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Unidade 8 - resumo

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Desenvolvimento Humano e Social 
Unidade 8 
 
Aula 1: Administrando Conflitos: condições desfavoráveis para o bom entrosamento 
interpessoal no contexto profissional 
 
A psicopatologia nas relações de trabalho e os determinantes psicodinâmicos 
envolvidos em sua ocorrência 
 
− Ao procurar conhecer melhor os determinantes do comportamento de uma pessoa, de-
vemos observar que existem algumas condições que favorecerão seu ajustamento psico-
lógico enquanto outras, afetarão seu bem estar. 
 
− abordar as condições que prejudicam o equilíbrio mental de uma pessoa, poderá auxiliar 
não só na intervenção preventiva diante da patologia, como também poderão discutir-se 
formas mais adequadas para se lidar com a pessoa que vivencia momentos críticos, de 
modo a possibilitar a continuidade da sua vida da melhor forma possível. 
 
 
As Síndromes Neuróticas: conceituação e formas de classificação 
 
− Embora seja útil identificar condições desfavoráveis para a saúde mental das pessoas e 
propor recursos que amenizem seu sofrimento, devemos sempre observar a influência do 
contexto em que a pessoa vive, as peculiaridades de sua personalidade e a trajetória de 
sua vida que certamente devem ter contribuído para que surgissem as dificuldades que 
comprometem sua qualidade de vida. 
 
− quando buscamos caracterizar os estados de sofrimento mental, deparamo-nos com uma 
infinidade de características que não podem ser adotadas como o único referencial para 
a intervenção junto ao indivíduo. 
 
 
A definição de “neurose” e as características das principais síndromes neuróticas 
 
Ao caracterizar algumas condições presentes na neurose, é importante salientar que : 
• a angústia é o eixo central do sofrimento psicológico do neurótico; 
• a pessoa neurótica poderá vivenciar conflitos e dificuldades comuns a diversas pes-
soas, porém irá manifestar um sofrimento mais intenso e recorrente; 
• destaca-se uma maneira peculiar do indivíduo neurótico se relacionar com as outras 
pessoas, com os objetos e com o mundo de modo geral, prejudicando-se a 
possibilidade de a pessoa sentir prazer na vida em diferentes setores; 
• de modo geral, o convívio com as outras pessoas revela-se mais doloroso do que 
prazeroso. 
 
Descreveremos, a seguir, algumas peculiaridades das síndromes neuróticas. 
1. Nas síndromes fóbicas manifestam-se medos intensos e irracionais, diante de situa-
ções, objetos, animais que objetivamente não oferecem um perigo real e 
proporcional à intensidade do medo que o indivíduo demonstra. 
 
− Agorafobia: neste quadro o individuo refere o medo de espaços amplos, com muitas 
pessoas, sem facilidade para escapar do local e sem a presença de pessoas 
conhecidas. 
 
− Fobia simples ou específica: nesta condição a pessoa mostra-se intensamente 
angustiada diante de determinados objetos, animais e, embora a pessoa reconheça 
que o seu medo é irracional, não consegue controlar-se quando se depara com esta 
situação. 
 
− Fobia social: esta manifestação caracteriza-se pelo medo intenso e persistente dian-
te de outras pessoas, especialmente quando o indivíduo estiver sendo avaliado. 
 
2. Nas síndromes obsessivo-compulsivas: o indivíduo refere que é assolado por idéias, 
pensamentos, fantasias e imagens persistentes, o que causa intensa angústia, como 
se esse conteúdo pudesse “invadir” sua consciência. Nas síndromes compulsivas 
propriamente ditas, predominam rituais e comportamentos repetitivos ou atos 
mentais (repetir palavras mentalmente, rezar, fazer contas) e tais condutas visam 
combater as ideias obsessivas. 
3. Nas síndromes histéricas: Esta condição afeta a pessoa física e mentalmente. No 
corpo, predominam as alterações nas funções sensoriais e motoras e no psiquismo 
altera-se a memória, a percepção e a consciência. Do ponto de vista psicodinâmico, 
observam-se as seguintes características: 
• a pessoa manifesta grande necessidade de contato afetivo, porém não consegue 
mantê-lo ou aprofundá-lo; 
• suas relações afetivas são superficiais e parece ter a necessidade de estar sempre 
representando em sua maneira de interagir com os demais. 
 
