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1 
 
 
 
TUTORIA 
MATHEUS TAVEIRA 
RESUMO GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 
 
PROBLEMA 5 
 
OBJETIVOS: 
 
1) – CARACTERIZAR AS PRINCIPAIS MALFORMAÇÕES FETAIS: 
 
O que é uma mutação? 
Uma mutação é definida como qualquer alteração permanente do DNA. Pode ocorrer em 
qualquer célula, tanto em células da linhagem germinativa como em células somáticas. As mutações 
envolvem Mutações Cromossômicas (quebra ou rearranjo dos cromossomos) e Mutações Gênicas. 
Um indivíduo cujo património genético sofreu mutação chama-se mutante. 
A substituição de um único nucleotídeo ( ou mutação de ponto ) numa sequência de DNA pode 
alterar o código de uma trinca de bases e levar à substituição de uma trinca de bases por outra. 
ANEUPLOIDIAS: há um aumento ou perda de um ou mais cromossomos tanto nos 
autossômicos como nos sexuais, causando uma série de distúrbios, como por exemplo, a síndrome de 
down provocada pela trissomia do cromossomo 21, a síndrome de Turner, causada pela monossomia do 
cromossomo sexual X, a síndrome de Klinefelter, provocada pela trissomia dos cromossomos sexuais, 
síndrome de Patau, causada pela trissomia do 13, síndrome de Edwards, causada pela trissomia do 
cromossomo 18. 
EUPLOIDIAS: quando todos os seus cromossomos são duplicados (diploidia – condição 
normal), podendo formar indivíduos triplóides tetraploides, dentre outros. A euploidia é comum em 
vegetais, como ocorre com o trigo, que há variedades diploides, tetraploides e hexaplóides. 
 Mutações de Sentido Trocado: Alteram o "sentido" do filamento codificador do gene ao especificar 
um aminoácido diferente. 
 Mutações Sem Sentido: Normalmente a tradução do RNAm cessa quando um códon finalizador ( 
UAA, UAG e UGA) é alcançado. Uma mutação que gera um dos códons de parada é denominada 
mutação sem sentido. 
 Mutações no Processamento do RNAm: O mecanismo normal pelo qual os íntrons são excisados 
do RNA não processado e os éxons unidos para formar um RNAm maduro depende de determinadas 
sequências de nucleotídeos localizadas nos sítio aceptor (íntron/exon) e no sítio doador (exon/íntron) 
. As mutações podem afetar as bases necessárias no sítio doador ou aceptor da emenda, interferindo 
na emenda normal do RNA naquele sítio ou podem envolverem substituições de bases dos íntrons, 
podendo criar sítios doadores ou aceptores alternativos que competem com os normais durante o 
processamento do RNA. 
Deleções e Inserções 
Causadas pela inserção ou deleção de um ou mais pares de bases. Deleção e Inserção de Códons 
quando o número de bases envolvidas não é múltiplo de três, a mutação altera a leitura da tradução a 
partir do ponto de mutação resultando numa uma proteína com sequência de aminoácidos diferentes. 
SINDROMES: 
CROMOSSÔMICAS: Alterações estruturais e numéricas no conjunto de cromossomo de um 
indivíduo: 
TURNER: 
Não tem cura, mas o tratamento pode ajudar. Requer um diagnóstico médico. Sempre requer 
exames laboratoriais ou de imagem A síndrome de Turner é causada por um cromossomo sexual ausente 
ou incompleto. Os sintomas incluem baixa estatura, puberdade atrasada, infertilidade, defeitos cardíacos 
e certas deficiências cognitivas. O tratamento envolve terapia hormonal. Tratamento de fertilidade pode 
ser necessário para mulheres que desejam engravidar. 
DOWN: 
Crônico: pode durar anos ou a vida inteira. Requer um diagnóstico médico. Frequentemente 
requer exames laboratoriais ou de imagem. A síndrome de Down é um transtorno genético que ocorre 
2 
 
