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9. DIREITO PREVIDENCIÁRIO Ação ordinária de aposentadoria por idade EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA MM. VARA PREVIDENCIÁRIA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE .... - .... ...., (qualificação), portador da Cédula de Identidade/RG sob o n.º .... e inscrito no CPF/MF sob o n.º ...., residente e domiciliado na Rua .... n.º ...., em .... - ...., por sua procuradora judicial infra-assinada, advogada regularmente inscrita na OAB/...., com escritório profissional localizado na Rua .... n.º ...., nesta Capital, onde recebe intimações, vem com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 7º, XXIV, e 202, I, da Constituição Federal, artigos 48 e 143, II, da Lei 8.213/91, e artigo 282 do Código de Processo Civil, propor a presente AÇÃO ORDINÁRIA DE APOSENTADORIA POR IDADE em face do Instituto Nacional de Seguro Social - INSS, autarquia federal, devendo ser citada na pessoa de seu representante legal, com endereço na Rua .... n.º ...., em .... - ...., pelos seguintes fatos e fundamentos jurídicos: DOS FATOS O autor é segurado da Previdência Social rural, contando atualmente com .... (....) anos de idade. Na condição de trabalhador especial, sempre laborou na produção da terra, tendo comprovado, documentalmente, referido labor pelo período de .... a ..... Em data de ...., após ter completado .... (....) anos de idade, postulou, junto ao Posto de Benefícios da área rural, a concessão do benefício de aposentadoria por idade, na qualidade de segurado especial, o qual foi protocolado sob n.º ..... Todavia, o pedido supramencionado foi negado administrativamente em data de ...., sob a alegação de que perdera a qualidade de segurado. Diante de tal situação, houve por bem o autor interpor recurso à Junta de Recursos da Previdência Social, ratificando sua condição de trabalhador rural e acrescentando os fatos abaixo narrados: “sempre fui lavrador. Trabalhei em diversos locais e por último em .... - .... de .... a ...., conforme comprovei em meu processo de Benefício. Atualmente estou com .... anos, portanto, completei os .... anos em .... e continuei trabalhando até ...., quando precisei sair da lavoura por motivo de doença. Não solicitei o benefício antes porque desconhecia a nova lei, somente neste ano tomei conhecimento do novo regulamento, o qual para minha surpresa foi indeferido. Rogo aos senhores que considerem meu direito adquirido e deem provimento a este Recurso”. Entretanto, mesmo diante desta explicação, mais do que compreensível e aceitável, a Junta de Recurso manteve o indeferimento sob a mesma alegação, ou seja, perda da qualidade de segurado. Em recurso à Turma do Conselho de Recursos da Previdência Social, o autor não teve sequer seu pedido apreciado, vez que não se considerou que o mesmo tinha os requisitos necessários à sua admissibilidade, conforme consta às fls. .... e .... do dossiê administrativo em anexo. No entanto, a alegação de que perdera a qualidade de segurado não tem como prevalecer, visto que não se duvidou em nenhum momento que o Autor segurado trabalhou no campo até ...., ocasião em que já havia completado .... anos de idade, somente deixando de trabalhar por motivo de doença. Mister ressaltar que o autor completou 60 (sessenta) anos em ...., quando ainda estava na labuta, portanto, adquiriu o direito de pleitear aposentadoria na data em que se tornou sexagenário, tendo, a partir de então, o direito adquirido, isto é, teve este direito integrado ao seu patrimônio, nas palavras do ilustre doutrinador Limongi França, podendo pleitear sua aposentadoria quando melhor lhe conviesse. Assim, diante do exposto, as decisões proferidas em sede administrativa, merecem reforma, tendo em vista que o autor, quando da requisição do benefício da aposentadoria por idade, já havia cumprido com todos os requisitos necessários para a obtenção do mesmo. DO DIREITO A decisão do INSS contraria frontalmente o conjunto de provas apresentado, o direito justo, a Legislação Previdenciária e o próprio Texto Constitucional, senão vejamos: O autor comprovou perante o INSS o exercício de suas atividades rurais no período de carência exigida, através de prova documental inclusa no dossiê administrativo. Portanto, encontram-se presentes todos os requisitos básicos para a concessão da aposentadoria por idade ao rurícola, ou seja, o exercício das atividades rurais no período de carência exigida e a idade de 60 anos. Há que se considerar, ainda, que quando a Legislação Previdenciária - Lei 8.213/91, em seu artigo 143, estabelece que o período imediatamente anterior ao requerimento do benefício não se refere a qualquer prazo, até porque o autor encontrava-se exercendo atividade quando adquiriu direito ao benefício da aposentadoria por idade. A Previdência Social tem adotado uma política social irreal, e por vezes desumana, tornando-se, sobretudo, injusta e completamente desvinculada da realidade socioeconômica dos trabalhadores, ferindo, como no presente caso, os objetivos sociais e históricos que justificam o nascimento da Previdência Social. Esta instituição deve, antes de tudo, propugnar pelo atendimento ao trabalhador rural, que tanto contribui com seu trabalho, e hoje, com idade avançada, não vislumbra sequer o direito a um benefício mínimo para garantir que o mesmo não fique totalmente a mercê da bondade alheia, mesmo porque conquistou o direito a velhice digna, pois sempre trabalhou, não só para o alimento próprio, mas também para alimentar todos que dependem do sofrido e esquecido homem do campo. Distinguindo-se, não só a injustiça a que estão sendo submetidos os segurados - trabalhadores rurais, como ocorreu, in casu, com o autor, porquanto é certo que compete à Previdência Social conceder e manter benefícios para os seus segurados, a quem a Constituição Federal e a Lei evidentemente determinam e desejam assistir. Ademais, a norma infraconstitucional deve ser considerada a luz do que dispõe o artigo 5º da Lei de Introdução ao Código Civil, isto é, “devem ser interpretadas, sempre de forma que realizem sua destinação, devem ser aplicadas de maneira que estejam a favor e não contra aqueles a quem elas, evidentemente, devem assistir”, sob pena de tornar-se praticamente inaplicável para estes trabalhadores rurais o contido no artigo 7º, XXIX, e 202, I, da Carta Magna, o que não é inerente ao direito justo. A Constituição Federal de 1988 diz expressamente em seu artigo 3º que constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, “erradicar a pobreza e marginalização e reduzir as desigualdades sociais”. Ora , criando tantos empecilhos para o humilde trabalhador rural, a Previdência tem ferido frontalmente referido dispositivo, condenando-o a uma velhice pobre e indigna, aumentando as desigualdades sociais e, por consequência, o exército de marginalizados e destituídos de qualquer consideração neste país. Portanto, o autor, conforme sobejamente demonstrado, satisfaz os requisitos exigidos por força de Legislação em vigor, para a concessão do benefício da aposentadoria por idade, quais sejam, a comprovação do exercício das atividades rurais e o limite de idade de 60 (sessenta) anos. DO PEDIDO Diante do exposto, requer-se Vossa Excelência digne-se em: a) determinar a citação da Autarquia, ora ré, por meio de seu representante legal, no endereço anteriormente citado, para que, querendo, conteste os termos da presente, no prazo legal, com as advertências previstas no artigo 285 do Código de Processo Civil; b) condenar o INSS a conceder ao autor o BENEFÍCIO DA APOSENTADORIA POR IDADE, a partir do Requerimento Administrativo em data de ...., com a condenação dopagamento das prestações em atraso, corrigidas na forma da lei, acrescidas de juros de mora desde quando se tornaram devidas as prestações. Requer-se, ainda, a condenação em honorários advocatícios, estes fixados na base usual de 20% sobre o valor da condenação. Protesta pela produção de todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente testemunhal, documental, pericial e outras que se fizerem necessárias. Finalmente, requer-se a concessão do benefício da JUSTIÇA GRATUITA, tendo em vista que o Autor não tem como suportar as custas judiciais, sem o prejuízo de seu sustento e de sua família. Nesses Termos, Pede Deferimento. [Local], [dia] de [mês] de [ano]. [Assinatura do Advogado] [Número de Inscrição na OAB] Ação ordinária de cobrança em face do INSS, ante à falta de aplicação de correção monetária no pagamento de aposentadoria por tempo de serviço – INSS não aceitou o período de trabalho rural EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA .... VARA PREVIDENCIÁRIA DA JUSTIÇA FEDERAL DA SUBSEÇÃO DE ..... - SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ...... ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA em face de INSS, autarquia federal, com superintendência estadual na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., com fulcro nos artigos 282 e seguintes do Código de Processo Civil, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. PRELIMINARMENTE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA O Autor é pessoa pobre na acepção jurídica da palavra, não podendo suportar as despesas processuais e honorários advocatícios, sem o prejuízo de seu sustento e da própria família, razão pela qual requer-se o benefício da assistência judiciária gratuita, nos termos do artigo 3º da Lei 1060/50 . DO MÉRITO DOS FATOS Em .../.../..., o Autor requereu sua Aposentadoria por Tempo de Serviço - doc. anexo, e, por atraso exclusivo do ...., vez que o mesmo não aceitou o período de trabalho rural do autor, recorrendo até o CRPS - Conselho de Recurso da Previdência Social, na Comarca de ...., e, somente em .../... é que o Conselho devolveu o processo ao .... de .... para que fosse concedida a Aposentadoria por Tempo de Serviço e, consequentemente, o pagamento. Sendo que o benefício foi concedido somente em .../.../..., depois de todos os obstáculos opostos pelo próprio .... Inobstante esse fato, conforme carta de concessão/memória de cálculo expedida pelo ...., foram pagas as parcelas desde a data do requerimento do benefício, contudo, os valores estão errados, pois, como é de direito, o pagamento das parcelas do benefício deveriam, todas, terem sido corrigidas desde .... de ...., como determina a Lei. Ocorre que a Previdência, por seu critério, pagou todos os valores de .../... a .../... sem a devida correção monetária - doc. anexo. DO DIREITO Por ter sido concedida a aposentadoria somente em .../..., todos os valores dos salários benefícios retroativos à data do requerimento deveriam ter sido atualizadas monetariamente. Porém, em detrimento ao beneficiário, a Autarquia pagou os valores sem a devida correção monetária. Conforme o artigo 41, § 7º da Lei nº 8.213/81, o autor tem o direito a receber todos os valores pagos à menor, com a devida correção monetária, desde a data do requerimento até a data da concessão e efetivo pagamento, senão vejamos: “Art. 41 - O reajustamento dos valores de benefício obedecerá às seguintes normas:” § 6º - O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com atraso por responsabilidade da Previdência Social, será atualizado de acordo com a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, verificado no período compreendido entre o mês em que deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento.” Conforme já manifesto por nossos Tribunais, os valores dos benefícios, pagos com atraso, deverão ser corrigidos em suas épocas respectivas conforme a Súmula 71 do STF e após, pela Lei nº 6.899/91, por tratar-se de benefício de natureza alimentar. “In BONIJURIS 289/79 SÚMULA 8/TRF 3ª Reg. (ÍNTEGRA) - BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO - PAGAMENTO - CORREÇÃO MONETÁRIA a partir do VENCIMENTO. Em se tratando de matéria previdenciária, incide a correção monetária a partir do vencimento de cada prestação do benefício, procedendo-se à atualização em consonância com os índices legalmente estabelecidos, tendo em vista o período compreendido entre o mês em que deveria ter sido pago, e o mês do referido pagamento.” (Fonte: DJU II, 14.03.95, pág. 13.244). “In BONIJURIS 28755 SÚMULA 13/TRF - 4ª Reg. (CANCELADA) - BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO - CORREÇÃO MONETÁRIA - Revisão de CÁLCULO inicial - SÚMULA 71/TFR - LEI 6899/81. A atualização monetária de diferenças resultantes de revisão dos cálculos iniciais e dos reajustes posteriores dos valores de benefícios previdenciários é devida a partir do primeiro pagamento a menor, sendo sua contagem feita de acordo com a Súmula nº 71, do Tribunal Federal de Recursos, até o ajuizamento da ação e, após este, consoante o disposto na Lei nº 6.899/81.” (Fonte: DJU II, 05.08.93, pág. 30.128). NOTA BONIJURIS: Súmula 71/TFR: “A correção monetária incide sobre as prestações de benefícios previdenciários em atraso, observado o critério do salário mínimo vigente na época da liquidação da obrigação.” “In BONIJURIS 28749 SÚMULA 19/TRF - 1ª Reg. (ÍNTEGRA) - BENEFICIO PREVIDENCIÁRIO - SALÁRIO - PROVENTOS - VENCIMENTOS - MORA - CORREÇÃO MONETÁRIA. O pagamento de benefícios previdenciários, vencimentos, salários, proventos, soldos e pensões, feito, administrativamente, com atraso, está sujeito a correção monetária desde o momento em que se tornou devido.” (Fonte: DJU II, 11, 16 E 17.02.94). “In BONIJURIS 24874 BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO - PAGAMENTO com delonga injustificável - Inadmissibilidade - Configuração de ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA do INSS - Cabimento de CORREÇÃO MONETÁRIA - LEI 8.213/91, art. 41, § 7º. 1. Sendo o benefício pago com delonga injustificável, cabível é a imposição da correção monetária, a teor do que reza o artigo 41, § 7º, da Lei nº 8.213/91, a fim de que se obste o enriquecimento indevido da autarquia, em detrimento do empobrecimento do segurado. 2. Recurso a que se nega provimento.” (TRF/3ª Reg. - Ap. Cível n. 94.03.035931-5 - São Paulo - Ac. 2ª T. - unân. - Rel. Juiz Souza Pires - j. em 21.02.95 - Fonte: DJU II, 22.03.95, pág. 14.967). DOS PEDIDOS Diante do exposto, pleiteia-se: 1) Condenação do Instituto Réu: a) ao pagamento de todas as parcelas com a devida correção monetária, do benefício de Aposentadoria por Tempo de Serviço, devidas a partir da data inicial do pedido, acrescidos juros moratórios, com incidência dos planos de reajustes de benefícios conforme a lei; b) ao pagamento de honorários advocatícios à razão de 20% (vinte por cento) sobre o valor total da condenação, custas processuais e demais cominações legais. “Ex positis”, requer a Vossa Excelência se digne em: 1) Conceder o benefício da assistência judiciária gratuita, nos termos da fundamentação; 2) Receber a presente ação, determinando a citação do Réu, na pessoa de seu representante legal, para, querendo, no prazo legal, contestá-la, sob pena de revelia; 3) Ao final, julgar procedente a presente ação em todos os seus termos, condenando-seo Réu ao pagamento do principal, atualizado monetariamente e acrescido dos juros moratórios, custas processuais e demais cominações legais, bem como os honorários advocatícios; 4) Provar o alegado, por todos os meios probantes em direito admitidos, como o documental, requisitando o processo administrativo. Dá-se à causa o valor de R$ 000.000,00 (valor por extenso). Nesses Termos, Pede Deferimento. [Local], [dia] de [mês] de [ano]. [Assinatura do Advogado] [Número de Inscrição na OAB] Impetração de mandado de segurança ante a cassação ilegal de aposentadoria por tempo de serviço pelo INSS, sem a observância do devido processo administrativo – não reconhecimento do tempo de atividade rural EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ..... VARA PREVIDENCIÁRIA DA JUSTIÇA FEDERAL DA SUBSEÇÃO DE .... - SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ..... ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 5º, inciso LXIX da Constituição Federal e artigos 1º e 7º, inciso II da Lei nº 1.533/51, impetrar MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR em face de conduta ilegal do ....., da Comarca de ...., praticado por delegação do INSS, autarquia federal, com superintendência na comarca de ...., sediada na Rua .... nº ...., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. DOS FATOS Conforme se verifica cristalinamente pelos documentos de fls. .... a ...., o impetrante, após completar .... anos, .... meses e .... dias de serviço, teve sua aposentadoria por tempo de serviço concedida através de um processo que se desenvolveu de maneira lícita e regular junto ao impetrado. O documento de fls. ...., prova que com base na concessão de sua aposentadoria, o impetrante rescindiu seu contrato de trabalho com o Banco .... em .../.../... Logo em seguida, também por conta de sua aposentadoria, em demanda trabalhista, o impetrante quitou seu contrato de trabalho através de acordo judicial, realizado em .../.../..., conforme provam os documentos de fls. .... a .... Assim, desde .../.../..., as únicas fontes de renda do impetrante passaram a ser o benefício mantido pelo .... e a complementação de aposentadoria, paga pela .... - ...., entidade de previdência privada mantida pela empresa onde trabalhava (vide docs. fls. .... e ....). Ocorre que em .../.../..., .... meses depois de ter se aposentado, o impetrante foi surpreendido com um ofício enviado pelo impetrado (doc. fls. ....), no qual lhe foi comunicado que o tempo de serviço (.../.../... a .../.../...) havia sido computado indevidamente. Além disso, constava no referido ofício que em decorrência da supressão do período acima, o tempo de atividade rural (.../.../... a .../.../...), devidamente averbado em .../.../... (vide docs. fls. .... e ....), não poderia ser utilizado para fins de aposentadoria, de acordo com o disposto no artigo 58, XXIII, § 4º do Decreto nº 2.172 de 05.03.97. Ainda, neste ofício, concederam-lhe .... dias para apresentar novos elementos, sem os quais o benefício seria suspenso. Diante disto, o impetrante, dentro do prazo, encaminhou correspondência ao impetrado (docs. fls. .... a ....), provando que a concessão de seu benefício estava correta e expondo os motivos pelos quais o mesmo não poderia ser suspenso. Malgrado todo o trabalho realizado pelo impetrante no sentido de oferecer razões para o impetrado reconsiderar sua decisão, este nem tomou conhecimento das mesmas, limitando-se