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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA Departamento de Engenharia Química RELATÓRIO DO EXPERIMENTO VI: BOMBAS Laboratório de Processos Químicos Profª. Dra Edinalda Augusta Moreira Profª. Dra Rosineide Gomes da Silva Fábio Nihari Nogueira RA 296759 Felipe Milhardo dos Santos RA 296937 João Paulo Urbano RA 296902 Lucas Eidi Sasahara RA 296899 Marcelo Almeida Pina RA 297356 Mauro Mileta Menacho RA 271152 São Carlos Maio de 2010 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................1 2. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................4 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..........................................................................5 4. CONCLUSÃO ......................................................................................................7 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................7 6. MEMORIAL DE CÁLCULOS ............................................................................8 1. INTRODUÇÃO Objetivo Operar uma bomba centrífuga e realizar medidas de vazão e leituras em medidor de pressão. A partir de ensaios, determinar a curva característica da bomba: altura manométrica em função da vazão. Fundamentação Teórica Considerando o seguinte sistema: Figura 1: Sistema de recalque Onde: S: Sucção D: Descarga z1: Altura do nível do tanque 1 até o centro da bomba z2: Altura do centro da bomba até o nível do tanque 2 Balanço de energia em cada um dos trechos: -Trecho 1-S: 𝐸1 − 𝐸𝑠 = 𝑧1 − 𝑧𝑠 + 𝑉1 2− 𝑉𝑠 2 2𝑔 + 𝑃1− 𝑃𝑠 𝛾 = 𝑙𝑤1−𝑠 (1) A diferença de energia mecânica entre dois pontos para qualquer trecho de uma tubulação onde não haja bomba é conhecida como perda de carga. Rearranjando os termos e sabendo que ZS = 0, obtém-se o termo Es que representa a soma das energias na sucção da bomba: 𝐸𝑠 = 𝑃𝑠 𝛾 + 𝑉𝑠 2 2𝑔 = 𝑃1 𝛾 + 𝑉1 2 2𝑔 + 𝑧1 − 𝑙𝑤1−𝑆 (2) -Trecho D-2: 𝐸𝐷 − 𝐸2 = 𝑧𝐷 − 𝑧2 + 𝑉𝐷 2 − 𝑉2 2 2𝑔 + 𝑃𝐷− 𝑃2 𝛾 = 𝑙𝑤𝐷−2 (3) Rearranjando os termos e sabendo que ZD = 0, obtém-se o termo ED que representa a soma das energias na descarga da bomba: 𝐸𝐷 = 𝑃𝐷 𝛾 + 𝑉𝐷 2 2𝑔 = 𝑃2 𝛾 + 𝑉2 2 2𝑔 + 𝑍2 + 𝑙𝑤𝐷−2 (4) Fazendo HS = ED – ES: 𝐻S = 𝐸𝐷 − 𝐸𝑆 = PD − PS γ + VD 2 − VS 2 2g = P2− P1 γ + V2 2− V1 2 2g + Z2 − Z1 + 𝑙𝑤𝐷−2 + 𝑙𝑤1−𝑆 (5) Obtém-se: 𝐻S = 𝐸𝐷 − 𝐸𝑆 = PD − PS γ + VD 2 − VS 2 2g = P2− P1 γ + V2 2− V1 2 2g + Z2 − Z1 + 𝑙𝑤 (6) A equação representa o balanço da energia entre os pontos 1 e 2 da figura: 𝐻𝑆 = 𝐸2 − 𝐸1 = 𝑃2− 𝑃1 𝛾 + 𝑉2 2− 𝑉1 2 2𝑔 + 𝑍2 − 𝑍1 + 𝑙𝑤 (7) 𝐻𝑆 = ∆𝑃 𝛾 + ∆𝑉2 2𝑔 + ∆𝑍 + 𝑙𝑤 (8) Onde: HS: Altura manométrica do sistema 𝑃 𝛾 : Energia de pressão por unidade de peso 𝑉2 2𝑔 : Energia cinética por unidade de peso 𝑍: Energia de potencial por unidade de peso 𝑙𝑤: Perda de carga Para a maioria dos casos: ∆𝑃 𝛾 = 0 (Tanques abertos) ∆𝑉2 2𝑔 = 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑟𝑒𝑧í𝑣𝑒𝑙 (nível não se altera) Ponto D – Manômetro → Pabs = Pman + Patm Ponto S – Vacuômetro → Pabs = Patm - Pvac 𝐻𝑆 = 𝑃𝑚𝑎𝑛 + 𝑃𝑣𝑎𝑐 𝛾 + 𝑉𝐷 2− 𝑉𝑆 2 2𝑔 (9) Nesta experiência: 𝐻𝑆 = 𝐻 𝑙𝑤 = 0 𝛾 = 𝜌𝑔 ∆𝑃 = 𝑃𝐷 − 𝑃𝑆 ∆𝑉2 = 𝑉𝐷 2 − 𝑉𝑆 2 ∆𝑍 = 𝑍𝐷 − 𝑍𝑆 Assim, a equação (8) fica: 𝐻 = 𝑃𝐷− 𝑃𝑆 𝜌𝑔 + 𝑉𝐷 2− 𝑉𝑆 2 2𝑔 + (𝑍𝐷 − 𝑍𝑆) (10) Onde: H = Carga da bomba P = Pressão absoluta V = Velocidade Z = Altura em relação a um referencial Índices: D = Descarga; S = Sucção A equação (10) é usada para determinar experimentalmente a curva característica de uma bomba. A potência de uma bomba pode ser determinada pela multiplicação de sua carga pela vazão mássica e pela aceleração da gravidade. