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APOSTILA FOCUS INSS

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Prévia do material em texto

TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
INSS
APOSTILA
PREPARATÓRIA
WWW.FOCUSCONCURSOS.COM.BR
ÉTICA E CONDUTA PÚBLICA
REGIME JURÍDICO ÚNICO
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
LÍNGUA PORTUGUESA
RACIOCÍNIO LÓGICO
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
3
INSS
Instituto Nacional do Seguro Social
TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
NÍVEL MÉDIO
Conhecimentos gerais e específicos
www.focusconcursos .com.br
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2015 Focus Concursos
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. Proibida a 
reprodução de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e 
da editora, por quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográ-
ficos, reprográficos, microfílmicos, fotográficos, gráficos e outros. Essas proibições aplicam-se tam-
bém à editoração da obra, bem como às características gráficas.
ORGANIZADORES:
Vitor Matheus Krewer , Marcelo Adriano Ferreira, Pablo Jamilk Flores
DIREÇÃO EDITORIAL
Pablo Jamilk Flores
Marcelo Adriano Ferreira
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Pablo Jamilk Flores
Marcelo Adriano Ferreira
Daniel Sena
REVISÃO
Vítor Matheus Krewer
Pablo Jamilk
DIRETORIA EXECUTIVA
Evaldo Roberto da Silva
Ruy Wagner Astrath
PRODUÇÃO EDITORIAL
Vítor Matheus Krewer
DIAGRAMAÇÃO
Liora Vanessa Coutinho
CAPA/ILUSTRAÇÃO
Rafael Lutinski
APOSTILA PREPARATÓRIA PARA O CONCURSO DE
TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
NÍVEL MÉDIO
Conhecimentos gerais e específicos
Publicado em Dezembro/2015
www.focusconcursos .com.br
7
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL DE
TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
Prezado aluno, 
 Este material foi concebido para que você tivesse a oportunidade de entrar em contato com os 
conteúdos necessários para realizar a prova do seu concurso. Muito esforço foi empregado para que 
fosse possível chegar à síntese de conteúdos que aqui está proposta. Na verdade, esse material é o re-
sultado do trabalho dos escritores que se dedicam – há bastante tempo – à preparação de candidatos 
para a realização de concursos públicos. 
 A sugestão é que você faça um estudo sistemático com o que está neste livro. Dito de outra ma-
neira: você não deve pular partes deste material, pois há uma ideia de unicidade entre tudo que está 
aqui publicado. Cada exercício, cada capítulo, cada parágrafo, cada linha dos textos será fundamental 
(serão fundamentais em sua coletividade) para que sua preparação seja plena. 
 Caso o seu objetivo seja a aprovação em um concurso público, saiba que partilhamos desse 
mesmo objetivo. Nosso sucesso depende necessariamente do seu sucesso! Por isso, desejamos muita 
força, concentração e disciplina para que você possa “zerar” os conteúdos aqui apresentados, ou seja, 
para que você possa estudar tudo que verá aqui e compreender bem. 
 Desejamos que todo esse esforço se transforme em questões corretas e aprovações em 
concursos. 
Bons estudos!
Professor Pablo Jamilk
www.focusconcursos .com.br
www.focusconcursos .com.br
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PROPOSTA DA APOSTILA PARA O CONCURSO DO INSS
 O presente material tem como objetivo preparar candidatos para o certame do Instituto Nacional do Seguro 
Social.
 Com a finalidade de permitir um estudo autodidata, na confecção do material foram utilizados diversos re-
cursos didáticos, dentre eles, Dicas e Gráficos. Assim, o estudo torna-se agradável, com maior absorção dos assun-
tos lecionados, sem, contudo, perder de vista a finalidade de um material didático, qual seja uma preparação rápida, 
prática e objetiva.
 O presente material tem como objetivo o cargo de Técnico do Seguro Social, conforme o último edital publi-
cado em 2015:
CONHECIMENTOS BÁSICOS E ESPECÍ-
FICOS
01.Ética e Conduta Pública
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil 
do Poder Executivo Federal: Decreto nº 1.171/94 e De-
creto 6.029/07.
02.Regime Jurídico Único
Lei 8.112/90 e alterações posteriores, direitos e deve-
res do Servidor Público. 
O servidor público como agente de desenvolvimento 
social; 
Saúde e Qualidade de Vida no Serviço Público.
03.Noções de Direito Constitucional
Direitos e deveres fundamentais: direitos e deveres 
individuais e coletivos; direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade; direitos so-
ciais; nacionalidade; cidadania; garantias constitu-
cionais individuais; garantias dos direitos coletivos, 
sociais e políticos. 
Da Administração Pública (artigos de 37 a 41, capítulo 
VII, Constituição Federal).
04.Noções de Direito Administrativo
Estado, governo e administração pública: conceitos, 
elementos, poderes e organização; natureza, fins e 
princípios. 
Direito Administrativo: conceito, fontes e princípios. 
Organização administrativa da União; administração 
direta e indireta. 
Agentes públicos: espécies e classificação; poderes, 
deveres e prerrogativas; cargo, emprego e função 
públicos; regime jurídico único: provimento, vacân-
cia, remoção, redistribuição e substituição; direitos e 
vantagens; regime disciplinar; responsabilidade civil, 
criminal e administrativa. 
Poderes administrativos: poder hierárquico; poder 
disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso 
e abuso do poder. 
Ato administrativo: validade, eficácia; atributos; ex-
tinção, desfazimento e sanatória; classificação, espé-
cies e exteriorização; vinculação e discricionariedade. 
Serviços Públicos; conceito, classificação, regulamen-
tação e controle; forma, meios e requisitos; delegação: 
concessão, permissão, autorização. 
Controle e responsabilização da administração: con-
trole administrativo; controle judicial; controle legis-
lativo; responsabilidade civil do Estado. Lei nº. 8.429/92 
e alterações posteriores (dispõe sobre as sanções apli-
cáveis aos agentes públicos nos casos de enriqueci-
mento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego 
ou função da administração pública direta, indireta 
ou fundacional e dá outras providências). 
Lei n°9.784/99 e alterações posteriores (Lei do Pro-
cesso Administrativo).
05.Língua Portuguesa
Compreensão e interpretação de textos.
Tipologia textual.
Ortografia oficial.
Acentuação gráfica.
Emprego das classes de palavras.
Emprego do sinal indicativo de crase.
Sintaxe da oração e do período.
Pontuação.
Concordância nominal e verbal.
Regências nominal e verbal.
Significação das palavras.
Redação de correspondências oficiais.
06.Raciocínio Lógico
Conceitos básicos de raciocínio lógico: proposições; 
valores lógicos das proposições; sentenças abertas; 
número de linhas da tabela verdade; conectivos; pro-
posições simples; proposições compostas.
Tautologia.
Operação com conjuntos.
Cálculos com porcentagens.
07.Noções de Informática
Conceitos de Internet e intranet. 
Conceitos básicos e modos de utilização de tecnolo-
gias, ferramentas, aplicativos e procedimentos de in-
formática. 
Conceitos e modos de utilização de aplicativos para 
edição de textos, planilhas e apresentações utilizan-
do-se a suíte de escritório LibreOffice. 
Conceitos e modos de utilização de sistemas opera-
cionais Windows 7 e 10. 
Noções básicas de ferramentas e aplicativos de nave-
gação e correio eletrônico. 
Noções básicas de segurança e proteção: vírus, wor-
ms e derivados. 
08.Conhecimentos Específicos
Seguridade Social.
Origem e evolução legislativa no Brasil.
Conceituação.
Organização e princípios constitucionais.
Legislação Previdenciária.
Conteúdo, fontes, autonomia.
Aplicação das normas previdenciárias.
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Vigência, hierarquia, interpretação e integração.
Regime Geral de Previdência Social.
Segurados obrigatórios,
Filiação e inscrição.
Conceito, características e abrangência: empregado, 
empregado doméstico, contribuinte individual, tra-
balhador avulso e segurado especial.
Seguradofacultativo: conceito, características, filia-
ção e inscrição.
Trabalhadores excluídos do Regime Geral.
Empresa e empregador doméstico: conceito previ-
denciário. 
Financiamento da Seguridade Social. 
Receitas da União.
Receitas das contribuições sociais: dos segurados, das 
empresas, do empregador doméstico, do produtor ru-
ral, do clube de futebol profissional, sobre a receita de 
concursos de prognósticos, receitas de outras fontes. 
Salário-de-contribuição.
Conceito.
Parcelas integrantes e parcelas não-integrantes.
Limites mínimo e máximo.
Proporcionalidade.
Reajustamento.
Arrecadação e recolhimento das contribuições desti-
nadas à seguridade social.
Competência do INSS e da Secretaria da Receita Fede-
ral do Brasil.
Obrigações da empresa e demais contribuintes.
Prazo de recolhimento.
Recolhimento fora do prazo: juros, multa e atualização 
monetária. 6 Decadência e prescrição. 7 Crimes contra 
a seguridade social.
 Recurso das decisões administrativas.
Plano de Benefícios da Previdência Social: beneficiá-
rios, espécies de prestações, benefícios, disposições 
gerais e específicas, períodos de carência, salário-de-
-benefício, renda mensal do benefício, reajustamento 
do valor dos benefícios.
