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COMPETÊNCIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO EC Nº 45/2004 COMPETÊNCIA MATERIAL DA JT NA CF/88: Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; II as ações que envolvam exercício do direito de greve; III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; V Conflitos de competência entre órgãos c/ jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102,I,o; VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. § 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. § 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. CONCEITO: delimitação do exercício da juridição. Princípio da Tipicidade e Indisponibilidade da Competência As competências dos órgãos constitucionais devem estar previstas expressamente na CF. E uma vez disciplinadas as regras de competência, não poderá haver sua transferência para órgãos distintos. STF> se houver um vácuo de competência, sempre existirá um juízo competente para processar e julgar a demanda. KOMPETENZ-KOMPETENZ: cada juiz é o juiz da sua própria competência. Cabe a cada um decidir se é ou não competente para determinada ação. Mesmo se for incompetente, resta-lhe o mínimo de competência para ele mesmo fazer esse controle. PERPETUAÇÃO DA JURISDIÇÃO: após a distribuição da demanda, fixa-se a competência, garantindo ao jurisdicionado que não haverá mudança. Art. 43 CPC. Segurança Jurídica. Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimem órgão do judiciário ou alterem a competência absoluta. Exemplo: João, agente comercial, ajuíza a Reclamação trabalhista na cidade de Campinas, onde possuía domicilio no momento da fixação da competência (CLT, 651, §1º). Assim, mesmo que venha a mudar de domicílio posteriormente, a competência não será alterada. ATENÇÃO!!!! Há duas exceções: SUPRESSÃO DO ÓRGÃO JUDICIÁRIO E ALTERAÇÃO DA COMPETÊNCIA ABSOLUTA (MATÉRIA, PESSOA OU FUNÇÃO). Para a segunda exceção, o entendimento atual é de que só haja transferência da competência nos casos em que não há sentença. SÚMULA VINCULANTE 22 STF: a Justiça do trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente do trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro graus quando da promulgação da EC 45/04. DISTRIBUIÇÃO: art. 713 CLT. Quando houver mais de um juiz, deverá haver a distribuição dos processos. Evita que as partes escolham o juiz de sua preferência. - No processo do trabalho, O VALOR DA CAUSA NÃO É CRITÉRIO para delimitação da competência, mas serve tão somente para definir O RITO PROCESSUAL (sumário, sumaríssimo ou ordinário). COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA X DERIVADA ORIGINÁRIA: corresponde à competência atribuída ao órgão que irá analisar a causa em primeiro lugar. Em regra, pertence aos juízos de primeiro grau (varas). Entretanto, nos casos de Dissídio Coletivo e ação rescisória, a competência originária será de um tribunal. DERIVADA: recursal ou hierárquica. Em regra, é competência dos Tribunais. COMPETÊNCIA EXCLUSIVA X CONCORRENTE EXCLUSIVA: não dá alternativa para o reclamante, indicando um único órgão para seu ajuizamento. CONCORRENTE: decorre da opções que a própria lei oferece. Art. 651 CLT §1º e 3º CLT. Nesse sentido, escolhido o juízo, após a distribuição, fixa-se a competência, não podendo ser alterada posteriormente, salvo exceções acima. Ainda, o juízo se torna prevento, não podendo ser ajuizada a mesma demanda em outra localidade. COMPETÊNCIA ABSOLUTA X RELATIVA ABSOLUTA: criada em razão do interesse público. As partes não têm liberdade para escolher. Tem natureza obrigatória (cogente). Em razão disso, a incompetência absoluta pode ser alegada por todos os sujeitos do processo, inclusive ser conhecida de ofício pelo juiz. Pode ser alegada a qualquer tempo e grau de jurisdição. O TST não admite a alegação de incompetência absoluta nas