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UNIRIO – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Ciência Política Metodologia das Ciências Sociais – Prof Cristiane Deborah Mothe. Resenha: Introdução a Pesquisa Social – H. M. Blalock, JR. Em seu texto, Blalock começa falando sobre as suposições nas teorias e seu papel importante como guia dos cientistas juntamente aos fatos. O autor salienta que o desenvolvimento de uma ciência consiste na adoção de variadas suposições, sendo estas realistas e uteis, de forma que a teoria resultante suporte diversos fatos e a prova dos mais variados testes, a fim de que se torne cada vez mais precisa. O autor utiliza como exemplo o círculo vicioso da pobreza e sobre diversos fatores que poderiam contribuir para essa condição, e destaca que estudos que pretendem avaliar tais contribuições relativas destes diferentes fatores devem ser “inclusivos e completos”. No decorrer de sua obra, o autor disserta sobre as dificuldades com relações a variáveis, o controle das relações espúrias (quando uma variável é causa comum entre outras variáveis, afirmamos que a relações entre essas outras é espúria), ou seja, nem todas as causas possíveis podem ser controladas, e isto dificulta a pesquisa científica. Blalock ainda esmiúça mais as dificuldades encontradas pelos cientistas, classificando-as: Modelos Alternativos - sempre haverá mais de uma explicação para cada conjunto de dados, e haverá a necessidade de mais informações para se decidir a melhor entre elas; Variáveis Adicionais - quando se existe mais de uma relação espúria, ou seja, nem todas as causas possíveis estão sob controle; Variáveis Independentes Correlacionadas – se torna muito difícil separar os componentes das variáveis individuais, todas devem ser consideradas ao mesmo tempo. Erros de Mensuração – introduz incógnitas adicionais, e quando não detectados podem causar distorções mais sérias, não se podendo chegar a nada definitivo; Efeitos da Interação – quando os efeitos de diversas variáveis se tornam cumulativos; Causação Recíproca – quando há influência mútua entre uma das variáveis. Neste caso, o autor ainda fala sobre duas soluções para o problema, que seriam: a série temporal de dados, dados sobre os mesmos indivíduos coletados num período razoável de tempo e o segundo seria a descoberta de causas adicionais dessas variáveis relacionadas entre si. E fechando a parte de dificuldades, o autor diz que gostaria de transmitir que a solução destas não é simples, pode requerir muito trabalho e despesas altas, mas não pode depender de fatores pessoais, como intuição, por exemplo. E termina o texto falando sobre o desenvolvimento de teorias sistemáticas e sua importância para os pesquisadores, ressaltando que a maior necessidade é a de “teorias de médio alcance”, que tentariam explicar fenômenos com clareza e concretização suficientes para chegar a um conjunto de hipóteses inter- relacionadas que possam ser usadas para explicar outros fenômenos. Ainda questiona o fato de os cientistas sociais não largarem as teorias e se preocuparem com problemas concretos, dando como exemplo a vida urbana e defende que estes cientistas acreditam que esse tipo de pesquisa seja essencial. No mais, a pesquisa puramente aplicada se torna mais complicada, já que os problemas concretos são muito mais mutáveis do que nossa capacidade de estudá- los. Deste texto podemos entender um pouco como a pesquisa social e seus métodos são difíceis para que cheguemos a um resultado mais definitivo e confiável e como é árduo o trabalho dos cientistas sociais para que desenvolvam leis gerais que sobre o comportamento social que não se restrinjam a tempo e lugar. Resenha: Metodologia das Ciências Sociais – Max Weber Em seu texto, Weber fala da redação da revista Arquivo e como deveríamos começar tratando das tendências de uma revista. Weber defende a ideia de que sua revista é altamente científica e que gostaria de vê-la livre de opiniões e juízos de valores pessoais. Weber defende que juízos de valor não deveriam ser tirados de uma análise científica, porque de certa maneira, derivam de determinados ideais, sendo assim, podem ter origens subjetivas e “contaminar” o estudo do indivíduo, ele ainda diz que: “A crítica não se detém em face dos juízos de valor.”. No entanto, Weber admite que sempre há um pouco da visão pessoal nas atividades científicas, não há como fugir disto. O que faz sentido para nós, é visto como objetivamente válido, quando não é bem assim; não podemos confundir o que acreditamos com argumentação científica. Weber defende ainda que uma revista de caráter científico deve buscar a verdade de modo que seja sempre reconhecida a validade de certo ordenamento conceitual da realidade empírica. Os autores e editores não devem ser proibidos de expressar suas opiniões pessoais, todavia, daí nasce a necessidade de que conheçam os meios utilizados para se chegar a eles e para que os juízos de valor sejam filtrados. Weber levanta um questionamento sobre os colaboradores da Arquivo, falando sobre sua pretensão unicamente científica e diz que nela apenas caberão o tratamento das leis, então, ele faz uma distinção no tratamento das leis, isto é, entre o ordenamento conceitual dos fatos apresentados nas ciências sociais e as simples exposições de ideias. Além disso, Weber também defende a objetividade para que se chegue a uma verdade na ciência. No entanto, essa objetividade depende da orientação do nosso interesse de conhecimento e isto depende do significado cultural que atribuímos a tal evento. Weber ainda define o que vem a serem acontecimentos “economicamente condicionados” e acontecimentos “economicamente relevantes”; no primeiro caso, são os acontecimentos da vida cotidiana, os coletivos ou de massa, já no segundo caso, é o conjunto de todos os fenômenos e condições de existência de uma cultura que influencia em toda natureza do desenvolvimento econômico de uma cultura dada. Com base nisso, a finalidade é conhecer o histórico completo da cultura. Weber quer com as ciências sociais compreender e desvendar os valores aos quais os indivíduos, condicionados em determinadas culturas, aderiram. Aproximando-nos do término da obra, Weber nos lembra que não existe análise científica livre de elementos pessoais, com objetividade, da vida cultural. O cientista tem como objetivo entender a cultura, indivíduos e mundo que nos cerca e compreende processos que dão sentido a ações sociais diversas. O trabalho empírico deve ter seus meios analisados para que se livre de juízos de valor e crenças/opiniões pessoais ao longo da atividade, objetivando o estudo dos acontecimentos culturais de forma mais elucidada e clara.
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