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Curso de Nutrição Fundamentos de Nutrição AULA 1 Profº. Dr. Daniel Simões Couto Nutricionista Estudo dos alimentos e dos mecanismos pelos quais o organismo ingere, assimila e utiliza os nutrientes dos alimentos para manutenção, reparação e síntese das moléculas necessárias para seu funcionamento. Nutrição “Toda substância ou mistura de substâncias, no estado sólido, líquido, pastoso ou qualquer outra forma adequada, destinadas a fornecer ao organismo humano os elementos normais à sua formação, manutenção e desenvolvimento” BRASIL - Decreto-lei nº 986, de 21 de outubro de 1969 Alimento Conceitos de alimento Saciar a fome; combustível para viver, proporcionando o bem-estar e a disposição para realizar todas as atividades; demonstrar afeto, carinho e aceitação Uma alimentação é saudável quando consegue reunir todas essas qualidades!! Para que serve o alimento São substâncias simples ou compostas, presentes nos alimentos e necessárias ao organismo para crescimento, desenvolvimento e manutenção. Ex.: glicose, aa’s, ác. graxos, sódio, potássio, água, vitaminas Obs: Para uma substância ser considerada um nutriente não basta estar presente nos alimentos, é necessário haver uma função bem definida no organismo. Nutrientes ALIMENTAÇÃO X NUTRIÇÃO o Alimentação: ato voluntário e consciente. depende totalmente da vontade do indivíduo. relacionada com as práticas alimentares, que envolvem: opções e decisões quanto à quantidade; tipo de alimento que comemos; quais os que consideramos comestíveis ou aceitáveis para nosso padrão de consumo; forma como adquirimos, conservamos e preparamos os alimentos; além dos horários, do local e com quem realizamos nossas refeições. Alimentação x Nutrição o Nutrição: ato involuntário, Etapa sobre a qual o indivíduo não tem controle. Começa quando o alimento é levado à boca. A partir desse momento: sistema digestório entra em ação. a boca, o estômago, o intestino e outros órgãos desse sistema começam a trabalhar Os processos vão desde a trituração dos alimentos até a absorção dos nutrientes (componentes essenciais para a manutenção da saúde e funcionamento do organismo) Alimentação x Nutrição oato de comer: influenciado por diversos fatores como os valores culturais, sociais, afetivos e sensoriais. oSeres humanos: não buscam exclusivamente preencher suas necessidades de energia e nutrientes. Busca por novos sabores, cores texturas e aromas. oo conhecimento científico, as religiões e a condição econômica do indivíduo também influenciam nos hábitos alimentares.. Significados da Alimentação oEscolha dos alimentos: aspectos culturais Alimentação x Nutrição oNormalmente, nossas atitudes em relação à comida são aprendidas cedo, desde a amamentação. oO leite materno é o primeiro alimento oferecido à criança e sua ingestão envolve o contato com a mãe. odesde o início da vida, a alimentação está ligada ao afeto e proteção quanto à presença feminina. Significados da Alimentação omomento de afeto na alimentação: encontros familiares (momentos de conversação e de troca de informações). o A hora de comer é um momento de socialização entre as pessoas. Todos se sentam à mesa para comer, beber e celebrar o momento em que estão juntos. Esse processo é chamado comensalidade. Significados da Alimentação oComensalidade: prática de comer junto, dividindo a comida, mesmo que de forma desigual ohoje as refeições costumam ser feitas com os colegas de trabalho, amigos ou até desconhecidos que se sentam à mesma mesa Significados da Alimentação o Antiguidade (400 A.C.): Hipócrates escreveu sobre o repouso, higiene e boa alimentação. Surgimento da Nutrição o Alimentação: preocupação constante e objeto de estudos desde a Antigüidade. o Século XVIII: iniciaram-se estudos enfocando a questão dos gastos e das necessidades energéticas. o Antoine Laurent de Lavoisier (químico francês): pai da nutrição • estabeleceu a