Manutenção, perda e restabelecimento da qualidade 
de segurado.
Lei n.° 8.212, de 24/07/1991 e alterações posteriores.
Lei n.º 8.213, de 24/07/1991 e alterações posteriores.
Decreto n.° 3.048, de 06/05/1999 e alterações poste-
riores;
Lei de Assistência Social – LOAS: conteúdo; fontes e 
autonomia (Lei n° 8.742/93 e alterações posteriores; 
Decreto nº. 6.214/07 e alterações posteriores). 
 
Bons estudos!
Leonardo Alves
 
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11Ética no Serviço Público
Autor:
Tiago Zanolla
Curriculum:
Professor de Ética no Serviço Público, Conhe-
cimentos Bancários e Direito Regimental. For-
mado em Engenharia de Produção pela Uni-
versidade Pan-Americana de Ensino. Técnico 
Judiciário Cumpridor de Mandados no Tribunal 
de Justiça do Estado do Paraná. Envolvido com 
concursos públicos desde 2009 é professor em 
diversos estados do Brasil.
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SUMÁRIO
1. COMO ESTUDAR ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO ............................................................................................................................................ 13
2. ÉTICA, MORAL, PRINCÍPIOS E VALORES ....................................................................................................................................................... 13
3. ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA ..................................................................................................................................17
4. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E ÉTICA ................................................................................................................................................................ 18
5. DECRETO 1.171/1994 - INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................ 19
6. DAS REGRAS DEONTOLÓGICAS .......................................................................................................................................................................... 21
7. SEÇÃO II - DOS PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO ..................................................................................................... 24
8. SEÇÃO III - DAS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO ............................................................................................................................26
9. DAS COMISSÕES DE ÉTICA – DECRETO 1.171 ............................................................................................................................................... 28
10. DECRETO 6.029/2007 ................................................................................................................................................................................................29
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1. COMO ESTUDAR ÉTICA NO SERVIÇO 
PÚBLICO
Introdução
Muitos candidatos, desprezam o estudo da discipli-
na Ética no Serviço Público. Acreditam que apenas uma 
leitura da “lei seca” é suficiente. Ocorre que muitas ban-
cas têm elaborado questões mesclando conhecimentos 
de outras disciplinas, tais como, direito administrativo, 
direito constitucional, direito penal, leis especiais, entre 
outros, com dispositivos do Decreto 1.171.
Além disso, temos o estudo da “Teoria da Ética”. O 
estudo da ética é muito subjetivo, existem centenas de 
conceitos.
Veja o exemplo de recentes questões que concur-
so:
(CESPE – 2008 – Analista do Seguro Social) O códi-
go de ética se caracteriza como decreto autônomo no que 
concerne à lealdade à instituição a que o indivíduo serve
(CESPE – 2012 – IBAMA – Téc. Adm.) A ética, en-
quanto filosofia da moral, constata o relativismo cultural 
e o adota como pressuposto de análise da conduta huma-
na no contexto público.
(CESPE - 2015 - MPU - Técnico do MPU) A ética 
envolve um processo avaliativo do modo como os seres 
humanos, a natureza e os animais intervêm no mundo ao 
seu redor.
O que achou? Conseguiu respondê-las? 
Questões desse tipo, podem ser a diferença entre a 
aprovação no certame pretendido. Quem visa passar em 
concurso público deve lutar por cada ponto.
Apesar de muitos acharem a disciplina complica-
da, pois o tema é amplo e difícil de ser previsto devido à 
grande referência bibliográfica, a grande verdade é que o 
foco de cobrança de Ética tem sido tratado sobre a abor-
dagem sobre o cliente-cidadão. Com a metodologia apro-
priada, o estudo torna-se muito agradável.
2. ÉTICA, MORAL, PRINCÍPIOS E VALO-
RES
O tema ética está presente na vida das pessoas, 
seja em pequenas ou grandes decisões, dilemas éticos 
surgem cotidianamente. A escolha entre o caminho fácil 
e o mais correto, entre obediência e sentimento, conflitos 
de foro íntimo são travados.
A ética é uma ciência de estudo da filosofia., pauta-
da no indivíduo. O termo Ética deriva do grego ethos (ca-
ráter, modo de ser de uma pessoa). A ética serve para que 
haja um EQUILÍBRIO E BOM FUNCIONAMENTO SOCIAL, 
possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sen-
tido, a ética, embora não possa ser confundida com as 
leis, está relacionada com o sentimento de justiça social.
Ética
Significa COMPORTAMENTO, sendo um conjunto de 
valores morais e princípios que norteiam a conduta 
humana na sociedade
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A ética é construída por uma sociedade com base 
nos valores históricos e culturais, ou seja, antecede qual-
quer lei ou código. 
Evolução Histórica da Ética
A evolução do conceito de ética foi, sempre, dentro 
de determinados contextos específicos, elaborados pelo 
homem. Significa que a evolução do conceito resulta de 
condições civilizacionais e de contemporaneidade que 
foram mudando ao longo do tempo.
Por outras palavras é a sociedade que determina 
as regras da ética (seja através das leis, dos costumes , 
da Moral, de códigos de conduta ou da deontologia) mas 
existe sempre um espaço de consciência individual que 
permite a cada cidadão estabelecer as suas fronteiras 
desde que não infrinja princípios determinados por re-
gras de conduta sociais.
A ética na civilização Grega: A ética tinha uma re-
lação muito estreita com a política. Atenas era o ponto de 
encontro da cultura grega onde nasceu uma democracia 
com assembleias populares e tribunais e as teorias éti-
cas incidiam sobre a relação entreo cidadão e a polis. As 
correntes filosóficas: ética aristotélica, ética socrática e 
ética platónica, têm em comum que o homem deverá pôr 
os seus conhecimentos ao serviço da sociedade. A Ética 
na civilização grega era apenas uma ética normativa. Li-
mitava-se a classificar os atos do homem.
Após as conquistas de Alexandre Magno, a huma-
nidade presencia uma nova era: No mundo helenístico 
e romano, a ética passa a sustentar-se em teorias mais 
individualistas que analisam de diversas formas o modo 
mais agradável de viver a vida. Já não se tratava de con-
ciliar o homem com a cidade. Em todas as abordagens 
éticas estava subjacente a procura de felicidade como o 
bem supremo a atingir.
A Ética na Idade Média: Na idade média o conceito 
de ética altera-se radicalmente. Desliga-se da natureza 
para se unir com a moral cristã. A influência da igreja, en-
tre os séculos IV e XIV, impede que nas cidades europeias 
a ética se afaste das normas que ela própria dita. Só o en-
contro do Homem com Deus lhe possibilitará a felicidade.
Ética e moral fundiam-se numa simbiose que a 
igreja considerava perfeita. Durante este período a Ética 
deixa de ser uma opção, passa a ser imposta, confundin-
do-se com a religião e a moral. Continua porém apenas a 
ser normativa.
Idade contemporânea: Surgem ramos diferencia-
dos aplicados nos diferentes campos do saber e das ati-
vidades do ser humano. No Séc. XIX começa a aparecer a 
ética aplicada. A ciência e a economia substituem a reli-
gião. Começa a falar-se de “ética utilitarista”: tudo o que 
contribua para o progresso social é bom.
Anos 50 a 80, Ética, consumo e sustentabilidade: 
Sociedade de consumo – cidadão consumidor
Final do séc. passado: As desigualdades fazem 
despertar uma consciência cívica. O consumidor-objeto 
dá lugar ao consumidor sujeito, mais preocupado com o 
significado e as consequências dos seus padrões de con-
sumo. Multiplicam-se os códigos de ética ou de conduta. 
Nasce a empresa-cidadã: postura ética empresarial.
Séc. XXI: Ética sustentável – caracterizada pelo 
respeito pela natureza.
Do ponto de vista da Filosofia, Ética é a parte da fi-
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losofia que estuda os fundamentos da moral e os princí-
pios ideais da conduta humana, ou seja, tem como objeto 
de estudo o estímulo que guia a ação: os motivos, as cau-
sas, os princípios, as máximas, as circunstâncias.
As ações (condutas) são baseadas em juízos éticos 
que nos dizem o que são o bem, o mal e a felicidade. Enun-
ciam também que atos, sentimentos, intenções e com-
portamentos são condenáveis ou incorretos do ponto de 
vista moral.
Juízos éticos de valor, que são também normati-
vos, enunciam normas que determinam o dever ser de 
nossos sentimentos, nossos atos, nossos comportamen-
tos. São juízos que enunciam obrigações e avaliam inten-
ções e ações segundo o critério do bem e do mal, ou seja, 
do correto e do incorreto.
Fique atento: o examinador pode cobrar dois tipos 
de juízo:
Juízo de Fato Juízo de Valor
São aqueles que dizem o 
que as coisas são, como 
são e porque são. Em 
nossa vida cotidiana, 
os juízos se fato estão 
presentes
Constitui avaliações sobre 
coisas, pessoas, situações, 
e são proferidos na moral, 
nas artes, na política, na 
religião, enfim, em todos 
os campos da existência 
social do ser humano. 
Juízos de valor avaliam 
coisas, pessoas, ações, ex-
periências, acontecimen-
tos, sentimentos, estados 
de espíritos, intenções e 
decisões como sendo boas 
ou más, desejáveis ou 
indesejáveis
Qual a origem da diferença entre os dois tipos de 
juízo? A diferença está entre a natureza e a cultura.
