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1 Márcia Soares Enzimas •Fatores que Alteram a Atividade de Enzimas •Cinética Enzimática –Michaeliana –Não-Michaeliana (enzimas alostéricas) Márcia Soares Introdução à Cinética Enzimática Estudo da velocidade da reação (V): S P V Quantidade de produto formado Quantidade de substrato transformado (em unidade de tempo) Atividade enzimática pode ser medida pela velocidade da reação catalisada 2 Márcia Soares Fatores que alteram a atividade de uma enzima E + S ES E + P • Fatores decorrentes da natureza protéica das enzimas - pH - temperatura • Fatores decorrentes da formação do complexo ES - concentração do substrato - concentração da enzima - afinidade da enzima pelo substrato • Presença de inibidores Márcia Soares Influência da temperatura do meio sobre a atividade enzimática Mantidas fixas as condições: - pH ótimo - concentração de substrato - concentração de enzima Ativação térmica Desnaturação térmica Temperatura ótima 3 Márcia Soares Importância Biomédica Alterações de temperatura Febre Hipotermia Perturbam a homeotase Alterar velocidade de muitas reações Márcia Soares Importância Biomédica Hipotermia Pode ser útil para reduzir a demanda metabólica Durante uma cirurgia cardíaca Transporte de orgãos para transplante 4 Márcia Soares Influência do pH do meio sobre a atividade enzimática • Mantidas fixas as condições de -temperatura -concentração de substrato -concentração de enzima pH ótimo pH Márcia Soares Influência do pH do meio sobre a atividade enzimática 5 Márcia Soares Influência da concentração da enzima sobre a atividade enzimática Mantidas fixas as condições de: - temperatura ótima - pH ótimo - [substrato] em excesso [E] Márcia Soares Influência da concentração de substrato sobre a atividade enzimática Mantidas fixas as condições de: - temperatura ótima - pH ótimo - [enzima] [S] 6 Márcia Soares Influência da concentração de substrato sobre a atividade enzimática E E E E S + E E E E S E E E E P P + Baixa concentração de substrato Formação do produto é PROPORCIONAL à concentração de substrato Márcia Soares Influência da concentração de substrato sobre a atividade enzimática 3/4 de saturação do centro ativo da enzima S S S + E E E E E E E E S S S E E E E + P P P P P P Formação do produto é PROPORCIONAL à concentração de substrato 100 % de saturação do centro ativo da enzima S S S S + E E E E E E E E S S S S E E E E + P P P P P P P P 7 Márcia Soares Influência da concentração de substrato sobre a atividade enzimática [Substrato] em excesso S S S S S S S S + E E E E E E E E S S S S E E E E + P P P P P P P P S S S S S S S S Velocidade da reação independe da [S] Márcia Soares Influência da concentração de substrato sobre a atividade enzimática Em baixas concentrações de substrato a velocidade de reação é de primeira ordem – isto é, é proporcional a concentração de substrato Em altas concentrações de substrato, a velocidade da reação é de ordem zero – isto é, é constante e independente da concentração de substrato [S] 8 Márcia Soares Atividade Enzimática • Depende também: – presença e concentração do cofator – poder catalítico da enzima • capacidade da enzima de transformar o substrato ligado ao complexo ES em produto por unidade de tempo ES E + P – afinidade da enzima pelo substrato (Km) • maior ou menor capacidade da enzima de se ligar ao substrato E + S ES poder catalítico da enzima Márcia Soares Enzimas Poder catalítico • Capacidade de converter substrato em produto em unidade de tempo – QUIMIOTRIPSINA - 1,9 x 102 móis/s – ANIDRASE CARBÔNICA - 1 x 106móis/s NÚMERO DE RENOVAÇÃO (TURNOVER NUMBER) nº de mols de substrato convertido em produto por mol de enzima em unidade de tempo 9 Márcia Soares Enzimas Poder catalítico Poder catalíticonº de renovação Velocidade máxima da reação Márcia Soares Atividade Enzimática • Depende também: – presença e concentração do cofator – poder catalítico da enzima • capacidade da enzima de transformar o substrato ligado ao complexo ES em produto por unidade de tempo ES E + P – afinidade da enzima pelo substrato (Km) • maior ou menor capacidade da enzima de se ligar ao substrato E + S ES afinidade da enzima pelo substrato (Km) 10 Márcia Soares Enzimas Cinética enzimática 1913 Leonor Michaelis -Enzimologista Maude Menten - Pediatra Representaram uma reação enzimática em 2 etapas E + S K1 K2 ES K3 K4 E +P K= constante de velocidade= [produto] [substrato] Márcia Soares Enzimas Cinética enzimática E + S K1 K2 ES K3 K4 E +P KM = K2+ K3 K1 Estabilidade do complexo ES pode ser expressa pela relação entre as velocidades de dissociação e de formação do complexo Específico para cada enzima 11 Márcia Soares Enzimas - Cinética enzimática KM Constante de Michaelis Medida da afinidade do complexo enzima-substrato (ES) Específico para cada enzima Márcia Soares Cinética enzimática KM= [S] Numericamente, KM pode ser expresso como a [substrato] necessária para que a velocidade da reação seja metade da velocidade máxima V máx [S] V Vmax 2 12 Márcia Soares Cinética enzimática Michaelis e Menten expressaram matematicamente a velocidade da reação pela fórmula: V= Vm . [S] Km +[S] Onde Vmáx é velocidade máxima da reação Km+ [S]= [S]. Vm V Quando V =Vm/2 KM= [S] Km= [S] . Vm . 