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MAT 146 - Ca´lculo Diferencial e Integral I para Economia - 1◦ semestre de 2013 Registro das aulas e exerc´ıcios sugeridos - Atualizado 15.6.2013 1. Segunda-feira, 4 de marc¸o de 2013 Apresentac¸a˜o do curso. Veja-se o arquivo relativo a`s informac¸o˜es do curso na minha pagina web www.ime.usp.br/∼pluigi *** Os principais sistemas nume´ricos usados no curso: o conjunto N dos nu´meros naturais, Z dos nu´meros inteiros relativos, Q dos nu´meros racionais e R dos nu´meros reais. Definic¸a˜o (intuitiva) de nu´mero real: um nu´mero real e´ um alinhamento decimal, limitado ou na˜o, perio´dico ou na˜o, com sinal. Em R sa˜o definidas duas operac¸o˜es, soma e produto e uma relac¸a˜o de ordem. A parte seguinte, em azul, e´ facultativa; pode ser pulada Estas operac¸o˜es verificam as propriedades seguintes: S1) Propriedade comutativa da soma: ∀a, b ∈ R, a+ b = b+ a; S2) Propriedade associativa da soma: ∀a, b, c ∈ R, (a+ b) + c = a+ (b+ c); S3) Existeˆncia do elemento neutro da soma: ∀a ∈ R, a+ 0 = a e 0 e´ dito elemento neutro da soma; S4) Existeˆncia do oposto: ∀a ∈ R existe um elemento de R, −a, dito oposto de a, tal que a+(−a) = 0 (a+ (−a) = 0 pode ser escrito simplesmente a− a = 0). Analogamente temos propriedade do produto: P1) Propriedade comutativa do produto: ∀a, b ∈ R, ab = ba; P2) Propriedade associativa do produto: ∀a, b, c ∈ R, (ab)c = a(bc); P3) Existeˆncia do elemento neutro do produto: ∀a ∈ R, a · 1 = a e 1 e´ dito elemento neutro do produto; P4) Existeˆncia do inverso: ∀a ∈ R, a 6= 0, existe um elemento de R, 1/a, tal que a · 1/a = 1. A propriedade distributiva liga soma e produto: SP) ∀a, b, c ∈ R, (a+ b)c = ac+ bc. As duas propriedades seguintes ligam a soma e o produto ao ordenamento: OS) ∀a, b, c ∈ R, se a ≤ b, enta˜o a+ c ≤ b+ c; OP) ∀a, b, c ∈ R, con c > 0, se a ≤ b, enta˜o ac ≤ bc. Exerc´ıcio 1. (feito em sala de aula) Na˜o existe nenhum nu´mero racional cujo quadrado e´ igual a 2. Dado un nu´mero real a, definimos mo´dulo (ou valor absoluto) de a nu´mero na˜o negativo |a| = { a se a ≥ 0 −a se a < 0. Exerc´ıcio 2. Provar as desigualdades triangulares seguintes: para todos a, b ∈ R, |a+ b| ≤ |a|+ |b|, |a− b| ≥ |a| − |b|. 1 2 Exerc´ıcio 3. (feito em sala de aula) Determine o conjunto das soluc¸o˜es da inequac¸a˜o |x− 4| ≥ x+ 2. Exerc´ıcio 4. Verdadeiro ou falso? (justifique) (1) a soma de dois nu´meros irracionais e´ irracional; (2) a soma de dois nu´meros racionais e´ racional; (3) a soma de dois nu´meros um racional e o outro irracional e´ irracional; Exerc´ıcio 5. Prove que na˜o existe nenhum nu´mero racional cujo quadrado e´ igual a 3. Exerc´ıcio 6. Sejam dados quatro nu´meros reais positivos a, b, c, d. Prove que min {a b , c d } ≤ a+ b c+ d ≤ max {a b , c d } . O s´ımbolo acima min {a b , c d } denota o mı´nimo entre a b e c d . Analogamente o outro. Exerc´ıcio. Resolver algumas das inequac¸o˜es seguintes. 7. x2 − 2x− 1 ≤ 0 8. 3x2 − x+ 2 > 0 9. x− 2 x+ 1 > 1 x− 1 10. x2 + x− 1 x2 − 2x+ 1 ≤ 1 2 11. x4 − 3 4 x2 > 1 4 12. x2 ≤ 1 13. 2 x + 3 < 4 x − 1 14. 3 x2 + 1 ≤ x2 − 1 15. √ x− 1 < x− 3 16. √x2 + 2x− 1 > 3− x 17. √ x− 1 < √x 18. |x2 − 4x− 5| > −x 19. √−x < 5 + x 20. | − 6x+ 3| > −x+ 2 21. (2x− 1)(x+ 1) x ≥ 0 22. x|x| (1− x) ≤ 1 + x 23. √ 2x+ 1 x2 − 4 ≤ 0 24. √|x− 1| ≤ 2− x Exerc´ıcio 25. Dado um nu´mero x ∈ R, a parte inteira de x, denotada por [x], e´ definida como o maior nu´mero inteiro menor ou igual a x. Por exemplo: [3/2] = 1, [4] = 4, [−3] = −3, [−9/10] = −1, [pi] = 3, [ √ 26] = 5, etc. Prove que, dados x, y ∈ R quaisquer, temos [x+ y] ≥ [x] + [y]. Outros exerc´ıcios: Guidorizzi, pagg. 10-14, nu´m. 1-23, fac¸a alguns; pagg. 29-30, nu´m. 1-12, fac¸a alguns. 2. Quarta feira 6 marc¸o 2013 Definic¸a˜o de raiz n-esima. Dados um nu´mero inteiro n ≥ 1 e um nu´mero real na˜o negativo x, a raiz ene´sima de x, em s´ımbolos n √ x, e´ o nu´mero na˜o negativo y tal que yn = x. Teorema – Existeˆncia e unicidade da raiz n-esima. (Sem demonstrac¸a˜o.) Dado um nu´mero real na˜o negativo x existe e e´ u´nica a raiz ene´sima de x. 3 Observac¸a˜o: e´ fa´cil ver que se x < 0 e n e´ par, na˜o existe a raiz n-esima de x. Por outro lado, se n e´ impar, pode ser definida n √ x = − n√−x. Note que o termo n√−x e´ a raiz definida acima, sendo −x positivo. Exerc´ıcio 26. Provar que, dado x > 0, a raiz quadrada de x e´ u´nica (sugesta˜o: usar a propriedade que liga o ordenamento e o produto). Dados a e b reais, definic¸a˜o de intervalo de extremos a e b: [a, b] = {x ∈ R : a ≤ x ≤ b}, [a, b) = {x ∈ R : a ≤ x < b}, (a, b] = {x ∈ R : a < x ≤ b}, (a, b) = {x ∈ R : a < x < b}. O primeiro e´ dito fechado, o quarto e´ dito aberto. Intervalos ilimitados: [a,+∞) = {x ∈ R : a ≤ x}, (a,+∞) = {x ∈ R : a < x}, (−∞, b] = {x ∈ R : x ≤ b}, (−∞, b) = {x ∈ R : x < b}. Observac¸a˜o: +∞ e −∞ na˜o sa˜o nu´meros. Definic¸a˜o de func¸a˜o. Dados A e B conjuntos quaisquer, uma func¸a˜o f : A → B e´ una lei que a cada elemento de A associa um e so´ um elemento de B. A se chama domı´nio da func¸a˜o, B e´ dito contradomı´nio. O conjunto dos valores atingidos por f se chama imagem de f , Im (f) ou f(A), ou seja: Im (f) = {y ∈ B : existe x ∈ A tal que f(x) = y}. Im (f) e´ um subconjunto do contradomı´nio (pode ser igual). A func¸a˜o e´ dita injetora se, para todos a, b ∈ A, tais que a 6= b, temos f(a) 6= f(b). E´ dita sobrejetora se Im (f) = B. Se f e´ injetora e sobrejetora e´ chamada bijetora (ou correspondeˆncia biun´ıvoca). Definic¸a˜o. Dado um subconjunto E de R, uma func¸a˜o real e´ uma func¸a˜o f : E → R. Exemplos. (1) f : R→ R, f(x) = x. (2) f : R→ R, f(x) = √x, na˜o e´ uma func¸a˜o. De fato, para cada x < 0, √x na˜o existe. (3) Pelo contra´rio, e´ bem definida a func¸a˜o f : [0,+∞)→ R, f(x) = √x. (4) f : R→ R, f(x) = x2. Im (f) = [0,+∞). (5) f : [0, 1] → R, f(x) = x2. O domı´nio e a imagem desta func¸a˜o sa˜o diferentes dos aqueles do exemplo anterior. Se duas func¸o˜es teˆm domı´nios diferentes sa˜o duas func¸o˜es, ainda se possuem a mesma lei. (6) f : R→ R, f(x) = { 1/x se x 6= 0 0 se x = 0. (7) f : [0, 4]→ R, f(x) = { x+ 3 se 0 ≤ x ≤ 3 x2 − 5 se 3 < x ≤ 4. E´ dito gra´fico de f o subconjunto de R2 G(f) = {(x, y) ∈ R2 tal que x ∈ E, y = f(x)}. Exerc´ıcios: dadas as func¸o˜es seguintes, calcule a imagem dos conjuntos indicados ao lado 4 27. x3 + 2, (−1, 1) 28. x+ 3, [0, 5] 29. 2|x|, (−1, 3) 30. x2 + |x|, (−3, 2) 31. [x− 2]2, (−2, 2] 32. (dif´ıcil) x(x− [x]), (−1,+∞) No exerc´ıcio acima [x− 2] e´ a parte inteira de x− 2. Exerc´ıcio 33. Uma func¸a˜o f : R→ R e´ chamada par se f(x) = f(−x), para todo x. E´ chamada impar se f(x) = −f(−x), para todo x. Prove que x2 + 1 e´ par e que x 3 − x x2 + 1 e´ impar. Sejam A, B dois conjuntos, e f : A → B uma func¸a˜o dada. Dado um subconjunto C de B, e´ dito imagem inversa de C o conjunto {x ∈ A : f(x) ∈ C}. Dada f : E → R e dado um suconjunto B de E, a func¸a˜o g : B → R, definida por g(x) = f(x) para todo x ∈ B e´ dita restric¸a˜o de f em B, o s´ımbolo e´ f |B . Se f : A → B e´ injetora, definimos a func¸a˜o inversa de f como a func¸a˜o g : Im f → A que associa a cada y ∈ Im f o u´nico x ∈ A tal que f(x) = y. Neste caso f e´ tambe´m chamada invers´ıvel e a func¸a˜o inversa e´ denotada, em geral, por f−1. Observac¸a˜o: cuidado em na˜o fazer confusa˜o entre a imagem inversa (de um conjunto) que sempre e´ um conjunto e a func¸a˜o inversa, quando existe, que e´ uma func¸a˜o. A notac¸a˜o na˜o ajuda, sendo f−1 o mesmo s´ımbolo para os dois conceitos. Sejam duas func¸o˜es f : A → R e g : B → R, tais que Im f ⊆ B. Definimos func¸a˜o composta g ◦ f : A→ R, a func¸a˜o (g ◦ f)(x) = g(f(x)). Analogamente, se Im g ⊆ A, definimos f ◦ g : A→ R como (f ◦ g)(x) = f(g(x)).Uma func¸a˜o f : E → R e´ dita mono´tona crescente (resp. estritamente crescente) se, para cada x1, x2 em E, com x1 < x2, resulta f(x1) ≤ f(x2) (resp. f(x1) < f(x2)). Uma func¸a˜o f : E → R e´ dita mono´tona decrescente (resp. estritamente decrescente) se, para cada x1, x2 em E, com x1 < x2, resulta f(x1) ≥ f(x2) (resp. f(x1) > f(x2)). Exerc´ıcio 34. Estudar a monotonia das func¸o˜es seguintes: (1) f : R→ R, f(x) = x2, (2) f : [2, 6]→ R, f(x) = x4, (3) f : [0,+∞)→ R, f(x) = √x, (4) f : (−∞,−2), f(x) = √−x, (5) f [−5,−4] ∪ [1, 2], f(x) = 1/x. Exerc´ıcio 35. Desenhar os gra´ficos das func¸o˜es acima. Exerc´ıcio 36. Provar que a soma e de duas func¸o˜es crescentes e´ uma func¸a˜o crescente. A composic¸a˜o de duas func¸o˜es crescentes e´ uma func¸a˜o crescente? E o produto? Exerc´ıcios: dadas as func¸o˜es seguintes, calcule a imagem inversa dos conjuntos indicados ao lado 37. 2− x, (−10, 3] 38. x2 − x+ 3, (0, 5) 5 39. x x− 2 , R 40. √|x− 1|, [0, 1] 41. [1 + x2], (1, 4) 42. sign (x2 − 2), (1/2, 2) Escreva as composic¸o˜es f ◦ g e g ◦ f das func¸o˜es seguintes, determinando os domı´nios das func¸o˜es obtidas 43. f(x) = x+ x3, g(x) = 3− x 44. f(x) = x2, g(x) = √x 45. f(x) = x+ 1 x− 1 , g(x) = 2− x 2 46. f(x) = 1 x2 , g(x) = ( √ x)2 47. f(x) = 1 + x x , g(x) = 2− x 48. f(x) = 2x, g(x) = 3x− 1 Escreva as func¸o˜es seguintes como composic¸a˜o de func¸o˜es. (As composic¸o˜es obtidas podem na˜o ser as u´nicas poss´ıveis.) 