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RESUMO DIREITO PENAL II p2

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RESUMO DIREITO PENAL II 
AÇÃO PENAL 
 A ação só é promovida quando apresentada em juízo – que deve ser inerte e 
agir quando provocado – através da petição inicial. É fundamentalmente pública ou 
privada. Existem pessoas legitimadas para ingressar tanto com a ação penal pública 
quanto com a privada. 
 O processo é instrumento para garantir os direitos materiais e deve respeitar 
todas as garantias estabelecidas pelos princípios constitucionais, como o devido 
processo legal e o juiz natural. Fatos ocorridos antes da ação penal são chamados de 
pré-processuais. 
 Quando alguém vai à delegacia e dá a notícia do fato, não há a queixa – o 
policial instaura um inquérito policial, que é uma peça administrativa onde o Estado 
irá apurar a atividade delitiva e dará resultado a um relatório. Alguns doutrinadores 
defendem que o inquérito tem natureza inquisitorial, uma vez que não há o direito 
ao contraditório para o indiciado – nesse momento é chamado dessa forma, e não 
de réu –, afastando assim a ampla defesa. O indiciado seria mais objeto que sujeito 
de direitos. 
 ORDEM DOS FATOS = 1) Fato; 2) Notícia do Fato; 3) Inquérito; 4) Relatório; 5) 
Ação Penal; 6) Sentença 
 Medidas pré-processuais são mecanismos solicitados pelo delegado ao juiz 
(pois somente esse pode deferir) para uma apuração do crime e posterior produção 
do relatório. EX: escuta telefônica. 
 O art. 105, CP, trata do perdão do ofendido, que existe somente em ações 
penais privadas, pode interromper o prosseguimento da ação para alguns crimes. O 
perdão judicial, previsto no art. 120, CP, desconsiderará a sentença para efeitos de 
reincidência. 
A representação será irretratável após o oferecimento da denúncia (art. 102, 
CP). 
AÇÃO PENAL PÚBLICA 
 É a regra; se não houver menção à natureza da ação no tipo penal, 
considera-se que é pública. De maneira geral, o Estado é titular do direito de 
perseguir a condenação em juízo, e, uma vez que é despersonalizado e abstrato, 
cabe ao Ministério Público, que é o órgão legitimado para ajuizar a ação penal 
pública, fazê-lo através da denúncia. A ação se inicia com o recebimento da 
denúncia. 
 O MP não está adstrito ao inquérito, podendo denunciar sem a presença 
deste e não estando vinculado à sua qualificação do fato. O réu é aquele que teve a 
denúncia recebida; aquele investigado pelo inquérito não necessariamente é o réu. 
 Pode ser: 
1. Incondicionada - É a regra, quando não há menção à ação no tipo, 
considera-se que se trata desse caso. Ocorre quando não existem 
condições para que seja proposta a ação. Ou seja, tendo o MP notícia do 
fato e entendendo que desta noticia há indícios da autoria do crime, de 
sua materialidade, ele vai poder oferecer denúncia. 
2. Condicionada – Deve ser expressamente adotado pelo tipo do crime em 
questão. Tem as seguintes condições de procedibilidade para que o MP 
inicie a ação penal: 
i) À representação 
São hipóteses em que o MP só pode apresentar denúncia 
mediante representação, que em geral a vítima oferece. 
 >> hoje é configurado pela jurisprudência que a simples 
ida à delegacia já configura a representação, que é uma 
demonstração inequívoca de que a vítima quer que se inicie a ação 
penal. Entretanto, MP não é obrigado a oferecer a ação penal, e só 
o fará se entender que houve crime. 
ii) À requisição do Ministro da Justiça 
Nesse caso, quem requisita manda – é requerido ao MP para 
oferecer a denúncia pois ele tem autonomia, não estando 
subordinado ao Ministro. MP pode adotar os seguintes 
procedimentos: a) arquivamento, pois entende que não há crime; 
b) pede-se a baixa dos autos para que a investigação continue e c) 
oferece a denúncia. O desarquivamento só ocorre mediante novos 
fatos (ou seja, não o arquivamento não faz coisa julgada), e o juiz 
não pode oferecer denúncia, pois a jurisdição deve ser inerte. 