Podemos identificar duas modalidades de comportamento histérico: 
a) Histeria de conversão: nesta condição ocorrem paralisias, anestesias, analgesias, 
manifestações episódicas de cegueira, perturbações na capacidade de andar ou ficar 
de pé; perda da fala. 
b) Histeria dissociativa: neste quadro acontecem alterações na consciência, com 
pseudo-crises que se assemelham às crises epilépticas. Podem ocorrer também os 
quadros de amnésias histéricas, que acarretam o esquecimento de alguns eventos 
significativos. 
 
4. Nas síndromes hipocondríacas e de somatização: observam-se temores e preocupa-
ções excessivas com a probabilidade de se estar doente. As queixas iniciam-se a 
partir de sensações corporais ou sintomas físicos insignificantes. Na somatização, o 
indivíduo irá utilizar-se dos sintomas físicos (de modo intencional ou não) para obter 
ganhos pessoais ou ser poupado de algumas responsabilidades. 
 
5. Nas síndromes neurastênicas: o termo está sendo substituído pela síndrome da 
fadiga crônica, na qual a pessoa apresenta fraqueza e exaustão corporal, 
irritabilidade, dificuldade para se concentrar, dores de cabeça e insegurança. 
 
Podemos constatar, portanto, a diversidade de sintomas e de que maneira as síndromes 
neuróticas prejudicam a qualidade de vida e a produtividade profissional do individuo. 
 
 
Aspectos importantes em relação à depressão: os sintomas e as possibilidades de 
auxiliar os indivíduos depressivos 
 
− Tem-se observado nos últimos anos um aumento significativo dos índices de depressão 
na população; talvez esta informação se deva a um critério diagnóstico melhor definido; 
porém, é importante salientar também que tem ocorrido uma certa banalização desta 
condição. 
 
 
Diagnosticando a depressão 
 
− Inicia-se o diagnóstico da depressão por um exame clínico que contemple sintomas físi-
cos e emocionais; deve-se observar também a história familiar e pessoal do paciente e o 
relato dos informantes que o acompanham para a consulta. 
 
− Mencionaremos a seguir, alguns dos sintomas mais importantes para o diagnóstico da 
depressão: 
• Humor triste: o humor revela a nossa capacidade de vivenciar nossas emoções e 
auxilia-nos a modular nosso comportamento de acordo com essas experiências 
emocionais. O paciente deprimido mostra-se melancólico; manifesta uma perda do 
interesse e dificuldade para sentir prazer em quase tudo que faz. 
• Perda da energia: a pessoa queixa-se de um cansaço persistente e (aparentemente) 
imotivado; o indivíduo demonstra dificuldades para se concentrar (o que compromete 
a memória, o raciocínio e a capacidade de decidir), para reagir adequadamente aos 
estímulos ambientais, com lentificação dos movimentos. 
• Alterações do apetite e do sono: pode ocorrer uma diminuição ou aumento signifi-
cativo do apetite, acarretando perda ou ganho excessivo de peso. Em relação ao 
sono, a pessoa pode queixar-se de insônia persistente ou sono excessivo. 
• Alterações físicas específicas: observam-se episódios de desconforto físico (má di-
gestão, dores); alterações nos movimentos, com agitação ou retardo psicomotor. 
• Baixa auto-estima e sentimentos de culpa: os indivíduos depressivos mostram-se 
pessimistas em relação ao futuro e suas chances de melhora; sentem-se incapazes, 
fracassados e impotentes. 
• Dificuldades sociais: o indivíduo depressivo mostra-se irritado, angustiado; manifesta 
a necessidade de isolamento, afastando-se dos amigos e familiares. 
• Uso e abuso de drogas: o paciente pode buscar nas drogas um alívio para seu 
sofrimento; é difícil distinguir de modo claro, se a depressão induziu a utilização da 
droga ou se os efeitos produzidos pelas drogas desencadearama depressão. 
• Dificuldades no trabalho: o desinteresse e a apatia comprometem o desempenho 
profissional do indivíduo. 
• Irritabilidade acentuada: podemos observar a ocorrência de um mau humor cons-
tante (distimia, disforia). 
• Distorção da realidade: a percepção do indivíduo depressivo mostra-se alterada; há 
uma tendência de observar apenas os aspectos negativos de uma determinada 
situação; amplia-se a dimensão das dificuldades e problemas do dia a dia; a pessoa 
pode revelar que perdeu o prazer de viver. 
• Ideação suicida: projetar situações futuras pode desencadear a sensação de maior 
desamparo; as pessoas deprimidas revelam maior dificuldade para recordar situa-
ções favoráveis de suas vidas. Morrer pode ser a única saída para esta situação, o 
que se torna ainda mais grave quando a pessoa se sente um peso para a família e 
amigos. 
• Diminuição da libido: o paciente pode apresentar uma diminuição ou abolição do 
desejo sexual. A utilização de alguns medicamentos antidepressivos pode agravar 
esta dificuldade. 
 
