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8. DIREITO PENAL

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8. DIREITO PENAL
MODELO UNIVERSAL DE ALEGAÇÕES FINAIS
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA 
DE __________ - ___
 
(Dez espaços duplos para despacho do juiz)
 
___ Vara Criminal
___ Ofício Criminal
Processo nº 000000000000000
 
FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, processado como incurso no art. ... do(a) ... , por seu 
advogado adiante assinado, legalmente constituído nos termos do instrumento de mandato em anexo, vem, 
com respeito e acatamento à presença de Vossa Excelência propor as suas
ALEGAÇÕES FINAIS
Que se seguem da seguinte forma:
Conforme podemos observar, através da(s) ampla(s) prova incutidas nos autos, o senhor FULANO 
DE TAL é inocente do crime que está sendo acusado;
Dos Fatos (Liste todos os fatos importantes que aconteceram, dispondo-os em forma de tópicos 
numerados, para facilitar a leitura)
1. (...).
2. (...).
(...)
Dos Fundamentos (Liste todos os fundamentos, dispondo-os em forma de tópicos numerados, para 
facilitar a leitura)
1. (...).
2. (...).
(...)
Isto posto, escorado na robusta prova processual, em legislação atinente, jurisprudência cristalizada 
em Instâncias Superiores e pelos motivos e razões supramencionados, aguarda e requer um Decreto 
Absolutório ao delito que lhe é imputado, por ser isto de inteira Justiça.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
Nome do Advogado
[Número de Inscrição na OAB]
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS - Homicídio
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DA COMARCA DE 
__________ – ESTADO DA __________
Processo nº: 000000000000000000 
FULANO DE TAL, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio 
dos seus advogados que a esta subscrevem coforme instrumento procuratório acostado aos autos, vem à 
presença de Vossa Excelência, com fundamento nos no art. 403, § 3º do Código de Processo Penal, 
apresentar suas
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
pelos motivos de fato e direito a seguir delineados:
I- DOS FATOS
Constata-se do caderno processual que o acusado _______________, em companhia dos também 
acusados, _______________, _______________ e _______________, ceifaram a vida da vítima 
_______________, em 30 de novembro de 2008, consoante as lesões descritas no laudo de fls. 16/19, razão 
pela qual encontram-se capitulados por infringirem o art.121, § 2°, I, III e IV do Código Penal.
Assim, sabido é que o direito é FATO e este tem que ser analisado sem paixão para se enquadrar no 
núcleo previsto na legislação. A lei não pode ser aplicada de maneira fria, ela é apenas um parâmetro para que 
o Julgador possa chegar a um juízo de valor, levando em consideração todas as peculiaridades dos fatos.
II. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
a) DA AUSÊNCIA DE PROVAS. ABSOLVIÇÃO. ENTEDIMENTO DA JURISPRUDÊNCIA
Emérito Julgador, a bem da verdade, a prova judicializada, é completamente estéril e infecunda, no 
sentido de corroborar com a exordial acusatória, haja vista, que o Titular da Ação, não conseguiu 
arregimentar uma única voz, isenta e confiável, que depusesse contra o réu, no intuito de incriminá-lo do 
delito que lhe é graciosamente capitulado.
Assim, ante a manifesta anemia probatória hospedada na presente demanda, impossível é sazonar-se 
reprimenda penal contra o réu, embora a mesma seja perseguida, de forma equivocada, pelo denodado 
integrante do parquet.
Assinale, que para referendar-se uma condenação na esfera penal, mister que a autoria e a 
culpabilidade resultem incontroversas. Contrário senso, a absolvição se impõe por critério de justiça, visto 
que, o ônus da acusação recai sobre o artífice da peça acusatória. Ademais, o Direito Penal não opera com 
conjecturas ou probabilidades. Sem certeza total e plena da autoria e da culpabilidade, não podendo o 
Juízo criminal proferir condenação”.
Constata-se do acervo probatório, que as provas carreadas aos autos são frágeis e de pouco valor, 
haja vista que nos depoimentos dos familiares da Vítima, na condição de declarantes, estas reconheceram 
o quanto o vitimado XXXXX, era detentor de uma personalidade agressiva e possui inúmeros inimigos, 
pois se envolvia corriqueiramente em brigas, a exemplo da que ocorrera na festa da vitória do candidato 
YYY, quando aquele, se envolveu em uma enorme confusão com os rapazes da casa do bolo; e a partir 
desse fato começou a receber ameaças, ameaças estas que são comprovadas nas declarações da Sra. xxx, 
Cicrano e Cliclopentano, respectivamente mãe, irmão e namorada da vítima.
Ademais, todos os termos de declarações encartado aos autos demonstram com clareza a 
inexistência de indícios suficientes de autoria que possa ensejar um decreto condenatório, além do que, 
no caso dos autos, todo o conjunto probatório reúne apenas depoimentos de quem ouviu dizer algo, 
sendo forçoso reconhecer sua eficiência para comprovar a autoria do delito, sendo este o entendimento 
maciço da jurisprudência.
Nesse norte, é de se afirmar que o ônus de acusar recai ao Ministério Público, o qual foi infeliz ao 
apresentar denúncia com base em argumentos falhos, baseados única e exclusivamente em “ouviu dizer”. 
Em verdade, não consta dos autos nenhuma testemunha presencial e sim, declarações de familiares da 
vítima, as quais não apontam de forma segura e convincente a autoria do crime, repita-se em tese atribuída 
aos denunciados deve-se prevalecer o princípio do in dubio pro reo.
Atente-se ainda que no decorrer da instrução ficou patente o arranjo da prova, a acomodação jeitosa 
dos testemunhos, que, mesmo assim, se revelam contraditórios ao extremo e imprestáveis para gerar 
convicção e determinar a pronúncia do réu. Excelência, neste caso há todos os vícios da prática policial: a 
preconcepção unilateral da autoria do crime; o ajustamento forçado de provas a este preconceito; e 
principalmente a aceitação de indicações e auxílios da parte de pessoas que tem interesses antagônicos ao 
descobrimento da verdade1.
Ademais, a prova judiciária, sabe-se, tem um claro, claríssimo objetivo, qual seja “a reconstrução dos 
fatos investigados no processo, buscando a maior coincidência possível com a realidade histórica, isto é, 
com a verdade dos fatos”. Essa tarefa de reconstruir a verdade dos fatos, não é fácil de ser cumprida, 
resultando, não raro, que, pese as várias provas produzidas, não se consegue a reconstrução histórica dos 
fatos, assomando dos autos, muitas vezes, apenas a verdade processual. O processo, não raro, produz 
apenas uma certeza do tipo jurídica, mas que pode, sim, não corresponder à verdade da realidade 
histórica.
É truísmo afirmar, mas devo fazê-lo, que “para que o juiz declare a existência da responsabilidade 
criminal e imponha sanção penal a uma determinada pessoa, é necessário que adquira a certeza de que foi 
cometido um ilícito penal e que seja ela a autoria”.
O magistrado só estará convicto de que o fato ocorreu e de que seja determinada pessoa a autora do 
ilícito, “quando a ideia que forma em sua mente se ajusta perfeitamente com a realidade dos fatos. Se o 
Ministério Público denunciou uma determinada pessoa, acusando-a de ter infringido um comando 
normativo, mas não consegue demonstrar, quantum sufficti, ser verdadeira a imputação, não pode o 
julgador, validamente, editar um decreto de preceito sancionatório. Sem que consiga o representante 
ministerial demonstrar tenha determinado acusado enfrentado um comando normativo penal, restará, 
debalde, com efeito, eventual pretensão de que seja o réu punido, pois que, é ressabido “de nada adiante o 
direito em tese ser favorável a alguém se não consegue demonstrarque se encontra numa situação que 
permite a incidência da norma2”. 
O decreto condenatório precisa estar fincado sobre os elementos carreados ao processo e que 
ofereçam ao magistrado sentenciante a pacífica certeza da ocorrência dos fatos censurados e apontem sua 
autoria. Existindo fragilidade nas escoras probatórias, todo o juízo edificado padece de segurança, dando 
margem à arbitrariedade, pondo em risco o ideal de justiça preconizado pelas sociedades democráticas. 
Se a prova produzida no inquérito policial e na sede judicial, não for suficiente para expedição de 
uma condenação criminal, deve-se, por isso, absolver o acusado, nos termos art. 386, inciso VI, do Código 
de Processo Penal. Os Tribunais têm decidido, por óbvias razões que ante a insuficiência de conjunto 
probatório capaz de sustentar um decreto condenatório e não restando demonstrada a autoria do delito é 
de se conceder provimento ao recurso para, nos termos do art. 386, inciso VI, do Código de Processo Penal, 
absolver o acusado.
Assim, não se pode perder de vista que a pronúncia deve sempre resultar de provas tranquilas, 
convincentes e certas. Na dúvida é preferível a IMPRONÚNCIA do acusado, visto que tal posicionamento 
é manifestação de um imperativo da justiça.
1 MIRABETE, Júlio Fabbrini, in Processo Penal, 17ª edição, Editora Atlas, p. 274.
2 OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de, in Curso de Processo Penal, 4ª edição, editora Del Rey, p. 363).
b) DÚVIDA QUANTO A AUTORIA. PROVAS ORIUNDAS DE DECLARAÇÕES FAMILIARES. 
VÍTIMA COM MUITOS INIMIGOS. IN DUBIO PRO REO (art.386,VII,CPP)3
Ao princípio do in dubio pro reo, cumpre analisar quem é o detentor do ônus probatório, nos termos 
do CPP. Paulo Rangel (2013, p.27) afirma que, em virtude do artigo 5º, LVII, da CRFB/88 (que preconiza que 
ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória), do princípio 
da ampla defesa e do sistema acusatório, o ônus da prova é do Ministério Público. Deste modo, não é o réu 
que tem que provar sua defesa, mas sim o Ministério Público a sua acusação.