A natureza é constituída por estruturas e proces-
sos necessários, que existem em si e por si mesmos, in-
dependentemente de nós. A chuva, por exemplo, é um 
fenômeno meteorológico cujas causas e efeitos necessá-
rios podemos constatar e explicar.
A cultura, por sua vez, nasce da maneira como os 
seres humanos se interpretam a si mesmos, e as suas re-
lações com a natureza, acrescentando-lhe sentidos no-
vos, intervindo nela, alterando-a através do trabalho e 
da técnica dando-lhe valores.
Outro ponto de cobrança é a diferença entre ética 
filosófica e ética científica:
ÉTICA FILOSÓFICA x ÉTICA CIENTÍFICA
A ÉTICA FILOSÓFICA é aquela que tenta estabelecer 
princípios constantes e universais para a boa condu-
ta da vida em sociedade, em suma, tenta estabelecer 
uma moral universal, a qual os homens deveriam se-
guir independentemente das contingências de lugar e 
de tempo. A ética tem como objeto de estudo o estímulo 
que guia a ação: os motivos, as causas, os princípios, as 
máximas, as circunstâncias; mas também analisa as 
consequências dessas ações.
Por outro lado, a ÉTICA CIENTÍFICA constata o relati-
vismo cultural e o adota como pressuposto. Qualifica o 
bem e o mal, assim como a virtude e o vício, a partir de 
seus fundamentos sociais e históricos. Na investigação 
da ética científica, a pluralidade, a diversidade cultural 
e a dinâmica da sociedade são relevantes.
Para memorizar:
Ética Filosófica Ética Científica
Moral universal Relativismo cultural
Princípios universais Depende da situação
Lei natural Cultura e sentimentos
Consciência imutável Relativismo moral
SÓCRATES, considerado o pai da filosofia, dizia que 
a obediência à lei era o divisor entre a civilização e a bar-
bárie. Segundo ele, as ideias de ordem e coesão garantem 
a promoção da ordem política. A ética deve respeitar às 
leis, portanto, à coletividade.
KANT afirmava que o fundamento da ética e da 
moral seria dado pela própria razão humana: a noção de 
dever. Mais recentemente, o filósofo inglês BERTRAND 
RUSSELL afirmou que a ética é subjetiva, portanto não 
conteria afirmações verdadeiras ou falsas. Porém, de-
fendia que o ser humano deveria reprimir certos desejos 
e reforçar outros se pretendia atingir o equilíbrio e a feli-
cidade.
Quer um exemplo prático? Imagine que você pre-
cisa ir ao banco. Chegando lá há uma enorme fila, porém 
você está atrasado para um compromisso. O que você 
faz? Por que está com pressa, já vai “furando” a fila? NÃO, 
CLARO QUE NÃO, pois, é ético respeitá-la, ou seja, apesar 
de seu desejo e necessidade, você vai lá para o final da fila, 
mantendo assim a harmonia da coletividade ali presente. 
Quem chegou antes, tem o direito de ser atendido antes. 
E essa coisa de respeitar a fila, está em alguma lei? Tam-
bém não, pois é um valor arraigado em nossa sociedade.
O termo moral deriva do latim – mos/mores (do 
latino “morales”), e significa COSTUMES. Moral é agir de 
maneira ética. No contexto filosófico, ética e moral pos-
suem diferentes significados. 
Segundo Aranha e Martins (1997, p. 274):
A moral é o conjunto das regras de conduta admiti-
das em determinada época ou por um grupo de homens. 
Nesse sentido, o homem moral é aquele que age bem ou 
mal na medida que acata ou transgride as regras do gru-
po. A ética ou filosofia moral é a parte da filosofia que se 
ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios 
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que fundamental a vida moral. Essa reflexão pode seguir 
as mais diversas direções, dependendo da concepção de 
homem que se toma como ponto de partida .
Moral
São os costumes, regras, tabus e convenções estabe-
lecidas por cada sociedade em determinada época, por 
isso, é mutável. A moral pessoal é formada pela cultura 
e tradição do grupo ao qual o indivíduo está inserido.
Segundo Cordi, desdea infância a pessoa está su-
jeita à influência do meio social por intermédio da famí-
lia, da escola, dos amigos e dos meios de comunicação de 
massa (principalmente a televisão). Assim, ela vai adqui-
rindo aos poucos princípios morais. Portanto, ao nascer 
o sujeito se depara com um conjunto de normas já esta-
belecidas e aceitas pelo meio social. Este é o aspecto so-
cial da moral. Mas a MORAL NÃO SE REDUZ AO ASPECTO 
SOCIAL. À medida que o indivíduo desenvolve a reflexão 
crítica, os valores herdados passam a ser colocados em 
questão. Ele reflete sobre as normas e decide aceitá-las 
ou negá-las. A decisão de acatar uma norma é fruto de 
uma reflexão pessoal consciente que se chama interio-
rização. Essa interiorização da norma é que qualifica o 
ato como moral. Caso não seja interiorizado, o ato não é 
considerado moral, é apenas um comportamento deter-
minado pelos instintos, pelos hábitos ou pelos costumes.
A Moral sempre existiu, sendo, portanto anterior 
ao Direito. Nem todas as regras Morais são regras jurídi-
cas. A linguagem da moral possui caráter prescritivo sig-
nifica, portanto, afirmar que ela não se limita à descrição 
ou à análise do modo como as coisas são, mas dita o modo 
como devem ser. A semelhança que o Direito tem com a 
Moral é que ambas são formas de controle social e cons-
tituem um padrão para julgamento dos atos.
MORAL TRADICONAL x MORAL MODERNA
A moral tradicional é aquela que repousa sobre a crença 
em uma autoridade. Por que devemos aceitar tais e tais 
mandamentos? Porque os mesmos refletem a vontade 
divina, a vontade de um governante ou de qualquer in-
divíduo no qual reconhecemos uma autoridade, nossos 
pais, ídolos, etc. A moral moderna recusa a transcen-
dência e questiona o fundamento de autoridade. Será 
para ela que dirigiremos agora a pergunta: por que de-
vemos então aceitar um princípio moral?
Encontramos no dicionário Houaiss, várias defini-
ções de moral, entre elas:
• “Conjunto de valores como a honestidade, a bon-
dade, a virtude etc., considerados universalmente como 
norteadores das relações sociais e da conduta dos ho-
mens.”
• “Conjunto das regras, preceitos característicos de 
determinado grupo social que os estabelece e defende.”
• “Cada um dos sistemas variáveis de leis e valores 
estudados pela ética, caracterizados por organizarem a 
vida de múltiplas comunidades humanas, diferenciando 
e definindo comportamentos proscritos, desaconselha-
dos, permitidos ou ideais.”
• “Do latim Moraallis, Mor, Morale – relativos aos 
costumes.”
• “Parte da filosofia que estuda o comportamento 
humano à luz dos valores e prescrições que regulam a 
vida das sociedades;
No sentido prático, a finalidade da ética, da moral 
e do direito são muito semelhantes. Todas são responsá-
veis e objetivam construir as bases que vão guiar a con-
duta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo 
e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se 
comportar em sociedade. 
AÇÕES DO HOMEM E FENÔMENOS DA NATUREZA
“A ética envolve um processo avaliativo especial sobre 
o modo como os seres humanos intervêm no mundo ao 
seu redor, principalmente quando se relacionam com 
os seus semelhantes. 
Assim como os fenômenos da natureza (movimentos 
das rochas, dos mares e dos planetas, etc.), as ações 
humanas também modificam o mundo. Contudo, esses 
dois tipos de eventos - naturais e humanos - são apre-
ciados por nós de formas completamente distintas. 
Quando se trata de uma ação humana, por exemplo um 
roubo praticado por alguém, fazemos não apenas uma 
avaliação moral do aspecto exterior, visível, do even-
to (a apropriação indevida de algo que pertence a outra 
pessoa), mas principalmente uma avaliação moral do 
sentido dessa ação para o agente que a pratica, em um 
esforço para compreender as suas intenções. 
Quando, porém, se trata de um fenômeno da natureza, 
como uma acomodação de placas da crosta terrestre 
que causa terremotos na superfície do planeta, essa 
avaliação moral não ocorre, exatamente porque não há 
como atribuir uma intenção àquela força. 
Vamos a um exemplo: não é incomum vermos na im-
prensa denúncias contra agentes públicos que se apro-
priam indevidamente de recursos do Estado, prejudi-
cando, assim, investimentos nas políticas públicas e 
atendimento das demandas sociais. 
Muitas catástrofes naturais, em sua manifestação 
exterior e visível, provocam destruição e morte. São 
frequentes as notícias de terremotos, tempestades e 
furacões que devastam cidades inteiras, causando um 
número grande de vítimas. Porém, a repulsa e a indig-
nação com o desvio de verbas públicas é muito mais 
significativo”.
A ética no serviço público está diretamente re-
lacionada com a conduta dos funcionários que ocupam 
cargos públicos. Tais indivíduos devem agir conforme 
um padrão ético, exibindo valores morais como a boa fé 
e outros princípios necessários para uma vida saudável 
no seio da sociedade. Ética diz respeito ao cuidado do ser-
vidor público com a sua conduta, de modo a considerar 
sempre os efeitos desta na realização dos próprios inte-
resses.
