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LITISCONSÓRCIO

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Litisconsórcio
1 -Conceito:
O fenômeno processual do litisconsórcio se refere ao elemento subjetivo da relação jurídica processual, mais precisamente às partes. A doutrina é pacífica em conceituar o litisconsórcio como a pluralidade de sujeitos em um ou nos dois polos da relação jurídica processual que se reúnem para litigar em conjunto.
Assim o litisconsórcio é uma cumulação subjetiva de causas, ou seja, ao invés de duas pessoas ajuizarem ações independentes em face de uma outra, essas, em determinadas circunstâncias podem fazer um enfeixe dessas demandas em um único processo em face da parte adversa comum. 
Logo se você tem duas demandas em um único processo o litisconsórcio sempre envolve a ideia de economia processual. Outro fundamento: harmonização dos julgados.
2- Já as hipóteses de cabimento do litisconsórcio estão descritas nos incisos do art. 113 do NCPC, sendo essas: 
a) Quando obtiver uma comunhão de direitos ou obrigações relativos à lide: a existência de uma pluralidade nos polos da relação jurídica de direito material faz com que dessa relação surjam direitos e obrigações de titularidade de mais de um sujeito, sendo esses sujeitos habilitados a litigar em litisconsórcio. Ex1: condomínio
Exemplo 2: se uma pessoa e seu irmão receberam em herança um bem e a propriedade desse está sendo questionada por um terceiro que se diz dono antes do falecimento do pai das partes, os herdeiros podem defender a propriedade em conjunto. 
b) Quando entre às causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir: A consequência natural da conexão entre demandas é a sua reunião perante um mesmo juízo para julgamento em conjunto (art. 55, § 1º CPC), tendo como justificativa a economia processual e a harmonização dos julgados.
Exemplo: Cinco pessoas estavam em um ponto de ônibus e um motorista negligente atropelou todas as pessoas que estavam nesse local. Há nesse caso uma conexão pela causa de pedir, que seria a conduta ilícita do motorista do carro desgovernado. 
Aqui nada impede que cada uma das vítimas ajuíze ações independentes para a defesa de seus direitos, mas todas podem optar em economizar recursos, contratando um único advogado e enfeixando as suas demandas em uma única ação.
c) Quando houver uma afinidade de questões por ponto e comum de fato ou de direito. O que se trata de uma abertura enorme do sistema para enfeixar demandas mesmo que não haja conexão. 
Nessa espécie de cabimento do litisconsórcio não se exige a identidade dos fatos, até mesmo porque nesse caso haveria conexão (inciso II), bastando para se admitir o litisconsórcio a afinidade – semelhança – de questões por um ponto comum de fato ou de direito.
Exemplo: Um contribuinte está querendo discutir um tributo, pois compreende que a sua atividade comercial não se enquadra no fato gerador daquele tributo e essa pessoa conhece um amigo na mesma situação. Nesse caso, por esse dispositivo, ambos poderiam ajuizar uma mesma ação para essa discussão pois tem um ponto em comum de fato peculiaridade com relação a sua atividade comercial e de direito (fato gerador do tributo).
3- Classificação: 
	
	A maioria da doutrina classifica os litisconsórcios em quatro espécies.
a) Quanto ao Sujeito:
• Ativa: mais de um autor;
• Passiva: mais de um réu;
• Mista: mais de um autor e mais de um réu.
b) Quanto ao Momento:
• Inicial: O litisconsórcio é formado na propositura. Essa é a regra do Sistema Brasileiro.
• Ulterior: E o litisconsórcio formado após a propositura da ação. Trata-se de situação excepcional. O litisconsórcio ulterior é a exceção, vez que exige autorização legal expressa.
Casos: 
- Conexão: (art. 55, do NCPC - Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. § 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. § 2º Aplica-se o disposto no caput: I – à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; II – às execuções fundadas no mesmo título executivo. § 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.) São casos em que há identidade de pedido ou causa de pedir. O ideal e que as causas sejam reunidas para um mesmo julgamento, em nome do princípio da economia processual e segurança jurídica.
◦ Continência: (art. 56, do NCPC - Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.) Dá-se quando há identidade de partes, causa de pedir, com a diferença de que o pedido de uma e maior do que o pedido de outra. Há quase uma identidade de demandas, apenas com uma que tem o pedido maior do que o da outra. A consequência também da continência é a reunião dos processos para julgamento conjunto.
A conexão e a continência implica a junção dos processos, e, com isso, haverá a formação de um litisconsórcio ulterior. Haverá ampliação subjetiva da demanda, vez que ocorrera duas pessoas fazendo pleitos em nome próprio.
• Intervenção de Terceiros: São situações em que a legislação autoriza que um terceiro ingresse no processo após este já ter sido iniciado.
c) Quanto aos efeitos:
		