relação do processo de respiração com o metabolismo dos alimentos. o Século XIX: estudos concentraram-se nas proteínas. o Início do século XX: descoberta e o estudo mais aprofundado das vitaminas. Surgimento da Nutrição 1. Era naturalista (400 aC – 1750 dC) As idéias eram vagas sobre alimento, envolvendo tabus, poderes mágicos ou valor medicinal; Os homens reconheciam que o alimento era essencial à sobrevivência, mas não distinguia com relação ao valor de cada um; Surgimento da Nutrição 2. Era Químico-analítica (1750 - 1900) Fundamentava-se nas grandes descobertas da ciência química; Lavoisier (séc. XVIII) – “pai na nutrição” – estudo da respiração, oxidação e calorimetria (tudo relacionado à energia alimentar); Mais tarde surgiram as idéias sobre as necessidades dos minerais e das vitaminas. Surgimento da Nutrição 3. Era Biológica (1900 - 1955) Caracterizou-se pela descoberta de muitos fatores com propriedades vitamínicas; Estudos das interações entre nutrientes, seus papéis biológicos e determinação das necessidades dietéticas humanas. Surgimento da Nutrição 4. Era Molecular (1955 até atualidade) Desenvolvimento tecnológico Estudo dos nutrientes no crescimento, desenvolvimento e manutenção da célula Surgimento da Nutrição Início do século XX O campo de emergência da Nutrição (como ciência, política social ou profissão) é recente tendo na Universidade de Toronto, Canadá (1902) o primeiro curso universitário de Dietista. Porém as bases históricas se deram ao longo da história da humanidade, estimuladas pela revolução industrial e pela 1ª Guerra Mundial criação dos primeiros centros de estudo e pesquisa, cursos e agências de intervenção em nutrição. Surgimento da Nutrição Primeira Guerra Mundial: problemas de alimentação o encarado, desde logo, como um "problema" relacionado às questões sociais, econômicas e até de segurança nacional. desenvolvimento científico do assunto; Percepção da importância do tema Surgimento da Nutrição Na América Latina, a Nutrição foi influenciada pelo médico argentino Pedro Escudero, que criou o Instituto de Nutrição (1926) e a Escola Nacional de Dietistas (1933) e o curso de médicos dietótolos (Buenos Aires). Suas concepções foram difundidas na América Latina, em função da concessão aos países latino-americano de bolsas de estudos para a realização de Cursos de Dietética no referido instituto. Entre os primeiros brasileiros a estagiarem ou realizarem cursos promovidos por Escudero na Argentina, destacamos: José João Barbosa e Sylvio Soares de Mendonça (curso de dietólogos); Firmina Sant’Anna e Lieselotte Ornellas . Surgimento da Nutrição na AL Desde a metade do século XIX a Nutrição despontou dentro da área de conhecimento médico, através de teses nas Faculdades de Medicina (RJ e BA). Temas como: Higiene Alimentar, Avitaminose A, Fisiologia da alimentação começam a surgir. •No Brasil, a Nutrição surgiu nos anos de 1930-40, como parte do projeto de modernização da economia brasileira, delimitando a implantação das bases para a consolidação de uma sociedade capitalista urbano-industrial no país. Surgimento da Nutrição no Br o Década de 30: • primórdios do estabelecimento, no Brasil, de uma política de enfrentamento da questão da fome e da desnutrição. • Aparece na seqüência de uma fase de transformação do tema "alimentação" em um novo campo de saber. • Surge uma disciplina científica denominada inicialmente de nutrologia e, posteriormente, de NUTRIÇÃO. Surgimento da Nutrição no Br o Países centrais ou periféricos em que havia um mínimo de "desenvolvimento urbano-industrial",o tema adquire posição de destaque. o Entre 1915 e 1935: várias instituições científicas foram criadas, em diferentes países da Europa, Ásia e América, com o objetivo de estudar a questão e de propor soluções para os "problemas alimentares" enfrentados pelo mundo. Alimentação e Nutrição no Brasil o Brasil: interesse pelo assunto (mais ou menos na mesma época). Grupo