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Obrigações 2011 uv

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 Direito das Obrigações Teoria Geral das Obrigações 	 	Prof. Dr. Victor Hugo Tejerina Velázquez © 
Curso de Direito
IIS/2011
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Objetivos
Reflexão crítica
Interesse pela pesquisa interdisciplinar (equipes de trabalho), 
Estudo e leitura 
Revisar mudanças na C.F à luz dos Direitos e Garantias Fundamentais
Formação de juristas e profissionais do Direito
Possuir critério próprio na sistemática jurídica global, da doutrina e da jurisprudência.
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EIXO E LINHAS DE PESQUISA
	- criação de uma equipe de pesquisa 			 interdisciplinar que proponha um
	- um modelo de investigação 
	- formação de equipes de pesquisa (<= 8), 
	- formação de uma biblioteca especializada, 
	- determine uma ou várias áreas de 			 conhecimento e linhas de pesquisa, tais como 	 Constituição e Direito Civil; Legalidade, Direito 	 e Jurisprudência.
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CRITÉRIOS OPERACIONAIS:
 a) introduzir na sala de aula métodos ativos; utilização da multimídia; 
b) utilizar a cadeira como meio integrador e comunicador entre formação, pesquisa e extensão; 
c) a cadeira como catalisadora de iniciativas; 
d) a cadeira como complementadora e guia do trabalho curricular e extracurricular.
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CRITÉRIOS E MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
O conceito final é resultado de três formas de avaliação parcial e que se complementam: 
Uma prova parcial (peso 30%).
Trabalho de pesquisa em grupo sobre um tema pertinente, cujo resultado deve ser compartilhado com os colegas (com conceito parcial) na sala de aula e entregue o trabalho ao final do semestre (peso 30%)
 3) Prova final (40%) e, sendo o caso, prova de recuperação.
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1) Teoria geral das Obrigações. Conceito de Obrigação: em sentido lato e em sentido restrito. Terminologia. Relação obrigacional Obrigação e direito de crédito. Elementos essenciais da relação obrigacional. Sujeitos. Objeto. Fato jurídico. Garantia.
2) Fontes das Obrigações. As fontes das obrigações no D. Romano. As fontes no D. Francês e Italiano. Classificação. 
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
 Contratos. Negócios unilaterais. Gestão de negócios. Enriquecimento sem causa. Responsabilidade civil por atos ilícitos e pelo risco. O quase-contrato.
3) Modalidades das Obrigações. Das obrigações de Dar. Das Obrigações de dar coisa certa. Das Obrigações de dar coisa incerta. Das obrigações de Fazer. Das Obrigações de Não Fazer. Das Obrigações Alternativas.	Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis.Das Obrigações Solidárias. 
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
	Solidariedade ativa e passiva.
4)Da Transmissão das Obrigações. Da cessão de crédito. Da Assunção de dívida.
5) Do Adimplemento das Obrigações. Do Pagamento.Do Pagamento por Consignação.Do Pagamento com Sub-rogação.Da Imputação do Pagamento. Da Dação em Pagamento.Da Novação. Da Compensação. Da Confusão. Da Remissão de Dívidas 
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CONTEÚDO/BIBLIOGRAFIA
6) Do Inadimplemento das Obrigações. Da mora. Das Perdas e Danos. Dos Juros Legais. Da Cláusula Penal. Das Arras ou Sinal
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
CÓDIGOS 
Código Civil Alemão 
Código Civil Brasileiro
Código Civil Português
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Bibliografia básica
CAMBLER, Everaldo Augusto. Comentários ao Código Civil Brasileiro. V. 3. 1ª ed. Do Direito das Obrigações. Coord. Arruda Alvim e Thereza Alvim. Rio de Janeiro: Forense, 2003.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Civil. vol. 2. São Paulo: Saraiva, 2004.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. vol. III. Teoria das Obrigações Contratuais e Extracontratuais. 27ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
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Bibliografia básica
GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil. Responsabilidade Civil. Vol. III. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
GOMES, Orlando. Obrigações. 19ª. ed. Atualiz. por L.E. Fachin.Rio de Janeiro: Forense, 2004.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral das Obrigações. Vol. 2. 7ª. Ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil 4. Direito das Obrigações. De acordo com o novo Código Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2007.
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Bibliografia básica
PEREIRA, Caio Mário, da Silva. Instituições de Direito Civil,. Vol. III 10ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1998.
 _________________________. Direito Civil. Alguns Aspectos da sua Evolução. Rio de Janeiro: Forense, 2001.
PONTES DE MIRANDA. Tratado de Direito Privado, vol. I e VI, Borsi, Rio. 
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil. Parte Geral das Obrigações, vol. 2, ed. 30a. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 3-284.
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Bibliografia básica
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. 3ª ed. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos. 9ª. ed. Vol. 2. São Paulo: Atlas, 2009.
VILELA, João Batista. Código Civil. Comentado. Arts. 189 a 232. Vol. III. Coord. Alvaro Villaça Azevedo. São Paulo: Atlas, 2003.
TEPEDINO, Gustavo. Código Civil. Comentado. Arts. 233 a 420. Vol. IV. Coord. Alvaro Villaça Azevedo. São Paulo: Atlas, 2003.
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Bibliografia básica
Revista Autônoma de Direito Privado. No.1. Curitiba: Juruá, 2006. ISSN 1980-0924. 
Cadernos de Direito. Cadernos do Curso Mestrado em Direito da UNIMEP, Nos. 1-11. 2001/2006. Piracicaba: UNIMEP, 2001/2006. ISSN 1676-529-X. 
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Bibliografia Complementar
ALMEIDA COSTA, Mário Júlio. Direito das Obrigações. Coimbra: Atlântida, 1968.
ALVIM, Agostinho. Da Inexecução das Obrigações e suas Conseqüências. São Paulo: Saraiva, 1972.
ALVIM, Thereza. O Direito Processual de estar em Juízo. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1996.
BEVILÁQUA, Clóvis. Direito das Obrigações.
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Bibliografia Complementar
BORDA, Guillermo A. Tratado de Derecho Civil - Obligaciones, vol. I, 7a. ed. actualizada, Edit. Perrot, Buenos Aires, Argentina, 1994, pgs. 1-35, 498-614, 614-630, 630-646, 663-669, 669-682, 682-686. 
FULGÊNCIO, Tito de. Do Direito das Obrigações. Edit. Forense, 1958.
MARTINS, Fran. Contratos e Obrigações Comerciais. Forense.
MESINNEO, Francesco. Manual de Derecho Civil y Comercial. Vol. III. Buenos Aires: EJEA, 1971. 
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Bibliografia Complementar
NONATO, Orosimbo. Curso das Obrigações, vols. I e II. Rio de Janeiro: Forense, 1959.
PINA, Rafael de. Curso de Derecho Civil Mexicano, vol. 3. México: Porrua, 1980.
PONTES DE MIRANDA. Fontes e Evolução do Direito Brasileiro, 2a. edic. Rio de Janeiro: Forense, 1981, págs. 210-335.
SERPA LOPES, Miguel Maria de. Curso de Direito Civil. Obrigações em Geral, vol. II, 6a. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1995, p. 5-441.
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Bibliografia Complementar
WALD, Arnoldo. Curso de Direito Civil Brasileiro. Obrigações e Contratos, ed. 12a. revista, ampliada e atualizada. São Paulo: RT, 1995, pgs. 23-160.
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Avaliação, Instrumentos e Critérios
1) Uma ou duas avaliações parciais ao longo do semestre.
2) Trabalho de pesquisa em grupo sobre tema pertinente, cujo resultado deve ser compartilhado com os colegas na sala de aula e entregue por escrito ao final do semestre.
 -3) Prova final e, sendo o caso, 				prova de recuperação.
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TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES
Introdução
O Novo Código Civil, L. 10406/2002, dedica o Livro I da Parte Especial ao Direito das Obrigações. A estrutura proposta pelo legislador é a seguinte:
Modalidades das Obrigações (Título I): obrigações de dar coisa certa e incerta. Obrigações de Fazer e de Não Fazer, Alternativas, Divisíveis e Indivisíveis, 
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Solidariedade ativa e passiva. Da Transmissão das Obrigações Título II): cessão de crédito e assunção de dívida. Adimplemento das Obrigações e Extinção das Obrigações (Título III): Pagamento. Pagamento por Consignação. Do Pagamento com Sub-rogação, Imputação, Dação, Novação, Compensação, Confusão, Remissão de Dívidas. Do Inadimplemento das Obrigações (Título IV): Disposições
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gerais, mora, Perdas e Danos, Juros Legais, Cláusula Penal, Arras ou Sinal.
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Cambler, a partir da Exposição de Motivos do novo Código Civil de 1975 destaca as seguintes diretrizes norteadoras:
1) compreensão do Código Civil como Lei básica, mas não global, do D. privado, implementado-se a unicidade do Direito das Obrigações, porém não do direito privado, sem distinguir obrigações civis e mercantis (empresariais) , diretiva já consagrada no Anteprojeto do Código das Obrigações de 1941 e retirada do Projeto de 1965;
2) considerar elemento integrante do Código Civil, como desdobramento do Direito das Obrigações, as
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atividades negociais em geral, salvo as matérias que pela sua natureza reivindicam tratamento especial autônomo, como as de falência, letra de câmbio e outras; 
3) manter a estrutura e redação do Código de 1916;
4) dar ao novo código um sentido mais operacional do que conceitual: possibilidade de realizabilidade, em função das forças sociais operantes no País, como introduz valores como o da socialidade antes do que o individual o social, da eticidade: “recurso a critérios ético-jurídicos que permita chegar a concreção jurídica, conferindo-se
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maior poder ao juiz para encontrar-se a solução mais justa o eqüitativa” 
Deve pensar-se que estamos diante de um modelo mais aberto, com referências à boa-fé, à probidade, à equidade cuja finalidade toda é a pessoa humana
As principais inovações em matéria de Obrigações são as seguintes:
a) unifica-se as obrigações civis e comerciais. Depois de mais de um século aceitam-se as idéias de Teixeira de Freitas contidas no Esboço. 