Aury Lopes Jr. (2014, p.190), por sua vez, estatui: Gravíssimo erro é cometido por numerosa doutrina 
(e rançosa jurisprudência), ao afirmar que à defesa incumbe a prova de uma alegada excludente. Nada 
mais equivocado. A carga do acusador é de provar o alegado; logo, demonstrar que alguém (autoria) 
praticou um crime (fato típico, ilícito e culpável). Isso significa que incumbe ao acusador provar a presença 
de todos os elementos que integram a tipicidade, a ilicitude e culpabilidade e, logicamente, a inexistência 
das causas da jurisdição.
Pois bem, quanto ao princípio do in dubio pro reo, Américo Bedê Júnior e Gustavo Senna (2012. 
p.96) afirmam que: [...] a lógica do in dubio pro reo é que se o magistrado, ao analisar o conjunto 
probatório, permanecer em dúvida sobre a condenação ou absolvição do réu, deve optar pela absolvição, 
até porque entre duas hipóteses não ideais é menos traumático para o direito absolver um réu culpado do 
que admitir a condenação de um inocente.
Ora, se o Magistrado ficou em dúvida quanto à autoria e materialidade do fato é por que o 
Ministério Público não logrou êxito em sua tese acusatória, de modo que o réu não pode ser prejudicado 
por não conseguir provar sua inocência. Ademais, provar algo que não se praticou é muito mais complexo 
do que provar algo que se praticou. 
Destarte, o princípio do in dubio pro réu preconiza que, no caso de dúvida acerca da autoria de 
crime, o juiz deve decidir a favor do acusado, agindo assim em consonância com o ordenamento jurídico 
pátrio, senão vejamos:
APELAÇÃO CRIMINAL. HOMICÍDIO. PROVA INCONSISTENTE. PRINCÍPIO DO IN DUBIO 
PRO REO. ABSOLVIÇÃO MANTIDA. 1- Diante da incerteza quanto à autoria do delito, 
imperativo se mostra a manutenção da absolvição firmada com base no princípio in dubio 
pro reo. 2- Recurso não provido. (TJ-MG - APR: 10145095475789001 MG , Relator: Antônio 
Armando dos Anjos, Data de Julgamento: 24/09/2013, Câmaras Criminais / 3ª CÂMARA 
CRIMINAL, Data de Publicação: 03/10/2013)
III. DOS PEDIDOS
Ante ao exposto, considerando os fatos supra, com base no art. 414, do Digesto Processual Penal, 
REQUER-SE a Vossa Excelência a IMPRONÚNCIA do acusado FULANO DE TAL, dando-se por 
IMPROCEDENTE os termo narrados na Denúncia, em razão da inexistência de suporte probatório mínimo 
a indicar a autoria do crime;
Caso não seja esse o vosso entendimento, considerando a insuficiência de provas e o princípio do in 
dúbio pro reo, a defesa requer a V.Exa., a DESCLASSIFICAÇÃO do crime imputado ao acusado na 
Denúncia para o do tipo penal previsto no art.129 do CPB; 
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
3 Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
(…)VII – não existir prova suficiente para a condenação.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
Nome do Advogado
[Número de Inscrição na OAB]
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL – Subtrair Coisa Móvel Alheia
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA REGIONAL DE 
__________, COMARCA DE _______________ – ___
Processo nº: 00000000000000000000 
FULANO DE TAL, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio 
dos seus advogados que a esta subscreve coforme instrumento procuratório acostado aos autos, vem à 
presença de Vossa Excelência, com fundamento nos no art. 403, § 3º do Código de Processo Penal, 
apresentar suas
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
pelos motivos de fato e direito a seguir delineados:
I- DOS FATOS
O acusado foi preso em flagrante no dia 03/09/2013, sob a acusação de ter cometido o delito 
capitulado no artigo 157, § 2°, inciso II do Código Penal Brasileiro, conforme testificado através dos autos 
do inquérito.
Ocorre que o requerente encontra-se encarcerado no Presídio xxxxx, tendo, por conseguinte, seus 
direitos suprimidos, uma vez que no caso em tela, não existem motivos que justifiquem a manutenção da 
segregação cautelar.
Em decorrência da referida prisão, fora protocolado pedido de liberdade provisória sem fiança, 
pugnando, consequentemente, pela expedição do competente alvará de soltura em favor do ora requerente. 
Ocorre que este Douto juízo indeferiu aquele pleito.
Ademais, este Juízo aduziu em seu despacho que a prisão do paciente tornava-se imprescindível, 
sob o argumento de que o mesmo apresentava perigo a sociedade e a ordem pública, sendo esses os 
motivos de tal conversão.
Entretanto, o acusado foi denunciado pelo Representante do Ministério Público sob a suposta 
prática do delito tipificado no art.157, § 2°, incisos II do Código Penal.
Consoante restará demonstrado em tópico vindouro, à personalidade do acusado, assim como, a 
audiência de instrução e julgamento demonstram a inexistência de prova que ensejem uma possível 
condenação.
Assim, sabido é que o direito é FATO e este tem que ser analisado sem paixão para se enquadrar no 
núcleo previsto na legislação. A lei não pode se aplicada de maneira fria, ela é apenas um parâmetro para 
que o Julgador possa chegar a um juízo de valor, levando em consideração todas as peculiaridades dos 
fatos.
II. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
QUANTO A AUTORIA DO DELITO DESCRITO NA EXORDIAL - AUSÊNCIA DE DOLO:
Após demonstrados os fatos como realmente ocorreram nota-se claramente a inexistência do dolo na 
conduta do Acusado, o qual não incorreu no tipo descrito pelo art. 157, §2º, inciso II do Código Penal, pois 
diz o mencionado artigo:
“Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou 
violência à pessoa, ou depois de have-la,por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de 
resistência:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
...omissis...
§ 2º A pena aumenta-se de um terço até metade:
II – se há o concurso de duas ou mais pessoas;” (GRIFO NOSSO)
Logo de acordo com ROGÉRIO GRECO, em sua obra “Curso de Direito Penal Parte Especial volume 
III”, o dolo é um elemento subjetivo do tipo sem o qual não há que se falar na concretização do tipo 
descrito no art. 157 do CP, senão vejamos:
“O crime de roubo somente pode ser praticado dolosamente, não havendo previsão legal para 
modalidade culposa.”
“Além do dolo, a doutrina majoritária aponta outro elemento subjetivo, que lhe é 
transcendente, chamado especial fim de agir, caracterizado na expressão para si ou para 
outrem, constante no art. 157 do código Penal.” (GRECO, Rogério, Curso de Direito Penal Parte 
Especial volume III, pg. 65)
Demonstrada a ausência de dolo do acusado (cliente), e que em nossa legislação penal não há 
previsão da modalidade culposa para o tipo do art. 157 do CP, faz-se imperiosa a absolvição do mesmo 
nos moldes do art. 386, inciso III do CPP.
Tal tese é compartilhada pela melhor doutrina e jurisprudência, conforme se vê:
“No caso de não haver prova da existência do fato, mas não estar ele subsumido a qualquer 
figura penal, a absolvição se impõe” (MIRABETE, Julio Fabrini. Código de Processo Penal 
Interpretado, p. 1002)
“O princípio do nullum crimen, nulla poena sine praevia lege, inscrito noa RT. 5º, XXXIX, da 
Carta Magna, e no artigo 1º, do Código Penal, consubstanciada uma das colunas centrais do 
direito penal dos países democráticos, não se admitindo qualquer tolerância de que o fato 
imputado ao denunciado pode eventualmente ser enquadrado em outra regra penal (...)” (RHC 
8171-CE)
DA APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
O princípio da insignificância desempenha uma função interpretativa responsável por restringir o 
tipo penal previsto em lei, uma vez que afasta a ocorrência do crime mesmo nas hipóteses em que a 
conduta perpetrada pelo agente se coaduna com a descrição do tipo penal.
No caso em tela, fora subtraído da vítima a ínfima quantia de R$ 00,00 (valor por extenso), não 
havendo, pois lesividade relevante ao patrimônio do ofendido, o que determina a descaracterização do 
crime complexo de roubo.
Outrossim, registre-se, que o fato imputado ao acusado, vem despido de potencialidade lesiva, na 
medida em que inexistiu qualquer prejuízo, ao patrimônio da sedizente vítima.
Aferido, pois, o contexto fáctico, o mesmo conduz ao reconhecimento do princípio da 
insignificância, apregoado pelo Direito Penal mínimo, o qual possui como força motriz, exorcizar o delito, 
em tela, fazendo-o fenecer, ante ausência de tipicidade.
Neste momento, assoma imperioso o decalque de jurisprudência que jorra dos pretórios:
FURTO QUALIFICADO. AUTORIA E MATERIALIDADE. BEM JURÍDICO INEXPRESSIVO. 
RESTITUIÇÃO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. ABSOLVIÇÃO. Ainda que comprovadas a 
materialidade e a autoria, configura-se atípica, pela insignificância penal, a subtração de 
bens cujos valores não tiveram repercussão no patrimônio da vítima, máxime quando a 
totalidade da res furtiva lhe foi restituída, caso em que o réu deve ser absolvido. (Apelação nº 
0050054-28.2007.8.22.0004, 1ª Câmara Criminal do TJRO, Rel. Valter de Oliveira. j. 
27.10.2011, unânime, DJe 07.11.2011).
EMBARGOS INFRINGENTES EM APELAÇÃO CRIMINAL - TENTATIVA DE FURTO - 
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA - PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA - PROVIMENTO. Primeiramente 
observo que o réu não é habitual na prática de delito, pois não possui antecedentes criminais, 
conforme se verifica da certidão. Considerando que o direito penal deve ser a ultima ratio, 
sua utilização deve resumir-se à proteção de bens jurídicos relevantes, quando houver 
lesividade expressiva à sociedade. No caso presente, tratando-se de conduta com ofensividade 
mínima, deve ser aplicado o princípio da insignificância para afastar a tipicidade e absolver o 
embargante, nos termos do art. 386, III, do CPP. (Embargos Infringentes em Apelação Criminal - 
Reclusão nº 2010.032380-6/0001-00, Seção Criminal do TJMS, Rel. Dorival Moreira dos Santos. 
maioria, DJ 21.06.2011).