OBS: autoridade policial não pode, oficialmente, arquivas; somente 
o juiz pode e apenas à pedido do MP, que é o único legitimado a 
fazê-lo. 
OBS²: se o juiz entende que o pedido do MP não está correto ou 
não deve ser deferido, o remete para o Procurador Geral da Justiça 
(art. 28, CPP) para análise, podendo continuar ou dar fim ao 
pedido. 
OBS³: atenção para o art. 88 da Lei 9.099/95, que determina que 
lesões corporais leves e culposas (art. 129, caput e §6º) dependem 
da representação do ofendido – ou seja, determinam que são 
casos de ação penal pública condicionada. 
Princípios 
1. Da Oficialidade – pois é manuseada por órgão oficial, o MP, por onde o 
Estado ingressa com a ação penal. 
2. Da Intranscendência - ação não pode passar da pessoa do agente. 
3. Da Indivisibilidade - se há concurso de agentes, o MP deve denunciar 
todos. 
4. Da Obrigatoriedade – havendo indícios da autoria e de materialidade do 
crime, o MP está obrigado a ingressar com a ação penal. O arquivamento 
é pedido quando não há indícios de autoria e materialidade. 
5. Da Indisponibilidade – o MP não pode dispor da ação penal pois é um 
órgão estatal que não age em nome próprio, uma vez que o direito não é 
seu, mas sim da população, do interesse público (art. 163, CP) 
OBS: de certa forma, com os institutos da transação penal e da suspensão 
condicional de processo, esse princípio foi mitigado, pois ao invés de 
denunciar ele oferece essa medida despenalizadora para o acusado – ou 
seja, ele está dispondo da ação penal, porém isso só é permitido para 
crimes de menor potencial ofensivo (art. 76, Lei 9.099/95). Com tais 
medidas, o processo pode terminar antes mesmo de começar através de 
uma sentença homologatória. É importante lembrar que a Lei Maria da 
Penha (Lei 11.340/06) proíbe tais medidas relacionadas à Lei dos Juizados 
Especiais (Lei 9.099/95). 
OBS²: revelia só em direito disponível! O Estado, na figura do procurador, 
não pode ser revel. 
AÇÃO PENAL PRIVADA 
Ocorre quando um crime só procede mediante queixa – quando houver a 
expressão “somente se procede mediante queixa”, indica ação penal privada; quem 
deve promover a ação é o ofendido, o particular, através de uma queixa-crime (é a 
petição inicial para tais ações). Nesse caso, na ação, há o querelante (autor), 
querelado (réu) e juiz. Dessa forma, o autor deve ir em juízo, ingressar com a ação 
em juízo – não há necessidade de ir à delegacia noticiar o fato. 
O CP trata de decadência no art. 103, determinando que o ofendido decai do 
direito de queixa ou de representação se não o faz no prazo de 6 meses, contados 
do dia que se toma conhecimento do autor do crime ou do esgotamento do prazo 
para oferecimento da denúncia, disposto no §3º do art. 100, CP. Ou seja, no 
momento em que se sabe o autor, deve-se ingressar em juízo no prazo determinado; 
caso contrário, a punibilidade estará extinta. O prazo aqui é contado nos moldes do 
Direito Penal (art. 10, CP, contam o dia do começo), e não do Direito Processual (não 
contam o dia do começo). 
OBS: em regra, crimes contra a honra (art. 138 a 140, CP) devem ter ação 
penal privada (art. 145, CP). 