expressivo de jovens médicos brasileiros passou a estudar a questão. Influência das escolas americana e européia, dedicação à pesquisa biológica, clínica e experimental, desenvolvimento de um ramo da ciência que se convencionou chamar de “fisiologia da nutrição”. Alimentação e Nutrição no Brasil Outro grupo: influenciado por Pedro Escudero, médico argentino. • fundou e dirigiu, em Buenos Aires, o Instituto Nacional de Nutrição. opção pelo estudo da nutrição na sociedade procurando definir um padrão de 'alimentação racional' que disponibilizasse, às pessoas, os elementos estudados e preconizados pelos fisiologistas. Alimentação e Nutrição no Brasil oGrupos com visões diferentes oInformações complementares 1º grupo Credibilidade científica 2º grupo Propostas de intervenção social e política Visibilidade e recursos Alimentação e Nutrição no Brasil oCursos foram criados nas escolas médicas e estudos começaram a ser feitos. oVários foram os médicos que se dedicaram tanto a uma quanto à outra vertente do estudo da nutrição. oPioneiros: Annes Dias, Peregrino Júnior, Seabra Velloso, Silva Telles. Moura Campos, Paula Souza, Dutra de Oliveira. Hélio Lourenço de Oliveira, Silva Mello, Olavo Rocha. Alexandre Moscoso, Sálvio de Mendonça e Salgado Filho. Alimentação e Nutrição no Brasil oDestaque: Josué de Castro Publicação de livros em todo mundo papel fundamental no processo de transformação do tema alimentação em assunto de interesse de estado. participação ativa em organismos internacionais dedicados à questão da alimentação. esteve a frente de todas as iniciativas concretas da política brasileira de alimentação ao longo dos 30 anos seguintes. Alimentação e Nutrição no Brasil oAlimentação no Brasil: logo relacionada às questões sociais e econômicas. Primeiros trabalhos científicos: ligação entre alimentação e renda. conhecer o problema alimentar da população por meio de estudos sobre orçamento familiar e perfil de consumo alimentar. essa forma científica de olhar para o "problema alimentar" da população apenas corroborava aquilo que o senso comum já indicava. Alimentação e Nutrição no Brasil oresultados desses trabalhos: subsidiaram a política salarial. A instituição do Salário Mínimo, pela Lei 185 de 14/01/36, regulamentada pelo Decreto-Lei 399 de 30/04/38 considerava que ele deveria garantir, entre outros itens, uma ração essencial mínima, teoricamente capaz de prover o aporte nutricional necessário ao trabalhador. Alimentação e Nutrição no Brasil otécnicos envolvidos reconheciam o papel da pobreza na determinação dos problemas alimentares da população brasileira. soluções apresentadas pelos especialistas para a alteração desse quadro: Investimento em educação, para ensinar a população a comer correta e racionalmente. Alimentação e Nutrição no Brasil oo enfoque da ciência para a solução do problema nutricional do brasileiro concentrou-se em uma proposta de trabalho que tinha duas vertentes principais: uma ligada ao abastecimento (racionalização da oferta de alimentos) outra centrada na educação do povo, para que aprendesse a se alimentar corretamente. oNa execução da política de estado para a alimentação prevaleceu, ao longo do tempo, uma terceira vertente: a da distribuição de alimentos. Alimentação e Nutrição no Brasil oDivulgação dos resultados dos trabalhos realizados e as idéias dos cientistas a respeito do “problema da alimentação”. oGrupo detentor do “saber da nutrição”: exaustivo debate sobre o assunto, publicando artigos, trabalhos e livros - destinados tanto à comunidade científica quanto ao público leigo oObjetivo: alertar a todos sobre o problema identificado, cuja solução estava nas mãos da nutrologia, que tinha o conhecimento necessário para isso. oDivulgação dos novos conhecimentos: acompanhada de denúncias sobre a ausência de uma política alimentar por parte do Estado, capaz de solucionar o problema Alimentação e Nutrição no Brasil o1940: