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EAE0207: Matemática Aplicada à Economia Aula 16: Autovalores e Autovetores (Cont.) Marcos Y. Nakaguma 29/09/2016 1 Revisão Na aula passada, consideramos o seguinte problema: dada uma transformação linear T : Rn ! Rn, queremos determinar quais vetores x 2 Rn são "levados" em um múltiplo deles mesmos, i.e.: T (x) = rx $ Ax = rx, onde r é um escalar e x 2 Rn é um vetor não nulo. Neste caso, diz-se que x é um autovetor de A e r é um autovalor de A. 2 Autovalores e Autovetores: Exemplo Exemplo: Considere a transformação linear representada pela seguinte matriz: A = � 2 1 1 2 � Neste caso, vimos que os autovetores e os autovalores de A são: x = � t t � e r = 3 e y = � t �t � e r = 1 3 Autovalores e Autovetores: Exemplo Gra camente, temos a seguinte situação: 4 Autovalores e Autovetores: Exemplo Gra camente, temos a seguinte situação: 5 Revisão De nição: Seja A uma matriz quadrada n� n. Um escalar r é um autovalor de A se existir um vetor não-nulo x 2 Rn tal que: Ax = rx $ (A� rI ) x = 0 Neste caso, dizemos que x é um autovetor de A associado ao autovalor r . Observe que: (A� r I ) x = 0 constitui um sistema homogêneo e possui solução não-nula x se, e somente se, A� rI é uma matriz singular, ou seja, se: det (A� r I ) = 0 6 Procedimento Geral Para determinar os autovalores de uma matriz A de tamanho 2� 2, resolva a equação característica associada: det (A� rI ) = 0 $ ���� a11 � r a12a21 a22 � r ���� = 0 ) r2 � (a11 + a22) r + (a11a22 � a12a21) = 0 Seja r um autovalor real de A, então um autovetor associado a r é dado por x não-nulo tal que (A� r I ) x = 0, i.e.:� (a11 � r) x1 + a12x2 = 0 a21x1 + (a22 � r) x2 = 0 Resolva este sistema para x1 e x2. 7 Exemplos Exemplo 3: Encontre os autovalores reais e os autovetores da seguinte matriz: A = 0 @ 1 0 20 5 0 3 0 2 1 A O polinômio característico associado a esta matriz é dado por:������ 1� r 0 2 0 5� r 0 3 0 2� r ������ = 0! (1� r) (5� r) (2� r)� 6 (5� r) = 0 ) (5� r) ((1� r) (2� r)� 6) = 0 Simpli cando, obtemos: (5� r) � r2 � 3r � 4 � = 0 ) (5� r) (r � 4) (r + 1) = 0 As soluções desse polinômio (autovalores) são: r1 = 5, r2 = 4 e r3 = �1. 8 Exemplos Os autovetores associados a r1 = 5 são determinados pelas soluções não-nulas do seguinte sistema:� �4x1 + 2x3 = 0 3x1 � 3x3 = 0 ) x1 = x3 = 0 Assim, qualquer vetor v1 tal que: v1 = t 0 @ 01 0 1 A , com t 2 R é um autovetor associado a r1 = 5. 9 Exemplos Os autovetores associados a r2 = 4, por sua vez, são determinados pelas soluções não-nulas do seguinte sistema:8< : �3x1 + 2x3 = 0 x2 = 0 3x1 � 2x3 = 0 ! � x1 = 2 3x3 x2 = 0 Assim, qualquer vetor v2 tal que: v2 = t 0 @ 230 1 1 A , com t 2 R é um autovetor associado a r2 = 4. 10 Exemplos Finalmente, os autovetores associados a r3 = �1 são determinados pelas soluções não-nulas do seguinte sistema:8< : 2x1 + 2x3 = 0 6x2 = 0 3x1 + 3x3 = 0 ! � x1 = �x3 x2 = 0 Assim, qualquer vetor v3 tal que: v3 = t 0 @ �10 1 1 A , com t 2 R é um autovetor associado a r3 = �1. 11 Exemplos Exemplo 4: Considere uma matriz 2� 2: A = � a11 a12 a21 a22 � Derive as condições sob as quais os autovalores de A são reais, bem como o sinal dos autovalores reais como função dos coe cientes a11, a12, a21 e a22. O polinômio característico associado a esta matriz é dado por: det (A� rI ) = ���� a11 � r a12a21 a22 � r ���� = (a11 � r) (a22 � r)� a12a21 = r2 � (a11 + a22) r + (a11a22 � a12a21) = 0 Note que esta equação característica é um polinômio de grau 2 em r . 