2 [S] Vm E + S K1 K2 ES K3 E +P Márcia Soares Conclusões sobre KM KM Afinidade da enzima pelo substrato Pequena [substrato] é necessária para a reação atingir metade da Vmáxima KM Grande [substrato] é necessária para a reação atingir metade da Vmáxima Afinidade da enzima pelo substrato 13 Márcia Soares Conclusões sobre KM KMKM Afinidade da enzima pelo substrato Afinidade da enzima pelo substrato Márcia Soares Conclusões sobre KM • Característico de cada enzima • Reflete a afinidade da enzima pelo seu substrato • É numericamente IGUAL a [substrato] na qual a velocidade da reação é metade de Vmáx KM = K2+ K3 K1 E + S K1 K2 ES K3 K4 E +P 14 Márcia Soares Conclusões sobre a Cinética Michaeliana Quando a [S] for menor que o KM (até atingir a saturação da enzima) a velocidade da reação é proporcional à [S] Reação de 1a ORDEM Quando a [S] é muito maior que KM a velocidade da reação é constante e igual a Vmax Reação é de ORDEM ZERO [S] Gráfico característico é uma hipérbole Márcia Soares Cinética Enzimática [S] Devido à ascenção gradual da curva hiperbólica é difícil determinar quando foi atingida a Vmáx Não se pode calcular com exatidão os valores de Km e Vmáx 15 Márcia Soares Cinética Enzimática Lineweaver e Burke Curva DUPLO-RECÍPROCA Márcia Soares Cinética Enzimática Lineweaver e Burke Curva DUPLO-RECÍPROCA 1 V Vmax = KM . 1 1+ [S] Vmax Equação da reta y= ax + b a= inclinação da reta b= intercepto em y 16 Márcia Soares Capaz de metabolizar mais glicose conforme o aporte SaturadaCinética Enzimática Importância de conhecer o KM das enzimas • Hexoquinase Presente em todas as células KM=30 M(>0,1mM) • Glicoquinase Presente no fígado KM=10 mM Após refeições [glicose] na veia porta hepática é da ordem de mM Márcia Soares Cinética Enzimática 17 Márcia Soares Enzimas •Inibidores Importância Biomédica Toxicologia e Farmacologia Venenos metabólicos Inibir ou abolir reações metabólicas essenciaisInibir a atividade de enzimas Drogas terapeuticamente importantes Utilizadas no tratamento de inúmeras patologias Descoberta do mecanismo de ação de enzimas 18 Inibição Enzimática Quanto ao tipo: competitiva não-competitiva incompetitiva inibidor a atividade de uma única enzima ou de um grupo restrito de enzimas irreversível reversível inibidor a atividade de todas as enzimas ex: agentes desnaturantes inespecífica - específica - Inibição Enzimática – Inibição Enzimática Irreversível • inibidor se combina com um grupo funcional (sítio ativo) da enzima • inibidor se liga à enzima formando um complexo ESTÁVEL • forma-se uma ligação COVALENTE entre o inibidor e a enzima 19 Inibição Enzimática Irreversível Inibição Enzimática Inibição Enzimática Reversível • inibidor forma com a enzima um complexo INSTÁVEL • inibição NÃO envolve modificação COVALENTE • Tipos de inibidores reversíveis • competitivos • não competitivos • acompetitivos 20 Inibição Competitiva Inibidor competitivo Estrutura semelhante à do substrato Liga-se ao Sítio Ativo da Enzima E + S ES E + P EI + I Inibição Competitiva Enzima Sítio Ativo IC S S IC IC IC IC S P P SS S S S S S P P P P 21 Inibição Competitiva [substrato] necessária para que a enzima funcione normalmente afinidade da enzima pelo substrato Na presença do inibidor competitivo KM aparente da enzima Inibição Enzimática Competitiva • Inibidor tem semelhança estrutural com o substrato • O inibidor se liga no sítio ativo da enzima • Aumento da [substrato] diminui a inibição • KM aparente da enzima AUMENTA • Em uma concentração suficientemente alta de substrato a VELOCIDADE da reação atinge a Vmáx observada na ausência do inibidor 22 Inibição Competitiva Análise Gráfica Inibição Competitiva Terapias com drogas Conceitos de inibição enzimática Drogas projetadas para inibirem uma enzima específica ANTIMETABÓLITOS Antivirais, antibacterianos, antitumorais 23 Inibição Competitiva Exemplo antibacteriano PABA Ácido fólico Diidropteroato sintetase bacteriana Essencial para o crescimento bacteriano Sulfanilamida Produzem vasoconstrição, elevando a pressão arterial e