Princípios 
1. Da Oportunidade – é exatamente o oposto do princípio da 
obrigatoriedade da ação penal pública; a possibilidade de ingressar com a 
ação depende da vontade da vítima, aqui o direito é disponível. 
2. Da Intranscendência - ação não pode passar da pessoa do agente. 
3. Da Indivisibilidade – havendo mais de um autor do fato, todos deverão ser 
alvo da ação penal. 
4. Da eventualidade – pessoa pode escolher se quer ingressar com o 
processo. 
OBS: Aqui, o MP não é autor, mas sim fiscal da lei – se um princípio não for 
observado, é ele que irá requerer ao juiz que rejeite a queixa crime. 
Ação penal privada subsidiária da pública 
 Hipótesede ação penal pública em que um particular ingressará em juízo por 
conta da inércia do Estado (art. 28, CPP e §3º do art. 100, CP) – ou seja, em teoria, se 
o MP não oferecer denúncia dentro do prazo (de 5 dias, contando da data que o MP 
receber os autos do inquérito, ou 15 dias se réu estiver solto ou afiançado), abre a 
possibilidade de que o ofendido o faça. Na prática, o indivíduo só pode oferecer a 
denúncia não estritamente após o prazo sem oferecer a denúncia, mas sim se esse 
período for de completa inércia quanto ao caso, sem dar nenhuma explicação. 
 O MP pode aditar a queixa, repudiar, oferecer denúncia substitutiva e assumir 
o processo no lugar do ofendido pois, afinal, a ação penal é pública – por isso, 
também, segue os princípios desse tipo de ação penal. A legitimação extraordinária é 
uma exceção e a queixa crime subsidiária da pública é diferente da queixa crime 
comum. 
CONCURSO DE CRIMES 
 Ocorre quando o agente, a partir de uma pluralidade de ações ou somente 
uma ação, dá origem a uma pluralidade de resultados criminosos. É, na verdade, 
uma convergência de crimes, onde o sujeito pratica dois ou mais crimes. 
CONCURSO MATERIAL 
 Previsto no art. 69, CP, prevê uma pluralidade de ações ou omissões, gerando 
pluralidade de resultados. Nesse caso, aplicam-se cumulativamente as penas 
privativas de liberdade de cada crime. Ou seja, deve-se alcançar a condenação de 
cada um dos crimes e em seguidas somar suas penas. 
 Podem ser: 
a) Homogêneos – crimes realizados são idênticos. 
b) Heterogêneos – crimes realizados são diferentes. 
 Em matéria de execução penal eu vou executar primeiras as mais graves (art. 
76, CP), então ao aplicar a pena o juiz deve definir cada crime, cada pena e cada 
regime. Embora o sujeito fique muito tempo preso, as penas serão executadas 
individualmente. 
 Na hipótese de um crime relacionado a outro acontecer cerca de três dias 
após o crime “originário”, existe divergência doutrinária: a corrente majoritária afirma 
que seria concurso material, enquanto a minoritária acredita que deve haver ligação 
fática entre os crimes em estudo. Até dois dias, é relativamente alegar o concurso 
material – com três dias, ainda é possível, porém controverso. 
 Consoante os artigos 5º, XLVII, CF e 75, §1º, CP, pessoa só pode ficar presa por 
até 30 anos; por isso, a período determinada na condenação é diferente do que 
efetivamente será cumprido. Entretanto, o período utilizado para calcular progressão 
de pena e outros benefícios é aquele determinado na sentença – isso é considerado 
controverso, mas caso contrário feriria o princípio da individualização da pena 
(Súmula 175 do STF). 
 Se uma pessoa é condenada a muitos anos e cumpre o máximo legal, sai da 
prisão e comete novo crime, ela pode passar mais 30 anos na cadeia se a sentença 
determinar; se comete crime ao longo do cumprimento de sua pena, suas penas 
serão novamente unificadas para atender ao limite máximo de 30 anos, e o tempo já 
cumprido será desprezado, devendo cumprir daquele momento em diante os 30 
anos. (art. 75, §2º, CP). 