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Caio Mário Pereira de Silva, quando da apresentação do Projeto de Código das Obrigações, mencionava: “Com a unificação , ficam revogados a Parte Primeira do C. Comercial, L. 556 de 25 de junho de 1850, passando a Segunda parte a integrar o Código da Navegação”
b) Isto quer dizer, que as regras do C. Civil, próprias dos contratos, se aplicam às obrigações empresariais, mutatis mutandi, e sem levar em conta a profissão mercantil dos sujeitos da relação obrigacional. A este fenômeno o denominam alguns de “mercantilização das obrigações civis”
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c) Em face da unificação das obrigações, “...passam a ser uma realidade civil: a propriedade dinâmica ou empresarial, que corresponde ao controle sobre os instrumentos de produção; o mecanismo dos títulos de crédito, a favorecer a circulação dos bens; a proteção à aparência ou à forma externa, de modo a resguardar a boa-fé (Art. 422 do CC/02); a padronização, próprios de uma economia de massa (arts. 423, 425 do CC/02); a uniformização internacional das técnicas negociais e a repartição social dos riscos inerentes à atividade empresarial (art. 931 do CC/02)”.
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d) Lembre-se que o CC italiano na década dos 40 unificou em uma única norma as obrigações (Livro IV) como inclui no Livro V, as relações de trabalho. 
	
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Conceito de Obrigação 
A obrigação é uma relação de direito de caráter pecuniário que une duas pessoas (ou mais), a uma, o devedor que está sujeita a uma prestações em benefício de uma outra, o credor. A obrigação, diz Guillermo Borda, “es el vínculo jurídico establecido entre dos personas (o grupos de personas), por el cual una de ellas puede exigir de la otra la entrega de una cosa o el cumplimiento de un servicio o de una abstención”.
 
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De outro ponto de vista, o Direito Objetivo das Obrigações regula as relações que nascem da Obrigação, entendida como o conjunto ou a unidade do Direito subjetivo do credor (direito de crédito - lado ativo da relação obrigacional) e do dever (débito) do devedor (lado passivo da relação obrigacional) que corresponde àquele.
Polo ativo	
Credor	
D de Crédito
Supõe uma faculdade de exigir algo	
Relação 	
 Lados conexos	
É pre-judicial 	
Polo passivo
Devedor
Dever (débito)
Dever de dar, fazer ou não fazer 	
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ENQUANTO EXISTA UM DEVER DE PRESTAÇÃO NASCE UM CORRESPONDENTE DIREITO DO CREDOR, NÃO VICEVERSA
 Relação Obrigacional (*): relação entre dois sujeitos (ao menos) em virtude da qual um deles (devedor ou promitente) fica obrigado, isto é submetido a um dever ou comprometido frente a outro (credor - estipulante) a cumprir uma prestação, ou seja, a desenvolver uma (conduta) atividade determinada (V. definição no CC português, arts. 397), avaliável patrimonialmente, atribuindo-se ao credor um correspondente poder que consiste na pretensão à prestação.
*)V. Pesquisa jurisprudencial STJ RE50196 Rel. Min. A. Villas Boas. J. 21/08/62 (Docs. 3 de 3- anexos)
Da pretensão nasce: 
a) ulterior possibilidade de obter coativamente o cumprimento específico da prestação ou
b) obter, via coativa, seu equivalente pecuniário, sob forma de ressarcimento do dano. 
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Obrigação vem de = Ob - ligatio -liame- vínculo. Vínculo que limita a liberdade do devedor
Diferenças ente Direito real e Direito de Crédito
Direito Real 
Maior eficácia
Oponível erga omnes. Direito de seqüela
Se exerce recta via
Direito de inerência
É exclusivo
Direito de preferência
O D.R. dá ao seu titular o exercício de um poder direto sobre a coisa
Direito de Crédito
Eficácia limitada
Inoponível
Cooperação devedor ou do P Judiciário
Não tem direito de inerência
Concurso
Cede ao D.R. se entrar em conflito
O credor tende a obter determinado conduta
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 Obrigação Patrimonial e Não Patrimonial
A obrigação é sub-espécie do dever jurídico
A Obbligazione é sub-espécie do Obbligo
Pode haver obrigações (obbligo) que não tem caráter patrimonial: como deveres de família e outros.... e outras (Obbligazione) que tem caráter patrimonial: há um dever de prestação: implica em responsabilidade patrimonial, que encontra a sua correspondência no conceito de sujeição à sanção. 
Responsabilidade e débito (doutrina alemã):
I momento lógico: Débito (schuld)= dever de cumprimento= dever de prestar ao que corresponde uma legítima expectativa do credor
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II momento lógico: Responsabilidade (Haftung)= à qual corresponde um verdadeiro direito subjetivo do credor de fazer valer essa sujeição. Esse momento sobrevêm, no caso de eventual inadimplência do dever de prestação para se resolver em uma relação de patrimônios ( ou seja, entre objetos) no sentido de que o devedor não responde com a sua pessoa.
Elementos essenciais da relação obrigacional
a) sujeitos: são o elemento pessoal da relação obrigacional São as pessoas que aparecem como parte da mesma. Podem ser: pessoas físicas ou jurídicas. Do ponto de vista dos sujeitos ativo e passivo a obrigação pode ser:
I Única - um só credor, um só devedor;
II Múltipla - pluralidade de credores e devedores. A obrigação múltipla biparte-se em:
i)	Conjunta: a qualidade de credor e devedor pertence simultaneamente a vários;
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ii) Disjuntiva: alternativamente a qualidade de credor e devedor pertence a mais pessoas.
A essência da bilateralidade da Obrigação não consiste no mero concurso da dupla qualidade de credor e devedor, mas no recíproco acoplamento de tal nexo que uma qualidade seja condição da outra.
Os sujeitos da Obrigação devem ser determinados ou, pelo menos, determináveis. 
Como se determinam as pessoas? Pela individuação. Mas, não sempre é fácil determinar o devedor ou o credor.
Q. Com relação ao credor pode ocorrer uma indeterminação? (t.c.)
Havendo pluralidade de sujeitos pode dar-se: 
i)	Obrigações parciais ou simplesmente conjuntas;
ii)	Obrigações solidárias;
iii)	Obrigações indivisíveis.
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b) Objeto: A palavra prestação designa o objeto da obrigação, quer dizer, o comportamento positivo ou negativo do devedor. (É importante destacar que o objeto da obrigação não é uma determinada coisa).
A prestação deve ser: 1) determinada (ab-initio) ou, 2) possível física e juridicamente, 3) um ato externo: exteriorizada ou 4) ter valor econômico.
c) Relação jurídica: constitui uma peculiar situação jurídica com relação aos sujeitos que participam dela: nascem deveres e direitos. A relação é temporal (por que a obrigação tende a esgotar-se com a realização do conteúdo da prestação). 
d) Relação Jurídica de Consumo: o Código de Proteção
do Consumidor, Lei 8.078 de 11 de setembro de 1990, produto em outros países da denominada sociedade afluente, é resultado, entre nos, de um fenômeno diferente já que incorpora e protege camadas sociais de recursos limitados, e, 
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deve-se afirmar que “é o primeiro regramento do mercado de consumo no direito brasileiro” incorporando como categoria o consumidor e considerando o consumo como função. A L. 8078/90 (Código de Defesa de proteção do Consumidor) estabelece normas de proteção do consumidor de acordo com os arts. 5º , inciso XXXII; 170 inc. V da CF e 49 das Disposições Transitórias. 
e) Há de destacar-se que o CDC reúne em um único conceito, à pessoa física ou jurídica que utiliza produto ou serviço, como destinatário final. Denomina de produto, os bens móveis e imóveis, materiais e imateriais (Art. 2º  2º do CDC) e, considera fornecedor, toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, com ou sem personalidade jurídica (inclusive os entes despersonalizados) que desenvolvam atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação etc., de produtos ou comercialização de produtos ou prestação de serviços
 
 
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Fontes das Obrigações
No estado atual da ciência do direito não há solução definitiva e unânime (Castán Tobeñas). Fonte eqüivale a origem, portanto, FONTE é a norma, fato ou ato que dá lugar a seu nascimento.
Sob a influência do direito romano têm sido consideras como fontes:
a)	o contrato
b)	o quase-contrato—gestão de negócios, a tutela, pago do indevido, os legados-
c)	o delito
d)	o quase-delito 
e)	e alguns códigos, adicionam a lei 
 
O CC francês define o quase-contrato como “os fatos puramente voluntários do homem, dos que resulta uma obrigação qualquer respeito a um terceiro e as vezes uma obrigação recíproca entre ambas as partes” (art. 1371 CCF).
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Q. Qual a sua opinião quanto ao conceito de quase-contrato?
Para autores modernos, as fontes são:
Planiol: o contrato e a lei;
Bonnecase: O fato, o ato jurídico e a lei;
Colin e Capitant: O contrato, a promessa unilateral, os atos ilícitos, o enriquecimento injusto e a gestão de negócios;
 Josserand: os atos jurídicos, os contratos e compromissos unilaterais, os atos ilícitos (delitos e quase-delitos), o enriquecimento sem causa e a lei;
 Enneccerus: Os negócios jurídicos, os atos semelhantes aos negócios jurídicos, e os atos reais; os atos ilícitos, os atos não culposos (que obrigam a indenização), certos estados de natureza jurídica ou de fato: ex., os direitos reais, os de família, o direito hereditário etc. 
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 Larenz: os negócios jurídicos, a conduta social típica, os fatos legalmente regulamentados e o ato de soberania estatal com efeitos constitutivos em matéria de direito privado (isto foi estranho até a I Guerra Mundial) (Relação que entra no campo dos chamados contratados ditados).
E o Código Civil pátrio? Reconhece três fontes:
 a) os contratos (arts. 421 a 853 do NNC) (que Clóvis Beviláqua tinha dado no Código de 1916 importância maior);
b)	a declaração unilateral de vontade (arts. 854 a 886);
c)	o ato ilícito (arts. 186 a 188).
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Q. Quais as fontes reconhecidas pelo Código das Obrigações de 1965? Reconhecia o negócio jurídico, o fato ilícito ou a determinação especial da lei (Art. 1º)
 Para o CC português, as fontes são:
a)	contratos, b) negócios unilaterais, c) gestão de negócios, d) enriquecimento sem causa, e) responsabilidade civil. 