• Simples: E o litisconsórcio em que a decisão pode ser diferente para os litisconsortes. Veja-se que se trata de simples possibilidade e não necessidade de que a decisão possa ser diferente. Ex.: Em ação de indenização contra dois indivíduos por dano moral, poderá o Juiz condenar apenas um dos agressores.
• Unitário: Art. 116, do NCPC - O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes. A decisão será igual, necessariamente igual para todos os litisconsortes. Trata-se de caso em que não há como julgar diferente para os litisconsortes. Ex.: Anulação de casamento.
O CPC/73 não trazia previsão especifica para o litisconsorte unitário.
Atenção: o que define se o litisconsorte será unitário ou não é o direito material, e não o direito processual civil. Haverá litisconsorte unitário quando a relação jurídica material for indivisível. A indivisibilidade é verificada pela indagação sobre a possibilidade de se julgar diferentemente a lide para os litisconsortes.
d) Quanto à obrigatoriedade:
d.1) Necessário: E o litisconsórcio obrigatório. O Sistema Brasileiro trabalha com a legitimidade plurima/plural. Significa dizer que existem certas circunstâncias em que o sistema só considera que uma pessoa tenha legitimidade ad causam, se estiver junto no processo com outras. Ex. Marido e Mulher nas ações de direitos reais sobre bens imóveis. (art. 73 §1º)
A não formação do litisconsórcio gera a ausência de condição da ação, referente a legitimidade. O litisconsorte necessário pode ocorrer em duas hipóteses:
- por força de lei: legislador obriga a participação de todos. Ex: usucapião – citação proprietário, confrontantes e terceiros interessados. (art. 246 §3º)
- lide unitária e indivisível: relação de direito material é única e incindível – tem mais de um titular e afeta a ambos. Ex: casamento. Ação anulatória de casamento proposta pelo MP vai atingir ambos os cônjuges. Ex2: ação de anulação de contrato atingirá todos os contratantes. Nesse caso será litisconsórcio necessário unitário (mesma sentença para todos os litisconsortes). Sabe-se que, geralmente, o litisconsórcio unitário deve ser necessário, mas, excepcionalmente, pode ser facultativo quando se tratar de legitimidade extraordinária Ex: ação possessória ou reivindicatória de bens em condomínio – art. 1314 do CC.
Quando for necessário, por força de lei, poderá ser simples (ex: usucapião) ou unitário (relações unas e indivisíveis que a lei determina legitimidade plurima)
d.2) Facultativo: E o litisconsórcio opcional. Pode ou não pode acontecer, fazendo parte da searade liberdade da parte. Em regra, é facultativo e simples. O NCPC repete as três hipóteses de cabimento do litisconsórcio facultativo. São eles:
◦ Quando houver comunhão de direitos e obrigações: solidariedade entre credores ou devedores (cotitulatidade). Nesses casos, os direitos ou obrigações são iguais, mas divisíveis. Ex: solidariedade.
◦ Quando houver conexão. Nesse caso, o vínculo e mais leve do que quanto a comunhão de direitos. Aqui, a identidade se remonta ao pedido ou a causa de pedir.
◦ Litisconsórcio por afinidade: é aquele em que o vínculo e muito tênue, que determina a junção dos processos por economia processual. E denominado por alguns juristas como litisconsórcio impróprio. E nessa espécie que reside a situação em que haja maiores problemas práticos.
4- Litisconsórcio Multitudinário:
Art. 113, § 1o, do NCPC - O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença. 
Essa figura só existe quando se tratar de litisconsórcio facultativo, vez que este e formado quando há comunhão, conexão ou afinidade de questões, esta última que pode reunir um grande número de pessoas num mesmo polo da ação. O litisconsórcio acabava tendo sua finalidade desvirtuada, pois o que tinha sido criado para facilitar acabava ensejando a formação de processos infindáveis, que se arrastavam por tempo intolerável.
Esse dispositivo não preestabelece o número máximo de litigantes que poderá integrar os polos da ação. Andou bem o legislador em não o fazer, porque tal número poderá variar de caso para caso: haverá aqueles em que a matéria discutida é só de direito, e em que os litisconsortes estão em situação idêntica, caso em que se poderá admitir um número maior; e aqueles em que ou há controvérsia sobre matéria fática, ou a situação dos litisconsortes é tal que não permite a aglutinação de um número muito grande de pessoas. Assim, caberá ao juiz examinar, caso a caso, qual o número de litigantes que entende ser razoável para permanecer no polo ativo ou passivo.
Verificando o juiz que o número é tal que ultrapassa o razoável, poderá limitar o número de litigantes. A lei não esclarece de que forma isso será feito, mas há de ser por meio do desmembramento do processo. O originário, em que há o litisconsórcio multitudinário, dará origem a outros processos menores. Não haverá exclusão de ninguém do polo ativo ou do passivo, mas a divisão do processo maior em processos menores. Não seria admissível que o juiz, por exemplo, escolhesse alguns litisconsortes para mantê-los no processo e determinasse a extinção em relação aos demais.
Pelo art. 113, do NCPC, quando o número de litisconsortes for muito grande, formando-se uma verdadeira multidão, o Juiz (de ofício ou a requerimento da parte) poderá limitar seu número, desde que se observe três requisitos:
•Que o litisconsórcio seja facultativo.
• Quando a solução da demanda, pelo número excessivo de litisconsortes, puder comprometer a rápida solução do litigio;
• Quando o número de litisconsortes puder comprometer o direito de defesa ou o cumprimento de sentença;
Da decisão de desmembramento cabe agravo de instrumento (art. 1015, VII e VIII).
Esquema litisconsórcio:

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