49. x2√ x2 − 1 50. x 4 Determine, para cada func¸a˜o seguinte, o maior domı´nio onde e´ invers´ıvel. 51. f(x) = { x+ 2 se 0 < x < 1 x+ 1 se 2 < x < 3 52. f(x) = { x2 se − 1 < x ≤ 0 x− 1 se 1 ≤ x < 2 Exerc´ıcio 53. Provar que uma func¸a˜o estritamente crescente ou decrescente e´ invers´ıvel. Se f : A→ R e´ invers´ıvel, necessariamente e´ estritamente mono´tona? Procure exemplos. Exerc´ıcio 54. A func¸a˜o f : R→ R, definida como f(x) = x2 e´ invert´ıvel? Exerc´ıcio 55. A func¸a˜o f : R→ R, definida como f(x) = x3 e´ invert´ıvel? Exerc´ıcio 56. A func¸a˜o f : [−3,−2] ∪ [0, 1]→ R, definida como f(x) = x2 e´ invert´ıvel? Exerc´ıcio 57. A func¸a˜o f : R→ R, definida como f(x) = √|x| e´ invert´ıvel? Exerc´ıcio 58. A func¸a˜o f : [0,+∞)→ R, definida como f(x) = √x3 + x4 + 2 e´ invert´ıvel? Outros Exerc´ıcios: Guidorizzi, pa´g. de 49 a 55, fac¸a alguns. Stewart, pa´g. 23 e 24, fac¸a alguns dos exerc´ıcios da cada grupo, a partir do nu´m. 21 ate´ o fim. Pa´g. 47 e 48, fac¸a alguns dos exerc´ıcios entre 1 e 12; entre 35 e 53, e 59a 3. Sexta-feira 8 marc¸o 2013 Exerc´ıcio 59. (feito em sala de aula) Determine a imagem inversa f−1([1, 2]), onde f(x) = x+ 1 x2 + 1 . Observac¸a˜o: Fac¸am atenc¸a˜o: infelizmente o s´ımbolo “f−1” pode representar duas coisas bem difer- entes: seja a imagem inversa de um conjunto (ou de um ponto), seja a func¸a˜o inversa de f (quando f e´ invers´ıvel ou injetora, o que e´ a mesma coisa). No exerc´ıcio acima podemos escrever f−1([1, 2]) = {x ∈ R : f(x) ∈ [1, 2]}. Uma outra famı´lia de func¸o˜es sa˜o as poteˆncias com expoente racional. Se n e´ inteiro, n ≥ 1, sabemos que existe e e´ u´nica a raiz n-esima de x (veja-se o teorema da pa´gina 2). Portanto e´ definida a func¸a˜o n √ x. Se n e´ par, o domı´nio e´ [0,+∞), se n e´ impar, o domı´nio e´ R. A raiz n√x pode ser denotada pelo s´ımbolo x 1 n . 6 Dado um racional positivo qualquer, m/n, onde m e n sa˜o primos ente si, e´ definida a func¸a˜o xm/n = n √ xm, cujo domı´nio e´ [0,+∞) se n e´ par, enquanto e´ R se n e´ impar. Dado um racional negativo, m/n, onde m,n ∈ Z sa˜o primos ente si, e´ definida a func¸a˜o xm/n = 1 x−m/n , cujo domı´nio e´ (0,+∞) se n e´ par, enquanto e´ R\{0} se n e´ impar. O leitor deve entender que a definic¸a˜o acima e´ totalmente abstrata. Se a poteˆncia com expoente inteiro e positivo e´ simplesmente uma maneira de escrever mais rapidamente um produto de fatores iguais, a poteˆncia com expoente inteiro e negativo, ou mais em geral, racional (positivo ou negativo) ou com expoente nulo na˜o sa˜o produtos. A raza˜o que jusifica a definic¸a˜o acima de ar, r ∈ Q, e´ a necessidade de definir uma func¸a˜o que verifique as propriedades das poteˆncias e que seja uma extensa˜o do caso com expoente inteiro e positivo. Observac¸a˜o: para na˜o correr o risco de encontrar raizes com ı´ndice par de nu´meros negativos, a poteˆncia ar sera´ definida (exceto casos muito particulares) geralmente com a positivo. Resumindo, a poteˆncia com expoente racional verifica as propriedades seguintes: para cada 1) a0 = 1; 2) ∀r ∈ R, 1r = 1; 3) ∀r ∈ R, ar > 0; 4) ∀r1, r2 ∈ R, ar1+r2 = ar1ar2 ; 5) ∀r ∈ R, (ab)r = arbr; 6) ∀r1, r2 ∈ R, (ar1)r2 = ar1r2 ; 7) ∀r1, r2 ∈ R, tali che r1 < r2: se a > 1 allora ar1 < ar2 , mentre se a < 1 allora ar1 > ar2 ; 8) ∀r ∈ R, r > 0, se a < b allora ar < br. Lembramos que 0n = 0 se n e` inteiro e positivo. Por outro lado a operac¸a˜o 00 na˜o faz sentido. Exerc´ıcio 60. O leitor pode tentar dar uma justificativa do fato que 00 na˜o pode ser definido? Exerc´ıcio 61. E´ um interessante exerc´ıcio para o leitor provar as propriedades 7 e 8 acima. Observac¸a˜o: A propriedade 7 quer dizer que a func¸a˜o f : Q → R, definida por f(r) = ar e´ estrita- mente crescente se a > 1, estritamente decrescente se 0 < a < 1. A propriedade 8 quer dizer que a func¸a˜o g : [0,+∞)→ R, definida por g(x) = xr, onde r e´ racional positivo fixado, e´ estritamente crescente. A func¸a˜o ar onde a varia´vel e´ o expoente e a base e´ fixada se chama func¸a˜o exponencial, enquanto xr, onde a base e´ varia´vel e o expoente e´ fixado, se chama func¸a˜o poteˆncia. As poteˆncias com expoente racional podem ser estendidas a`s poteˆncias com expoente real, da maneira seguinte. Seja a ∈ R, a > 0 e seja b ∈ R. Por exemplo suponhamos a > 1. O nu´mero b pode ser representado em notac¸a˜o decimal b = b0, b1b2..., onde b0 e´ inteiro e os bi, i ≥ 1, sa˜o as cifras decimais alinhadas (as cifras decimais podem ser finitas, ou seja, B pode ser racional, na˜o necessariamente irracional). Sendo a > 1, a seqeˆncia de nu´meros ab0 , ab0,b1 , ab0,b1b2 , ... etc. e´ crescente. Poderia provar-se (na˜o entramos nos detalhes, na˜o e´ ta˜o fa´cil) que a sequeˆncia acima ”tende”, quando n crescer, para um nu´mero real. Este nu´mero real sera´ definido como ab. A definic¸a˜o de ab no caso 0 < a < 1e´ analoga, so´ que a sequeˆncia de poteˆncias considerada decresce. Enfim, com o memso processo, chegamos a definir que 1b = 1. Observac¸a˜o: a func¸a˜o exponencial ax e´ estritamente crescente em R se a > 1 e estritametne decres- cente se 0 < a < 1. Em aˆmbos os casos e´ inversivel. Mais em geral, poderia provar-se que as poteˆncias com expoente real verificam todas as propriedades 1-8 acima (na˜o damos aqui a demonstrac¸a˜o). 7 Seja a positivo fixado e a 6= 1. A func¸a˜o inversa de ax e´ chamada logaritmo em base a de x. Sendo (0,+∞) a imagem de ax (seja com a > 1 que com 0 < a < 1), o domı´nio do logaritmo e´ (0,+∞) enquanto a imagem do logaritmo e´ tudo R porque o domı´nio de ax e´ R. Exerc´ıcio 62. O leitor refleta sobre o fato acima e prove entende-lo com clareza. O s´ımbolo da func¸a˜o logaritmo e´ loga x Exerc´ıcio 63. Usando o fato que ax e´ estritamente crescente em R se a > 1 e estritamente decrescente se 0 < a < 1, prove que loga x e´ estritamente crescente em (0,+∞) se a > 1 e estritamente decrescente se 0 < a < 1. O logaritmo satisfaz as propriedades seguintes que podem ser obtidas diretamente das propriedades das poteˆncias. 1) ∀a, x, y ∈ R, a > 0, x > 0, y > 0, segue loga(xy) = loga x+ loga y; 2) ∀a, x, y ∈ R, a > 0, x > 0, y > 0, segue loga(x/y) = loga x− loga y; 3) ∀a, x, α ∈ R, a > 0, x > 0, segue loga(xα) = α loga x; 4) ∀a, b, x ∈ R, a > 0, b > 0 x > 0, segue loga x = loga b · logb x. Exerc´ıcio 64. Prove as propriedades do logaritmo. gra´ficosde f(x) = ax e f(x) = loga x, con a > 1 e a < 1. - 6 y = ax, a > 1 y = ax, a < 1 - 6 y = loga x, a > 1 y = loga x, a < 1 Observac¸a˜o: observando o tipo de “curvatura” dos gra´ficos acima, dizemos que, ax e´ uma func¸a˜o convexa; o logaritmo e´ convexo se 0 < a < 1, enquanto e´ coˆncavo se a > 1. As informac¸o˜es que temos agora na˜o permitem esclarecer a raza˜o destas afirmac¸o˜es. Precisa o conceito de derivada de uma func¸a˜o, que sera´ introduzido depois. As func¸o˜es trigonome´tricas. Seja a circunfereˆncia C do plano cartesiano, com centro na origem e raio 1, dita circunfereˆncia trigonoome´trica. Observando a figura, A e´ o ponto de coordenadas (1, 0) enquanto P e´ um ponto qualquer em C. Movendo-se P sobre a circunfereˆncia, o arco de extremos A e P no sentido anti-hora´rio, tem um comprimento entre 0 e 2pi. 8 - 6 �� �� �� �� �� � AO P Chamo x este comprimento, portanto x ∈ [0, 2pi]. Definimos o seno de x, senx, como a ordenada de P , e o cosseno de x, cosx, como a abscissa di P . O domı´nio pode ser estendido de [0, 2pi] a R. Outros Exerc´ıcios: Guidorizzi, pa´g. 66/7, fac¸a alguns. Stewart, pa´g. 23 e 24, fac¸a alguns dos exerc´ıcios da cada grupo, a partir do nu´m. 21 ate´ o fim. Pa´g. 47 e 48, fac¸a alguns dos exerc´ıcios entre 1 e 12; entre 35 e 53, e 59a 4. Segunda-feira, 11 de marc¸o de 2013 Em relac¸a˜o a` construc¸a˜o das poteˆncias com expoente real podemos dizer que a expressa˜o 00 na˜o tem significado. Isso porque queremos que a poteˆncia ab mude ”com continuidade” se mudam a ou b. Se olhamos 01/n, na˜o temos problemas em dizer que 01/n = 0 (simplesmente pela definic¸a˜o de raiz). Quando n tende para +∞, 1/n tende para zero. Portanto um valor coerente de 00 seria zero. Por outro lado a0 = 1 para qualquer a > 0. Neste caso, como a0 fica constante igual a 1 mesmo quando a tende para zero, um valor coerente de 00 seria 1. Como estamos vendo, na˜o temos possibilidade de definir 00 que esteja de acordo com as outras propriedades. Seja agora E um subconjunto de R. Um nu´mero real M e´ dito majorante de E se x ≤ M para todo x ∈ E. Um nu´mero real m e´ dito menorante de E se x ≥ m para todo x ∈ E. Um conjunto E e´ dito limitado superiormente se admite pelo menos um majorante, enquanto e´ dito limitado inferiormente se admite pelo menos um menorante. E´ dito limitado se e´ limitado superiormente e inferiormente. Se E e´ limitado superiormente definimos supremo de E, supE, o mı´nimo dos majorantes; se E e´ limitado inferiormente definimos ı´nfimo de E, inf E, o ma´ximo dos minorantes. Se E e´ ilimitado superi- ormente escrevemos supE = +∞, se E e´ ilimitado inferiormente escrevemos inf E = −∞. O ma´ximo de um conjunto E e´ o elemento maior, se existe, enquanto o mı´nimo e´ o elemento menor, se existe. Um conjunto e´ dito finito se possui um nu´mero finito de elementos. Propriedade de continuidade de R (sem prova): um conjunto de nu´meros reais, limitado supe- riormente (inferiormente) admite supremo (´ınfimo) em R. 9 Q na˜o verifica a propriedade de continuidade. Verifique este fato como exerc´ıcio. E´ uma consequ¨eˆncia do fato que, por exemplo, na˜o existe nenhum racional cujo quadrado seja 2. Exerc´ıcio Determine o supremo e o ı´nfimo dos conjuntos seguintes e, se existem, o ma´ximo e o mı´nimo. 65. (2, 3) 66. [0,+∞) 67. [−5, 1) ∪ (1, 4] 68. (0, 3] ∪ [3, 5] 69. { 1− 1 n , n ≥ 1 } 70. { 1 + 1 n , n ≥ 1 } 71. {x ∈ Q : x2 < 2} 72. { 2n n2 + 1 , n ∈ N } Uma func¸a˜o e´ dita limitada (superiormente, inferiormente) se a imagem dela e´ limitada (superior- mente, inferiormente). Neste caso o supremo (´ınfimo) de f , sup f (inf f) e´, por definic¸a˜o, o supremo (´ınfimo) de