 OBS: é possível somar a pena de um crime continuado a de um outro crime. 
CONCURSO FORMAL 
 O art. 70, CP, estabelece em sua primeira parte que quando o agente 
mediante uma só ação ou omissão (unidade de ação) pratica dois ou mais crimes 
(pluralidade de resultados) aplica-se a mais grave das penas cabíveis ou se iguais 
somente uma delas, mas aumentada em qualquer caso de 1/6 até a ½. Para esse 
caso, chamado de concurso formal perfeito, o legislador cria uma situação favorável 
ao réu, ou seja, há a exasperação das penas,uma vez que a lógica natural seria a de 
somar a pena em caso de mais de um crime. 
 Consoante o §único do art. 70, CP, a pena não poderá exceder o que seria 
cabível pela regra do art. 69, CP, que determina as regras pra concurso material; em 
outras palavras, deve ser visto o que é mais benéfico ao réu. 
 Já na segunda parte do caput do mesmo art. trata do concurso formal 
imperfeito, é determinado que se aplique cumulativamente se ação ou omissão é 
dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos. A interpretação 
mais comum desse art. seria a de que o sujeito finalisticamente quis produzir mais de 
um resultado a partir daquela unidade de ação – ou seja, que havia o dolo 
direcionada a aqueles resultados. Ainda que se trate de concurso formal, por sua 
gravidade, o legislador dá tratamento, ao determinar a aplicação de pena, de 
concurso material. 
 Por isso, o crime formal perfeito pressupõe um crime doloso e outro culposo 
ou dois crimes culposos. 
 Podem ser: 
c) Homogêneos – crimes realizados são idênticos. 
d) Heterogêneos – crimes realizados são diferentes. 
CRIME CONTINUADO 
 Trata-se de uma ficção jurídica – uma vez que o legislador cria uma situação 
existente somente no plano jurídico, mas não no plano real – que estabelece, de 
acordo com o art. 71, CP, que o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes de mesma espécie e pelas condições de tempo, lugar, 
maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos 
como continuação do primeiro, e aplica-se-lhe de um só dos crimes, se idênticas, ou a 
mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de 1/6 a 2/3. Em outras 
palavras, é um conjunto de crimes é considerado como um só crime, por ser 
entendido que é todos fazem parte de uma linha de continuação. 
O intuito é de beneficiar o réu; se a regra do concurso material for mais 
benéfica, deve-se desconsiderar o art. 71, CP. 
 Crimes de mesma espécie seriam aqueles que ofendem mesmo bem jurídico. 
A posição dominante, no entanto, determina que crimes de mesma espécie seriam 
aqueles contidos no mesmo tipo penal, numa relação de tipo básico e derivado. 
 Não há definição quanto as condições de tempo, mas a jurisprudência mais 
elástica entende que abrange até 30 dias do primeiro delito. Quanto às condições de 
lugar, igualmente não há definição, mas a jurisprudência mais flexível admite 
municípios adstritos. Já acerca do modo de execução, a jurisprudência normalmente 
entende que se um crime é praticado com violência, não há relação de continuidade 
com crime realizado mediante grave ameaça. 
 Um quarto requisito muitas vezes debatido é a unidade de desígnio, que seria 
o critério subjetivo, a vontade do agente realizar, de materializar aqueles crimes. 
O crime continuado se diferencia do habitual pois deve haver o elemento 
subjetivo de planejamento, sendo que no segundo aquela prática isolada não 
configura crime, mas sim sua prática reiterada. 
Tem importância para a lei penal no tempo, pois se durante a prática do crime 
(aquele tempo envolvendo o primeiro delito e último que serão contados como um 
só) houver mudança legislativa, ainda que maléfica ao réu, ainda assim essa será 
aplicada, pois essa é a lei do tempo do crime – Súmula 711 do STF. É importante 
também ressaltar que não se admite tal modalidade para crimes contra a vida – 
Súmula 605, do STF. 
