se avós em contato com crianças a par-
tir do relato de experiências de vida desses avós. Isso tem resultado 
em maior aceitação dos idosos.
7. No Colégio São Camilo, crianças do ensino fundamental estudaram o 
Estatuto do Idoso e criaram uma “cartilha do vovô cidadão”.
8. Experiência positiva das Universidades Abertas da Terceira Idade 
(UnATIs).
2 In “O Cuidado, os modos de ser (do) humano e as práticas de saúde. Revista Saúde 
e Sociedade v. 13, nº 3, pa 16-29, set - dez 2004.
34
B - Subgrupo 2 
a.2 Quais habilidades e competências são necessárias ao cui-
dado integral?
• Percepção global do processo de envelhecimento: prevenção, promo-
ção, tratamento e reabilitação na saúde; direitos sociais; promoção 
da autonomia, valorização da memória;
• Protagonismo da pessoa idosa: cuidado de si, suporte social a outros 
idosos e aprendizado mútuo;
• Trabalho intersetorial, interdisciplinar e intergeracional;
• Ações de suporte ao cuidador e à família;
• Atenção às relações sociais construídas ao longo da vida;
• Fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários;
• Ações integradas do poder público, família e comunidades;
b.2 Como evitar o cuidado que maltrata?
• Integralidade das políticas públicas;
• Destinação de orçamento para as políticas voltadas ao envelhecimento;
• Promoção de ações de experiências exitosas e pesquisas desenvolvidas 
na área, visando ao apoio a projetos e incorporação das políticas 
públicas;
• Ações de cuidado ao cuidador: informações, atividades, descanso e 
suporte social e psicológico;
• Envolvimento do poder público com ações de apoio ao cuidador em 
casos de sobrecarga de tarefas;
• Trabalho intergeracional sobre o processo de envelhecimento em seus 
aspectos biopsicossociais;
• Ampliação e criação de Centros-Dia (públicos, de entidades 
beneficentes e cooperativas);
• Fortalecendo a rede de suporte social à pessoa idosa (formal e 
informal);
• Ampla divulgação de material para detecção das diferentes formasde violência contra a pessoa idosa, por exemplo, de um manual de 
prevenção.
35
c.2 Experiências Exitosas Relativas ao Cuidado e às Relações 
Sociais:
1. UNESP: Grupo de atividades para cuidadores e familiares de pacien-
tes com Alzheimer; manual para cuidadores e familiares de pacientes 
com Alzheimer com apoio profissional; grupo de protagonismo social 
(Rio Claro – SP);
2. Pastoral da Pessoa Idosa (Brasil)
3. Pastoral da Saúde (Brasil)
4. Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo: Programa de acompa-
nhante de idosos;
5. Sistema Único de Assistência Social: Núcleos de convivência, visitas 
domiciliares a idosos beneficiários de programas de transferência de 
renda (Brasil);
6. USP: Envelhecer Sorrindo – cuidados com a saúde bucal (São Paulo);
7. Sesc: Projeto Cidadania Ativa (CE); Semana de Prevenção de Quedas 
(CE); Semana de Promoção da Saúde (CE); Projeto Sensibilização e 
Cuidado(CE); Oficina de Cidadania (AL); Fábrica da Criatividade/Gru-
po de Voluntários (AL); Projeto Era Uma Vez.
C - Subgrupo 3
a.3 Como somos cuidados?
• Por meio do acolhimento em uma rede humanizada.
b.3 Como situações de cuidados podem fortalecer relações 
sociais?
• A própria dinâmica de rede humanizada faz com que as relações 
sociais sejam fortalecidas pelo vínculo entre seus integrantes, por 
meio de encontros, discussões e socializações.
c.3 Experiências Exitosas Relativas ao Cuidado e às Relações 
Sociais:
• O grupo reconheceu na experiência da Associação Brasileira de 
Alzheimer (ABRAz) uma experiência exitosa e um movimento de 
protagonismo da pessoa idosa, tendo definido como características:
36
Quem Rede de voluntários idosos que atuam como multiplicadores, cuidadores.