Classificação
Entre os fatos constitutivos de obrigações negociais estão: 
1)	Os contratos: constituem a fonte por excelência das Obrigações. Estudar-se-á na Parte Especial do Direito das Obrigações.
2)	O ato-condição e o ato coletivo: embora exorbitem da mera categoria dos contratos;
3)	Negócios unilaterais: tem menor importância do que os contratos (ex: testamento). Estão nessa categoria as promessas unilaterais.
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Gestão de Negócios [O C.C português a define assim: “dá-se a gestão de negócios, quando uma pessoa assume a (1) direção de negócio alheio(2) no interesse(3) e por conta do respectivo dono, sem que para tal estar autorizado(4)].
A gestão de negócios (classificada entre os fatos ou situações de fato) entre nós está classificada como espécie contratual. [A figura do quase-contrato é desconhecida (O.G.)].
Enriquecimento sem causa: a idéia implícita é que pessoa alguma deva locupletar-se sem causa à custa alheia (M.I.). Entre nós, não ha preceito geral a respeito. Porém, aplicações do princípio encontram-se nos arts. 1.216, 1.281, 1.251, 1.271 etc., do NCC 
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São necessários 4 elementos: a) o enriquecimento de alguém; b) o empobrecimento de outrem, c) o nexo de causalidade e d) a falta de causa ou causa injusta. 
Responsabilidade civil por atos ilícitos: a teoria da responsabilidade civil estuda as obrigações provenientes de atos ilícitos. O delito civil é um dos atos mais prolíficos das Obrigações. Diz o Art. 927 do NCC:
Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
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O CCB reduz a obrigação ao dever de reparar o dano causado independentemente de culpa (V. Art. 927 par. Único). Dizem os arts. 942 e 943 do NCC ( V. tb. o art. 948 caput CC):
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932.
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança.
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O quase-contrato: (v. supra). O Código Civil francês considera como tal: fatos puramente voluntários do homem gerados de um dever jurídico em favor de um terceiro e até deveres recíprocos (entre os romanos o pagamento indevido era considerado un quase-contrato)
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Modalidades das Obrigações
A estrutura deste título difere daquela proposta pelo Código de 1916, que incluía nele um capítulo dedicado à Cláusula Penal que agora faz parte do Título IV, do Inadimplemento das Obrigações. De resto, o NCC manteve inalterada a sistemática anterior. 
Obrigações de Dar (Arts. 233-246 NCC) 
A partir do texto legal deve inferir-se que as obrigações de dar consistem “[n]a entrega de uma coisa móvel ou imóvel para constituição de um Direito Real (venda, doação), a concessão do uso (empréstimo, locação), ou a restituição ao dono”.
 
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Há que levar em conta que na dogmática estabelecida para o sistema brasileiro quando de móveis e de imóveis se trata, 
a) os direitos reais sobre coisas móveis , quando constituídos, ou transmitidos por ato entre vivos, só se adquirem com a tradição (art. 1.226) ou, 
b) os direitos reais sobre imóveis, constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro do título respectivo no Registro de Imóveis (Art. 1.227). 
Daí que, entre nós, a Obrigação de Dar, configura um simples direito pessoal (V. art. 1.267 caput e parágrafo único do NCC).
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Finalidades da Obrigação de Dar
a) constituição de um Direito Real; b) facultar o uso; c) simples detenção; d) transmissão de um Direito Real já existente; d) restituição da coisa ao dono.
Objeto da Obrigação de Dar 
Coisa certa e determinada ou determinável, se: 1) certa: deve ser individuada; se 2) incerta: deve ser indicada quanto ao gênero e quantidade (V. art. 243 NCC).
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OBRIGAÇÕES DE DAR COISA CERTA
Abrangência da obrigação de dar coisa certa: inclui os acessórios da coisa EMBORA NÃO MENCIONADOS , salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso (art. 233 NCC). 
Efeitos: Princípio
Geral 
-No contexto do Código anterior, o art. 863 determinava que se previamente individuada ou determinada, o credor não podia ser obrigado a receber outra (fungível ou infungível), diversa da coisa certa, ainda que mais valiosa. Se de fato é o que acontece e a regra, no âmbito do NCC não modificou essa compreensão, deve dizer-se que o art. 233 do NCC “mede a extensão objetiva dessa espécie de obrigação.”
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Até a tradição pertence ao devedor a coisa.... (art. 237 caput NCC). Dai que:
Com relação à coisa: deve avaliar-se antes e depois da tradição (sob o princípio: res perit domino).
Com relação a perda da coisa
a)	antes da tradição: i) não havendo culpa, a obrigação fica resolvida para ambas as partes, ii) havendo culpa do devedor: responderá pelo equivalente mais perdas e danos (Art. 234 NCC).
b)	depois da tradição: aplica-se o princípio “res perit domino”.
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 Se houver deterioração: I) não sendo culpado o devedor, poderá o credor:
a)	resolver a obrigação ou,
b)	aceitar a coisa, abatendo a seu preço o valor que perdeu (Art. 235 NCC)
II) sendo culpado o devedor, poderá o credor: (V. art. 236 NCC)
 a) exigir o equivalente, (com direito a indenização das perdas e danos) 
 b) ou, aceitar a coisa no estado em que se encontra (com direito a indenização) 
A obrigação pode ser ainda de restituir coisa certa:
a) se houver culpa do devedor poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no
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estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos (Art. 239).
b) não havendo culpa do devedor e a coisa se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda (art. 238 NCC).
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Se a coisa restituível se deteriorar:
a) sem culpa do devedor, o credor recebê-la-á no estado em que se encontre, sem direito a indenização (Art. 240 NCC);
b) se por culpa do devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, indenização das perdas e danos (Art. 239 NCC).
 Melhoramentos ou acréscimos
No caso de restituição da coisa, embora repita a escura determinação dada pelo art. 872 do Código de 1916, o NCC, no art. 241, quer dizer, que se o credor ficar com a titularidade dela, 
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lucrará com o melhoramento ( obra ou trabalho que aumenta o valor da coisa: benfeitorias úteis e necessárias) ou acréscimo (acessões naturais ou produzidas pelo trabalho humano) à coisa, sem pagar indenização ao devedor, se este não tiver despesa ou trabalho.
Tendo despesas ou trabalho, no caso de restituição da coisa, e havendo boa fé de parte do devedor:
a) este terá direito à indenização pelas benfeitorias úteis e necessárias; das voluptuárias tem direito a levantá-las, se não lhe forem pagas, quando possível sem
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deteriorar a coisa. Na negativa da indenização, o devedor pode exercer o direito de retenção (V. arts. 1.219 e 1.222 do NCC);
b) quanto aos frutos, sendo o possuidor de boa fé, tem direito aos frutos percebidos enquanto ela durar. Deve restituir os pendentes ao tempo em que cessar a boa fé; como deve restituir os colhidos com antecipação a partir do momento em que cessou a boa-fé, deduzidas despesas de produção e custeio (V. Art. 1.214 NCC).
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Se o devedor é de má-fé:
a) terá direito apenas ao ressarcimento das benfeitorias necessárias, não podendo exercer o direito de retenção como não pode levantar as voluptuárias (Art. 1.220 NCC). A lei reserva o direito de opção entre pagar, ao possuidor de má-fé, o custo ou o valor atual das benfeitorias (Art. 1.222 NCC).
b) quanto aos frutos, o devedor de má-fé responde por todos os colhidos e percebidos, e inclusive pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que começou a má-fé, mas com direito a reembolso das despesas de produção e custeio.
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OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA
 
O objeto desta obrigação consiste na entrega ou restituição de coisa ainda não determinada, devendo ser indicada pelo gênero e quantidade (art. 243 NCC). Não é problema de coisa futura que pode ser certa (futura e certa) mas apenas de coisa que está indicada pelo gênero e quantidade (ex. 300 sacas de arroz tipo A). Tal indeterminação é transitória. 
*
A quem cabe a escolha: ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação (Art. 244 NCC). Mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Efeitos da escolha: transformada em específica ou seja cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto no seção dedicada à obrigação de dar coisa certa (Art. 246 NCC).
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Vedada, ao devedor, toda possibilidade de alegação de perda ou deterioração da coisa antes da escolha (Art. 246 NCC).
Pesquisar: as obrigações de dar coisa certa e de dar coisa incerta no Projeto do Código das Obrigações de 1965.
Pesquisar: a que se denomina concentração?
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OBRIGAÇÕES DE FAZER E DE NÃO FAZER (*).
As obrigações de fazer consistem: 
a) na prática de um ato estritamente pessoal [seriam as obrigações de fazer infungíveis] ou 
b) exeqüível por um terceiro [estas seriam as prestações fungíveis]
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De outro ponto de vista as obrigações de fazer consistem em:
a)	prestações de trabalho: ex. uma empreitada, realização de determinado serviço, uma locação de obra, etc. 
b) ou num mero ato que não implica esforço físico ou intelectual: (assinar um aval, uma fiança, etc.).
Alguns autores consideram que em matéria de incorporação, a natureza
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da obrigação do incorporador é de dar e de fazer: de dar, a tradição de uma coisa, entrega física da unidade condominial, de fazer, transferência de um direito real).
Como diferenciar das obrigações de dar? Um critério é, em função dos interesses do credor -
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Poder-se-ía dizer que as:
a)	as obrigações de fazer consistem na prestação de um fato, 
b)	e as obrigações de dar na prestação de uma coisa.
As prestações de fatos consistem em atividade pessoal do devedor. Esta atividade pessoal do devedor pode:
a) ser intuitu personae, ou seja trata-se de prestação a ele só imposta ou só por ele exeqüível. A negativa, importa em obrigação de
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indenizar por perdas e danos (Art. 247 NCC), ou 
b) consistir em um serviço que pode ser satisfeito por um terceiro (Art. 249 NCC).
*) V. em pesquisa jurisprudencial quando era pertinente a ação cominatória segundo o STF RE-73820.