REGIME 
 Após a fixação da pena definitiva, deve-se estabelecer o regime em que será 
cumprida, sendo necessário observar os requisitos do art. 59, CP (art. 33, §3º e art. 59, 
III, CP), e não somente o tempo aplicado, para uma determinação justa. O §1º do art. 
33, CP, define quais são os regimes de pena privativa de liberdade. No §2º do mesmo 
artigo é determinado que tais penas deverão ser executadas em forma progressiva, 
observados os critérios expostos nas alíneas seguintes e ressalvadas as hipóteses de 
transferência a regime mais rigoroso. Os critérios são: o condenado a mais de 8 anos 
deverá começar a cumpri-la em regime fechado; o condenado reincidente cuja penafor maior que 4 anos e que não passe de 8 anos poderá cumpri-la inicialmente em 
regime semiaberto e condenado não reincidente cuja pena for menor que 4 anos 
poderá inicialmente cumpri-la em regime aberto. 
 Entretanto, o regime deve ser estabelecido à luz do princípio da 
individualização da pena – uma vez que há uma tabela tarifando-o, isso fere tal 
princípio. Antes, entendia-se que o “deverá” era categórico, tornando tal norma uma 
obrigação, e o “poderá” é facultativo, tornando tal norma elástica. No caso concreto, 
todavia, entende-se atualmente que outros critérios devem ser levados em 
consideração, como os dispostos no art. 59, CP. Na prova, a orientação do professor 
é a de usar o §2º do art. 33, CP, por não conhecermos o agente. 
 Diz-se que é fixado o regime inicial uma vez que o agente não passará todo o 
tempo naquele regime, pois este pode vir a progredir. Ao escolher o regime, é 
importante explicar o porquê da escolha e por vezes pode ser necessário citar o 
princípio constitucional acima. 
 A Súmula 440 do STJ estabelece que se for fixada a pena no mínimo legal, ou 
seja, todas as circunstâncias forem favoráveis ao agente, não pode ser estabelecido 
regime prisional mais gravoso que o cabível no §2º do art. 33, CP, com base apenas 
na gravidade do delito. 
 A ideia do regime fechado é de vigilância (art. 34, CP); do semiaberto (art. 35, 
CP) é de convivência, ou seja, preparação para a saída, com trabalho externo sem 
vigilância e do aberto (art. 36, CP) a ideia é de autodisciplina e senso de 
responsabilidade do condenado, sem ter que prestar conta dos mínimos detalhes 
(como acontece no semiaberto). 
 OBS: se o agente for reincidente, não será possível fixar regime semiaberto ou 
aberto. 
DETENÇÃO X RECLUSÃO (art. 33, caput, CP) 
Enquanto no segundo é possível determinar o regime inicial como fechado, 
semi aberto ou aberto, no primeiro somente é possível que seja aplicado o regime 
aberto ou semi-aberto. 
PROGRESSÃO DE REGIME 
A regra geral é de obedecer o disposto no art. 112, de Lei de Execução Penal 
(Lei 7.210/84), que dispõe que após 1/6 de cumprimento da pena com declaração 
de bom comportamento, a progressão começa do fechado pro semiaberto e em 
seguida do semiaberto para o aberto. É vedada a progressão direta do fechado para 
o aberto; entretanto, na regressão, é possível ir do aberto diretamente para o 
fechado. É possível “trocar” o regime aberto pelo domiciliar nas hipóteses previstas no 
art. 117, da LEP. 
SUBSTITUIÇÃO DA PENA 
 Após estabelecer o tempo de pena e o regime inicial, deve-se verificar se cabe 
a substituição da PPL pela pena restritiva de direitos, que são penas que visam o não 
encarceramento, mas que de certa forma continuam cerceando a liberdade do 
condenado. Suas modalidades estão dispostas nos art. 43 e art. 47, CP e suas regras 
gerais no art. 44, CP. Sempre que for possível substituir a PPL por PRD, isso deverá ser 
feito. 