a expedir outro ofício em .../.../..., suspendendo, então, o pagamento do benefício à partir daquela data (doc. fls. ....). Tão logo tomou conhecimento da suspensão do benefício pelo ...., a ...., empresa de previdência privada que complementava a aposentadoria do impetrante, suspendeu o pagamento do complemento à partir do mês de .... de .... (vide doc. fls. ....). Assim, ante a atitude arbitrária do impetrado, ficou o impetrante privado de suas únicas fontes de renda, situação esta, que pode-lhe causar sérias e irreversíveis consequências, pois como provam os documentos acostados no presente, em função de seu desligamento e do acordo judicial firmado, não existem condições para retornar ao quadro de funcionários do Banco .... Também, em razão de sua idade e limitações do mercado de trabalho, não tem o impetrante condições de conseguir outro emprego para prover seu sustento e de sua família. DO DIREITO Como bem se expôs, verifica-se que a atitude do impetrado, suspendendo unilateralmente o benefício que foi concedido através de um processo regular, fere os Princípios do Processo Legal e da Ampla Defesa, consagrados no artigo 5º, incisos LIV e LV da Constituição Pátria. Neste sentido existe o seguinte entendimento jurisprudencial: “MANDADO DE SEGURANÇA - SUSPENSÃO DE BENEFÍCIO SEM PRÉVIO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO - IMPOSSIBILIDADE - 1. A jurisprudência do antigo Tribunal Federal de Recursos é pacífica no sentido de que ‘a suspensão ou o cancelamento do benefício previdenciário, regularmente concedido, não pode ser feita unilateralmente pela instituição previdenciária, mas depende, sempre de apuração em procedimento administrativo regular, que deve assegurar ao interessado o direito constitucional de defesa’ (cf. jurisp. Ex-TFR). 2. Entendimentos jurisprudencial e doutrinário. 3. Apelo e remessa improvidos. 4. Sentença mantida.” (TRF 1ª R. - AMS. 89.01.01737-7 - 1ª T. Rel. Juiz Plauto Ribeiro - DJU 18.05.92). “APOSENTADORIA POR IDADE - SUSPENSÃO DO BENEFÍCIO POR DECISÃO UNILATERAL DO INSS - VIOLAÇÃO AO ART. 5º, LIV, DA MAGNA CARTA - 1. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º , inciso LIV, preceitua que ‘ninguém será privado da liberdade ou de bens sem o devido processo legal’. 2. A aposentadoria por idade, ou por qualquer outra forma prevista na legislação previdenciária, só poderá ser suspensa, cancelada ou cassada mediante prévia instauração do devido processo legal, seja no âmbito administrativo ou judicial, assegurado ao benefício a ampla defesa. 3. Precedentes dos Colendos STJ, TRFs da 2ª, 3ª e 5ª Regiões e do extinto TFR.” (TFR 5ª R. - AMS 40.991/AL - 2ª T. - Rel. Juiz José Delgado - DJU 30.05.94). “BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO - SUSPENSÃO DE SEU PAGAMENTO - IMPOSSIBILIDADE - AUSÊNCIA DE PROCESSO LEGAL - ORDEM CONCEDIDA - CONFIRMAÇÃO DA SENTENÇA. - Não é de se admitir a suspensão do benefício previdenciário se as alegadas irregularidades porventura existentes em sua concessão não foram apuradas em processo regular, com infringência ao princípio constitucional da ampla defesa.” (TRF 5ª R. - AMS 44.414/RN - 2ª T. Rel. Juiz Nereu Santos - DJU 24.02.95). “SUSPENSÃO DE BENEFÍCIO POR SUSPEITA DE FRAUDE - FALTA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO - LESÃO AOS PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E DA AMPLA DEFESA - NULIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO. - Possibilidade de cumulação de ação declaratória com a condenatória, face ao princípio da economia processual, que permite tal cumulação desde que o tipo de procedimento seja compatível com os pedidos. O ato administrativo que suspendeu o benefício previdenciário padece de vício insanável, face à ausência de processo administrativo, no qual fosse garantida a ampla defesa do segurado.” (TRF 3 ª R. - AC 92.03.69.142-1 - 1ª T. - Rel. Juiz Sinval Antunes - DJU 14.11.95). Restou provado, também, o perigoda mora, pois o impetrante perdeu seu único meio de sobrevivência com a suspensão do pagamento da aposentadoria do .... e da complementação da ...., podendo sofrer prejuízos irreversíveis caso a situação permaneça como está. Ante o exposto, estando presentes os pressupostos essenciais, “periculum in mora” e “fumus boni Juris”, requer, respeitosamente a Vossa Excelência a concessão de liminar, cassando o ato impugnado e determinando ao chefe do .... - Convênios, que restabeleça imediatamente o pagamento do benefício de aposentadoria do impetrante, desde a sua suspensão, inclusive o mês de .... impago, e o mantenha até que seja julgado o mérito do presente “mandamus”. Apesar da correspondência que suspendeu o benefício (doc. fls. ....), ter mencionado apenas um motivo, verifica-se que na realidade duas as situações que levaram o impetrado a tomar essa atitude abusiva (doc. fls. ....). Senão vejamos: A primeira diz respeito ao tempo de serviço em que o impetrante laborou junto ao próprio impetrado (.../.../... a .../.../...), na época INPS, na qual existe a alegação de que este período não pode ser considerado em razão da Lei nº 6.494/77. Ora, o dispositivo legal supracitado regula a contratação de estagiários, porém não associa diretamente sua aplicação ao caso específico do impetrante, tanto que, por ocasião de sua aposentadoria, o encarregado da concessão do próprio impetrado aceitou a documentação apresentada e considerou como tempo de serviço. Pode-se observar na documentação apresentada às fls. .... a ...., que o processo de aposentadoria em questão, transcorreu de forma regular e transparente, não existindo um único vestígio sequer de fraude. Desta forma, só se pode concluir que a atitude do impetrado não passa de um grande conflito de entendimento de seus próprios funcionários. Assim, em que pese não existir à época da concessão nenhum impedimento legal a invalidar a inclusão do período de .../.../... a .../.../... no tempo de serviço do impetrante, não pode o impetrado, baseado em meras suposições de caráter interpretativo, prejudicar o benefício concedido, que assumiu a condição de ato jurídico perfeito. A segunda alegação impeditiva à concessão do benefício levantada pelo impetrado, esta mais absurda que a primeira, sustenta que o benefício concedido em .../.../... não estava correto, porque o período de .../.../... a .../.../..., foi computado indevidamente, de acordo com o artigo 58, inciso XXIII, § 4º do Decreto nº 2.172 de 05.03.97. Além do fato de que a aceitação do período anterior descaracteriza a aplicação do disposto legal acima. Está mais do que claro que o processo de aposentadoria, que transcorreu de forma lícita e regular, nos termos da legislação vigente à época de sua concessão (Lei nº 8.213/91 e Dec. 611/92) trata-se de um ato jurídico perfeito (art. 82 do Código Civil). Desta forma, a atitude tomada pelo impetrado caracteriza-se como um flagrante desrespeito ao Princípio da Irretroatividade das Leis contido no artigo 5º, inciso XXXVI da Constituição Federal e artigo 6º da Lei nº 4.657/42 (Lei de Introdução ao Código Civil), pois sendo a aposentadoria concedida em .../.../... um ato jurídico perfeito, uma norma posterior (Dec. nº 2.172 de 05.03.97) jamais poderia retroagir para prejudicá-la. Quanto à legislação que estava em vigor na data da aposentadoria do impetrante, .../.../..., cabe tecer as seguintes considerações. Tratando-se o Decreto nº 2.172/97 de um instrumento regulamentar, dependendo de Lei para surtir seus efeitos, deve-se verificar a eficácia da Lei que lhe deu origem ou melhor dizendo da Medida Provisória nº 1.523 de 14.10.96. Diz o artigo 58, XXIII, §§ 3º e 4º do Dec. nº 2.172/97 “in verbis”: “Art. 58. São contados como tempo de serviço, entre outros: (...) § 3º. O tempo de atividade rural anterior a novembro de 1991, de que trata o inciso X, dos segurados empregado, trabalhador autônomo e segurado especial, serão computados exclusivamente para fins de concessão do benefício de aposentadoria por idade, nos termos do art. 258, e dos benefícios de valor mínimo. § 4º. É vedada, a partir de 14 de outubro de 1996, a utilização do disposto no parágrafo anterior para efeito de carência de que tratam os arts. 23 a 27, de contagem recíproca e de averbação de tempo de serviço de que tratam os arts. 178 a 191, salvo se o segurado comprovar recolhimento das contribuições relativas ao respectivo período, feito em época própria.” Constata-se que o referido artigo está embasado no art. 55, II da Medida Provisória nº 1.523, publicada em 14.10.96 e que desde esta data, já foi reeditada dez vezes, sem ter sido convertida em Lei pelo Congresso Nacional até hoje. De acordo com o artigo 62 da Constituição Federal, as Medidas Provisórias perderão sua eficácia desde a sua edição se não forem convertidas em Lei no prazo de trinta dias da sua publicação. Assim, tendo em vista que as Medidas Provisórias gozam apenas do efeito “ex tunc”, com a Medida Provisória nº 1.523 não poderia ser diferente, de maneiras que o Decreto nº 2.172/97 não poderia manter a data de 14.10.96 como marco para modificação de direitos, pois como a Medida Provisória em questão não foi convertida em Lei, voltou a vigorar a Lei anterior (Lei nº 8.213/91 e Dec. nº 611/92), que nada mencionava a este