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4ª Aula A paternidade, maternidade e a criança.

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A PATERNIDADE, MATERNIDADE 
E A CRIANÇA.
		Prof. Esp. Samara Saar
A Paternidade, Maternidade e a Criança.
Ser pai e ser mãe não implica apenas na paternidade e maternidade biológicas, mas demanda, também, sentimentos e atitudes de adoção que decorrem do desejo pelo filho. 
A Paternidade, Maternidade e a Criança.
A dinâmica por meio da qual se atualizam as funções materna e paterna organiza-se a partir de um interjogo de fatores conscientes e inconscientes. 
Desse modo, as funções materna e paterna vão além dos papéis de pai e mãe, os quais implicam em tarefas relacionadas aos cuidados físicos e à educação.
FUNÇÃO PATERNA
Função Paterna
A função paterna, assim como a função materna, tem um papel central no desenvolvimento e estruturação do psiquismo da criança e na formação da personalidade do adulto. 
O exercício da função paterna pressupõe muito mais do que a simples presença masculina na relação com o bebê.
Função Paterna
Quando se fala do pai, não se trata do pai como simples agente de paternidade biológica, mas como o operador simbólico.
 É na dinâmica da dialética edipiana que ocorre a construção desse pai simbólico a partir do pai real, onde a função paterna vai exercer influência na estruturação psíquica da criança.
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Função Paterna
	O pai, como função simbólica, é estruturante, de forma que o exercício de sua função impacta na estruturação psíquica da criança e no seu processo de desenvolvimento.
Função Paterna
	Assim, nos casos de pais separados ou ausentes, alguém precisa exercer a função simbólica de separação mãe-bebê, bem como assumir a função de retaguarda e acolhimento da mãe, para que ela possa exercer a função materna no período inicial de fusão com a criança.
Função Paterna
Devido a fatores de ordem biológica e cultural, a relação entre a mãe e o filho é tão exclusiva que praticamente constitui um mundo à parte. 
Já a relação do pai com o filho é constituída num grupo em que há pelo menos três pessoas. 
Função Paterna
	Espera-se que o pai ensine o filho a existir em sociedade, assim como a mãe o ensinou a existir em seu próprio corpo. 
O vínculo que une pai e filho é diferente daquele que une a dupla mãe-filho.
Função Paterna
A competência e capacidade do pai são similares às da mãe na interação com o filho, demonstrando ainda que o contato precoce do pai com o filho possibilita um melhor envolvimento posterior entre ambos. 
Merece destaque também o suporte emocional e material dado pelo marido à esposa, que favorece um maior envolvimento com a criança nos primeiros anos de vida.
Função Paterna
A presença física e afetiva do pai é fundamental para romper a relação narcisista do filho com a mãe, funcionando como uma ponte entre o mundo interno e a realidade externa da criança. 
Ao se afastar da mãe e se envolver com o pai, a criança desenvolve maiores habilidades exploratórias e responsabilidade social.
Função Paterna
	Nessa etapa bem inicial, a função do pai é também a de tolerar a exclusão temporária da relação mãe-bebê e esperar pelo momento de participar mais ativamente. 
Função Paterna
	Nesse sentido, o pai participa do colo que a mãe dá ao bebê a partir da experiência real que ela tem da presença dele.
O pai, junto com a mãe, compõe o ambiente total em que o bebê habita. 
Função Paterna
Nessa etapa, a presença paterna ganha novas facetas: 
ele ajuda a mãe a sair da simbiose com o bebê, chamando-a para si como esposa; 
o pai será o primeiro vislumbre de integração para o bebê, antecipando o indivíduo unitário que ele virá a ser; 
nos cuidados maternos, o bebê começa a distinguir alguns aspectos considerados paternos, tais como: de ordem, de firmeza, de inflexibilidade;
Função Paterna
o "não" que o bebê ouve inicialmente da mãe com o objetivo de protegê-lo é um dos primeiros sinais da função paterna na vida da criança;
a presença ou ausência do pai refletirá na mãe como sentimento de proteção ou desproteção, que, por sua vez, refletirá na qualidade da relação mãe-filho.
Função Paterna
O lugar do pai no grupo etário infantil: 
Entre seis e doze meses se apresenta de forma menos expressiva em comparação com o lugar da mãe;
 