Onde
Na comunidade. Vinculada a associações, instituições 
e movimentos de acordo com a necessidade (saúde, 
empreendedorismo etc.).
Como
Uma gestão maior organiza a rede e o acolhimento, capacita, 
instrumentaliza, mobiliza, empodera e promove a autonomia para 
o protagonismo desse idoso.
Habilidades De acordo com a área de formação profissional.
Impactos Forma multiplicadores; promove autonomia; empodera; fortalece a rede de solidariedade intergeracional e intrageracional.
a.4 Experiências Exitosas Relativas ao Cuidado e às Relações 
Sociais:
NOME LOCAL ÓRGÃO EXECUTOR
PÚBLICO 
ALVO DESENVOLVIMENTO
ABRAz Brasil ABRAz
Familiares e 
cuidadores 
de idosos
Atividades para o 
cuidado a familiares e 
cuidadores de pessoas 
com quadros demen-
ciais
Casa do Idoso 
no Bairro
São José 
dos Cam-
pos (SP)
Secretaria de 
Ação Social 
de Esportes e 
Lazer
Idosos Atividades para saúde
Casa de Santa 
Ana e Casa de 
Geralda
Cidade de 
Deus (Rio 
de Janeiro 
– RJ)
Voluntários Idosos Convivência
Sistema Único 
de Assistência 
Social
Brasil SUAS/CRAS/CREAS Idosos
Núcleos de convivência 
e visitas domiciliares a 
idosos beneficiários de 
programas de transfe-
rência de renda
Extensão 
Universitária
Rio Claro 
(SP) UNESP Idosos
Atividades em grupo 
para cuidadores e 
familiares de pacientes 
com Alzheimer, manual 
para cuidadores e fami-
liares de pacientes com 
Alzheimer com apoio 
profissional, grupo de 
protagonismo social.
37
Saúde Bucal São Paulo (SP) USP Idosos
Envelhecer Sorrindo: 
cuidados com a saúde 
bucal
Maior 
Cuidado
Belo 
Horizonte 
(MG)
Secretaria 
Municipal da 
Assistência 
Social
Idosos com 
insuficiência 
familiar
Contratação de 
cuidador de idosos para 
acompanhar idosos em 
suas atividades diárias 
(AVDs)
Curso de 
Qualificação 
de Cuidado
Belo 
Horizonte 
(MG)
Secretaria 
Municipal da 
Saúde
Profissionais 
da 
Assistência 
e Saúde; 
cuidador 
familiar
Capacitação de 
profissionais da 
assistência e saúde 
nas questões 
gerontológicas; 
instituição de grupo de 
apoio aos cuidadores 
familiares com foco no 
cuidado
Programa 
Acompanhan-
te de Idosos
São Paulo 
(SP)
Secretaria 
Municipal da 
Saúde
Cerca de 
2500 idosos 
em situação 
de fragilida-
de e vulne-
rabilidade 
social
Contratação 
de cuidador/
acompanhante para 
acompanhar os idosos 
em casa através de 
uma equipe especifica. 
O trabalho se 
desenvolve por meio de 
um plano de cuidados
Trabalho 
Social com 
Idosos
Brasil Sesc Idosos autônomos
Promoção de ações 
para a socialização 
do idoso fisicamente 
independente; relações 
intergeracionais; 
gerontologia como 
tema transversal; 
protagonismo do idoso; 
envelhecimento ativo. 
Centro de 
Atenção e 
Apoio ao 
Idoso (CAIS)
São Luiz 
(MA)
Secretaria 
Municipal da 
Saúde
Pessoas 
idosas 
fisicamente 
dependentes
Programa de apoio 
domiciliar ao idoso 
dependente
Programas 
de Cunho 
Religioso
Brasil Voluntários
Idosos em 
situação de 
fragilidade e 
vulnerabili-
dade social
Acompanhamento e 
visitação de idosos. 