 
quando uma divisão celular irregular resulta em material genético extra no cromossomo 21. A síndrome 
de Down causa uma aparência facial específica, deficiência mental, retardos no desenvolvimento e pode 
estar ligada a doenças da tireoide e do coração. Programas de intervenção precoce com uma equipe de 
terapeutas e professores especiais que tratam a situação específica da criança podem ajudar a gerenciar 
a síndrome de Down. 
KLINEFELTER: 
Não tem cura, mas o tratamento pode ajudar. Requer um diagnóstico médico. Sempre requer 
exames laboratoriais ou de imagem. A síndrome de Klinefelter não é hereditária, ocorrendo apenas como 
resultado de um erro genético aleatório após a concepção. Homens que nascem com a síndrome de 
Klinefelter podem apresentar baixos níveis de testosterona e massa muscular, além de pelos faciais e 
corporais reduzidos. A maioria dos homens com esta síndrome não produz nenhum ou quase nenhum 
esperma. O tratamento pode incluir reposição de testosterona e tratamento de fertilidade. É caracterizada 
pelo hipogonadismo masculino quando há dois ou mais cromossomos X e um ou mais cromossomos 
Y". 
SINDROME DE PATAU 
A síndrome de Patau é uma trissomia do cromossomo 13. O médico geneticista Klaus Patau foi 
o primeiro a descrever a doença, em 1960. Esta não é uma doença hereditária, mas um simples e infeliz 
acidente genético. Causas definidas para a síndrome de Patau não existem, mas como costuma ocorrer 
com a maioria das trissomias, a idade da mãe pode ser um fator de risco. Mulheres com mais de 35 anos 
são mais propensas a este acidente cromossômico, responsável por grande parte dos abortos 
espontâneos. Apenas 2,5% das gravidezes em que o feto é portador da síndrome vão a termo. 
Além de atraso mental acentuado, a síndrome de Patau se apresenta com malformações graves 
no sistema nervoso central e nos órgãos internos e tem características físicas muito específicas e 
frequentes. Em geral há defeitos cardíacos congênitos e também no trato urogenital: nos meninos, 
criptorquidia, e nas meninas útero bicornado e ovários hipoplásticos, além de rins policísticos. 
A face e o corpo das crianças afetadas pela síndrome de Patau também tem características 
frequentes: 
 Fenda labial e palato fendido 
 Punhos cerrados 
 Plantas dos pés arqueadas 
 Problemas nos olhos, em geral pequenos, extremamente afastados ou ausentes 
 Orelhas malformadas e mal posicionadas 
 Mãos e pés podem ter um sexto dedo e/ou dedos sobrepostos. 
SÍNDROME DE EDWARDS 
Sinônimos: trissomia 18 
Também conhecida como Trissomia 18, a síndrome de Edwards é uma doença genética causada 
por uma trissomia do cromossomo 18, ou seja, uma condição em que a pessoa carrega três cópias do 
cromossomo 18, em vez de duas. A Síndrome de Edwards foi descrita pelo geneticista britânico John 
H. Edwards em 1960. 
Tipos 
A cópia extra do cromossomo 18, presente em pessoas com a síndrome de Edwards, pode 
acontecer de três formas distintas: completa, parcial ou aleatória. E muito embora existam esses três 
diferentes tipos da Síndrome de Edwards, isso não significa que a trissomia parcial do cromossomo 18 
seja melhor ou menos pior do que a trissomia completa. Para cada tipo da doença há uma série de 
peculiaridades que prejudicam muito a qualidade de vida dos portadores. Por isso é muito difícil 
estabelecer um padrão de sinais e sintomas para cada criança pegando como base o tipo da doença que 
ela tem. 
Confira os tipos existentes da síndrome de Edwards: 
Trissomia 18 completa 
Este é o tipo mais comum da síndrome, que ocorre em cerca de 95% dos casos. Por trissomia 
completa, nos referimos ao fato de o cromossomo extra estar presente em todas as células do corpo do 
indivíduo. Este tipo de trissomia não é hereditária e tampouco é provocada por qualquer descuido 
cometido pelos pais durante ou antes da gravidez. 
Trissomia 18 parcial 
3 
 
 
As trissomias parciais são muito raras. Elas ocorrem quando apenas parte de um cromossomo 
extra está presente. Esses casos podem ter raiz hereditária. Muito raramente, um pedaço do cromossomo 
18 se apega a outro cromossomo antes ou após a concepção. Desta forma, pessoas afetadas por este tipo 
da síndrome têm as duas cópiasdo cromossomo 18, além de um pedaço "parcial" do material extra do 
cromossomo 18. 
Trissomia 18 aleatória 
Este terceiro tipo da Síndrome da Edwards também é extremamente raro. Ele ocorre quando o 
cromossoma extra está presente em algumas, mas não em todas, as células do corpo. Assim como 
acontece com a forma completa da Trissomia 18, este tipo da doença, conhecida popularmente como 
“mosaico”, também não é hereditária e é uma ocorrência aleatória que ocorre durante a divisão celular. 
Alguns sinais: 
Existem inúmeros sinais e sintomas que caracterizam uma criança com Síndrome de Edwards. 
As características apresentadas pelos portadores desta doença são: 
 Crânio disfórmico, com o osso occipital proeminente (parte traseira e inferior do crânio) 
 Micrognatia, uma desordem no crescimento facial, afetando principalmente a mandíbula, que 
se encontra em uma posição muito posterior em relação à maxila 
 Orelhas mais baixas que o normal (orelhas de implantação baixa) 
 Pés tortos congênitos 
 Deformidades nos dedos das mãos 
 Doença cardíaca congênita 
 Estenose pulmonar e aórtica 
 Pescoço curto 
 Peito carinado 
 
SÍNDROME CRI-DU-CHAT (SÍNDROME DO MIADO DE GATO) 
A Síndrome Cri-Du-Chat foi originalmente descrita em 1963 pelo Dr. Lejeune na França. 
Esta Síndrome recebe esse nome pelo fato de seus portadores possuírem um choro semelhante ao 
miado agudo de um gato. 
Esta síndrome é uma anomalia cromossômica, causada pela deleção parcial (quebra) do 
braço curto do cromossomo 5, apresentando um cariótipo 46, XX, 5p- e 46, XY, 5p-. Por isso é 
também chamada de síndrome 5 p - (menos). A estimativa é que esta síndrome afeta cerca de 1 em 
50.000 casos de crianças nascidas no mundo, e 1% dos indivíduos com retardamento mental. 
Esta síndrome na maioria das vezes, não é herdada dos pais, aproximadamente em 85% dos 
casos resultam de novas deleções esporádicas, enquanto que 5% dos casos se originam 
secundariamente a uma segregação desigual de uma tranlocação parental. Esses casos são causados 
pela translocação equilibrada nos cromossomas de um dos pais ( material genético de um 
cromossoma que se uniu a outro). As pessoas com translocações equilibradas são perfeitamente 
normais porque nenhum material genético foi perdido, assim sendo, provavelmente não saberão que 
são portadores até que tenham uma criança afetada com CDC na família. 
Características do Afetado 
Os afetados se caracterizam por apresentar assimetria facial, com microcefalia (cabeça 
pequena), má formação da laringe (daí o choro lamentoso parecido com miado de gato), 
hipertelorismo ocular (aumento da distância entre os olhos), hipotonia (tônus muscular deficiente), 
fenda palpebral antimongolóide (canto interno dos olhos mais altos do que o externo), pregas 
epicânticas, orelhas mal formadas e de implantação baixa , dedos longos, prega única na palma das 
mãos, atrofia dos membros que ocasiona retardamento neuromotor e retardamento mental 
acentuado. 
As crianças do CDC freqüentemente têm um caminhar desajeitado e parecem inábeis. Com 
a educação especial precoce e um ambiente de apoio familiar , algumas crianças atingem um nível 
social e psicomotor de uma criança normal de cerca de 6 anos de idade. As habilidades motoras 
finas são atrasadas também, embora algumas crianças estejam conseguindo aprender a escrever. 
As crianças com CDC têm dificuldade no treinamento do controle de suas necessidades 
fisiológicas. 
Muitos bebês e crianças com CDC têm um sono agitado, mas isto melhora com idade. 
Muitas crianças com CDC podem ter problemas de comportamento. Eles podem ser hiperativos, 
4 
 