− diante de todos este sintomas, é importante avaliar os recursos necessários para que o 
indivíduo solicite ajuda e se envolva seriamente no tratamento; tal condição mostra-se 
difícil quando os sintomas já atingiram uma intensidade maior. 
 
− cabe ao profissional que atende a uma pessoa com depressão, procurar informá-la sobre 
os sintomas que está apresentando, esclarecendo as dúvidas que possam surgir e 
ouvindo atentamente o relato de suas experiências dolorosas. 
 
− Tem-se mostrado útil também identificar aspectos (reais) e positivos na vida da pessoa 
(como seus vínculos familiares, sua competência profissional, dentre outros) que possam 
incentivá-la a modificar alguns aspectos de sua percepção a respeito de si mesma e do 
ambiente em que vive. 
 
− conhecer um pouco melhor sobre algumas condições que afetam o equilíbrio mental de 
uma pessoa, procurar mantê-la no emprego, desde que possua condições mínimas para 
continuar exercendo sua profissão, serão medidas altamente produtivas para assegurar a 
continuidade do aprimoramento pessoal e profissional deste funcionário. 
 
 
Aula 2: Aspectos preventivos e qualidade de vida no trabalho 
 
Aspectos preventivos e Qualidade de Vida no Trabalho 
A questão dos transtornos psicóticos: O diagnóstico e as possibilidades de 
reinserção social desses indivíduos no contexto profissional 
 
− alguns indivíduos estão sujeitos a alterações significativas em seu funcionamento mental, 
o que acarretará uma mudança brusca em seu comportamento, dificultando, inclusive, 
sua convivência com as outras pessoas. 
 
 
O Diagnóstico das Síndromes Psicóticas 
 
− Descrever alguns aspectos envolvidos nas síndromes psicóticas requer alguns cuidados 
para que a compreensão do comportamento do indivíduo não se torne esteriotipada: é 
importante que se saiba observar a estrutura da personalidade da pessoa, bem como sua 
trajetória de vida e suas possíveis dificuldades de adaptação, especialmente quando 
tiverem ocorrido experiências traumáticas que possam ter contribuído para o surgimento 
dos sintomas psicóticos. 
 
 
O início do diagnóstico dos processos psicóticos 
 
− Ao se suspeitar do início de um processo psicótico, chama-nos a atenção à ocorrência de 
sintomas típicos, como as alucinações e os delírios, que se manifestam por um com-
portamento bizarro e desorganizado, prejudicando o convívio e a aceitação social do 
indivíduo. 
 