instâncias superiores, exigindo-se o pré-questionamento (OJ 62 SDI I TST). OJ 62 da SDI-II: é necessário o PREQUESTIONAMENTO como pressuposto de admissibilidade em recurso de natureza extraordinária, AINDA QUE SE TRATE DE INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA. Competência ABSOLUTA: MATÉRIA, PESSOA, FUNCIONAL. - A incompetência absoluta gera nulidade absoluta do processo (nulidade dos atos decisórios). Pode ser alegada até mesmo na ação rescisória. RELATIVA: TERRITORIAL. Privilegia a vontade das partes. A lei define um juízo competente, permitindo às partes modifica-lo. Não pode ser conhecida ex officio (OJ 149 SDI II). Pode ser alegada pelo MPT nas causas em que atuar. ATENÇÃOOOOO!!!!! REFORMA TRABALHISTA: EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA NÃO É MAIS NO BOJO DA CONTESTAÇÃO. DEVERÁ SER APRESENTADA EM PEÇA AUTÔNOMA. ART. 800 CLT. PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA: se não for alegada a incompetência relativa, o juiz que era incompetente, torna-se competente. - Sendo alegada a incompetência relativa, o juiz incompetente encaminhará os autos ao juízo competente, sendo válidos todos os atos praticados, inclusive os decisórios, até que outra decisão seja proferida. Pode ser alterada por: PRORROGAÇÃO, CONEXÃO E CONTINÊNCIA. Conexão: pedido ou causa de pedir em comum, (art. 55 CPC). Os processos serão reunidos para serem decididos juntos, exceto se já houver decisão em um deles. Continência: mesmas partes, causa de pedir, mas o pedido de uma é mais amplo e abrange os demais. (art. 56 CPC). - Verificada a conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, pode ordenar a reunião de ações. Os autos serão enviados para o JUÍZO EM QUE FOI DISTRIBUÍDA A PRIMEIRA AÇÃO (a prevenção dá-se com A DISTRIBUIÇÃO DA RECLAMAÇÃO). ABSOLUTA RELATIVA ESPÉCIES Competência material; competência em razão da pessoa e funcional Competência territorial; MOMENTO DE ALEGAÇÃO Qualquer tempo e grau de jurisdição; exceto instância superior que depende de prequestionamento 5 dias a contar da notificação e antes da audiência CONHECIMENTO DE OFÍCIO Pode ser conhecida de ofício Não pode FORMA DE ALEGAÇÃO Preliminar de contestação, qualquer petição e até oralmente na audiência Exceção de incompetência em peça autônoma. MODIFICAÇÃO Nãopode ser modificada Pode ser modificada por prorrogação, conexão ou continência. NULIDADE Gera nulidade absoluta Gera nulidade relativa AÇÃO RESCISÓRIA Pode ser objeto de ação rescisória Não pode ser objeto COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA E DA PESSOA: o art. 114 da CF/88 estabelece a competência da Justiça do Trabalho, abaixo analisada. 1. AÇÕES ORIUNDAS DA RELAÇÃO DE TRABALHO, ABRANGIDOS OS ENTES DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DF E DOS MUNICÍPIOS - Com a EC 45/04, a Justiça do Trabalho passou a ser competente para julgar ações referentes à relação de TRABALHO (gênero). A relação de EMPREGO é uma espécie da relação de trabalho, assim como o trabalho autônomo, o estágio, o trabalho voluntário etc. RELAÇÃO DE TRABALHO Relação de emprego Trabalho autônomo Trabalho eventual Estágio Trabalho avulso Trabalho voluntário Entretanto, há observações sobre a diferença entre as relações de consumo e de trabalho: A relação de consumo é bifronte: do ângulo do consumidor, há uma relação de consumo (justiça comum); do lado do prestador de serviço, há relação de trabalho (justiça do trabalho). Competência da Justiça do Trabalho para julgar as ações propostas pelo prestador de serviços ou pelo consumidor em face do prestador de serviço. Competência da Justiça Comum para julgar as relações de consumo. Consumidor (destinatário final) ≠ tomador de serviços (destinatário intermediário). Entendimento majoritário (STJ)* *Súmula 363 do STJ: COMPETE À JUSTIÇA ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR A AÇÃO