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20/05/2015 Efeito de pH na Atividade Enzimática http://www2.bioqmed.ufrj.br/enzimas/pH.htm 1/4 Efeito de pH na Atividade Enzimática As enzimas sofrem os mesmos efeitos estruturais observados com as proteínas globulares pela variação de pH e de temperatura. Mudanças extremas de pH podem alterar a estrutura da enzima devido a uma repulsão de cargas. Mudanças mais brandas de pH podem levar a uma dissociação de enzimas oligoméricas. Esse é o caso, por exemplo, das isoformas PI e PII hexocinase de levedura que é dimérica em pH < 7,5 e monomérica em pH > 8 [1,2]. Neste caso, a forma monomérica é mais ativa que a dimérca, mas há casos em que a dissociação de enzimas oligoméricas leva à sua completa inativação. Por outro lado, as mudanças de pH que não afetam totalmente a estrutura de uma enzima podem diminuir sua atividade apenas por estar afetando resíduos do sítio catalítico, como veremos mais adiante. Muitas enzimas apresentam um pH ótimo, determinado a partir de uma curva do efeito do pH na atividade enzimática: Porém, muitas enzimas não apresentam uma curva na forma de sino, indicando que não existe um único valor de pH ótimo, mas uma faixa de pH ótimo (6,0 a 8,5), como mostra a figura ao lado e a Tabela 1. Tabela 1: pH Ótimo de algumas enzimas 20/05/2015 Efeito de pH na Atividade Enzimática http://www2.bioqmed.ufrj.br/enzimas/pH.htm 2/4 fonte: http://www.worthingtonbiochem.com/introBiochem/effectspH.html Enzyme pH Optimum Lipase (pancreas) 8.0 Lipase (stomach) 4.0 5.0 Lipase (castor oil) 4.7 Pepsin 1.5 1.6 Trypsin 7.8 8.7 Urease 7.0 Invertase 4.5 Maltase 6.1 6.8 Amylase (pancreas) 6.7 7.0 Amylase (malt) 4.6 5.2 Catalase 7.0 Devese, também, considerar o fato de que podem existir grupos ionizáveis no sítio ativo. Isso afeta: Ligação de substratos Catálise É possível determinar o pK de grupos ionizáveis que afetam a catálise, analisando o gráfico da velocidade inicial de reação (V0) em função do pH. Assim, teremos: Apenas um grupo ionizável, com a enzima ativa na forma desprotonada os grupos que podem estar afetando a catálise são Histidina (pKa = 6,0) ou até mesmo os resíduos de aminoácido com grupos carboxila (Asp e Glu), já que o pK desses grupos pode estar bastante alterado pelo microambiente em que se encontra. No caso da cadeia lateral do Asp, por exemplo, o pKa passa de 3,9 (aminoácido livre) para 0,6 na ribonuclease T1 ou para 6,4 numa forma mutante dessa mesma enzima [2]. No gráfico ao lado, o pKa do resíduo é 7,1. 20/05/2015 Efeito de pH na Atividade Enzimática http://www2.bioqmed.ufrj.br/enzimas/pH.htm 3/4 Apenas um grupo ionizável, com a enzima ativa na forma protonada ao contrário do caso acima, quando o grupo ionizável começa a desprotonar, a enzima perde atividade. O pKa desse grupo da enzima representada ao lado é igual a 9,5. Dois grupos ionizáveis envolvidos na catálise neste caso, observamos uma curva de sino com pH ótimo = 7,5. Um dos grupos ionizáveis envolvidos na catálise (pK1 = 5,5) necessita estar desprotonado e o outro (pK2 = 9,0) deve estar protonado para que a velocidade de reação seja 100% (ou seja, com atividade relativa igual a 1,0 como mostrado no gráfico ao lado). Referências: [1] Hoggett JG and Kellet GL (1976), Yeast hexokinase: substrateinduced association dissociation reactions in the binding of glucose to hexokinase PII, Eur. J. Biochem., Vol 66, 65 77 [2] Williams DC, Jones JG (1976) Dissociation and catalysis in yeast hexokinase A, Biochem J. 155, 661667. [3] Thurlkill RL, Grimsley GR, Scholtz JM, Pace CN (2006) Hydrogen bonding markedly reduces the pK of buried carboxyl groups in proteins, J Mol Biol. 362, 594604 Texto: Profa. M. Lucia Bianconi (IBqM/UFRJ) email: enzimas@bioqmed.ufrj.br Página atualizada em: 16/10/2006 20/05/2015 Efeito de pH na Atividade Enzimática http://www2.bioqmed.ufrj.br/enzimas/pH.htm 4/4 Voltar à Página Principal Voltar ao Laboratório Virtual
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