APELAÇÕES CRIMINAIS - FURTO QUALIFICADO - PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA - 
APLICAÇÃO - POSSIBILIDADE - CONDUTA ATÍPICA - RECURSOS PROVIDOS. Verificando-se 
o ínfimo valor da res furtiva, necessário reconhecer que não houve lesão ao bem 
juridicamente protegido, sendo, assim, aplicável o princípio da insignificância que, mesmo 
não estando expresso no ordenamento jurídico pátrio, pode ser considerado como causa 
supralegal de exclusão da tipicidade. (Apelação Criminal nº 5200674-10.2009.8.13.0145, 4ª 
Câmara Criminal do TJMG, Rel. Herbert Carneiro. j. 11.05.2011, unânime, Publ. 01.06.2011).
ESTELIONATO. TIPICIDADE FORMAL. INEXPRESSIVIDADE DA LESÃO JURÍDICA. PRINCÍPIO 
DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE. ATIPICIDADE MATERIAL. CRIME NÃO 
CONFIGURADO. Embora a conduta do agente se amolde formalmente ao crime de estelionato, 
ausente se encontra na hipótese a tipicidade material, que consiste na efetiva lesão ou 
perigo de lesão ao bem jurídico tutelado, pelo que não há falar em crime . (Apelação 
Criminal nº 0211666-89.2006.8.13.0026, 7ª Câmara Criminal do TJMG, Rel. Duarte de Paula. 
j. 06.10.2011, maioria, Publ. 21.10.2011).
APELAÇÃO CRIMINAL. PENAL. ART. 155, §§ 1º E 4º, DO CÓDIGO PENAL. FURTO 
QUALIFICADO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. PRECEDENTES STF. ABSOLVIÇÃO 
MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO, À UNANIMIDADE. 1. O princípio da insignificância 
permite afastar a tipicidade material de condutas que causam ínfima lesão ao bem jurídico 
protegido, como os furtos de objetos de valores irrisórios. 2. A aplicação desse princípio deve 
atender a quatro requisitos estabelecidos pela jurisprudência do STF: mínima ofensividade da 
conduta do agente; nenhuma periculosidade social da ação; reduzidíssimo grau de 
reprovabilidade do comportamento e inexpressividade da lesão jurídica provocada. 3. 
Apelação Criminal desprovida, unanimemente. (Apelação nº 0240971-0, 1ª Câmara Criminal 
do TJPE, Rel. Roberto Ferreira Lins. j. 02.08.2011, unânime, DJe 15.08.2011).
(grifos nossos)
Destarte, todos os caminhos conduzem, a absolvição do réu, frente ao conjunto probatório 
domiciliado à demanda, em si sofrível e altamente deficiente e anêmico, para operar e autorizar um juízo 
de censura contra o denunciado.
III. DOS PEDIDOS
Ante ao exposto, considerando os fatos supra, a ausência de dolo do Acusado, sendo atípica sua 
conduta, com fulcro no art. 386, inciso III, do CPP a defesa requer a V. Exa., a improcedência da r. 
denúncia com a ABSOLVIÇÃO do acusado da imputação criminal que lhe fora atribuída.
Caso não seja esse o vosso entendimento, considerando a inexistência da tipificação das causas de 
aumento de pena constantes na Denúncia, a defesa requer a V.Exa., a desclassificação do delito para o art. 
157 “caput” do código penal.
Considerando a primariedade do Acusado e a colaboração com a Justiça, tanto na fase policial, como 
na judicial, bem como sua participação de menor importância nos fatos, a defesa requer a V.Exa., a 
aplicação da Pena no mínimo legal, com a diminuição da pena em grau Máximo, contando com o 
beneplácito de V. Exa. e os benefícios da Lei, por ser de direito e mais pura e cristalina Justiça;
Finalmente, caso Vossa Excelência entenda pela condenação do acusado, requer-se ainda, que 
permita-o recorrer em liberdade.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
Nome do Advogado[Número de Inscrição na OAB]
DEFESA PRELIMINAR – Tráfico de Drogas
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA DOUTA E EGRÉGIA ___º VARA 
MISTA CRIMINAL DA COMARCA DE _______________
Processo nº.: 070.2011.004.432-5
FULANA DE TAL, devidamente qualificada nos autos do processo em epigrafe, por seu advogado 
adiante assinado, legalmente constituído nos termos do instrumento de mandato em anexo, com Escritório 
situado à Av. Jurídica nº 000, Sala 00, Bairro, João Pessoa – PB, CEP 11111-111, onde receberá notificações, 
vem, com respeito e acatamento à presença de Vossa Excelência, apresentar
DEFESA PRELIMINAR
Com fulcro no artigo 55, da Lei 11.343, de 23 de agosto de 2006, nos termos em que passa a expor, 
provar e ao final, requerer o que é de Direito e justiça.
A defendente foi presa em suposto flagrante delito na data de 16 de setembro de 2011, tendo sido 
denunciada por crime descrito no artigo 35 da Lei 11.343/06 sob a suposta acusação de ter cometido o 
delito capitulado no artigo art. 33 da Lei 11.343/2006, consoante verifica-se a denuncia de fls.
Ocorre que os policiais receberam denuncias contra as pessoas de nome: “Fulaninho” e Fulano de 
Tal, pois seriam eles suspeitos de ligação com o trafico de drogas no bairro do __________, na Cidade de 
__________ e resolveram seguir para lá com a finalidade de prender os acusados.
Ocorre que chegando à residência, alem do acusado, estava sua companheira de nome Fulana de Tal, 
motivo este que foi juntamente com os demais denunciada, no caso em tela.
Contudo, é importante esclarecer que a mesma desconhecia que havia droga em sua casa, tanto é 
que ser abordada pelos policiais, resolveu de livre e espontânea vontade, contribuir com os policais, na 
finalidade de saber a verdade que ocorria em sua morada, haja vista ser a mesma trabalhadora, tendo 
varias residências como responsabilidade, desconhecendo o que se passa com seu marido em sua morada.
Nesse sentido é o depoimento do condutor e 1º testeminha, “Nome da Testemunha”, in verbis:
“Que na residência estavam __________ e sua companheira __________; Que __________ 
prendeu o cão de guarda para colaborar com a entrada dos policiais”.
Da mesma forma o depoimento da 2º testemunha, “Nome da Testemunha”.
“Que chegando na casa identificada como depósito da droga uma mulher chamada __________ 
recebeu os policiais e prendeu o cão de guarda colaborando com os trabalhos Policiais”.
Sendo assim, a ré não foi abordada traficando, estava sem dinheiro ou qualquer atitude que 
demonstrasse traficância, sendo a alegação do Ministério Público, um pouco infundada, haja vista que 
para alegar que a mesma ajudava o marido na empreitada criminoso é de suma importância que haja prova 
robustas nos autos.
Desta forma, a denúncia ser rejeitada pelo Meritíssimo Juiz uma vez que a defendente não deveria 
ter sequer sido denunciado pelo Douto Representante do Ministério Público.
Nota-se que, a defendente em nenhum momento praticou nenhum dos verbos tipificados no artigo 
33 da Lei nº 11.343/2006, ao contrário, a droga apreendida não era de sua propriedade e nem havia 
conhecimento de drogas em sua residência.
Nesse sentido é a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, in verbis:
“Apelação Criminal. Denuncia nos atrs. 33, caput, da Lei 11.343/2006 e art. 333 do C. Penal, na 
forma do art. 69 do Estatuo Repressivo. Condenação pelo art. 333 do Código Penal e 
desclassificação do art. 33 da Lei 11.343/2006 para o art. 28 da mesma Lei. Regime aberto. 
Sursis. Defesa pretende, em relação ao delito de corrupção ativa, ver acolhida a tese 
absolutória, sustentando que os elementos probatórios são frágeis e inconsistente para ensejar 
a condenação. Possibilidade. (...) Aplicação do principio constitucional in dúbio pro reo, 
absolvendo-se o apelante, nos termos do art. 386, inciso VII do código de processo penal. No 
que tange ao tipo relativo ao uso de substancia entorpecente, pugna a defesa pela extinção 
da punibilidade pelo cumprimento da pena. O pleito se afigura justo uma vez que o 
apelante ficou preso por quase uma semana, o que é mais gravoso do que a advertência a 
ele aplicada. Provimento do recurso”. (TJRJ –AP)
Importante lembrar que a mesma é portadora de bons antecedentes possui trabalho licito, como 
diarista, onde boa parte dessa renda é destinada ao sustento de sua família, haja vista possuir dois filhos, 
conforme residência fixa e não pretende se frustrar da aplicação da lei, conforme demonstra a 
documentação acostada aos autos.
Alem disso, se não existem provas que o defendente traficava a absolvição é medida que se impõe, 
como bem mostra a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerias:
APELAÇÃO – TRÁFICO – ART. 33, “CAPUT’, DA LEI 11.343/06 – ABSOLVIÇÃO – 
POSSIBILIDADE. Deve o juízo condenatório ser modificado quando não existir nos autos 
certeza da autoria quanto ao trafico de drogas. (TJMG. Relator Des. Vieira de Brito. Apelação 
Criminal 1.0024.08.239883-5001).
Assim, a acusação deve demonstrar cabalmente a conduta criminosa do agente, de modo a não 
deixar que paire duvidas e incertezas.
Meritíssimo, em nenhum momento a defendente foi presa traficando, a droga estava em poder de 
outra pessoa, não sendo ela traficante ou usuária. 
Para existência de um decreto condenatório, é preciso que dele se tenha certeza absoluta, não 
devendo ser levado em consideração mera acusação.