DE COBRANÇA AJUIZADA POR PROFISSIONAL LIBERAL CONTRA CLIENTE (relação de consumo, não de trabalho). HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS: JUSTIÇA ESTADUAL. - A JUSTIÇA DO TRABALHO NÃO TEM COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR AÇÕES PENAIS (ADI 3.684), inclusive nem crimes contra a organização do trabalho. REPRESENTANTES COMERCIAIS: cabe à Justiça do Trabalho julgar o contrato, exceto as controvérsias entre duas pessoas jurídicas. *AINDA HÁ REx pendente no STF para definir. - ENTES DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO: o STF entende que, nas causas de natureza trabalhista, o ESTADO ESTRANGEIRO (embaixadas e repartições) se submete à jurisdição brasileira e, consequentemente, à competência da Justiça do Trabalho, uma vez que se trata de atos de gestão, e não de atos de império. Contudo, esses entes têm IMUNIDADE DE EXECUÇÃO. Assim, a Justiça do Trabalho poderá reconhecer que o trabalhador laborou para o ente estrangeiro e condená-lo, mas não poderá penhorar bens ou dinheiro de tais entes, devendo valer-se da carta rogatória. Exceções: a) Quando o Estado estrangeiro renunciar à imunidade; b) Quando houver no território brasileiro bens que, embora pertencentes ao ente externo, não tenham nenhuma vinculação com as finalidades essenciais inerentes às relações diplomáticas ou representações consulentes mantidas em nosso país. - Já as ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS (ONU, OIT) têm IMUNIDADE ABSOLUTA DE JURISDIÇÃO. - OJ 416 da SDI-I: as organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional. - SERVIDORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: empresas públicas e sociedades de economia mista se submetem ao regime próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações trabalhistas (competência da Justiça do Trabalho). - Quanto à União, aos Estados, Municípios, às autarquias e fundações públicas: depende da relação de trabalho (celetista, estatutário ou temporário). Relação de emprego (servidores celetistas) Relação estatutária ou trabalho temporário JUSTIÇA DO TRABALHO JUSTIÇA COMUM STF: exoneração de empregado público no estágio probatório: JUSTIÇA COMUM. - Súmula 137 do STJ: compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar ação de servidor público municipal, pleiteando direitos relativos ao vínculo estatutário. - Súmula 218 STJ: compete à Justiça dos Estados processar e julgar ação de servidor estadual decorrente de direitos e vantagens estatutárias no exercício de cargo em comissão. - Alteração do regime de celetista para estatutário: competência da Justiça do Trabalho limitada ao período do regime celetista, inclusive restringindo a execução àquele período. - OJ 138 da SDI-I: compete à JUSTIÇA DO TRABALHO julgar pedidos de direitos e vantagens previstos na legislação trabalhista referente a PERÍODO ANTERIOR À LEI 8.112/90, mesmo que a ação tenha sido ajuizada após a edição da referida Lei. A superveniência de regime estatutário em substituição ao celetista, mesmo após a sentença, limita a execução ao período celetista. 2. AS AÇÕES QUE ENVOLVAM EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE - Incluem-se as AÇÕES POSSESSÓRIAS (reintegração, manutenção e interdito proibitório) (ex.: Banco ajuíza interdito proibitório para evitar protestos dentro ou na porta do banco), as AÇÕES INDENIZATÓRIAS decorrentes do exercício do direito de greve (ex.: trabalhadores quebram maquinários da empresa durante o movimento) e AÇÕES DE OBRIGAÇÃO DE FAZER, a fim de garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. - SÚMULA VINCULANTE 23: A JUSTIÇA DO TRABALHO É COMPETENTE PARA PROCESSAR E JULGAR AÇÃO POSSESSÓRIA AJUIZADA EM DECORRÊNCIA DO EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE PELOS TRABALHADORES DA INICIATIVA PRIVADA. Servidores públicos estatutários será a Justiça