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EAE0207: Matemática Aplicada à Economia Aula 15: Autovalores e Autovetores Marcos Y. Nakaguma 27/09/2017 1 Autovalores e Autovetores 2 Motivação Dada uma transformação linear: T : Rn ! Rn, gostaríamos de determinar quais vetores x 2 Rn são "levados" neles mesmos por esta transformação, i.e.: T (x) = x $ Ax = x, onde A é uma matriz quadrada n� n. Neste caso, dizemos que x é um vetor xo. Note que o vetor nulo, x = 0, sempre é um vetor xo, de modo que vamos desconsiderá-lo de nossa análise. 3 Motivação Exemplo 2: Reexão no Eixo x. I Considere a seguinte transformação linear T : R2 ! R2 : T (x) = � 1 0 0 �1 � � x1 x2 � ) � y1 y2 � = � x1 �x2 � I Neste caso, os vetores xos devem ser tais que:� x1 x2 � = � x1 �x2 � $ x2 = �x2 ) x2 = 0 I Portanto, todo vetor x 2 R2 pertencente ao eixo x, i.e.: x = � x1 0 � é mantido xo pela transformação. 4 Transformações Lineares: Vetor Fixo Exemplo 3: Rotação de 90o . I Considere a seguinte transformação linear T : R2 ! R2 : T (x) = � 0 �1 1 0 � � x1 x2 � ) � y1 y2 � = � �x2 x1 � I Neste caso, os vetores xos devem ser tais que:� x1 x2 � = � �x2 x1 � ! � x1 = �x2 x1 = x2 ) x1 = x2 = 0 I Portanto, o único vetor xo é o zero. 5 Autovalores e Autovetores Considere, agora, o seguinte problema: Dada uma transformação linear T : Rn ! Rn, gostaríamos de determinar quais vetores x 2 Rn são "levados" em um múltiplo deles mesmos, i.e.: T (x) = rx $ Ax = rx, onde r é um escalar e x 2 Rn é um vetor não nulo. Neste caso, diz-se que x é um autovetor de A e r é um autovalor de A. 6 Autovalores e Autovetores: De nição De nição: Seja A uma matriz quadrada n� n. Um escalar r é um autovalor de A se existir um vetor não-nulo x 2 Rn tal que: Ax = rx Neste caso, dizemos que x é um autovetor de A associado ao autovalor r . 7 Autovalores e Autovetores: Exemplo Exemplo: Considere a transformação linear representada pela seguinte matriz: A = � 2 1 1 2 � Neste caso, podemos mostrar que os vetores: x = t � 1 1 � , com t 2 R e y = t � 1 �1 � , com t 2 R tem a sua direção preservada pela transformação linear, i.e. x e y são autovetores de A. 8 Autovalores e Autovetores: Exemplo Em particular, note que x = t � 1 1 � é multiplicado por r = 3 pela transformação linear:� 2 1 1 2 � � t t � = � 3t 3t � , enquanto que y = t � 1 �1 � é multiplicado por r = 1 pela transformação linear:� 2 1 1 2 � � t �t � = � t �t � 9 Autovalores e Autovetores: Exemplo Gra camente, temos a seguinte situação: 10 Autovalores e Autovetores: Exemplo Gra camente, temos a seguinte situação: 11 Autovalores e Autovetores: De nição Considere uma matriz A de tamanho n� n. Observe que podemos escrever Ax = rx como: 0 BBB@ a11 a12 � � � a1n a21 a22 � � � a2n ... ... . . . ... an1 an2 � � � ann 1 CCCA 0 BBB@ x1 x2 ... xn 1 CCCA = r 0 BBB@ x1 x2 ... xn 1 CCCA , ou seja: 0 BBB@ a11x1 + a12x2 + ...+ a1nxn a21x1 + a22x2 + ...+ a2nxn ... an1x1 + an2x2 + ...+ annxn 1 CCCA = 0 BBB@ rx1 rx2 ... rxn 1 CCCA 12 Autovalores e Autovetores: De nição Re-arranjando, obtemos: 0 BBB@ (a11 � r) x1 + a12x2 + ... + a1nxn a21x1 + (a22 � r) x2 + ... + a2nxn ... an1x1 + an2x2 + ... + (ann � r) xn 1 CCCA = 0 BBB@ 0 0 ... 