Exemplos: Pastoral 
da Pessoa Idosa; 
Pastoral da Saúde; 
igrejas evangélicas, 
missionárias, espíritas 
ou de matriz africana
38
Programa 
Condomínio 
Amigo
São Paulo 
(SP)
OLHE – Ob-
servatório da 
Longevidade 
Humana e 
Envelheci-
mento
Porteiros, 
síndicos e 
zeladores
Capacitação de por-
teiros, zeladores e 
comunidade moradora 
dos prédios onde se 
concentram as pessoas 
idosas
Retiro dos 
Artistas
Rio de 
Janeiro 
(RJ)
Doações
50 morado-
res artistas 
(circo, teatro, 
cinema, TV)
Moradia digna para 
idosos por meio do 
desenvolvimento de 
atividades de recrea-
ção, lazer etc.
Programa de 
Teleassistên-
cia ao Idoso
Joinville 
(SC)
Secretaria 
Municipal da 
Assistência 
Social
500 idosos
Monitoramento 24 
horas de idosos por 
meio de um botão de 
alarme
Universidade 
Aberta à 
Terceira Idade
Brasil
Secretaria 
Estadual de 
Administra-
ção; UFMA; 
Sesc
Idosos a 
partir de 60 
anos
Programa de extensão 
com duração de um 
ano; favorece a inte-
gração e inclusão dos 
idosos
Programa de 
Atenção ao 
Idoso com 
Osteoporose - 
Prado
São Paulo 
(SP)
Universidade 
Federal de 
São Paulo – 
Departamen-
to de Endo-
-crinologia
Idosos com 
diagnóstico 
de osteo-
porose e 
osteopenia 
(50 idosos 
por grupo)
Prevenção de quedas 
por meio de atividades 
físicas e educacionais 
para manter o equi-
líbrio
Curso de 
Cuidador de 
Idosos
Brasil
Diversos, 
incluindo as 
organizações 
do terceiro 
setor
Pessoas 
adultas de 
várias faixas 
etárias
Formação de 
cuidadores de idosos 
para o mercado de 
trabalho
Grupos de 
Convivência Brasil
Secretarias 
de Assistên-
cia Social e 
Saúde
Idosos inde-
pendentes
Integração social 
dos idosos através 
de atividades 
socioeducativas
39
2º Momento: Elementos Dificultadores
Dinâmica
A partir das experiências exitosas apontadas no momento anterior, os 
participantes debateram nos subgrupos os elementos dificultadores 
para a implementação de ações semelhantes.
Contribuições dos Subgrupos
Neste momento, em cada um dos subgrupos, os participantes foram 
levados a considerar o que são, onde estão, como atuam, quais habili-
dades estimulam, em que condições acontecem e qual impacto geram 
as experiências exitosas de cuidado e relações sociais apontadas.
A - Subgrupo 1
a.1 De que velhice falamos?
O grupo concluiu que falamos de uma velhice em transição, portanto 
de velhices diversas.
b.1 Fazemos o que recomendamos?
Uma velhice regida por normas que nem sempre cumprimos.
c.1 Elementos Dificultadores:
1. Questões relativas à cultura que percebe toda pessoa idosa como 
incapaz, a qual é reproduzida e fortalecida por muitos profissionais;
2. Questões relativas às políticas públicas, principalmente quanto à in-definição sobre “quem é o pai da criança?” Observa-se a compar-
timentalização das politicas públicas onde deveria haver uma trans-
versalidade responsável;
3. O poder do cuidar: pode-se falar em iatrogenia do cuidado quando 
se destitui a subjetividade e a autonomia da pessoa idosa ao cuidar;
4. Se há diferentes velhices, são necessários diferentes cuidados para 
com a velhice autônoma, a velhice fragilizada e a velhice doente:
a) Velhice autônoma: idosos que ajudam seus filhos nos cuidados 
com os netos e com a casa como capital social. Novelas, filmes, 
mídia em geral estão mostrando as diversas velhices. O cuidado 
principal seria a sociabilidade;
40
b) Velhice fragilizada: estado mais introspectivo, mais vulnerável, 
com sentimento de fragilidade (podendo até ser física, mas o 
estado é caracterizado pelo sentimento). É uma questão exis-
tencial que não deve ser simplesmente tratada, mas precisa de 
cuidados, de acompanhamento e de mais atenção, um cuidado 
social que deve ser promovido. Por exemplo, a capacitação de 
porteiros e a criação de uma rede de suporte social.
c) Velhice dependente: O cuidado deve se concentrar na habilidade 
mantida, e não nas perdas.