Conduta
Manifestação de comportamento do indivíduo. Esta 
pode ser boa ou má dependendo do código moral-éti-
co do grupo onde aquele se encontra.
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Conduta vem do latim conducta e é uma manifes-
tação do comportamento do indivíduo. É, de acordo com 
o dicionário Melhoramentos (1997, p. 30), procedimento 
moral (bom ou mau).
O dicionário Michaelis (2010) a define como Condu-
ção. Reunião de pessoas que são conduzidas para algum 
lugar por ordem superior. Procedimento moral; compor-
tamento. Comportamento consciente do indivíduo, in-
fluenciado pelas expectativas de outras pessoas.
E, ainda, segundo o Dicionário Brasileiro da Língua 
Portuguesa (2008, p. 141), conduta é ato de conduzir; con-
junto de pessoas conduzidas para algum lugar; procedi-
mento; comportamento.
É possível também encontrar definições doutriná-
rias, como as do autor Antônio Lopes de Sá (2001) no sen-
tido de que a conduta do ser é a resposta a um estímulo 
mental, ou seja, é uma ação seguidora de um comando do 
cérebro e, ao se manifestar variável, também pode ser 
observada e avaliada.
Valores são o conjunto de normas que corporifi-
cam um ideal de perfeição buscado pelos seres humanos: 
solidariedade, verdade, lealdade, bondade etc. Essas ati-
tudes classificam a conduta como honesta ou desonesta.
Valores Morais
São conceitos que adquirimos ao longo da vida com 
base nos ensinamentos e influencias que recebemos. 
Tais conceitos norteiam nossa forma de ver o mundo e 
de agir em sociedade impondo limites ao nosso com-
portamento, uma vez que muitas vezes tais valores 
entram em conflito com nossos desejos.
Quando uma pessoa é eleita para um cargo públi-
co, a sociedade deposita nela confiança e espera que ela 
cumpra um padrão ético. Assim, essa pessoa deve estar 
ao nível dessa confiança e exercer a sua função seguindo 
determinados valores, princípios, ideais e regras.
Princípios
São norteadores que orientam as pessoas em diver-
sas situações. Cada sociedade forma seus princípios 
ao longo da história. Os princípios são requisitos de 
otimização na aplicação das regras.
De igual forma, o servidor público deve assumir 
o compromisso de promover a igualdade social, de lutar 
para a criação de empregos, desenvolver a cidadania e de 
robustecer a democracia. Para isso ele deve estar prepa-
rado para pôr em prática certas virtudes que beneficiem 
o país e a comunidade a nível social, econômico e político.
Um profissional que desempenha uma função 
pública deve ser capaz de pensar de forma estratégica, 
inovar, cooperar, aprender e desaprender quando neces-
sário, elaborar formas mais eficazes de trabalho. Infeliz-
mente os casos de corrupçãono âmbito do serviço públi-
co são fruto de profissionais que não trabalham de forma 
ética.
Temos ainda a ética profissional. O indivíduo pre-
cisa cumprir com suas responsabilidades e atividades da 
profissão, seguindo os princípios determinados pela so-
ciedade e pelo seu grupo de trabalho. 
Ética Profissional
Conjunto de normas de conduta que deverão ser pos-
tas em prática no exercício de qualquer profissão. Se-
ria a ação reguladora da ética agindo no desempenho 
das profissões, fazendo com que o profissional respei-
te seu semelhante quando no exercício da profissão
A ética profissional estuda e regula o relaciona-
mento do profissional com sua clientela, visando à digni-
dade humana e a construção do bem-estar no contexto 
sociocultural onde exerce sua profissão. 
Um código de ética profissional oferece, implici-
tamente, uma série de responsabilidades ao indivíduo. 
Atinge todas as profissões e quando falamos de ética 
profissional, estamos nos referindo ao caráter normativo 
e até jurídico que regulamenta determinada profissão, a 
partir de estatutos e códigos específicos, assim, como a 
ética médica, do advogado, engenheiro, administrador, 
biólogo etc. Acontece que, em geral, as profissões apre-
sentam a ética firmada em questões muito relevantes 
que ultrapassam o campo profissional em si.
ATENÇÃO: É importante destacar a diferença entre 
ética de responsabilidade e ética de convicção.
Na ética da convicção seguimos valores ou prin-
cípios absolutos – tais como não matar, não roubar, não 
mentir. Neste caso, a intenção é sempre mais importante 
do que o resultado concreto das nossas ações. É a ética da 
moralidade do indivíduo.
A ética da responsabilidade, estabelecida por Ma-
quiavel e aprimorada por Max Weber, leva em considera-
ção as consequências dos atos dos agentes, geralmente 
políticos.
Para a ética da responsabilidade, serão morais as 
ações que forem úteis à comunidade, e imorais aquelas 
que a prejudicam, visando os interesses particulares.
Ética da convicção são as ações morais individuais 
praticadas independente dos resultados alcançados. 
No dizer de Kant, não há regulamento, é o dever pelo 
dever. Por sua vez, ética de responsabilidade é a moral 
do grupo, muito diferente da individual, pois aquela re-
fere-se a decisões tomadas pelos governantes para o 
bem-estar geral, embora, muitas vezes, possam pare-
cer erradas aos olhos da moral individual. 
Sendo a ÉTICA INERENTE À VIDA HUMANA, sua 
importância é bastante evidenciada na vida profissional, 
porque cada profissional tem responsabilidades indivi-
duais e responsabilidades sociais, pois envolve pessoas 
que dessas atividades se beneficiam. 
No âmbito empresarial, significa uma filosofia ou 
ética do serviço. Ou seja, é na medida em que o meu pro-
duto, a maneira de produzi-lo e tudo mais que eu faço em 
relação a ele representarem um serviço para o mercado, 
que minha empresa poderá obter um resultado econômi-
co válido. Aqui, o valor maior é a solidariedade, o objetivo 
maior é o crescimento do outro. O lucro, o benefício eco-
nômico, é um subproduto. 
Devemos esclarecer ainda que, todos os códigos de 
ética profissional, trazem em seu texto a maioria dos se-
guintes princípios: honestidade no trabalho, lealdade na 
empresa, alto nível de rendimento, respeito à dignidade 
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humana, segredo profissional, observação das normas 
administrativas da empresa e muitos outros. 
3. ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA 
CIDADANIA
Segundo Dalmo Dallari (2008), “a cidadania ex-
pressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possi-
bilidade de participar ativamente da vida e do governo de 
seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado 
ou excluído da vida social e da tomada de decisões, fican-
do numa posição de inferioridade dentro do grupo social”. 
Segundo o dicionário Aurélio, cidadão é aquele in-
divíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Esta-
do, ou no desempenho de seus deveres para com este, ou 
habitante da cidade, indivíduo, homem, sujeito.
Para a ética, não basta que exista um elenco de 
princípios fundamentais e direitos definidos nas Consti-
tuições. O desafio ético para uma nação é o de universa-
lizar os direitos reais, permitido a todos cidadania plena, 
cotidiana e ativa.
A atitude de ceder um assento a um idoso em um 
transporte coletivo constitui um exemplo de comporta-
mento relacionado à cidadania. Este é um exemplo que 
demonstra um conceito ético universal, não expresso 
em qualquer código. É a transformação de valores e prin-
cípios em atitudes que atendam aos interesses coletivos.
A cidadania esteve e está em permanente cons-
trução; é um referencial de conquista da humanidade 
através daqueles que sempre lutam por mais direitos, 
maior liberdade, melhores garantias individuais e cole-
tivas, e não se conformam frente às dominações arro-
gantes, seja do próprio Estado ou de outras instituições 
ou pessoas que não desistem de privilégios, de opressão 
e de injustiças contra uma maioria desassistida e que não 
se consegue fazer ouvir, exatamente por que se lhe nega 
a cidadania plena cuja conquista, ainda que tardia, não 
deverá será obstada (SANTANA, 2008).
A escravidão era legal no Brasil até 120 anos atrás. 
As mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar 
apenas há 60 anos e os analfabetos apenas há alguns 
anos. Chamamos isso de ampliação da cidadania (MAR-
TINS, 2008). 
Hoje, no entanto, o significado da cidadania assu-
me contornos mais amplos, que extrapolam o sentido de 
apenas atender às necessidades políticas e sociais, e as-
sume como objetivo a busca por condições que garantam 
uma vida digna às pessoas.
O conceito de cidadania está fortemente ligado ao de 
democracia. Na antiguidade clássica, ser cidadão era 
ter participação política. A palavra cidadão servia para 
definir, na Grécia antiga, o indivíduo nascido na Pólis e 
que tinha direitos políticos. Com o tempo o conceito de 
cidadania foi se ampliando para além dos direitos, hoje 
ela está associada aos direitos e deveres dos indivídu-
os. Quando falamos de direitos e deveres, devemos en-
tender como cidadania a preocupação e o exercício de 
ações que garantam o desenvolvimento harmonioso 
da sociedade e a preservação dos direitos alheios. Ser 
cidadão, não é simplesmente cobrar seus direitos, mas 
lutar para defender os interesses dos nossos semelhan-
tes. O pleno exercício da cidadania e da democracia es-
tão associados a ideia de igualdade entre os indivíduos.