0 1 CCCA 13 Autovalores e Autovetores: De nição Note que podemos re-escrever a expressão acima como:0 BBB@ 0 BBB@ a11 a12 ... a1n a21 a22 ... a2n ... ... . . . ... an1 an2 ... ann 1 CCCA� 0 BBB@ r 0 ... 0 0 r ... 0 ... ... . . . ... 0 0 ... r 1 CCCA 1 CCCA 0 BBB@ x1 x2 ... xn 1 CCCA = 0 ou de forma mais compacta: (A� r I ) x = 0, onde I é a matriz identidade de tamanho n� n. 14 Autovalores e Autovetores: De nição Observe que: (A� rI ) x = 0 constitui um sistema homogêneo e possui solução não-nula x se, e somente se, A� rI é uma matriz singular, ou seja, se: det (A� r I ) = 0 15 Autovalores e Autovetores: De nição De nição: Seja A uma matriz quadrada. Um autovalor de A é um número r tal que, se for subtraído de cada entrada da diagonal de A, converte A em uma matriz singular. Portanto, r é um autovalor de A se, e somente se, A� rI é uma matriz singular. 16 Procedimento Geral Um procedimento geral para encontrar-se os autovalores de uma matriz A consiste em explorar o fato de que A� rI é singular se, e somente se, det (A� rI ) = 0. Assim, para uma matriz A de tamanho n� n, temos: det (A� rI ) = 0 $ ��������� a11 � r a12 � � � a1n a21 a22 � r � � � a2n ... ... . . . ... an1 an2 � � � ann � r ��������� = 0 Observe que esta equação constitui um polinômio de grau n na variável r , denominado polinômio característico de A. Os autovalores de A são determinados pelas raízes r desse polinômio. Note que um polinômio de grau n possui n soluções. 17 Procedimento Geral Seja r um autovalor de A. Então, um autovetor associado a r é dado por x não-nulo tal que (A� r I ) x = 0, i.e.:8>>>< >>>: (a11 � r) x1 + a12x2 + � � �+ a1nxn = 0 a21x1 + (a22 � r) x2 + � � �+ a2nxn = 0 ... ... ... ... an1x1 an2x2 + � � �+ (ann � r) xn = 0 Assim, devemos resolver este sistema de equação para x1, x2, ..., xn. 18 Exemplos Exemplo 1: Encontre os autovalores reais e os autovetores da seguinte matriz: A = � 1 2 3 0 � O polinômio característico associado a esta matriz é dado por: det (A� rI ) = ���� 1� r 23 �r ���� = 0 ! r2 � r � 6 = 0 As soluções desse polinômio (autovalores) são: r1 = �2 e r2 = 3. 19 Exemplos Os autovetores associados a r1=�2 são determinados pelas soluções não-nulas do seguinte sistema:� 3x1 + 2x2 = 0 3x1 + 2x2 = 0 ! x1 = � 2 3 x2 Assim, qualquer vetor x tal que: x = t � � 2 3 1 � , com t 2 R é um autovetor associado a r1 = �2. 20 Exemplos Os autovetores associados a r2=3, por sua vez, são determinados pelas soluções não-nulas do seguinte sistema:� �2x1 + 2x2 = 0 3x1 � 3x2 = 0 ! x1 = x2 Assim, qualquer vetor x tal que: x = t � 1 1 � , com t 2 R é um autovetor associado a r1 = 3. 21 Exemplos Exemplo 2: Encontre os autovalores reais e os autovetores da seguinte matriz: A = � 0 �1 1 0 � O polinômio característico associado a esta matriz é dado por: det (A� rI ) = ���� �r �11 �r ���� = 0 ! r2 + 1 = 0 Note que este polinômio não possui soluções reais, de forma que a matriz A não apresenta nenhum autovalor real. 22
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