B - Subgrupo 2 
a.2 Como promover o protagonismo da pessoa idosa? 
1. Inseri-la nos processos de participação e escolha das atividades;
2. Garantir que ela tenha acesso à informação;
3. Permitir e estimular que a pessoa idosa tenha voz;
4. Ouvir as demandas que elas apresentam;
5. Valorizar seus conhecimentos.
Dificuldades: Barreiras emocionais; preconceito da sociedade; bai-
xa autoestima das pessoas idosas; questões histórico/culturais do 
papel atribuído à mulher na sociedade.
b.2 Como tornar a pessoa idosa corresponsável no cuidado 
em saúde?
1. Compreender e fazer com que a pessoa idosa compreenda o proces-
so de cuidado com a saúde vivenciado ao longo de sua vida;
2. Promover sua inserção em grupos de interesse comum para compar-
tilhamento de experiências;
3. Instrumentalizar as pessoas idosas para o cuidado.
Dificuldades: Complexidade do conceito de saúde; ausência de 
estímulos e incentivo para que a pessoa idosa se torne uma pessoa 
autônoma; falta de clareza no estabelecimento dos critérios do cui-
dado e até onde vai o papel de cada ator responsável pelo cuidado 
(idoso, família, Estado e sociedade).
41
C - Subgrupo 3 
a.3 Quem cuida da velhice com incapacidade?
Cuidadores familiares e cuidadores profissionais. Quando não há a 
possibilidade de cuidado por nenhum destes, recorre-se às instituições 
municipais, estaduais ou particulares.
Perfil desejável do cuidador (independente do gênero): que possua ao 
menos algumas habilidades de cuidado e que tenha certa educação 
para o autocuidado.
b.3 Como implementar políticas de cuidado de longa duração 
para pessoas frágeis?
1. Proporcionando-lhes:
• atendimento domiciliar, hospitais, Casas-Dia, Instituições de Longa 
Permanência para Idosos (ILPIs);
• equipamentos de gerontotecnologia, como o tele help, um sistema 
de alarme a distância para pessoas idosas que vivem sozinhas 
acionarem em caso de necessidade. A exemplo do sistema 
disponibilizado pela Prefeitura Municipal de Joinville (SC);
• mais recursos: apoio ao atendimento familiar, incentivo fiscal 
de cuidados (produtos de serviços, como fraldas, medicamentos 
e materiais de higiene) e orientações para o testamento vital 
(documento em que a pessoa registra como deseja ou não ser 
tratada em caso de doenças e situações incapacitantes e ou que 
ameacem a vida). 
2. Viabilizando estudos e pesquisas sobre as questões da fragilidade que 
possam servir de suporte para implementação de políticas públicas.
D - Subgrupo 4 
a.4 Como assegurar os direitos ao cuidado da pessoa idosa 
ativa?
As dificuldades apontadas foram:
1. a fragilidade dos Conselhos Municipais do Idoso para garantir os 
direitos;
2. a falta de capacitação das pessoas para participarem dos Conse-
lhos do Idoso;
3. o desconhecimento do Estatuto do Idoso;
42
4. a indefinição das metas e dos objetivos dos fóruns na cidade e a 
maior participação da população nos fóruns, inclusive as discus-
sões e direcionamentos dos temas;
5. a falta de uma maior integração entre as gerações, uma vez que 
existe forte isolamento e segregação; 
6. seletividade das pessoas idosas quanto a suas amizades e vínculos; 
7. a falta de estímulo à criação de espaços de maior convivência in-
tergeracional.
b.4 Como preservar relações sociais cuidadosas ao longo do 
curso de vida?