respeito. Neste sentido, Clélio Chiesa, in “O Regime Jurídico-Constitucional das Medidas Provisórias” - Ed. Juruá/96, págs. 71 a 74, apresenta sua doutrina, mencionando os pareceres de outros juristas que defendem a mesma tese: “... Vale frisar que uma nova publicação da Medida Provisória não tem o condão de convalidar os efeitos gerados nos trinta dias em que a Medida estava em vigor. Portanto, se uma Medida foi reeditada seis vezes, por exemplo, mesmo que a sexta esteja em vigor, as cinco Medidas anteriores já perderam sua eficácia desde a sua publicação (efeito ‘ex tunc’) ...” ... A regra geral aplicável ao conflito de normas no tempo logo nos induz a pensar que a eficácia imediata da medida provisória, dotada de força de Lei, se faz prevalecer à norma legal mais antiga. Contudo, não devemos nos esquecer de que esta eficácia está condicionada ao benefício do Congresso, sem o qual ficam anulados, desde o início, todos os seus efeitos. Esta circunstância, na expressão de Caio Tácito, levou a doutrina a adotar uma ‘solução de compromisso’: até ser convertida em lei (o que lhe confere definitividade), a medida provisória não revoga a lei anterior, mas apenas suspende-lhe a vigência e a eficácia, que se restauram se não subsiste a medida provisória, tanto pela rejeição como pela inércia do Congresso, após o vencimento do prazo de apreciação. Fica, por essa exegese, superada a objeção de que a lei, quando revogada, somente é repristinada mediante norma expressa que a restaure. Esse é também o entendimento de Michel Temer: ‘A edição da medida provisória paralisa temporariamente a eficácia da Lei que versava a mesma matéria. Se a medida provisória for aprovada, se opera a revogação. Se, entretanto, a medida provisória for rejeitada, restaura-se a eficácia da norma anterior. Isso porque, com a rejeição o Legislativo expediu ato volitivo consistente em repudiar o conteúdo daquela medida provisória, tornando subsistente anterior vontade manifestada de que resultou a lei antes editada.’. Para Manoel Gonçalves Ferreira Filho, a derrogação ou revogação da lei anterior por uma medida provisória seria apenas aparente. Esta suspenderia a vigência e a eficácia desta lei anterior, sobrepondo-lhe a norma que edita, mas a derrogação ou revogação propriamente ditas apenas viriam de conversão emlei da medida provisória pelo Congresso. Assim, inocorrendo a conversão, perderia efeito a medida provisória, restituindo-se plena vigência e eficácia ao direito anterior. Argumenta o autor que esta solução se coaduna com o texto do art. 62, parágrafo único, primeira parte. Por derradeiro, urge consignar que as medidas provisórias, por não serem providas de eficácia permanente, não podem revogar o direito anterior. Operam, simplesmente, desde a sua edição, a suspensão da eficácia do direito anterior, caso haja incompatibilidade entre os comandos. Em que pese a Medida Provisória nº 1.523 ter sido reeditada mais do que dez vezes desde a sua edição e até o momento não ter sido convertida em Lei, nulos são os seus efeitos, assim como deve ser considerado nulo o disposto no art. 58, XXIII, § 4º do Dec. 2.172/97 tendo em vista basear-se exclusivamente na Medida Provisória que perdeu sua eficácia no período de .../.../... a .../.../..., data em que foi reeditada pela décima vez. Uma vez que considerados nulos os fundamentos legais apresentados pelo impetrado para justificar a suspensão, esta também deve ser considerada nula, restabelecendo-se o benefício do impetrante, eis que totalmente procedente ante a Legislação vigente à época de sua concessão (Lei nº 8.213/91 e De. 611/92). Por último, cabe argumentar sobre a constitucionalidade do disposto no art. 55, inciso II da Medida Provisória nº 1.523, por conseguinte do art. 58, XXIII, § 4º do Dec. 2.172/97. De acordo com a citada medida provisória e decreto, à partir de 14.10.96, o tempo de serviço rural só poderá ser contado para benefícios de aposentadoria por idade e para os benefícios de valor mínimo. Pode-se deduzir que a previdência social, ao criar tal obstáculo para os segurados que trabalharam no campo, não estava preocupada somente com a falta de contribuição no período anterior, pois admite ao segurado que comprovar atividade no regime urbano, mesmo que sem contribuição (empregado), contar tempo de serviço para todos os benefícios. Não bastasse a discriminação em razão do regime urbano e rural, é gritante a discriminação em função dos valores de aposentadoria, pois de acordo com a referida Medida Provisória o tempo de atividade rural só pode ser considerado para os benefícios de valores mínimos. Tomando-se como exemplo dois indivíduos que tenham trabalhado juntos na lavoura durante cinco anos. Por ocasião da aposentadoria, nos termos da Medida Provisória nº 1.523, o primeiro, que não evoluiu salarialmente e continua ganhando um salário mínimo por mês, terá seu benefício concedido, porém, o segundo que no decorrer de sua vida melhorou sua condição salarial e hoje ganha o equivalente a cinco salários mínimos por mês não poderá aposentar-se, tendo que trabalhar cinco anos a mais que o primeiro, como castigo por ter melhorado de situação financeira. Desta forma, evidencia-se que o art. 55, II da Medida Provisória nº 1.523 e, consequentemente o art. 58, XXII, § 4º do Dec. nº 2.172/97, por discriminarem os segurados, em razão do regime e em razão de salários, estão em desacordo com o disposto no artigo 4º, IV e artigo 194, II da Constituição Federal, pelo que deve ser declarada a sua inconstitucionalidade, tornando nulos todos os efeitos que possam prejudicar o impetrante no recebimento de seu benefício junto ao .... Por todo o exposto, a decisão ora impugnada é arbitrária, ilegal e inconstitucional, tendo em vista que, em primeiro lugar, o impetrado não pode suspender o benefício unilateralmente sem a existência de processo. Em segundo lugar porque os fundamentos apresentados para impugnar o período de atividade rural estão baseados em normas posteriores e totalmente inconstitucionais. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer a Vossa Excelência o que segue: a) concessão de liminar determinando ao Chefe ...., que restabeleça imediatamente o pagamento do impetrante, desde a suspensão, inclusive o mês de ...., com fundamento nos dispositivos Federais já citados; b) recebimento do presente mandado de segurança, notificando-se a autoridade coatora, Chefe ...., da Comarca de ...., na Rua .... nº ...., sobre o conteúdo da petição inicial, entregando-lhe a 2ª via com os documentos que a acompanham, a fim de que, no prazo de .... dias, preste informações; c) intimação do digno Representante do Ministério Público, para que se manifeste no feito; d) por fim, seja deferida a segurança conforme requerida no presente, reconhecendo o tempo de serviço, períodos de .../.../... a .../.../... e .../.../... a .../.../..., válido para todos os efeitos legais e determinando- se ao impetrado que mantenha o pagamento do benefício de aposentadoria por tempo de serviço do impetrante, nos mesmos termos em que foi deferido em .../.../... Protesta, ainda, por todos os meios de prova em direito admitidos e pela condenação do impetrado nas custas judiciais e demais cominações de estilo. Dá-se à causa o valor de R$ 000.000,00 (valor por extenso). Nesses Termos, Pede Deferimento. [Local], [dia] de [mês] de [ano]. [Assinatura do Advogado] [Número de Inscrição na OAB] Impugnação à contestação em ação que visa o pagamento de aposentadoria por tempo de serviço – a ré contesta a ação alegando a inexistência de exposição a agentes nocivos e a ausência de prova material suficiente para comprovação de todo período rural EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA .... VARA PREVIDENCIÁRIA DA JUSTIÇA FEDERAL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE ..... Autos nº ............. Autor .................. Réu Instituto Nacional do Seguro Social - INSS ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente, nos autos em que contende com o INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL - INSS, sito à Rua....