 
balançam muito a cabeça, podem até dar mordidas ou se beliscarem. Alguns desenvolvem obsessões 
com determinados objetos. Muitos têm um fascínio por cabelo e não podem resistir a puxá-lo. 
• É fundamental deixar claro que nem todas as pessoas com CDC terão todas estas 
características. 
MONOGÊNICOS: (também chamado de Mendeliano). É causado por mudanças ou mutações 
que acontecem na sucessão de DNA de um único gene: 
Ex: 
Anemia falciforme 
Distrofia miotônica 
Distrofia muscular de Duchene 
Doença de Huntington 
Doença de Tay-Sachs 
Fenilcetonúria 
Fibrose cística 
Hemofilia A 
Hipercolesterolemia familiar 
Talassemia 
Síndrome de Marfan 
MULTIFATORIAIS: (também chamado de complexo ou poligênico). É causado por uma 
combinação de fatores ambientais e mutações em genes múltiplos. 
Ex: 
Alzheimer 
Cardiopatias congênitas 
Certos tipos de câncer 
Diabetes mellitus 
Hipertensão Arterial 
Obesidade 
MUTAÇÕES GÊNICAS: As mutações gênicas são pontuais e podem ter origem através da 
adição, substituição ou perda de bases nitrogenadas em um trecho da molécula de. Um exemplo clássico 
de mutação gênica é o que ocorre na anemia falciforme, onde a deformação da hemácia em forma de 
foice é oriunda da troca do aminoácido glutâmico pela valina que forma a hemoglobina, o que ocasiona 
um agrupamento dessa proteína. Além de alterar a morfologia da hemácia, uma vez agrupados os 
glóbulos vermelhos, os mesmos bloqueando vasos sanguíneos, diminuindo a oxigenação dos tecidos e, 
consequentemente, provocar a morte do indivíduo. 
ACONDROPLASIA 
A acondroplasia é a forma mais comum de displasia esquelética. As displasias esqueléticas 
são um grupo amplo de condições geneticamente determinadas que cursam, geralmente, com baixa 
estatura e alteração do arcabouço ósseo. 
Mutações deletérias no gene FGFR3 são relacionadas à gênese da acondroplasia. Este gene 
codifica um receptor celular que tem função primordial no controle da maturação da cartilagem 
óssea e, consequentemente, participa ativamente da modulação do crescimento ósseo. 
Desta forma, mutações neste gene resultam em função anômala do receptor por ele 
codificado. A consequência clínica é a formação de ossos mais curtos e de formato anômalo. 
A espinha bífida é uma anormalidade congênita da coluna vertebral que pode se apresentar de 
formas diferentes. Pode ser oculta e assintomática (espinha bífida oculta), apresentar as meninges 
expostas (meningocele) ou, além das meninges, a medula e as raízes nervosas podem estar expostas 
(mielomeningocele). 
ESPINHA BIFIDA 
É uma malformação congênita localizada na coluna vertebral. Este defeito ocorre nas primeiras 
semanas de gravidez quando o tubo neural do embrião está em formação, não se fechando corretamente. 
Por isso, é chamada de espinha bífida que quer dizer espinha dividida. 
Existem três tipos principais de espinha bífida: Oculta, Meningocele e Mielomeningocele. 
A espinha bífida oculta geralmente não traz problemas para o desenvolvimento da criança, mas 
esta deve ser acompanhada pelo neurocirurgião, pois alguns problemas tardios podem aparecer. 
5 
 