Fundamentalmente, a acepção que se tem de cida-
dania abrange duas dimensões. A primeira está intrin-
secamente ligada e deriva dos movimentos sociais, que, 
geralmente, encampa a luta por direitos. O exercício da 
cidadania relaciona-se com a consolidação da democra-
cia.
A segunda, além da titularidade de direitos, é 
aquela que deriva do republicanismo clássico, enfatizan-
do a preocupação com a coisa pública (res pública).
O gestor público, ocupa cargo de natureza transi-
tória, e os bens que ele administra, não é dele, é coisa pú-
blica. Por isso, os agentes públicos devem representar o 
povo, atuando de maneira ética e moral. O descaso com a 
“coisa pública”, a confusão patrimonial, os casos de cor-
rupção, veem sendo cada vez mais refutados pela socie-
dade.
Vale lembra que DEMOCRACIA é o sistema político 
onde o povo é soberano.
Kant enumerava algumas características comuns 
do que se entende por ser um cidadão. A primeira é a au-
tonomia. Os cidadãos têm de ter a capacidade de condu-
zir-se segundo seu próprio arbítrio. A segunda é a igual-
dade perante a lei. A terceira é a independência, ou seja, a 
capacidade de sustentar-sea si próprio.
Max Weber se ocupou-se com a fundamentação 
ética das ações políticas, que demandam senso moral di-
ferenciado das ações individuais. Para o autor, dois são os 
tipos de fundamentação ética que distinguem as boas e 
as más razões dos atores políticos: o de natureza “prin-
cipiológica preestabelecida” (como os são os Dez Manda-
mentos) e o da categoria que visa a “resultados” (a educa-
ção do maior número de pessoas, por exemplo). 
Weber chama a primeira de ética de convicção 
(correspondente à ética de deveres), e a segunda, de ética 
de fins, que dá legitimidade, por ele denominada de ética 
de responsabilidade. Esta própria e adequada à política, 
pois não é pautada no valor consagrado no princípio, e 
sim na racionalidade segundo o fim. 
Enquanto tal, essa ética funda-se na adequação 
dos meios aos fins pretendidos, o que exige do juízo sobre 
a ação boa algo mais que a prudência: exige uma técnica 
de atuação que leve em consideração as consequências 
da decisão, tal como uma relação de causa e efeito. Situ-
ação em que se verifica tal postura seria a do médico que 
mente para o paciente para poupá-lo do sofrimento: tra-
ta-se de uma mentira caridosa.
Ainda, segundo os filósofos, o que dá o conteúdo à or-
ganização social é a ética. Assim como a estética está 
relacionada com a construção do belo, com a busca 
da perfeição na arte, a ética está relacionada à busca 
da perfeição na convivência social. O mundo ético é o 
mundo bom. A ética é indispensável para o desenvol-
vimento social. Há quem diga que ética é bem estar so-
cial. Giannetti, por exemplo, diz que sem ética a própria 
sobrevivência fica comprometida
Os cidadãos em maioria desconhecem o histórico e 
o contexto atual de seus próprios direitos fundamentais; 
não reconhecem o valor da conquista de uma Constitui-
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ção democrática, o significado de res publica.
Mas é possível formar o cidadão, para que ele te-
nha condições de reivindicar ética nas atuações políti-
cas? Como sugeriu Platão, podemos educar o indivíduo 
no espírito das melhores leis?
De acordo com Puig (1998, p.15), deve converter-se 
em um âmbito de reflexão individual e coletiva que per-
mita elaborar racionalmente e autonomamente princí-
pios gerais de valor, princípios que ajudem a defrontar-se 
criticamente com realidades como a violência, a tortura 
ou a guerra. De forma específica, para esse autor, a edu-
cação ética e moral deve ajudar na análise crítica da re-
alidade cotidiana e das normas sociomorais vigentes, de 
modo que contribua para idealizar formas mais justas e 
adequadas de convivência.
Cortina (2003, p.113) entende que a educação do 
cidadão e da cidadã deve levar em conta a dimensão co-
munitária das pessoas, seu projeto pessoal e também sua 
capacidade de universalização, que deve ser exercida 
dialogicamente, pois, dessa maneira, elas poderão ajudar 
na construção do melhor mundo possível, demonstrando 
saber que são responsáveis pela realidade social.
De forma específica, lidar com a dimensão comu-
nitária, dialogar com a realidade cotidiana e as normas 
sociomorais vigentes nos remete ao trabalho com a di-
versidade humana, à abordagem e ao desenvolvimento 
de ações que enfrentem as exclusões, os preconceitos e 
as discriminações advindos das distintas formas de de-
ficiência, e pelas diferenças sociais, econômicas, psíqui-
cas, físicas, culturais, religiosas, raciais, ideológicas e de 
gênero. Conceber esse trabalho na própria comunidade 
onde está localizada a escola, no bairro e no ambiente 
natural, social e cultural de seu entorno, é essencial para 
a construção da cidadania efetiva.
4. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E ÉTICA
O estado é a instituição de mais alto poder na so-
ciedade, cujas decisões afetam profundamente a vida 
dos cidadãos e para isso, convergem forças representan-
do interesses diversos e conflitantes. 
Além disso, o Estado reclama para si o monopó-
lio de certas atividades e decisões que tornam inevitá-
veis as pressões contraditórias da sociedade (SERPRO 
– ENAP, 2007). 
O decoro, a probidade e a integridade não são ape-
nas patrimônios pessoais. São caracteres imediatamente 
transferidos à “personalidade do Estado”. Uma adminis-
tração pública proba e íntegra, atenta ao decoro, é função 
direta da probidade e integridade de seus servidores.
As ações do estado encontram-se norteados por 
diversos princípios dentre os quais destaca-se o da lega-
lidade, que delimita o campo de atuação possível do Es-
tado e garante aos cidadãos a titularidade de direitos. No 
entanto, sendo o Estado um ser ético-político, a avaliação 
da conduta de seus agentes não pode pautar-se, apenas, 
pelo aspecto da legalidade. Revela-se imperiosa a verifi-
cação quanto a obediência aos preceitos éticos que este-
jam disseminados na própria sociedade. A ética na con-
dução da res publica emerge como instrumento eficaz de 
PROTEÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS, a exemplo 
da liberdade e da igualdade.
A governança pública, segundo Matias-Pereira 
(2008) está apoiada em quatro princípios: 
Governança Pública
Relações Ética Conformidade
Transparência Prestação Responsável de 
Contas
Os conceitos dos princípios de transparência e 
prestação de contas são os mesmos aplicáveis à gover-
nança na gestão privada. As relações éticas dizem res-
peito a permissões de ações, cujo parâmetro limitador é 
a não nocividade social; a conformidade refere-se à com-
patibilidade dos procedimentos com as leis e regulamen-
tos.
A Administração Pública se constitui no instru-
mental de que dispõe o Estado para implementar as prio-
ridades do Governo. Assim, merece atenção especial o 
estudo acerca das ações empreendidas pelo gestor da 
coisa pública, sobretudo em relação ao grau de aderên-
cia ao interesse público (efetividade). Deve haver compa-
tibilidade entre as prioridades de governo e o querer da 
coletividade.
O governante, tem a obrigação de prestar contas 
dos seus atos com transparência suficiente para que a 
sociedade, sob a análise da conformidade e do desempe-
nho, possa avaliar a sua gestão e, em razão disso, ratificá-
-la ou refutá-la (O’DONNELL, 1998).
ACCOUNTABILITY: é a capacidade de prestar contas 
e de se fazer transparente. Na gestão pública parte de 
uma perspectiva ampla, surgindo como um instru-
mento a serviço da manutenção dos ideais democráti-
cos de um país controlando tanto os processos como os 
resultados a serem alcançados.
Esse instrumento de análise pressupõe, de um 
lado, a conformidade da organização às leis que regulam 
suas atividades e, de outro lado, o desempenho ou per-
formance aderente às expectativas e aos desejos da so-
ciedade como um todo. 
No caso brasileiro, esta rede de agências de ac-
countability englobaria, dentre outros, o Ministério Pú-
blico, o sistema de controle interno dos Poderes, o Poder 
Judiciário e os Tribunais de Contas. Estes últimos foram, 
sobretudo a partir da edição da Lei de Responsabilidade 
Fiscal, alçados à condição de grandes provedores de in-
formações sobre a gestão pública.
Aos Tribunais de Contas compete verificar o cum-
primento da Lei de Responsabilidade Fiscal, que está 
erigida sobre alguns pilares, dentre os quais, o da trans-
parência. Assim entendida, não só a disponibilização de 
informações, mas sobretudo a compreensão dos dados 
divulgados por parte do cidadão mediano. O objetivo 
mais nobre do princípio da transparência é permitir e es-
timular o exercício do controle social, a mais eficaz das 
formas de controle da conduta do gestor público.Mas, se a Administração Pública é orientada por 
valores que definem sua própria finalidade, como e de 
que jeito entra a Ética?
Na Administração Pública, a ética é orientada es-
pecialmente para a dimensão do agente público em si, 
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como padrões de comportamento pré-formatados como 
(IM)próprios pelo Código de Ética do Servido Público (De-
creto 1.171).