Im f . *********** As func¸o˜es senx e cosx sa˜o definidas em R com imagem igual ao intervalo [−1, 1]; sa˜o periodicas com per´ıodo 2pi. Consequ¨eˆncia imediata do teorema de Pitagora: sen 2x+ cos2 x = 1 para todo x ∈ R. As fo´rmulas alge´bricas das func¸o˜es trigonome´tricas podem ser provadas usando a ferramenta cla´ssica da geometria euclidiana. Vamos lembrar algumas delas, sem prova. Dados x, y ∈ R, adic¸a˜o: sen (x+ y) = senx cos y + sen y cosx, cos(x+ y) = cosx cos y − senx sen y; prostafe´rese senx− sen y = 2 cos x+ y 2 sen x− y 2 , cosx− cos y = −2 sen x+ y 2 sen x− y 2 . Exerc´ıcio 73. Determine sen 2x e cos 2x em func¸a˜o de senx e cosx (fo´rmulas de duplicac¸a˜o). Determine sen x 2 e cos x 2 em func¸a˜o de senx e cosx (fo´rmulas de divisa˜o). Uma outra func¸a˜o trigonome´trica e´ a tangente: tgx = senx cosx , definida quando o coseno na˜o e´ nulo; portanto o domı´nio e´ o conjunto{ x ∈ R : x 6= pi 2 + kpi, k ∈ Z } . Exerc´ıcio 74. Provar que a tangente e´ perio´dica com per´ıodo pi. Dica: use as fo´rmulas de duplicac¸a˜o. A func¸o˜es trigonome´tricas na˜o sa˜o invert´ıveis (porque sa˜o prio´dicas). Pore´m, observamos que senx e´ estritamente crescente em [−pi/2, pi/2]. Enta˜o, a restric¸a˜o de senx a [−pi/2, pi/2] e´ invert´ıvel. A sua func¸a˜o inversa se chama arcoseno, arcsen : [−1, 1]→ R com imagem igual a [−pi/2, pi/2]. Analogamente, cosx e` invert´ıvel em [0, pi]. A sua func¸a˜o inversa se chama arcocosseno, arccos : [−1, 1]→ R, com imagem [0, pi]. 10 A tangente e` invert´ıvel em (−pi/2, pi/2). A sua func¸a˜o inversa se chama arcotangente, arctg : R→ R, e tem imagem (−pi/2, pi/2). gra´ficos de f(x) = senx e f(x) = cosx. - 6 y = senx - 6 y = cosx gra´fico de f(x) = tgx. - 6 y = tgx gra´ficos de f(x) = arcsenx, f(x) = arccosx e f(x) = arctgx. - 6 - 6 - 6 Exerc´ıcio 75. Desenhe o gra´fico de f(x) = [2x+ 1] (parte inteira). Exerc´ıcio (dif´ıcil) 76. Desenhe o gra´fico de f(x) = 1 + 2 [ x 1 + x2 ] (parte inteira). Exerc´ıcios. Diga se as func¸o˜es seguintes sa˜o perio´dicas. Se sim, encontre o per´ıodo. 77. x cosx, 78. 6 sen 2x, 79. 1 + tgx, 80. sen (x2), 81. 4, 82. [x], 83. cos 4x, 84. sen (3x). Exerc´ıcios. Diga se as func¸o˜es seguintes sa˜o pares ou impares. 11 85. x2 + 1, 86. senx x , 87. x3 − x x2 + 1 , 88. [x], 89. senx2, 90. cos 3x. Exerc´ıcio 91. Determine alguns exemplos de func¸o˜es injetoras e na˜o mono´tonas. Exerc´ıcio 92. Em relac¸a˜o aos gra´ficos acima, dados os gra´ficos das func¸o˜es exponenciais e trigono- me´tricas, justifique os desenhos dos gra´ficos das func¸o˜es inversas. Exerc´ıcios. Escreva as func¸o˜es seguintes como soma de uma func¸a˜o par e de uma impar. 93. x2 − x+ 3 94. x− 1 x2 + 1 95. sen 2x+ cos x 2 − x 96. f(x) No u´ltimo exerc´ıcio (que e´ dif´ıcil) f(x) e´ uma func¸a˜o qualquer. Pede-se que f seja escrita como g + h onde g e´ par e h e´ impar e as duas func¸o˜es sa˜o obtidas atrave´s de operac¸o˜es alge´bricas oportunas sobre f . Exerc´ıcios 97. Desenhe os gra´ficos das func¸o˜es f(x) = max{x, x2} e g(x) = max{|x|, x2} 98. Desenhe o gra´fico de |2x+ 3| − 2x 99. Dada f(x) = x2 + 2x, determine a imegaem inversa de (0, 3) 100. Determine o per´ıodo de cos 3x Exerc´ıcios Desenhe os gra´fico das func¸o˜es seguintes. 101. sen (2x), 102. cos(x/2), 103. | senx|, 104. 2 cosx, 105. 1 x senx, 106. sen 1 x , 107. x2 sen 1 x , 108. x+ senx, 109. x senx. Exerc´ıcios Determine a inversa (se existir) das func¸o˜es seguintes. 110. 3x, 111. 1 − 2x, 112. x2 − 1, 113. x− 1 x+ 2 , 114. arctgx, 115. 1/x, 116. x− |x|, 117. 2x− |x|, 118. 1 + log10(1 + x), 119. 2x 1 + 2x . Exerc´ıcio 120. Desenhe o gra´fico de f(x) = arcsen ( senx) (precisa pensar com calma sobre o fato que seno e arcoseno sa˜o uma a inversa da outra – claramente quando seno e´ restrito ao domı´nio onde e´ invers´ıvel) 121. √ x− 2, Exerc´ıcios Determine o domı´nio das func¸o˜es seguintes: 122. √ x−2, 123. √x3|x| − 1, 124. 5√x− 2 x− 1 , 125. arcsen (1+x), 126. x sen √ 1−x, 127. log(1 + 3x), 128. log arctg (1− x2), 129. arccos x x+ 1 . 12 Outros Exerc´ıcios: Stewart, pa´g. 78, do nu´m. 11 ao nu´m. 20, e 23, 24, 25, 26; pa´g. 76, fac¸a alguns (sa˜o todos importantes). 5. Quarta-feira 13 de marc¸o de 2013 Como foi dito para mim, o exerc´ıcio 6 esta´ errado. A versa˜o correta e´ a seguinte: Sejam dados quatro nu´meros reais positivos a, b, c, d. Prove que min {a b , c d } ≤ a+ c b+ d ≤ max {a b , c d } . O s´ımbolo acima min {a b , c d } denota o mı´nimo entre a b e c d . Analogamente o outro. Observac¸a˜o: a expressa˜o log x (ou seja, sem denotar a base) significara´ logaritmo em base e. Nos livro e´ muitas vezes denotado por lnx. Eu do contra´rio usarei a notac¸a˜o log x. Introduc¸a˜o ao conceito de limite de uma func¸a˜o. Primeiro tipo de limite. Definic¸a˜o 1. Seja I um intervalo de R e x ∈ I ou um extremo de I (as duas condic¸o˜es na˜o sa˜o necessariamente alternativas). Seja f : I → R uma func¸a˜o dada. O nu´mero real l e´ dito limite de f(x) para x que tende para x, em s´ımbolos escreve-se lim x→x f(x) = l, se, para cada ε > 0, esiste δ > 0 tal que |f(x)− l| < ε para cada x ∈ I, tal que 0 < |x− x| < δ. Exerc´ıcios: prove, usando a definic¸a˜o de limite, que os limites seguintes sa˜o corretos. 130. lim x→3 x = 3 131. lim x→0 x2 = 0 132. lim x→0 |x| = 0 133. lim x→0 x2/|x| = 0 Observac¸a˜o: os exerc´ıcios acima sa˜o dif´ıceis; na˜o se preocupe se na˜o conseguir Exerc´ıcios: tente justificar o fato que os limites seguinte na˜o existem. 134. lim x→0 1 x na˜o existe 135. lim x→2 [x] na˜o existe Segundo tipo de limite. Definic¸a˜o 2. Seja f : (a,+∞)→ R uma func¸a˜o dada. O nu´mero real l e´ dito limite de f(x) para x que tende para +∞, em s´ımbolos escreve-se lim x→+∞ f(x) = l, se, para cada ε > 0, esiste r ∈ R tal que |f(x)− l| < ε para cada x ∈ (a,+∞), tal que x > r. 13 Exerc´ıcio 136. Escreva a definic¸a˜o acima no caso ana´logo onde x tende para −∞ Exerc´ıcio 137. Prove, usando a definic¸a˜o de limite, que limx→+∞ 1 x = 0. Terceiro tipo de limite. Definic¸a˜o 3. Seja I um intervalo de R e x ∈ I ou um extremo de I. Seja f : I → R uma func¸a˜o dada. Dizemos que +∞ e´ o limite de f(x) para x que tende para x, em s´ımbolos escreve-se lim x→x f(x) = +∞, se, para cada m ∈ R, esiste δ > 0 tal que f(x) > m para cada x ∈ I, tal que 0 < |x− x| < δ. Exerc´ıcio 138. Escreva a definic¸a˜o acima no caso ana´logo onde o limite e´ −∞. Exerc´ıcios: prove, usando a definic¸a˜o de limite, que os limites seguintes sa˜o corretos. 139. lim x→0 1 x2 = +∞ 140. lim x→+∞ 1 x2 = 0 Quarto tipo de limite. Definic¸a˜o 4. Seja f : (a,+∞) → R uma func¸a˜o dada. Dizemos que +∞ e´ o limite de f(x) para x que tende para +∞, em s´ımbolos escreve-se lim x→+∞ f(x) = +∞, se, para cada m ∈ R, esiste r ∈ R tal que f(x) > m para cada x ∈ (a,+∞), tal que x > r. Exerc´ıcio 141. Escreva a definic¸a˜o acima nos casos ana´logos onde x tende para −∞ e o limite e´ −∞ (quantos sa˜o os casos?) Exerc´ıcios: prove, usando a definic¸a˜o de limite, que os limites seguintes sa˜o corretos. 142. lim x→0 1 x4 = +∞ 143. lim x→+∞ x = +∞ 144. lim x→−∞ x 2 = +∞ 145. lim x→+∞ x x+ 1 = 1 Observac¸a˜o: e´ importante destacar que a definic¸a˜o de limite na˜o cuida do valor da func¸a˜o no ponto x. A func¸a˜o pode na˜o ser definida (como no caso 1/x e no estudo para x→ 0) ou pode ser definida e ter valor diferente do limite, que, de fato, estuda o comportamento da func¸a˜o quando x tende para x. Por exemplo, dada f(x) = { x+ 2 se x 6= 4 1 se x = 4 (que, repito, e´ uma func¸a˜o, na˜o sa˜o duas func¸o˜es), podemos provar que lim x→4 f(x) = 6 (e na˜o 1). Vamos agora apresentar uma lista de limites. Sa˜o resultados que podem ser provados so´ atrave´s da definic¸a˜o. Na˜o vamos entrar em detalhes. O leitor usara´ os limites desta lista como ferramenta (junta com outras ferramentas que iremos ver) para abordar limites mais complexos. 14 lim x→x x = x; lim x→x ax = ax, para cada a > 0, a 6= 1; lim x→x loga x = loga x, para cada a > 0, a 6= 1 x > 0; lim x→x senx = senx; lim x→x cosx = cosx; lim x→+∞a x = +∞, se a > 1; lim x→+∞a x = 0, se 0 < a < 1; lim x→−∞a x = 0, se a > 1; lim x→−∞a x = +∞, se 0 < a < 1; lim x→+∞ loga x = +∞, se a > 1; limx→+∞ loga x = −∞, se 0 < a < 1; lim x→0 loga x = −∞, se a > 1; lim x→0 loga x = +∞, se 0 < a < 1; lim x→±∞ senx na˜o existe; limx→±∞ cosx = na˜o existe. Teorema (A´lgebra dos limites - formas finitas) (sem demonstrac¸a˜o) Seja I um intervalo de R e x ∈ I ou um extremo de I. Sejam f, g : I → R duas func¸o˜es dadas; ou sejam f, g : (a,+∞)→ R ou f, g : (−∞, b)→ R. Sejam dados os limites lim x→x (ou x→±∞) f(x) = l ∈ R, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = m ∈ R. Enta˜o, (1) limx→x (ou x→±∞) (f(x) + g(x)) = l +m (soma); (2) limx→x (ou x→±∞) (f(x)− g(x)) = l −m (diferenc¸a); (3) limx→x (ou x→±∞) (f(x) · g(x)) = l ·m (produto); (4) limx→x (ou x→±∞) (f(x)/g(x)) = l/m, se m 6= 0 (raza˜o). Os limites lim x→x x = x e, dada uma constante real a, lim x→x a = a podem ser provados so´ usando a definic¸a˜o. A partir dos dois resultados, todos os limites de polinoˆmios e func¸o˜es racionais (razo˜es de polinoˆmios), se sa˜o das formas finitas acima, podem ser obtidos usando a a´lgebra dos limites. 6. Sexta-feira 15 de marc¸o de 2013 Um outra lista de limites que vamos dar sem prova e´ a seguinte: seja α ∈ R fixado e a func¸a˜o xα definida in (0,+∞). Enta˜o: lim x→x xα = xα; lim x→+∞x α = +∞, se α > 0; lim x→+∞x α = 0, se α < 0; Observac¸a˜o: o leitor pode observar facilmente que, no caso que α ∈ Z, os limites acima podem ser deduzidos sabendo que lim x→x x = x e usando a a´lgebra dos limites no caso do produto. Se o expoente na˜o for inteiro precisa usar a definic¸a˜o para provar os limites acima. 