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[Dobb] A evolução do capitalismo

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Resumo ­ “A evolução do capitalismo”, Maurice Dobb 
Maurice Dobb, economista marxista britânico, inicia seu texto a partir do levantamento de                         
uma série de visões sobre a definição de capitalismo, apresentando seus próprios juízos de                           
valor sobre elas. 
A primeira, associada à Escola Austríaca, relaciona capitalismo com a existência de                       
laissez­faire e individualismo, sendo refutada por Dobb pela limitação temporal e histórica                       
que estabelece (EUA e Inglaterra do século XIX). Uma segunda visão, atribuída a Sombart,                           
trabalha a essência de capitalismo como síntese do espírito de empreendimento e busca pelo                           
lucro, sendo complementado por Weber, que adiciona a questão da racionalidade econômica                       
no processo. Além disso, é apresentado o ponto da Escola Histórica Alemã, que define                           
capitalismo como economia monetária/economia de troca. A essas duas últimas concepções,                     
Dobb faz uma crítica à generalização do conceito que é possível ­ uma economia de troca não                                 
é exclusiva do período que conhecemos como capitalista. Ademais, levanta um                     
questionamento problemático sobre a origem do espírito de empreendimento/espírito                 
capitalista na interpretação sociológica de Weber e Sombart. Assim, o autor aproxima­se da                         
visão marxista, que vai definir o sistema capitalista com base em três fatores limitantes do                             
modo de produção: i) estágio de desenvolvimento das forças produtivas (técnicas); ii)                       
propriedade privada dos meios de produção; iii) relações sociais de produção (trabalho                       
assalariado). 
Uma vez decidida a sua interpretação, Dobb prossegue afirmando que a transição entre os                           
modos de produção é marcada por revoluções sociais, que alteram as propriedades                       
econômicas e as relações de classes entre classe dominante (que dita os rumos do modo de                               
produção de acordo com seu interesse) e dominada. Com isso, chega à conclusão de que a                               
História é uma sequência de sociedade de classes, cada uma delas com uma forma diferente                             
de executar o trabalho excedente. 
Na segunda metade do capítulo I e durante o capítulo II, Dobb discorre sobre as questões da                                 
transição propriamente dita. Porém, é interessante levantarmos, antes, a definição de                     
feudalismo que ele usa: modo de produção fundado na relação de servidão entre produtores                           
diretos e senhores. Para ele, a forma medieval de exploração do trabalho começou a dar lugar                               
à moderna quando surgem novas técnicas (que elevam a produtividade), divisão do trabalho e                           
a separação entre produtor e meios de produção, que na economia medieval do feudalismo                           
eram unidos. Assim, Dobb vai datar o início do capitalismo nos séculos XVI e XVII, na                               
Inglaterra, dentro do sistema de encomendas doméstico (indústria doméstica rural).                   
Entretanto, para que o sistema chegasse na sua forma moderna, dois acontecimentos tiveram                         
importância, para o autor: a Revolução Cromwelliana e a Revolução Industrial. 
Sobre a questão do Estado, Dobb não se aprofunda muito. Apesar disso, afirma que o                             
feudalismo é marcado por uma descentralização política, apesar de haver exceções em formas                         
estatais bem centralizadas. 
Mesmo não concordando com Pirenne em seu texto, o autor reconhece o papel importante do                             
comércio na monetarização da economia, o que estimula a permuta de excedentes com os                           
mercadores, voltando a produção originalmente doméstica para o mercado. Para Dobb, isso                       
vai influenciar na comutação da corveia (apesar de, no texto, ele posicionar­se contrariamente                         
à ideia de que o crescimento do mercado signifique o fim da servidão, citando como exemplo                               
a segunda servidão na Europa Oriental, na qual houve um aumento das obrigações feudais) e                             
na tendência ao arrendamento de terras.

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