Exige-se ética na vida pública porque as pesso-
as não apenas desejam o cumprimento da lei, mas sim o 
seu bom cumprimento. Capturar essa dimensão do bom 
cumprimento da lei é tarefa difícil, mas que caberia per-
feitamente a um código de ética. 
Por outro lado, também não faria sentido ter um 
código de ética que apenas repetisse o que já está plena-
mente determinado e assegurado na lei. Para evitar que 
um código de ética seja uma repetição do que já é propos-
to por lei, é preciso que tal documento explicite valores 
afirmados por um grupo e, em seguida, solidifica-lo atra-
vés de normas que sirvam de instrumentos para realizar 
os valores afirmados. O código de ética não deve ser en-
tendido como um instrumento disciplinar e repressivo. 
Deve articular princípios e valores que frequen-
temente entram em choque, colocando-se em perspec-
tiva, a fim de conciliá-los ou priorizá-los. Isso pode ser 
útil na resolução de dilemas morais, vividos justamente 
por aqueles que procuram uma conduta ética. (SERPRO 
- ESAF, 2007)
Em tese, desconsidera-se a circunstância de que o 
agir da Administração Pública nunca é unipessoal, mas, 
normalmente, é processualizado e envolve uma multi-
plicidade de Agentes.
No modelo constitucional vigente, é no campo da 
ética que se poderá construir os argumentos que vão le-
gitimar as escolhas públicas, numa sociedade plural, e 
portanto, conflitiva. 
A ética na função pública é a criação de uma cul-
tura de justificação de escolhas, delimitando parâmetros 
objetivos para a formulação dessas escolhas, que substi-
tuam os critérios de racionalidade emanados de lei.
Os Sete Princípios da Vida Pública 
Em maio de 1995, foi encaminhado ao primeiro-minis-
tro do Reino Unido um relatório elaborado pela assim 
chamada Comissão Nolan, sobre normas de conduta 
na vida pública britânica. A Comissão, presidida por 
Lord Nolan (cujo nome se aplica também ao relatório), 
reuniu-se durante seis meses, recebeu cerca de duas 
mil cartas e ouviu mais de cem pessoas em audiências 
públicas. Seu trabalho concentrou-se sobre questões 
relativas ao Parlamento, a ministros e a servidores 
do Executivo e às organizações não governamentais 
semi-autônomas. O Relatório Nolan é um documento 
sóbrio que detecta e discute problemas de um serviço 
público do qual os britânicos muito se orgulham, pelo 
menos desde o século XIX.
A Comissão Nolan, basicamente, tenta salvaguardar 
uma esfera pública eficiente, distinguindo-a, com niti-
dez, do domínio privado dos indivíduos. A tentação de 
beneficiar-se a qualquer custo é humana, demasiada-
mente humana. A Comissão pressupõe isso, de modo 
tácito, e estabelece padrões para afastar interferências 
privadas ilegítimas, mantendo o interesse coletivo, de 
forma eficiente e acima de suspeitas insuperáveis. 
Neste ponto, a estratégia da Comissão Nolan é esta-
belecer um conjunto de princípios simples, objetivos e 
abrangentes, aplicáveis a toda a vida pública. São eles 1. 
Interesse Público: Os ocupantes de cargos públicos de-
verão tomar decisões baseadas unicamente no inte-
resse público. Não deverão decidir com o objetivo de 
obter benefícios financeiros ou materiais para si, sua 
família ou seus amigos. 
2. Integridade: Os ocupantes de cargos públicos não de-
verão colocar-se em situação de obrigação financeira 
ou de outra ordem, para com indivíduos ou organiza-
ções externas, que possa influenciá-los no cumpri-
mento de seus deveres oficiais. 
3. Objetividade: No desempenho das atividades públi-
cas, inclusive nomeações, concessão de contratos ou 
recomendação de pessoas para recompensas e bene-
fícios, os ocupantes de cargos públicos deverão decidir 
apenas com base no mérito. 
4. “Accountability” (Prestação de contas): Os ocupan-
tes de cargos públicos são responsáveis perante o pú-
blico por suas decisões ou ações e devem submeter-se 
a qualquer fiscalização apropriada ao seu cargo.
5. Transparência: Os ocupantes de cargos públicos de-
vem conferir às suas decisões e ações a maior trans-
parência possível. Eles devem justificar suas decisões 
e restringir o acesso à informação somente se o inte-
resse maior do público assim o exigir. 
6. Honestidade: Os ocupantes de cargos públicos têm 
o dever de declarar quaisquer interesses particulares 
que tenham relação com seus deveres públicos e de 
tomar medidas para resolver quaisquer conflitos que 
possam surgir, de forma a proteger o interesse público. 
7. Liderança: Os ocupantes de cargos públicos devem 
promover e apoiar estes princípios, através da lide-
rança e do exemplo. Esta lista vem acompanhada de 
uma observação, que declara os princípios aplicáveis 
a qualquer aspecto da vida nacional. Eles devem ser 
empregados por todos que, de alguma forma, prestem 
serviços públicos. Isso implica que também os setores 
terceirizados estão a eles sujeitos.
5. DECRETO 1.171/1994 - INTRODUÇÃO
O Decreto 1.171/94 aprova o Código de Ética Profis-
sional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Fe-
deral. Este decreto, cria normas de conduta, conhecidas 
no Direito como normas materiais, porque impõem com-
portamentos.
Assim, não poderia ser imposta nenhuma norma 
de conduta a alguém via Decreto, que é uma norma se-
cundária, porque só a norma primária tem esta capaci-
dade constitucional.
Sua finalidade maior é produzir na pessoa do ser-
vidor público a consciência de sua adesão às normas 
preexistentes através de um espírito crítico, o que cer-
tamente facilitará a prática do cumprimento dos deveres 
legais por parte de cada um e, em consequência, o resgate 
do respeito aos serviços públicos e à dignidade social de 
cada servidor.
O estabelecimento de um código de ética para o 
exercício das funções públicas busca garantir que as di-
ferenças individuais não sejam tratadas de modo parti-
cular, arbitrário, ou seja, com base na vontade do agente 
público que presta determinado serviço.
Isso é reforçado em todo o Código de Ética. É pra-
ticamente impossível relatar em um regulamento, todas 
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as situações e como agir perante a cada uma delas. Nesse 
sentido, o Decreto 1.171/94 oferece um rol não taxativo de 
deveres e proibições direcionados aos servidores públi-
cos.
Apesar de esse assunto ser tópico da próxima aula, 
veja alguns exemplos que reforçam esse pensamento:
XIV - São deveres fundamentais do servidor pú-
blico:
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda 
a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando 
estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajo-
sa para o bem comum; 
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e 
atenção, respeitando a capacidade e as limitações in-
dividuais de todos os usuários do serviço público, sem 
qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, 
sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e 
posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes 
dano moral; 
Fique atento as pegadinhas de prova. Por ser um 
Decreto e não uma Lei, o Código de Ética instituído pelo 
1171, não é aplicável aos Estados e Municípios, nem aos 
poderes Judiciário e Legislativo, bem como as Forças Ar-
madas.
O Decreto 1.171 é aplicável apenasaos servidores pú-
blicos dos órgãos da esfera federal do Poder Executivo 
(Administração Direta e Indireta).
Mas, quem seriam esses “servidores públicos”? No 
Decreto 1171, servidores públicos tem sentido amplo. Ve-
jamos o que diz o Decreto 1.171/1994:
XXIV - Para fins de apuração do comprometimen-
to ético, entende-se por servidor público todo aquele 
que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, 
preste serviços de natureza permanente, temporária ou 
excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde 
que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do 
poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, 
as entidades paraestatais, as empresas públicas e as so-
ciedades de economia mista, ou em qualquer setor onde 
prevaleça o interesse do Estado.
Assim, se cair em prova, algo dizendo que o De-
creto 1171 é aplicável ao servidor público tanto no sentido 
amplo quanto no sentido estrito, a resposta é SIM!
Calma, parece confuso né? Vamos explicar.
Estuda-se muito essas acepções de “servidor pú-
blico” em Direito Administrativo:
Segundo o mestre Carvalho Filho, Servidor Públi-
co em sentido amplo é:
Conjunto de pessoas que, “a qualquer título”, exercem 
uma função pública como prepostos do Estados. Essa 
função, é mister que se diga, pode ser remunerada ou 
gratuita, definitiva ou transitória, política ou jurídica.
Para complementar, vamos trazer o conceito tra-
zido pela Lei 8.429/1992:
Art. 2° Reputa-se agente público, (...), todo aquele 
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remune-
ração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, 
cargo, emprego ou função (...).
Juntando tudo isso, concluímos: SERVIDOR PÚ-
BLICO para aplicação do Decreto 1.171 é todo aquele que 
exerce, a qualquer título, seja temporário ou permanente, 
remunerado ou não, seja de alguma forma vinculado ao 
interesse do Estado, são servidores públicos
 Agora, uma questão mais bem elaborada pode ci-
tar o local de trabalho, por isso, vamos complementar a 
informação retro:
Aplica-se o Decreto 1.171 ao servidor seja estatu-
tário (servidor-Lei 8.112) ou celetistas (empregado-CLT) 
da Administração Pública direta e indireta autárquica e 
fundacional sociedades de economia mista, das empre-
sas públicas e aos servidores das Autarquias
Aqui vai um esquema para você se orientar caso a 
questão traga algum órgão específico [rol não taxativo]:
ATENÇÃO: Diretores e Conselheiros de Empresas 
Públicas sujeitam-se ao Código de Ética Profissional do 
Servidor Público Civil.