1. Estimular o fortalecimento das relações intergeracionais e de geração 
ao longo da vida;
2. Fortalecer a solidariedade entre as gerações e entre as amizades 
construídas ao longo da vida;
3. Trabalhar o coletivo sobre o individual;
4. Fortalecer e estimular as relações de vizinhança e os laços afetivos 
(familiares e de amizades);
5. Estimular o significado e a valorização do “projeto de vida” para a 
própria pessoa; 
Quem: Fórum/Conselho do Idoso (nacional, estadual e municipal). 
Recursos: Leis federais, estaduais e municipais, sociedades 
organizadas, ONGs e universidades (formação, capacitação etc.);
Como: 
• Sensibilizar todos os cidadãos, autoridades e lideranças sociais 
com propostas;
• Trabalhar nas escolas a gerontologia e a educação para o 
envelhecimento desde os cursos infantis, inclusive entre os 
educadores;
• Utilizar a literatura para demonstrar as diversas faces do envelhecer; 
• Aproveitar melhor os espaços religiosos que congregam grande 
número de pessoas idosas;
• Reconhecer a velhice marginalizada (homoafetividade, profissionais 
do sexo, presidiários, portadores de doenças mentais, moradores 
de rua, refugiados e vítimas de violência) e criar espaços de 
discussão para temas delicados como a finitude e o suicídio entre 
idosos, por exemplo.
43
3º Momento: Estratégias, Projetos e Ações
Dinâmica
A partir das experiências exitosas e dos elementos dificultadores apon-
tados nos momentos precedentes, os participantes foram desafiados 
nos subgrupos a propor estratégias, projetos e ações possíveis no cená-
rio atual para modificar essa situação.
Contribuições dos Subgrupos 
Neste momento, em cada um dos grupos, os participantes foram le-
vados a considerar o que fazer, quem fará, onde, como, quando e por 
que implementar as estratégias, projetos e ações de cuidado e relações 
sociais sugeridas.
A - Subgrupo 1
a.1 Como fomentar estratégias de participação social?
b.1 Como estimular a independência da pessoa idosa na ela-
boração de projetos de seu interesse?
O subgrupo debateu as questões acima e optou por lidar diretamente 
com os desafios apontados pelo grupo anterior.
1º Desafio: Falamos de uma velhice em transição (velhices 
diversas)
c.1 Estratégias 1º Desafio
1. Identificar elementos dificultadores culturais, políticos e aqueles re-
ferentes ao cuidado, reconhecendo o poder do cuidar e os diferentes 
cuidados com a: 
a) Velhice autônoma: idosos que ajudam seus filhos nos cuidados 
com os netos e com a casa como capital social. Novelas, filmes, 
mídia em geral estão mostrando as diversas velhices. O cuidado 
principal seria a sociabilidade;
b) Velhice fragilizada: estado mais introspectivo, mais vulnerável, com 
sentimento de fragilidade (podendo até ser física, mas o estado 
é caracterizado pelo sentimento). É uma questão existencial que 
não deve ser simplesmente tratada, mas precisa de cuidados, 
44
de acompanhamento e de mais atenção, um cuidado social que 
deve ser promovido. Por exemplo, a capacitação de porteiros e 
a criação de uma rede de suporte social;
c) Velhice dependente: O cuidado deve se concentrar no que é 
conservado, e não nas perdas.