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Para a determinação de curva característica da bomba, serão utilizados a própria bomba centrífuga, um manômetro de Bourdon, um vacuômetro, tubulações e válvulas, termômetro, régua, paquímetro, balde, cronômetro e balança. O procedimento experimental a ser seguido é o seguinte: 1. Medir a altura da tomada de sucção até o centro do manômetro; 2. Medir diâmetro das tubulações de sucção e de descarga; 3. Regular válvula de 3 vias para que o líquido saia pelo reciclo; 4. Abrir válvula de regulagem de vazão; 5. Ligar o motor que aciona a bomba; 6. Distribuir 4 pontos entre a vazão máxima e a mínima (equivalente a 6 valores de vazão) Para cada vazão medir: a) A temperatura da água; b) A pressão na descarga; c) A pressão na sucção; d) Vazão, através da coleta de massa escoada por um tempo cronometrado (repetir as medidas, em um total de 2 medidas) – utilizar a válvula de 3 vias para desvio da água escoada. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Mediu-se a pressão na sucção e na descarga, para diferentes valores de vazão. Na tomada de valores a válvula foi sendo aberta a uma razão de voltas regular. Os dados obtidos estão nas tabelas a seguir: Tabela 1 – Dados obtidos experimentalmente e cálculo da vazão Balde + água água W0 0,875 0 0 0 0 12,700 11,825 25,44 0,465 11,750 10,875 23,34 0,466 12,850 11,975 9,93 1,206 12,500 11,625 9,62 1,208 13,550 12,675 8,03 1,578 13,200 12,325 7,76 1,588 13,400 12,525 7,55 1,659 12,600 11,725 7,04 1,665 16,300 15,425 9,05 1,704 14,300 13,425 7,89 1,702 Medida W1 W2 W3 W4 W5 1,583 1,662 1,703 Massa (kg) Tempo (s) Vazão (kg/s) Vazão Média (kg/s) 0,465 1,207 Tabela 2 – Dados experimentais de pressão, conversão e ΔP Medida Vacuômetro (pol Hg) Manômetro (lbf/pol²) Vacuômetro (Pa) Manômetro (Pa) ΔP (Pa) W0 13 27 44023 186159 142136 W1 14 25 47409 172369 124960 W2 17 18 57568 124106 66537 W3 20 13 67728 89632 21904 W4 21 11 71114 75842 4728 W5 21 11 71114 75842 4728 Com base nestes dados e sabendo que: Diâmetro na sucção = 33 mm Diâmetro na descarga = 26 mm ΔZ = ZD = 1,10 m ( ZS = 0, já que o vacuômetro está ao nível da bomba) Temperatura média da água: 28°C Densidade da água à temperatura média: 996,22 kg/m³ Calcularam-se as vazões volumétricas e as alturas manométricas, pelas seguintes equações: 𝑉 = 𝑄 = 𝑚 𝜌 𝐻 = 𝑃𝐷 − 𝑃𝑆 𝜌𝑔+ 𝑉𝐷 2 − 𝑉𝑆 2 2𝑔 + (𝑍𝐷 − 𝑍𝑆) E construiu-se a tabela e o gráfico a seguir: Tabela 3 – Valores de vazão (Q) e altura manométrica (H) Vazão (m³/h) H (m) 0,000 15,644 1,682 13,911 4,362 8,072 5,722 3,622 6,007 1,893 6,154 1,909 0,000 2,000 4,000 6,000 8,000 10,000 12,000 14,000 16,000 18,000 0,000 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000 7,000 Alt ur a M an om ét ric a - H (m ) Vazão - Q (m³/h) Gráfico 1 – Curva da altura manométrica em função da vazão volumétrica Em seguida, calculou-se a potência (WHP), pela equação a seguir: 𝑊𝐻𝑃 = 𝐻. 