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EAE0207: Matemática Aplicada à Economia Aula 24: Equações a Diferenças de 1.a Ordem Marcos Y. Nakaguma 01/11/2017 1 Equações a Diferenças de Primeira Ordem Considere a seguinte equação a diferenças (autônoma) de primeira-ordem: yt+1 = ayt + b I Note que, neste caso, podemos escrever: y1 = ay0 + b y2 = ay1 + b = a (ay0 + b) + b = a 2y0 + b+ ab y3 = ay2 + b = a(a 2y0 + b+ ab) + b = a 3y0 + b+ ab+ a 2b ... yt = ayt�1 + b = a ty0 + b+ ab+ ...+ a t�1b 2 Equações a Diferenças de Primeira Ordem (Cont.) I Logo, a solução geral é dada por: yt = a ty0 + b+ ba+ ...ba t�1| {z } P.G. I Se a 6= 1, a expressão acima pode ser escrita como: yt = a ty0 + b 1� at 1� a ) ) yt = � y0 � b 1�a � at + b1�a I Se, por outro lado, a = 1, então temos que: yt = y0 + bt 3 Equações a Diferenças de Primeira Ordem Exemplo 1: Resolva a seguinte equação: yt+1 + 2yt = 10 com y0 = 7. I Primeiro, re-escreva a equação acima como: yt+1 = �2yt + 10 Vimos pelo método iterativo que a solução dessa equação tem forma geral dada por: yt = � y0 � 10 3 � (�2)t + 10 3 I Substituindo y0 = 7, obtemos: yt = 11 3 (�2)t + 10 3 4 Equações a Diferenças de Primeira Ordem (Cont.) I A solução acima determina a seguinte trajetória: Neste caso, dizemos que a trajetória é divergente e oscilatória. 5 Trajetórias Temporais Considere uma equação a diferenças de primeira ordem: yt+1 = ayt + b, com b 6= 0. Vimos que a solução deste problema é dada por: yt = � y0 � b 1�a � at + b1�a , se a 6= 1 e yt = y0 + bt, se a = 1 6 Trajetórias Temporais Suponha que y0 6= b 1�a . Neste caso, dizemos que: i . Se jaj < 1, a trajetória de yt é convergente; ii . Se jaj > 1 ou a = 1 com b 6= 0, a trajetória de yt é divergente. iii . Se a = �1, a trajetória de yt é neutramente estável. Além disso, dizemos que: i . Se a < 0, a trajetória de yt é oscilatória; ii . Se a > 0, a trajetória de yt é não-oscilatória. 7 Trajetórias Temporais: Exemplos Grá co 1: Trajetória convergente e não-oscilatória: yt+1 = 0, 8yt + 0.5, y0 = 1 8 Trajetórias Temporais: Exemplos Grá co 2: Trajetória divergente e não-oscilatória: yt+1 = 1, 2yt + 0.5, y0 = 1 9 Trajetórias Temporais: Exemplos Grá co 3: Trajetória convergente e oscilatória: yt+1 = �0, 8yt + 0.5, y0 = 1 10 Trajetórias Temporais: Exemplos Grá co 4: Trajetória neutramente estável (i.e. a trajetória oscila sem se aproximar nem se afastar de um equilíbrio): yt+1 = �yt + 0.5, y0 = 1 11 Equações a Diferenças de Primeira Ordem Exemplo 2: Resolva a seguinte equação: yt+1 + 1 2 yt = 5 com y0 = 7. I Primeiro, re-escreva a equação acima como: yt+1 = � 1 2 yt + 5 Vimos pelo método iterativo que a solução dessa equação tem forma geral dada por: yt = � y0 � 10 3 �� � 1 2 �t + 10 3 I Substituindo y0 = 7, obtemos: yt = 11 3 � � 1 2 �t + 10 3 12 Equações a Diferenças de Primeira Ordem (Cont.) I A solução acima determina a seguinte trajetória: Neste caso, dizemos que a trajetória é convergente e oscilatória. 13 Equações a Diferenças de Primeira Ordem (Cont.) I O diagrama de fases da equação yt+1 = � 1 2 yt + 5, com y0 = 7, é dado por: 14 Nota: Equações a Diferenças de Segunda Ordem Considere a seguinte equação a diferenças homogênea de segunda ordem: ayt+2 + byt+1 + cyt = 0 Neste caso, a equação característica associada é dada por: aλ2 + bλ+ c = 0 A solução geral da equação é dada por: i . Raízes reais distintas: yt = k1λ t 1 + k2λ t 2 ii . Raízes reais iguais: yt = k1λ t + k2tλ t iii . Raízes reais complexas: yt = R t [k1 cos (θt) + k2sen (θt)] , onde λ = α� βi , com R = q α2 + β2 e θ = arccos � α R � . 15 Estática Comparativa & o Teorema da Função Implícita 16 Sistemas de Funções Implícitas Em geral, um modelo econômico produz como resultado um conjunto de equações (potencialmente não-lineares): F1 (x1, ...xn; α1, ..., αm) = 0 ... Fn (x1, ...xn; α1, ..., αm) = 0 expressando a relação entre as variáveis endógenas, x1, ..., xn, e os parâmetros do modelo, α1, ..., αm . 17 Sistemas de Funções Implícitas Dizemos que o sistema anterior é um sistema de funções implícitas, pois as suas equações de nem as variáveis endógenas x1, ..., xn como função implícita dos parâmetros do modelo. Note que caso haja alteração nos parâmetros α1, ..., αm , precisaremos ajustar os valores das variáveis x1, ..., xn de forma a preservar as relações de igualdade. Assim, dizemos que α1, ..., αm determinam implicitamente as variáveis x1, ..., xn. 18 Estática Comparativa Em economia, é comum estarmos interessados em saber como uma pequena variação em um dos parâmetros do modelo afeta os valores das variáveis endógenas, x1, ..., xn. Este tipo de questão é conhecido como problema de estática comparativa. 19 Estática Comparativa Em princípio, uma maneira de analisar este problema seria resolver o sistema acima, expressando cada uma das variáveis como função explícita dos parâmetros do modelo: x�1 = x1 (α1, ..., αm) ... x�n = xn (α1, ..., αm) Assim, teríamos que: ∂x �1 ∂αk = ∂x1(α1,...,αm )∂αk ... ∂x �n ∂αk = ∂xn(α1,...,αm )∂αk 20 Estática Comparativa Entretanto, existem situações em que é muito difícil ou trabalhoso resolver o sistema para as variáveis x1, ..., xn. A seguir, vamos mostrar como podemos aplicar o chamado "teorema da função implícita" a estes casos. 21 Teorema da Função Implícita: Caso Simples Considere a seguinte função implícita: F (x ; α) = 0 (1) Suponha que esta equação possua uma solução x�, então podemos expressá-la como função do parâmetro α: x� = x (α) Substituíndo a função x (α) na equação (1), obtemos: F � (α) = F (x (α) ; α) � 0 (2) Note que esta relação é uma identidade, pois, ao contrário da equação (1), ela é válida para qualquer α, por de nição. 22 Teorema da Função Implícita: Caso Simples Diferenciando a expressão acima em relação a α, obtemos pela regra da cadeia: dF � (α) dα = ∂F (x (α) ; α) ∂x dx(α) dα + ∂F (x (α) ; α) ∂α = 0 Re-arranjando, segue que: dx (α) dα = � ∂F (x (α);α) ∂α ∂F (x (α);α) ∂x , onde deve-se assumir que ∂F (x (α);α) ∂x 6= 0. 23
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