criação do SAPS - Serviço de Alimentação da Previdência Social. criado por intermédio do Decreto-Lei no. 2.478, de 05/08/1940 e extinto em 1967. estado brasileiro assume o papel de conduzir uma política que buscasse solucionar o problema demonstrado pelos cientistas. A alimentação passa, então, da condição de apenas mais um campo de saber para a de uma política pública início, na prática, de uma "política de alimentação e nutrição“ entendida como a promoção de padrões adequado para a alimentação da população - executada pelo estado brasileiro. Alimentação e Nutrição no Brasil oOrigem da instituição: Serviço Central de Alimentação, criado um ano antes pelo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, por meio do IAPI - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários. oServiço dirigido por um Conselho formado, em sua maioria, por médicos nutrólogos, tendo à frente Josué de Castro. oNesse momento e dessa forma, esse grupo de cientistas agrega-se à máquina pública, vindo a comandar, por longo tempo, as instituições responsáveis pela execução da política alimentar do estado brasileiro. Alimentação e Nutrição no Brasil oatribuições principais: fornecimento de refeições para trabalhadores e estudantes. venda de alimentos a preços de custo - em postos de venda instalados em cinco estados brasileiros - para trabalhadores. trabalho de educação alimentar. formação de pessoal técnico especializado . apoio a pesquisas na área de alimentação. Alimentação e Nutrição no Brasil ocriação do SAPS início da década de 70: várias outras instituições, co-responsáveis pela execução da política de alimentação do estado brasileiro, foram criadas, com objetivos semelhantes ou correlatos aos do SAPS, envolvendo o trabalho do mesmo grupo de profissionais. oatribuições definidas para essas instituições eram bastante parecidas, com uma ou outra peculiaridade. Todas tinham como responsabilidades: estudar a situação nutricional e os hábitos alimentares da população, estudar e propor normas da política nacional de alimentação, estimular e acompanhar campanhas educativas. Alimentação e Nutrição no Brasil oNesse intervalo foram criados: Serviço Técnico de Alimentação Nacional - STAN (criado pela Portaria no. 5-42, de 19/10/1942 e extinto em 1945) Objetivo: fornecer orientação técnica à produção agrícola e à indústria de alimentos. Instituto de Tecnologia Alimentar - ITA (criado em 31/04/1944 e incorporado pela então Universidade do Brasil em 1946), a partir da doação de um laboratório para a realização de estudos e pesquisas experimentais ao STAN. Objetivo: produzir conhecimentos técnico-científicos que dessem suporte à indústria nacional de alimentos. Alimentação e Nutrição no Brasil Comissão Nacional de Alimentação - CNA (criada pelo Decreto-Lei no. 7328, de fevereiro de 1945 e extinta em 1972), órgão do Conselho Federal de Comércio Exterior, e posteriormente transferido para o Ministério da Educação e da Saúde (1949). Objetivo: realizar estudos sobre a alimentação do povo brasileiro, promover educação nutricional e apoiar tecnicamente a indústria de alimentos desidratados. Instituto Nacional de Nutrição (criado pelo Decreto-Lei no. 8.684, de 16/01/1946), na então Universidade do Brasil, a partir da incorporaçãodo ITA, sob a Direção de Josué de Castro. Objetivo: realização de estudos e pesquisas e da difusão de conhecimentos, a formação de pessoal técnico especializado. Alimentação e Nutrição no Brasil oInício da década de 50: nova forma de execução da política de alimentação e nutrição começa a se delinear; implementação de Programas de distribuição de alimentos a segmentos específicos da população implementação de Programas de distribuição de alimentos a segmentos específicos da população merenda escolar de caráter nacional, sob responsabilidade pública, racionalizando as iniciativas preexistentes e dando-lhes orientação técnica e suporte econômico, a ser executado a partir da metade da década de 50. Alimentação e Nutrição no Brasil odécada de 50: criados mais dois cursos para formação de nutricionistas. 