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Instituições e desenvolvimento econômico

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Resumo de aula (26/09) – Instituições e desenvolvimento econômico
O objeto do texto aqui tratado é explicar a ascensão econômica do mundo ocidental através de uma análise do desenvolvimento das suas instituições, mostrando como ocorreu a quebra do ciclo malthusiano e a civilização ocidental conseguiu retomar o crescimento após um período de estagnação, sem que houvesse um processo de crise e fome por conta de problemas na produção de alimentos. Esse processo de quebra se deu com a Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra, no século XVIII.
A tese apresentada pelos neo institucionalistas é a de que as mudanças nos preços relativos de produtos e fatores de produção induziram mudanças institucionais, que por sua vez provocaram transformações positivas nas decisões tomadas pelos agentes econômicos, sendo um dos resultados desse processo um aumento na produtividade. A lei das patentes é um exemplo de mudança institucional, pois antes as pessoas não tinham muito incentivo para produzir descobertas e inovações, já que outras pessoas poderiam fazer uso delas livremente. Com a introdução das patentes, as pessoas passaram a ter uma certa garantia de que teriam um retorno econômico por seu esforço de inovação, e então o desenvolvimento nesse sentido pode acontecer com muito mais facilidade.
Como exemplo de ciclo malthusiano, é possível citar o período da Baixa Idade Média (séculos XI a XV). Em especial a partir do século XII, ocorreu na Europa uma grande expansão econômica e populacional, que acabou culminando em uma crise no século XIV, marcada pela peste negra, guerras e escassez de alimento em diversas regiões. Nos séculos XV e XVI, houve uma retomada do crescimento por conta da expansão das áreas produtivas na Europa, com as Grandes Navegações e colonização da América. A grande inflação ocorrida nesse período através da chegada de ouro e prata das colônias espanholas serviu de estímulo para a produção no continente, e contribuiu para o crescimento econômico à época. Já no século XVII, ocorre novamente um processo de estagnação, pois já se chegou ao limite da expansão de áreas produtivas nas colônias. Em um ciclo malthusiano, as instituições não respondem adequadamente às mudanças sociais, então seria de se esperar que no século XVIII a Europa entrasse em crise novamente, porém um salto na produtividade ocorrido nesse século, no processo da Revolução Industrial, permitiu que o crescimento econômico fosse retomado.
A ruptura do ciclo malthusiano ocorre na Inglaterra, por volta de 1680. Aqui, há um novo modelo de crescimento, com a ética de melhoramento (tratada por Ellen Wood em “A origem agrária do capitalismo”) estimulando um aumento de produtividade no campo e a ocupação de áreas ainda não utilizadas para plantio. Esse é o período em que começam os cercamentos parlamentares, a partir de 1688 com o fim da Revolução Gloriosa. O mercado interno inglês passa por um processo de especialização que também gera ganhos na produtividade da nação, e diversas medidas de apoio ao crescimento da produtividade estimulam a economia, como as sociedades científicas e as leis de patentes. O resultado desse processo é a Revolução Industrial, que é atribuída pelos autores a mudanças institucionais que geraram transformações técnicas e ganhos de produtividade.
A teoria da mudança institucional é composta pelos seguintes elementos:
Instituições: arranjos entre unidades econômicas que induzem ações econômicas de competição e cooperação. Por exemplo, a lei das patentes estimula competição, por conta da disputa em se descobrir inovações, e a bolsa de valores estimula a cooperação através do compartilhamento do risco em empreitadas como viagens comerciais à Ásia.
Inovação constitucional: cumpre o papel de mudar as regras do jogo para estimular mudanças (ex: mudanças que gerem lucro individual).
Inovações, que podem vir através de dois caminhos:
Governo (inovações coercitivas) – são inovações que se impõem a toda a sociedade. É daqui que vem a maioria das inovações.
Voluntárias – advém de sociedades e atividades cooperativas.
Mudança institucional: quando positiva, a mudança gera ganhos de economia de escala e/ou redução dos custos de transação, principalmente.
As economias de escala, na Inglaterra, ocorreram pelo crescimento de empresas por meio de regras claras e seguras que estimulavam esse processo. Um exemplo disso são as leis de sociedades anônimas (S/A). Legislações que ampliam a segurança permitem que haja mais investimentos, mais capital e desenvolvimento.
Quanto à redução dos custos de transação, esses foram alguns dos desenvolvimentos na Inglaterra:
Diminuição da assimetria de informações: Com o surgimento da bolsa de valores e dos jornais, a circulação de notícias passou a ocorrer mais facilmente. Com isso, o monopólio das informações foi reduzido, e como a sociedade de maneira geral poderia obter informações mais facilmente, mais pessoas estavam dispostas a investir.
Redução dos riscos: enviar navios para um local distante para a compra de especiarias, por exemplo, envolve um risco considerável, o que é desestimulante para quem investe. Nesse período, houve uma disseminação de companhias de seguro entre os comerciantes, fazendo com que eles pudessem dividir os custos de perdas ocorridas nos processos de transporte de mercadoria. A possibilidade de se criar sociedades anônimas também ajudou na redução de riscos, na medida em que era possível abrir uma empresa sem arcar com todo o prejuízo de uma eventual falência desta.
Externalidades: aqui, um dos grandes propulsores foi a sociedade do conhecimento. Mudanças na política inglesa com relação à pirataria também serviram de estímulo ao comércio.
A Inglaterra passou, portanto, por um processo de dissolução do mercantilismo e desenvolvimento da infraestrutura. No século XVII, houve uma grande expansão no número de bancos, companhias de seguro e S/As. O governo inglês começou com um processo de combate aos monopólios anteriormente concedidos por ele, em períodos anteriores e de crise estatal, e de defesa do ambiente competitivo, favorecendo as decisões racionais dos agentes econômicos. Algumas dessas medidas foram reformas nos direitos de propriedade e garantias de contrato.
As teorias dos novos institucionalistas têm a vantagem de possuírem aplicações práticas em políticas públicas. O Banco Mundial e o FMI defendem que os países adotem medidas defendidas por esses economistas, para que se possa criar condições favoráveis para um ambiente competitivo, com as características já citadas, e assim permitir que o país se desenvolva.

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