P2.2012.Turma21 introdução a ciências sociais

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FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Departamento de Economia
Introdução às Ciências Sociais - EAE - 120
Noturno – Turma 21
Segunda Prova ‑ 29/11/2012 
Ricardo Abramovay – Professor Titular
AVISOS
As questões têm peso equivalente.
Se preferir escrever a lápis, faça-o de maneira legível.
A sociedade moderna se baseia no contrato entre indivíduos: qual seria a opinião de Durkheim sobre esta frase?
Durkheim se oporia a esta frase e preferiria inverter a formulação: é o contrato que se apoia na existência de laços sociais que podem lhe dar consistência. O importante é ver o que há de não contratual no contrato: a obediência ao contrato escrito, seu reconhecimento e o respeito às organizações que obrigam seu cumprimento, estes são fatos sociais que se impõem às decisões individuais.
Principais erros
Não é correto dizer que para Durkheim ser humano é sociável por natureza.
Não é correto dizer que p/ Durkheim não há contrato: há contrato e este contrato deve ser explicado socialmente.
É errado falar em exercício de coesão: existe exercício de coerção.
A coerção exercida sobre o meio físico sobre o indivíduo não tem a mesma natureza da coerção social. 
Os fatos sociais são interiorizados pelos indivíduos 
Não é correto dizer que para Durkheim o pensamento individual é suprimido em benefício do coletivo.
A pergunta não é sobre contrato social e sim sobre contratos entre indivíduos.A sociedade moderna baseia-se sim em contratos.
Não é correto dizer que o fato social não pode ser explicado pela história. Mas não é a história das relações individuais.
É errado dizer que para Durkheim ciência social deriva de relações individuais.
Fato social não é imposto contra a vontade do indivíduo.
Fato social não é impor a coesão por meio do poder.
Quais as características do capitalismo moderno que permitem a Weber tratá-lo como um fenômeno cultural?
O capitalismo moderno, diferentemente de todas as outras formas anteriores de organização econômica voltada ao ganho, é caracterizado por Weber como racional. E a mais importante expressão desta característica é a calculabilidade, ou seja, o fato de que todos os elementos que entram no processo produtivo e o balanço deste processo são objeto de cálculo econômico em dinheiro e em capital. É fundamental também a ética do trabalho, antes de tudo uma obrigação moral, de origem religiosa.
Ou seja, três partes: racionalização, calculabilidade e ética do trabalho.
Principais erros
Não mencionar a calculabilidade tira metade da questão.
O contrato pode ser um traço, desde que seja mencionado que se trata de um contrato entre partes independentes e soberanas.
Mencionar apenas um dos quatro traços citados por Weber (por exemplo separação domicílio trabalho) não é suficiente.
A resposta não tem nada a ver com escolhas éticas
Dedicação a uma vocação não é sinônimo de sacrifício na ética calvinista.
Não basta citar a divisão do trabalho sem falar do trabalho como vocação.
Não basta dizer que a cultura religiosa impõe comportamentos e uma cultura, sem dar alguns traços desta cultura.
É errado dizer que o capitalismo moderno rompe com dogmas religiosos.
Cultura não quer dizer necessariamente cultura local ou particularidades regionais
Quais as mais importantes afinidades entre a ética protestante e o capitalismo moderno, segundo Weber?
São basicamente duas: a primeira é a dedicação a uma vocação profissional, da qual decorre a ética do trabalho; a segunda é que desta dedicação resulta a acumulação de capital, cujos frutos devem ser usados para reinvestimento e poupança e não para o gozo e o desfrute imediato.
Principais erros
É errado dizer que “a ética protestante prova que o trabalho é a fonte geradora do capital”.
Não há moderação no anseio ao lucro e sim moderação no uso de seus resultados, bem como respeito a regras coletivas (concorrência) para sua obtenção. 
Qual a definição de desenvolvimento de Amartya Sen e qual a crítica ao pensamento econômico convencional embutida nesta definição?
Desenvolvimento é o processo permanente de expansão das liberdades substantivas dos seres humanos. A crítica ao pensamento convencional está no fato de que, por esta definição o crescimento não pode ser o objetivo maior do sistema econômico, pois é perfeitamente possível que, mesmo com crescimento, os objetivos éticos do desenvolvimento não sejam alcançados. 
Não é verdade que a economia convencional não leva em conta bem-estar.
A pergunta supõe que se defina desenvolvimento: quem não o fez perdeu metade da pontuação.
A crítica ao pensamento econômico não pode banalizar e caricaturar o que o pensamento econômico postula.
É errado dizer que a crítica de Sen é que a economia se prende a números. 
Não é verdade que Sen critica o “individualismo existente na sociedade”.