1956, por iniciativa do médico Adriano de Azevedo Pondé, foi criado o Curso de Nutricionistas da Universidade da Bahia (atual Curso de Graduação em Nutrição da Escola de Nutrição da Universidade Federal da Bahia). 1957, por iniciativa do médico Nelson Ferreira de Castro Chaves, foi fundado o Curso de Nutricionistas do Instituto de Fisiologia e Nutrição da Faculdade de Medicina de Recife (atual Curso de Graduação em Nutrição do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco). Alimentação e Nutrição no Brasil odécada de 60: 1968, foi criado, em Niterói (RJ), o atual Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal Fluminense. A partir dos anos 1960, de acordo com algumas análises, passou-se a discutir, no âmbito da comunidade latino-americana de Nutrição, a formação de “um profissional de nível universitário, qualificado por formação e experiência, para atuar nos Serviços de Saúde Pública com o fim de melhorar a nutrição humana, essencial para a manutenção do mais alto nível de saúde” Alimentação e Nutrição no Brasil o1972: A criação do Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição - INAN, autarquia vinculada ao Ministério da Saúde. oalteração na forma de execução da política de alimentação pelo estado brasileiro. oatribuições bastante parecidas com as das instituições que o precederam: assistir o governo na formulação da política nacional de alimentação e nutrição estimular pesquisa científica de apoio. propor, promover, fiscalizar e avaliar o Programa Nacional de Alimentação e Nutrição - PRONAN. oimplementação do PRONAN, a partir de 1973, deu-se pela integração de vários sub-programas, alguns executados pelo próprio INAN, outros executados por Instituições de diferentes Ministérios. Alimentação e Nutrição no Brasil oA forma de execução desses Programas variava consideravelmente, Desde a distribuição de alimentos em espécie para diferentes populações de risco - gestantes, nutrizes, pré-escolares e escolares desnutridos a estratégias de abastecimento e comercialização de alimentos a baixo custo, Passando pelo atendimento a trabalhadores por meio da concessão de incentivos fiscais aos empregadores que fornecessem alimentação a preços subsidiados. Alimentação e Nutrição no Brasil oaté o final da década de 80: diversos e diferentes "programas" representaram, na prática, as formas principais de execução da política nacional de alimentação e nutrição. Alimentação e Nutrição no Brasil oReconhecimento do curso de nutricionista como de nível superior: início por volta de 1952 - cursos existentes e a ABN começaram a encaminhar ao Ministério da Educação os primeiros pedidos de reconhecimento. Após dez anos - Conselho Federal de Educação (CFE) reconheceu os Cursos de Nutricionistas como de nível superior. estabeleceu o primeiro currículo mínimo e fixou a duração de três anos para a formação de nutricionistas, em nível nacional. Parecer nº 265, de 19 de outubro de 1962 A profissão de Nutricionista oLuta pela regulamentação da profissão: desfecho positivo apenas em 24 de abril de 1967 sancionada a Lei nº 5.276, dispondo sobre a profissão de nutricionista, regulando o seu exercício e dando outras providências – instrumento legal vigorou até 1991, quando foi revogada por uma nova legislação. A profissão de Nutricionista oCriação dos conselhos de nutrição: Lei nº 6.583, de 20 de outubro de 1978 (dou 24.10.1978). nutricionistas brasileiros, até então sob a responsabilidade dos órgãos regionais de fiscalização da Medicina, passam a dispor de um órgão específico com a finalidade não apenas de fiscalizar o exercício da profissão, mas também de organizar, disciplinar e desenvolver a categoria e lutar pelos seus interesses. A profissão de Nutricionista LEI Nº 8.234, DE 17 DE SETEMBRO DE 1.991 (DOU 18/09/1991) REGULAMENTA