 Tendo como exceção os Juizados Especiais Criminais, as penas substitutivas de 
direito em geral não existem autonomamente, mas sim em substituição à PPL – não 
são alternativas. Para a determinação da substituição de pena, também deve-se ficar 
atento aos critérios do art. 59, CP. 
 O art. 44, CP, estabelece, em seus incisos,que é possível a substituição: se não 
for determinada PPL acima de 4 anos e o crime não for cometido com violência ou 
grave ameaça à a pessoa ou se o crime for culposo (não importando a pena 
aplicada); se o réu não for reincidente em crime doloso – em regra, o reincidente não 
pode ter sua pena substituída, mas é necessário que haja atenção ao §3º do mesmo 
artigo, que determina que o juiz pode aplicar a substituição em casa de reincidência 
se, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a 
reincidência não seja de mesmo crime –; quando os requisitos dispostos no art. 59 
demonstrarem que a substituição seria suficiente ao propósito da pena. 
 O §4 do art. 44, CP, trata acerca do descumprimento da PRD substitutiva da 
PPL: caso este seja injustificado, PRD se converte em PPL. Costuma-se igualar o tempo 
da PPL ao tempo da PRD, e no cálculo da PPL a ser cumprida a partir do 
descumprimento, deverá ser deduzido o tempo de cumprimento da PRD, 
respeitando o saldo mínimo de 30 dias de detenção ou reclusão – em outras 
palavras, se o réu descumprir a PRD faltando 6 meses para o fim de sua pena, ele 
cumpre 6 meses na PPL; se descumprir faltando um dia, o agente deverá cumprir 30 
dias de PPL. 
 A prestação pecuniária é equivalente à multa (essa, entretanto, vai para o 
Estado), assemelhando-se a uma indenização à vítima, aos seus 
dependentes/familiares ou entidade pública ou privada com destinação social (art. 
45, §1º, CP), para crimes em que o ofendido não é uma pessoa física, mas sim o 
Estado. Valor é abatido se o réu for condenado a pagar multa posteriormente. 
 Uma importante modalidade é a prestação de serviços à comunidade (art. 46, 
CP), que é permitida para sujeitos com condenações superiores à 6 meses de PPL – 
determinação muito criticada pois não há sentido lógico em vetar tal PRD para 
aqueles com condenações inferiores à 6 meses se o sentido é produzir o melhor 
efeito em crime de menor potencial ofensivo, uma vez que admite apenados em até 
4 anos. 
 OBS: TRANSAÇÃO PENAL (Lei 9.099/95) – se réu não cumpre o combinado 
na TP, processo corre novamente contra ele. 
MULTA 
 Só deve ser aplicada quando o tipo penal determinar. O critério para 
determiná-la, previsto no art. 60, CP, é principalmente a situação econômica do réu, 
levando em consideração que boa parte dos condenados tem uma condição 
econômica precária – se esse for caso, buscar valores mínimos. O §2º do mesmo 
artigo determina que a multa pode ser pena substitutiva da PPL se esta estiver 
estabelecida em até 6 meses. A condição econômica do réu pode ser utilizada para 
majorar a multa, como disposto no §1º do art. 60, que estabelece a possibilidade de 
aumentar a pena de multa até o triplo caso o réu seja abastado a ponto da multa ser 
ineficaz. 
 O art. 50, CP, determina que a multa deve ser paga dentro de 10 dias após o 
transito em julgado da sentença, podendo o juiz parcelar a quantia dependendo das 
circunstâncias e a pedido do condenado. 