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CRITÉRIO ADOTADO POR W. DE BARROS MONTEIRO 
Para diferenciar obrigações de dar das obrigações de fazer, há de verificar-se a "preponderância dos atos para a realização da prestação", ou seja, conferir se o dar é ou não é conseqüência do fazer, por exemplo, confeccionar coisa para depois entrega-la, a obrigação é de fazer; se o devedor, nada tiver a fazer, então a obrigação é de dar.
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A obrigação de Fazer deve ser cumprida no lugar e no modo em que foi ajustada.
Vejamos o que prescreve o Código Civil:
Prestação que se torna impossível (art. 248 NCC):
a)	se sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação,
b)	se com culpa do devedor responde este pelas perdas e danos.
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Apesar dos esforços de encontrar uma maneira de distinguir entre obrigações de dar e de fazer, há algumas dificuldades que devem ser levados em conta:
a) muitas obrigações podem ser consideradas tanto de fazer como de dar (o vendedor dá a coisa ao comprador eqüivale a dizer o vendedor transfere o direito de propriedade...);
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b) algumas obrigações de fazer são interdependentes com algumas de dar ( na cirurgia de implantação de marca-passo);
 
	c) toda ação de dar envolve um fazer
Na obrigação intuitu personae (Art. 247 NCC) havendo recusa do devedor ou só por ele exeqüível, se resolve na indenização de perdas e danos
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Se a obrigação de fazer puder ser executada por terceiro, será faculdade do credor:
a)	mandá-la executar à custa do devedor,
havendo mora ou recusa deste, sem prejuízo de indenização cabível (Art. 249 NCC).
b)	admite o Código que, em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido (Art. 249
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Parágrafo único). Embora a jurisprudência já tenha construída esta hipótese, no NCC consta expressamente.
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OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER
Consistem a) numa abstenção (pode ser limitado ou não no tempo)
Ex: alienante de um estabelecimento comercial: não instalar outro igual! Não construir (direito de vista)
b)	numa mera tolerância.
Ex: locador: não perturbar o locatário
c) licitude: desde que não envolva restrições à liberdade (abstenção de se casar, por ex.)
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Característica: uma abstenção 
Para Tito de Fulgêncio: uma sucessividade [de abstenções] 
- ou abster-se de determinado ato (por toda a vida ou durante certo tempo); 
- ou tolerar atos de terceiros (ex. abster-se de abrir comércio análogo, não sublocar, não ceder, etc.). Deve ficar claro que a liberdade negocial tem limites, pois ela não pode violar
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direitos e garantias fundamentais, e/ou a ordem pública: não casar, não transitar por determinada rua, etc. 
O CC dispõe: abstenção que se torna impossível: pode ser que torne impossível ao devedor abster-se de fato que se obrigou a não praticar por circunstâncias alheias a sua vontade (Ex. imposição do Poder Público). Neste caso extingue-se a obrigação (art. 250 NCC).
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Se praticado o ato (a que o devedor obrigou-se a abstenção):
a)	o credor pode exigir do devedor que o desfaça ou
b)	mandar desfazer à custa do devedor, ressarcindo o culpado perdas e danos (Art. 251 NCC).
Admite o Código que, em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, desfazer ou mandar desfazer, sem prejuízo do ressarcimento devido (Art. 251 Parágrafo único). 
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“MODO DE CUMPRIR E EXECUÇÃO FORÇADA DA OBRIGAÇÃO DE NÃOFAZER
Cumprimento => ato ou fato prolongado no tempo
+ Impossibilidade sem culpa do devedor. Ex.: Imposição do Poder Público.
+ Por culpa do devedor => perdas e danos (Art. 251, CC). Resolve-se a
obrigação (Art. 250,CC). Exigir o desfazimento ou terceiro desfaça às custas do devedor + perdas e danos.
+ Art. 461 CPC => tutela específica das obrigações de não-fazer.
+ Se possível o desfazimento, pode-se aplicar multa diária.
+ Se impossível voltar ao estado anterior => resolve-se em perdas e danos.
+ Execução => juiz manda desfazer o ato ou que terceiro desfaça às custas do devedor. Não
sendo possível, resolve-se em perdas e danos. (Art. 642, CPC)”
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Leituras
Relação de consumo
Não existe no CDC um conceito de relação de consumo. Tratando-se de um microssistema não teria sido melhor defini-la?:
O protocolo do Defesa do Consumidor do MERCOSUL o fez:
 	Relação de consumo é o vínculo que se estabelece 	entre o fornecedor que, a título oneroso, oferece 	um produto ou presta um serviço a quem o adquire ou 	o utiliza como destinatário final.
	Equipare-se a esta o fornecimento de produtos e 	prestação. A título gratuito, quando se realizem em 	função de uma eventual relação de consumo
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Críticas
a) limita-se a uma definição obrigacional clássica individual e bilateral;
b) o CDC brasileiro conhece atos unilaterais vinculantes como publicidade, atos de consumo e relações de consumo coletivos e difusos, como a introdução no mercado de um formulário contratual redigido unilateralmente, contendo cláusulas abusivas (art. 51, § 4º. CDC), sem que ainda nenhum consumidor tenha assinado este contrato de adesão ( é o famoso caso do controle em abstrato, de todos os bancos incluídos os estrangeiros;
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c) A definição exclui as chamadas relações de consumo indiretas ou por acessoriedade, a responsabilidade dos bancos de dados de crédito sobre as informações prestadas sobre o consumidor, ou as relações triangulares: relação entre o débito do cartão de crédito e a compra de consumo principal, pairando dúvida se estas relações estão incluídas na expressão “adquirir” ou “utilizar” como destinatário final (LUCCA, Newton de. Direito do consumidor ,99).
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OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS OU COMPLEXAS
O que se estudou precedentemente foi a singularidade nas relações: um só sujeito ativo, um só passivo tendo por objeto uma só prestação. Nas alternativas ou complexas pode haver vários sujeitos nos pólos: é a complexidade subjetiva ou várias prestações: complexidade objetiva. Aqui tratamos desta última 
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Conceito. Obrigação alternativa é aquela que tem por objeto duas ou mais prestações que se devem de tal modo que o devedor fica totalmente liberado se cumprir só uma delas (Planiol e Ripert).
Finalidade prática: dar ao credor maiores probabilidades de ser satisfeito já que a desaparição de um dos objetos não impede o cumprimento da prestação.
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Cabe fazer algumas distinções entre obrigações alternativas, conjuntivas e facultativas:
a)	na obrigação conjuntiva, o devedor se obriga a várias prestações devidas cumulativamente: o credor tem o direito de exigir todas elas do devedor (o cumprimento deve ser integral) (“e”).
b)	nas obrigações alternativas se obriga ao devedor a cumprir uma das prestações. A obrigação se extingue pelo cumprimento de uma delas (“ou”)
c)	Nas facultativas, o devedor se obriga ao cumprimento de uma só prestação mas pode satisfazer mediante outra distinta.
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Escolha da prestação:
 cabe ao devedor, salvo acordo em contrário. 
A obrigação deve ser cumprida integralmente (art. 252 CC). Se uma das prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornado inexeqüível, subsistirá o débito quanto a outra (art. 253 CC). A escolha deve ser mediante declaração (unilateral com força obrigatória) de vontade receptícia (com conhecimento da outra parte). O efeito será ex-nunc.
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A caracterização da obrigação alternativa deve ser tratada com cuidado:
a)	as prestações devem ter objeto distinto (se a faculdade de eleição diz respeito ao modo de cumprimento, não há obrigação alternativa).
b)	a incerteza da eleição deve ser eliminada pela vontade do credor ou do devedor ( se a eleição ocorrer por circunstância alheia de qualquer das partes, a obrigação não é alternativa).
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c)	Não há obrigação alternativa quando o credor autoriza o devedor a lhe entregar um bem em substituição da quantia devida (dação em pagamento).
Nada impede que as prestações alternativas sejam genéricas ou que uma seja genérica e a outra específica. 
Enquanto não sucede a concentração do débito pode tornar-se impossível uma das prestações alternativas:
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a)	se houve culpa, cabendo a escolha ao credor, tem este o direito de exigir ou a prestação subsistente ou o valor da outra com perdas e danos, 
havendo culpa, cabendo a escolha ao devedor, a obrigação se cumpre com a obrigação subsistente.
	Não havendo culpa, o débito subsiste quanto a prestação que não se tornou inexeqüível
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Tornando-se impossível de cumprir ambas ou todas as prestações:
a)	havendo culpa e cabendo a escolha ao credor, tem este o direito de reclamar o valor de qualquer das prestações mais indenização por perdas e danos, 
b)	havendo culpa, cabendo a escolha ao devedor, fica este obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou mais perdas e danos, 
c)	se todas se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir—se-á a obrigação.
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DIVISIBILIDADE E INDIVISIBILIDADE
Suposição: 
pluralidade de credores e /ou devedores,
o que é divisível ou indivisível é a prestação. 
Ou mais tecnicamente, é o objeto da prestação
que é uma ou outra coisa.
O CCF, no art. 1217 estabelece que a obrigação pode ser divisível ou indivisível “conforme tenha por objeto uma coisa que na sua entrega, ou um fato, que na sua execução, é ou não é suscetível de divisão, seja material, seja intelectual” (Classificação de Dumoulin: absoluta, de obrigação, de solução).
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O NCC no Art. 258 prescreve: 
A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico. 
[Observe-se que o NCC se bem conceitua a indivisibilidade não acontece assim com a divisibilidade! Fala dos seus efeitos (Art. 257 NCC) ]
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Questões abril 2010
1. Obrigação de dar coisa incerta é o mesmo que obrigação de dar coisa futura?
2. A indeterminação da coisa é permanente nas obrigações de dar coisa incerta, por exemplo, no momento do pagamento? Fundamente a resposta.
3. Com um exemplo, citando um artigo do CC, explique a concentração! 
4. Nas obrigações alternativas, pode uma delas ser genérica e as outras específicas? Fundamente a resposta e dê um exemplo.
5. Ainda nas obrigações alternativas, sendo a escolha do credor e se perder a genérica, quais são as providências que se pode tomar?
