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A radicalização do debate sobre inclusão

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A RADICALIZAÇÃO DO DEBATE 
SOBRE INCLUSÃO 
ESCOLAR NO BRASIL 
Enicéia Gonçalves Mendes 
Disciplina: Educação Inclusiva 
Profa. Dra. Marisa Irene S. Castanho 
TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO 
Qual o tema posto em debate no texto 
da autora? 
 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 X 
 INTEGRAÇÃO ESCOLAR 
 
MARCOS HISTÓRICOS 
 Século XVI – Indivíduos ineducáveis 
 – tutores, proteção da sociedade dos “anormais” 
 - asilos e manicômios 
 - segregação justificada pela crença de que a pessoa 
diferente seria mais bem cuidada e protegida se 
confinada em ambiente separado 
 No entanto, Comênio menciona em sua Didática Magna 
(1657) a educação dos “idiotas e estúpidos” em uma 
perspectiva integradora. 
 Século XIX – classes especiais nas escolas regulares 
 Instituições residenciais no pós-guerra 
 Escolas especiais 
 Século XX – ampliação das classes e escolas especiais 
 Educação especial como sistema paralelo ao sistema 
educacional 
 
MOVIMENTOS SOCIAIS POR 
DIREITOS HUMANOS - DÉC. 1960: 
 
 Conscientização e sensibilização dos prejuízos da 
segregação e da marginalização de grupos minoritários; 
 Segregação como prática intolerável; 
 Base moral: todas as crianças com deficiências teriam 
o direito inalienável de participar dos programas e 
atividades cotidianas que eram acessíveis para as 
demais crianças; 
 Fundamentos racionais: potenciais benéficos para 
ambos os grupos, por aprendizagens recíprocas; 
 Bases empíricas e ampliação do conhecimento e dos 
recursos para se atingir populações que antes não 
tinham acesso à educação e à aprendizagem; 
 Fator econômico: economia aos cofres públicos. 
PRINCÍPIO DE INTEGRAÇÃO E 
NORMALIZAÇÃO - DÉC. 1970 
 Filosofia da normalização e da integração 
 Instituiu-se gradualmente a obrigatoriedade do poder 
público a ofertar oportunidades educacionais para 
pessoas com deficiências; 
 Implementou-se a matrícula compulsória nas escolas 
comuns e nos serviços educacionais segundo o 
princípio de segregação mínima possível. 
ORIGEM DO PRINCÍPIO DE 
INTEGRAÇÃO E NORMALIZAÇÃO 
• Países escandinavos - Bank-Mikkelsen (1959) e 
Nirje (1969) – Dinamarca; 
• Difusão na América do Norte e Europa – 
desenvolvimento de serviços e ações que 
visassem normatizar as condutas das pessoas 
com deficiências (ex. movimento de 
desinstitucionalização); 
• EUA, 1977: processo de mainstreaming - 
alternativas minimamente restritivas, incentivo à 
implantação gradual de serviços educacionais 
na comunidade e desestímulo à 
institucionalização. 
 
CRÍTICA DO TERMO E 
DESDOBRAMENTOS 
Wolfensberger (1983) substituI o termo 
por “valorização do papel social” para 
fugir do sentido de “normalização” que se 
popularizou; 
O’Brien (1999) analisou o princípio em 
cinco dimensões: a presença na 
comunidade, a participação na 
comunidade, a promoção de habilidades, 
a promoção da imagem social e a 
autonomia ou empowerment; 
 
INTEGRAÇÃO ESCOLAR 
Qual sentido? 
 – tornar íntegro, intacto (Integrare - 
latim) 
x 
 – juntar partes, formar um todo 
(Sentido moderno) 
 
Na prática: ações quase permanentes de 
segregação total ou parcial 
 
DEBATE SOBRE INCLUSÃO 
ESCOLAR 
 Origem nos EUA: 
 “movimento pela excelência na escola”, a partir de 
1980 - escola identificada como o locus dos 
problemas educacionais; 
 Déc. 1990 - colocação de alunos com dificuldades 
prioritariamente nas classes comuns; 
 Revisão curricular, autonomia organizacional da 
escola, gestão e financiamento centrados na escola, 
tomada de decisão compartilhada, fusão e 
coordenação dos recursos educacionais e 
envolvimento da comunidade; rompimento com as 
práticas tradicionais , aceitação de novos desafios; 
aumento da consciência e respeito à diversidade. 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
Debates contra os programas de 
educação especial separados da 
educação regular; 
Defesa dos direitos dos indivíduos com 
graus mais severos de limitação 
intelectual, prejudicados pelo modelo de 
integração pois continuavam 
vivenciando experiências segregadoras 
no processo educacional, e sendo 
excluídos das classes comuns e das 
escolas regulares. 
MARCOS MUNDIAIS DA 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 Conferência Mundial 
sobre Educação para 
Todos (Jomtien, 1990) 
 100 milhões de 
crianças e jovens sem 
acesso à escolarização 
básica; 
 apenas 2% da 
população com 
deficiência estimada 
em 600 milhões de 
pessoas, recebia 
qualquer modalidade 
de educação 
 Conferência Mundial 
sobre Necessidades 
Educacionais 
Especiais: acesso e 
qualidade - Declaração 
de Salamanca 
(Espanha, 1994) 
 Difusão da Educação 
Inclusiva 
INCLUSÃO ESCOLAR X 
INCLUSÃO TOTAL 
 INCLUSIONISTAS 
 Domínio de 
habilidades e 
conhecimentos para a 
vida futura 
 Manutenção do 
contínuo de serviços 
(escola regular e 
especial) 
 Capacidade de 
atendimento é finita 
nas classes comuns 
 INCLUSIONISTAS 
TOTAIS 
 Fortalecimento de 
habilidades sociais 
 