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., à presença de Vossa Excelência apresentar IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. DOS FATOS A contestação apresentada em nada pode repelir a pretensão inicial, pois traz fundamentos jurídicos inaplicáveis ao pedido do Autor. A Ré contesta a presente ação alegando, em síntese, a inexistência de exposição a agentes nocivos, a ausência de prova material suficiente para comprovação de todo período rural alegado, a necessidade de recolhimento das contribuições previdenciárias para que seja realizada a averbação do período de trabalho rural em regime de economia familiar. O Autor apresentou ao caderno processual formulário DSS-........, bem como laudo técnico pericial demonstrando a exposição ao agente nocivo ruído durante o período que laborou nas empresas ...... e .... Sustenta o INSS que a exposição ao agente nocivo não ficou devidamente comprovada em razão do uso de EPIs que reduziam ou neutralizavam o agente nocivo. No entanto, conforme doc. de fls. 36 a empresa afirma que o segurado fez uso de EPIs, os quais contribuíram para redução, porém não os eliminavam. Já a empresa .... em nenhum momento afirmou que os agentes nocivos eram reduzidos ou neutralizados pelo uso de EPIs. Nas duas empresas além do ruído o Segurado estava exposto a outros agentes nocivos, conforme docs. de fls. ......., ratificando o exercício de atividade especial. Quanto à atividade rural o INSS sustenta que não existe prova material suficiente para os doze anos alegados e que se comprovado a atividadeesta somente poderá ser averbada mediante recolhimento das contribuições correspondentes. No entanto, para que fique caracterizado o início de prova material, não é necessário que os documentos apresentados comprovem, ano a ano, o exercício da atividade rural, seja porque se deve presumir a continuidade nos períodos imediatamente próximos, seja porque é inerente à informalidade do trabalho no campo a escassez de documentos. DO DIREITO A contagem do tempo de serviço rural para fins de deferimento do benefício previdenciário independe de contribuição, pois a parte dispositiva da Medida Provisória nº 1.523/96 que exigia a contribuição não restou convertida em lei. Conforme jurisprudência se depreende o que segue. “REsp. PREVIDENCIÁRIO - RURÍCOLA - APOSENTADORIA - CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA - A jurisprudência da 6º Turma, STJ consolidou-se no sentido de não ser necessária a contribuição à seguridade social para o rurícola ter direito a aposentadoria. Basta a comprovação do tempo de serviço.” Resp. nº 176.493/SP, STJ Rel. Min. Luiz Vicente Cernichiaro, 6º T. Un., DJU 17.02.99, p. 174) Por fim, alega o INSS que não está presente o requisito da idade mínima de 53 anos. Todavia, como trata-se de pedido de aposentadoria integral (por tempo de contribuição) não se faz necessário o requisito etário. DOS PEDIDOS Para fins de instrução processual, requer-se a produção de prova testemunhal para comprovação do período rural alegado, bem como a designação de perícia junto às empresas ...... para verificação da exposição ao agente nocivo ruído. Em cumprimento ao despacho de fls. ..., comunica-se que as empresas encontram-se em atividade e no mesmo endereço. Nesses Termos, Pede Deferimento. [Local], [dia] de [mês] de [ano]. [Assinatura do Advogado] [Número de Inscrição na OAB] Interposição de justificação administrativa para efeito de reconhecimento de tempo de serviço, para fins de aposentadoria - trabalhadora rural ILMO. SR. CHEFE DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS... ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Senhoria propor JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. DOS FATOS A requerente exerceu a função de trabalhadora rural no Município de .... no período de .... a ...., fazendo todos os serviços provenientes da lavoura de milho, tais como: capina, arruação e colheita, na propriedade rural pertencente a seu pai e seu sogro: .... e .... Seu sogro possuía uma propriedade rural, com área de .... (....) alqueires paulistas ou .... hectares, situado na Rua .... nº ...., Município e Comarca de .... (doc. ....), e como era de costume na zona rural, já que a requerente desde ...., quando completou 15 (quinze) anos, trabalhava na lavoura com os pais. Após seu casamento em .../.../... (doc. ....), continuou seu labor exercendo função de trabalhadora rural, em uma área de terras de .... alqueires paulistas que foi desmembrada da área total (doc. ....), para que cada filho pudesse trabalhar para sua própria subsistência. O casal, desde .... até o falecimento do marido .... em .../.../... (doc. ....), laborou neste espaço de terras, onde cultivavam a cultura de milho. Após o falecimento do marido, a Requerente continuou a laborar juntamente com os filhos: ...., nascida em .../.../..., (doc. ....), ...., nascida em .../.../... (doc. ....), .... nascido em .../.../... (doc. ....) e .... nascido em .../.../... (doc. ....), menores impúberes. A Requerente continuou exercendo a função de trabalhadora rural, em regime de economia familiar com seus filhos até .... de ...., entretanto sem Registro na Carteira de Trabalho, possuindo apenas como prova as notas fiscais de entrada de cereais do .... (docs. ....), as Declarações do Imposto de Renda (docs. ....), declaração do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de ...., (doc. ....), e Contratos de Parceria Agrícola (doc.). Corroborou ainda como prova material a cópia da transcrição de Transmissões (doc. ....), onde consta que através de formal de Partilha do Espólio de .... (sogra da Requerente), a área de .... alqueires, através da matrícula ...., foi partilhado entre os filhos da Requerente (doc. ....). Após várias tentativas de parceria agrícola, arrendamento e outros, a Requerente e seus filhos alienaram os .... alqueires paulistas de terras em .../.../... conforme certidão em anexo (doc. ....) Ocorre que atualmente a Requerente necessita justificar o período de trabalho prestado na zona rural de .... a ...., para efeitos de aposentadoria perante a Previdência Social, motivo pelo qual pleiteia a presente medida. Após ter deixado a Zona rural, a Requerente veio residir em ...., onde permanece até a presente data. No período de .../.../... a .../.../... a Requerente laborou como cozinheira em uma lanchonete (doc. ....), e a partir de .../.../... até hoje exerce um cargo na Fundação Universidade Estadual de .... Assim verificamos que caso seja aceita a Justificação Administrativa, a Requerente poderá, somando todo seu período de labor, atingir os 30 anos necessários para aposentadoria integral por tempo de serviços para mulher. Conforme acima relacionado, somado o período registrado em CTPS ao laborado em área rural, atingimos um total de .... (....) anos, .... (....) meses, e .... (....) dias. DO DIREITO Conforme dispõe o artigo 861 do CPC: “Quem pretender justificar a existência de algum fato ou relação jurídica, seja para simples documento e sem caráter contencioso, seja para servir de prova em processo regular exporá em petição circunstanciada a sua intenção.” Nos ensina Carlos Alberto Álvaro de Oliveira e Galeno em seus Comentários ao Código de Processo Civil, volume VIII da Forense: “A prova realizada na Justificação não deixa de ser apenas prova, como qualquer outra, e deve ser valorada, no momento oportuno, por quem de direito, na esfera administrativa ou judicial.” Com o início de prova material existente e através de testemunhas que conheceram a Requerente na época dos fatos, ficará plenamente Justificado o período de labor rural prestado no Município de .... Ademais no artigo 106 da Lei 8.213 versa que: “A comprovação do exercício de atividade rural far-se-á, alternativamente, através de: II - Contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural; III - Declaração do Sindicato de trabalhadores rurais (...)”. Nossos Tribunais têm assim decidido: Previdenciário. Contagem de Tempo de Serviço Recíproco. Atividade Rural e Urbana. Via Administrativa. CF, 202, § Lei 8.213/91, art. 94. “Nos casos em que se reivindica a contagem de tempo de serviço prestado na atividade rural e na urbana, mesmo se reconhecendo como auto-aplicável o art. 202, § 3º, da Constituição Federal, é imprescindível que o interessado ingresse previamente na esfera administrativa, pois não cabe ao Juiz substituir-se ao administrador e conferir, mês a mês a existência da prestação laboral e o recolhimento das respectivas contribuições previdenciárias.” (Ap. Cível nº 91.04.22640-2/Rs, 1º T. do TRF da 4º Região, DJ (seção II) de 25.08.93, p. 33.903). Inegável se torna o direito da Requerente, que comprovará através das testemunhas arroladas, corroborandoos documentos anexados a exordial. DOS PEDIDOS Isso posto, requer a Vossa Senhoria; a) Com fundamento no artigo 861 do CPC, digne-se a acolher a presente Justificação, constituindo em prova os fatos alegados, para que possa ser homologada a pretensão da Requerente, entregando-lhe a aposentadoria por tempo de serviço integral. b) A intimação do Procurador Regional em .... do INSS - Instituto Nacional do Seguro Social, para acompanhar o feito. c) Para provar o alegado, todos os meios de provas em direito admitidas, tais como: Juntada de novos documentos e provas testemunhais a seguir arroladas, que deverão ser intimadas a comparecerem ao órgão ora requerido. Nesses Termos, Pede Deferimento. [Local], [dia] de [mês] de [ano]. [Assinatura do Advogado] [Número de Inscrição na OAB] ROL DE TESTEMUNHAS: 1) ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ..... 2)....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ..... Mandado de segurança contra ato administrativo que cancelou a aposentadoria do impetrante - descaracterização do requerente como trabalhador rural EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA DA JUSTIÇA FEDERAL DE ..... ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência impetrar MANDADO DE SEGURANÇA contra ato administrativo que culminou no cancelamento de seu benefício previdenciário - aposentadoria especial - por ordem do supervisor de equipe - auditor estadual do INSS - Instituto Nacional do Seguro Social, .........., sediado em .......... na Av. .......... nº ......., ........ pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. DOS FATOS O impetrante formulara seu pedido de aposentadoria por idade em .... de ........ de ........, logrando o deferimento de tal benefício. Destarte, o impetrante percebera que o valor do aludido benefício não se coadunava com seu salário- de-contribuição, motivo pelo qual requereu, em ....... de ....... de ......, revisão da renda inicial, juntando, para tanto, seus contracheques, de forma que fosse possível o refazimento dos pré-falados cálculos previdenciários. Não fora revisto o seu benefício, mas, ao contrário disso, restou apontado, pelo impetrado, um suposto erro administrativo, consistente na descaracterização do requerente como trabalhador rural, visto que exercia a função de capataz. Tal atividade, a despeito de ser desenvolvida em zona rural e no trato direto com as lides da terra, foi enquadrada pelo Instituto Previdenciário como labor urbano, o que não permitiria a concessão da aposentadoria por idade em condições especiais de rurícola. Por conseguinte, foram estas as palavras que culminaram na suspensão do pré-falado benefício: “Considerando, principalmente, que muito embora o benefício retromencionado tenha sido obtido mediante indícios de irregularidade (Erro Administrativo), uma vez que a Empresa de .............. ao entrevistar o beneficiário em tela, obteve a seguinte informação: “... A PARTIR DE ..... TRABALHAVA COMO CAPATAZ EM SERVIÇO DE FISCALIZAÇÃO DE SUA EQUIPE POIS É O CHEFE DE SUA EQUIPE DE ORGANIZAÇÃO DE TRABALHO...” (OBS: informação devidamente corroborada pelos dados acostados no documento de fls. 08/08vº, 14) e, mesmo assim, o concedeu com total inobservância ao disposto no item 2 do Capítulo I da Parte 1 da OS/INSS/DSS/N.º 578, de 14/08/1997, que disciplina que a atividade de CAPATAZ, é caracterizada como EMPREGADO URBANO, portanto, não contemplando a redução de idade que determina o artigo 48, § 1º, da lei n.º 8.213/91 e artigo 49 do Regulamento dos Benefícios da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 2.172/97” (cf. fls. 125 do processo administrativo, onde os destaques figuram no original). Desta forma, o impetrado, cingindo-se a uma Ordem de Serviço que, claramente, divorcia-se da lei que abarca este tema, resolveu por suspender o benefício previdenciário a que faz jus o impetrante, ferindo, portanto, seu direito líquido e certo à aposentadoria, com esse malsinado ato coator. Como documento dessa impetração aboja-se, na inteireza, o processo administrativo-previdenciário. Sobranceiramente, o impetrante exercia seu mister em zona rural, trabalhando de sol a sol na lides da terra. Como se percebe de sua ficha funcional e de sua Carteira de Trabalho (fls. 8 e 11 do processo administrativo, respectivamente), houve uma progressão nas funções desempenhadas pelo impetrante, galgando posições de maiores responsabilidades, porém, sem que jamais deixasse de estar mourejando diretamente com o cultivo e o trato de atividades rurais. Como é cediço, as plantações ..................., empregadora do impetrante, constituem-se em uma enorme fazenda, onde há exploração por um grupo francês de atividades meramente agrícolas, consoante se vislumbra da CTPS encartada às fls. 11 do processo administrativo. Assim sendo, é muito comum a promoção de obreiros para cargos onde, além de exercerem o plantio, também ensinam a alguns companheiros sob sua “chefia”, sem, todavia, perderem a condição de rurícolas. O impetrante é pessoa simples, semi-analfabeto, que nunca exercera outra atividade que não a relacionada com o trato da terra, ou seja, tornar-se um inadaptado no meio urbano, talvez engrossasse a fila dos favelados. Portanto, o que se questiona não é o trabalho do impetrante, que está plenamente comprovado no processo administrativo pelos documentos acostados e aceitos pelo Instituto-impetrado. O cerne da questão radica-se, unicamente, na interpretação dada por uma Ordem de Serviço que, simplesmente, taxou ser a profissão de capataz como de índole urbana, contrariando, por completo, a natureza deste labor e a legislação federal que rege a matéria. É perceptível, portanto, que a vexata quaestio é puramente de direito e, por conta disso, torna plenamente cabível o seu deslinde via o remédio heroico. DO DIREITO I - Da ilegalidade que macula a Ordem de Serviço de nº 578, de lavra do INSS, que aponta, como urbana, a atividade de capataz: Preambularmente, há que se ressaltar que a natureza das atividades profissionais, quer sejam urbanas ou rurais, não podem ser dadas por uma Ordem de Serviço, visto que há outros normativos, hierarquicamente superiores, que norteiam o tema. Desta forma, não pode o impetrado tratar do tema ao arrepio do ordenamento jurídico, efetivando uma interpretação completamente dissociada do contexto legal. Primeiramente, invoca-se a Lei n.º 5.889/73, que, em seu artigo 2º, define quem são esses trabalhadores, verbis: “Trabalhador rural é toda pessoa física que em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviço de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário”. Percebe-se, icto oculi, que há um normativo federal que giza que todo aquele que presta serviço não- eventual a empregador rural, em propriedade rural ou prédio rústico é trabalhador rural. A princípio, há de se notar o local onde a prestaçãolaboral se realizou. Tem-se claro que se trata de zona rural, sendo situada na BR 163, Km 16,5, a ............ Ora, é de notório conhecimento que tal empresa constitui-se numa fazenda que se destina ao cultivo de produtos agrícolas. É, portanto, zona rural, como, repisa-se, está inserto na CTPS (fls. 11 do processo administrativo em anexo). Desta forma, por uma simples interpretação gramatical, conclui-se que: todo aquele que presta serviço em prédio rural, independentemente da atividade exercida (seja a de lavrador, ordenhador, administrador, etc), há de ser tido na conta de rural. A despeito da evidência do sentido literal do normativo retro-citado, colaciona-se o ensinamento do festejado juslaborista, AMAURI MASCARO NASCIMENTO, que em seu Curso de Direito do Trabalho, 10ª ed., Ed. Saraiva, pág. 555, assim preleciona: “Sujeitos do contrato de trabalho rural são, de um lado, o empregador, assim entendida toda pessoa que exerce atividade agro-econômica, inclusive a exploração industrial em estabelecimento agrário, e, de outro lado o empregado rural. Empregado rural é o trabalhador que presta serviços em propriedade rural, continuadamente e mediante subordinação. Assim, será considerado como tal o trabalhador que cultiva a terra, que cuida do gado, e o pessoal necessário à administração da empresa ou atividade rural”. (os destaques não figuram no original). Ora, como poderia um empregado ser considerado rural para todos os fins, advindo sua definição de leis federais e, no que pertine ao âmbito previdenciário, deixar de sê-lo por força de uma Ordem de Serviço? Como se vê, tal ato viola o sistema normativo em tela, ou, melhor dizendo, malfere a hierarquia das normas que vige em nosso ordena-mento jurídico, onde a de escalão inferior busca fundamento de validade na que lhe é superior. Traz-se à colação o magistral ensinamento doutrinário de MICHEL TEMER, que em seu “Elementos de Direito Constitucional”, 10ª ed, Ed. Malheiros, pág. 21, bem elucida acerca da hierarquia das normas, nos seguintes termos: “Diferentemente dos sistemas normativos (ético, moral, religioso), em que os preceitos se alinham uns ao lado de outros, formando dezenas, centenas, milhares de normas, no Direito verifica-se uma estrutura escalonada de normas que, a final, perfazem a unidade. Dezenas, centenas, milhares de preceptivos acabam por reduzir a uma única norma. Explica-se: no Direito uma norma indica a forma de produção de outra norma, bem como o seu conteúdo. Daí o escalonamento normativo em que uma norma constitui o fundamento de validade de outra. Figuremos exemplo esclarecedor: o Chefe de Seção de repartição pública indefere requerimento por mim formulado. Expediu ele comando individual. Sendo assim, devo verificar se tal preceito firmado por agente público é consoante com normas superiores. Devo compatibilizar aquela ordem com a portaria do Diretor de Divisão; esta com a Resolução do Secretário de Estado; a Resolução com o Decreto do Governador; este com a Lei Estadual; a Lei Estadual com a Constituição do Estado (se se tratar de Federação); esta com a Constituição Nacional. Tudo para verificar se os comandos expedidos pelas várias autoridades, sejam executivas ou legislativas, encontram verticalmente suporte para a sua validade. Casa comando normativo encontra respaldo naquele que lhe é superior. Se falhar essa verticalidade fundamentadora, posso insurgir-me contra a ordem expedida em função de meu requerimento.” É entendimento jurisprudencial pacífico, o fato de se ter as empresas agroindustriais na conta de rurais. Traz-se à baila, destarte, este ex-certo pretoriano, verbis: “PREVIDENCIÁRIO. CONTRIBUIÇÃO. EMPRESA AGROINDUSTRIAL. 1. A partir da vigência do Estatuto do Trabalhador Rural, em 1963, o que determina a condição de trabalhador rural é o local em que aquele presta seus serviços, ou seja, o estabelecimento rural ou prédio rústico. 2. As empresas agroindustriais têm empregados filiados à previdência rural. 3. Ilegalidade do ato que lhes exige recolhimento de custeio da previdência urbana. 