 
Já a meningocele e a mielomeningocele precisam ser tratadas rapidamente, logo nos primeiros 
dias após o nascimento. O tratamento consiste em cirurgia para fechamento dos tecidos que estão abertos 
numa tentativa de restabelecer a proteção aos tecidos nervosos. 
Na mielomeningocele, muitos dos nervos podem estar traumatizados ou sem função, e o 
funcionamento dos órgãos inervados pelos mesmos (bexiga, intestinos e músculos) pode estar afetado. 
A cirurgia não tem como objetivo devolver o funcionamento destes órgãos de forma imediata, mas sim 
evitar com que os respectivos nervos continuem sendo continuamente lesionados. O tratamento, além 
da cirurgia, inclui o seguimento e suporte clínico para toda a vida, pois a criança pode ter desde uma 
vida completamente normal quando a mielomeningocele é bem baixa e acomete poucas raízes nervosas 
ou desenvolver diversas complicações durante a vida como pé torto, medula presa, dificuldade de 
marcha,escolioses graves, hidrocefalia, distúrbios psicológicos, problemas urológicos que podem variar 
desde infecções urinárias até a perda de função renal. 
Vale ressaltar que a prevenção é o melhor tratamento. Além da causa genética, está comprovado 
que os defeitos de fechamento do tubo neural, como a espinha bífida, estão muitas vezes relacionados 
com a carência nutricional e podem ser evitados com a suplementação de ácido fólico e vitaminas antes 
da gestação 
2) – CARACTERIZAR OS PRINCIPAIS FATORES DE MALFORMAÇÕES FETAIS: 
Agentes Teratogênicos 
Chamamos de agentes teratogênicos tudo aquilo capaz de produzir dano ao embrião ou feto 
durante a gravidez. Estes danos podem se refletir como perda da gestação, malformações ou alterações 
funcionais (retardo de crescimento, por exemplo), ou ainda distúrbios neuro-comportamentais, como 
retardo mental. 
Há basicamente 3 categorias de agentes teratógenos: 
1) FATORES AMBIENTAIS 
OBS: RCIU: Restrição de crescimento intrauterino 
 Os fatores ambientais são particularmente nocivos no primeiro trimestre da gestação 
(período embriopático) Infecções maternas: 
 Rubella RCIU, (microcefalia, cardiopatia, surdez, catarata ) 
 Toxoplasma (Microcefalia, microftalmia, RCIU, calcificações cerebrais, hidrocefalia ) 
 Cytomegalovirus (Microcefalia, microftalmia, RCIU, calcificações cerebrais, 
hidrocefalia ) 
 Herpes simples (Microcefalia, catarata ) 
 Varicela (Hidrocefalia, catarata, lesões cutâneas ) 
 HIV (Microcefalia, hipertelorismo, RCIU ) 
2) TERATÓGENOS QUÍMICOS 
Apesar do conhecimento da teratogenicidade de diversas substâncias químicas em animais e até 
a associação destas com defeitos congênitos em humanos, são relativamente poucas as situações em que 
o efeito teratogênico foi devidamente comprovado na nossa espécie. A seguir estão listados os principais 
teratógenos químicos em humanos Teratógenos químicos em humanos 
 Ácido Valpróico (Defeitos de tubo neural ) 
 Álcool RCIU, ( retardo mental, microcefalia, ipoplasia maxilar, fissuras palpebrais 
pequenas, anomalias cardíacas ) 
 Anticoagulantes 
 (warfarin dicumarínicos) (Hipoplasia nasal, malformações do sistema nervoso central, 
anormalidades esqueléticas, alterações oculares ) 
 Antineoplásicos (Malformações múltiplas) 
 Antitireoidianos (Bócio fetal, hipotireoidismo) 
 Fenitoína (Retardo mental, microcefalia, face dismórfica, hipoplasia da falanges distais, 
incluindo unhas ) 
 Hormônios Androgênios: (Masculinização de fetos femininos.) 
 Dietilbestrol: (mortes fetais, anormalidades uterinas e cervicais (tumores). 
 Lítio (Anomalia cardíaca valvar (Anomalia de Ebstein) 
 Talidomida (Defeitos nos membros (focomelia), anomalias cardíacas e nas orelhas. ) 
 Tetraciclina (Hipoplasia e escurecimento do esmalte dentário.) 
 Vitamina A (ácido retinóico) (Anomalias de sistema nervoso central, coração e orelhas) 
6 
 
 
3) AGENTES FISÌCOS 
A radiação ionizante é considerada um potente teratógeno, contudo, é dose-dependente e 
relacionado ao estágio de desenvolvimento que o concepto é exposto. No uso diagnóstico dos Raios X, 
as doses habitualmente utilizadas (poucos milirads, cerca de 5 a 100) são insuficientes para causar 
anomalias. Contudo, como quebras no DNA e mutações podem acontecer, é prudente a proteção 
radiológica apesar dos riscos pequenos Em altas doses a radiação ionizante pode causar uma variedade 
de anomalias no embrião, desde, defeitos de membros, fendas lábio-palatinas e até anormalidades do 
sistema nervoso central A hipertermia materna também está relacionada com defeitos de fechamento do 
tubo neural, microcefalia, micrognatia e fendas faciais Agentes mecânicos Aqui podem ser consideradas 
as bridas âmnicas que causam amputações ou outras lesões destrutivas em qualquer segmento corporal. 
O torcicolo, o pé torto, e as deformidades crânio-faciais relacionam-se com a posição fetal e a presença 
de compressões extrínsecas ao feto. 
• Doenças Maternas 
– Diabetes Mellitus 
– Epilepsia 
– Depressão 
– Tuberculose 
– HIV/AIDS 
• Infecções Congênitas 
– Sífilis 
– Toxoplasmose 
– Rubéola 
– Citomegalovirus 
– Herpes 
– Doença de Chagas 
– Varicela 
• Radiações (radiografias e radioterapia) 
• Substâncias Químicas (mercúrio, chumbo, por exemplo) 
• Outras Drogas (álcool, fumo, cocaína e outras) 
3) – COMPREENDER A POLÍTICA DE PLANEJAMENTO FAMILIAR: (Fonte: Manual 
Técnico da Secretaria de Políticas de Saúde) 
 
A atuação dos profissionais de saúde, no que se refere ao Planejamento Familiar, deve estar 
pautada no Artigo 226, Parágrafo 7, da Constituição da República Federativa do Brasil, portanto, no 
princípio da paternidade responsável e no direito de livre escolha dos indivíduos e/ou casais. 
Em 1996, um projeto de lei que regulamenta o planejamento familiar foi aprovado pelo 
Congresso Nacional e sancionado pela Presidência da República. A Lei estabelece que as instâncias 
gestoras do Sistema Único de Saúde (SUS), em todos os seus níveis, estão obrigadas a garantir à mulher, 
ao homem ou ao casal, em toda a sua rede de serviços, assistência à concepção e contracepção como 
parte das demais ações que compõem a assistência integral à saúde. Uma questão fundamental desta Lei 
é a inserção das práticas da laqueadura de trompas e da vasectomia dentro das alternativas de 
anticoncepção, definindo critérios para sua utilização e punições para os profissionais de saúde que as 
realizarem de maneira inadequada e/ou insegura. 
Do ponto de vista formal, essa medida democratiza o acesso aos meios de anticoncepção ou de 
concepção nos serviços públicos de saúde, ao mesmo tempo que regulamenta essas práticas na rede 
privada, sob o controle do SUS. Neste sentido, o Planejamento Familiar deve ser tratado dentro do 
contexto dos direitos reprodutivos, tendo, portanto, como principal objetivo garantir às mulheres e aos 
homens um direito básico de cidadania, previsto na Constituição Brasileira: o direito de ter ou não 
filhos/as. 
Ainda hoje o quadro de uso dos métodos de anticoncepção reflete algumas distorções da oferta 
dos mesmos no país desde a década de 60, quando ela foi iniciada pelas entidades privadas de controle 
da natalidade, tendo como métodos quase exclusivos a pílula e a laqueadura de trompas. É importante 
salientar que o planejamento familiar, com conhecimento dos métodos e livre escolha, é uma das ações 
da Política de Assistência Integral à Saúde da Mulher preconizada pelo Ministério da Saúde, desde 1984. 
Portanto, dentro dos princípios que regem esta política, os serviços devem garantir o acesso aos meios 
7 
 