 Atendimento apenas 
na escolar regular 
 
 Capacidade de 
reinvenção da escola 
regular para 
atendimento da 
diversidade humana 
PERSPECTIVAS DA INCLUSÃO 
ESCOLAR - REALIDADE 
BRASILEIRA 
 Institucionalização da educação especial 
em nosso país coincidiu com o auge da 
hegemonia da filosofia da “normalização” 
no contexto mundial – atuação por cerca 
de trinta anos, sob o princípio de 
“integração escolar”; 
Emergência do discurso em defesa da 
“educação inclusiva”, a partir de meados 
da década de 1990. 
NO ENTANTO... 
Final da década de 1990 existiam cerca 
de seis milhões de crianças e jovens 
com necessidades educacionais 
especiais X 500 mil alunos matriculados 
(educação inclusiva e especial) 
Observação: Em 2014, quase 900 mil 
matrículas e 79% em turmas comuns, 
ou seja, 698.768 estudantes especiais 
matriculados em classes comuns, 
segundo dados do Censo Escolar (Brasil, 
2015). 
RESULTADOS - 1996 A 2003 
 389% matrículas na rede municipal 
 185% na rede particular 
 44% na rede estadual e decréscimo de 13,8% 
nas matrículas na rede federal. 
 242% superdotados/com altas habilidades, 
 210% deficiência física, 
 200% deficiência visual, 
 165% deficiência múltipla, 
 108% deficiência intelectual, 
 83,2% deficiência auditiva , 
 77% condutas típicas de síndromes; 
 13% “outras”. 
SÍNTESE 
 Ausência de procedimentos de avaliação, o que 
compromete o processo de implementação das 
propostas. 
 Faltam indicadores para monitorar o processo, os 
que acenam com estatísticas promissoras muitas 
vezes não possuem dados confiáveis ou não 
complementam com descrições de quem é esse 
alunado e de como está sua situação educacional. 
 Pergunta: estão tendo acesso ao currículo, estão 
se socializando na direção desejável e estão sendo 
socialmente aceitos na escola? 
SÍNTESE 
 A política do MEC/ SEESP tem prejudicado o 
processo de construção da inclusão escolar na 
realidade brasileira, forçando a implementação de 
uma inclusão total; 
 Isso transforma o debate em embate, produzindo 
uma divisão no movimento histórico de luta pelo 
direito à educação de pessoas com necessidades 
educacionais especiais, quando deveria promover 
a integração entre as ações do poder público e da 
sociedade civil. 
 Tem tentado impor uma concepção única de 
política de inclusão, que sequer é consensual, 
prejudicando a compreensão e confundindo as 
pessoas. 
CONCLUSÃO 
 Adoção ao modismo importado, e, 
especificamente,mais uma influência 
da cultura norte-americana, que tem 
demarcado até mesmo a forma que o 
movimento vem assumindo no Brasil, 
 Interpretação equivocada e 
reducionista de que educação inclusiva 
é algo que diz respeito exclusivamente 
à população tradicional da educação 
especial, e não ao conjunto dos 
excluídos 
 
CONCLUSÃO 
 É preciso questionar: Qual a prática necessária? E 
o conhecimento necessário para fundamentar a 
prática? 
 Sem dúvida este é um exercício para a pesquisa 
científica. 
 O futuro da inclusão escolar em nosso país 
dependerá de um esforço coletivo, que obrigará a 
uma revisão na postura de pesquisadores, 
políticos, prestadores de serviços, familiares e 
indivíduos com necessidades educacionais 
especiais, para trabalhar numa meta comum, que 
seria a de garantir uma educação de melhor 
qualidade para todos. 
CONCLUSÃO 
 O movimento pela inclusão escolar requer certos 
cuidados e definições mais precisas, 
caso contrário terá o mesmo destino da 
“integração escolar”, ou seja, corremos o 
sério risco de perseverar na retórica, na 
eterna ponderação de que estamos 
apenas começando um processo ... 
 À ESPERA DE UM PARADIGMA 
REDENTOR. 
REFERÊNCIAS 
 Brasil. Dados do Censo Escolar indicam aumento 
de matrícula de alunos com deficiência. Portal 
Brasil. Disponível em 
http://www.brasil.gov.br/educacao/2015/03/dados-
do-censo-escolar-indicam-aumento-de-matriculas-
de-alunos-com-deficiencia 
 Mendes, Enicéia Gonçalves. A radicalização do 
debate sobre inclusão escolar no Brasil, Revista 
Brasileira de Educação, v. 11 n. 33 set./dez. 2006.

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