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PROCESSO PENAL II. CASO CONCRETO. SEMANA 2. ESTÁCIO. FIC. 2017

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PROCESSO PENAL II
CASO 2.
 
 O Padre José Roberto ouviu, em confissão, Maria admitir que mantém por conta própria estabelecimento onde ocorre exploração sexual, com intuito de lucro. No local, admitiu Maria ao Vigário que garotas de programa atendem clientes para satisfazer seus diversos desejos sexuais mediante o pagamento de entrada no valor de R$100,00 no estabelecimento, e o valor de R$500,00 para a atendente. Maria, efetivamente, responde a processo crime onde lhe foi imputada a conduta descrita no art. 229 do CP. O Ministério Público arrolou o Padre José Roberto como testemunha da acusação e pretende ouvi-lo na AIJ, já que trata-se de testemunha com alto grau de idoneidade. Pergunta-se: Pode o magistrado obrigar o Padre a depor em juízo, sob pena de cometer o crime do art. 342 do CP? A prova produzida em juízo nesse caso seria considerada válida? 
	O magistrado não poderá obrigar o padre a servir como testemunha, visto ser vedação expressa o depoimento das pessoas que em razão de função, ministério (aqui se enquadra o padre), ofício ou profissão, devam guardar segredo. Cumpre lembrar que tal proibição poderá ser relativizada mediante desobrigação expressa pela parte interessada, assim é o teor do artigo 207 (Decreto-Lei Nº 3.689/41) do CPP. 
	No caso em tela, se faz necessário ressaltar a invalidade da prova colhida em juízo, vista a patente forma ilegal do seu colhimento, quando o agente, utilizando-se de seu ofício de ministério, colhe depoimento da acusada em absoluta quebra de segredo sacramental, decoro e ética no ofício que exerce. Nesses termos:
Art. 207.  São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. (CPP)
Exercício Suplementar
(Ministério Público BA/2010) À luz do Código de Processo Penal, deve-se afirmar que: 
a) A prova testemunhal não pode suprir a falta do exame de corpo de delito, ainda que tenham desaparecidos os vestígios do crime; Errado:
Art. 167.  Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. (CPP)
b) A confissão será indivisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do Juiz de Direito, fundado no exame das provas em conjunto; Errado:
Art. 200.  A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.
c) O ofendido não deve ser comunicado da sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem; Errado:
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) (...).
§ 2º O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. (CPP)
d) As pessoas proibidas de depor em razão da profissão, poderão fazê-lo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho; neste caso, porém, não deverão prestar compromisso legal; Errado:
Art. 207.  São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.
OBS: Caso mintam, tais testemunhas incorrerão no crime de falso testemunho (Art. 342 do CP), visto estarem obrigadas ao compromisso de dizerem a verdade. 
Xe) Todas as afirmativas estão incorretas.

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