 
para evitar ou propiciar a gravidez, o acompanhamento clínicoginecológico e ações educativas para que 
as escolhas sejam conscientes. 
No que concerne à anticoncepção, os serviços de saúde devem fornecer todos os métodos 
anticoncepcionais recomendados pelo Ministério da Saúde. Ao mesmo tempo, os profissionais de saúde 
devem empenhar-se em bem informar aos usuários para que conheçam todas as alternativas de 
anticoncepção e possam participar ativamente da escolha do método. Considerando que a AIDS vem se 
tornando uma das principais causas de morte entre mulheres jovens, é fundamental que se estimule a 
prática da dupla proteção, ou seja, a prevenção simultânea das doenças sexualmente transmissíveis 
(DST), inclusive a infecção pelo HIV/AIDS e a gravidez indesejada. Isso pode se traduzir no uso dos 
preservativos masculino e feminino ou na opção de utilizá-los em associação a outro método 
anticoncepcional da preferência do indivíduo ou casal. 
A atuação dos profissionais de saúde na assistência à anticoncepção envolve, necessariamente, 
três tipos de atividades: 
 Atividades educativas 
 Aconselhamento 
 Atividades clínicas 
Essas atividades devemser desenvolvidas de forma integrada, tendo-se sempre em vista que 
toda visita ao serviço de saúde constitui-se numa oportunidade para a prática de ações educativas que 
não devem se restringir apenas às atividades referentes à anticoncepção, no enfoque da dupla proteção, 
mas sim abranger todos os aspectos da saúde integral da mulher. Deve-se, ainda, promover a interação 
dos membros da equipe de saúde, de forma a permitir a participação dos diversos elementos, nessas 
atividades, de acordo com o nível de responsabilidade requerido em cada situação. 
ATIVIDADES EDUCATIVAS 
As atividades educativas devem ser desenvolvidas com o objetivo de oferecer à clientela os 
conhecimentos necessários para a escolha e posterior utilização do método anticoncepcional mais 
adequado, assim como propiciar o questionamento e reflexão sobre os temas relacionados com a prática 
da anticoncepção, inclusive a sexualidade. As ações educativas devem ser preferencialmente realizadas 
em grupo, precedendo a primeira consulta, e devem ser sempre reforçadas pela ação educativa 
individual. 
Existem diferentes metodologias de trabalho de grupo. Cada serviço deve utilizar a que melhor 
se adapte às suas disponibilidades de pessoal, de tempo e de espaço, bem como às características e 
necessidades do grupo em questão. Seja qual for a metodologia utilizada, é de fundamental importância 
que as práticas educativas tenham um caráter participativo, permitindo a troca de informações e 
experiências baseadas na vivência de cada indivíduo do grupo. A linguagem utilizada pelo profissional 
de saúde deve ser sempre acessível, simples e precisa. 
 
ACONSELHAMENTO 
O aconselhamento é entendido como um "processo de escuta ativa individualizado e centrado 
no indivíduo. Pressupõe a capacidade de estabelecer uma relação de confiança entre os interlocutores 
visando o resgate dos recursos internos do indivíduo para que ele tenha possibilidade de reconhecer-se 
como sujeito de sua própria saúde e transformação" (CN DST/AIDS – MS, 1997). Esta prática 
pressupõe: 
1. A identificação e acolhimento da demanda do indivíduo ou casal, entendida como suas 
necessidades, dúvidas, preocupações, medos e angústias entre outras, relacionadas às 
questões de planejamento familiar e prevenção das DST/AIDS; 
2. Avaliação de risco individual ou do casal, para a infecção pelo HIV e outras dsts; e 
3. O reconhecimento pelo profissional de que o sucesso a ser alcançado depende da ação 
conjunta dos interlocutores (profissional e indivíduo ou casal). 
Implica, portanto, na promoção de um diálogo no qual a mensagem é contextualizada às 
características e vivência da (s) pessoa (s) e na necessidade de participação ativa nesse processo. A idéia 
demarcada no aconselhamento é a troca. Dessa forma torna-se possível o desenvolvimento de uma 
relação de confiança, condição básica para a realização dos procedimentos presentes no processo de 
aconselhamento. 
 