A PROFISSÃO DE NUTRICIONISTA E DETERMINA OUTRAS PROVIDÊNCIAS Art. 1º. A designação e o exercício da profissão de Nutricionista, profissional de saúde, em qualquer de suas áreas, são privativos dos portadores de diploma expedido por escolas de graduação em nutrição, oficiais ou reconhecidas, devidamente registrado no órgão competente do Ministério da Educação e regularmente inscrito no Conselho Regional de Nutricionistas da respectiva área de atuação profissional. A profissão de Nutricionista Art. 3º. São Atividades privativas dos nutricionistas: I - direção, coordenação e supervisão de cursos de graduação em nutrição; II - planejamento, organização, direção, supervisão e avaliação de serviços de alimentação e nutrição; III - planejamento, coordenação, supervisão e avaliação de estudos dietéticos; IV - ensino das matérias profissionais dos cursos de graduação em nutrição; V - ensino das disciplinas de nutrição e alimentação nos cursos de graduação da área de saúde e outras afins; VI - auditoria, consultoria e assessoria em nutrição e dietética; VII - assistência e educação nutricional a coletividades ou indivíduos, sadios ou enfermos, em instituições públicas e privadas e em consultório de nutrição e dietética; VIII - assistência dietoterápica hospitalar, ambulatorial e a nível de consultórios de nutrição e dietética, prescrevendo, planejando, analisando, supervisionando e avaliando dietas para enfermos. A profissão de Nutricionista Art. 4º. Atribuem-se, também, aos nutricionistas as seguintes atividades, desde que relacionadas com alimentação e nutrição humanas: I - elaboração de informes técnico-científicos; II - gerenciamento de projetos de desenvolvimento de produtos alimentícios; III - assistência e treinamento especializado em alimentação e nutrição; IV - controle de qualidade de gêneros e produtos alimentícios; V - atuação em marketing na área de alimentação e nutrição; VI - estudos e trabalhos experimentais em alimentação e nutrição; VII - prescrição de suplementos nutricionais, necessários à complementação da dieta; VIII - solicitação de exames laboratoriais necessários ao acompanhamento dietoterápico; IX - participação em inspeções sanitárias relativas a alimentos; X - análises relativas ao processamento de produtos alimentícios industrializados; XI - participação em projetos de equipamentos e utensílios na área de alimentação e nutrição. A profissão de Nutricionista Parágrafo Único. É obrigatória a participação de nutricionistas em equipes multidisciplinares, criadas por entidades públicas ou particulares e destinadas a planejar, coordenar, supervisionar, implementar, executar e avaliar políticas, programas, cursos nos diversos níveis, pesquisas ou eventos de qualquer natureza, direta ou indiretamente relacionados com alimentação e nutrição, bem como elaborar e revisar legislação e códigos próprios desta área. Art. 5º. A fiscalização do exercício da profissão de Nutricionista compete aos Conselhos Federal e Regionais de Nutricionistas, na forma da Lei nº 6.583, de 20 de outubro de1978, ressalvadas as atividades relacionadas ao ensino, adstritas à legislação educacional própria. A profissão de Nutricionista Do Exercício Profissional Art. 15. O livre exercício da profissão de nutricionista, em todo o território nacional, somente é permitido ao portador de Carteira de Identidade Profissional expedida pelo Conselho Regional competente. Parágrafo único. É obrigatório o registro nos Conselhos Regionais das empresas cujas finalidades estejam ligadas à nutrição, na forma estabelecida em regulamento. A profissão de Nutricionista Do Exercício Profissional Art. 16. Para o exercício da profissão na administração pública ou exercício de cargo, função ou emprego em empresas públicas e privadas, de assessoramento, chefia ou direção, será exigida, como condição essencial, a apresentação da Carteira de Identidade Profissional de Nutricionista. Parágrafo