15 Exerc´ıcio 146. Nos casos particulares em que o expoente seja de formas oportunas, o domı´nio da func¸a˜o xα pode na˜o ser limitado ao intervalo (0,+∞). Analize os va´rios casos e determine as va´rias extenso˜es poss´ıveis do domı´nio. A´lgebra dos limites - formas infinitas: resolv´ıveis e indeterminadas (sem demonstrac¸a˜o) Seja I um intervalo de R e x ∈ I ou um extremo de I. Sejam f, g : I\{x} → R duas func¸o˜es dadas; ou sejam f, g : (a,+∞)→ R ou f, g : (−∞, b)→ R. Temos os casos seguintes: 1) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = +∞, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = m ∈ R, enta˜o lim x→x (ou x→±∞) (f(x) + g(x)) = +∞; 2) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = −∞, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = m ∈ R, enta˜o lim x→x (ou x→±∞) (f(x) + g(x)) = −∞; 3) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = +∞, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = +∞, enta˜o lim x→x (ou x→±∞) (f(x) + g(x)) = +∞; 4) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = −∞, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = −∞, enta˜o lim x→x (ou x→±∞) (f(x) + g(x)) = −∞; Produto: limx→x (ou x→±∞) (f(x) · g(x)) = +∞ nos casos seguintes: 5a) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = +∞, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = m ∈ R, m > 0; 5b) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = −∞, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = m ∈ R, m < 0; 5c) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = +∞, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = +∞; 5d) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = −∞, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = −∞; limx→x (ou x→±∞) (f(x) · g(x)) = −∞ nos casos seguintes: 6a) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = −∞, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = m ∈ R, m > 0; 6b) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = −∞, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = m ∈ R, m > 0; 6c) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = +∞, e lim x→x (ou x→±∞) g(x)= −∞; Quociente: limx→x (ou x→±∞) (f(x)/g(x)) = +∞ nos casos seguintes: 7a) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = +∞, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = m ∈ R, m > 0; 16 7b) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = −∞, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = m ∈ R, m < 0; 7c) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = +∞ ou l > 0, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = 0, com sinal positivo em um intervalo (x−δ, x+δ); 7d) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = −∞ ou l < 0, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = 0, com sinal negativo em um intervalo (x−δ, x+δ); limx→x (ou x→±∞) (f(x)/g(x)) = −∞ nos casos seguintes: 7a) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = −∞, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = m ∈ R, m > 0; 7b) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = +∞, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = m ∈ R, m < 0; 7c) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = −∞ ou l < 0, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = 0, com sinal positivo em um intervalo (x−δ, x+δ); 7d) se lim x→x (ou x→±∞) f(x) = +∞ ou l > 0, e lim x→x (ou x→±∞) g(x) = 0, com sinal negativo em um intervalo (x−δ, x+δ); Os casos acima representam as formas resolv´ıveis porque conseguimos estabelecer uma regra geral. Os casos abaixo sa˜o as assim chamadas formas indeterminadas. Na˜o temos de fato a possibilidade de escrever uma a´lgebra dos limites para as formas seguintes. A existeˆncia e o valor dos limites nos casos seguintes depende do exerc´ıcio: +∞−∞, 0 · (±∞), ±∞/±∞, 0/0. Exerc´ıcios: calcule os limites seguintes (se existem) 147. lim x→0 x x+ 1 148. lim x→1 x2 + 1 x− 1 149. lim x→0 x3 + x+ 3 4x2 − 2x+ 1 150. limx→+∞ 2x+ x2 2x2 + x− 1 151. lim x→+∞ x3 + 3x− 2 x2 − 2x+ 1 152. limx→0 x2 + x− 4 2x2 153. lim x→2 x2 + x− 5 x2 − 4x+ 4 154. limx→a ex√ x2 + 2 155. lim x→+∞ √ x2 + 1− x 156. lim x→+∞ √ x2 + 1− 2x 157. lim x→−∞ √ x2 + 1− x 158. lim x→+∞ x3 − 1 x2 − 1 Exerc´ıcio 159. Prove a fo´rmula seguinte: (xn − 1) = (xn−1 + xn−2 + ... + x + 1)(x − 1), onde n e´ inteiro positivo fixado. Procure uma fo´rmula ana´loga para a fatorac¸a˜o de xn + 1 Outros exerc´ıcios: Guidorizzi, pa´g. 93, nu´m. 1,4,5; 17 7. Segunda-feira 18 de marc¸o de 2013 Aula de Jeovanny de Jesus Muentes Acevedo Excerc´ıcios abordados e resolvidos em sala de aula. 1. Estude a inequac¸a˜o √ x− 1 < x− 3. 2. Prove que a soma de dois nu´meros racionais e´ racional. Prove que a soma de um nu´mero racional e um nu´mero irracional e´ irracional. 3. Prove que [x] + [y] ≤ [x+ y] para todo x, y ∈ R ([x] denota a parte inteira de x). 4. Determine a imagem do intervalo (−1, 1) atrave´s da func¸a˜o x3 + 2. Para abordar o exerc´ıcio uma te´cnica poss´ıvel e´ a seguinte: use a propriedade do ordenamento dos nu´meros reais segundo a qual ac ≤ bc se a ≤ b e c > 0. Use para provar que x3 (e consequentemente x3 + 2) e´ uma func¸a˜o crescente. 5. Determine a imagem do intervalo (−2, 1] atrave´s da func¸a˜o [x − 2]2 (de novo [·] denota a parte inteira). 6. Determine a imagem inversa de (0, 5) atrave´s da func¸a˜o x2 − x+ 3. 7. Escreva f(x) = x− 1 x2 + 1 como soma de uma func¸a˜o par e de uma impar. 8. Desenhe o gra´fico da func¸a˜o f(x) = max{x, x2} e da func¸a˜o g(x) = max{|x|, x2}. 9. Calcule o domı´nio de arccos x x+ 1 . 8. Quarta-feira 20 de marc¸o de 2013 Teorema do confronto. (com prova do primeiro resultado feita na sala de aula e que pode ser cobrada nos exerc´ıcios das provas) Primeiro resultado. Seja I um intervalo de R e x ∈ I ou um extremo de I. Sejam f, g, h : I → R func¸o˜es dadas. Suponhamos que f(x) ≤ g(x) ≤ h(x) para cada x. Sejam dados os limites lim x→x (ou x→±∞) f(x) = l, e lim x→x (ou x→±∞) h(x) = l, onde l ∈ R. Enta˜o, lim x→x (ou x→±∞) g(x) = l. Exerc´ıcio 160. Em sala de aula foi provado o caso x→ x. Prove o caso x→ +∞ ou x→ −∞ Segundo resultado. Seja I um intervalo de R e x ∈ I ou um extremo de I. Sejam f, g : I → R func¸o˜es dadas. Suponhamos que f(x) ≤ g(x) para cada x. Seja dado o limite lim x→x (ou x→±∞) f(x) = l ∈ R, 18 e suponhamos que exista o limite lim x→x (ou x→±∞) g(x). Enta˜o, este limite e´ ≥ l. Terceiro resultado. Seja I um intervalo de R e x ∈ I ou um extremo de I. Sejam f, g : I → R func¸o˜es dadas. Suponhamos que f(x) ≤ g(x) para cada x. Seja dado o limite lim x→x (ou x→±∞) f(x) = +∞. Enta˜o, lim x→x (ou x→±∞) g(x) = +∞. Exerc´ıcio 161. Prove este terceiro resultado. Em seguida, deˆ o enunciado no outro caso poss´ıvel (qual pode ser?). Exerc´ıcio 162. Prove, usando a definic¸a˜o, que limx→0 |x| = 0. Exerc´ıcio 163. Prove, usando a definic¸a˜o, que limx→+∞ n √ x = +∞, para cada n ≥ 1, n ∈ N. Exerc´ıcio 164. (d´ıficil) Prove, usando a definic¸a˜o, que limx→+∞ senx na˜o existe (dica: senx tem infinitas vezes os valores 1 e −1. Ou seja, imagens con distaˆncia 2. Se o limite existisse, chamamos l ∈ R e se pega´ssemos ε < 1, senx deveria ficar, definitivamente, dentro de uma faixa de largura < 2... acerte os detalhes). Exerc´ıcio 165. Usando o comportamento de senx, tente entender (e desenhar o gra´fico) o compor- tamente de sen (1/x) quando, em particular, x e´ pro´ximo de zero. Aplicac¸a˜o do teorema do confronto. (com prova feita na sala de aula e que pode ser cobrada nos exerc´ıcios das provas): se f(x) e´ limitada e limx→x (ou x→±∞) g(x) = 0, enta˜o, limx→x (ou x→±∞) (f(x)g(x)) = 0. Exerc´ıcios: calcule os limites seguintes (se existem) 166. lim x→0 (x− 1)√x2 + 1 167. lim x→+∞ ( senx+ x) 168. lim x→1 x2 + 1 x− 1 169. limx→−∞ ([x] + x) 170. lim x→0 x2 + 1 x− 1 171. limx→2 x(x+ 2)(x− 3) 172. lim x→1 x3 − 1 x2 − 1 173. limx→0 3 √ 1 + x− 3√1− x x 174. lim x→0 √ 2 + x−√2 x 175. lim x→0 1 x ( 3x− 2 2x+ 3 − 3x+ 2 2x− 3 ) 176. lim x→0 1− cosx x senx 177. lim x→pi 1 + cosx pi − x 178. lim x→0 1 1− cosx 179. limx→0 2/|x| 19 180. lim x→+∞ x2 + 3 4x2 + x 181. lim x→+∞ 3− x3 − x 1− 2x2 182. lim x→+∞ ( x2 x+ 1 − x ) 183. lim x→+∞ x2 + senx 2x+ x2 + 3 184. lim x→+∞ √ 1 + x2 + √ x√ x− x 185. limx→−∞ x( √ 1 + x4 − x2) Teorema (limite de func¸o˜es compostas – sem prova). Seja f(x) dada e suponhamos que exista o limite lim x→x (ou x→±∞) f(x) = l onde l ∈ R ou l = ±∞. Seja g(x) uma outra func¸a˜o dada e suponhamos que exista o limite lim x→l g(x) = m onde m ∈ R ou m = ±∞. Suponhamos que a composic¸a˜o g(f(x)) seja bem definida e que, se l ∈ R, f(x) 6= l para x 6= x e x pro´ximo de x. Enta˜o, lim x→x (ou x→±∞) g(f(x)) = m. Observac¸a˜o: parece estranha a hipo´tese f(x) 6= l para x 6= x e x pro´ximo de x. Todavia, se na˜o for verificada a condic¸a˜o, o limite da composic¸a˜o pode na˜o ser m, como no caso seguinte: f(x) = 0,∀x ∈ R, g(x) = { 0 se x 6= 0 1 se x = 0. E´ fa´cil ver que limx→0 g(f(x)) = 1, enquanto limx→0 g(x) = 0. Uma condic¸a˜o que pode substituir a condic¸a˜o acima e´ g(l) = m, se m e l for reais. Esta condic¸a˜o sera´ encontrada no caso das func¸o˜es cont´ınuas. Exemplos de limites que podem ser provados usando o teorema acima: limx→+∞ √ x2 + 1, limx→0 senx2 x2 , limx→0 sen 2x 3x , limx→0 1− cos√x x . Exerc´ıcio 186. Calcule os limites acima, mostrando, nos detalhes, como e´ usado o teorema. Definic¸a˜o (limites direito e esquerdo) Sejam I = (a, b) um intervalo aberto, x ∈ I e f : I → R uma func¸a˜o dada. Denotamos por g : (x, b)→ R, g(x) = f(x) a restric¸a˜o de f a (x, b). Dizemos que l ∈ R ou l = ±∞ e´ o limite direito de f(x) para x que tende para x, em s´ımbolos e´ lim x→x+ f(x) = l, se lim x→x g(x) = l. Analogamente, denotamos por h : (a, x)→ R, h(x) = f(x) 20 a restric¸a˜o de f a (a, x). Dizemos que l ∈ R ou l = ±∞ e´ o limite esquerdo de f(x) para x que tende para x, ems´ımbolos e´ lim x→x− f(x) = l, se lim x→x h(x) = l. Teorema (sem prova) Sejam I = (a, b) um intervalo aberto, x ∈ I e f : I → R uma func¸a˜o dada. Enta˜o, lim x→x f(x) = l se e somente se lim x→x+ f(x) = l = lim x→x− f(x). Outros exerc´ıcios: Guidorizzi, pa´g. 94, nu´m. 4, 5, 8; pa´g. 104, nu´m. 1,2,3; pa´g. 108, fac¸a alguns; pa´g. 112/3, fac¸a alguns; pa´g. 117, fac¸a alguns; pa´g. 125/6, fac¸a alguns. Stewart, pa´g. 112/3, nu´m. de 39 a 44, de 45 a 51. 