6. É possível dizer que a obrigação de não fazer é divisível? Dê um exemplo!
7. Os efeitos da concentração são ex-tunc? Ou ex-nunc?
8. O D. de crédito é oponível ou inoponível contra terceiros? Por quê?
9. Disserte sobre obrigações intuitu personae!
10. Disserte sobre relação obrigacional!
11. É correto afirmar que antes de concentração, a coisa genérica se perdeu ou se perde?
12. Em que consiste a fungibilidade ou infungibilidade da obrigação?
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A indivisibilidade no NCC se dá a partir:
a) de um impedimento material, 
b) por razões econômicas, mesmo sendo divisível do ponto de vista material. Pela primeira vez, o NCC considera indivisível obrigação que por razões econômicas deva ser cumprida integralmente, ou:
c) dada a existência de uma razão jurídica considerada relevante. 
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Resumindo:
1) A prestação é divisível quando as partes em que se fraciona não perdem as características essenciais do todo nem sofrem depreciação acentuada [perda de valor (V. art. 87CC)] . Indivisível, em caso contrário.
2) Na obrigação de dar:
 a) será divisível se cada uma das parcelas em que se divide, guarda as características essenciais do todo; 
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b) se a res debita é corpo certo e determinado, é indivisível (a coisa não comporta pagamento parcelado)
3) A obrigação de restituir é normalmente indivisível, salvo se o credor consentir na entrega parcial.
4) Na obrigação de fazer é: 
4.1) divisível: a) se contratada a execução em função do tempo ou de unidades; 
4.2) indivisível: a) quando na execução de coisa certa e determinada, não pode partir-se por faltar, à quota de prestação, 
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características essenciais do todo ( ou quando a obra de fazer é considerada como uma unidade econômica).
5) A obrigação de não fazer é via de regra indivisível.
6) A convenção pode tornar uma obrigação juridicamente divisível em indivisível: acordar constituição de renda (de uma certa quantia) em favor do marido e da mulher, sendo que ela permanecerá íntegra se falecer um dos cônjuges.
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Princípio: na unidade de devedor e de credor a prestação é realizada na sua integralidade, salvo acordo em contrário. Na pluralidade de sujeitos, a prestação se divide em cotas - partes iguais com obrigações distintas, salvo se a prestação é indivisível.
Na indivisibilidade cada devedor está obrigado à prestação na sua totalidade, sub-rogando-se no direito do credor que tem direito a recebé-la por inteiro. 
Na insolvência de um ou mais dos co-devedores: a) se divisível: o credor perde a cota parte do insolvente; b) se indivisível: o credor tem o direito de demandar de qualquer dos devedores a prestação inteira. 
Na prescrição interrompida contra um dos sujeitos passivos:
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a)	se divisível a obrigação: não são prejudicados os demais e portanto, o credor ou credores perdem o direito de demandar àquele(s) a quem a prescrição beneficiar, podendo acionar os demais contra quem fê-la interromper para haver as respectivas outras cotas-partes.
b)	se indivisível: a interrupção tirada contra qualquer um dos devedores atinge (favorece ou prejudica) os demais.
c)	Se plurais os credores e a obrigação indivisível: qualquer credor pode demandar o devedor pela dívida inteira e recebendo a prestação torna-se devedor aos demais credores pela cota-parte de cada um (ou no silêncio, em partes iguais). O devedor desobriga-se, pagando a todos conjuntamente ou a um só desde que dê caução de ratificação dos demais (Arts. 892 CC16 e 260 do NCC).
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Pode haver extinção da dívida pelo perdão ou remissão que faça o credor ou ainda por novação, confusão, compensação, transação. 
Na remissão, havendo vários credores, e feita por um destes, não extingue a prestação e, os demais credores têm o direito de exigir a prestação indivisível, porém, restituindo em dinheiro a parte do remetente (art. 262 CC).
Perda da indivisibilidade 
a) a indivisibilidade convencional pode terminar por acordo contrário, 
b) a que se resolve em perdas e danos:
b1) se por culpa de todos os co-obrigados, todos respondem por partes iguais, 
b2) se por culpa de um deles: este responde pelo dano e só ele pode ser demandado à reparação.
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Direito Civil III
Para invalidar um ato ou um negócio jurídico, é possível argumentar a incapacidade relativa da outra parte em benefício próprio se de por meio há uma obrigação indivisível?
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a) a causa da solidariedade é o título constitutivo.
b) na solidariedade cada devedor paga por inteiro, porque deve por inteiro.
c) a solidariedade é subjetiva (pluralidade de credores e/ou devedores)
d) a solidariedade é de origem técnica: da lei ou da vontade.
e) a solidariedade cessa com a morte dos devedores
f) a solidariedade conserva este atributo se convertida em perdas e danos.
a) a causa da indivisibilidade é a natureza da prestação.
b) na indivisibilidade solve a totalidade em razão da impossibilidade de solver por partes.
c) a indivisibilidade é objetiva.
d) a indivisibilidade se justifica pela natureza da prestação.
e) a indivisibilidade subsiste enquanto a prestação suportar.
f) a indivisibilidade termina se convertida em perdas e danos.
A indivisibilidade se distingue da solidariedade
Parte-se da suposição básica da existência de multiplicidade de devedores e/ou credores:
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Suposição: pluralidade de sujeitos e unidade de prestação.
a)	Pluralidade subjetiva: é necessário que haja pluralidade de sujeitos passivos ou ativos. Se há um só devedor e um único credor, a obrigação é singular. 
b)	Unidade objetiva: prestação integral.
A solidariedade pode ser: a) pura e simples e b) condicional ou a termo para outros. A solidariedade não se presume: decorre da lei ou da vontade (art. 265 CC). (Se da lei : entre co-obrigados cambiais - entre fiador e afiançado, a dos comodatários simultâneos da mesma coisa, a dos mandantes conjuntos, a dos co-autores de ato ilícito).
A solidariedade, a diferença da indivisibilidade (inescindibilidade, a causa da natureza da prestação), é de origem técnica.
Alguns civilistas imaginaram uma distinção entre a) solidariedade perfeita ou correalidade e b) solidariedade imperfeita (V. Lacerda de Almeida). 
*
Assegura-se que no Cap. VI, Seção II, a correalidade consistiria na existência de uma só obrigação que os devedores tem de solver sem benefício de divisão (o contrário seria admitir cindida a própria obrigação). Esta seria a solidariedade que nasce da convenção ou do estabelecimento da unidade obrigacional.
Na solidariedade imperfeita haveria multiplicidade de obrigações autônomas, todas com objeto igual, e, como o credor tem direito a este, pode exigi-lo, somente extinguindo-se todas as obrigações com a efetiva solução. Geralmente esta é a solidariedade legal. 
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SOLIDARIEDADE
Caio Mário Pereira da Silva, assegura que a solidariedade legal ou convencional tem uma única natureza: obrigação com unidade objetiva.
Não pode o credor cindir a res debita e nem pode o devedor fraciona-la.
Na obrigação solidária há unidade de vínculos jurídicos ou pluralidade deles.
Em princípio se dirá, segundo Salvat:
1) na solidariedade existe unidade de prestação, 
*2) na solidariedade há pluralidade de vínculos: sendo distinto ou independente o que liga o credor com cada devedor. A questão difícil de responder está nos seus efeitos:
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a)	em virtude de que fenômeno o co-devedor solvente libera os seus consortes? ou, 
b)	o credor accipiente alforraria o réu em relação aos demais co-credores?
Podemos ensaiar as seguintes respostas:
a)	pela teoria da representação: a solução gera uma espécie de sociedade constituindo-se cada devedor mandatário dos demais, de tal modo que ao pagar procede em benefício de todos. O mesmo raciocínio se utiliza para os co-credores.
b)	pela idéia de garantia: cada devedor é garante da prestação para com o credor e por esta função fidejussória que o credor tem direito de exigir a prestação integral e vice-versa. 
*
Em oposição a teoria ( *2) de que na solidariedade há pluralidade de vínculos levanta-se a unitária e assevera que na obrigação solidária viceja um só vínculo obrigacional.
Pesquise o entendimento que o STF tem sobre solidariedade passiva.
A. Solidariedade ativa: de co-credores. É rara mais existe. Qualquer credor tem o direito de reclamar a totalidade de débito do devedor e este de solver a obrigação: 
a1) se antes da prevenção judicial: libera-se pagando a qualquer um dos co-credores;
a2) depois da prevenção judicial (iniciada a demanda), o devedor somente se libera pagando ao credor que o acionou (art. 268 CC). 
*
O CCB de 1916, (art. 900, par. único CC), atribuía efeitos liberatórios à novação, compensação, remissão, formas indiretas de extinguir a dívida. O Código novo eliminou no art. 269 esse parágrafo. Todavia, pela redação dada ao atual art. 269, há de entender-se que o efeito liberatório do pagamento seja de modo direito ou indireto (novação, compensação, remissão) extingue a dívida até o montante do que foi pago.
Na prescrição se um dos credores interrompe a prescrição, contra o devedor comum, a todos beneficia. Não acontece com a suspensão (a não ser que a obrigação seja indivisível). Se a obrigação solidária vem a converter-se em perdas e danos, a solidariedade da obrigação permanece (art. 271 CC). 
*
Constituído o devedor em mora, todos os credores são beneficiados e os juros respectivos são devidos. Se um dos credores solidários é constituído em mora accipiendi, prejudica aos demais. 
Nas relações internas vigora: comunidade de interesses - entende-se que há um interesse comum no objeto da obrigação, salvo acordo em contrário. 
Em caso de falecimento de um dos credores, deixando herdeiros, cada um tem direito a receber a quota parte de seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação (prestação, objeto da prestação etc.) for indivisível (Art. 270 NCC).
 Diz Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho: Inovou a Código em dois aspectos: a) o primeiro deles proíbe que o devedor oponha a todos os credores solidários a exceção (leia-se defesa) pessoal oponível apenas a um deles 
*
(Art. 273 CC). Por exemplo, se algum dos credores atuou dolosamente quando da celebração do contrato e os contrataram de boa-fé, a exceção (alegação de dolo) não poderá ser oposta contra todos; b) o segundo dispositivo refere-se ao art. 274 que diz:
	O julgamento contrário a um dos credores solidários não 	atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, 	a menos que se funde em exceção pessoal ao credor 	que o obteve.
