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Medidas de frequência Farmacoepidemiologia - Aula 3 Professora Milene Rangel da Costa 1 2 Medidas em Epidemiologia Objetivo: quantificação da variável de interesse 1) Frequência absoluta: forma mais simples de expressar um resultado. Consiste na contagem de eventos. Ex: número de casos de leptospirose número de pessoas atendidas em um hospital número de acidentes de trabalho em uma empresa Casos de dengue em 2006: 14.072 Onde? Quando? Qual grupo populacional? Podemos fazer comparações??? 3 Medidas em Epidemiologia 2) Frequência relativa: para facilitar as comparações e suas interpretações, os valores absolutos são expressos em relação a outros valores absolutos. Três maneiras comuns de expressá-los: - Em relação à população: Coeficiente ou Taxa - Em relação ao total de óbitos: Proporção - Em relação a outro evento: Razão 2.1) Coeficientes ou taxas: relações entre o número de eventos reais e os que poderiam ocorrer. Expressam o risco de ocorrência do evento: 4 Medidas em Epidemiologia Exemplo 1 (2004- Datasus): Número de óbitos por câncer no Brasil 139.135 mil (frequencia absoluta) Número de óbitos por câncer por 100.000 habitantes 76,62 – Taxa ou coeficiente de mortalidade Coeficiente = número de casos x 10k População sob risco Exemplo 2: Calcular o coeficiente de mortalidade entre recém-nascidos no hospital A, sabendo que de 2004 a 2007 ocorreram 4.829 nascimentos e 9 óbitos. 5 Medidas em Epidemiologia Comparação de coeficientes: observar o denominador, período de observação e intervalo de tempo. 2.2) Proporções e razões (índices): são relações entre frequências. Não expressam risco. Proporções - quando o numerador está incluído no denominador (distribuição percentual) Mortes por faixa etária no DF em 1980Faixa etária número de óbitos distribuição percentual Coeficiente de mortalidade* < 1 1578 28,8 3993 1 a 4 270 4,9 201 5 a 19 341 6,2 83 20 a 49 1431 26,1 281 > 50 1853 33,9 221 Total 5473 100,0 472 6 Medidas em Epidemiologia Somando, temos 100% 7 Medidas em Epidemiologia Razões: os casos incluídos no numerador não são colocados no denominador. A frequencia de um evento é comparada com a frequencia de outro evento: Fonte: Boletim epidemiológico de São Paulo 8 Medidas de frequência de doenças Prevalência : mede o número total de casos,episódios ou eventos existentes em um terminado ponto no tempo. Incidência : mede o número de casos novos de uma doença, episódios ou eventos na população dentro de um período definido de tempo (dia, semana, mês, ano). 9 Medidas em Epidemiologia Incidência - Medida “dinâmica”; refere-se a uma mudança de estado de saúde: casos novos detectados. - Expressa o risco de adoecimento: probabilidade de um indivíduo desenvolver uma doença durante um determinado período de tempo, condicionada à ausência de outros riscos relacionados a outras doença - Pode ser expressa como: Incidência cumulativa (risco médio): Proporção de uma população fixa que adoece durante um determinado período de tempo. IC = Número de casos novos no período x 10k Número de pessoas expostas no início do Período (fixa) 10 Medidas em Epidemiologia Exemplo: entre 400 crianças acompanhadas durante um ano, foram diagnosticados dois casos de sarampo: Incidência = 2/400 = 0,005 = 0,5% em um ano ou 5 casos em 1000 crianças em um ano No denominador são incluídos apenas os casos considerados no início do período de observação. É fixo. Densidade de incidência (taxa de incidência): É uma medida de velocidade. O denominador pode diminuir à medida que as pessoas morrem ou adoecem, ou aumentar com a entrada de pessoas na pop em estudo. População dinâmica. DI = Número de casos novos no período pessoas – tempo de observação 11 Medidas em Epidemiologia Densidade de incidência: Razão entre o número de casos novos de uma doença e a soma dos períodos durante os quais cada indivíduo componente da população esteve exposto ao risco de