Ainda assim, caso a denuncia seja recebida, e reconheça este Julgado a improcedência da mesma, 
e que seja observado a primariedade e antecedentes do acusado e acima de tudo pelo fato de o mesmo 
não ser traficante, e nem usuária.
A ora acusado é primaria, não registra antecedentes, e na hipótese de uma remota condenação, a 
sanção penal necessariamente não deveria exceder ao mínimo legal da pena cominada, pois “na ausência 
de circunstancias desfavoráveis, não se justifica pena-base acima do mínimo legal” (TJDF, Acrim 6234, 
RDFT, 20:269).
DO PEDIDO
Com a Máxima Vênia, por tudo quanto acima foi exposto, a defendente REQUER: 
1) Que acate a sua defesa em toda sua plenitude, rejeitando a denuncia do DD. Representante do 
Ministério Público com fulcro no artigo 395 do Código de Processo Penal;
2) Mas, caso a Vossa Excelência entenda pelo recebimento da peça acusatória, que determine o 
desentranhamento da denuncia referente a defendente, haja vista que a mesma sequer deveria ter sido 
denunciada;
3) E, ainda, na remota hipótese de se considerar procedente a denuncia, requer sejam intimadas as 
testemunhas arroladas, em anexo, para que sejam ouvidas na audiência de instrução e julgamento por se 
entender Salutar Justiça. 
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
Nome do Advogado
[Número de Inscrição na OAB]
ROL DE TESTEMUNHAS:
FULANA 1, qualificação e endereço completo.
FULANA 2, qualificação e endereço completo.
FULANA 3, qualificação e endereço completo.
DEFESA PRELIMINAR ESCRITA - Dar Causa à Instauração de Investigação Contra Alguém, Imputando-
lhe Crime de que o Sabe ser Inocente
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO ___ª VARA DA COMARCA DE 
__________
Processo: 073. 2010.006.390-5
FULANA DE TAL, devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe, por seu advogado 
adiante assinado, legalmente constituído nos termos do instrumento de mandato em anexo, com Escritório 
situado à Av. Jurídica nº 000, Sala 00, Bairro, João Pessoa – PB, CEP 11111-111, onde receberá notificações, 
vem, com respeito e acatamento à presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 396 do Código de 
Processo Penal, oferecer a sua
DEFESA ESCRITA
nos termos que passa, a expor, provar e ao final,requerer o que é de Direito e Justiça.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
Nome do Advogado
[Número de Inscrição na OAB
DOUTO JULGADOR:
“Cada um de nós, tem as suas predileções, também em questões de compaixão. Os homens 
são diferentes entre eles até na maneira de sentir a caridade. Também este é um aspecto da 
nossa insuficiência. Existem aqueles que concebem o pobre com a figura do faminto, outros 
do vagabundo, outros do enfermo; para mim, o mais pobre de todos os pobres é o 
encarcerado”. (Francesco Carnelutti, in “As misérias do processo penal” fls. 21) 
A defendente foi denunciada como incursa nas penas do delito capitulado no artigo 339 do Código 
Penal Brasileiro, consoante verifica-se na peça de denúncia apresentada pelo DD. Representante do 
Ministério Público.
Nos termos do artigo 396 do Código de Processo Penal, a denunciada foi intimada para, no prazo de 
10 (dez) dias, apresentar sua defesa escrita, o que vem fazer, tempestivamente, na seguinte forma:
O Douto Representante do Ministério Público, entendeu por denunciar a defendente, nos termos do 
artigo 339 do Código Penal Brasileiro, com base no processo de nº 0000000000, o qual tramitou na 1ª Vara 
desta Comarca, e onde a referida defendente atuou como vítima nas agressões perpetrada por seu ex 
esposo.
Pois bem, diante de uma eventual condenação, não se pode ter como prova cabal, meras peças do 
inquérito policial, assim como os autos do processo em que a defendente atuou como vítima.
No julgamento da conduta humana, notadamente ante a perspectiva de uma condenação criminal, 
há de se atentar:
Primeiro:
Para o conhecimento e a existência de cada fato atribuído ao agente, e,
Segundo:
Para a Tipicidade Penal do mesmo, atentando-se para sua autoria e responsabilidade.
O inquérito policial, de tudo é feito para incriminar qualquer acusado, posto que a cultura da polícia 
administrativa atualmente no Brasil é puramente de acusar. 
No entanto, o presente feito provisório lavrado pela autoridade administrativa, demonstra, sem 
sobra de dúvidas, ausência de qualquer elemento caracterizador da participação da defendente no fato 
ilícito descrito na peça inicial.
Ora, vejamos só: 
A acusada foi denunciada nos termos do artigo 339 do Código Penal, tendo em vista que 
supostamente teria cometido crime de denunciação calunioso nos autos do processo anteriormente citado, 
onde a defendente foi agredida por seu ex companheiro.
Douto julgador, importante frisarmos que a defendente é pessoa simples, humilde e dotada de bons 
conceitos, frente à sociedade, razão pela qual recorreu ao judiciário para expor as agressões que vinha 
sofrendo diuturnamente por parte do seu ex esposo, conforme restará provado ao final desta defesa, assim 
como pela oitiva das testemunhas oportunamente arroladas.
A defendente é pessoa digna e detentora de bons costumes, razão pela qual compareceu em juízo 
para relatar a veracidades dos acontecimentos praticado pelo seu então companheiro.
Além do mais, o inquérito policial é peça meramente informativa, sendo no presente caso, a 
denúncia da acusada totalmente descabida.
Neste sentido, ensina a jurisprudência:
“O inquérito policial é peça meramente informativa, destinada tão somente a autorizar o 
exercício da ação penal. Não pode, por si só, servir de lastro à sentença condenatória, sob 
pena de se infringir o princípio do contraditório, garantia constitucional” (JTACrimSP, 
70/319).
A acusação deve demonstrar cabalmente a conduta criminosa do agente, de modo a não deixar que 
paire dúvidas e incertezas.
Meritíssimo Julgador, em nenhum lugar do presente processo encontra-se prova robusta, forte, que 
emerge certeza para uma condenação.
A jurisprudência é dominante no sentido da absolvição do Réu em cujo favor milita presunção de 
inocência, senão vejamos:
EMENTA: Penal e processual penal – Prova indiciária – Insuficiência – CPP, art. 383 – 
Aplicação descabida. 1. Não basta ao Ministério Público denunciar. Deve provar o que 
alega. 2. Embora o indício também seja prova, a circunstância que tem relação com o fato 
principal deve, além de ser conhecida, ser devidamente provada. 3. Insuficiência de provas 
que desautoriza condenação criminal. 4. Só se aplica o art. 383 do CPP quando o fato e a 
autoria estão comprovados. (TJDF – T. Crim. A. nº 960107319-1/DF – Rel. Juiz Eustáquio 
Silveira – DJ 16.12.96 – pág. 97157)
O “ônus probandi”, no tocante a imputação feita ao acusado, cabe a quem alega, eis que trata-se de 
fato modificativo e extintivo do direito, o que jamais restará evidenciado nos presentes autos.
Ora, velha embora, mas sempre útil e oportuna, é a lição de Cícero no exórdio da defesa de Coelio, 
que diz:
“uma coisa é maldizer, outra é acusar. A acusação investiga o crime, define os fatos, prova 
com argumentos, confirma com testemunhas; a maledicência não tem outro propósito senão 
a costumélia”.
A prova não é escoimada de dúvida, não infunde convencimento para sentença condenatória. No 
caso dos autos, tem pleno cabimento a advertência do eminente penalista Nelson Hungria:
“A verossimilhança, por maior que seja, não é jamais verdade ou certeza, e somente esta 
autoriza uma sentença condenatória. Condenar um possível delinqüente é condenar um 
possível inocente”.
Permita-se ainda a ora defendente lançar mão da lição do nunca inatual magistério do insigne 
Carrara:
“O processo criminal é o que há de mais sério neste mundo”.
“Tudo nele deve ser claro como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer 
grandeza algébrica. Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo 
na precisão morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar ainda: A da verdade 
sempre desativada de dúvidas“.
Para existência de um decreto condenatório, é preciso que dele se tenha certeza absoluta, não 
devendo ser levado em consideração denúncia oferecida sem nenhuma base.
A Jurisprudência é dominante no sentido de não ser permitido decreto condenatório no caso de não 
haver prova incontestável em juízo, senão vejamos:
Apelação Criminal Denunciação caluniosa Absolvição. Decisão que deve ser reformada - 
Conjunto probatório insuficiente para a condenação. Dolo específico não comprovado. 
Apelo provido.(12429620088260136 SP 0001242-96.2008.8.26.0136, Relator: Rachid Vaz de 
Almeida, Data de Julgamento: 17/02/2011, 10ª Câmara de Direito Criminal, Data de 
Publicação: 22/02/2011, undefined).
Denunciação caluniosa - Condenação - Apelação - Denúncia não satisfatoriamente apurada 
nos autos a que deu origem - Palavras apenas da denunciante e do denunciado também só 
nos autos promovidos contra a denunciante - Fragilidade das provas para gerar condenação 
pelo crime de denunciação caluniosa - Apelação da ré provida para absolvê-la. 
