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Sucessão ecológica Agentes de mudanças Agentes de mudanças Sucessão é a mudança na composição de espécies em comunidades ao longo do tempo como resultado de diversos agentes de mudança abióticos (físico e químico) e bióticos Agentes de mudanças . Agentes de mudança podem ser abióticos ou bióticos Agentes de mudanças . Agentes abióticos podem ser categorizados em distúrbio e estresse – categorias que diferem nos efeitos sobre as spp Agentes de mudanças . Agentes abióticos podem ser categorizados em distúrbio e estresse – categorias que diferem nos efeitos sobre as spp . Distúrbio: evento abiótico que danifica ou mata alguns indivíduos e cria oportunidades para outros indivíduos crescerem ou reproduzirem Agentes de mudanças . Agentes abióticos podem ser categorizados em distúrbio e estresse – categorias que diferem nos efeitos sobre as spp . Distúrbio: evento abiótico que danifica ou mata alguns indivíduos e cria oportunidades para outros indivíduos crescerem ou reproduzirem . Estresse: ocorre quando algum fator abiótico reduz o crescimento ou reprodução de indivíduos e cria oportunidades para outros indivíduos Agentes de mudanças . Agentes de mudanças variam em intensidade e frequência Fundamentos da sucessão . Sucessão é a mudança na composição de spp em comunidades ao longo do tempo . Mecanisticamente, a sucessão envolve colonização e extinção de spp em uma comunidade devido a agentes de mudança abióticos e bióticos . Teoricamente, a sucessão progride por vários estágios que incluem um estágio climax – ponto estável que experimenta poucas mudanças até que algum distúrbio leve a comunidade de volta para um estágio anterior (há certa controvérsia até que ponto a sucessão pode conduzir a um ponto final estável...) . Ecólogos reconhecem dois tipos de sucessão: Sucessão primária – colonização de habitats desprovidos de vida Sucessão secundária – restabelecimento de uma comunidade na qual a maioria dos organismos, mas não todos, foi destruída Fundamentos da sucessão Modelo teórico de sucessão Fundamentos da sucessão . O início da história da Ecologia é um estudo de sucessão H.C. Cowles Cowles (1899): sequência sucessional da vegetação em dunas na costa do Lago Michigan Substituição do tempo pelo espaço Fundamentos da sucessão F. E. Clements H. A. Gleason Fundamentos da sucessão F. E. Clements H. A. Gleason Comunidades vegetais eram como superorganismos – grupos de spp que “trabalhavam” juntas num esforço mútuo em direção a algum objetivo determinístico. Cada comunidade tinha sua história de vida previsível e, se não fosse perturbada, por fim alcançava um ponto final estável – comunidade clímax Fundamentos da sucessão F. E. Clements H. A. Gleason Comunidades vegetais eram como superorganismos – grupos de spp que “trabalhavam” juntas num esforço mútuo em direção a algum objetivo determinístico. Cada comunidade tinha sua história de vida previsível e, se não fosse perturbada, por fim alcançava um ponto final estável – comunidade clímax Comunidades não eram o resultado previsível e repetível de interações coordenadas entre spp, mas sim o produto aleatório de condições ambientais flutuantes atuando sobre spp individuais. Cada comunidade era produto de um lugar e tempo particular e, portanto, ímpar por si só Fundamentos da sucessão Charles Elton Trajetória sucessional das florestas de coníferas na Inglaterra depende das condições de umidade do ambiente – diagrama apresentado no livro Animal Ecology (1927) de Charles Elton Acreditava que ambos – organismos e ambiente – interagiam para moldar a direção que a sucessão tomaria Fundamentos da sucessão Charles Elton Trajetória sucessional das florestas de coníferas na Inglaterra depende das condições de umidade do ambiente – diagrama apresentado no livro Animal Ecology (1927) de Charles Elton A grande contribuição de Elton à compreensão da sucessão foi seu conhecimento sobre o papel dos animais Acreditava que ambos – organismos e ambiente – interagiam para moldar a direção que a sucessão tomaria Fundamentos da sucessão . Connell e Slatyer (1977) propuseram três modelos de sucessão: facilitação, tolerância e inibição Fundamentos da