Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIRIO – CIÊNCIA POLÍTICA Metodologia – Resenha sobre o texto “As Regras do Método Sociológico” de Émile Durkheim. Deborah Mothe (1º P - CP) O texto de Durkheim trata do fato social, com definição, críticas e regras acerca dos métodos usados pela sociologia. O autor começa restringindo o estudo da sociologia, que estuda os fenômenos que acontecem no interior da sociedade tendo neles algum interesse social; caso não haja este interesse, esses fenômenos são estudados por outras ciências, assim o autor delimita o campo de ação dessa ciência. No primeiro capítulo do texto o autor esmiúça um pouco o que seriam os fatos sociais: as crenças e práticas religiosas, nosso sistema de signos, o sistema monetário etc. São maneiras de pensar, agir, sentir, que nos são exteriores, nos são impostas sem que ao menos percebamos. No entanto, se tentarmos ir contra esses fatos, sentiremos seu poder impositivo. O fato social seria um certo estado da alma coletiva, segundo Durkheim. Adiante o autor cita as “correntes sociais” que seriam fatos sociais, não tendo a mesma forma cristalizada desses, mas endo a mesma objetividade e poder coercitivo/impositivo sobre o indivíduo. Durkheim cita como exemplo de fato social a educação que recebemos desde que nascemos. Nossos pais, a escola, a religião, a educação e a doutrinação, de forma geral, nos impõem maneiras de enxergar o mundo e as coisas ao nosso redor, maneiras de sentir, agir. Com o tempo essa coerção passa a não ser mais sentida, porque nos habituamos a agir e pensar dessa maneira, não encarando mais como uma imposição e sim como parte de nossas vidas e de nossas personalidades. Já no segundo capítulo, o autor diz que devemos tratar os fatos sociais como coisas e tece críticas ao modo que os sociólogos chegam a suas definições e tiram conclusões. Durkheim diz que o homem não conta com as ciências sociais para formar ideias sobre, por exemplo, direito, moral, família, Estado, porque não podem se privar dessas ideias para viver. Interpreto como algo natural ao homem, assim que nasce já tem que conviver com essas ideias porque lhes são necessárias, como diz o autor: “as coisas sociais só se realizam através dos homens”. Em seguida, o autor faz um paralelo entre os médicos da Idade Média e os sociólogos. Zombamos das definições que os médicos davam acerca de alguma coisas naquela época e que hoje temos definições melhores e embasadas em fatos, ao mesmo tempo que usamos conceitos que sequer temos definições e falamos deles com muita propriedade, como o que é Estado, soberania, liberdade política. São conceitos muito complexos para tratarmos deles sem suas devidas e embasadas definições. Durkheim tece uma crítica aos sociólogos, que constroem suas definições a partir das ideias que já tem das coisas e cita como exemplo a “Lei da Oferta e da Procura”, dizendo que a mesma não foi comprovada com experiências e comparações metódicas, e sim a partir do que se entende que deve ser a melhor maneira das coisas acontecerem. Ainda há uma defesa de que novos procedimentos e métodos deveriam ser usados para enriquecer a sociologia e fazer esta ciência progredir junto a maneira de pesquisar e definir, passando do estágio subjetivo ao objetivo. Para finalizar o autor dá duas regras que devem ser seguidas para que a sociologia não caia mais nos mesmos erros subjetivos. São elas: 1. Estabelecer exatamente do que o sociólogo tratará a fim de se saber bem o que está em questão, assim obteremos uma melhor percepção de fatos profundos, que estão ocultos em um primeiro momento e ficam pouco visíveis; 2. Por em dúvida todas as ideias que se tinha anteriormente sobre algo e empregar apenas conceitos cientificamente elaborados, descartando os que forem obtidos de outra maneira. Como aplicação disso temos a dúvida metódica de Descartes. Logo, podemos tirar desses dois capítulos do texto de Durkheim que os fatos sociais são exteriores ao indivíduo e são uma maneira de fazer que se impõe sobre nós e é geral na sociedade e que todos nós, querendo ou não, estamos condicionados à eles e que a melhor maneira de se chegar a uma conclusão ou definição objetiva é pelo caminho científico e longe de nossas ideias já formadas, de modo que outros poderão ter acesso e compreender o desenrolar da ideia sem descaracterizá-la alegando subjetividade.
Compartilhar