− Uma importante forma de psicose é a esquizofrenia, que pode ser identificada pelos 
seguintes sintomas: 
• Percepção delirante: a pessoa esquizofrênica distorce o significado dos estímulos 
captados pelos órgãos dos sentidos. Este processo difere daquele que ocorre no 
fenômeno da ilusão, pois o paciente acredita que suas sensações estão acontecen-
do realmente. 
• Alucinações auditivas características: especialmente vozes que criticam, comandam 
o comportamento do doente. 
• Eco do pensamento ou sonorização do pensamento: a pessoa ouve o que acabou de 
pensar; parece perder sua linguagem interiorizada. 
• Difusão do pensamento: o paciente acredita que as outras pessoas podem acessar 
seus pensamentos. Pode acreditar também que algumas ideias são “colocadas” ou 
“roubadas” de sua mente. 
• Vivências de influência: a pessoa acredita que uma força atua sobre o seu corpo, 
produzindo desejos e necessidades que também são comandadas externamente. 
 
− Ao classificar os sintomas negativos, devemos observar que estes retratam a perda pro-
gressiva das funções psíquicas, especialmente a vontade, a linguagem e o pensamento e 
tal condição compromete a qualidade de vida da pessoa. São eles: 
• Distanciamento afetivo: observa-se a dificuldade do esquizofrênico para interagir de 
modo afetuoso com as outras pessoas, sabendo modular a maneira de expressar 
suas emoções. 
• Retração social: a pessoa vai se isolando progressivamente do convívio com os 
demais. Demonstra sofrimento e reações de pânico com a aproximação física de 
outras pessoas. 
• Empobrecimento da linguagem e do pensamento: torna-se difícil manter um diálogo 
coerente com a pessoa em crise. 
• Diminuição da fluência verbal: o comprometimento da estrutura do pensamento em 
função dos delírios impede a pessoa de manifestar o conteúdo de suas idéias de 
modo inteligível. 
• Diminuição da vontade: este quadro tende a se acentuar, chegando a perder a ca-
pacidade de realizar atos simples e necessários à sobrevivência, o que caracteriza o 
apragmatismo. A pessoa parece não ter ânimo para se higienizar, alimentar-se, 
caminhar, dentre outros atos. 
• Auto negligência: a pessoa não parece capaz de preocupar-se com sua aparência e 
bem estar, demonstrando descuido com a higiene, vestuário e alimentação. 
• Lentificação psicomotora: qualquer ato motor torna-se difícil; a esfera gestual e 
motora mostra-se limitada, empobrecida. 
 
− Já nos sintomas positivos, apesar das dificuldades que os sintomas impõem ao convívio 
com o indivíduo esquizofrênico, ainda revelam a atuação dos processos cerebrais e a 
tentativa do indivíduo reagir às suas experiências subjetivas. São eles: 
• Alucinações auditivas ou visuais: sem negar que estas experiências são aterrorizan-
tes para o paciente, ainda assim denotam a atividade cerebral preservada. 
• Idéias delirantes: principalmente aquelas com conteúdo persecutório, de 
autoreferência ou de influência. 
• Comportamento bizarro e impulsivo: este aspecto causa estranheza e o afastamento 
das pessoas. 
• Alterações na linguagem, especialmente neologismos e parafasias. 
 
− a experiência subjetiva do indivíduo esquizofrênico é muito dolorosa e, apesar dos 
avanços que a indústria farmacêutica nos tem oferecido possibilitando uma remissão 
rápida dos sintomas, não podemos negar o sofrimento que esta condição causa para o 
paciente e para as pessoas que convivem com ele. 
 
− paranóia. Nesta condição observa-se a estruturação de um delírio, bem sistematizado (de 
grandeza, de conteúdo místico), porém, o restante do psiquismo e da estrutura da 
personalidade parece preservado. 
 
− Já a parafrenia surge tardiamente, podendo ocorrer delírios e alucinações sem a dete-
rioração completa da personalidade. Alguns autores consideram esta categoria como 
uma forma tardia de esquizofrenia, pois costuma ocorrer após os 45 – 50 anos de idade. 
 
− Finalmente, na clínica psiquiátrica podem ocorrer quadros psicóticos com manifestação 
aguda e remissão rápida dos sintomas, após a ocorrência de traumas psíquicos de maior 
ou menor gravidade, o que revela que a pessoa possui uma estrutura mental frágil; 
porém, apesar disso, ainda com a possibilidade de manter uma vida relativamente 
normal. 
 