(990100347934 SP , Relator: Pedro Menin, Data de Julgamento: 24/08/2010, 16ª Câmara de 
Direito Criminal, Data de Publicação: 03/09/2010, undefined)
PENAL. CRIME DE DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA. INIMPUTÁVEL. ATIPICIDADE DA 
CONDUTA. SE O AGENTE NÃO DISPÕE DE CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE DO FATO 
INDEVIDAMENTE IMPUTADO A UM INOCENTE, O CRIME DE DENUNCIAÇÃO 
CALUNIOSA NÃO SE ENCONTRA PRESENTE, POR MANIFESTA ATIPICIDADE DA 
CONDUTA.(948305220018070001 DF 0094830-52.2001.807.0001, Relator: EDSON ALFREDO 
SMANIOTTO, Data de Julgamento: 14/06/2007, 1ª Turma Criminal, Data de Publicação: 
26/09/2007, DJU Pág. 110 Seção: 3, undefined)
APELAÇÃO CRIMINAL - DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA - ATIPICIDADE DA CONDUTA - 
ABSOLVIÇÃO 1. A INSTAURAÇÃO DO PROCEDIMENTO INVESTIGATIVO DEU-SE EM 
RAZÃO DE COMUNICAÇÃO REALIZADA PELA VÍTIMADO FURTO, E NÃO DAS 
DECLARAÇÕES DO RÉU, FALTANDO, ASSIM, EL EMENTAR DO TIPO (“DAR CAUSA”), O 
QUE CONDUZ À ATIPICIDADE DE SUA CONDUTA. 2. NEGOU-SE PROVIMENTO AO 
APELO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. (60205620058070003 DF 0006020-56.2005.807.0003, 
Relator: SÉRGIO ROCHA, Data de Julgamento: 08/07/2010, 2ª Turma Criminal, Data de 
Publicação: 21/07/2010, DJ-e Pág. 207, undefined)
Na verdade, atentando-se para a acusação, verifica-se com irrecusável facilidade, “data vênia” de 
que manifesta a improcedência da inicial, com articulações inegavelmente atípicas.
Tudo será desmascarado quando do interrogatório do acusado em Juízo, e dos depoimentos das 
testemunhas.
A certeza não significa a inexistência de entrechoques de provas ou de conflito de elementos. 
Certeza, é a consciência “dubitandi secura”, no dizer do Vico.
Permita a ora denunciada, transcrever o pensamento do grande criminalista Heleno Cláudio Fragoso, 
“verbis”:
“Nenhuma pena pode ser aplicada sem a mais completa certeza dos fatos. A pena 
disciplinar ou a criminal, atinge a dignidade, a honra e a estima da pessoa, ferindo-a 
gravemente no plano moral, além de representar a perda de bens ou interesses materiais.”
Completando, magistralmente escreve Pannaim:
“Se há dúvida, é porque a prova não está feita.”
Ebehart Schmidt, diz:
“Constitui princípio fundamental do Processo Penal o de que o acusado somente deve ser 
condenado quando o juízo, na forma legal, tenha estabelecido os fatos que fundamentam a 
sua autoria e culpabilidade, com completa certeza. Se subsistir, ainda, apensa a menor 
dúvida, deve ser o acusado absolvido.”
O Mestre Nelson Hungria, também assim expressou-se:
“A dúvida é sinônimo de ausência de prova.”
Sob estas considerações, tem-se decidido nossos Tribunais:
“Sob pena de cometer possível erro judiciário, não pode o Juiz Criminal proferir 
condenação sem certeza total da autoria e da culpabilidade” (Ap. 178.425, TACimSP).
O Direito Penal não opera com conjecturas ou probabilidades. Sem certeza total e plena da 
autoria e da culpabilidade, não pode o Juiz Criminal proferir condenação.” (Ap. 162.055 
TACrimSP).
Para existência de um decreto condenatório, é preciso que dele se tenha certeza absoluta, não 
devendo ser levado em consideração mera acusação.
Ainda assim, caso a denuncia seja recebida, e reconheça este Julgador a procedência da mesma, que 
seja observado a primariedade e antecedentes da acusada.
A ora acusada é primária, não registra antecedentes, e na hipótese de uma remota condenação, a 
sanção penal necessariamente não deveria exceder ao mínimo legal da pena cominada, pois “na ausência 
de circunstâncias desfavoráveis, não se justifica pena-base acima do mínimo legal” (TJDF, Acrim 6234, 
RDFT, 20:269).
Desta forma, ocorrendo alguma condenação, que seja a mesma aplicada nos parâmetros mínimos.
Ainda, caso seja reconhecida a procedência da denúncia, e para discussão acerca da matéria, seja 
verificada a aplicabilidade do artigo 44 do Código Penal, nos crimes dessa natureza.
Recentemente o Supremo Tribunal Federal, nos autos do Habeas Corpus número 84.414-6 – São 
Paulo, dissertou sobre a matéria, reconhecendo a possibilidade de aplicar aludido beneficio.
Não podemos por interpretação, por analogia contrária a defesa, deixar de aplicar direito do 
condenado. Ora, se este preenche os requisitos legais, não havendo lei que impeça a aplicação do 
beneficio, porque não aplicá-lo.
Pois bem, é princípio constitucional de que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade... (artigo 5º da Constituição Federal de 1988).
O inciso II do artigo 5º da Constituição Federal, reza que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar 
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
Assim, tendo a acusada preenchido os requisitos para concessão do beneficio, deve ser analisado o 
caso concreto e aplicado o mesmo, caso seja procedente a denuncia do Ministério Público.
DO REQUERIMENTO
Com a devida Vênia , por tudo quanto acima foi exposto, a defendente roga a este Douto e Justo 
Julgador, que acate a sua defesa em toda sua plenitude, rejeitando a denuncia do DD. Representante do 
Ministério Público, e em caso de ser recebida a denúncia, que seja absolvida, pois não restou evidenciado 
e comprovado que a defendente teria faltado com a verdade, ao relatar em juízo as agressões praticadas 
pelo seu ex-esposo, e ainda, na remota hipótese de se considerar procedente a denúncia, que seja aplicada 
a pena com base nos parâmetros mínimos e ainda substituída, por ser de Direito e inteira Justiça.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
Nome do Advogado
[Número de Inscrição na OAB]
DEFESA PRELIMINAR ESCRITA - Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, 
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO ___ª VARA DA COMARCA DE 
__________
Processo: 073. 2010.006.390-5
FULANA DE TAL, devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe, por seu advogado 
adiante assinado, legalmente constituído nos termos do instrumento de mandato em anexo, com Escritório 
situado à Av. Jurídica nº 000, Sala 00, Bairro, João Pessoa – PB, CEP 11111-111, onde receberá notificações, 
vem, com respeito e acatamento à presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 396 do Código de 
Processo Penal, oferecer sua...
DEFESA ESCRITA
nos termos que passa, a expor, provar e ao final, requerer o que é de Direito e Justiça.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
Nome do Advogado
[Número de Inscrição na OAB]
DOUTO JULGADOR:
“ Cada um de nós, tem as suas predileções, também em questões de compaixão. Os homens são 
diferentes entre eles até na maneira de sentir a caridade. Também este é um aspecto da nossa 
insuficiência. Existem aqueles que concebem o pobre com a figura do faminto, outros do 
vagabundo, outros do enfermo; para mim, o mais pobre de todos os pobres é o encarcerado ”. 
(Francesco Carnelutti, in “As misérias do processo penal” fls. 21)
A defendente foi denunciada como incursa nas penas do delito capitulado no artigo 342 do Código 
Penal Brasileiro, consoante verifica-se na peça de denúncia apresentada pelo DD. Representante do 
Ministério Público.
Nos termos do artigo 396 do Código de Processo Penal, a denunciada foi intimada para, no prazo de 
10 (dez) dias, apresentar sua defesa escrita, o que vem fazer, tempestivamente, na seguinte forma:
Entendeu o DD. Representante do Ministério Público, denunciar o ora defendente, nos termos do 
artigo 342 do Código Penal Brasileiro, com base no processo de nº 0000000000, o qual tramitou na 1ª Vara 
desta Comarca, e onde a referida defendente atuou como testemunha de acusação.
Pois bem, diante de uma eventual condenação, não se pode ter como prova cabal, meras peças do 
inquérito policial, assim como os autos do processo em que a defendente atuou como testemunha de 
acusação.
No julgamento da conduta humana, notadamente ante a perspectiva de uma condenação criminal, 
há de se atentar:
Primeiro:
Para o conhecimento e a existência de cada fato atribuído ao agente, e,
Segundo:
Para a Tipicidade Penal do mesmo, atentando-se para sua autoria e responsabilidade.
O inquérito policial, de tudo é feito para incriminar qualquer acusado, posto que a cultura da policia 
administrativa atualmente noBrasil é puramente de acusar. 
No entanto, o presente feito provisório lavrado pela autoridade administrativa, demonstra, sem 
sobra de dúvidas, ausência de qualquer elemento caracterizador da participação do defendente no fato 
ilícito descrito na peça inicial.
Ora, vejamos só: 
A acusada foi denunciada nos termos do artigo 342 do Código Penal, tendo em vista que 
supostamente teria cometido crime de falso testemunho, ao atuar como testemunha de acusação nos autos 
do processo anteriormente citado.
Douto julgador, importante frisarmos que a defendente é pessoa simples, humilde e dotada de bons 
conceitos, frente à sociedade paraibana, a razão pela qual a defendente supostamente teria faltado com a 
verdade foi o fato de sua simpleza, frente ao Douto magistrado da 1ª VARA desta comarca, uma vez que o 
simples fato de está a frente de um magistrado amedronta alguém que não possui escolaridade e tão pouco, 
instrução.
A defendente é pessoa digna e detentora de bons costumes, razão pela qual compareceu em juízo 
para relatar a veracidades dos acontecimentos no qual sua amiga, a Sra. __________, fora vítima em outrora 
de violência doméstica por parte do seu ex–esposo.
Neste sentido, fora arrolada como testemunha de acusação pelo próprio parquet estadual, e diante 
do douto juiz da 1ª vara, não soube se expressar da maneira que deveria, sendo consequentemente 
interpretada como mentirosa, que veio ao judiciário proferir inverdades.
Além do mais, o inquérito policial é peça meramente informativa, sendo no presente caso, a 
denúncia da acusada totalmente descabida.
Neste sentido, ensina a jurisprudência:
“O inquérito policial é peça meramente informativa, destinada tão somente a autorizar o 
exercício da ação penal. Não pode, por si só, servir de lastro à sentença condenatória, sob 
pena de se infringir o princípio do contraditório, garantia constitucional” (JTACrimSP, 
70/319).