sucessão . Connell e Slatyer (1977) propuseram três modelos de sucessão: facilitação, tolerância e inibição Modelo de facilitação: as spp mais iniciais modificam o ambiente de maneira positivas, que por fim beneficiam spp tardias, mas impedem sua própria dominância continuada. Depois de algum tempo, a sequência de facilitações por spp conduz a uma comunidade climax composta de spp que não facilitam mais outras spp e são substituídas apenas por distúrbio Fundamentos da sucessão . Connell e Slatyer (1977) propuseram três modelos de sucessão: facilitação, tolerância e inibição Modelo de tolerância: as spp pioneiras modificam o ambiente de maneira neutra, não beneficiam nem inibem as spp tardias. Fundamentos da sucessão . Connell e Slatyer (1977) propuseram três modelos de sucessão: facilitação, tolerância e inibição Modelo de inibição: as spp pioneiras modificam as condições de maneiras negativas ou inibitórias, que atrasam as spp tardias. Essa supressão do próximo estágio de sucessão é interrompida apenas quando um estresse ou distúrbio diminuir a abundância das spp inibidoras Fundamentos da sucessão . Mais de 30 anos se passaram desde o influente artigo de Connell e Slatyer (1977). Desde então, houve uma série de testes experimentais dos seus 3 modelos de sucessão. Esses experimentos mostram que os mecanismos da sucessão são diversos e dependentes do contexto. Mecanismos da sucessão Um dos exemplos mais bem estudados de sucessão primária ocorreu na Baía Glacier, no Alasca, onde o derretimento dos glaciais levou a uma sequência de mudanças na comunidade que reflete a sucessão ao longo de vários séculos Mecanismos da sucessão W. S. Cooper começou seus estudos na Baía Glacier em 1915. Ex-aluno de Cowles, Cooper viu a Baía Glacier como um exemplo da “substituição do tempo pelo espaço” tão bem documentada por seu orientador nas dunas de Michigan. Ele estabeleceu parcelas que permitiram caracterizar o padrão de mudança da comunidade ao longo da Baía desde a época de Vancouver até hoje. Esse padrão é caracterizado pelo aumento da riqueza e mudança na composição de spp vegetais com o tempo e a distância do local onde se iniciou o derretimento do gelo. Reiners et al. (1971) Mecanismos da sucessão Os mecanismos subjacentes à sucessão na Baía Glacier foram amplamente estudados por Chapin et al. (1994). Encontraram mudanças significativas nas propriedades edáficas dos diferentes estágios sucessionais e estas coincidiam com os aumentos na riqueza de espécies vegetais Mecanismos da sucessão Os mecanismos subjacentes à sucessão na Baía Glacier foram amplamente estudados por Chapin et al. (1994). Encontraram mudanças significativas nas propriedades edáficas dos diferentes estágios sucessionais e estas coincidiam com os aumentos na riqueza de espécies vegetais ↓ As spp em cada estágio exerceram efeitos sobre o ambiente físico que moldaram o padrão de formação da comunidades Mas esses efeitos eram facilitadores ou inibidores e como eles variavam ao longo dos diferentes estágios sucessionais? Mecanismos da sucessão Mecanismos da sucessão Os mecanismos delineados nos modelos de Connel e Slatyer foram confirmados em pelo menos alguns estágios da sucessão. Logo no início, aspectosdo modelo de facilitação foram vistos, à medida que plantas modificaram o habitat de maneiras positivas para outras plantas e animais. Spp como os amieiros tiveram efeitos negativos sobre spp sucessionais tardias, exceto quando essas foram capazes de colonizar antes, sustentando o modelo de inibição. Finalmente, alguns estágios – tais com o estágio do abeto – foram conduzidos por características da história de vida, marca registrada do modelo de tolerância. Mecanismos da sucessão Bertness e Shumway (1993) estudaram a importância relativa de interações positivas versus inibidoras no controle da sucessão secundária em um pântano salgado na Nova Inglaterra. Pântanos salgados são caracterizados por diferentes composições de spp e condições físicas em diferentes níveis de elevação da maré. A borda litorânea é dominada pela gramínea Spartina patens enquanto que estandes denso de Juncus gerardii são encontrados junto a borda terrestre. Um distúrbio natural comum é a deposição