Comum. - Súmula 189 TST: a Justiça do Trabalho é competente para declarar a abusividade, ou não, da greve. - A Justiça do Trabalho não é competente para as ações penais decorrentes do exercício do direito de greve. GREVE DE SERVIDOR PÚBLICO CELETISTA OU ESTATUTÁRIO: STF fixou a competência da Justiça Federal ou Estadual. Será da JT apenas se se tratar de empregados públicos e empresas privadas. - STJ: GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS DE ÂMBITO NACIONAL, QUE ABRANJA MAIS DE UMA REGIÃO DA JUSTIÇA FEDERAL OU QUE COMPREENDA MAIS DE UMA UNIDADE DA FEDERAÇÃO. Nos demais casos, em se tratando de servidores públicos federais, a competência será do respectivo TRF. - Dissídio de greve: finalidade de declarar a abusividade ou não da greve. Competência originária dos Tribunais. Se atingir apenas o território de um TRT, será dele a competência. Se atingir mais de um, será do TST. 3. AS AÇÕES SOBRE REPRESENTAÇÃO SINDICAL, ENTRE SINDICATOS, ENTRE SINDICATOS E TRABALHADORES, E ENTRE SINDICATOS E EMPREGADORES. - Interpretação extensiva para incluir as FEDERAÇÕES e as CONFEDERAÇÕES. - A Justiça do Trabalho não tem competência para as ações decorrentes de sindicatos de servidores estatutários. - CESPE: o sindicato representante de uma categoria funcional realizou processo eleitoral para a escolha de nova diretoria. Duas chapas inscreveram-se para concorrer ao pleito. Após a eleição, a chapa vencida constatou diversas irregularidades, e a comissão eleitoral, ignorando esses fatos, proclamou o resultado das eleições: declarou a outra chapa vencedora. Nessa situação, caso a chapa derrotada, ou algum candidato, tenha interesse em mover ação judicial para questionar a validade dessa eleição, deve mover a competente ação na Justiça do Trabalho. 4. OS MANDADOS DE SEGURANÇA, HABEAS CORPUS E HABEAS DATA, QUANDO O ATO QUESTIONADO ENVOLVER MATÉRIA SUJEITA A SUA JURISDIÇÃO. - Mandado de segurança: tanto tribunais como as varas do trabalho têm competênciapara seu julgamento. Ex.: contra ato do auditor fiscal do trabalho ou do superintendente regional do trabalho na interdição de estabelecimento (em ambos os casos, a competência é do juiz). COMPETÊNCIA AUTORIDADE COATORA TST ATOS DOS MINISTROS DO TST TRT ATOS DOS JUÍZES DAS VARAS OU DO TRT E SERVIDORES VARAS DO TRABALHO AUTORIDADES QUE NÃO SÃO DO JUDICIÁRIO TRABALHISTA (AUDITORES FISCAIS, ETC.) - HC: era utilizado na hipótese de depositário infiel. Contudo, com a SV 25, o HC passou a ser de difícil incidência. - HD: também de difícil utilização. Ex.: órgão de fiscalização do trabalho nega informações sobre processo administrativo em que o empregador está sofrendo penalidade administrativa. 5. OS CONFLITOS DE COMPETÊNCIA ENTRE ÓRGÃOS COM JURISDIÇÃO TRABALHISTA, RESSALVADO O DISPOSTO NO ART. 102, I, O . - Os conflitos de competência poderão ser suscitados pelos JUÍZES e TRIBUNAIS, pelo MP e pela PARTE INTERESSADA ou seu representante (art. 805). - É vedado à parte interessada suscitar conflitos de jurisdição quando já houver oposto na causa exceção de incompetência (art. 806). Ex.: empregado ajuíza reclamação em SP. A empresa interpõe exceção de incompetência alegando que a prestação dos serviços ocorreu em Vitória. Sendo acolhida a exceção e enviados os autos para Vitória, não poderá a empresa suscitar, por exemplo, conflito negativo, ou seja, que a Vara do Trabalho de Vitória também não é competente para o caso. Nada impede, contudo, que o empregado arguisse incompetência da Vara de Vitória para o caso (parte que não suscitou o conflito). - Não existe conflito de competência entre TRT e Vara do Trabalho a ele vinculada. Nesse caso, há hierarquia, devendo a Vara acatar a decisão do TRT (súmula 420 do TST). 