𝑄. 𝜌. 𝑔 Onde: H – é a altura manométrica (m) Q – é a vazão volumétrica (m³/s) ρ – é a densidade da água (kg/m³) g – é a aceleração da gravidade (m/s²) Portanto a unidade de WHP é kg.m²/s³ O gráfico de WHP em função da vazão encontra-se a seguir 0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00 0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 1,400 1,600 1,800 WH P ( kg. m² /s³ ) Vazão (kg/s) Gráfico 2 – WHP x Q 4. CONCLUSÃO Por meio do experimento, pôde-se construir a curva da altura manométrica da bomba pela vazão volumétrica. Isso foi feito através de medições das pressões de sucção e descarga para diferentes valores de vazão e pela medição dos valores de vazão. Também foi possível calcular a potência (WHP) da bomba. Pode-se perceber uma semelhança de valores de altura manométrica, vazão e WHP para as vazões W4 e W5, o que pode ter ocorrido por defeito da válvula ou erro do experimentador. Fora isso, o experimento pode ser considerado satisfatório. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MACINTYRE, A.J., "Bombas e Instalações de Bombeamento", Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1997. MOREIRA, R. F. P. M.; SOARES, J. L. Bombas. Disponível em: <http:// www.enq.ufsc.br/disci/eqa5313/bombas.htm>. Acesso em: 05 jun. 2010. 6. MEMORIAL DE CÁLCULOS Cálculo das áreas das tubulações de sucção e descarga Tabela 4 – Diâmetro e área Sucção Descarga Diâmetro (m) 0,033 0,026 Área (m²) 0,000855 0,000531 Á𝑟𝑒𝑎 = 𝜋. 𝐷2 4 Cálculo da velocidade do fluido na sucção e na descarga 𝑣 = 𝑄 𝐴 Com base nos valores de área calculados anteriormente, calcula-se a velocidade do fluido pela tabela a seguir: Tabela 5 – Cálculo da velocidade do fluido na sucção e descarga Medida Vazão (m³/h) u sucção (m/h) u descarga (m/h) W0 0,00 0,00 0,00 W1 1,68 1966,24 3167,50 W2 4,36 5100,37 8216,43 W3 5,72 6689,76 10776,84 W4 6,01 7022,89 11313,50 W5 6,15 7195,10 11590,92 Cálculo da altura manométrica Lembrando da equação: 𝐻 = 𝑃𝐷 − 𝑃𝑆 𝜌𝑔 + 𝑉𝐷 2 − 𝑉𝑆 2 2𝑔 + (𝑍𝐷 − 𝑍𝑆) Adota-se: 𝑇1 = 𝑃𝐷 − 𝑃𝑆 𝜌𝑔 𝑇2 = 𝑉𝐷 2 − 𝑉𝑆 2 2𝑔 𝑇3 = 𝑍𝐷 − 𝑍𝑆 Utilizando g = 9,81 m/s² no cálculo de T1 e convertendo para 127.137.600 m/h² para o cálculo de T2, e sabendo que ZS=0 e ZD = 1,10 m, calcula-se a altura manométrica, calculando os termos T1, T2, T3 e somando. H = T1 + T2 + T3 Os cálculos encontram-se na tabela a seguir: Tabela 6 – Cálculo da altura manométrica H Medida ΔP u sucção (m/h) u descarga (m/h) T1 T2 T3 H (m) W0 142135,6 0,00 0,00 14,544 0,000 1,1 15,64 W1 124959,7 1966,24 3167,50 12,786 0,024 1,1 13,91 W2 66537,22 5100,37 8216,43 6,808 0,163 1,1 8,07 W3 21904,28 6689,76 10776,84 2,241 0,281 1,1 3,62 W4 4728,38 7022,89 11313,50 0,484 0,309 1,1 1,89 W5 4728,38 7195,10 11590,92 0,484 0,325 1,1 1,91 Cálculo do WHP 𝑊𝐻𝑃 = 𝐻. 𝑄. 𝜌. 𝑔 Onde: H – é a altura manométrica (m) Q – é a vazão volumétrica (m³/s) ρ – é a densidade da água (kg/m³) g – é a aceleração da gravidade (m/s²) Portanto a unidade de WHP é kg.m²/s³ Tabela 7 – Vazão mássica e WHP Vazão (kg/s) WHP (kg.m².s -3 ) W0 0,00 0,00 W1 0,47 63,51 W2 1,21 95,59 W3 1,58 56,26 W4 1,66 30,87 W5 1,70 31,89
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