9. Sexta-feira 22 de marc¸o de 2013 Exerc´ıcio 187. Diga se existe o limite seguinte: lim x→pi 1 + cosx pi − x . Exerc´ıcio: calcule, se existem, os limites seguintes: 188. lim x→+∞ ( senx+ x) 189. limx→−∞ [x]− x 2 190. lim x→+∞ senx√ x+ cosx 191. lim x→−∞ ( √ x2 − 2x+ x) 192. Diga qual e´, entre as seguintes, a definic¸a˜o correta do limite lim x→4 f(x) = 7. a) Para cada λ e µ positivos, se |x−4| < µ e x 6= 4 enta˜o, |f(x)− 7| < λ. b) Para cada λ > 0 e para cada µ > 0, se |x− 4| < µ enta˜o, |f(x)− 7| < λ. c) Para cada µ > 0 existe λ > 0 e existe x tal que |x− 4| < λ e |f(x)− 7| < µ. d) Para cada µ > 0 existe λ > 0 tal que se |x−4| < λ e x 6= λ enta˜o, |f(x)−7| < µ. e) Para cada µ > 0 existe λ > 0 tal que se |x− 4| < λ e x 6= 4 enta˜o |f(x)− 7| < µ. f) Nenhuma das respostas acima e´ cor- reta. 193. Suponhamos que lim x→+∞ f(x) = −∞. Diga qual, entre as afirmac¸o˜es seguintes, e´ correta . 21 a) Se x > 0 enta˜o f(x) < 0. b) Existe ε > 0 tal que f(x) < 0 para cada x > ε. c) Para cada ε > 0 existe η > 0 tal que para x > η temos f(x) > ε > 0. d) Nenhuma das respostas acima e´ cor- reta. 194. Consideramos a proposic¸a˜o seguinte: dadas f e g definidas em um intervalo I, seja x0 ∈ I fixado. Suponhamos que f(x) ≥ g(x) para cada x e que lim x→x0 f(x) = 0. Enta˜o, lim x→x0 g(x) = 0. A proposic¸a˜o e´: a) Verdadeira se colocamos a hipo´tese su- plementar g(x) ≤ 0, ∀x ∈ I. b) Verdadeira se colocamos a hipo´tese suplementar g(x) ≥ 0, ∀x ∈ I. c) Verdadeira sem necessidade de outras hipo´teses suplementares. d) Verdadeira se colocamos a hipo´tese suplementar f(x0) = g(x0) = 0. e) Falsa, tambe´m colocando as hipo´teses suplementares acima. 195. Dada f : R→ R, suponhamos que lim x→+∞f(x) = −∞. Enta˜o: a) f e´ decrescente. b) lim x→+∞f(x 2) = +∞. c) ∀m ≥ 0, temos f(x) ≤ 0 se x ≥ m. d) ∀m ≥ 0 e ∀k ≥ 0 f(x) ≤ k se x ≥ m. e) lim x→−∞f(x) = +∞ f) Nenhuma das respostas acima e´ cor- reta. 196. Dada f : N → N, f(x) = x + 1 diga quais (podem ser mais que uma) das afirmac¸o˜es sa˜o corretas. a) f e´ injetora. b) f e´ sobrejetora. c) f e´ limitada inferiormente. d) A notac¸a˜o f(x) = x+ 1 non faz sen- tido porque o domı´nio e´ N e a varia´vel a ser usada deve ser denotada por n. Exerc´ıcio 197. Procure uma f : R→ R que na˜o seja crescente, mas que verifique lim x→+∞ f(x) = +∞. Esta func¸a˜o deve ser definitivamente crescente? Isto e´, existe r tal que f e´ crescente em (r,+∞)? Definic¸a˜o de func¸a˜o cont´ınua. Sejam I intervalo de R, f : I → R uma func¸a˜o dada e x ∈ I dado. f e´ dita cont´ınua em x se x→x f(x) = f(x). f e´ dita cont´ınua em I (ou, simplesmente, cont´ınua) se e´ cont´ınua em todos os pontos de I. O conceito de continuidade de uma func¸a˜o e´ pontual. Ou seja, dizemos que uma func¸a˜o e´ cont´ınua em um ponto. Outros conceitos, ja´ encontrados, sa˜o so´ globais: invertibilidade, limitac¸a˜o de uma func¸a˜o, monotonia. Na˜o faz sentido, por exemplo, dizer que uma func¸a˜o e´ limitada (ou invers´ıvel, ou crescente) em um ponto. 22 Exemplos: diretamente da definic¸a˜o e de alguns limites das func¸o˜es elementares, ja´ vistos nas aulas anteriores (e dados sem prova) segue que sa˜o cont´ınuas: os polinoˆmios P (x), as func¸o˜es racionais P (x)/Q(x) nos pontos x tais que Q(x) 6= 0, as raizes, as func¸o˜es trigonome´tricas, as func¸o˜es exponenciais e logar´ıtmicas. Definic¸a˜o: se f : I → R e´ descont´ınua em x ∈ I, dizemos que x e´ um ponto de descontinuidade. Portanto na˜o faz sentido dizer que x e´ um ponto de descontinuidade para f se x na˜o pertence ao domı´nio da func¸a˜o. Exerc´ıcio 198. Determine em quais pontos sa˜o cont´ınuas as func¸o˜es seguintes (determine, inclusive, os pontos de descontinuidade): f(x) = 1/x, f(x) = { 1/x se x 6= 0 0 se x = 0. g(x) = { −x2 + 1 se x ≥ 2 1− 2x se x < 3. f(x) = senx x g(x) = { cosx se x > pi −1 se x < pi. f(x) = { x+ 3 se x > 1 2− x2 se x < 1. g(x) = x2 se x > 1 1 se x = 1 x2 se x < 1. Exerc´ıcio 199. Determine em quais pontos sa˜o cont´ınuas a func¸a˜o sinal, a func¸a˜o parte inteira e a func¸a˜o de Dirichlet (determine, inclusive, os pontos de descontinuidade). Teorema (A´lgebra das func¸o˜es cont´ınuas – sem prova). Sejam f, g : I → R cont´ınuas em um ponto x ∈ I. Enta˜o, sa˜o cont´ınuas em x: f + g, f − g, f · g, f/g se x 6= 0. Teorema (sem prova). Seja f : I → R cont´ınua em x ∈ I. Seja J um intervalo que conte´m Im f e seja g : J → R cont´ınua em y = f(x). Enta˜o, g ◦ f e´ cont´ınua em x. Exerc´ıcio 200. Determine em quais pontos sa˜o cont´ınuas as func¸o˜es seguintes (determine, inclusive, os pontos de descontinuidade): f(x) = { x/|x| se x 6= 0 0 se x = 0. f(x) = x+ 2 |x|+ 1 se x ≥ 0 2− x se x < 0. f(x) = { sen (1/x) se x 6= 0 0 se x = 0. f(x) = x+ |x| x2 se x 6= 0 0 se x = 0. f(x) = [x]2 − x2 Exerc´ıcio 201. (muito d´ıficil) Seja f : (0, 1]→ R definida como f(x) = { 1/n se x = m/n, m e n inteiros positivos e primos entre si (m ≤ n) 0 se x e´ irracional. Prove que f e´ cont´ınua nos pontos irracionais de (0, 1] e discont´ınua nos racionais. Outros exerc´ıcios: Guidorizzi, pa´g. 81, nu´m. de 5 a 12; e 27. Stewart, pa´g. 133, nu´m. de 15 a 20. 23 10. Segunda-feira 1 de abril de 2013 Aula de Jeovanny de Jesus Muentes Acevedo Excerc´ıcios abordados e resolvidos em sala de aula. 1. Calcule (se existir) lim x→+∞ senx√ x+ cosx 2. Calcule (se existir) lim x→+∞ √ 1 + x2 + √ x√ x− x 3. Calcule (se existir) lim x→+∞ x2 + senx 2x+ x2 + 3 4. Seja f : R→ R uma func¸a˜o que verifica a propriedade seguinte: lim x→+∞) f(x) = −∞. Diga se alguma das afirmac¸o˜es seguintes e´ verdadeira: a) f(x) < 0 para todo x real. b) f(x) < 0 para todo x positivo. c) existe ε > 0 tal que f(x) < 0 para todo x > ε. 5. Determine os pontos onde f(x) = 1/x e´ cont´ınua onde na˜o e´ cont´ınua e os pontos de descontinuidade. (Dizer que x e´ um ponto onde f na˜o e´ cont´ınua e´ a mesma coisa que dizer que x e´ um ponto de descontinuidade?) 6. Diga se f(x) = x+ |x| x2 admite um ”prolongamento cont´ınuo na origem” 7. Calcule (se existir) lim x→+∞ 3 √ 1 + x− 3√1− x x 11. Quarta-feira 3 de abril de 2013 Teorema da conservac¸a˜o do sinal para as func¸o˜es cont´ınuas. (com prova feita na sala de aula e que pode ser cobrada nos exerc´ıcios das provas) Sejam I intervalo e f : I → R cont´ınua em x ∈ I. Suponhamos f(x) 6= 0. Enta˜o existe δ > 0 tal que f(x) tem o mesmo sinal de f(x) para todo x ∈ (x− δ, x+ δ) ∩ I. Teorema do anulamento para as func¸o˜es cont´ınuas. (com prova feita na sala de aula e que pode ser cobrada nos exerc´ıcios das provas) Seja f : [a, b]→ R cont´ınua (em todo o domı´nio). Seja f(a)f(b) < 0. Enta˜o, existe c ∈ (a, b) tal que f(c) = 0. Uma consequ¨eˆncia do teorema do anulamento e´ o resultado seguinte. Teorema dos valores intermedia´rios para as func¸o˜es cont´ınuas. (sem prova) Seja I intervalo (qualquer) e f : I → R cont´ınua. Enta˜o, f atinge todos os valores entre inf f e sup f Lembramos que inf f e sup f sa˜o, respectivamente, o ı´nfimo e o supremo de Im f . O teorema diz que o intervalo aberto (inf f, sup f) e´ contido em Im f . Na˜o podemos saber, em geral, se [inff, sup f ] = Im f (ou um dos extremos pertence a` imagem), porque na˜o sabemos a priori se f possui m´aximo ou mı´nimo. Uma consequ¨eˆncia (corola´rio) imediato do teorema e´ que, dada uma func¸a˜o cont´ınua definida em um intervalo, a imagem e´ um intervalo. 24 Atenc¸a˜o ao fato que se o domı´nio na˜o e´ um intervalo, a imagem na˜o necessariamente e´ um intervalo. Uma aplicac¸a˜o importante do teorema dos valores intermedia´rios e´ a existeˆncia da raiz quadrada de um nu´mero positivo qualquer. Para prova-lo, aplique o teorema a` func¸a˜o x2 definida em (0,+∞) (lembrando a definic¸a˜o correta de raiz quadrada). Uma outra aplicac¸a˜o e´ a existeˆncia de, pelo menos, uma soluc¸a˜o real de qualquer equac¸a˜o polinomial de grau impar. Devido ao fato que, se P (x) e´ um polinoˆmio de grau impar, limx→+∞ P (x) = +∞ se o coeficiente da poteˆncia de grau ma´ximo e´ positivo (−∞, se negativo) e limx→−∞ P (x) = −∞ (+∞, se aquele coeficiente e´ negativo). Podemos construir algoritmos para aproximar a raiz quadrada de um nu´mero positivo, como para aproximar as soluc¸o˜es reais de equac¸o˜es polinomiais ou de equac¸o˜es mais complicadas (ex. x tgx = p, onde p e´ dado). Exerc´ıcios: 202. Construa, como feito em sala de aula, algoritmos para aproximar a raiz quadrada de um nu´mero positivo e para determinar uma soluc¸a˜o (aproximada) de uma equac¸a˜o polinomial de grau impar (escolha o polinoˆmio e o erro na aproximac¸a˜o) 203. Prove que a equac¸a˜o x3 + x = a possui uma e so´ uma soluc¸a˜o real para cada a ∈ R dado. 204. Seja f : R→ R cont´ınua. Suponhamos que x− 5 < f(x) < x+ 1 para cada x ∈ R. Prove que a equac¸a˜o f(x) = 0 possui pelo menos uma soluc¸a˜o. 205. Procure Im f , onde f e´ a func¸a˜o do exerc´ıcio acima. 