Cabe complementar que o código de ética não se 
confunde com o regime disciplinar do servidor público 
previsto nas leis administrativas (lei 8.112).
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração 
Pública Federal direta e indireta implementarão, em 
sessenta dias, as providências necessárias à plena 
vigência do Código de Ética, inclusive mediante a 
Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada 
por três servidores ou empregados titulares de cargo 
efetivo ou emprego permanente.
Parágrafo único. A constituição da Comissão de 
Ética será comunicada à Secretaria da Administração 
Federal da Presidência da República, com a indicação dos 
respectivos membros titulares e suplentes.
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O que podemos extrair de importante desse artigo é 
que a Comissão de Ética, é composta por TRÊS servidores/
empregados os quais devem ter cargo efetivo/emprego 
permanente, ou seja, devem ser servidores/empregados 
de “carreira”, não podendo ser compostas pelos que 
ocupam cargos em comissão.
CUIDADO: Cada Comissão de Ética de que trata o 
Decreto no 1171, de 1994, será integrada por três membros 
titulares e três suplentes, escolhidos entre servidores e 
empregados do seu quadro permanente, e designados 
pelo dirigente máximo da respectiva entidade ou órgão, 
para mandatos não coincidentes de três anos. 
Entende-se por “Quadro Permanente” aquele com-
posto por servidores/empregados admitidos para o 
desempenho das atividades fins e meios nos órgãos ou 
entidades, estejam eles ocupando cargo comis sionado 
ou não. Excluem-se desse quadro permanente somen-
te os ocupantes de cargo comissionado sem vínculo 
efetivo com a administração, de livre nomeação e exo-
neração.
A atuação da Comissão de Ética, no que concerne 
ao exercício de suas competências próprias, não se 
subordina a instância superior a que se vincule. Eventuais 
dúvidas de natureza legal devem ser resolvidas junto ao 
jurídico da entidade ou órgão. Dúvidas sobre a aplicação 
das normas do Código de Ética devem ser dirimidas pela 
Comissão de Ética Pública.
O código de ética é composto de dois capítulos, e foi 
dividido na forma de incisos:
As regras deontológicas representam o padrão 
ético desejável na Administração Pública Federal. Tais 
valores são: dignidade, decoro, honra, zelo, honestidade, 
eficácia, consciência dos princípios morais, bem comum, 
cortesia, boa vontade, respeito ao cidadão etc.
Porém, o Código de Ética não se limita a apontar o 
comportamento que se espera dos servidores públicos. 
Estabelece também deveres a serem observados a 
fim de que os valores possam ser alcançados. Alguns 
desses deveres refletem os valores desejados; outros, 
a integridade do exercício da função pública, e, outros, 
ainda, o que se poderia chamar de “boas maneiras” 
no ambiente de trabalho. São deveres que refletem a 
integridade da função pública e a busca dos valores que 
norteiam seu exercício. 
O servidor não tem escolha ele tem o dever de agir 
“de acordo com os interesses coletivos e de procurar 
orientar seus esforços para a otimização da satisfação do 
maior número de pessoas manifestando conduta ética 
baseada na moral e nos direitos.”
As condutas “vedadas”, de forma geral, 
correspondem a condutas que são qualificadas como 
crimes contra a Administração Pública, como atos 
de improbidade administrativa e como infrações 
disciplinares de natureza grave, previstas no Estatuto do 
Servidor Público (Lei no 8.112/1990).
6. DAS REGRAS DEONTOLÓGICAS
Regras deontológicas referem-se ao conjunto de 
princípios e regras de conduta — os deveres — inerentes a 
determinado grupo profissional. Assim, cada classe pro-
fissional está sujeito a uma deontologia própria a regular 
o exercício de sua profissão, conforme o Código de Ética 
de sua categoria. Neste caso, é o conjunto codificado das 
obrigações impostas aos profissionais de uma determi-
nada área, no exercício de sua profissão. 
Vocês irão perceber que as regras expressas aqui, 
estão intimamente relacionados com só deveres e proi-
bições encontrados na Lei 8.112/1990 (Regime Jurídico 
Único).
Vamos lá:
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a cons-
ciência dos princípios morais são primados maiores que 
devem nortear o servidor público, seja no exercício do 
cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício 
da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, compor-
tamentos e atitudes serão direcionados para a preserva-
ção da honra e da tradição dos serviços públicos.
II - O servidor público não poderá jamais desprezar 
o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que de-
cidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o 
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportu-
no, mas principalmente entre o honesto e o desonesto.
Sim, você leu certo. O servidor deve manter-se éti-
co não apenas no trabalho, mas também fora dele, pois, 
ele representa o serviço público perante a sociedade.
E sabe por que isso é importante? Lembra do caso 
do Juiz que foi parado na blitz da Lei Seca e deu voz de pri-
são à agente? Eleagiu certo? A atitude dele, sujou a ima-
gem da Entidade a qual trabalha.
Imagine um prefeito que dirige bêbado. Ele certa-
mente manchará a imagem da prefeitura.
Fazendo um “link” com a lei 8.112, temos:
Art. 116, II: “O servidor público não poderá jamais 
desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não 
terá que decidir somente entre o LEGAL E O ILEGAL, o JUS-
TO E O INJUSTO, o conveniente e o inconveniente, o opor-
tuno e o inoportuno, mas principalmente entre o hones-
to e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, 
caput, e § 4°, da Constituição Federal.
E que regras são estas previstas pela Constituição? 
Vejamos:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de le-
galidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e efi-
ciência.
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§ 4º - Os atos de improbidade administrativa im-
portarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da 
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressar-
cimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, 
sem prejuízo da ação penal cabível.
Viram? Acham que é “fácil” ser concursado? Temos 
que fazer um “link” com diversos diplomas legais para 
atingirmos o entendimento necessário para sua prova.
Veja que a ética aqui é bem abrangente. O servidor 
público deve estar sempre atento às questões legais, jus-
tas, convenientes e honestas. 
Concluímos que, tanto a serviço, quanto “fora dele” 
o servidor público está imbuído dessa postura ética (res-
peitando os princípios da lei).
III - A moralidade da Administração Pública não 
se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser 
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O 
equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do 
servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do 
ato administrativo.
Não basta ser moral, deve-se primar pelo bem co-
mum, finalidade de qualquer ato administrativo, pois, ao 
praticar um ato, não é o agente que o está praticando, mas 
sim a própria Administração Pública.
Novamente trazendo conceitos importantes do Di-
reito Administrativo:
Agentes Públicos são todos aqueles que, a qualquer tí-
tulo, executam uma função pública como prepostos do 
Estado. São integrantes dos órgãos públicos, cuja von-
tade é imputada à pessoa jurídica (...).
Os agentes, são o elemento físico da Administra-
ção Pública, sendo que, pelas ações daqueles é que este 
consigna sua vontade. Aliás,
“O princípio da moralidade está indissociavelmente li-
gado à noção do bom administrador, que não somente 
deve ser conhecedor da lei como dos princípios éticos 
regentes da função administrativa”.
IV- A remuneração do servidor público é custeada 
pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, 
até por ele próprio, e por isso se exige, como contraparti-
da, que a moralidade administrativa se integre no Direito, 
como elemento indissociável de sua aplicação e de sua 
finalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de 
legalidade.
A moralidade é tão importante que, em caso de 
imoralidade, consistirá em ofensa direta a lei, e então, 
violará o princípio da legalidade. 
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público 
perante a comunidade deve ser entendido como acrésci-
mo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, inte-
grante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser con-
siderado como seu maior patrimônio.
Ou seja, o servidor público também é beneficiado 
com o seu trabalho, visto que ele também é um cidadão. 
VI - A função pública deve ser tida como exercício 
profissional e, portanto, se integra na vida particular de 
cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados 
na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão 
acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcio-
nal.
Olha aí de novo! Os atos praticados “fora da repar-
tição” poderão influenciar, negativamente ou positiva-
mente, no âmbito profissional.
Considera-se que os atos praticados pelo servidor 
público no âmbito privado são associados de sua conduta 
pública, influenciando, portanto, seu conceito funcional 
nem a prestação de serviços ao público.
Cabe aqui uma complementação. Essa dita “profis-
sionalização”, não é de exclusividade do servidor. O Po-
der Público deve promover essa ‘evolução” do servidor. 
Para tanto, em 1998 foi inserido na Constituição Federal:
§ 2º A União (..) manterão escolas de governo para 
a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos 
(...).
Como registra a doutrina, “para a efetiva profissio-
nalização, é imprescindível ampliar os horizontes profis-
sionais daquele que trabalha para a Administração” .
VII - Salvo os casos de segurança nacional, inves-
tigações policiais ou interesse superior do Estado e da 
Administração Pública, a serem preservados em proces-
so previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a 
publicidade de qualquer ato administrativo constitui re-
quisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão 
comprometimento ético contra o bem comum, imputável 
a quem a negar.