6. AS AÇÕES DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E PATRIMONIAL, DECORRENTES DA RELAÇÃO DE TRABALHO (EC 45/04) - Súmula 392 do TST: nos termos do art. 114 da CF/88, a Justiça do Trabalho é competente para dirimir controvérsias referentes à indenização por dano moral, quando decorrente da relação de trabalho. - SV 22: A JUSTIÇA DO TRABALHO É COMPETENTE PARA PROCESSAR E JULGAR AS AÇÕES DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E PATRIMONIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO PROPOSTAS POR EMPREGADO CONTRA EMPREGADOR, INCLUSIVE AQUELAS QUE AINDA NÃO POSSUÍAM SENTENÇA DE MÉRITO EM PRIMEIRO GRAU QUANDO DA PROMULGAÇÃO DA EC 45/04. Assim, OS PROCESSOS JÁ SENTENCIADOS NA JUSTIÇA COMUM NÃO SÃO ALCANÇADOS PELA EC 45/04 (súmula 367 STJ). - Não confundir com a hipótese de instalação da Junta de Conciliação e Julgamento (VARA), em que cessa a competência do juiz de direito em matéria trabalhista. Nesse caso, cessará inclusive a execução das sentenças por ele proferidas (súmula 10 STJ). - CESPE: em determinado município, uma reclamação trabalhista tramita perante vara cível, dada a inexistência, na localidade, de vara do trabalho e dada a falta de jurisdição das existentes no Estado. Nessa situação, caso venha a ser instalada uma vara trabalhista nessa localidade, a ação deve ser remetida à vara do trabalho, seja qual for a fase em que esteja, para que lá continue sendo processada e julgada, sendo esse novo juízo o competente, inclusive, para executar as sentenças já proferidas pela Justiça Estadual. - Os sucessores ou herdeiros do empregado podem ajuizar ação indenizatória por danos morais em face do empregador, com base no acidente de trabalho. A competência também será da Justiça do Trabalho. 7. AS AÇÕES RELATIVAS ÀS PENALIDADES ADMINISTRATIVAS IMPOSTAS AOS EMPREGADORES PELOS ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO - Se o MTE aplica multa a uma empresa e ela quiser anular o auto de infração, deverá ajuizar ação na Justiça do Trabalho. 8. A EXECUÇÃO, DE OFÍCIO, DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVISTAS NO ART. 195, I, A, E II, E SEUS ACRÉSCIMOS LEGAIS, DECORRENTES DAS SENTENÇAS QUE PROFERIR. - Se o juiz do trabalho condenar, por exemplo, ao pagamento do 13º salário e das horas extras, deverá executar de ofício as contribuições sociais incidentes sobre tais verbas. Não inclui as contribuições ao sistema S (sesc, sesi, senac). - Pela CLT, a JT é competente para executar de ofício as contribuições sociais incidentes sobre todas as sentenças trabalhistas, sejam elas condenatórias, homologatórias de acordo ou DECLARATÓRIAS da relação de emprego. - Porém, para o TST e o STF, NÃO CABE À JUSTIÇA DO TRABALHO EXECUTAR DE OFÍCIO AS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS INCIDENTES SOBRE AS SENTENÇAS DECLARATÓRIAS DO VÍNCULO DE EMPREGO, mas apenas sobre as sentenças condenatórias e homologatórias de acordo trabalhista. (SV 53 stf) Então, se o juiz do trabalho reconhecer a relação de emprego, A UNIÃO QUE DEVERÁ AJUIZAR UMA AÇÃO DE EXECUÇÃO CONTRA O EMPREGADOR NA JUSTIÇA FEDERAL. Súmula 368 TST: I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição. - OJ 414: compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da CONTRIBUIÇÃO REFERENTE AO SAT(seguro de acidente de trabalho), que tem natureza de contribuição para a seguridade social, pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho. 9. OUTRAS CONTROVÉRSIAS DECORRENTES DA RELAÇÃO DE TRABALHO, NA FORMA DA LEI: -CADASTRAMENTO NO PIS (súmula 300 TST); INDENIZAÇÃO PELO NÃO FORNECIMENTO DAS GUIAS DO SEGURO-DESEMPREGO (súmula 389, I); COMPLEMENTAÇÃO DE PENSÃO POSTULADA POR VIÚVA DE EX-EMPREGADO (OJ 26); DIREITO FUNDADO EM QUADRO DE CARREIRA (Súmula 19 TST); DESCUMPRIMENTO DE NORMAS TRABALHISTAS RELATIVAS À SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE DOS TRABALHADORES (súmula 736 STF). - complementação de aposentadoria: em face do empregador será da Justiça do Trabalho a competência. Já em face da entidade de