 A primeira parte deste artigo quer dizer que, se por alguma circunstância um dos credores, por exemplo, exerceu coação moral sobre o devedor para que este contratasse também com ele, estando os demais credores de boa-fé, o juiz se acolher a defesa do devedor excluindo da relação jurídica apenas esse credor e a sentença não poderá prejudicar os demais credores de boa-fé; pelo contrário, se a decisão do juiz for favorável a um dos credores solidários, temos duas hipóteses:
*
a) se o juiz desacolheu a defesa (exceção) do devedor, e esta não era de natureza pessoal, quer dizer, era comum a todos os credores, o julgamento beneficiará a todos os demais; (ex: alegação por parte do devedor em face de um dos credores que cobrou que os juros muitos elevados e o juiz reconhece ser correto o valor cobrado, neste caso, a decisão favorecerá a todos os credores)
b) se o juiz desacolheu a defesa (exceção) do devedor, e esta era de natureza pessoal, o julgamento não interferirá na esfera jurídica dos demais credores (ex: exceção oposta pelo devedor a um dos credores que cobrou a dívida dizendo que foi gravemente ameaçado quando da celebração do contrato e o juiz não acolhe a defesa, dando razão ao credor. Não se poderá dizer que esta decisão favoreceu os outros credores, uma vez que a situação deles não mudou e a decisão apenas favorece ao credor por tratar-se de uma exceção pessoal.
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B.	Solidariedade passiva. É muito freqüente. Cada um dos devedores está obrigado pelo totum e totalitem.
Relações externas: devedor - credor:
1- 0 credor tem a faculdade de exigir de um ou de alguns dos devedores parcial ou totalmente, a dívida comum (art. 275 CC). Se a solução é parcial, continua a solidariedade pelo resto. Há de entender-se que a dação em pagamento beneficia os outros. A remissão concedida a um dos devedores, prevalece até a quantia, reservando o credor a solidariedade contra os outros co-devedores na proporção correspondente (art. 388 NCC). Há diferença na remissão do ponto de vista da solidariedade ativa (se concedida extingue a obrigação). Na passiva aproveita ou extingue até a concorrência da quantia remetida. 
2- Tem o credor o direito de acionar um, alguns ou todos os devedores. 
*
Se morrer um ou alguns dos devedores deixando herdeiros, estes respondem pela parte que lhes couber, salvo se a obrigação for indivisível, mas, todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores (art. 276 CC).
Pesquise: na jurisprudência, 5 casos de solidariedade passiva e 5 de solidariedade ativa.
*
JURISPRUDÊNCIA 
SANTA CATARINA. TRIBUNAL DE JUSTIÇA - SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO 26a CÂMARA
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 1.221.335-0/5
 
A obrigação 'propter rem' é aquela em que o devedor, por ser titular de um direito sobre uma coisa, fica sujeito a uma determinada prestação que, por conseguinte, não derivou da manifestação expressa ou tácita de sua vontade. 
 
O que o faz devedor é a circunstância de ser titular do direito real, e tanto isso é verdade, que ele se libera da obrigação se renunciar a esse direito.
 
 
*
Superior Tribunal de Justiça
Arrematação - Imóvel - Taxas condominiais - Responsabilidade - Adquirente. Processual Civil e Civil - Condomínio - Taxas condominiais - Legitimidade passiva - Arrematação – Recurso não conhecido. 1 - Na linha da orientação dotada por esta Corte, o adquirente, em arrematação, responde pelos encargos condominiais incidentes sobre o imóvel arrematado, ainda que anteriores à arrematação, tendo em vista a natureza 'propter rem' das cotas condominiais. 2 - Recurso não conhecido." (Resp. n° 572.767-0-SC, Rei. Min. Jorge Scartezzini, j. 19.04.2005, p. 16.05.2005)
 
 
*
IV. Inexistência de benefício de ordem entre devedores solidários: PROCESSO CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. BENEFÍCIO DE ORDEM. PENHORA. MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. Não há benefício de ordem entre devedores solidários, pela própria natureza da obrigação. O art. 649, VI, da Lei Adjetiva Civil não se aplica a todas as pessoas jurídicas, mas apenas às pequenas empresas, onde os sócios trabalham pessoalmente. A alegação de impenhorabilidade do bem nomeado pelo próprio devedor não implica litigância de má-fé. Recurso parcialmente conhecido e, nessa parte, provido para excluir a multa por litigância de má-fé. 
*
V. Solidariedade
ativa: Direito Civil e Direito Processual Civil. Mandado judicial. Instrumento de procuração em que consta autorização para dois advogados agirem em conjunto ou separadamente. Procuração solidária. Legitimidade ativa de cada procurador para a cautelar de arbitramento e para a ação de execução dos honorários. 1 – Constando do instrumento da procuração autorização para que os advogados possam agir em conjunto ou separadamente, qualquer deles é parte legítima para pleitear o arbitramento dos honorários, bem como para ajuizar a ação de execução da verba incluída na condenação por arbitramento ou sucumbência. 2 – Recurso especial não conhecido. 
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VI. A solidariedade não se presume: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL E CONTRADIÇÃO. INOCORRÊNCIA. TÍTULO JUDICIAL. INTERPRETAÇÃO. SOLIDARIEDADE. AUSÊNCIA DE RESSALVA NA SENTENÇA. DOUTRINA. RECURSO DESACOLHIDO. I – Ausente ressalva de que os réus foram condenados solidariamente, e considerando que a solidariedade não se presume, mas decorre da lei e da vontade das partes, a sentença condenatória reclama interpretação consoante o pedido formulado na ação. II – Conforme lição da doutrina, "não é possível, (...) na execução do julgado, reconhecer a existência de solidariedade, a cujo respeito omissa fora a sentença exeqüenda. Deve esta ser
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executada fielmente, sem ampliação ou restrição do que nela esteja dispostos". III – Se os autores pretenderam a condenação dos réus "na proporção de suas quotas", dessa forma se deve prosseguir a execução. IV – Rejeitam-se os embargos de declaração quando ausente qualquer vício no julgado embargado. V - Os declaratórios não são a via apropriada para que a parte demonstre seu inconformismo com os fundamentos da decisão. 
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VII. Solidariedade e manifestação implícita: Solidariedade. Dívida. A solidariedade não se presume, mas pode resultar de manifestação implícita. Recurso especial. Inviável para debater matéria de fato. 
VIII. Solidariedade e ausência de citação de um dos co-devedores: RECURSO ESPECIAL. AUSENCIA DE CITAÇÃO DE UM DOS EXECUTADOS. CEDULA RURAL. EXCESSO DE EXECUÇÃO. DEPOSITARIO. I. A AUSENCIA DE CITAÇÃO DE UM DOS AVALISTAS-EXECUTADOS NÃO ACARRETA A NULIDADE, EM SE TRATANDO DE OBRIGAÇÕES SOLIDARIAS E AUTONOMAS. VICIO NÃO RECLAMADO PELO EXEQUENTE. 
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II. O EXCESSO DE EXECUÇÃO ALEGADO NÃO TEM CONDIÇÕES DE SER EXAMINADO PORQUE NÃO APONTADO QUALQUER DISPOSITIVO DE LEI FEDERAL VIOLADO E O DISSIDIO JURISPRUDENCIAL RESTOU INCOMPROVADO ANALITICAMENTE. III. A AUSENCIA DE NOMEAÇÃO DE DEPOSITARIO DE COISA FUTURA NÃO ENSEJA NULIDADE DA PENHORA. A FALTA DEVE SER SUPRIDA QUANDO CONCRETAMENTE APURAVEL O BEM. IV. EMBARGOS A EXECUÇÃO QUE PODEM SER RECEBIDOS EM FUNÇÃO DE UMA DAS PENHORAS REALIZADAS, NA QUAL FORA NOMEADO DEPOSITARIO. TESE ESPOSADA PELO PROPRIO RECORRIDO-EXEQUENTE. IV. RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO. 
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IX. Solidariedade e penhora sobre bens de um dos co-devedores: PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO PROPOSTA CONTRA DOIS DEVEDORES. PENHORA QUE RECAIU SOBRE O PATRIMONIO DE APENAS UM DELES. EMBARGOS AJUIZADOS POR AMBOS, VISANDO AO RECONHECIMENTO DE INEXISTENCIA DE SOLIDARIEDADE. INADMISSIBILIDADE DOS OFERECIDOS PELO EXECUTADO QUE NÃO TEVE BENS CONSTRITOS. ORIENTAÇÃO, FIRMADA EM PRECEDENTES, QUE NÃO SE APLICA. RECURSO DESACOLHIDO. I - VIA DE REGRA, CONFORME ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DESTA CORTE, NAS EXECUÇÕES PROMOVIDAS CONTRA VARIOS DEVEDORES SOLIDARIOS, UMA VEZ GARANTIDO O JUIZO, TODOS PODEM OFERECER EMBARGOS, INCLUSIVE AQUELES QUE NÃO TIVERAM BENS PENHORADOS. 
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II - ESSE ENTENDIMENTO, CONTUDO, NÃO SE APLICA QUANDO OS EMBARGOS DAQUELE SOBRE CUJO PATRIMONIO NÃO RECAIU CONSTRIÇÃO JUDICIAL ENCERRA PRETENSÃO DE QUE SEJA RECONHECIDA AUSENCIA DE SOLIDARIEDADE DOS CO-EXECUTADOS. EM HIPOTESES TAIS, AO DEVEDOR, QUE PRETENDA LHE SEJA ATRIBUIDA RESPONSABILIDADE DISSOCIADA E AUTONOMA PELO PAGAMENTO DE PARTE DO CREDITO EXECUTADO, INCUMBE, ANTES DE EMBARGAR, OFERECER BENS PROPRIOS A PENHORA, SUFICIENTES A GARANTIR, EM CASO DE PROCEDENCIA, O CUMPRIMENTO DE SUA OBRIGAÇÃO NESSE CASO EXCLUSIVA.