Simples: é aético negar publicidade dos atos admi-
nistrativos. Até porque, se algo está sendo mantido em 
segredo, é porque, alguma coisa, pode “não cheirar bem”.. 
Essa “ocultação” dos atos, viola os princípios da adminis-
tração pública.
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor 
não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos 
interesses da própria pessoa interessada ou da Admi-
nistração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou esta-
bilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da 
opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mes-
mo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.
Já ouviu a máxima “doa a quem doer”? É mais ou 
menos isso que quer dizer o inciso VIII. Sendo favorável 
ou contra a pessoa interessada, ou mesmo, seja em des-
favor da Administração Pública, o Agente deve falar a 
verdade.
Mas, e os casos que são sigilosos? Bem, esses ca-
sos, o sigilo continua resguardado e, não se pode prestar 
informações sobre ele, pois, nesse caso específico, está 
sendo protegido um bem maior: a Segurança Nacional.
Para finalizar esse item, é importante destacar que 
ele traz:
• Direito a verdade, proibindo o servidor omitir ou 
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falsear a verdade
• Dignidade da pessoal humana (igualdade), livre da 
corrupção, do hábito do erro, da opressão e da mentira.
Esse caminho rumo a igualdade, é baseado na te-
oria política. Lord Acton afirmou que “o poder tende a 
corromper - e o poder absoluto corrompe absolutamen-
te”. Com essa afirmação sobre o poder político, lord Acton 
disse que a autoridade política, nas sociedades humanas, 
em função apenas e tão somente de sua existência, tende 
a danificar as relações entre seres inicialmente dotados 
de igualdade .
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo 
dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela 
disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos 
direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. 
Da mesma forma, causar dano a qualquer bem perten-
cente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descui-
do ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao 
equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos 
os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligên-
cia, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para 
construí-los.
Meus caros, mister citar que é DEVER do servidor 
zelar pela economiado material e a conservação do pa-
trimônio público. Tenho certeza que tu já viu por ai algum 
bem público “largado às moscas” e isso lhe causou re-
volta. É isso mesmo que o inciso IX retrata. É uma ofensa 
direta ao cidadão que contribuiu direta ou indiretamente 
para a aquisição dele.
Outro ponto importante: Tratar mal uma pessoa 
que paga seus tributos direta ou indiretamente significa 
causar-lhe dano moral. Por isso fique ligado.
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à 
espera de solução que compete ao setor em que exerça 
suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou 
qualquer outra espécie de atraso na prestação do servi-
ço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato 
de desumanidade, mas principalmente grave dano moral 
aos usuários dos serviços públicos.
Mais uma vez o 1171 traz regramentos direcionados 
à presteza no atendimento ao cidadão. O que você faria 
se presenciasse as situações abaixo:
Lógico, não é toda e qualquer fila que é condenável. 
Existem situações que simplesmente acumulam, devido 
a diversos fatores aquém da vontade do servidor, seja, 
falta de estrutura, falta de pessoal, falta de equipamen-
tos etc.
Também fique atento, pois, o decreto, não traz um 
número específico. Seria algo razoável dentro do enten-
dimento do homem médio.
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às 
ordens legais de seus superiores, velando atentamente 
por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negli-
gente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de des-
vios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracteri-
zam até mesmo imprudência no desempenho da função 
pública.
Você sabe o que é uma conduta negligente? Na ne-
gligência, alguém deixa de tomar uma atitude ou apre-
sentar conduta que era esperada para a situação. Age 
com descuido, indiferença ou desatenção, não tomando 
as devidas precauções.
E quanto a imprudência?
Na imprudência, pressupõe-se uma ação precipi-
tada e sem cautela. A pessoa não deixa de fazer algo, não 
é uma conduta omissiva como a negligência. Na impru-
dência, ela age, mas toma uma atitude diversa da espe-
rada.
Concluímos então que, o servidor deve ficar atento 
as ordens, para que não deixe de cumpri-las, e, ao cum-
pri-las, fazer do jeito certo.
Mas cuidado! E no caso de uma ordem manifesta-
mente ilegal? A lei 8112, diz o seguinte: 
Art. 116. São deveres do servidor:
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando 
manifestamente ilegais;
O que é uma ordem manifestamente ilegal? Uma 
ordem manifestamente ilegal é aquela que, você sabe que 
não está dentro da lei, ou seja, ela destoa do curso normal 
dos procedimentos legais. Ordem manifestamente ilegal 
é a ordem que, apesar de emanada de autoridade legíti-
ma, não reveste as características de legalidade.
Exemplificando: Imagine você servidor público do 
INSS. De repente seu chefe manda você pegar 10 caixas 
de folha A4 (papel sulfite) e levar na casa dele. Oras.... Tem 
algo errado ai né?
E se, o servidor, sabedor da aparente ilegalidade, 
seguir essas ordens? Bem, ai é culpado também, pois, sa-
be-se que é ilegal o que que está sendo feito.
Agora, e se foi uma ordem ilegal com aparência de 
legal? Vejamos os ensinamentos de MIRABETE:
“Porque, se a ordem for legal, o problema deixa de ser 
de culpabilidade, podendo caracterizar causa de ex-
clusão de ilicitude. Se o agente cumprir ordem legal 
de superior hierárquico, estará no exercício de estrito 
cumprimento de dever legal.” Se a ordem cumprida for 
manifestamente ilegal é punível também o subordina-
do juntamente com o seu superior. “É punido sempre, 
segundo o dispositivo, o autor da ordem legal; trata-
se também de autoria mediata quando o subordinado 
desconhece a ilegitimidade da ordem não manifesta-
mente ilegal. O mais correto, diante da lei brasileira, é 
verificar, no caso concreto, se podia ou não desconhe-
cer a ilegalidade, havendo culpabilidade, na segunda 
hipótese.
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XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu 
local de trabalho é fator de desmoralização do serviço 
público, o que quase sempre conduz à desordem nas re-
lações humanas.
Vamos combinar com o que diz o Regime Jurídico 
dos Servidores (lei 8112):
Art. 116. São deveres do servidor:
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
Art. 117. Ao servidor é proibido:
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, 
sem prévia autorização do chefe imediato;
O código é direto ao mencionar a desmoralização 
do serviço público e que isso conduz à desordem. Mas, 
como isso ocorre?
Imagine você ir a uma repartição e chegando lá, o 
servidor, sumiu! Está trabalhando, mas não está na mesa 
dele. E você precisa do atendimento... o que vai acontecer.. 
passa 5, 10, 50 minutos e nada do servidor aparecer...é ló-
gico que você vai ficar é muito nervoso com essa espera....
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com 
a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e 
cada concidadão, colabora e de todos pode receber cola-
boração, pois sua atividade pública é a grande oportuni-
dade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.
Esse inciso é mais uma postura a ser adotada pelo 
servidor do que propriamente uma regra ou proibição. E 
convenhamos, é lindo né? Veja:
“A sua atividade pública é a grande oportunidade 
para o crescimento e o engrandecimento da Nação”.
Brincadeiras à parte, é isso mesmo. Seu trabalho 
como servidor público, engrandece o país.
7. SEÇÃO II - DOS PRINCIPAIS DEVERES 
DO SERVIDOR PÚBLICO
A responsabilidade do servidor público é enorme, 
tornando-se um privilegio, pois, no exercício da função, 
atua como agente de transformação do Estado. O servi-
dor público deve estar sempre a serviço do público e, a 
partir desta lógica, são alguns princípios fundamentais à 
sua atuação:
- Agente de transformação a serviço da cidadania. 
O que o torna uma diferença marcante dos demais traba-
lhadores;
- Compromisso intransigente com a ética e com os 
princípios constitucionais;
- Atualização permanente e desenvolvimento de 
novas competências;
- Capacidade de lidar com a diferença e a diversi-
dade;
- Habilidade política para atuar em diferentes con-
textos e sob diversos comandos;
- Lidar com o que é de todos.
Uma atuação ancorada em tais “princípios”, deve 
converter-se no âmbito da reflexão individual e coletiva, 
permitindo, autonomamente, gerar valor à sua ativida-
de. De forma específica, uma atuação baseada, simulta-
neamente, em ética e cumprimento dos deveres, propor-
ciona o desenvolvimento socioeconômico do país.
O exercício compartilhado da atividade pública 
sustenta seu sucesso duradouro. Para isso, é necessário, 
haver um certo padrão de deveres para quem os execu-
ta. No que diz respeito ao Decreto 1.171, há de se notar que 
o legislador pátrio, ao decretar o Código de Ética, preo-
cupou-se em enumerar os principais deveres, ou seja, 
é um rol não exaustivo. Isso quer dizer que, além destes 
expressos na seção II, há outros deveres que devem ser 
seguidos pelos servidores.
Vamos a eles: 
XIV - São deveres fundamentais do servidor públi-
co: 
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, 
função ou emprego público de que seja titular; 
O termo “servidor público” é usado em sentido am-
plo. Esse inciso “reforça” a tese dessa aplicação, pois, fala 
em cargo, função ou emprego público. 
Mas qual a diferença? 
Cargo: é o conjunto de atribuições e responsabilidades 
que possui um agente público, criado por lei (conjunto), 
em número determinado, com denominação própria e 
remunerado pelos cofres públicos.

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