 
8 
 
 
ATIVIDADES CLÍNICAS 
As atividades clínicas devem ser realizadas levando-se em conta que todo e qualquer contato 
que a mulher venha a ter com os serviços de saúde deve ser utilizado em benefício da promoção, proteção 
e recuperação da sua saúde. De tal forma que a primeira consulta deve ser feita após as atividades 
educativas incluindo: a anamnese; exame físico geral e ginecológico, com especial atenção para a 
orientação do auto-exame das mamas e levantamento de data da última colpocitologia oncótica para 
avaliar a necessidade de realização da coleta ou encaminhamento para tal; análise da escolha e prescrição 
do método anticoncepcional. As consultas subseqüentes ou consultas de retorno visam um atendimento 
periódico e contínuo para reavaliar a adequação do método em uso, bem como prevenir, identificar e 
tratar possíveis intercorrências. 
ESCOLHA DO MÉTODO ANTICONCEPCIONAL 
A assistência em anticoncepção pressupõe a oferta de todas as alternativas de métodos 
anticoncepcionais aprovados pelo Ministério da Saúde, bem como o conhecimento de suas indicações, 
contraindicações e implicações de uso, garantindo à mulher, ao homem ou ao casal os elementos 
necessários para a opção livre e consciente do método que a eles melhor se adapte. Pressupõe, ainda, o 
devido acompanhamento clínico-ginecológico à usuária, independentemente do método escolhido. Na 
decisão sobre o método anticoncepcional a ser usado devem ser levados em consideração os seguintes 
aspectos: 
 A escolha da mulher, do homem ou do casal 
 Características dos métodos 
 Fatores individuais e situacionais relacionados aos usuários do método Características 
dos métodos: 
 Eficácia. 
 Efeitos secundários. 
 Aceitabilidade. 
 Disponibilidade. 
 Facilidade de uso. 
 Reversibilidade. 
 Proteção à Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e infecção pelo HIV. 
EFICÁCIA 
Todos os métodos anticoncepcionais apresentam uma taxa de falha que é calculada com o 
número de gestações não desejadas entre os usuários de um determinado método anticoncepcional nos 
primeiros 12 meses de uso. Dessa forma, duas taxas podem ser encontradas para cada método: uma 
mostra a taxa de falha entre os usuários de uma forma geral de uso, isto é, sem considerar todas as 
dificuldades que possam ter sido encontradas durante o uso (uso habitual). Outra taxa é aquela que leva 
em conta apenas os usuários que fizeram o uso correto e consistente do método escolhido (uso correto). 
EFEITOS SECUNDÁRIOS 
A inocuidade, ou seja, a ausência de quaisquer efeitos secundários adversos, seria condição 
ideal, ainda não conseguida nos anticoncepcionais até os dias atuais. Por outro lado, é também verdade 
que determinados métodos ocasionam mais efeitos secundários adversos que outros, sendo direito da/o 
usuária/o ser corretamente informada/o a respeito dessas diferenças. Além disso, o profissional de saúde 
deve estar capacitado para prevenir e tratar tais efeitos, assim como avaliar os riscos que o uso de 
determinados métodos possa acarretar à saúde. 
ACEITABILIDADE 
A aceitação do método, o grau de confiança que nele se tem, a motivação para seu uso e uma 
correta orientação do profissional de saúde são importantes fatores para o sucesso do método escolhido. 
Por outro lado, a inadaptação psicológica e cultural a determinado método pode ser a maior causa de 
seu fracasso ou de mudança para outro método. 
DISPONIBILIDADE 
O acesso gratuito aos métodos anticoncepcionais é condição fundamental para que a escolha do 
método se realize livremente, sem restrições. Isso é particularmente importante considerando-se que 
grande parte da população não tem condição de pagar pelo método. Assim, nas situações em que a oferta 
de determinado método não seja possível, é da maior importância considerar o seu custo, avaliando a 
possibilidade da/o usuária/o arcar com ele. Obviamente, isso só é válido para os métodos não existentes 
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nos serviços de saúde da rede pública, pois nenhum profissional ou serviço pode cobrar da/o usuária/o 
qualquer tipo de honorário ou taxa por métodos ou procedimentos visando a sua colocação ou realização. 
FACILIDADE DE USO 
De nada adiantará a indicação de um método que tenha todas as qualidades anteriormente 
descritas se sua utilização for difícil, complexa ou não assimilada por grande parte da população. No 
entanto, é igualmente verdade que a maior parte das dificuldades relacionadas ao uso do método podem 
ser resolvidas com o adequado suporte do profissional de saúde. 
REVERSIBILIDADE 
O ideal é que os métodos anticoncepcionais sejam completa e imediatamente reversíveis, e que 
uma vez interrompido seu uso, haja recuperação total da fertilidade correspondente à faixa etária do/a 
usuário/a. 
PROTEÇÃO A DOENÇAS SEXUALMENTETRANSMISSÍVEIS (DST) E INFECÇÃO 
PELO HIV 
A ocorrência de casos de infecção pelo HIV traz conseqüências para o exercício da sexualidade 
e da reprodução e produz uma série de desafios e desdobramentos para a área da saúde reprodutiva e 
sexual. Torna-se urgente estimular a prática da dupla proteção, ou seja, a prevenção simultânea das 
doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a infecção pelo HIV/AIDS, e da gravidez indesejada. 
Isso pode se traduzir no uso dos preservativos masculino e feminino ou na opção de utilizá-los 
em associação a outro método anticoncepcional da preferência do indivíduo ou casal. Nesse sentido, é 
de fundamental importância que os profissionais de saúde conversem com o indivíduo ou casal sobre 
DST e AIDS, propiciando assim percepção a respeito de situações de risco para essas infecções e uma 
reflexão sobre a necessidade de sua prevenção, favorecendo a adesão ao uso do preservativo. 
Considerando o fato de existirem os recursos disponíveis para tratamento ou controle de DST e AIDS, 
o diagnóstico para essas infecções deve ser oportunizado e garantido também nos serviços de 
planejamento familiar. 
FATORES INDIVIDUAIS RELACIONADOS AOS USUÁRIOS DO MÉTODO 
 Condições econômicas. 
 Estado de saúde. 
 Características da personalidade da mulher e/ou do homem. 
 Fase da vida. ¾Padrão de comportamento sexual. 
 Aspirações reprodutivas. 
 Fatores outros, como medo, dúvidas e vergonha. 
CRITÉRIOS CLÍNICOS DE ELEGIBILIDADE 
Os critérios de elegibilidade clínica para uso dos métodos anticoncepcionais adotados neste 
manual foram definidos tendo como base os desenvolvidos pela Organização Mundial da Saúde. Devem 
ser utilizados para orientar o/a usuário/a no processo de escolha do método anticoncepcional. Foram 
classificadas 4 categorias que estabelecem a conveniência ou restrição ao uso de um método 
anticoncepcional, descritas a seguir: 
Categoria 1: O método pode ser usado sem restrição. 
Categoria 2: O método pode ser usado com restrições. As condições listadas na categoria 2 
significam que o método em questão pode ser utilizado com alguma precaução. São situações nas quais 
as vantagens de usar o método geralmente superam os riscos. As condições da categoria 2 fazem com 
que o método não seja a primeira escolha e, se usado, deve ser acompanhado mais de perto. 
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Categoria 3: Os riscos decorrentes do seu 
uso, em geral superam os benefícios do uso do 
método. Quando há uma condição da categoria 3 
para um método, este deve ser o método de última 
escolha e, caso seja escolhido, é necessário um 
acompanhamento rigoroso da/o usuária/o. 
Categoria 4: O método não deve ser usado, 
pois apresenta um risco inaceitável. Nas situações 
em que a usuária apresenta mais do que uma 
condição da categoria 3, o método não deve ser 
usado. Também, nas situações em que não é 
possível um acompanhamento rigoroso da usuária, 
recomenda-se que as condições listadas na 
categoria 3 sejam consideradas como da categoria 
4, ou seja, o método não deve ser usado. Quando 
a/o usuária/o apresenta, para o método escolhido, 
mais de uma condição da categoria 2, em geral o 
método deve ser considerado de última escolha, de 
uso excepcional e sob controle rigoroso. 
 