12 Exemplos Note que os autovalores da matriz A serão reais se, e somente se, as soluções do seu polinômio característico forem reais, i.e.: 4 = (a11 + a22) 2 � 4 (a11a22 � a12a21) � 0 Se a condição acima for satisfeita, temos que: r1 + r2 = a11 + a22 e r1.r2 = a11a22 � a12a21| {z } detA Portanto, tem-se que: i . r1 e r2 são positivos se, e somente se, (a11 + a22) > 0 e detA > 0; ii . r1 e r2 são negativos se, e somente se, (a11 + a22) < 0 e detA > 0; iii . r1 e r2 têm sinais diferentes, e somente se, detA < 0. 13 Autovalores e Autovetores: Propriedades De nição: O traço de uma matriz quadrada k � k é a soma das suas entradas diagonais: tr A = a11 + a22 + ...+ akk Teorema: Seja A uma matriz k � k com autovalores r1, ..., rk , então: i . r1 + r2 + ...+ rk = tr A; ii . r1 � r2...� rk = detA 14 Exemplo Exemplo: Considere a matriz: A = � 2 4 1 2 � Neste caso, sabemos que os autovalores de A devem satisfazer as seguintes relações: tr A = r1 + r2 = 4 e detA = r1 � r2 = 0 Note que um dos autovalores deve ser igual a zero. Portanto, temos que: r1 = 0 e r2 = 4 15 Parte II: Equações Diferenciais 16 Equações Diferenciais Ordinárias Uma equação diferencial ordinária é uma expressão que descreve a relação entre uma função de uma variável, y (t), e sua derivada, dy (t) dt . Por exemplo: dy (t) dt = 4y (t) Solucionar uma equação diferencial signi ca encontrar y(t), uma função que dependa de t mas não de suas derivadas. Por exemplo, uma solução da equação acima é: y (t) = ke4t , para qualquer k 2 R. Portanto, as equações diferenciais são equações funcionais, pois representam equações em que a incógnita é uma função e não um número ou vetor. 17 Equações Diferenciais Ordinárias Frequentemente, estaremos interessados em problemas cuja solução é a descrição da evolução de uma variável no tempo. Por isso, na maioria dos exemplos, denotaremos a variável independente por t. As equações diferenciais que descrevem a relação entre uma função de várias variáveis, y (t, u) e suas derivadas parciais são denominadas equações diferenciais parciais. Por exemplo: ∂y ∂t (t, u) + ∂y ∂u (t, u) = 2 (t + u) ∂y ∂t∂u (t, u) Neste curso estudaremos apenas as equações diferenciais ordinárias. 18 Motivação: Taxa de Crescimento Em aplicações econômicas, é comum utilizar equações diferenciais para descrever a taxa de crescimento de uma variável. Por exemplo, descrevemos que uma variável y (t) cresce continuamente a uma taxa r através da seguinte equação diferencial: dy (t) dt = ry $ 1 y dy (t) dt = r ou � y (t) = ry (t) $ � y (t) y (t) = r Neste caso, dizemos que a taxa de crescimento percentual instantânea de y (t) é uma constante r . 19 Motivação: Taxa de Crescimento A solução da equação diferencial: dy (t) dt = ry (t) é relativamente simples de ser obtida. Note que: 1 y (t) dy (t) dt = r $ d ln (y (t)) dt = r Assim, integrando em relação a t, obtemos: Z d ln (y (t)) dt dt = Z rdt $ ln (y (t)) + k1 = rt + k2 20 Motivação: Taxa de Crescimento Re-arranjando, segue que: y (t) = ek2�k1 .ert ) y (t) = k.ert onde k = ek2�k1 é uma constante arbitrária. A função acima é denominada solução geral e fornece todas as possíveis trajetórias da variável y que são consistentes com a equação dy dt = ry . 21
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