 O legislador estabeleceu o critério de dias-multa, e deve ser fixado pelo juiz o 
valor cada dia-multa, não podendo ser inferior a 1/30 do salário mínimo e nem 
superior a 5 vezes esse salário (§1º do art. 49, CP). O mínimo a ser cobrado será de 10 
dias multa e o máximo de 360 (art. 49, CP). 
 MÍNIMO: 10 x 1/30 x SM 
MÁXIMO: 360 x 5 x SM 
 Existe o paradigma de comparar a multa máxima com a PPL máxima, 360 dias 
com 360 meses, culminando no resultado de que a cada mês de condenação de PPL 
haveria um dia-multa para a pena de multa. 
 Com o art. 51, CP, o não pagamento da multa vai produzir efeito de que não 
pagou um tributo, como dívida ativa da União, da Fazenda Pública, o que culmina 
na execução fiscal. 
 OBS: Na prova, na aplicação da pena de multa, deverá constar o número de 
dias multa e o valor ficado para cara dia-multa. Se for pesar a mão nessa pena, que 
seja na fixação dos dias-multa, e não na sua quantidade. 
 OBS²: a multa não remete ao art. 59, CP. 
CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE (art. 107, CP) 
 São institutos que visam a estabilidade das relações jurídicas e o princípio da 
segurança jurídica; não podemos ter relações jurídicas que possam ser exercidas 
eternamente. O direito estabelece prazos e se estes não forem respeitados, o direito 
perece. Tem-se como tais causas a prescrição, a decadência e a perempção. Além 
dessas, são causas também a morte do agente (decorre do princípio daintranscendência) e a anistia, graça ou indulto. 
 Anistia = ato do poder público que declara impuníveis delitos praticados até 
determinada data por motivos políticos ou penais, ao mesmo tempo que anula 
condenações e suspende diligências persecutórias; Graça = é o perdão da pena de 
um condenado, que se destina a um ou mais condenados, desde que devidamente 
individualizados; Indulto = é uma forma de perdão da pena concedido pelo 
Presidente da República. É destinado aos sentenciados que cumprem pena privativa 
de liberdade e que se enquadrarem nas hipóteses indulgentes previstas no Decreto 
Presidencial, dentre elas o alcance de determinado lapso temporal e comportamento 
carcerário satisfatório. 
DECADÊNCIA 
 Ocorre quando a vítima ou quem tem legitimidade para representa-la perde o 
direito de queixa ou representação em virtude do decurso de certo espaço de 
tempo. Uma vez que fala de queixa e representação, esse instituto só se aplica à ação 
penal privada e pública condicionada à representação. Está disposto no art. 103, CP, 
que determina o prazo de 6 meses contado do dia em que veio a saber quem é o 
autor do crime ou, no caso de ação penal privada subsidiária da pública, do dia em 
que se esgota o prazo para o oferecimento da denúncia. 
PEREMPÇÃO 
 É uma punição para a inércia do querelante, é a perda do direito de 
prosseguir na ação de iniciativa privada. Só se aplica à ação penal privada 
propriamente dita ou personalíssima (aquelas em que somente a própria vítima tem 
legitimidade para ser autora). 
Está prevista no art. 60, CPP, que determina a perempção nas hipóteses de: o 
querelante deixar de promover a ação por 30 dias consecutivos – os tribunais 
entendem que deve haver a intimação para que seja configurada a perempção –; 
quando não comparecer em juízo por 60 dias o capaz a fazê-lo em caso de 
falecimento do querelante ou de incapacidade do mesmo, com a ressalva do art. 
36,CPP – são as pessoas do art. 100, §4º, CP, ou seja, ascendente, descendente, 
cônjuge ou irmão –; quando o querelante não comparecer sem motivo justificado a 
qualquer ato processual que demande sua presença ou que deixe de formular, nas 
alegações finais, o pedido de condenação – esse requisito trata-se de um formalismo, 
mas é necessário para demonstrar que o querelante mantém seu pedido – e, caso o 
querelante seja pessoa jurídica, essa se extinguir sem deixar sucessor. 