2. Romper a invisibilidade do cuidado crônico e da velhice, especial-
mente a marginalizada;
3. Fortalecer a redede cuidado: cuidar do cuidador e proporcionar-lhe 
oportunidades de descanso e autocuidado;
4. Incluir as questões do envelhecimento e da finitude na pauta da 
Educação das pessoas de todas as idades;
5. Ao cuidar, olhar para a pessoa e não para a doença dela;
6. Discutir a “escolha” do atendimento domiciliar, muitas vezes ditada 
apenas pelo fator econômico;
7. Reconhecer a insuficiência familiar como situação que merece cuidado.
Ações
1.Desenvolvimento de campanhas de esclarecimento sobre as 
diferentes velhices para a mídia; veicular programas em todos os 
meios de comunicação, utilizando os recursos dos fundos destinados 
aos idosos, para promover a compreensão, o respeito e mudanças 
de atitude em face das questões culturais acerca da velhice e do 
envelhecimento;
2. Efetivação do que estabelece o Art. 22 do Estatuto do Idoso, que 
determina a inclusão de conteúdos relacionados à gerontologia 
nos currículos mínimos dos diversos núcleos de ensino, por meio 
de estratégias que envolvam os conselhos de controle social e o 
Ministério Público;
3. Estímulo às pessoas idosas a formularem e acompanharem os 
programas para assegurar a continuidade das conquistas (como o 
requerimento à RPDI – Rede de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa 
– do Centro de São Paulo para introdução do serviço Centro-Dia na 
região da Sé);
4. Estímulo à participação das pessoas idosas nos conselhos, fóruns, 
conferências e debates, a partir da politização dos segmentos, por 
meio de grupos, associações e outros movimentos sociais.
45
2º Desafio: a falta de responsabilização pela política do 
cuidado 
O grupo reconheceu que essa falta de responsabilização pela política do 
cuidado reflete a falta de responsabilização pela Política do Idoso nos 
três níveis de gestão.
c.1 Estratégias 2º Desafio
1. Exigir de órgãos do sistema de garantias (Ministério Público, Defen-
soria Pública, Poderes Judiciário e Executivo) a urgente implementa-
ção da política do cuidado, envolvendo os conselhos, fóruns e a so-
ciedade civil (SBGG, ABRAz, ANG, Pastoral da Pessoa Idosa, ONGs);
2. Acompanhar a elaboração das leis orçamentárias e planos plurianu-
ais com a proposta de contemplar políticas do cuidado, envolvendo 
os conselhos, fóruns e a sociedade civil (SBGG, ABRAz, ANG, Pasto-
ral da Pessoa Idosa, ONGs);
3. Promover a criação de Centros-Dia em todos os municípios para ga-
rantir a participação social, autonomia e independência da pessoa 
idosa, assim como a formação continuada dos familiares e profis-
sionais.
Programas
1. Instituir programas de esclarecimento sobre envelhecimento e cuida-
do nas salas de espera dos ambulatórios públicos com profissionais 
da equipe interdisciplinar;
2. Desenvolver programas permanentes de capacitação de cuidadores 
de idosos, pelo poder público, com carga horária adequada.
B - Subgrupo 2 
a.2 Como assegurar condições dignas de cuidado na família 
de quem tem idosos frágeis? 
b.2 Como tornar o Estado corresponsável pelo cuidado da 
pessoa idosa?
46
c.2 Estratégias 1º Desafio
Em um cenário possível: 
Considerando os serviços públicos existentes na rede de saúde e de 
assistência social e a partir da articulação das equipes multidisciplinares 
de atenção básica da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e da Assis-
tência Social (CRAS), haveria a identificação das condições socioassis-
tenciais e econômicas da família que possui idosos frágeis. Após essa 
identificação, a família passaria a ser acompanhada por uma equipe 
multiprofissional em atendimento domiciliar (CREAS/Saúde) e capaci-
tada para o cuidado domiciliar do idoso. Como suporte ao cuidado, 
a equipe também precisaria acompanhar a saúde física, psicológica e 
social do cuidador domiciliar. 