único. A inscrição em concurso público dependerá de prévia apresentação da Carteira de Identidade Profissional ou certidão do Conselho Regional de que o profissional está no exercício de seus direitos. Art. 17. O exercício simultâneo, temporário ou definitivo, da profissão em área de jurisdição de dois ou mais Conselhos Regionais, submeterá o profissional de que trata esta Lei às exigências e formalidades estabelecidas pelo Conselho Federal. A profissão de Nutricionista instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Nutrição que definiu o perfil do nutricionista como: “o profissional com formação generalista, humanista e crítica, capacitado a atuar, visando à segurança alimentar e à atenção dietética, em todas as áreas do conhecimento em que a alimentação e nutrição se apresentam fundamentais para a promoção, manutenção e recuperação da saúde e para a prevenção de doenças de indivíduos ou grupos populacionais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, pautado em princípios éticos, com reflexão sobre a realidade econômica, política, social e cultural”. RESOLUÇÃO CNE/CES Nº 5, DE 7 DE NOVEMBRO DE 2001. Novo perfil do Nutricionista Esta Resolução determina que a formação do nutricionista deve contemplar as necessidades sociais da saúde, com ênfase no Sistema Único de Saúde (SUS), bem como o desenvolvimento de habilidades e competências, a saber: atenção à saúde tomada de decisões comunicação liderança, administração e gerenciamento educação permanente RESOLUÇÃO CNE/CES Nº 5, DE 7 DE NOVEMBRO DE 2001. Novo perfil do Nutricionista PROMETO QUE, AO EXERCER A PROFISSÃO DE NUTRICIONISTA, O FAREI COM DIGNIDADE E COMPETÊNCIA, VALENDO-ME DA CIÊNCIA DA NUTRIÇÃO, EM BENEFÍCIO DA SAÚDE DO HOMEM, SEM DISCRIMINAÇÃO DE QUALQUER NATUREZA. PROMETO, AINDA, QUESEREI FIEL AOS PRINCÍPIOS DA MORAL E DA ÉTICA. SE EU CUMPRIR ESTE JURAMENTO COM FIDELIDADE POSSA MERECER OS LOUROS QUE PROPORCIONAM A PROFISSÃO. Juramento do Nutricionista Símbolo do Nutricionista Verde = Cor dos profissionais da área de saúde Balança = Equilíbrio Serpente = Saúde Trigo = Alimento oConselho Federal de Nutricionistas (CFN) I - eleger, dentre os seus membros, o seu Presidente, o Vice-Presidente, o Secretário e o Tesoureiro; II - exercer função normativa, baixar atos necessários à interpretação e execução do disposto nesta Lei e à fiscalização do exercício profissional, adotando providências indispensáveis à realização dos objetivos institucionais; III - supervisionar a fiscalização do exercício profissional em todo o território nacional; IV - organizar, instalar, orientar e inspecionar os Conselhos Regionais e examinar suas prestações de contas, neles intervindo desde que indispensável ao restabelecimento da normalidade administrativa ou financeira ou à garantia da efetividade do princípio da hierarquia institucional; Entidades da classe oConselho Federal de Nutricionistas (CFN) V - elaborar seu regimento e submetê-lo à aprovação do Ministério do Trabalho; VI - examinar os regimentos dos Conselhos Regionais, modificando o que se fizer necessário para assegurar unidade de orientação e uniformidade de ação, submetendo-os à aprovação do Ministério do Trabalho; VII - conhecer e dirimir dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais e prestar-lhes assistência técnica permanente; VII - apreciar e julgar os recursos de penalidades impostas pelos Conselhos Regionais; Entidades da classe oConselho Federal de Nutricionistas (CFN) IX - fixar valores das anuidades, taxas, emolumentos e multas devidas pelos profissionais e empresas aos Conselhos Regionais a que estejam jurisdicionados, nos termos em que dispuser o regulamento desta Lei; X - aprovar sua proposta orçamentária e autorizar a abertura de créditos adicionais, bem como operações referentes a mutações patrimoniais; XI - dispor sobre o Código de Ética Profissional, funcionando como Tribunal de Ética Profissional; XII - estimular a