promovem a síntese de aldosterona (hormônio esteróide) que promove a retenção de sódio Inibidores da ECA (Enzima Conversora de Angiotensina) Captropil Enalapril Exemplo: Tratamento de hipertensão Inibição Competitiva 24 Inibição Não-Competitiva E + S ES E + P EI + S + I + I EIS • Inibidor não-competitivo NÃO se liga ao sítio ativo da enzima Inibição Enzimática Não-Competitiva • Inibidor não tem semelhança estrutural com o substrato • NÃO se liga no sítio ativo da enzima • Aumento da [substrato] não diminui a inibição • KM aparente da enzima NÃO se altera • A VELOCIDADE máxima DIMINUI na presença do inibidor 25 Inibição Não-Competitiva Diminui a concentração de enzima ativa Velocidade Máxima da Reação Exemplos: Metais pesados - Pb+2 Inibição Não-Competitiva Análise Gráfica 26 Inibição acompetitiva É observada quando um inibidor pode ligar- se somente ao complexo ES Márcia Soares Cinética Enzimática • Enzimas Michaelianas • Enzimas Alostéricas 27 Márcia Soares Cinética Enzimática Não-Micheliana Enzimas ALOSTÉRICAS Afinidade da enzima pelo substrato Modifica com a variação da concentração do substrato Curva sigmóide Característica das enzimas alostéricas Márcia Soares Enzimas Alostéricas Centro Alostérico Substrato Mudança de conformação Alteração na atividade Oligômero Protômeros (cada subunidade) Formado por subunidades idênticas Centro Ativo Moduladores ou Efetores Positivos Negativos 28 Márcia Soares Enzimas •Regulação da Atividade Enzimática Regulação da Atividade Enzimática Clivagem Proteolítica Enzima Ativa Pró-Enzimas Zimogênios Clivagem Proteolítica 29 Enzimas digestivas - Proteases Pepsinogênio Pepsina Tripsinogênio Tripsina Quimiotripsinogênio Quimiotripsina Regulação da Atividade Enzimática Clivagem Proteolítica Regulação da Atividade Enzimática Controle à Nível Gênico Mensagem genética RNAm PROTEÍNA (ENZIMA) Algumas enzimas não são sintetizadas continuamente pelas células 30 Enzimas Constitutivas • Organismos possuem independente da constituição do meio • Organismos sintetizam quando em presença do substrato Enzimas Induzidas ou Adaptativas Indução enzimática Exemplo: galactosidase (Lactase) Regulação da Atividade Enzimática Controle à Nível Gênico INDUTOR presente Síntese da proteína INDUTOR ausente NÃO ocorre a síntese da proteína 31 lac operon (E. coli) RNA polimerase Genes estruturais NÃO serão transcritos Proteína NÃO será sintetizada Gene regulador Regulação da Atividade Enzimática Modificação Covalente Fosforilação de enzimas Mediada por intervenção hormonal Regula inúmeros processos metabólicos Proteínas quinases e fosfatases (ENZIMAS) 32 Regulação da Atividade Enzimática Modificação Covalente Fosforilação Enzima-OH Enzima-OPO3 - ATP ADP H2OHPO4 - Quinase Fosfatase EX: A fosforilação de uma enzima pode aumentar ou diminuir a sua atividade Adrenalina Glucagon Adenilato Ciclase Inativa Adenilato Ciclase Ativa ATP AMPc PKA inativa Proteína quinase dependente de AMPc PKA ativa Fosforilase quinase inativa Fosforilase quinase ativa P Glicogênio Fosforilase ativa P Glicogênio Fosforilase inativa Degradação do glicogênio 33 Enzimas e a Clínica Médica Além do papel central das enzimas na bioquímica, a atividade das enzimas no sangue fornece informações importantes para o diagnóstico de doenças. O perfil da atividade de enzimas no soro está relacionado à processos patológicos. Enzimas e a Clínica Médica As enzimas podem ser classificadas em dois grupos Plasma-específicas secretadas ativamente no plasma por certos órgãos, tendo papel funcional no plasma Não-plasma específicas produzidas pelas células durante o metabolismo celular normal. São enzimas intracelulares, sem função fisiológica no plasma. 34 Liberação de enzimas a partir de células normais e de células doentes ou expostas a um trauma Enzimas com função adicional não enzimática Proteínas multifuncionais Proteína Função Função adicional Fosfoglucose isomerase Enzima glicolítica Citocina EF-1 Fator de elongação Agrupa actina Ciclofilina Peptidil-prolil cis-trans isomerase Regulador de calcineurina Fator inibitório de macrófago (MIF) Ativador de macrófagos e células T Fenilpiruvato tautomerase PutA Prolina dehidrogenase Repressor transcricional Aconitase Enzima do ciclo de TCA Tioredoxina Mantem grupos SH reduzidos Subunidade do fago T7 DNA isomeraseTrombina Protease na coagulação Ligante para receptor de superfície celular Timidilato sintase Enzima na síntese de DNA Inibidor de translação FtsH Chaperona em bactéria Metaloprotease LON Protease mitocondrial Chaperona Metionina aminopeptidase 2 Peptidase Protege elF2 de fosforilação
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