Em um cenário ideal: 
Paralelamente a isso, a partir de uma avaliação socioeconômica realiza-
da pela equipe do CRAS, para ajudar na manutenção deste cuidado no 
âmbito da família, o cuidador domiciliar passaria a receber um benefício 
em um valor correspondente a 25% da renda percebida pela pessoa 
idosa.
c.2 Estratégias 1º Desafio
1. Garantia de subsídio financeiro às famílias que desejam manter e 
assumir o cuidado da pessoa idosa no domicílio, acompanhado da 
oferta de capacitação para qualificar o(s) cuidador(es);
2. Acompanhamento multidisciplinar para o cuidador domiciliar e o 
monitoramento de como está se dando o cuidado no domicílio;
3.Articulação das políticas de assistência social e saúde nos atendimentos 
das ILPIs. As ILPIs não podem continuar sendo uma política exclusiva 
da assistência social e urge a atuação conjunta da saúde e de outras 
políticas.
47
C - Subgrupo 3 
a.3 Como superar a discriminação da pessoa idosa pela socie-
dade e pelo Estado?
b.3 Como promover uma velhice com a qual a sociedade quei-
ra se identificar?
c.3 Estratégias 1º Desafio
1. Conhecer a realidade das ações locais existentes, por meio de um 
mapeamento (parceiros, recursos).
O Quê? Um processo de mapeamento da população idosa.
Quem? Governo estadual ou entidades municipais.
Onde? Nos municípios.
Quando? Em um momento inicial, para o planejamento das ações; 
depois, para manutenção do processo.
Como? Por meio de um questionário a ser aplicado pelo poder pú-
blico e entidades privadas sobre as ações existentes para a pessoa 
idosa.
Por Quê? Para conhecer a realidade das comunidades, mapear os 
parceiros, identificar as necessidades e subsidiar e desenvolver as 
próximas ações.
c.3 Estratégias 2º Desafio
1. Desenvolver ações de sensibilização e intergeracionais em diversas 
linguagens.
O Quê? Oficinas e atividades artísticas, recreativas, físico-esportivas, 
intergeracionais.
Para Quê? Valorização do saber e das experiências das gerações, 
coeducação.
Quem? Educadores em geral: das escolas, de ONGs, do poder pú-
blico. 
48
D - Subgrupo 4 
a.4 Como integrar a perspectiva do envelhecimento ao proje-
to de vida dos brasileiros?
b.4 Como otimizar o uso do tempo na velhice em favor da 
autorrealização?
c.4 Estratégias 1º Desafio
Mesmo em um processo visando resultados em dez ou vinte anos, é 
preciso:
1. Começar imediatamente um trabalho de base nas escolas – edu-
cação com participação da família e de educação não formal para 
crianças e jovens.
Quem?
Educadores e demais profissionais que atuam nas diferentes políticas 
públicas, serviços, entidades ou organizações de atenção à pessoa 
Idosa. 
2. Para os idosos novos – reinserção no mercado de trabalho, estudos 
variados, participação em trabalhos de grupos comunitários, desper-
tar dons ou talentos.
Onde? 
Entidades que realizam trabalho social com idosos (Ex: Sesc SP, Sesc 
Palmas etc.).
Nas empresas, o setor de Recursos Humanos deve preparar os fun-
cionários para um futuro de aposentadoria.
Como? Planejamento orçamentário, plano de aposentadoria, pers-
pectivas de futuro, planos de carreira.
Por Quê? Autorrealização, autoconhecimento, convivência, valori-
zação, descoberta de potencialidades.
Onde? ONGs, comunidades, associações de bairros, empresas etc.
49
c.4 Estratégias 2º Desafio
1. Fortalecer as UnATIs – Universidades Abertas da Terceira Idade.
2. Buscar parcerias com empresas/organizações que já desenvolvem 
trabalhos intergeracionais, de otimização de tempo e de valorização 
pessoal, trabalhos com grupos, oficinas de estímulos e terapia com-
portamental.
Objetivo: Autorrealização, autoconhecimento, convivência, valo-
rização, descoberta de potencialidades, troca de experiências e de 
saberes.
Parceiros: Sebrae, Senac, Sesc, ONGs e outros
50
Resultado Definido na Miniplenária
Durante o debate na miniplenária, os participantes concordaram em 
agrupar as estratégias propostas por categorias:
1. Estratégias socioeducativas para promover: 
a. a participação cidadã da pessoa idosa;
b.

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