previdência privada, será da Justiça comum. • COMPETÊNCIA NORMATIVA A JUSTIÇA DO TRABALHO É O ÚNICO RAMO DO JUDICIÁRIO QUE TEM COMPETÊNCIA PARA CRIAR NORMAS GERAIS E ABSTRATAS. A criação de tais normas ocorre por meio de dissídio coletivo (competência originária dos Tribunais – TRT ou TST). - Art. 114, §2º, CF/88: recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. - CESPE: Raul e diversos trabalhadores desligaram-se do sindicato representativo de sua categoria profissional, por discordarem da forma radical e pouco democrática como foram conduzidas as assembleias destinadas à aprovação da pauta de reivindicações a ser apresentada à categoria econômica. Nessa situação, por força do princípio constitucional da liberdade de filiação, as regras da futura norma coletiva a ser pactuada não serão aplicadas ao contrato de trabalho de Raul. (errado) A negociação coletiva tem força cogente. É norma obrigatória, independentemente de filiação. • COMPETÊNCIA FUNCIONAL - Fixada em decorrência da distribuição interna de atribuições (funções) nos órgãos judiciais. - Poderá ser da Vara do Trabalho, do TRT ou do TST: originária e recursal. - Em se tratando de AÇÃO ANULATÓRIA, A COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA SE DÁ NO MESMO JUÍZO EM QUE PRATICADO O ATO SUPOSTAMENTE EIVADO DE VÍCIO (OJ 129 da SDI-II). - Nos Tribunais, compete ao Relator decidir sobre o PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, submetendo sua decisão ao Colegiado respectivo, INDEPENDENTEMENTE DEPAUTA, NA SESSÃO IMEDIATADAMENTE SUBSEQUENTE (OJ 68 da SDI-II). - Assertiva - CESPE: os TRTs são competentes para processar e julgar os mandados de segurança impetrados contra atos dos juízes do trabalho da respectiva jurisdição, assim como as ações rescisórias contra as sentenças que forem por estes proferidas ou contra os acórdãos oriundos do próprio Tribunal. COMPETÊNCIA RELATIVA: TERRITORIAL ART. 651 CLT AÇÃO CIVIL PÚBLICA (interposta pelo MPT): - OJ 130 da SDI-II: I - A competência para da ACP fixa-se pela extensão do dano. II - Em caso de dano de abrangência regional, que atinja cidades sujeitas à jurisdição de mais de uma Vara do Trabalho, a competência será de qualquer das varas das localidades atingidas, ainda que vinculadas a TRTs distintos. III - Em caso de dano de abrangência suprarregional ou nacional, há competência concorrente para a ACP das varas do trabalho das sedes dos TRTs. IV - Estará prevento o juízo a que a PRIMEIRA AÇÃO HOUVER SIDO DISTRIBUÍDA. - O FORO DE ELEIÇÃO É INAPLICÁVEL NO PROCESSO DO TRABALHO**. Para os casos de relação de trabalho lato sensu, permite-se a eleição do foro, bem como no acordo extrajudicial. COMPETÊNCIA PARA HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL ART. 652 f CLT (INCLUÍDO PELA LEI 13.467/17) • COMPETÊNCIA FUNCIONAL: VARA DO TRABALHO; • COMO A PETIÇÃO É CONJUNTA, NÃO HÁ FALAR EM EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. Art. 652. [reforma trabalhista 2017] Compete às Varas do Trabalho: (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017) f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho. (Incluída pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017). Art. 507-B. [reforma trabalhista 2017] É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato de emprego, firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos empregados da categoria. Parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constará a quitação anual dada pelo empregado, com eficácia liberatória das parcelas nele especificadas. Art. 855-B. [reforma trabalhista 2017] O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado. Art. 855-E. [reforma trabalhista 2017] A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados. Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo. cÜÉyA atçtÜt axzÜx|ÜÉá
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