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Processo REsp 1079203 / SC RECURSO ESPECIAL 2008/0169698-2 Relator(a) Ministra ELIANA CALMON (1114) Órgão Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 03/03/2009 Data da Publicação/Fonte DJe 02/04/2009 Ementa TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - EMPRESAS DO MESMO GRUPO ECONÔMICO - SOLIDARIEDADE PASSIVA - INEXISTÊNCIA - PRECEDENTES. 1. É tranqüilo nesta Corte o entendimento segundo o qual não caracteriza a solidariedade passiva em execução fiscal o simples fato de duas empresas pertencerem ao mesmo grupo econômico. 2. Recurso especial não provido. Acórdão Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Castro Meira, Humberto Martins, Herman Benjamin e Mauro Campbell Marques votaram com a Sra. Ministra Relatora. Palavras de Resgate CONGLOMERADO FINANCEIRO. Referência Legislativa LEG:FED LEI:005172 ANO:1966 ***** CTN-66 CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL ART:00124 INC:00001 LEG:FED LEI:010406 ANO:2002 ***** CC-02 CÓDIGO CIVIL DE 2002 ART:00050 Veja STJ - RESP 834044-RS, RESP 1001450-RS Sucessivos REsp 957764 SC 2007/0101506-2 Decisão:03/03/2009 DJe DATA:02/04/2009Íntegra do AcórdãoAcompanhamento Processual
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REsp 884845 / SC RECURSO ESPECIAL 2006/0206565-4 Relator(a) Ministro LUIZ FUX (1122) Órgão Julgador T1 - PRIMEIRA TURMA Data do Julgamento 05/02/2009 Data da Publicação/Fonte DJe 18/02/2009 Ementa PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ISS. EXECUÇÃO FISCAL. LEGITIMIDADE PASSIVA. EMPRESAS DO MESMO GRUPO ECONÔMICO. SOLIDARIEDADE. INEXISTÊNCIA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. INOCORRÊNCIA. 1. A solidariedade passiva ocorre quando, numa relação jurídico-tributária composta de duas ou mais pessoas caracterizadas como contribuintes, cada uma delas está obrigada pelo pagamento integral da dívida. Ad exemplum, no caso de duas ou mais pessoas serem proprietárias de um mesmo imóvel urbano, haveria uma pluralidade de contribuintes solidários quanto ao adimplemento do IPTU, uma vez que a situação de fato - a co-propriedade - é-lhes comum. 2. A Lei Complementar 116/03, definindo o sujeito passivo da regra-matriz de incidência tributária do ISS, assim dispõe: "Art. 5º. Contribuinte é o prestador do serviço." 6. Deveras, o instituto da solidariedade vem previsto no art. 124 do CTN, verbis: "Art. 124. São solidariamente obrigadas: I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II - as pessoas expressamente designadas por lei." 7. Conquanto a expressão "interesse comum" - encarte um conceito indeterminado, é mister proceder-se a uma interpretação sistemática das normas tributárias, de modo a alcançar a ratio essendi do referido dispositivo legal. Nesse diapasão, tem-se que o interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal implica que as pessoas solidariamente obrigadas sejam sujeitos da relação jurídica que deu azo à ocorrência do fato imponível. Isto porque feriria a lógica jurídico-tributária a integração, no pólo passivo da relação jurídica, de alguém que não tenha tido qualquer participação na ocorrência do fato gerador da obrigação. 8. Segundo doutrina abalizada, in verbis: "... o interesse comum dos participantes no acontecimento factual não representa um dado satisfatório para a definição do vínculo da solidariedade. Em nenhuma dessas circunstâncias cogitou o legislador desse elo que aproxima os participantes do fato, o que ratifica a precariedade do método preconizado pelo inc. I do art 124 do Código. Vale sim, para situações em que não haja bilateralidade no seio do fato tributado, como, por exemplo, na incidência do IPTU, em que duas ou mais pessoas são proprietárias do mesmo imóvel. Tratando-se, porém, de ocorrências em que o fato
se consubstancie pela presença de pessoas em posições contrapostas, com objetivos antagônicos, a solidariedade vai instalar-se entre sujeitos que estiveram no mesmo pólo da relação, se e somente se for esse o lado escolhido pela lei para receber o impacto jurídico da exação. É o que se dá no imposto de transmissão de imóveis, quando dois ou mais são os compradores; no ICMS, sempre que dois ou mais forem os comerciantes vendedores; no ISS, toda vez que dois ou mais sujeitos prestarem um único serviço ao mesmo tomador." (Paulo de Barros Carvalho, in Curso de Direito Tributário, Ed. Saraiva, 8ª ed., 1996, p. 220) 9. Destarte, a situação que evidencia a solidariedade, quanto ao ISS, é a existência de duas ou mais pessoas na condição de prestadoras de apenas um único serviço para o mesmo tomador, integrando, desse modo, o pólo passivo da relação. Forçoso concluir, portanto, que o interesse qualificado pela lei não há de ser o interesse econômico no resultado ou no proveito da situação que constitui o fato gerador da obrigação principal, mas o interesse jurídico, vinculado à atuação comum ou conjunta da situação que constitui o fato imponível. 10. "Para se caracterizar responsabilidade solidária em matéria tributária entre duas empresas pertencentes ao mesmo conglomerado financeiro, é imprescindível que ambas realizem conjuntamente a situação configuradora do fato gerador, sendo irrelevante a mera
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participação no resultado dos eventuais lucros auferidos pela outra empresa coligada ou do mesmo grupo econômico." (REsp 834044/RS, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 11/11/2008, DJe 15/12/2008). 11. In casu, verifica-se que o Banco Safra S/A não integra o pólo passivo da execução, tão-somente pela presunção de solidariedade decorrente do fato de pertencer ao mesmo grupo econômico da empresa Safra Leasing S/A Arrendamento Mercantil. Há que se considerar, necessariamente, que são pessoas jurídicas distintas e que referido banco não ostenta a condição de contribuinte, uma vez que a prestação de serviço decorrente de operações de leasing deu-se entre o tomador e a empresa arrendadora. 12. O art. 535 do CPC resta incólume se o Tribunal de origem, embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão. 13. Recurso especial parcialmente provido, para excluir do pólo passivo da execução o Banco Safra S/A. Acórdão Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros da PRIMEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça acordam, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Teori Albino Zavascki, Denise Arruda e Benedito Gonçalves votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão. Assistiu ao julgamento o Dr. FLÁVIO MIFANO, pela parte RECORRENTE: BANCO SAFRA S/A. Referência Legislativa LEG:FED LEI:005869 ANO:1973 ***** CPC-73 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 1973 ART:00535 LEG:FED LEI:005172 ANO:1966 ***** CTN-66 CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL ART:00124 INC:00001 INC:00002 LEG:FED LCP:000116 ANO:2003 ART:00005 Doutrina OBRA : CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO, 8ª ED., SARAIVA, 1996, P. 220. AUTOR : PAULO DE BARROS CARVALHO Veja (RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA - REALIZAÇÃO DO FATO GERADOR) STJ - RESP 834044-RS
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Processo REsp 670998 / RS RECURSO ESPECIAL 2004/0072331-5 Relator(a) Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR (1110) Órgão Julgador T4 - QUARTA TURMA Data do Julgamento 01/10/2009 Data da Publicação/Fonte DJe 16/11/2009 Ementa CIVIL E PROCESSUAL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. COLISÃO. MORTE. AÇÃO INDENIZATÓRIA PROMOVIDA CONTRA O CAUSADOR DO SINISTRO. DENUNCIAÇÃO À LIDE DA SEGURADORA ACEITA E APRESENTADA CONTESTAÇÃO. INTEGRAÇÃO AO PÓLO PASSIVO, EM LITISCONSÓRCIO COM O RÉU. EXCLUSÃO INDEVIDA PELO TRIBUNAL ESTADUAL. SOLIDARIEDADE NA CONDENAÇÃO, ATÉ O LIMITE DO CONTRATO DE SEGURO. CPC, ART. 75, I. I. Promovida a ação contra o causador do acidente que, por sua vez, denuncia à lide a seguradora, esta, uma vez aceitando a litisdenunciação e contestando o pedido inicial se põe ao lado do réu, como litisconsorte passiva, nos termos do art. 75, I, da lei adjetiva civil. II. Reinclusão da seguradora na lide e, por conseguinte, na condenação, até o limite do seguro contratado. III. Recurso especial conhecido e provido. Acórdão Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Quarta Turma, por unanimidade, conhecer do recurso especial e dar-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha, Luis Felipe Salomão, Honildo Amaral de Mello Castro (Desembargador convocado do TJ/AP) e Fernando Gonçalves votaram com o Sr. Ministro Relator. Informações Complementares Aguardando análise.