206. Prove que a equac¸a˜o x8 + 5x5 − 6x4 + 2x3 + 3x− 1 = 0 possui pelo menos uma soluc¸a˜o real. * * * E´ interessante a relac¸a˜o entre continuidade e invertibilidade de uma func¸a˜o. E´ importante lembrar (ou observar, se na˜o lembra) que e´ o´bvio que uma func¸a˜o estritamente mono´tona e´ invers´ıvel. O vice-versa e´ falso. Exerc´ıcio 207. Consideramos as func¸o˜es seguintes: f(x) = { x se x ∈ [0, 1) x− 1 se x ∈ [2, 3] g(x) = { x se x ∈ [0, 1) 3− x se x ∈ [1, 2] h(x) = { x se x ∈ [0, 1) 5− x se x ∈ [2, 3] Desenhe o gra´fico de f , g e h. Determine se sa˜o cont´ınuas, invers´ıveis, mono´tonas, e se o domı´nio e´ um intervalo. Se sa˜o invers´ıveis (ou algumas delas) determine as inversas, dizendo se sa˜o cont´ınuas, mono´tonas, e se o domı´nio e´ um intervalo. Em particular, a func¸a˜o f do exerc´ıcio e´ cont´ınua e invers´ıvel, mas a inversa e´ descont´ınua. A h e´ cont´ınua e invers´ıvel, mas na˜o e´ mono´tona. Esta falta de propriedade acontece porque o domı´nio na˜o e´ um intervalo. Teorema (monotonia de uma func¸a˜o invers´ıvel). (Sem prova) Seja I intervalo, f : I → R cont´ınua e invers´ıvel. Enta˜o e´ mono´tona. O resultado mais importante e´ o seguinte (cuja prova e´ baseada no teorema acima) 25 Teorema (continuidade da func¸a˜o inversa). (Sem prova) Seja I intervalo, f : I → R cont´ınua e invers´ıvel. Enta˜o a func¸a˜o inversa f−1 e´ cont´ınua. Sa˜o cont´ınuas, como consequeˆncia do teorema acima, as func¸o˜es trigonome´tricas inversas: arcsen, arccos e arctg . Outros exerc´ıcios: Guidorizzi, pa´g. 140/1, fac¸a alguns. Stewart, pa´g. 133, nu´m. 35,36,37,38,39,45,47,48,49,50,62. 12. Sexta-feira 5 de abril de 2013 Conclu´ımos a parte da continuidade com o teorema seguinte, um dos mais importantes do curso. Lembre que, dada f : A→ R, onde A e´ um conjunto qualquer, o ma´ximo de f e´ definido como o ma´ximo da imagem de f , se existe. Enquanto o mı´nimo de f e´ definido como o mı´nimo da imagem de f (se existe). Teorema de Weierstrass. (sem prova) Uma func¸a˜o f : [a, b]→ R cont´ınua possui ma´ximo e mı´nimo. Exerc´ıcios: 208. Seja f : [0, 1]→ R, f(x) = x− [x] ([x] e´ a parte inteira de x). Prove que f na˜o possui ma´ximo. Qual hipo´tese do Teorema de Weierstrass na˜o e´ respeitada? 209. Seja f : [0, 1) → R, f(x) = x. Prove que f na˜o possui ma´ximo. Qual hipo´tese do Teorema de Weierstrass na˜o e´ respeitada? 210. Seja f : [0,+∞)→ R, f(x) = x. Prove que f na˜o possui ma´ximo. Qual hipo´tese do Teorema de Weierstrass na˜o e´ respeitada? 211. Procure exmplos de func¸o˜es que na˜o respeitam algumas das hipo´teses do Teorema de Weierstrass, mas que possuem ma´ximo e mı´nimo. Pode ser provado (na˜o e´ um exerc´ıcio fa´cil) que a func¸a˜o f(x) = ( 1 + 1 x )x e´ crescente em [1,+∞) e e´ limitada. Pelo teorema dos limites das func¸o˜es mono´tonas, o limite lim x→+∞ ( 1 + 1 x )x existe e e´ finito. Chamamos “e” este valor. Se chama nu´mero de Neper. Exerc´ıcio 212. Prove que e ≥ 1. De fato, provaremos em seguida, agora na˜o e´ poss´ıvel, que 2 < e < 3. Exerc´ıcio 213. Determine o domı´nio de ( 1 + 1 x )x . Podemos provar (na˜o e´ fa´cil) que lim x→−∞ ( 1 + 1 x )x = e. 26 Usando o limite das func¸o˜es compostas, podemos provar que lim x→+∞ log [( 1 + 1 x )x] = 1, e lim x→−∞ log [( 1 + 1 x )x] = 1. O limite das func¸o˜es composta, ja´ visto na pa´gina 19, e´ um resultado impostante e que apresenta problemas. Agora, com o conceito de continuidade, podemos reformula-lo em termos mais simples. Sejam f(x) e g(y) duas func¸o˜es dadas e suponhamos que a composic¸a˜o g(f(x)) seja bem definida em um certo intervalo (vamos fazer as coisas mais simples). Suponhamos que g seja cont´ınua. Suponhamos que exista o limite lim x→x (ou x→±∞) f(x) = l onde l ∈ R ou l = ±∞. Seja g(x) uma outra func¸a˜o dada e suponhamos que exista o limite lim x→l g(x) = m onde m ∈ R ou m = ±∞. Enta˜o, lim x→x (ou x→±∞) g(f(x)) = m. Voltando ao limite (pegando so´ o primeiro dos dois) lim x→+∞ log [( 1 + 1 x )x] , usando o limite das func¸o˜es compostas, log = g enquanto f(x) = ( 1 + 1 x )x . Sabendo que lim x→+∞ ( 1 + 1 x )x = e, e usando a fo´rmula acima temos limy→e log y = 1. Aqui estamos usando o fato que log e´ uma func¸a˜o cont´ınua. A fo´rmula para calcular o limite de func¸o˜es compostas pode ser vista come uma fo´rmula de troca de varia´vel. No sentido seguinte. Estudamos de novo o limite lim x→+∞ log [( 1 + 1 x )x] . Definimos a nova vara´vel y = [( 1 + 1 x )x] . Sabemos que y → e quando x → +∞. Portanto o limite acima se torna igual a limy→e log y. Que sabemos ser 1 porque log e´ cont´ınua. A troca de varia´vel, em geral, pode ser usada se a func¸a˜o e´ cont´ınua. Sabendo que [( 1 + 1 x )x] = x log ( 1 + 1 x ) , temos lim x→+∞x log ( 1 + 1 x ) = 1. Trocando a varia´vel, e pondo y = 1/x, vemos que y tende para 0 (com valores positivos) quando x tende para +∞. Portanto, segue, lim y→0+ log(1 + y) y = 1 27 Usando o limite lim x→−∞ log [( 1 + 1 x )x] = 1, e desenvolvendo os passos ana´logos aos anteriores, temos (prove como exerc´ıcio) lim y→0− log(1 + y) y = 1 Ou seja lim y→0 log(1 + y) y = 1 Exerc´ıcio 214. Prove, com uma oportuna troca de varia´vel, lim x→0 ex − 1 x = 1 Exerc´ıcios: 215. Determine as soluc¸o˜es de x2 − 2x |x− 1| ≥ 1. Em seguida, estude a imagem da func¸a˜o f(x) = x2 − 2x x− 1 , definida em [0,+∞). Use, agora, a continuidade da func¸a˜o e os teoremas sobre as func¸o˜es cont´ınuas. Podemos responder exaustivamente o a resposta tem que ser incompleta? 216. Determine o domı´nio de √ 2 senx+ 1. A func¸a˜o e´ crescente? 217. Calcule, se existem, os limites seguintes: lim x→0 √ x+ 1 + x2 − 1 x , lim x→0 (√ x+ 1 + x2 − 1√ x · sen 1 x ) 218. Determine n ∈ N tal que o limite seguinteseja finito e na˜o nulo: lim x→0 sennx (√ 1 + x2 − 1) x3 + x4 . 219. Desenhe o gra´fico de |x2 − x − 6|. Em seguida, conhecendo o gra´fico de log x, desenhe mais ou menos aproximadamente o gra´fico de f(x) = log(1 + |x2 − x − 6|). Determine em quais intervalos f e´ crescente e em quais e´ decrescente. Determine, enfim, a imagem de f restrita ao intervalo [−4, 4]. (Sugesta˜o: sabemos que y = x2 − x − 6 e´ a equac¸a˜o de uma para´bola. Uma propriedade geome´trica de uma parabola gene´rica y = x2 +ax+ b diz que, se a curva corta o eixo X em dois pontos α e β, ela atinge o mı´nimo no ponto me´dio entre α e β) 13. Segunda-feira 8 de abril de 2013 Excerc´ıcios em sala de aula e sugeridos para o trabalho em casa. 220. Desenhe o gra´fico da func¸a˜o f(x) = x2 − x− 6. Para este desenho usamos o conhecimento geral do comportamento das para´bolas e o fato de que o mı´nimo (ou o ma´ximo) sa˜o obtidos nos pontos me´dios entre os dois pontos de anulamento de f . Sabendo onde uma para´bola e´ crescente e onde e´ decrescente, determine os intervalos onde e´ crescente e onde e´ decrescente a func¸a˜o g(x) = |f(x)|. Prove o fato geral de que se l(x) for uma func¸a˜o crescente, enta˜o −l(x) e´ decrescente. Desenhe o gra´fico de g. Seja h(x) = log(1 + g(x)). Determine os intervalos onde h e´ crescente e onde e´ decrescente, usando (e provando) o fato geral seguinte. A composic¸a˜o de duas func¸o˜es crescentes e´ uma func¸a˜o crescente. 221. Determine as soluc¸o˜es de 1 + √ 2x2 + 3x− 2 > x. 28 222. Determine as soluc¸o˜es de 1 2x + |2x− 1| < 2. 223. Determine o supremo e o ı´nfimo do conjunto {1/n : n ∈ N, n ≥ 1}. 224. Seja f(x) = 1− 1 x , definida em (0, 1). Determine se e´ crescente, decrescente ou nenhuma da duas. Tente explicar os va´rios detalhe, comec¸ando pela prova do fato de que 1/x e´ decrescente em (0, 1). Em seguida, calcule a imagem de f . Use o fato de que f e´ cont´ınua e o teorema dos valores intermedia´rios. 225. Determine o domı´nio das func¸o˜es seguintes: √ x− 2, x x2 − 4x+ 3 , √ x3|x| − 1, (x2 + x+ 1)3/2, √ 1− 2x√ 4− 2x , log(1 + 3x), log(1− arctgx), arcsen (1 + x). 226. Escreva a inversa (e o domı´nio dela) se existir. Se a inversa na˜o existir, determine subconjuntos do domı´nio onde e´ invers´ıvel. 3x, arctgx, 1/x, x2 − 1, x− 1 x+ 2 , 2x 1 + 2x . 14. Quarta-feira 10 de abril de 2013 Exerc´ıcios para preparac¸a˜o da prova. 