PRESCRIÇÃO 
Normalmente está relacionada com a perda de um direito, mas existem 
exceções, como por exemplo a ação de usucapião, que é uma alegação de 
prescrição. É prevista nos artigos 109 a 119, CP. Ocorre quando o Estado, em 
decurso de certo espaço de tempo, perde o ius puniendi. Existem crimes 
imprescritíveis, mas essa não é a regra. 
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA 
 Quando o Estado não consegue formar o título executivo judicial; não 
consegue chegar à sentença pois decorreu o prazo previsto em lei para a perda 
desse direito. Nesse caso, o réu não tem seus antecedentes maculados assim como 
não haverá reincidência – será como se o crime nunca tivesse existido. 
 Está previsto no art. 109, CP, que esse tipo de prescrição se regula pelo 
máximo de tempo cominado ao tipo avaliado (salvo o disposto no §1º do art. 110, 
CP): prescreve em 20 anos se esse máximo for superior a 12 anos; em 16 anos se esse 
máximo for superior a 8 anos e inferior a 12; em 12 anos se o máximo exceder 4 anos 
e não ultrapassar 8; em 8 anos se o máximo for superior a 2 anos e inferior a 4; em 4 
anos se o máximo for igual ou maior que 1 anos, sem exceder 2 anos e em 3 anos se 
o máximo da pena for inferior a 1 ano. 
 A contagem do prazo começa no momento da prática do crime, no 
momento do fato e se estende até o trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória – ou seja, até esse momento haverá o risco de prescrição. 
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA 
 Aqui o Estado consegue formar o título executivo, mas não consegue 
executar a sentença por ter passado o tempo previsto em lei para que ele agisse. O 
crime é considerado para fins de antecedentes e reincidência, mas a sentença não 
será executada. 
É prevista pelo art. 110, CP, que estabelece que os critérios devem ser os 
mesmos dos incisos do artigo anterior, que trata da prescrição da pretensão punitiva, 
porém utilizando a pena aplicada na sentença transitada em julgado como base, ao 
invés da pena máxima cominada. Entretanto, se o condenado for reincidente, esses 
prazos aumentam de 1/3. 
CAUSAS SUSPENSIVAS E INTERRUPTIVAS DA PRESCRIÇÃO 
SUSPENSIVAS (art. 116, CP) 
 Aquelas que suspendem o curso da prescrição. Porém, quando o prazo 
suspensivo acaba, a prescrição volta a ser contada de onde parou. As hipóteses 
previstas pelo artigo acima são: enquanto não for resolvida, em outro processo, 
questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime e enquanto 
sujeito cumpre pena no estrangeiro. O §único aduz que o processo não corre após a 
sentença penal condenatória enquanto o condenado estiver preso por outro motivo 
– trata, assim, da suspensão da prescrição de pretensão executória. 
INTERRUPTIVAS (art. 177, CP) 
 Quando ocorrem, paralisam o curso da prescrição, porém quando o prazo é 
retomado, ele volta a ser contado do seu início – desprezando o tempo já contado 
no prazo da prescrição. Existem vários desses marcos ao longo do curso da ação. 
O artigo acima prevê que isso aconteça: pelo recebimento da denúncia ou da 
queixa; pela pronúncia– instituto processual penal do Tribunal do Júri em que o juiz 
diz em que artigo entende que a conduta do réu se encaixa –; pela decisão 
confirmatória da pronúncia; pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios 
recorríveis; pelo início ou continuação do cumprimento da pena – hipótese de fuga 
do condenado –; pela reincidência. 
O §1º desse artigo dispõe que excetuados as duas últimas hipóteses (as de 
pretensão executória), a interrupção da prescrição produz efeitos a todos os autores 
do crime. Nos crimes conexos – objeto de mesmo processo – estende-se aos demais 
a interrupção relativa a qualquer um deles.

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