 
 
 
 
 
4) – DESCREVER OS PRINCIPAIS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS E SEU 
MECANISMO DE AÇÃO: 
 
Os métodos contraceptivos são utilizados por pessoas que têm vida sexual ativa e querem evitar 
uma gravidez. Além disso, alguns deles podem proteger as pessoas de doenças sexualmente 
transmissíveis (DST). Na escolha de um método contraceptivo devem ser considerados a idade da 
pessoa, a frequência com que mantém relações sexuais, fase de vida, se tem outros filhos ou não, se tem 
alguma doença, histórico de doenças na família etc. Por isso esta escolha deve ser feita com auxílio de 
um médico. Ele é o melhor profissional para conversar com o casal sobre o método ideal a ser adotado. 
Há vários tipos de métodos contraceptivos disponíveis no mercado que são divididos 
didaticamente em: 
I – Reversíveis 
II – Definitivos Reversíveis: 
Também chamados de temporários, são aqueles que ao deixarem de ser utilizados, permitirão 
uma gravidez: 
1 – Comportamentais 
2 – De barreira 
3 – Hormonais 
4 – Dispositivos intrauterinos 
Os métodos definitivos são os cirúrgicos: 
1 – Esterilização cirúrgica feminina 
2 – Esterilização cirúrgica masculina 
É muito importante ter consciência de que qualquer método escolhido só funcionará se for 
utilizado da maneira correta. 
MÉTODOS COMPORTAMENTAIS 
TABELINHA: 
A famosa tabelinha é bastante utilizada, ainda hoje. Consiste no cálculo do provável dia da 
ovulação e na abstinência sexual por 3 dias antes e 3 dias depois. Esse método, porém, só deve ser 
utilizado por mulheres que tenham os ciclos menstruais regulares. 
 