227. Determine o supremo e ı´nfimo do conjunto A = {1/n, n ∈ N, n ≥ 1}. Determine, depois, se o conjunto tem ma´ximo e mı´nimo. 228. Calcule lim x→+∞ x3 cosx+ x5 cos(1/x) 3x4 + 2x2 + 5 e lim x→+∞ x3 cosx+ x5 sen (1/x) 3x4 + 2x2 + 5 229. Calcule lim x→3− √ 10− x2 − 1√ x3 − 6x2 + 9x 230. Determine para quais valores de a e´ cont´ınua a func¸a˜o seguinte: f(x) = { ex se x > 0 x2 + a se x ≤ 0 15. Sexta-feira 12 de abril de 2013 Prova P1 16. Segunda-feira 15 de abril de 2013 Introduzimos agora a noc¸a˜o de func¸a˜o deriva´vel e de derivada de uma func¸a˜o. 29 Seja I um intervalo de R, f : I → R uma func¸a˜o dada e x0 ∈ I dado. Variando m ∈ R, as equac¸o˜es y = f(x0) +m(x− x0) representam as retas secantes ao gra´fico de f no ponto (x0, f(x0)) (so´ excluindo a reta vertical que tem equac¸a˜o x = x0). Seja agora x ∈ I e o correspondente ponto no gra´fico de f , (x, f(x)). A raza˜o f(x)− f(x0) x− x0 se chama raza˜o incremental de f , relativa a x0 e x e e´ o coeficiente angular da secante por (x0, f(x0)) e (x, f(x)). Se existe o limite desta raza˜o quando x → x0, este limite da´, intuitivamente, o coeficiente angular de uma “reta posic¸a˜o limite” das secantes (quando x→ x0). Definic¸a˜o 5. Se existe e e´ finito o limite lim x→x0 f(x)− f(x0) x− x0 = l, enta˜o dizemos que f e´ deriva´vel em x0 e o nu´mero l se chama derivada de f em x0. a derivada de f em x0 (se existe) e´ denotada, normalmente, por um dos s´ımbolos seguintes: f ′(x0), df dx (x0), Df(x0), Df(x)|x=x0 . O primeiro e´ aquele mais comun. Uma outra forma de escrever a raza˜o incremental e portanto o limite acima e´ obtida pondo x−x0 = h. Temos f(x0 + h)− f(x0) h e lim h→0 f(x0 + h)− f(x0) h , A noc¸a˜o de derivada e´ pontual (como a de continuidade), ou seja derivada de uma func¸a˜o em um ponto. Dada f : I → R, se f e´ deriva´vel em todos os pontos de I, dizemos que f e´ deriva´vel e fica bem definida uma nova func¸a˜o, a derivada de f , x 7→ f ′(x), definida em I. Se f e´ deriva´vel x0, a reta de equac¸a˜o y = f(x0) + f ′(x0)(x− x0) e´ definida como a reta tangente ao gra´fico de f no ponto (x0, f(x0)). Atenc¸a˜o: a precedente e´ a definic¸a˜o de reta tangente; outras poss´ıveis definic¸o˜es, como “a reta que encosta o gra´fico so´ em um ponto”, sa˜o corretas so´ em casos muito particulares, por exemplo a circun- fereˆncia. Reta secante e reta tangente em (x0, f(x0)). - 6 x1 x0 - 6 HHHHHHHHHHHH x0 Exerc´ıcio 231. Na para´bola de equac¸a˜o y = x2 procure um ponto onde a reta tangente a` parabola forma um aˆngulo de pi/4 com o eixo x. 30 Exerc´ıcio 232. Um corpo cai de uma altura de 15 mt, sujeto so´ a` forc¸a peso (desconsiderando o atrito do ar). A func¸a˜o espac¸o dependendo do tempo e´ s(t) = 1 2 gt2, onde g e´ a constante gravitacional terrestre, e vale cerca 9, 8 mt/sec2. Calcule a velocidade com que ele chega ao solo. Derivadas de algumas func¸o˜es elementares. FUNC¸A˜O f(x) DERIVADA f ′(x) c (func¸a˜o constante) 0 xn (n ∈ N , n ≥ 1) nxn−1 senx cosx cosx − senx ex ex Exerc´ıcio 233. Prove os resultados da tabela acima (como feito em sala de aula). Se α > 0 e x > 0 a func¸a˜o f(x) = xα e´ deriva´vel em todo (0,+∞) e f ′(x) = αxα−1, analogamente ao caso xn com n inteiro. So´ que neste caso a prova e´ mais dif´ıcil e omitida. Exerc´ıcio 234. Prove que √ x na˜o e´ derivavel em zero. Exerc´ıcio 235. Determine em quais pontos e´ deriva´vel |x|. Exerc´ıcio 236. Dados os gra´ficos seguintes, desenhe (intuitivamente) os gra´ficos das derivadas. - 6 c a - 6 a b - 6 c da - 6 c d 31 Exerc´ıcio 237. Calcule, usando a definic¸a˜o, a derivadas das func¸o˜es seguintes: 3x−2, x2−x, x7+1,√ x. Exerc´ıcio 238. Prove que |x|3 e´ deriva´vel em zero. Calcule a derivada de |x|3. Exerc´ıcio 239. Seja f(x) = x3. Calcule f ′(0), f ′(−2), f(1/2). Exerc´ıcio 240. Seja f(x) = senx. Encontre um ponto x0 tal que f ′(x0) = 1/2. Exerc´ıcio 241. Prove que a derivada de uma func¸a˜o par e´ uma func¸a˜o impar. 17. Quarta-feira 17 de abril de 2013 Proposic¸a˜o (com prova feita na sala de aula e que pode ser cobrada nas provas) Seja f : I → R uma func¸a˜o deriva´vel em um ponto x0 ∈ I. Enta˜o, f c´ont´ınua em x0. Proposic¸a˜o (Algebra das derivadas) Sejam f, g : I → R duas func¸o˜es deriva´veis em um ponto x0 ∈ I. Enta˜o sa˜o deriva´veis em x0 as func¸o˜es f ± g, f · g, 1/g e f/g (nestes u´ltimos dois casos se g(x0) 6= 0) e valgono le formule: (1) (f + g)′(x0) = f ′(x0) + g′(x0), (2) (f − g)′(x0) = f ′(x0)− g′(x0), (3) (fg)′(x0) = f ′(x0)g(x0) + f(x0)g′(x0), (4) (1/g)′(x0) = − g ′(x0) (g(x0))2 , (5) (f/g)′(x0) = f ′(x0)g(x0)− f(x0)g′(x0) (g(x0))2 Como exemplo, se n e´ inteiro positivo e x 6= 0, D 1 xn = −n 1 xn+1 Do item (5) segue que a tangente e´ deriva´vel: D tgx = 1 cos2 x = 1 + tg 2x. Exerc´ıcio 242. Prove o item (1) da proposic¸a˜o acima. Proposic¸a˜o (ide´ia da prova feita na sala de aula; na˜o sera´ cobrada nas provas) (Derivada da func¸a˜o composta) Sejam dadas duas func¸o˜es f : I → R e g : J → R, tais que Im (f) ⊆ J . Sejam f deriva´vel em um ponto x0 ∈ I e g deriva´vel em y0 = f(x0). Enta˜o g ◦ f e´ deriva´vel em x0 e (g ◦ f)′(x0) = g′(y0)f ′(x0). Exerc´ıcio 243. Calcule as derivadas de sen 2x e cosx2. Proposic¸a˜o (ide´ia da prova feita na sala de aula; na˜o sera´cobrada nas provas) (Derivada da func¸a˜o inversa) Seja I intervalo, f : I → R invers´ıvel e g : Im (f) → R a func¸a˜o inversa de f . Se f e´ deriva´vel em um ponto x0 e f ′(x0) 6= 0, enta˜o, g e´ deriva´vel em y0 = f(x0) e temos g′(y0) = 1/f ′(x0). Como aplicac¸a˜o dos u´ltimos resultados, temos esta outra tabela de derivadas FUNC¸A˜O f(x) DERIVADA f ′(x) n √ x (= x1/n) 1 n x1/n−1 (veja-se a analogia com as outras fo´rmulas) xm/n (m,n inteiros) m n xm/n−1 (veja-se a analogia com as outras fo´rmulas) 32 arcsenx 1√ 1− x2 arccosx − 1√ 1− x2 arctgx 1 1 + x2 log x 1 x Exerc´ıcio 244. Prove as fo´rmulas acima. Exerc´ıcio 245. Calcule a derivada de 2x. Sugesta˜o: qualquer nu´mero positivo a pode ser escrito como a = elog a. Exerc´ıcio 246. Calcule as derivadas das func¸o˜es seguintes: a) x2 − 1 x(x+ 2) , b) senx arccosx, c) √ 1 + x2, d) arcsenx− senx, e) x√1 + x2, f) arctg √ 1− x 1 + x , g) arctg (2x−x2), h) cos( sen (x2+ x)). Exerc´ıcio 247. Encontre um ponto P na hipe´rbole de equac¸a˜o y = 1 1 + x tal que a tangente por P encontre a origem do plano. Exerc´ıcio 248. Calcule a a´rea do triaˆngulo formado pelos eixos do plano e pela tangente a` curva y = senx no ponto ( 3pi 4 , 1√ 2 ) Exerc´ıcio 249. Encontre a equac¸o˜es das tangentes a` para´bola y = x2 − 4x + 3 que passam pela origem. Exerc´ıcio 250. Escreva a equac¸a˜o da reta tangente a` elipse de equac¸a˜o x2 + y2/2 = 1 no ponto ( √ 3/2, 1/ √ 2). Exerc´ıcio 251. Escreva a equac¸a˜o da reta tangente ao gra`fico de senx no ponto (pi/3, sen (pi/3)). Exerc´ıcio 252. Calcule a a´rea do triaˆngulo que tem como vertices os pontos comuns das para´bolas y = x2 e y = x − x2 e o ponto de intersec¸a˜o entre o eixo das abscissas e a tangente a` para´bola 2y = x2 em (−2, 2). Exerc´ıcios: Guidorizzi, pa´g. 161/2, fac¸a alguns; pa´g. 165/6, fac¸a alguns; pa´g. 167, fac¸a alguns; pa´g. 168/9, fac¸a alguns; pa´g. 172, fac¸a alguns; pa´g. 177/9, fac¸a alguns; pa´g. 199, de 1 a 4; pa´g. 205, fac¸a alguns; pa´g. de 226 a 233, fac¸a alguns; Stewart, pa´g. 156/7, fac¸a alguns; pa´g. 163/4, fac¸a alguns; pa´g. 174/5, fac¸a alguns. Exerc´ıcios. Determine em quais pontos sa˜o deriva´veis as func¸o˜es seguintes e calcule as derivadas. 253. signx · x2 254. 1 tgx 255. √|x| 256. f(x) = { x2 − 1 x ≥ 1 x x < 1 257. sen |x| 258. [x] 33 Exerc´ıcios. Calcule as derivadas das func¸o˜es seguintes. 259. x sen 2x 260. cos( senx) 261. x2 + 2 x3 − 3x 262. cos ( x− 1 x+ 2 ) 263. arctg √ x 264. √ arctgx 265. senx2 tg (x+ 2) 266. √ x+ 1 3 √ x4 + 1 Exerc´ıcios. Escreva a equac¸a˜o da reta tangente ao gra´fico em (x0, f(x0)) das func¸o˜es seguintes. 267. x3 + 2x+ 3, x0 = −1/2 tgx2, x = √ pi Exerc´ıcios. Diga em quais pontos as func¸o˜es seguintes sa˜o deriva´veis e calcule a derivada (nos pontos onde existe). Depois, diga se as derivadas sa˜o cont´ınuas. 268. f(x) = x2 cos 1 x x 6= 0 0 x = 0 269. f(x) = { e− 1 x2 x > 0 0 x ≤ 0 270. f(x) = x sen 1 x x 6= 0 0 x = 0 271. f(x) = { (x− 1)2 − 1 x > 0 senx x ≤ 0 272. f(x) = 2x x2 + 2 x > 0 0 x = 0 x −x2 − 3 x < 0 273. f(x) = { x2 + 1 x > 0 senx x < 0 18. Sexta-feira 19 de abril de 2013 Ma´ximos e mı´nimos, absolutos e relativos Definic¸a˜o. Seja A um subconjunto de R e f : A→ R uma func¸a˜o. a) O ma´ximo absoluto de f e´ o ma´ximo (se existe) da imagem de f . O mı´nimo absoluto de f e´ o mı´nimo (se existe) da imagem de f . b) Um ponto x0 ∈ A e´ dito ponto de ma´ximo absoluto se f(x0) e´ o ma´ximo absoluto de f . Um ponto x0 ∈ A e´ dito ponto de mı´nimo absoluto se f(x0) e´ o mı´nimo absoluto de f . c) Um ponto x0 ∈ A e´ dito ponto de ma´ximo relativo se existe um intervalo (x0 − δ, x0 + δ), tal que f(x) ≤ f(x0), para cada x ∈ A∩(x0−δ, x0+δ). Um ponto x0 ∈ A e´ dito ponto de mı´nimo relativo se existe um intervalo (x0 − δ, x0 + δ), tal que f(x) ≥ f(x0), para cada x ∈ A ∩ (x0 − δ, x0 + δ). Exerc´ıcio 274. Seja a func¸a˜o f(x) = 2x, x ∈ [1, 2] ∪ [3, 4]. Determine, justificando a resposta, o ma´ximo e o mı´nimo de f (porque existem?) e os pontos de ma´ximo e mı´nimo relativos. Exerc´ıcio 275. Seja a func¸a˜o f(x) = 2x, x ∈ (1, 2) ∪ [3, 4]. Determine as novidades a respeito do exerc´ıcio acima. 34 Exerc´ıcio 276. Determine, justificando a resposta, os pontos de ma´ximo e mı´nimo absoluto de senx. Exerc´ıcio 277. Determine, justificando a resposta, os pontos de ma´ximo e mı´nimo absoluto e relativo de f(x) = x2 se − 1 ≤ x < 0 2 se x = 0 3− x se 0 < x ≤ 3. As definic¸o˜es acima envolvem func¸o˜es quaisquer, ou seja, que podem na˜o ser cont´ınuas nem deriva´veis. Contudo, se a func¸a˜o estudada e´ deriva´vel, a sua derivada nos da´ informac¸o˜es sobre os ma´ximos e os mı´nimos. Teorema de Fermat. (com prova feita na sala de aula e que pode ser cobrada nas provas) (Condic¸a˜o necessa´ria para a existeˆncia dos pontos de ma´ximo ou de mı´nimo relativo.) Seja I intervalo de R e f : I → R uma func¸a˜o dada. Seja x0 um ponto interno de I (ou seja um ponto que pertence a I, mas na˜o e´ extremo) e seja tambe´m um ponto de ma´ximo ou de mı´nimo relativo de f . Suponhamos que f seja deriva´vel em x0. Enta˜o, f ′(x0) = 0. Exerc´ıcio 278. Prove o teorema acima como feito em sala de aula. Dada uma func¸a˜o f : I → R, um ponto x0 tal que f ′(0) = 0 se chama ponto cr´ıtico ou ponto estaciona´rio. Exemplo: f(x) = x2, x ∈ R. Todos os pontos do domı´nio sa˜o internos e f e´ deriva´vel. Sabemos que x = 0 e´ ponto de ma´ximo absoluto (e portanto relativo) de f . O teorema de Fermat nos diz que f ′(0) = 0, coisa que pode ser calculada facilmente. O vice-versa do teorema na˜o vale. Dada uma func¸a˜o f , se f ′(x0) = 0, na˜o sabemos se x0 e´ ponto de ma´ximo ou mı´nimo relativo. x = 0 e´ ponto cr´ıtico de f(x) = x3, mas na˜o e´ ponto de ma´ximo nem de mı´nimo relativo. O teorema de Fermat e´ usado so´ para estudar pontos internos