de material vegetal morto transportado pelas marés, que sufoca e mata as plantas. As manchas são inicialmente colonizadas pela gramínea Distichlis spicata que por fim acaba excluída competitivamente ou por Spartina ou por Juncos. Mecanismos da sucessão Bertness e Shumway (1993) Mecanismos da sucessão Bertness e Shumway (1993) Os mecanismos da sucessão são diversos e dependentes do contexto Mecanismos da sucessão Bertness e Shumway (1993) Os mecanismos da sucessão são diversos e dependentes do contexto A facilitação por Distichlis foi essencial para a colonização por Juncus. Uma vez ocorrida essa facilitação, Juncus exclui competitivamente Distichlis Mecanismos da sucessão Bertness e Shumway (1993) Os mecanismos da sucessão são diversos e dependentes do contexto A facilitação por Distichlis foi essencial para a colonização por Juncus. Uma vez ocorrida essa facilitação, Juncus exclui competitivamente Distichlis. Distichlis e Spartina foram igualmente capazes de colonizar e crescer em manchas salgadas. Se Spartina chegar primeiro, espera- se que ela iniba a colonização de Distichlis. Se Distichlis chegar primeiro, espera-se que ela persista apenas se Spartina não chegar e substituí-la. Mecanismos da sucessão Sucessão de algas em áreas rochosas na zona entremarés no sul da Califórnia So u za ( 1 9 7 9 ) Mecanismos da sucessão Esse resultado sugere a inibição como principal mecanismo regulador da sucessão, mas se Ulva é capaz de inibir outras spp de alga por que ela não domina sempre? Sucessão de algas em áreas rochosas na zona entremarés no sul da Califórnia So u za ( 1 9 7 9 ) Mecanismos da sucessão Essa visão de sucessão em áreas rochosas em zonas entremarés como sendo conduzida por inibição foi aceita por muitos anos Facilitação e tolerância eram vistos como sendo muito menos importantes em sistemas nos quais a competição por espaço era o principal fator condicionante Trabalhos mais recentes, no entanto, têm demonstrado que a importância relativa da inibição é dependente do contexto... Mecanismos da sucessão Na zona entremarés rochosa de Oregon, Farrell (1991) constatou que: Craca, Chthamalus dalli ↓ Craca, Balanus glandula ↓ Macroalgas (Pelvetiopsis limitata, Fucus gardneri e Endocladia muricata) Mecanismos da sucessão Na zona entremarés rochosa de Oregon, Farrell (1991) constatou que: Craca, Chthamalus dalli ↓ Craca, Balanus glandula ↓ Macroalgas (Pelvetiopsis limitata, Fucus gardneri e Endocladia muricata) Chthamalus não inibiu a colonização por Balanus, mas Balanus foi capaz de excluir competitivamente Chthamalus ao longo do tempo, sustentando o modelo de tolerância Balanus não impediu a colonização das macroalgas e sim facilitou, dando credibilidade ao modelo de facilitação Mecanismos da sucessão Mas por que e como Balanus facilitaria a colonização por macroalgas? Mecanismos da sucessão Mas por que e como Balanus facilitaria a colonização por macroalgas? Farrel (1991) criou parcelas experimentais nas quais as cracas Balanus, lapas ou ambas foram removidas e observou a colonização das macroalgas nessas parcelas Mecanismos da sucessão Mas por que e como Balanus facilitaria a colonização por macroalgas? Farrel (1991) criou parcelas experimentais nas quais as cracas Balanus, lapas ou ambas foram removidas e observou a colonização das macroalgas nessas parcelas Farrell (1991) Mecanismos da sucessão Mas por que e como Balanus facilitaria a colonização por macroalgas? Farrel (1991) criou parcelas experimentais nas quais as cracas Balanus, lapas ou ambas foram removidas e observou a colonização das macroalgas nessas parcelas Balanus inibiu as lapas de pastejarem sobre novas colônias de plântulas de macroalgas Farrell (1991) Mecanismos da sucessão Mas por que Chthamalus não teve o mesmo efeito? Mecanismos da sucessão Mas por que Chthamalus não teve o mesmo efeito? Farrell (1991) Mecanismos da sucessão A sucessão em qualquer comunidade é guiada por um conjunto complexo de mecanismos positivos, negativos e neutros. Não existe um modelo válido para qualquer comunidade – cada comunidade é caracterizada por elementos de todos os modelos. Dúvidas? Perguntas? Comentários?
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