A acusação deve demonstrar cabalmente a conduta criminosa do agente, de modo a não deixar que 
paire dúvidas e incertezas.
Meritíssimo Julgador, em nenhum lugar do presente processo encontra-se prova robusta, forte, que 
emerge certeza para uma condenação.
A jurisprudência é dominante no sentido da absolvição do Réu em cujo favor milita presunção de 
inocência, senão vejamos:
EMENTA: Penal e processual penal – Prova indiciária – Insuficiência – CPP, art. 383 – 
Aplicação descabida. 1. Não basta ao Ministério Público denunciar. Deve provar o que 
alega. 2. Embora o indício também seja prova, a circunstância que tem relação com o fato 
principal deve, além de ser conhecida, ser devidamente provada. 3. Insuficiência de provas 
que desautoriza condenação criminal. 4. Só se aplica o art. 383 do CPP quando o fato e a 
autoria estão comprovados. (TJDF – T. Crim. A. nº 960107319-1/DF – Rel. Juiz Eustáquio 
Silveira – DJ 16.12.96 – pág. 97157)
O “ônus probandi”, no tocante a imputação feita ao acusado, cabe a quem alega, eis que trata-se de 
fato modificativo e extintivo do direito, o que jamais restará evidenciado nos presentes autos.
Ora, velha embora, mas sempre útil e oportuna, é a lição de Cícero no exórdio da defesa de Coelio, 
que diz:
“uma coisa é maldizer, outra é acusar. A acusação investiga o crime, define os fatos, prova 
com argumentos, confirma com testemunhas; a maledicência não tem outro propósito senão 
a costumélia”.
 
A prova não é escoimada de dúvida, não infunde convencimento para sentença condenatória. No 
caso dos autos, tem pleno cabimento a advertência do eminente penalista Nelson Hungria:
“A verossimilhança, por maior que seja, não é jamais verdade ou certeza, e somente esta 
autoriza uma sentença condenatória. Condenar um possível delinqüente é condenar um 
possível inocente”.
Permita-se ainda a ora defendente lançar mão da lição do nunca inatual magistério do insigne 
Carrara:
“O processo criminal é o que há de mais sério neste mundo”.
“Tudo nele deve ser claro como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer 
grandeza algébrica. Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo 
na precisão morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar ainda: A da verdade 
sempre desativada de dúvidas“.
Para existência de um decreto condenatório, é preciso que dele se tenha certeza absoluta, não 
devendo ser levado em consideração denúncia oferecida sem nenhuma base.
A Jurisprudência é dominante no sentido de não ser permitido decreto condenatório no caso de não 
haver prova incontestável em juízo, senão vejamos:
PENAL E PROCESSUAL PENAL. FALSO TESTEMUNHO. ARTIGO 342 DO CÓDIGO PENAL. 
PROVAS INSUFICIENTES. ABSOLVIÇÃO. ARTIGO 386, INCISO VII, DO CÓDIGO DE 
PROCESSO PENAL. 1. Para a condenação, é necessário que a acusação demonstre, estreme de 
dúvidas, a responsabilidade penal dos acusados. À defesa basta que gere a incerteza, para que 
o agente ministerial deixe de se desincumbir de seu encargo. 2. Se no momento do 
recebimento da denúncia prevalece o interesse da sociedade para apuração da infração penal, 
onde se apresentam suficientes a prova da materialidade e indícios da autoria, quando do 
julgamento, deve preponderar a certeza, por envolver um dos direitos fundamentais do 
indivíduo, a liberdade. (TRF 4ª R.; ACr 0000154-55.2009.404.7113; RS; Oitava Turma; Rel. Des. 
Fed. Victor Luiz dos Santos Laus; Julg. 16/03/2011; DEJF 30/03/2011; Pág. 821)
PENAL E PROCESSUAL PENAL. FALSO TESTEMUNHO. ARTIGO 342, CAPUT, DO CÓDIGO 
PENAL. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. AUSÊNCIA DO ELEMENTO 
SUBJETIVO. ATIPICIDADE. ABSOLVIÇÃO MANTIDA. 1. Para a configuração do delito de 
falso testemunho, é necessária a comprovação do elemento subjetivo do tipo, ou seja, o dolo, 
consistente na vontade livre e consciente de prejudicar a Administração da Justiça. 2. Não se 
pode exigir que a testemunha produza provas contra si mesma, o que deriva da garantia 
constitucional do direito ao silêncio, prevista no artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição 
Federal 3. Se o réu não se calou com a finalidade de obstruir a Justiça, mas pelo temor de que 
algo pudesse prejudicá-lo, sua conduta é atípica. 4. Sentença mantida para absolver o réu, 
com lastro no artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal. (TRF 4ª R.; ACr 0000878-
03.2006.404.7004; PR; Oitava Turma; Rel. Des. Fed. Victor Luiz dos Santos Laus; Julg. 
02/03/2011; DEJF 18/03/2011; Pág. 450)
- PENAL E PROCESSUAL PENAL. FALSO TESTEMUNHO. ARTIGO 342, CAPUT E §1º, DO 
CÓDIGO PENAL. PROVAS INSUFICIENTES. IN DUBIO PRO REO. AUSÊNCIA DE 
POTENCIALIDADE LESIVA. ATIPICIDADE. ABSOLVIÇÃO. 1. Para a condenação é necessário 
que a acusação demonstre, extreme de dúvidas, a responsabilidade penal do acusado. Se, no 
momento do recebimento da denúncia prevalece o interesse da sociedade para apuração da 
infração penal, onde se apresenta suficiente a prova da materialidade e indícios da autoria, 
diversa é a fase do julgamento, onde deve preponderar a certeza, não bastando indícios, por 
envolver um dos direitos fundamentais dos indivíduos, a liberdade. Aplicação do in dubio pro 
reo. 2. Se o depoimento em nada pode influir na decisão da lide, não havendo tampouco 
potencialidade ofensiva, inexiste o crime de falso testemunho previsto no artigo 342, caput e 
§1º, do CP, mostrando-se atípica a conduta. 3. Sentença reformada para absolver o réu com 
lastro no artigo 386, VII e III, do Código de Processo Penal. (TRF 4ª R.; ACr 2007.72.12.000260-
8; SC; Oitava Turma; Rel. Des. Fed. Victor Luiz dos Santos Laus; Julg. 12/01/2011; DEJF 
21/01/2011; Pág. 583)
Na verdade, atentando-se para a acusação, verifica-se com irrecusável facilidade, “data vênia”de 
que manifesta a improcedência da inicial, com articulações inegavelmente atípicas.
Tudo será desmascarado quando do interrogatório do acusado em Juízo, e dos depoimentos das 
testemunhas.
A certeza não significa a inexistência de entrechoques de provas ou de conflito de elementos. 
Certeza, é a consciência “dubitandi secura”, no dizer do Vico.
Permita a ora denunciada, transcrever o pensamento do grande criminalista Heleno Cláudio Fragoso, 
“verbis”:
“Nenhuma pena pode ser aplicada sem a mais completa certeza dos fatos. A pena 
disciplinar ou a criminal, atinge a dignidade, a honra e a estima da pessoa, ferindo-a 
gravemente no plano moral, além de representar a perda de bens ou interesses materiais.”
Completando, magistralmente escreve Pannaim:
“Se há dúvida, é porque a prova não está feita.”
 
Ebehart Schmidt, diz:
“Constitui princípio fundamental do Processo Penal o de que o acusado somente deve ser 
condenado quando o juízo, na forma legal, tenha estabelecido os fatos que fundamentam a 
sua autoria e culpabilidade, com completa certeza. Se subsistir, ainda, apensa a menor 
dúvida, deve ser o acusado absolvido.”
O Mestre Nelson Hungria, também assim expressou-se:
“A dúvida é sinônimo de ausência de prova.”
Sob estas considerações, tem-se decidido nossos Tribunais:
“Sob pena de cometer possível erro judiciário, não pode o Juiz Criminal proferir 
condenação sem certeza total da autoria e da culpabilidade” (Ap. 178.425, TACimSP).
O Direito Penal não opera com conjecturas ou probabilidades. Sem certeza total e plena da 
autoria e da culpabilidade, não pode o Juiz Criminal proferir condenação.” (Ap. 162.055 
TACrimSP).
Para existência de um decreto condenatório, é preciso que dele se tenha certeza absoluta, não 
devendo ser levado em consideração mera acusação.
Ainda assim, caso a denuncia seja recebida, e reconheça este Julgador a procedência da mesma, que 
seja observado a primariedade e antecedentes da acusada.
A ora acusada é primária, não registra antecedentes, e na hipótese de uma remota condenação, a 
sanção penal necessariamente não deveria exceder ao mínimo legal da pena cominada, pois “na ausência 
de circunstâncias desfavoráveis, não se justifica pena-base acima do mínimo legal” (TJDF, Acrim 6234, 
RDFT, 20:269).
Desta forma, ocorrendo alguma condenação, que seja a mesma aplicada nos parâmetros mínimos.
Ainda, caso seja reconhecida a procedência da denúncia, e para discussão acerca da matéria, seja 
verificada a aplicabilidade do artigo 44 do Código Penal, nos crimes dessa natureza.
Recentemente o Supremo Tribunal Federal, nos autos do Habeas Corpus número 84.414-6 – São 
Paulo, dissertou sobre a matéria, reconhecendo a possibilidade de aplicar aludido beneficio.
Não podemos por interpretação, por analogia contrária a defesa, deixar de aplicar direito do 
condenado. Ora, se este preenche os requisitos legais, não havendo lei que impeça a aplicação do 
beneficio, porque não aplicá-lo.
Pois bem, é princípio constitucional de que todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade... (artigo 5º da Constituição 
Federal de 1988).