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Processo AgRg no Ag 1055860 / RS AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 2008/0119112-1 Relator(a) Ministra DENISE ARRUDA (1126) Órgão Julgador T1 - PRIMEIRA TURMA Data do Julgamento 17/02/2009 Data da Publicação/Fonte DJe 26/03/2009 Ementa AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ISS. EXECUÇÃO FISCAL. EXISTÊNCIA DE CONGLOMERADO FINANCEIRO. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. VIOLAÇÃO DO ART. 124, I, DO CTN. NÃO-OCORRÊNCIA. SOLIDARIEDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA. EMPRESAS PERTENCENTES AO MESMO GRUPO ECONÔMICO. INEXISTÊNCIA. DESPROVIMENTO. 1. A comprovação de que o BANCO e a ARRENDADORA MERCANTIL constituem partes de uma única organização econômica está atrelada aos aspectos fático-probatórios da causa, cujo reexame é inviável em sede de recurso especial, tendo em vista a circunstância obstativa decorrente do disposto na Súmula 7/STJ. 2. "Na responsabilidade solidária de que cuida o art. 124, I, do CTN, não basta o fato de as empresas pertencerem ao mesmo grupo econômico, o que por si só, não tem o condão de provocar a solidariedade no pagamento de tributo devido por uma das empresas" (HARADA, Kiyoshi. "Responsabilidade tributária solidária por interesse comum na situação que constitua o fato gerador"). 3. Agravo regimental desprovido. Acórdão Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Benedito Gonçalves, Francisco Falcão, Luiz Fux e Teori Albino Zavascki votaram com a Sra. Ministra Relatora. Referência Legislativa LEG:FED LEI:005172 ANO:1966 ***** CTN-66 CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL ART:00124 INC:00001 LEG:FED SUM:****** ***** SUM(STJ) SÚMULA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA SUM:000007 Doutrina OBRA : RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA SOLIDÁRIA POR INTERESSE COMUM NA SITUAÇÃO QUE CONSTITUA O FATO GERADOR. DISPONÍVEL EM HTTP://DIREITO.MEMES.COM.BR/JPORTAL/PORTAL.JSF?POST=1610 AUTOR : KIYOSHI HARADA Veja (SOLIDARIEDADE - EMPRESA DA MESMA ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA) STJ - RESP 859616-RS, RESP 28168-SP (RSTJ 93/152), RESP 1001450-RS 
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Processo EDcl no REsp 1079626 / SC EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL 2008/0171812-9 Relator(a) Ministro HERMAN BENJAMIN (1132) Órgão Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 20/08/2009 Data da Publicação/Fonte DJe 27/08/2009 Ementa PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. LIMITES À COMPENSAÇÃO. INCIDÊNCIA. ART. 31 DA LEI 8.212/1991. RETENÇÃO DE 11%. NOVA SISTEMÁTICA DE ARRECADAÇÃO. 1. Embargos de Declaração recebidos como Agravo Regimental, com base no princípio da fungibilidade recursal. 2. A solução integral da controvérsia, com fundamento suficiente, não caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC. 3. O STJ firmou o entendimento de que, enquanto não
declaradas inconstitucionais as Leis 9.032/1995 e 9.129/1995, em controle difuso ou concentrado, sua observância é inafastável pelo.
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Poder Judiciário (Súmula Vinculante 10/STF). 4. No Recurso Especial, o INSS alegou violação do art. 31 da Lei 8.212/1991, o que não se verifica in casu, uma vez que o Tribunal de origem reconheceu a existência de solidariedade passiva. A autarquia deixou de impugnar, todavia, o fundamento utilizado pelo órgão julgador (não-comprovação do débito). Aplicação, por analogia, da Súmula 182/STJ. 5. Agravo Regimental parcialmente provido. Acórdão Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça: "A Turma, por unanimidade, recebeu os embargos de declaração como agravo regimental e deu-lhe parcial provimento, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Mauro Campbell Marques, Eliana Calmon, Castro Meira e Humberto Martins votaram com o Sr. Ministro Relator. Informações Complementares Aguardando análise
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Solidariedade Ativa
Processo AgRg no REsp 850437 / PR AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2006/0105911-2 Relator(a) Ministro HUMBERTO MARTINS (1130) Órgão Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 09/12/2008 Data da Publicação/Fonte DJe 03/02/2009 Ementa TRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO SOBRE COMBUSTÍVEIS – CO-PROPRIEDADE DO VEÍCULO – POSSIBILIDADE – DIREITO DE REGRESSO. 1. Cinge-se a controvérsia em saber se o co-proprietário de automóvel pode receber na integralidade o empréstimo compulsório sobre combustíveis, ou se deverá receber apenas o equivalente ao seu quinhão na propriedade do veículo. 2. Sustenta a Fazenda que o veículo pertencia ao exequente e a um co-proprietário que não figura na ação e, portanto, a não-inclusão de outro proprietário autoriza ao exequente receber somente 50% do valor da restituição. 3. Nos termos do artigo 264 do Novo Código Civil: "Há solidariedade quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda." Por sua, vez, configurada a solidariedade, "cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação, por inteiro". 
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(art. 267). 4. Forçoso concluir que o co-proprietário poderá pleitear integralmente a repetição do indébito, ainda que não expressamente autorizado pelos demais condôminos, pois trata-se de hipótese de solidariedade ativa. Agravo regimental improvido. Acórdão Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Herman Benjamin, Mauro Campbell Marques, Eliana Calmon e Castro Meira votaram com o Sr. Ministro Relator. Referência Legislativa LEG:FED LEI:010406 ANO:2002 ***** CC-02 CÓDIGO CIVIL DE 2002 ART:00264 ART:00267 ART:00269 ART:00272 ART:01314 LEG:FED DEL:002288 ANO:1986
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Processo AgRg no REsp 1094248 / RS AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2008/0185824-9 Relator(a) Ministro SIDNEI BENETI (1137) Órgão Julgador T3 - TERCEIRA TURMA Data do Julgamento 11/11/2008 Data da Publicação/Fonte DJe 28/11/2008 Ementa AGRAVO REGIMENTAL. PREVIDÊNCIA PRIVADA. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. SOLIDARIEDADE. AUXÍLIO CESTA-ALIMENTAÇÃO, GEF E REALINHAMENTO SALARIAL PAGOS AOS EMPREGADOS DA ATIVA. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULA E REEXAME DE PROVA. SÚMULAS STJ/5 E 7. JUROS DE MORA. NATUREZA ALIMENTAR DO DÉBITO. I - A questão relativa à existência de solidariedade entre o banco e a entidade de previdência privada por ele patrocinada foi solvida no Tribunal de origem com base na interpretação de cláusula do Edital de Privatização, daí a conclusão de que a citação, ocorrida em anterior ação proposta, interrompeu a prescrição, não podendo a questão ser revista em âmbito de Recurso Especial, ante o óbice das Súmulas 5 e 7 desta Corte. II - Decidida a extensão do auxílio cesta-alimentação, da GEF e do realinhamento salarial à aposentadoria do recorrido com base na interpretação das normas estatutárias e na análise das circunstâncias fático-probatórias da causa, não pode a questão ser revista em âmbito de especial, a teor dos enunciados 5 e 7 da Súmula deste Tribunal. III - Os juros remuneratórios decorrentes de complementação de aposentadoria devem ser fixados à taxa de 1% ao mês, tendo em vista seu caráter eminentemente alimentar. Precedentes. Agravo improvido. Acórdão Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Nancy Andrighi e Massami Uyeda votaram com o Sr. Ministro Relator. Referência Legislativa LEG:FED SUM:****** ***** SUM(STJ) SÚMULA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA SUM:000005 SUM:000007 Veja (OBRIGAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO - PRESCRIÇÃO) STJ - RESP 431071-RS (INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 5 E 7 DO STJ) STJ - AGRG NO RESP 734654-RS, AGRG NO AG 560713-RS, RESP 780140-RS, AGRG NO AG 798059-RS, AGRG NO AG 607412-RS (JUROS DE MORA) STJ - ERESP 48694-RJ, RESP 780140-RS, AGRG NO AG 697184-RS, AGRG NO AG 634983-RS, AGRG NO AG 766459-RS, AGRG NO AG 644498-RS Sucessivos AgRg no Ag 775846 RS 2006/0112659-0 Decisão:23/04/2009 DJe DATA:12/05/2009Íntegra do AcórdãoAcompanhamento ProcessualAgRg no Ag 1113350 RS 2008/0238611-1 Decisão:23/04/2009 DJe DATA:13/05/2009Íntegra do AcórdãoAcompanhamento ProcessualAgRg no Ag 1062699 DF 2008/0126047-0 Decisão:19/02/2009 DJe DATA:09/03/2009Íntegra do AcórdãoAcompanhamento Processual
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Processo REsp 868556 / MS RECURSO ESPECIAL 2006/0155924-0 Relator(a) Ministra NANCY ANDRIGHI (1118) Órgão Julgador T3 - TERCEIRA TURMA Data do Julgamento 05/11/2008 Data da Publicação/Fonte DJe 18/11/2008 RT vol. 881 p. 167 Ementa DIREITO CIVIL. ALIENAÇÃO DE IMÓVEL. PAGAMENTO A UM DENTRE OS VÁRIOS CREDORES. INEXISTÊNCIA DE SOLIDARIEDADE. PAGAMENTO ERRÔNEO QUE NÃO QUITA A OBRIGAÇÃO. RESOLUÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO POR CULPA E RETORNO AO 'STATUS QUO ANTE'. - A solidariedade não se presume (art. 265, CC/2002). Ao contrário, havendo mais de um credor, ou devedor, em obrigação divisível, esta se divide entre tantas obrigações, iguais e distintas, quanto os credores ou devedores. - O devedor de obrigação divisível, não havendo solidariedade, deve cuidar para que o pagamento seja feito a todos os credores. Feito a apenas um deles, deve ser verificado se este tem poderes para dar quitação em nome dos demais. - Se o pagamento é feito a quem não é credor único nem tem poderes para representar os demais credores, há negligência do devedor, podendo haver resolução do negócio jurídico com o retorno das partes ao 'status quo ante'. Recurso Especial não conhecido. Acórdão Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da TERCEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas constantes dos autos, por unanimidade, não conhecer do recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Massami Uyeda e Sidnei Beneti votaram com a Sra. Ministra Relatora. Informações Complementares NÃO OCORRÊNCIA, EXTINÇÃO, DÍVIDA, PELO, PAGAMENTO / HIPÓTESE, DEVEDOR, COMPRA, BEM IMÓVEL, PROPRIEDADE, MAIS DE UM, IRMÃO, E, REALIZAÇÃO, PAGAMENTO, TOTALIDADE, VALOR, NEGÓCIO JURÍDICO, PARA, APENAS UM, CREDOR / NÃO OCORRÊNCIA, SOLIDARIEDADE ATIVA, PELA, EXISTÊNCIA, PARENTESCO, ENTRE, MAIS DE UM, CREDOR; OCORRÊNCIA, DIVISÃO, OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL, PELO, NÚMERO, CREDOR, OU, DEVEDOR, REALIZAÇÃO, NEGÓCIO JURÍDICO; OBSERVÂNCIA, SOLIDARIEDADE ATIVA, OU, SOLIDARIEDADE PASSIVA, EXISTÊNCIA, APENAS, POR, PREVISÃO, EM, CONTRATO, OU, POR, DETERMINAÇÃO, LEI. Entenda o uso da barra e do ponto e vírgula.
Referência Legislativa LEG:FED LEI:010406 ANO:2002 ***** CC-02

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