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TEMPERATURA BASAL: 
Baseia-se no fato de que após a ovulação ocorre um aumento da temperatura corporal, em 0,3-
0,8ºC, por três dias. A paciente deverá avaliar a temperatura bucal diariamente, antes de se levantar, 
para detectar este aumento. 
MUCO CERVICAL, MÉTODO BILLINGS: 
Com este método, a mulher tenta prever o período fértil por meio da análise do muco 
proveniente do colo uterino. A secreção vaginal no período fértil torna-se mais elástica e abundante (a 
mulher consegue fazer um “fio” com o muco, abrindo os dedos). Qualquer secreção patológica invalida 
o método. 
COITO INTERROMPIDO: 
Consiste na retirada do pênis da vagina, antes da ejaculação. Não é um método recomendado, 
pois leva a um ato sexual incompleto e a ansiedade no casal. O índice de falha é alto porque muitos 
homens não conseguem controlar o momento da ejaculação e, além disso, o líquido seminal eliminado 
antes da ejaculação também contém espermatozoides. Outro problema associado a esse método é que 
ele pode gerar, no homem, ejaculação precoce e disfunção erétil. 
MÉTODOS DE BARREIRA 
CAMISINHAS 
Como funciona: a masculina (feita de látex) e a feminina (de poliuretano) são colocadas 
respectivamente no pênis e na vagina, impedindo a penetração do espermatozoide no útero. 
Características: 
Não são hormonais e não alteram o ciclo da mulher. 
Protegem contra as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) 
Baixo custo e fácil acesso. 
Contraindicações: para pessoas alérgicas ao material utilizado na confecção. 
DIAFRAGMA 
Como funciona: o diafragma é um disco de borracha ou látex, em forma de cúpula, que cobre o 
colo do útero, impedindo a entrada dos espermatozoides. É preciso consultar um médico para que ele 
indique um tamanho adequado para a futura usuária. A usuária deve então introduzir o diafragma no 
máximo 1h antes das relações sexuais e retirar após 8h da última ejaculação. O diafragma deve ser usado 
em todas as relações sexuais e, para que seja mais eficaz, deve ser usado com espermaticida. 
Características: 
Controlado pela usuária. 
Não hormonal. 
Índice de falha com espermaticida: 6 a 16%. 
Contraindicações: infecções urinária e candidíase de repetição, alergia ao látex. 
ESPERMATICIDA 
Como funciona: são substâncias que, colocadas na vagina, retardam a passagem dos 
espermatozoides pelo canal cervical, impedindo sua ascensão em direção ao ovócito para a fecundação. 
Apenas recomendado com o diafragma ou com os preservativos, pois isoladamente tem alto índice de 
falha. 
CONTRACEPÇÃO HORMONAL 
PÍLULA HORMONAL COMBINADA 
A pílula contraceptiva combinada contém dois hormônios femininos, estrogênio e progesterona, 
que inibem a ovulação impedindo a gravidez. Existem pílulas com 21 comprimidos com pausa de 7 dias, 
24 comprimidos com pausa de 4 dias, e 28 comprimidos que devem ser usadossem pausa. 
Características: 
A pílula é tomada pela própria usuária. 
Seu uso não está associado à relação sexual, permitindo maior espontaneidade. 
Pode oferecer benefícios adicionais como melhora da tensão pré-menstrual. 
As usuárias devem se lembrar de tomar a pílula todos os dias no mesmo horário. 
Controla bem o ciclo menstrual. 
Alta eficácia, se usada corretamente. 
PÍLULA DE PROGESTAGÊNIO 
A pílula de progestagênio contém pequenas quantidades desse hormônio. Age aumentando a 
viscosidade da secreção vaginal e altera a movimentação das trompas, impedindo que os 
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espermatozoides cheguem ao óvulo. Este método é adequado para mulheres que estão amamentando. 
Em mulheres que não estejam amamentando a maioria das pílulas apenas com progestagênio tem 
eficácia baixa, exceto a com desogestrel. 
A pílula com desogestrel age como as pílulas combinadas, inibindo a ovulação e, portanto, 
oferecendo a mesma eficácia. Características: 
A pílula é tomada pela própria usuária. 
Seu uso não está associado à relação sexual, permitindo maior espontaneidade. 
Pode ser utilizada por mulheres que estão amamentando. 
Uma boa opção para mulheres com intolerância a estrogênios. 
As usuárias devem se lembrar de tomar a pílula todos os dias no mesmo horário. 
INJEÇÃO HORMONAL COMBINADA 
As injeções hormonais combinadas são administradas na nádega, coxa ou braço por um médico. 
Essas injeções de estrogênio e progestagênio têm ação semelhante às pílulas combinadas. A injeção 
deve ser administrada mensalmente. Características: 
Seu uso não está associado à relação sexual, permitindo maior espontaneidade. 
Alta eficácia. 
Administração mensal, não precisando lembrar de tomar todos os dias. 
Pode ocorrer irregularidade menstrual. 
ANEL VAGINAL 
Como funciona: um anel flexível de superfície lisa, que contém hormônios, é colocado pela 
própria mulher na parte superior da vagina, liberando continuamente essas substâncias e inibindo a 
ovulação. Deve ser trocado a cada 21 dias. Características: 
Age como uma pílula, mas com menos efeitos colaterais. 
Não precisa lembrar de tomar todos os dias. 
Controla bem o ciclo menstrual. 
Discreto, não interfere em nada na relação sexual. 
Pode aumentar um pouco a secreção vaginal. 
Necessita de alguma manipulação para ser inserido. 
ADESIVO 
Como funciona: fixado sobre a pele, libera continuamente hormônios que inibem a ovulação. 
Precisa ser trocado a cada sete dias, durante três semanas seguidas. Após o período, é feita pausa para a 
menstruação. Características: 
Age como uma pílula. 
Não precisa lembrar de tomar todos os dias. 
Controla bem o ciclo menstrual. 
Aparece, pois os locais que devem ser aplicados são visíveis. 
Podem provocar alergias no local da aplicação. 
DISPOSITIVO INTRAUTERINO (DIU) 
DIU MEDICADO 
Como funciona: o dispositivo intrauterino em forma de ‘T” é colocado dentro do útero pelo 
ginecologista. Libera progestagênio gradativamente, impedindo a junção do espermatozoide com o 
óvulo. Características: 
Alto índice de pacientes que param de menstruar. 
Deve ser trocado a cada 5 anos. 
Baixos índices de efeitos colaterais. 
Pode melhorar TPM e cólicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5) – EXPLICAR AS DIRETRIZES DA LAQUEADURA: 
 
Laqueadura tubária / laqueadura tubária laparoscópica e Vasectomia (extraído da Lei 9.263 de 
12 de janeiro de 1996) 
1 - A esterilização cirúrgica voluntária como método contraceptivo através da laqueadura 
tubária e vasectomia tem cobertura obrigatória em casos de: 
o Homens e mulheres com capacidade civil plena; 
o Maiores de vinte e cinco anos de idade ou com, pelo menos, dois filhos vivos; 
o Observado o prazo mínimo de sessenta dias entre a manifestação da vontade e 
o ato cirúrgico para os devidos aconselhamentos e informações; 
o Em caso de risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, 
testemunhado em relatório escrito e assinado por dois médicos; 
e. Apresentação de documento escrito e firmado, com a expressa manifestação da vontade da 
pessoa, após receber informações a respeito dos riscos da cirurgia, possíveis efeitos colaterais, 
dificuldades de sua reversão e opções de contracepção reversíveis existentes; 
f. Em caso de casais, tanto a vasectomia, quanto a laqueadura dependem do consentimento 
expresso de ambos os cônjuges expresso em documento escrito e firmado; 
g. Toda esterilização cirúrgica será objeto de notificação compulsória à direção do Sistema 
Único de Saúde. 
2 - É vedada a realização de vasectomia e laqueadura tubária nos seguintes casos: 
o A esterilização cirúrgica em mulheres durante os períodos de parto ou aborto, 
exceto nos casos de comprovada necessidade, por cesarianas sucessivas 
anteriores; 
o A esterilização cirúrgica em mulher através de cesárea indicada para fim 
exclusivo de esterilização; 
o Não será considerada a manifestação de vontade expressa, para fins de 
esterilização cirúrgica (laqueadura e vasectomia) durante a ocorrência de 
alterações na capacidade de discernimento por influência de álcool, drogas, 
estados emocionais alterados ou incapacidade mental temporária ou 
permanente. A esterilização cirúrgica em pessoas absolutamente incapazes 
somente poderá ocorrer mediante autorização judicial, regulamentada na forma 
da Lei.

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