4. Apelação provida. Decisão: Por unanimidade, dar provimento à apelação nos termos do voto da Exma. Sra. Juíza Selene Maria de Almeida, convocada segundo a Resolução BA 05 de 16/06/1998 - TRF - 1ª Região” (AMS - 91.01.02917-7/MT; APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. Relator JUÍZA SELENE MARIA DE ALMEIDA. 4ª Turma, DJ 26/11/1998, p. 122; sem destaques na fonte). Colaciona-se, ademais, este outro aresto: “PREVIDENCIÁRIO - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - EMPRESA AGROINDUSTRIAL. 1. AS EMPRESAS AGROINDUSTRIAIS TEM EMPREGADOS FILIADOS A PREVIDÊNCIA RURAL. 2. ILEGALIDADE DO ATO QUE LHES EXIGE RECOLHIMENTO DE CUSTEIO DA PREVIDÊNCIA URBANA. 3. AGRAVO REGIMENTAL PROVIDO E EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS” (Proc. n.º 89.01.17661-0/MT; AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO; Relator JUÍZA ELIANA CALMON, 4ª Turma, DJ 26/08/1991, pág. 19.966; o negrito não figura no texto original). Outrossim, as atividades do impetrante eram de lida direta com o plantio e cultivo da terra, repisa- se, nunca deixando de laborar neste tipo de lida, mesmo porque o mesmo não possui qualquer qualificação que o capacitasse para trabalho diverso do que desenvolvia. De outro giro, colaciona-se, ainda, a definição de empregador rural fornecida, igualmente, pela Lei 5.889/73, artigo 3º, litteris. “Considera-se empregador rural, para os efeitos desta Lei, a pessoa física ou jurídica, proprietária ou não, que explore atividade agro-econômica, em caráter permanente ou temporário, direta-mente ou através de prepostos e com auxílio de empregados. Nota-se, mais uma vez, que a norma, de maneira harmônica, espancando quaisquer dúvidas que pudessem acercar-se do tema, coloca como empregador rural aquele que explora atividade agro- econômica. Logo, no casu sub examine, tem-se, notoriamente, que as Plantações ..... atuam no ramo campestre, tal como figura na Carteira de Trabalho do impetrante a espécie de estabelecimento como sendo ‘agrícola’ (fls. 11 do processo administrativo ora abojado). De lés a lés, tem-se que o impetrante encontrava-se regular-mente filiado ao sindicato dos trabalhadores rurais, mesmo depois de ter sido promovido a capataz, consoante se vislumbra às fls. 6-verso do processo administrativo ora coligido, assim como se dessume de sua carteirinha de filiado, onde, mais uma vez, consta a sua atividade como trabalhador rural na Fazenda ....., que, sabidamente, é o mesmo que Plantações ................... (cf. documentos anexos, colacionados após o processo administrativo). Como poderia um trabalhador urbano ser sindicalizado em uma associação rural? Seria um seu puro diletantismo? Tem-se, portanto, que a pré-falada Ordem de Serviço (como tem ocorrido com dezenas desta espécie normativa) veio à lume maculada de ilegalidade, visto que não observa as regras que regulam esta matéria, tratando o assunto de forma diversa, esboroando o sistema de escalonamento legal. Desta forma, o impetrante sempre foi trabalhador rural, fazendo jus, pois, à aposentadoria por idade aos sessenta anos, e o mesmo é sexagenário, não havendo, portanto, nenhum erro administrativo na concessão de seu benefício, devendo, isso sim, ser reimplantado de plano, dado à flagrante ilegalidade da Ordem de Serviço nº 578. Ressai, destarte, o direito líquido e certo do ora impetrante, já que o fato - trabalho rural - não depende de qualquer dilação probatória já que documentalmente comprovado, assim como, de pronto, é contrastável a ilegalidade da pré-falada Ordem de Serviço. Nesta senda, por sinal, está o ensinamento de SÉRGIO FERRAZ, que em seu Mandadode Segurança - Aspectos Polêmicos, 1ª ed., Ed. Malheiros, pág. 25, onde averba que: “A liquidez e certeza do direito subjetivo do impetrante dependem, única e exclusivamente, da liquidez e certeza dos fatos sobre os quais deve ocorrer, sempre, a incidência do Direito Positivo”. II - Da necessidade de concessão de liminar - presença de seus requisitos: periculum in mora e fumus boni iuris: Como se observa do processo administrativo anexo, assim como dos outros documentos ora abojados, o requerente encontra-se aposentado desde ........., ou seja, há mais de 5 (cinco) anos, tendo sido feito o seu desligamento da empresa em virtude desta sua aposentadoria. O benefício previdenciário que o impetrante recebia, constituía-se em sua única fonte de renda, de onde tirava os parcos recursos para a sua sobrevivência, adquirindo, minimamente, os alimentos e remédios necessários à sua mantença, extremamente agravada pela idade que pesa em seus cansados ombros. Face à “interpretação” emprestada pela (mal)dita Ordem de Serviço, encontra-se o impetrante em completo desamparo, visto que vive só e não tem, sequer, de onde retirar recursos para garantir sua sobrevivência., sendo, infelizmente, mais um indigente criado pela sanha governamental de cortes aos direitos humanos e sociais, timbrados na órbita previdenciária (cf. art. 6º da Constituição Federal). Como se percebe, o impetrante deixou de receber seu benefício no mês de setembro próximo passado (documento colacionado). É, então, imperioso que lhe seja reimplantado seu benefício, visto que este possui natureza alimentar, e negá-lo, neste caso, seria matar de inanição um ancião que laborou a vida inteira nas duras lides da terra em prol deste país, que, infelizmente, hoje pretende a sua defenestração. O impetrante conta, hodiernamente, com 67 (sessenta e sete) anos de vida, não tem emprego e conseguir uma colocação no mercado de trabalho atual, onde milhares de fortes jovens estão desempregados, é simplesmente impossível ou de escassa viabilidade. De que adiantaria, por conseguinte, vir a ter êxito no mandamus daqui a um certo lapso temporal, se, até lá, corre sério risco de vir a sofrer a pecha da fome e do desamparo. Assim sendo, o caminho é a implantação liminar de sua aposentadoria, coarctada por força de uma írrita Ordem de Serviço. Configurado resta, portanto, o perigo da demora da entrega da prestação jurisdicional, se ela não vier por conta de sua concessividade liminar neste writ. Já, o fumus boni iuris radica-se no fato, comprovado pela Carteira de Trabalho do impetrante, sua ficha funcional, sua carteira de sindicalizado, anexados nesta ordem de segurança, que ele laborou na empresa “Plantações ...................”, lidando com o cultivo da terra, não havendo modificação em seus misteres por ter assumido a função de capataz, sendo, portanto, um inescondível trabalhador rural. É, destarte, por demais plausível o direito invocado pelo impetrante, qual seja, a ilegalidade da Ordem de Serviço de nº 578, de lavra do Instituto impetrado. Presentes, desta feita, estão os pressupostos balizadores da concessão da liminar que se aspira e, desse modo, não há como a mesma ser denegada. Neste compasso, inclusive, é a posição jurisprudencial: “Os dois requisitos previstos no inciso II (fumus boni iuris e possibilidade de lesão irreparável ou de difícil reparação) são essenciais para que possa ser concedida a medida liminar” (STF - pleno, RTJ 91/67). III - Do Benefício da Justiça Gratuita: O impetrante é pobre, na forma da lei, requerendo, por isso, o benefício da justiça gratuita, com a isenção das custas judiciárias, conforme reza os arts. 2º e 3º, ambos da Lei 1.060/50. E, para tanto, junta-se, com o mandamus, a declaração de seu estado de miserabilidade. DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer digne-se Vossa Excelência em: a) deferir o pedido de liminar, por estarem presentes os requisitos do periculum in mora e do fumus boni iuris, a fim de que seja declarada a ilegalidade da Ordem de Serviço de nº .........e, consequentemente seja a autoridade coatora compelida a reimplantar o benefício da impetrante; b) notificar a autoridade apontada como coatora para, querendo, prestar as informações que julgar necessárias, no prazo estabelecido em lei; c) dar vista do feito ao ilustre representante do Ministério Público Federal; d) conceder, ao final, o presente mandamus, para que, ratificando-se a liminar, o benefício do autor seja reimplantado definitivamente, bem como, textualmente, declarada a ilegalidade da Ordem de Serviço de nº 578 que divorcia-se do art. 2º da Lei nº 5.889/73. Dá-se à causa o valor de R$ 000.000,00 (valor por extenso). Nesses Termos, Pede Deferimento. [Local], [dia] de [mês] de [ano]. [Assinatura do Advogado] [Número de Inscrição na OAB] Pedido de aposentadoria por tempo de contribuição EXMO. SR. DR. JUIZ DA ..... VARA PREVIDENCIÁRIA DA JUSTIÇA FEDERAL DE ..... - SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ..... ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor AÇÃO ORDINÁRIA PREVIDENCIÁRIA DE PEDIDO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. em face de INSTITUTO NACIONAL E SEGURO SOCIAL - INSS, por meio da Gerencia Regional de ........, na pessoa de seu representante legal, com sede na ........., nº .........., Centro, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. PRELIMINARMENTE 1. DA JUSTIÇA GRATUITA Requer-se, a concessão da Justiça Gratuita, tendo em vista o estado de precariedade do Autor e o caráter alimentar da pretensão, e por ser pessoa pobre na acepção do termo, não possui no presente momento, condições financeiras para arcar com as despesas processuais da presente ação. DO MÉRITO DOS FATOS 1. HISTÓRICO O Autor nasceu em ..... de ...... de ......., natural de ......., Estado de ........., filho de ......... e de ..........., por ter nascido no meio rural, como de costume iniciou o seu ofício seguindo o modo de vida de seu genitor, começando cedo na lida da roça. Em ........, aos ....... anos de idade e residindo na zona rural de ............, Estado de .........., trabalhou juntamente com seus familiares, na propriedade do Senhor ........., no imóvel rural lote nº......., situado na Estrada......., ......, Município de ......, Estado de............ O trabalho rural nesta época consistia no cultivo de lavoura branca - (capina), dobra e colheita de milho, batedouro, colheita e arrancamento de soqueira de arroz, colheita de feijão, batatas, etc... Considerando que o autor completou ........ anos de idade em........ temos como termo inicial de contagem este dia e termo final o dia ............ Para provar o alegado, o autor juntou no processo administrativo: Declaração do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de ........... Certificado de Dispensa de Incorporação, emitida em ..........., onde consta a profissão do Autor como LAVRADOR; DOCUMENTO NÃO IDENTIFICADO, onde consta a profissão do Autor como LAVRADOR, emitida em ........... Declaração do proprietário do Imóvel rural .............i; No processamento administrativo, a Autarquia Previdenciária, ao proceder a Justificação Administrativa, reconheceu o labor rural do Autor no período de 1964 a 1971, ocultando o reconhecimentodo período anterior. Data Vênia, Excelência, o INSS agiu de forma arbitraria ao deixar de reconhecer o período integral. Os documentos juntados que instruem a presente ação, comprovam o direito do Autor e também afirmam que se o mesmo laborou na lavoura no período de 1964 a 1971, é obvio que em 1960 o Autor estava trabalhando na lavoura. 2. DO TRABALHO URBANO. Com as dificuldades do trabalho no meio rural, o Autor veio para a cidade, onde passou a trabalhar como empregado, conforme registros na CTPS. No resumo de calculo fornecido pelo INSS, o Autor conta com o tempo de 26 (vinte e seis) anos, e 21 (vinte e um) dias de contribuições previdenciárias. Comercio de....... Comercio de ...... DO DIREITO 1. DO TRABALHO INSALUBRE O Autor tem respaldo no art 57, da lei 8.213/1991, o qual dispõe: “A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquei a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei”. (Caput com redação determinada pela lei 9032/1995). A doutrina ratifica a legislação, conforme descreve Daniel Machado da Rocha e José Paulo Baltazar Junior, em Comentários à Lei de benefícios da Previdência Social, segunda edição, que: “Antes da edição da lei 9032/1995, os decretos que tratavam da aposentadoria especial, constata-se que as condições especiais - ensejadoras do direito à jubilação com um tempo de serviço menor do que os exigidos para os demais trabalhadores - eram valoradas sob dois ângulos: os profissionais, tais como engenheiros químicos e motoristas de ônibus, (podemos citar aqui o motorista de caminhão - grifos nossos), nos quais presumia-se que os exercícios dessas profissões sujeitava os trabalhadores a agentes agressivos..” Neste sentido é o entendimento jurisprudencial PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA. ESPECIAL. MOTORISTA. TEMPO DE SERVIÇO. PROVA. 1 - É de ser deferida a aposentadoria especial, quando plenamente demonstrado que o Autor exerceu atividade penosa por tempo superior ao indicado em regulamento. 2 - Estando a atividade de motorista classificada como insalubre, desnecessária a realização de perícia para comprovar o que o regulamento presume existir. (...) ( AC nº 90.426386-1 RS, TRF 4º R) Deste modo o Autor está caracterizado de acordo com o anexo do Decreto 2.172/1997, no item I, nº 60.26.7, classificado com grau 03 (grau grave), alíquota 3.00%. Como se desprende dos fatos, o INSS deveria ter deferido a conversão dos períodos supramencionados, multiplicando se pelo fator 1.4, e incorporá-los aos períodos já reconhecidos, um dos motivos, pelo qual o Autor vale-se da presente ação. 2. DO TEMPO TOTAL DE SERVIÇO. Tempo trabalhado Anos Meses dias Área Urbana 29 06 00 Condições especiais (fator 1.4) 06 08 00 Pagamento IAPETC 08 11 00 Total de tempo 45 08 00 O Autor cumpriu o tempo exigido pela Legislação Previdenciária, com o tempo de 45 (quarenta e cinco) anos, 08 (oito) meses e 00 dia, excedendo, dessa forma, o tempo de serviço necessário à concessão do beneficio. 3.DA TUTELA ANTECIPADA Com ad vento da lei n. 8.952/94, foi instituída a antecipação da tutela final como meio de dar efetividade a pretensão assas plausível, impedindo, assim, a agonia da tardia ou ineficaz satisfação. Em sede de Demanda Previdenciária a agonia ou ineficaz satisfação é mais saliente ainda, porque os benéficos ou proventos visam substituir a remuneração percebida na ativa, evitando-se assim, que o be4neficiado fique privado dos meios necessários à existência. Diversamente daqueles que busca o substitui a atividade remunerada pela aposentadoria, a Autora buscou o beneficio da aposentadoria tendo em vista entender já ter preenchido todos os requisito exigidos pela lei para se aposentar por tempo de serviço. A antecipação dos proventos pleiteados nesta demanda ficam vinculados aos preenchimentos de três requisitos, vale dizer, (a) Prova inequívoca que leve a um juízo de probabilidade da pretensão: (b) Fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, e (c) Inexistência de perigo de irreversibilidade dos efeitos fáticos do provimento. O primeiro pressuposto, ou seja, prova inequívoca que eleve a juízo de probabilidade da pretensão emerge dos inúmeros documentos juntados nestes autos. Em segundo lugar, a natureza alimentar dos proventos uma vez que ele substitui o salário pago em decorrência a atividade laboral e como tal tem a mesma natureza de propiciar a substancia de quem deles necessita. E mais, se Autor busca o Poder Judiciário, para haver confirmado o seu direto a aposentadoria, consequentemente, aos proventos é porque deles necessita. Deste modo, os documentos e a prova testemunhal acentuam - e comprovaram sobre maneira o trabalho do Autor por um período de 35 anos, concretizando, outrossim, o significado jurídico ensejado da inatividade remunerada prevista no Art. 201, § 7o , inciso I , da Constituição Federal, onde se lê que o homem lhe será assegurado o direito á aposentadoria após os trinta e cinco anos de trabalho. E da vivificação dessa norma Isto é, da adequação dos fatos (Trabalho e tempo), com a norma constitucional imerge o direito subjetivo do Autor a aposentadoria. Portanto, muito mais que probabilidade, há assim realidade que implica ainda mais a necessidade da antecipação da tutela. È necessário, ainda, fundado receio de danos irreparável ou de difícil reparação, que sobre sai, em primeiro lugar, da lógica tramitação da Demanda previdenciária que consomem nunca menos a de 05 (cinco) anos, segundo o escólio do Eminente do Magistrado Federal do TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL, DA 4O região Juiz PAULO AFONSO BRUM VAZ, em artigo incluso na Rev . Síntese Trabalhista, vol. 73, Jul/95, pág. 21 a 27, Antecipação da Tutela em matéria previdenciária, onde afirma dentre outros argumentos que ENCARADOS SOB O PRISMA DA DEMANDA, RESTAM AINDA MAIS FRACOS ELES DESAMPARADOS, SUBMETIDOS QUE FICAM Á DEMORA DA TRAMITAÇÃO DO PROCESSO ORDINÁRIO. NUNCA MENOS DE CINCO ANOS SÃO CONSUMIDOS ATE QUE POSSAM USUFRUIR DOS EFEITOS PECUNIÁRIOS DA BENESSE PREVIDENCIÁRIA. No sentido acima o acórdão da Terceira Câmara Civil do TJSP no AI n. 61.559-1, julgado a 05/11/1985, citando Yussef Said Cahali, in verbis: Outro não é o ensinamento do Juiz Paulo Afonso Brum Vaz, artigo retro citado, ao dizer que NÃO SE PODE NEGAR QUE ESTA NATUREZA ALIMENTAR DA PRESTAÇÃO BUSCADA, ACOPLADA À HIPOSSUFICIÊNCIA DO SEGURADO, E ATE A POSSIBILIDADE DE SEU ÓBITO NO CURSO DO PROCESSO, EM RAZÃO DA SENSIBILIDADE OU DO PRÓPRIO ESTADO MOVIDO, PATENTEIA UM FUNDADO RECEIO DE DANO IRREPARÁVEL OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO RECOMENDANDO CONCESSÃO DA TUTELA ANTECIPADA. “A Expressão “início de prova material” desdobra-se em três partes: a) deve ser incipiente, dispensada a prova exaustiva; b) deve ser razoável, isto é, ser acolhida pelo senso comum; e c) deve ser material, não se aceitando a apenas testemunhal. Se no começo, no meio e no fim de um certo período apresentou prova do trabalho, admite-se que o prestou todo lapso de tempo” Assim, os documentos apresentados pelo Autor concretizam aquilo que a norma previdenciária tem por início de prova material (art. 55, § 3º, da Lei n.º. 8.213/91). Permitindo-se, deste modo, a comprovação do tempo de serviço rural para fins de aposentadoria urbana, porquanto com a confirmação dos fatos representados nos documentos coligidos nestes autos e pelas testemunhas a 0serem no futuro inquiridas a verossimilhança de que o Autor trabalho na roça dará lugar a realidade. Em virtude disso deve ser somado
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