exação no exercício da profissão, zelando pelo prestígio e bom nome dos que a exercem; Entidades da classe oConselho Federal de Nutricionistas (CFN) XIII - instituir o modelo da Carteira de Identidade Profissional e do Cartão de Identificação; XIV - autorizar o Presidente a adquirir, onerar ou alinear bens imóveis; XV - emitir parecer conclusivo sobre prestação de contas a que esteja obrigado; XVI - publicar, anualmente, seu orçamento e respectivos créditos adicionais ou balanços, a execução orçamentária e o relatório de suas atividades. Entidades da classe oConselhos Regionais de Nutricionistas (CRNs) Aos Conselhos Regionais cabe cumprir e fazer cumprir as normas que regem a profissão e realizar as atividades de fiscalização e orientação ético-profissional em suas respectivas jurisdições. Entidades da classe oConselhos Regionais de Nutricionistas (CRNs): CRN 1: DF, GO, MT, TO (Brasília) - www.crn1.org.br CRN 2: RS (Porto Alegre) - www.crn2.org.br CRN 3: SP e MS (São Paulo) - www.crn3.org.br CRN 4: ES e RJ (Rio de Janeiro) - www.crn4.org.br CRN 5: BA e SE (Salvador) - www.crn5.org.br CRN 6: AL, CE, FN, MA, PB, PE, PI, RN (Recife) - www.crn6.com.br CRN 7: AC, AM, AP, PA, RO, RR (Belém) - www.crn7.org.br CRN 8: PR (Curitiba) - www.crn8.org.br CRN 9: MG (Belo Horizonte) - www.crn9.org.br CRN 10:SC (Florianópolis) - www.crn10.org.br Entidades da classe oAssociação Brasileira de Nutrição (ASBRAN) Criada em 31 de agosto de 1949, no Rio de Janeiro (RJ) 12 entidades estaduais filiadas sociedade sem fins lucrativos que congrega profissionais da área de nutrição. De caráter técnico-científico – cultural e social, de âmbito nacional, compõe-se de número ilimitado de sócios filiados às Associações de Nutrição nos estados. Objetivo: promover o fortalecimento da formação e da especialização do nutricionista, incentivando a pesquisa e contribuindo com a divulgação da Nutrição no Brasil, de modo que esta ciência e seus profissionais sejam reconhecidos como fundamentais à saúde dos indivíduos. Entidades da classe oSociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) Fundada em 31 de julho de 1985 na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) sociedade civil de cunho científico, sem fins lucrativos, e visa promover um maior intercâmbio entre aqueles que se dedicam a esse setor de atividade. Objetivo: estimular, desenvolver, aperfeiçoar e divulgar conhecimentos no campo da alimentação e nutrição. Entidades da classe oInstituto de Nutrição Annes Dias (INAD) órgão normativo e regulador do município para ações de alimentação e nutrição Missão: conceber, implementar, acompanhar e avaliar, em parceria com órgãos afins, a Política de Alimentação e Nutrição no Município do Rio de Janeiro, considerando a alimentação como direito humano e aSegurança Alimentar e Nutricional como requisito básico para afirmação plena do potencial de desenvolvimento físico, mental e social de todo ser humano. Entidades da classe Constante aprimoramento profissional Transição Demográfica Transição Nutricional Transição Epidemiológica Desafios corroborando com a evolução do pensamento social e do CFN temos por missão: “contribuir para a saúde da população, assegurando assistência nutricional e alimentar por meio do exercício ético, por profissionais habilitados e capacitados, como direitos sociais e fundamentais de todos os cidadãos” Nossa missão 1 – O que é nutrição? 2 – Qual as diferenças entre alimentação e nutrição? 3 – O surgimento da nutrição está dividido em 4 eras. Cite e explique cada uma delas. 4 – Cite e explique as duas correntes que influenciaram o surgimento da ciência da nutrição no Brasil. 5 – Como os problemas na alimentação da população influenciaram o surgimento de políticas´públicas na área da alimentação e da nutrição? 6 – Quais os objetivos das principais entidades de classe ligadas à nutrição? Lista de perguntas
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