O contato corporal entre o bebê e o pai, no cotidiano, é referência na organização psíquica da criança devido à sua função estruturante no desenvolvimento do ego.
Função Paterna
O lugar do pai no segundo ano de vida:
Quando já existe a imagem de pai e de mãe, a figura paterna ganha relevo;
Não só para ancorar o desenvolvimento social da criança, mas para servir de suporte das dificuldades inerentes ao aprendizado desse período;
É esse apoio que vai alavancar o desprendimento da criança da estrutura doméstica confortável.
Informação Extra:
Em um artigo de 1958, o psiquiatra britânico John Bowlby lançou uma ideia até então controversa, que ficou conhecida como teoria do apego: segundo ele, para se desenvolverem bem, todas as crianças necessitam de um relacionamento saudável e seguro com um adulto. Sua obra se atém à natureza do vínculo da criança com a mãe. No entanto, nos anos 70 surgiram os primeiros estudos realmente voltados para os pais: eles são tão capazes quanto elas de cuidar dos filhos. “Homens estão igualmente aptos a compreender o choro de seus bebês como sinal de fome ou de cansaço e responder a essa demanda da criança”, reconhece Bowlby. 
Fonte: Revista Mente e Cérebro, n° 227 - “O que acontece no cérebro de pais e mães”.
FUNÇÃO MATERNA
Função Materna
O parto é considerado um processo social, porque afeta a relação entre o marido e a mulher, o grupo em que ambos estão inseridos, levando, também, a uma redefinição da identidade da mulher que passa, agora, a assumir o papel de mãe.
Função Materna
	A mulher, quando vivencia o processo da gravidez, ela se identifica com uma identidade pressuposta de mãe, o que posteriormente como representação será interiorizado e objetivado socialmente. 
	Nesse contexto, a maternidade é um fenômeno social.
Função Materna
Pode-se dizer que é a partir da organização psicológica desenvolvida do relacionamento com a mãe ou com a sua cuidadora que a criança conquista a capacidade de se relacionar com o resto do mundo dos objetos humanos (Coppolillo, 1990).
A função materna é essencial para a organização psíquica do infante e sua constituição como sujeito. 
Função Materna
No contexto concreto, objetivado na vivência da mulher, expressa em seu comportamento no desempenho do papel materno, há um processo de "identificação" com o modelo de ser mãe, o mais familiar para cada um de nós - a nossa própria mãe, ou a pessoa que preencheu a função maternal.
Função Materna
No caso de haver identificação, as atividades maternas são reproduzidas, ou repetidas de maneira semelhante ao modo de cuidar recebido. 
Quando não, ocorre uma identificação às avessas, reações comportamentais compensatórias que evitam o modelo recebido, por contestar ou criticar o modelo de "maternagem" ao qual foi submetida; convertendo-se em nova forma de rigidez, para se diferir ou contrastar-se do modelo recebido (MALDONADO, 1989) .
Função Materna
	Durante os anos iniciais do desenvolvimento psíquico, a questão do meio ambiente se resume praticamente à situação de relacionamento entre mãe e filho. 
Função Materna
	Entretanto, não são os aspectos mais formais e visíveis da relação entre os dois os que adquirem importância para a criança, mas sim aquilo que se passa na intimidade dos dois e que se traduz em vivências afetivas significativas (Gorayeb, 1985).
Função Materna
Para Klein (1997), a vida mental da criança é influenciada por emoções primitivas e fantasias inconscientes. O recém-nascido experimenta uma ansiedade de natureza persecutória e sente, de forma inconsciente, como se todos os desconfortos lhe fossem infligidos por forças hostis, o que desencadeia uma ansiedade da qual o ego precisa se livrar, e para isso, projetar.
No entanto, se em breve lhe for proporcionado conforto, isto é, quando predominarem os impulsos amorosos,
isso  originará emoções mais satisfatórias, representando um apoio contra a ansiedade. 
O bebê deseja receber da mãe não apenas alimento, mas também seu amor e compreensão, que se expressa através dos cuidados da mãe para com seu bebê. 
Função Materna
Winnicott (1983), ao falar da mãe suficientemente boa, designou o termo holding que corresponde ao amparo e à manutenção da criança, não somente física, mas também psíquica. 
É a tarefa materna de sustentar o filho, que além do suporte psicológico, também é um suporte físico, como a de dar colo, afagos ou a troca de fraldas.
Função Materna
A mãe suficientemente boa tem a capacidade de se adaptar de forma delicada e sensível às necessidades iniciais do bebê, estabelecendo uma relação com o ego do bebê que facilita para a criança introjetar as suas ansiedades de forma suportável (Winnicott, 1978).
Função Materna
	No momento em que a mãe falha em sua tarefa de realizar o holding, isto é, quando a mãe não se torna “boa o suficiente”, o bebê pode sentir uma grande aflição, devido à sensação de estar em um estado não integrado, a sensação de não parar de cair e a perda do sentimento do real (Winnicott, 1993).
Função Materna
A amamentação é o primeiro tipo de alimentação do bebê e repercute de forma múltipla na mãe, proporcionando um sentimento de proximidade com seu filho, através de um movimento circular de satisfação, que se origina do oferecimento do peito ao bebê, circula pela sucção, retornando de forma glandular e psíquica sobre a mãe. 
Função Materna
É importante também ressaltar que o apoio emocional do marido à esposa durante o período da gravidez contribui para uma melhor adaptação desta ao processo de gestação e parte, além de auxiliá-la a desenvolver sua função materna mais adequadamente (Brazelton e Cramer, 1992).
Função Paterna e Materna
	No desempenho da função materna e da função paterna, entram em jogo características pessoais do pai e da mãe, bem como determinadas condições emocionais de cada um que se referem às suas vivências na infância e a suas capacidades de elaboração de vivências de frustração, de separação e do complexo edípico. 
Referências:
A função paterna e seu papel na dinâmica familiar e no desenvolvimento mental infantil.
Disponível em: http://rbp.celg.org.br/detalhe_artigo.asp?id=103
A construção da personagem mãe: considerações teóricas sobre identidade e papel materno.
Disponível em: http://www.ee.usp.br/reeusp/upload/pdf/420.pdf 
A função materna e o desenvolvimento infantil
Disponível em: http://www.redepsi.com.br/2008/07/18/a-fun-o-materna-e-o-desenvolvimento-infantil/

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