O inciso II do artigo 5º da Constituição Federal, reza que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar 
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
Assim, tendo a acusada preenchido os requisitos para concessão do beneficio, deve ser analisado o 
caso concreto e aplicado o mesmo, caso seja procedente a denuncia do Ministério Público.
DO REQUERIMENTO
Com a devida Vênia , por tudo quanto acima foi exposto, a defendente roga a este Douto e Justo 
Julgador, que acate a sua defesa em toda sua plenitude, rejeitando a denuncia do DD. Representante do 
Ministério Público, e em caso de ser recebida a denúncia, que seja absolvido, pois não restou evidenciado 
e comprovado que a defendente teria faltado com a verdade, uma vez que esta não soube se expressar da 
maneira que deveria, em virtude da sua simplicidade, e ainda, na remota hipótese de se considerar 
procedente a denúncia, que seja aplicada a pena com base nos parâmetros mínimos e ainda substituída, 
por ser de Direito e inteira Justiça.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
Nome do Advogado
[Número de Inscrição na OAB]
ROL DE TESTEMUNHAS:
1 Nome, qualificação e endereço completo.
2 Nome, qualificação e endereço completo.
3 Nome, qualificação e endereço completo.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA REGIONAL DE 
_______________, COMARCA DE _______________
Processo nº: 000000000000000000
FULANO DE TAL , já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio 
dos seus advogados que a esta subscreve coforme instrumento procuratório acostado aos autos, vem à 
presença de Vossa Excelência, com fundamento legal no art. 382 do Código de Processo Penal, 
inconformado com o R. decisium de fls., opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, pelos motivos de fato e de 
direito a seguir delineados:
I. DOS FATOS
Esse Douto Magistrado ao proferir a sentença condenou o embargante pelo delito previsto no art. 
157, § 2°, inciso II do Código Penal Brasileiro, admitindo expressamente na fundamentação, que se tratava 
de caso de aplicação das atenuantes, devendo, em face de sua primariedade e bons antecedentes, ser 
condenado por via de consequência à pena mínima.
 
II. DO DIREITO
 A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência, vem aduzir os argumentos baseados no 
artigo 382 do CPP que nos assegura: 
Art. 382. Qualquer das partes poderá no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a 
sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão. 
 
Há contrariedade entre a parte dispositiva e a fundamentação.
O magistrado deve ajustar a parte dispositiva à fundamentação, aplicando as normas pertinentes a 
instrução criminal.
 Embora, com isso, a pena venha a ser alterada, boa parte da doutrina admite, nos casos de 
contrariedade, essa possibilidade.
 
III. DOS PEDIDOS
Diante do exposto e, tratando-se de evidente erro, que seja aplicado a legislação pátria vigente, 
requer sejam recebidos os presentes embargos e, ao final julgado, para se declarar sentença embargada, a 
fim de que seja corrigido o equivoco que nela se contém, qual seja, ausência de análise da causas 
atenuantes na aplicação da pena, por ser medida de direito e Justiça.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
Nome do Advogado
[Número de Inscrição na OAB]
HABEAS CORPUS REPRESSIVO COM PEDIDO DE LIMINAR
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA __________
RÉU PRESO
Processo originário: 0000000000
Pacientes: __________ e __________
Autoridade Coatora: _______ – Magistrada da ___ª Vara Mista da Comarca de _____
FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na OAB/XX sob o nº 00.000, com endereço 
profissional situado à Av. Jurídica nº 000, Sala 00, Bairro, João Pessoa – PB, CEP 11111-111, onde receberá 
notificações, vem, com respeito e acatamento à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 647 e 
648 do Código de Processo Penal e artigo 5º, inciso LXVIII da Constituição Federal, impetrar a presente 
ordem de ...
HABEAS CORPUS REPRESSIVO COM PEDIDO DE LIMINAR
...em favor de _______________, brasileiro, solteiro, portador da cédula de identidadenº 000.000, 
inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00 e __________, brasileiro, solteiro, portador da cédula de 
identidade nº 000.000, inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00, ambos agricultores e residentes e 
domiciliados no sítio X, Zona rural de Cidade X, atualmente recolhidos e segregados na Cadeia Pública de 
_____, contra decisão da Douta Magistrada da ___ª Vara Mista da Comarca de XXXXX, Fulana de Tal , o 
que de logo é indigitada Autoridade Coatora, sendo fato de total ilegalidade e evidente abuso de poder e 
autoridade que é atacado de pronto, devendo ser julgado pelo “remédio iure” que ora se interpõe.
EGRÉGIA CORTE CRIMINAL:
“Cada um de nós, tem as suas predileções, também em questões de compaixão. Os homens 
são diferentes entre eles até na maneira de sentir a caridade. Também este é um aspecto da 
nossa insuficiência. Existem aqueles que concebem o pobre com a figura do faminto, outros 
do vagabundo, outros do enfermo; para mim, o mais pobre de todos os pobres é o 
encarcerado ”. (Francesco Carnelutti, in “As misérias do processo penal” fls. 21) 
I. RESUMO DOS FATOS
Em 00 de Agosto do corrente ano, os ora pacientes, __________ e __________, foram surpreendidos 
em suas residências por uma guarnição da Polícia Militar, que se encontrava de posse dos respectivos 
Mandados de Prisões Preventivas, oriundos da lavra da MM. Juíza da ___ª Vara da Comarca de XXXXX, 
acusados pela prática do injusto delito previsto no art.121,§2º do Código Penal.
Em decorrência da decretação da prisão preventiva dos pacientes, fora protocolado em 00 de 
setembro do corrente ano, Pedido de Revogação da Prisão Preventiva, pugnando pela revogação da prisão 
preventiva e até a presente data (00 de Setembro de 0000), não foi analisado. Ressalte-se oportunamente 
que o Inquérito Policial encontra-se remetidos a delegacia daquela Comarca para o cumprimento de 
diligências, o que corrobora ainda mais com tese de protelação do prazo.
Em nenhum momento, conforme emerge dos autos, os pacientes esboçaram reações ao decretamento 
de suas prisões. Ocorre que até a presente data, os mesmos (pacientes) encontram-se encarcerados no 
presídio da comarca de __________, tendo, por conseguinte, seus direitos suprimidos, uma vez que não 
existem motivos que justifiquem a manutenção da segregação cautelar dos pacientes.
II- DO DIREITO
 Em linhas de exposição fática, os fundamentos do pretenso requerimento do presente writ 
repousam no constrangimento ilegal, já efetivado às suas liberdades de locomoções, devido ao excesso de 
prazo para a conclusão do inquérito policial.
Conforme consta dos autos do processo epigrafado, os Pacientes foram presos em 00/00/0000, em 
decorrência dos mandados de prisões preventivas, controversos pela infração ao tipo descrito no artigo 
121,§2º, do Código Penal Brasileiro, o que hora se reserva a questionar o excesso de prazo no tocante a 
conclusão do inquérito policial, assim como da apreciação do pedido de revogação da prisão preventiva 
protocolado em 00/00/0000, que neste caso é recepcionado pelos artigos 10 e 648, inciso II, do Código de 
Processo Penal Pátrio, in verbis:
Art.10: O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em 
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia 
em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante 
fiança ou sem ela
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
I - quando não houver justa causa; 
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei ; 
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;
VI - quando o processo for manifestamente nulo;
VII - quando extinta a punibilidade.
A) DA ADMISSIBILIDADE DO PRESENTE REMÉDIO CONSTITUCIONAL:
É cabível o presente HABEAS CORPUS, pelo constrangimento ilegal a que resta submetido, nos 
termos do artigo 5.º, inciso LXVIII da Constituição da República Federativa do Brasil, combinado com o 
artigo 648, do Código de Processo Penal.
Neste sentido, Lúcio Santoro de Constantino (CONSTANTINO, Lúcio Santoro de. Recursos 
criminais, sucedâneos recursais criminais e ações impugnativas autônomas criminais. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 2004, página 274), leciona:
“A justa causa é o motivo legal. Se estivermos frente a uma atipicidade material, ou seja, a 
conduta não é crime, ou atipicidade formal, significa dizer que não foi observada 
determinada regra processual, temos ausência de justa causa. Nestes casos, frente ao 
constrangimento ilegal ou ao risco de constrangimento ilegal, é cabível o HABEAS 
CORPUS.”
B) DO EXECESSO DE PRAZO COMETIDO PELA AUTORIDADE COATORA
Pois bem, tendo sido os pacientes presos em data de 00/00/0000 e já decorridos mais de 18 (dezoito) 
dias, da custódia, estando o paciente recolhido e segregado no Presídio de __________, tendo o inquérito 
policial sequer concluído, tampouco apreciado o pedido de Revogação da Prisão Preventiva dos 
pacientes, protocolados em 00/00/0000, melhor sorte não terá os pacientes, senão mediante a concessão 
da presente ordem. 
 No STF, o entendimento dominante é no sentido de que os prazos se contam separadamente, não 
sendo possível considerar-se que o constrangimento ilegal surja apenas quando se tenha excedido o total 
dos prazos, de modo que o excesso de uns possa ser compensado pela economia de outros (cf. RTJ, 33:191, 
33:785, 33:585, 39:368 e 39:544, apud “Informações da Associação Paulista do Ministério Público”, ficha 
6).
Já decidiu a Excelsa Corte: “Habeas Corpus. Excesso de prazo. Os prazos processuais hão de 
verificar-se, separadamente, para efeito de aferição de eventual excesso injustificado. Pode o réu, em novo 
habeas corpus, alegar ocorrência de demora injustificada, na formação da culpa, em fase processual 
subseqüente à que foi objeto de apreciação no pedido anterior...” (cf. STF, RHC, 59.246-5-PR, DJU, 23 out. 
1981, p. 10629).
