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O Valor na Ciência Econômica Introdução (Claudio Napoleoni) PALAVRAS-CHAVE: fisiocratas, produto líquido, Tableau Introdução O valor pode ser definido sob três perspectivas: O valor como categoria principal da economia de troca, economia está que seria produtora de riqueza. O valor é parte fundamental da economia mercantil, que surgiu e morrerá, assim como o valor capitalista. O valor é parte fundamental da atividade econômica, de forma rege qualquer manifestação da vida econômica. Origem da Ciência Econômica Antes do desenvolvimento da sociedade burguesa, a ciências econômicas era tratada como tema anexa de outros mais centrais tais como direito, ética e política. Com a sociedade burguesa, as ciências econômicas se tornaram autônomas das outras disciplinas e dotadas de estudo próprio. O produto líquido segundo a fisiocracia O cerne da ideia fisiocrata é o conceito de produto líquido. O produto parte da produção social total que restitui quer os dos meios de produção quer dos meios de subsistência necessários àqueles que, utilizando de trabalho, criam a própria produção social. O único setor onde há formação de produção líquida é a agricultura. Isso porque, para os fisiocratas, a produção líquida é medida em termos de materiais, não de valor. Assim, os fisiocratas comparam as coisas produzidas com as coisas empregues, contanto que sejam a mesma coisa. A produção agrícola gera mais coisa do que os recursos dessa mesma coisa empregados, e.g., plantar uma hortelã levaria a colheita de um quadruplo de hortelãs (em relação ao que foi plantado). Dessa forma, como só a agricultura gera produto líquido, só ela é produtiva. Os fisiocratas definiram a sociedade como dividida em três classes: os proprietários fundiários, donos de terra; os trabalhadores agrícolas, assalariados dos proprietários; e os trabalhadores fora da esfera agrícola, estes que não geram produto líquido, apenas transforam as matérias que recebem da agricultura. Uma nota a essa definição é que os fisiocratas entendem a produção agrícola como capitalista, i.e., os trabalhadores agrícolas são assalariados. Outro ponto é que os capitalistas não aparecem como classe social distinta das outras, se fossem haveria rendeiros capitalistas – pessoas que tomam a terra de arrendamento a proprietários fundiários e aceitam trabalhar recebendo em troca um salário. Os fisiocratas entendem esse rendeiro como um assalariado, o produto líquido como a renda do proprietário fundiário e a massa dos gastos na agricultura como a representação da produtividade do sistema global. Tableau économique O Tableau expressa a ideia de que os processos da produção e do consumo podem e devem ser estudados em relação com o sistema econômico no seu conjunto. O Tableau procura definir como a riqueza total circula pelas classes, mediantes a circulação de moedas e mercadorias. O processo começa com a transferência de renda em forma de moeda da classe assalariada agrícola para os proprietários. Parte dessa renda, a produção líquida anual, será despendida para a classe produtiva na compra de alimentos. A outra parte da renda será usada na aquisição de produtos manufaturados da classe não produtiva. Assim, a classe proprietária estará em posse de bens de consumo, a classe estéril terá o necessário para recomeçar o seu processo produtivo e a classe produtiva terá toda a moeda que tinha inicialmente. Por fim, a classe produtiva despende moeda para a aquisição de manufaturados para subsistência da classe improdutiva, que por sua vez, gasta o mesmo valor na compra de matéria-prima. A classe estéril então, terá obtido a outra metade dos meios que lhe são necessários. A classe produtiva terá obtido os meios que não produz e terá novamente toda a moeda. O interessante do esquema é que ele mostra a conexão entre a produção e a circulação numa economia mercantil, ou seja, a existência de troca.
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