ao domı´nio. Se, por exemplo, consider- amos f(x) = x, x ∈ [0, 1], sabemos que 0 e´ ponto de mı´nimo e 1 e´ ponto de ma´ximo. Pore´m, f ′(x) = 1, para todo x. Neste caso os pontos de ma´ximo e de mı´nimo sa˜o os extremos do domı´nio; o teorema de Fermat na˜o pode ser aplicado. Observac¸a˜o. Resumindo, os ponto de ma´ximo ou de mı´nimo relativo de uma func¸a˜o f : I → R, devem ser procurados entre: (1) os pontos internos do domı´nio onde f e´ deriva´vel e a derivada e´ zero; (2) os pontos onde f na˜o e´ deriva´vel; (3) os extremos de I. Exemplo: f(x) = x3/3 − x2/2 − 3; a func¸a˜o e´ definida em R, que e´ aberto (todos os pontos sa˜o interiores), e´ deriva´vel em R a derivada se anula em 0 e 1. Este dois pontos sa˜o candidatos a ser pontos de ma´ximo ou de mı´nimo relativo, mas ainda na˜o temos condic¸o˜es suficientes para dizer se de fato sa˜o. Exerc´ıcio 279. (exerc´ıcio importante): analise a observac¸a˜o acima. Procure exemplos de func¸o˜es onde pontos de ma´ximo ou mı´nimo sa˜o pontos cr´ıticos internos, outros exemplos de func¸o˜es onde pontos 35 de ma´ximo ou mı´nimo sa˜o pontos extremos do domı´nio onde a func¸a˜o e´ deriva´vel mas a derivada na˜o e´ zero, e exemplos de func¸o˜es onde pontos de ma´ximo ou mı´nimo sa˜o pontos onde a derivada na˜o existe. Exerc´ıcio. Determine os pontos cr´ıticos das func¸o˜es seguintes, nos domı´nios associados. Mais em geral, determine os pontos candidatos a serem pontos de ma´ximo ou mı´nimo relativo. Enfim, diga quais func¸o˜es possuem ma´ximo ou mı´nimo absolutos. 280. senx− cosx, [0, 2pi] 281. x 1 + x2 , [−2, 3] 282. x(x− 2)2, [0, 3] 283. senx+ | cosx|, [0, pi] 284. x2 + 2 x , (0,+∞) 285. x 1 + x2 , R 286. x− arctgx, R 287. x 2 1 + x2 , R 288. x log x, (0,+∞) 289. log x− 3arctgx,(0,+∞). 19. Segunda-feira 22 de abril de 2013 Exemplo. Consideramos f(x) = x4 4 − 5 9 x3 − x 2 3 + 1. A func¸a˜o e´ cont´ınua, pore´m esta´ definida em R, que na˜o e´ limitado. Portanto na˜o podemos aplicar o Teorema de Weierstrass, ou seja, na˜o sabemos, a priori, se f possui ma´ximo e mı´nimo. Podemos ver que lim x→±∞f(x) = +∞ (prove como exerc´ıcio). Portanto f na˜o possui ma´ximo absoluto. Por outro lado, possui mı´nimo absoluto. Para prova-lo, vamos utilizar o limite acima na maneira seguinte. Primeiramente pegamos, a caso, um valor do domı´nio, por exemplo x = 0. Temos f(0) = 1. Portanto o mı´nimo absoluto, se existir, sera´ ≤ 1. Seja M = 2. Pela definic¸a˜o de limite e pelo fato de que lim x→±∞f(x) = +∞, existem a e b reais, a < 0 < b, tais que f(x) ≥ 2 se x ≤ a e se x ≥ 2. Portanto, o mı´nimo absoluto, se existir, sera´ atingido no intervalo [a, b]. Neste intervalo podemos aplicar o Teorema de Weierstrass e dizer que possui mı´nimo m a func¸a˜o f restrita ao intervalo [a, b]. Por outro lado, sendo m ≤ 1 e sendo f(x) ≥ 2 se x ≤ a e se x ≥ 2, o valor m se torna necessariamente mı´nimo de f em todo o domı´nio R. Exerc´ıcio 290. Estude a demonstrac¸a˜o acima para entender os passos e os detalhes. Voltando a` func¸a˜o, a derivada e´ f ′(x) = x3−5x2/3−2x/3 = x(x+1/3)(x−2). Como f e´ deriva´vel em R e o domı´nio na˜o tem pontos extremos, os uu´nicos candidatos a serem de ma´ximo ou mı´nimo relativo (e mı´nimo absoluto, que sabemos existir) sa˜o os pontos cr´ıticos de f , 0, −1/3, 2. O prblema e´ que na˜o temos ferramentas para prosseguir a investigac¸a˜o. As ferramentas sa˜o fornhecidas por um teorema, o Teorema valor me´dio (ou de Lagrange), que e´ um dos mais importantes do curso. Antes de apresentalo, precisa um resultado introduto´rio, o Teorema de Rolle. Teorema de Rolle (com prova feita na sala de aula e que pode ser cobrada nas provas) Seja f : [a, b]→ R uma func¸a˜o cont´ınua em [a, b] e deriva´vel em (a, b). Se f(a) = f(b), enta˜o, existe um ponto c ∈ (a, b) tal que f ′(c) = 0. 36 Teorema do valor me´dio ou de Lagrange (com prova feita na sala de aula e que pode ser cobrada nas provas) Seja f : [a, b] → R uma func¸a˜o cont´ınua em [a, b] e deriva´vel em (a, b). Enta˜o, existe um ponto c ∈ (a, b) tal que f(b)− f(a) b− a = f ′(c). Seja agora f : I → R uma func¸a˜o deriva´vel em x que fica no interior de I (ou seja x na˜o e´ extremo de I) e tal que f ′(x) = 0. Para ver se x e´ ponto de ma´ximo ou de mı´nimo relativo usamos os teoremas seguintes, estritamente ligados ao teorema de Lagrange. Exerc´ıcio 291. Prove os teoremas de Rolle e Lagrange como feito em sala de aula. Primeiro teorema de monotonia de uma func¸a˜o (com prova feita na sala de aula e que pode ser cobrada nas provas) Seja I um intervalo e f : I → R uma func¸a˜o deriva´vel em todos os pontos interns de I. Enta˜o: a) f e´ crescente se e somente se f ′(x) ≥ 0 para todo x no interior de I; b) f e´ decrescente se e somente se f ′(x) ≤ 0 para todo x no interior de I. Exerc´ıcio 292. Prove o teorema acima como feito em sala de aula. Se a func¸a˜o na˜o e´ definida em um intervalo, as implicac¸o˜es f ′(x) ≥ 0 para todo x no interior de I =⇒ f e´ crescente, f ′(x) ≤ 0 para todo x no interior de I =⇒ f e´ decrescente sa˜o falsas. A func¸a˜o 1/x e´ definida em R\{0} possui derivada negativa para todo x 6= 0, mas na˜o e´ decrescente (e´ decrescente nos dois intervalos (−∞, 0) e (0,+∞), separadamente) Se a func¸a˜o na˜o e´ definida em um intervalo, mas num domı´nio A, unia˜o de intervalos, continuam valendo as implicac¸o˜es seguintes: f e´ crescente =⇒ f ′(x) ≥ 0 para todo x ∈ A, f e´ decrescente =⇒ f ′(x) ≤ 0 para todo x ∈ A. Observac¸a˜o: a implicac¸a˜o ⇐= do primeiro teorema de monotonia pode ser provada em uma versa˜o um pouco mais geral (e mais u´til nas aplicac¸o˜es): a) se f : I → R e´ cont´ınua em I e deriva´vel nos pontos internos de I e f ′(x) ≥ 0 nos pontos internos de I, enta˜o f e´ crescente em todo I. b) se f : I → R e´ cont´ınua em I e deriva´vel nos pontos internos de I e f ′(x) ≤ 0 nos pontos internos de I, enta˜o f e´ decrescente em todo I. Em outras palavras, se temos f : [a, b]→ R cont´ınua em [a, b]; para dizer que f e´ crescente em [a, b] e´ suficiente provar que f ′(x) ≥ 0 em (a, b). 20. Quarta-feira 24 de abril de 2013 Segundo teorema de monotonia a) se f : I → R e´ cont´ınua em I e deriva´vel nos pontos internos de I e f ′(x) > 0 nos pontos internos de I, enta˜o f e´ estritamente crescente em todo I. b) se f : I → R e´ cont´ınua em I e deriva´vel nos pontos internos de I e f ′(x) < 0 nos pontos internos de I, enta˜o f e´ estritamente decrescente em todo I. 37 O vice-versa do teorema na˜o vale, no sentido que existem func¸o˜es estritamente crescentes tais que a derivada pode na˜o ser > 0 em todos os pontos (pore´m deve ser ≥ 0 em todos os pontos, pelo primeiro teorema de monotonia). Um exemplo e´ dado pela func¸a˜o x3 que e´ estritamente crescente em R, mas a derivada e´ nula em zero. Sabemos que a derivada de uma func¸a˜o constante e´ nula em todos os pontos. Pelo teorema de Lagrange podemos provar o vice-versa, se a func¸a˜o e´ definida em um intervalo. Exerc´ıcio 293. Prove o teorema acima (sugesta˜o: a prova usa o Teorema do valor me´dio). Terceiro teorema de monotonia (com prova feita na sala de aula e que pode ser cobrada nas provas) Seja f : I → R (onde I e´ um intervalo), deriva´vel e tal que f ′(x) = 0 para todo x ∈ I. Enta˜o f e´ constante Como ja´ dito, se o domı´nio na˜o e´ um intervalo, o teorema e´ falso. f(x) = { 1 se x ∈ (0, 1) 2 se x ∈ (1, 2) e´ definida em um conjunto, (0, 1) ∪ (1, 2), que na˜o e´ um intervalo, e´ deriva´vel com derivada nula em todos os pontos, mas na˜o e´ constante. Exerc´ıcio 294. Prove o teorema acima como feito em sala de aula. Exerc´ıcio 295. Estude os pontos de ma´ximo e mı´nimo absoluto e relativo da func¸a˜o f(x) = x2√ x2 − 1 . Diga (justificando) se f possui ma´ximo ou mı´nimo absoluto. Exerc´ıcio 296. Seja f : [a, b]→ R deriva´vel. Prove (pelo menos) uma das relac¸o˜es seguintes: (1) se f ′(a) > 0, enta˜o a e´ ponto de mı´nimo relativo; (2) se f ′(a) < 0, enta˜o a e´ ponto de ma´ximo relativo; (3) se f ′(b) > 0, enta˜o a e´ ponto de ma´ximo relativo; (4) se f ′(b) < 0, enta˜o a e´ ponto de mı´nimo relativo. Exerc´ıcios: determine os pontos de ma´ximo e mı´nimo relativo, se existem, das func¸o˜es seguintes. 297. 2x3 − 9x2 + 12x− 1 298. x3 + x2 + x+ 1 299. x3 − x4 300. x(x− 1)2 301. x√ x2 − 1 302. x4√ 1− x2 Exerc´ıcios: determine os pontos de ma´ximo e mı´nimo absoluto e relativo, se existem, das func¸o˜es seguintes, nos conjuntos indicados ao lado. Determine tambe´m o ma´ximo e o mı´nimo absoluto, se existem. 303. x3 + x2, [0,+∞) 304. | senx|, [ −pi 2 , pi 2 ) 305. [x], [0, 2] 306. senx− x cosx, R 307. x2, (0, 1) 308. cos2 x2, [−√pi,√pi] 21. Sexta-feira 26 de abril de 2013 38 Problemas de otimizac¸a˜o 309. (Feito em sala de aula) Imagine que o desenho a esquerda represente uma praia. Em B temos o nosso guarda-sol. Queremos ir ao bar que esta´ em C. No ponto O comec¸a uma calc¸ada de madeira que chega ate´ o bar, e onde imos mais rapidamente do que na are´ia. Suponhamos que a velocidade na are´ia seja 1 metro ao segundo, enquanto na calc¸ada 2m/sec. Supon- hamos que os segmentos OB e OC sejam perpendiculares. Ale´m disso, a calc¸ada tem 10 metros de comprimento, enquanto OB e´ 15 m. Partindo de B, determine em qual ponto della calc¸ada precisa entrar (continuando dal´ı ate´ o bar) para render mı´nimo o tempo para chegar ao bar. 310. Olhando o desenho a direita, entre todos os segmentos verticais entre as para´bolas de equac¸o˜es 2y = 4− x2, onde y ≥ 0, e 3y = x2 − x− 6, determine aquele de comprimento ma´ximo. B. O. C. - 6 Exerc´ıcio 311. (Feito em
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