− podemos constatar a gravidade dos sintomas envolvidos nas síndromes psicóticas e a 
importância de oferecerrecursos para o diagnóstico e tratamento imediato, o que 
diminuirá o sofrimento do indivíduo e possibilitará um retorno mais rápido para suas 
atividades. 
 
 
A questão da dependência química e os seus reflexos no processo adaptativo do 
indivíduo 
 
− Define-se como droga psicoativa, toda a substância que altere as funções do sistema 
nervoso central, produzindo efeitos psicológicos e comportamentais. 
 
− São consideradas drogas psicoativas : o álcool, a maconha, a cocaína, a heroína, dentre 
outras. 
 
− Classifica-se como “abuso de drogas” quando o consumo da substância é excessivo e 
ocorre em desacordo com os padrões culturais em que o indivíduo está inserido. 
 
− Já a “dependência de drogas” manifesta-se quando o uso da substância produz uma 
modificação importante no estado mental e no comportamento do indivíduo, levando-o a 
uma compulsão para usar a droga e experimentar seus efeitos, evitando desse modo, o 
desconforto que a carência da substância produz em seu organismo. 
 
− Distinguem-se duas formas de dependência: a física e a psíquica. 
 
− Na dependência física, o organismo se acostuma à droga e quando o indivíduo 
interrompe o uso, manifestam-se desconfortos pela carência da substância (síndrome de 
abstinência). 
 
− Na dependência psíquica observa-se a compulsão no uso da substância; pelos efeitos 
que a droga produz, o indivíduo busca o prazer ou a diminuição de seu desconforto. 
 
− observa-se também uma intensa ansiedade, raiva, insônia e mal estar físico, quando a 
droga não está disponível ou não é oferecida na quantidade de que a pessoa precisa. 
 
− O fenômeno da tolerância, por sua vez, revela que a pessoa necessitará ingerir uma 
quantidade da droga cada vez maior para sentir o mesmo efeito. 
 
− a síndrome de abstinência ocorre em função do grau de tolerância e da dependência 
física instalada e manifesta-se quando a ingestão da droga é interrompida. 
 
− Cada tipo de droga pode induzir uma síndrome de abstinência específica; porém, os 
sintomas mais comuns são: ansiedade, inquietação, náuseas, sudorese, tremores, 
podendo, inclusive, ocorrer convulsões e a morte. 
 
 
As razões para o indivíduo iniciar o consumo de drogas psicoativas 
 
− Quando esta condição ocorre na adolescência, podemos identificar os seguintes 
aspectos: 
• curiosidade; 
• excitação por fazer algo proibido; 
• pressão dos amigos e a necessidade de ser aceito no grupo; 
• expressão da hostilidade e prova de independência; 
• redução de sentimentos desprazeirosos (como a ansiedade, o medo, a tristeza etc). 
 
− Diante destas condições inicia-se a preocupação quanto à maneira como a pessoa irá 
lidar com o consumo; os primeiros sinais de dependência (física e emocional) irão surgir 
na medida em que a pessoa aumentar as doses e a freqüência com que utilizar a 
substância. 
 
− No caso das drogas ilegais, especialmente, além das condições acima descritas, obser-
varemos que a pessoa concentrará suas preocupações no que deverá fazer para conse-
guir a droga, sujeitando-se ao risco de ser flagrada e responder criminalmente por seus 
atos. 
 
− a obsessão pela substância fará o indivíduo negligenciar a sua própria relação com a 
vida. 
 
− uma diminuição importante da auto-estima, revelando-se um descuido em relação à 
aparência e à higiene. Perdem-se os vínculos afetivos e o convívio social torna-se 
escasso. 
 
− o dependente químico tende a demonstrar a perda do auto-respeito, manifestando 
sentimentos de solidão e depressão. 
 
− Além dessas dificuldades, os relacionamentos sexuais podem se tornar promíscuos, 
inclusive ocorrendo a prática da prostituição para assegurar o consumo da droga. 
 
− avaliando-se os riscos psicopatológicos do consumo das drogas, podemos identificar a 
ocorrência das psicoses tóxicas: nessas condições ocorrem quadros de curta duração e 
os sintomas desaparecem na medida em que a droga desaparece do sistema nervoso. 
 