adoecer e foi observado(quantidade de pessoa-tempo de exposição) 12 Medidas em Epidemiologia A B TI = 60 casos (1.000 x 1,0) = 0,06 ou 60 casos por 1.000 pessoas-ano 13 Medidas em Epidemiologia Prevalência -Medida “estática”; mede o número total de casos, episódios ou eventos existentes na população em um ponto no tempo específico. depende do número de pessoas que desenvolveram a doença no passado e continuam doentes no presente. P = Número de casos existentes x 10k Número de pessoas na população Ex: em uma população estudada de 1.053 adultos da zona urbana de Pelotas, em 1991, detectaram-se 135 casos de bronquite crônica; portanto, a prevalência de bronquite crônica foi: P = 135/1.053 = 0,128 = 12,8% 14 Medidas em Epidemiologia Prevalência pontual ou instantânea (simplesmente prevalência): é a prevalência em um momento específico. Ex: prevalência de escabiose em crianças no 1o dia de aula prevalência de anomalias congênitas no nascimento Prevalência no período: número de infectados durante um período, por ex 1995. Incluem-se todos os casos prevalentes em 01/01/1995 mais os novos casos identificados no decorrer deste ano. 15 Medidas em Epidemiologia Relação entre Incidência e Prevalência A prevalência de uma doença depende da incidência da mesma (quanto maior for a ocorrência de casos novos, maior será o número de casos existentes), como também da duração da doença. A mudança da prevalência pode ser afetada tanto pela velocidade da incidência como pela modificação da duração da doença. Esta, por sua vez, depende do tempo de cura da doença ou da sobrevivência. PREVALÊNCIA = INCIDÊNCIA X DURAÇÃO MÉDIA DA DOENÇA 16 Medidas em Epidemiologia 17 Incidência x Prevalência Incidência: Medida de risco Geralmente empregada para descrever doenças de curta duração Prevalência: Não mede o risco Carga de doença Geralmente empregada para descrever doenças crônicas 18 Incidência x Prevalência “Casos de intoxicação alimentar dobram no verão.” (12/01/2010) “Por ano, surgem 18.430 novos casos de câncer de útero, conforme as estimativas do Inca. “O Rio Grande do Norte está entre os estados com maior número de casos de dengue notificados do Brasil. É o que mostra balanço divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. No comparativo entre o primeiro semestre do ano passado e o deste ano, foram registrados16.655 casos, aumento de 531% em relação a 2010”. “No Rio de Janeiro, 7,6% da população entre 30 e 69 anos possui diabetes mellitos.” 19 Indicadores Indicador: é o que indica, o que reflete uma característica particular. Os indicadores são medidas, ou seja, são uma atribuição de números a objetos, acontecimentos ou situações, de acordo com certas regras. Informam a situação existente, permitem comparações e ainda prognósticos e monitoramento ao longo do tempo Indicador em saúde: quantificar saúde, permitir comparações na população. 20 Indicadores Mortalidade: Coeficiente de mortalidade geral: no de óbitos no período x 1.000 População total, na metade do periodo Coeficiente de mortalidade específico Ex: coeficiente de mortalidade por sexo: no de óbitos no de um dado sexo no período x 1.000 População do mesmo sexo, na metade do período Coeficiente de mortalidade infantil: no de óbitos crianças < 1 ano no período x 1.000 Número de nascidos vivos no período 21 Indicadores Mortalidade: Coeficiente de mortalidade materna: no de óbitos por causas ligadas à gravidez, x 1.000 partoe puerpério no período Número de nascidos vivos no período Mortalidade proporcional por causas: no de óbitos por determinada x 100 causa no período Todos os óbitos no período Coeficiente de letalidade: Número de óbitos por determinada doença x 100 Número de casos de determinada doença 22 Indicadores Morbidade: Expressam a situação das doenças na população. Permitem inferir os riscos de adoecer a que as pessoas estão sujeitas. Prevalência e Incidência
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