Nossos Tribunais assim têm decidido em relação ao excesso de prazo na conclusão do inquérito 
policial, veja-se:
HABEAS CORPUS - HOMICÍDIO - Ausência de remessa de inquérito policial no prazo 
previsto em lei, tratando- se de indiciado preso, configura constrangimento ilegal e autoriza 
a soltura do paciente. Ordem concedida. (TJRS - HC 698030012-2ª C. Crim. - Rel. Des. 
Delmar Hochheim - J. 26.03.1998).
PROCESSUAL PENAL - HABEAS CORPUS - EXCESSO DE PRAZO NA CONCLUSÃO DO 
INQUÉRITO - CONSTRAGIMENTO ILEGAL EXISTENTE - SENTENÇA CONCESSIVA DA 
ORDEM CONFIRMADA - 1. Comprovado o excesso de prazo na conclusão do inquérito 
policial, deve ser mantida a sentença que concedeu a ordem de habeas corpus requerida, para 
que os Pacientes respondam ao processo em liberdade. 2 - Recurso improvido. (TRF 1ª R. 
RCHC 01000688380 - MA - 3ª T. - Rel. Juiz Osmar Tognolo - DJU 27.11.1998 - P.416).
HABEAS CORPUS - PROCESSO PENAL - INQUÉRITO POLICIAL - RÉU PRESO - EXCESSO 
DE PRAZO - Ultrapassado em muito o prazo para a remessa do inquérito policial a juízo, 
caracterizado está o constrangimento ilegal, sanável pela via do remédio heróico, nos 
termos do art. 10 do CPP. 9 TJMG - HC 147.503/7 - 2ª C. Crim. - Rel. Des. Alves de Andrade - J. 
08.04.1999).
HABEAS COPRPUS LIBERATÓRIO - Excesso de prazo - art. 10 do cpp - constrangimento 
ilegal. - o inquérito policial, estando o indiciado preso preventivamente, deve ser concluído 
em 10 dias. Excedido o prazo legal sem justificativa, caracterizado está o constrangimentoilegal, sanável via Hábeas Corpus. ORDEM CONCEDIDA. (TJCE - Apen 2000.06425-3 - 2ª C. 
Crim. Rel. Des. José Evandro Nogueira Lima - DJCE 17.10.2000).
HABEAS CORPUS - LIBERDADE PROVISÓRIA - EXCESSO DE PRAZO INJUSTIFICADO NA 
CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL - Estando o réu preso, o prazo para a conclusão 
do inquérito policial é de dez (10) dias. Se, entretanto, já passado mais de sessenta (60) dias e 
o inquérito não foi ultimado, constitui constrangimento ilegal a permanência da prisão, 
especialmente se não se trata de crime hediondo ou praticado com violência contra pessoa. - 
A liberdade provisória é regra geral nestes casos e ela só deve ser negada quando existem 
motivos para a decretação da prisão preventiva. - Ordem concedida. (TJMG - HC 000.190.256-
8/00 - C. Esp. Fér. - Rel. Des. Gudesteu Biber - J.06.07.2000).
 Por oportuno, lembremos que existem pessoas, cuja liberdade lhe foi subtraída e com o fito de 
alicerçar o quanto requerido neste Remédio Jurídico, é de bom alvitre esclarecer que contra os Pacientes 
não constam antecedentes, os mesmos exercem profissão legal, haja vista serem agricultores, exercendo 
suas atividades nos seus domicílios, onde plantam para sobreviverem.
Há que se lembrar que toda espécie de custódia provisória é a exceção. O direito do réu de 
responder o processo em liberdade é a regra. 
No presente processo, os pacientes não representam perigo algum à sociedade, nem a ordem pública 
e nem mesmo pode prejudicar a instrução criminal ou dificultar a aplicação da lei penal. 
C) DA COAÇÃO ILEGAL
Os pacientes encontram-se privados de suas liberdades por mais de 00 (quantidade de dias escrita 
por extenso), à espera da conclusão do inquérito policial, assim como, da apreciação do pedido de 
revogação da prisão preventiva, uma vez que os referidos prazos já ultrapassaram os limites previstos para 
sua conclusão.
Dessa forma, a restrição de liberdade apontada é flagrantemente ilegal e absurda, em face de 
perdurar por tão longo tempo.
Inclusive, note-se, desvirtuando por completo a finalidade da prisão preventiva, que é uma medida 
excepcional e temporária.
Ademais, não pode os pacientes sofrer com as mazelas da privação de liberdade em razão, 
exclusivamente, da ineficiência administrativa do Estado na conclusão do Inquérito Policial, assim como 
da apreciação do pedido de revogação da prisão preventiva.
A prisão preventiva, embora não tenha prazo preestabelecido, não pode alongar-se infinitamente. No 
caso in examine , data vênia, a demora é inadmissível, pois que a custódia prolonga-se, extrapolando 
qualquer juízo de razoabilidade.
Observe-se, ainda, que, in casu , sequer foi concluído o inquérito policial, que tem o prazo 
peremptório de dez dias para sua finalização. Portanto, o constrangimento ilegal iniciou-se no décimo 
primeiro dia de prisão do paciente.
Importante frisar que para a mantença da prisão preventiva é necessário que, além de serem 
obedecidos os prazos legais, haja justa causa (CPP, art. 648, I), o que, no presente caso, não ocorre. 
De fato, há de se considerar que os pacientes possuem residência fixa, são réus primários e tem bons 
antecedentes.
Para o douto Paulo Roberto da Silva Passos, o sentido de justa causa “significa o que convém ou o 
que de direito e causa, motivo, razão, origem, é necessário que se alega ou se avoca, para mostrar a justa 
causa, seja realmente amparado na lei ou no direito ou, não contravindo a este, se funde na razão e na 
eqüidade ” ( Do Habeas Corpus , Edipro, 1991, p. 78 ). 
De admirável completude o escólio de Espínola Filho: 
A falta de justa causa abrange a falta de criminalidade, a falta de prova, a não identidade da 
pessoa, a conservação indevida em prisão ao invés de ser transferida para outra ” ( Apud 
Paulo Roberto Passos , ob. cit., p. 79) 
RHC – PROCESSO PENAL – PRISÃO PREVENTIVA – Prazo – A Jurisprudência da 6ª Turma, 
STJ, firmou-se no sentido de considerar o juízo de razoabilidade para constatar 
constrangimento ilegal no prazo de constrição ao exercício do direito de liberdade” ( STJ – 
Rec.em habeas corpus n.º 4479-9 – RS – 6ª Turma – Rel. Min. Vicente Cernicchiaro ) ( grifos 
nossos) . 
Por fim, cumpre lembrar a insuperável lição do insigne mestre Pontes de Miranda:
“ O fato de estar preso o réu, por mais tempo do que a lei determina, é, insofismavelmente, 
violência ou coação por ilegalidade, ou abuso de poder. Se assim é, se o paciente, estribando-se 
na passagem constitucional, impetra o habeas corpus... e se pelos documentos prova a 
opressão, ou desleixo que em prisão ilegal importou, não sabemos como e fundado em que 
possa a instância superior negar-se a libertá-l o”. (História e Prática do Habeas Corpus, Saraiva, 
1979, 2º Volume, p. 144).
D) DA DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA DO PACIENTE
Julgadores, no caso em tela percebe-se que o motivo primordial no qual a Douta Magistrada Coatora 
embasou a decretação dos pacientes, fora a de que as suas solturas representariam um perigo eminente à 
sociedade.
Cumpre mencionarmos que a prisão preventiva, trata-se de uma medida cautelar de constrição à 
liberdade do indiciado ou réu, por razões de necessidade, respeitados os requisitos estabelecidos em lei. 
No caso em tela, tal instituto processual foi totalmente desvencilhado do seu objetivo, uma vez que não 
atendeu seus pré-requisitos.
É de ressaltar que a prisão preventiva tem a finalidade de assegurar o bom andamento da 
instrução criminal, não podendo esta se prolongar indefinidamente, por culpa do juiz ou por atos 
procrastinatórios do órgão acusatório. Se assim acontecer, configura constrangimento ilegal. 
Diante dos argumentos em que a autoridade coatora fundamentou sua decisão, percebemos 
claramente o afrontamento ao direito constitucional da liberdade, uma vez que tal instituto penalista 
prevê que a garantia da ordem pública é a hipótese de interpretação mais ampla e insegura na 
avaliação da necessidade da prisão preventiva. 
A garantia da ordem pública deve ser visualizada pelo trinômio gravidade da infração + 
periculosidade do agente. Mas, como regra, o ideal é respeitar a ocorrência conjunta dos três fatores 
(gravidade do crime + repercussão social + periculosidade do agente). 
Nessa esteira, onde a autoridade coatora foi infeliz na fundamentação da decretação da prisão 
preventiva, não há que se falar em gravidade do crime, uma vez que conforme demonstrado ao longo do 
presente remédio constitucional, não resta comprovados que os ora pacientes, são autores do crime em 
tela.
Ilibados e sensatos julgadores, acreditamos que se partimos do princípio no qual a Douta 
Magistrada Coatora, fundamentou a prisão preventiva dos pacientes, não iríamos a lugar algum e de 
certa maneira estaríamos afrontando o princípio da isonomia, ao passo que os pacientes preenchem 
todos os requisitos da revogação da prisão preventiva.
Fator que desautoriza a decretação da preventiva é o argumento de que o agente estará melhor sob a 
custódia do Estado do que solto nas ruas, onde pode ser objeto da vingança de terceiros, inclusive de 
parentes da vítima. Cabe ao indiciado ou réu procurar a melhor maneira de se proteger, se for o caso, mas 
não se pode utilizar a custódia cautelar para esse mister.
Neste sentido, verifica-se que a Eminente Magistrada Coatora não fundamentou a decretação da 
prisão preventiva em consonância aos ditames legais emanados pelo direito brasileiro, merecendo assim, o 
presente remédio constitucional ser acatado em sua íntegra.
E) DO PEDIDO DE LIMINAR
O “habeas corpus” é “remedium juris” destinado a garantir de modo rápido e imediato, a liberdade

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