− Há um rebaixamento do nível de consciência, confusão mental e alucinações visuais; 
manifesta-se o medo e um estado de perplexidade. As drogas que induzem a este estado 
com maior intensidade são as drogas alucinógenas e as anfetaminas. 
 
 
A questão do alcoolismo: uma reflexão importante 
 
− O álcool induz a uma significativa tolerância e dependência química. O abuso no 
consumo do álcool irá manifestar-se por meio de um padrão patológico de ingestão 
repetitiva da bebida, prejudicando a saúde física, o bem estar psicológico, o 
relacionamento familiar e profissional do indivíduo. 
 
− Os primeiros sinais da síndrome de dependência do álcool revelam a compulsão no 
consumo da droga de modo contínuo e sem controle, surgindo manifestações de 
tolerância após um curto período de tempo. 
 
− É importante salientar nesta síndrome a ocorrência das seguintes manifestações psicoló-
gicas: 
• Empobrecimento do repertório: a ingestão ocorre de modo repetitivo e esteriotipado. 
• Relevância da bebida: o álcool torna-se a única maneira de o indivíduo sentir prazer. 
• Aumento na tolerância ao álcool: a tolerância é cada vez maior e pode se reduzir na 
fase terminal do alcoolismo. 
• Sintomas repetitivos de abstinência: a pessoa tenta interromper o consumo do ál-
cool; porém ocorrem recaídas constantes (podendo, inclusive, manifestar o delirium 
tremens). 
• Esquiva ou busca de alívio para os sintomas da dependência: a pessoa bebe logo ao 
acordar para diminuir os sintomas desagradáveis da abstinência. 
• Compulsão para beber: é o elemento mais importante no comportamento do al-
coólatra, sendo considerada uma perda da capacidade de auto-controle. 
• Reinstalação mais rápida da tolerância após a abstinência: a tolerância à bebida 
pode ter demorado alguns anos e manifestar-se rapidamente após um período de 
interrupção do consumo. 
• Negação: o alcoólatra recusa-se a admitir os prejuízos que o álcool produz em seu 
organismo e em seu psiquismo, mesmo que sejam evidentes os sintomas de dete-
rioração física e mental. 
 
− o alcoolismo implica na perda de liberdade de escolher entre beber e não beber, assim 
como o que beber e onde beber. Devemos levar em conta também as seguintes 
dimensões para o diagnóstico do alcoolismo: 
1. dimensão física: alterações físicas resultantes do consumo do álcool (gastrites, eso-
fagites, pancreatite, hepatite, alterações cognitivas e demência alcoólica); 
2. dimensão psicológica: irritabilidade, depressão, ansiedade, agressividade, insônia, 
desmoralização crônica; 
3. dimensão social: transtornos no relacionamento conjugal e familiar; dificuldades no 
ambiente profissional e acadêmico, acidentes de trânsito, perda da auto-crítica e do 
julgamento moral, isolamento social. 
 
− Além destes aspectos é útil salientar a ocorrência do: 
• delirium tremens: No delirium tremens ocorre um rebaixamento da consciência, com 
confusão mental e desorientação temporo-espacial, identificam-se também intensas 
reações físicas, como a sudorese, a febre, os tremores, as ilusões e as alucinações 
visuais e táteis; 
• da alucinose alcoólica: acontece quando o indivíduo ainda está sóbrio; caracteriza-
se por alucinações áudio-verbais, que insultam, humilham, criticam o alcoólatra por 
seu comportamento. 
• do delírio de ciúmes: pode ser identificado pela crença irrefutável de que a 
companheira está traindo o marido com o vizinho, amigos ou parentes. 
• da embriaguez patológica: retrata uma reação paradoxal, pois a pessoa ingere uma 
pequena quantidade de álcool e manifesta uma resposta desproporcional . A pessoa 
pode apresentar um quadro de agitação intensa, atos de violência, o que pode durar 
algumas horas, induzindo a um estado de exaustão e sono profundo. Ao acordar, a 
pessoa não se lembra do que fez.

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