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MODELO DE PGIRSU

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Plano de Gestão Integrada de 
Resíduos Sólidos 
 
 
 
 Guia do profissional em treinamento Nível 2 
 
 
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Promoção Rede Nacional de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental – ReCESA 
Realização Núcleo Regional Nordeste – NURENE 
Instituições integrantes do NURENE Universidade Federal da Bahia (líder) | Universidade Federal do Ceará | 
Universidade Federal da Paraíba | Universidade Federal de Pernambuco 
Financiamento Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia I Fundação Nacional de Saúde do 
Ministério da Saúde I Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades 
Apoio organizacional Programa de Modernização do Setor de Saneamento – PMSS 
Comitê gestor da ReCESA Comitê consultivo da ReCESA 
- Ministério das Cidades; 
- Ministério da Ciência e Tecnologia; 
- Ministério do Meio Ambiente; 
- Ministério da Educação; 
- Ministério da Integração Nacional; 
- Ministério da Saúde; 
- Banco Nacional de Desenvolvimento 
 Econômico Social (BNDES); 
- Caixa Econômica Federal (CAIXA). 
 
 
 
 
 
 
Parceiros do NURENE 
- ARCE – Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará 
- Cagece – Companhia de Água e Esgoto do Ceará 
- Cagepa – Companhia de Água e Esgotos da Paraíba 
- CEFET Cariri – Centro Federal de Educação Tecnológica do Cariri/CE 
- CENTEC Cariri – Faculdade de Tecnologia CENTEC do Cariri/CE 
- Cerb – Companhia de Engenharia Rural da Bahia 
- Compesa – Companhia Pernambucana de Saneamento 
- Conder – Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia 
- EMASA – Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Itabuna/BA 
- Embasa – Empresa Baiana de Águas e Saneamento 
- Emlur – Empresa Municipal de Limpeza Urbana de João Pessoa 
- Emlurb / Fortaleza – Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização de Fortaleza 
- Emlurb / Recife – Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife 
- Limpurb – Empresa de Limpeza Urbana de Salvador 
- SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto do Município de Alagoinhas/BA 
- SANEAR – Autarquia de Saneamento do Recife 
- SECTMA – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado de Pernambuco 
- SEDUR – Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia 
- SEINF – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Infra-Estrutura de Fortaleza 
- SEMAM / Fortaleza – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano 
- SEMAM / João Pessoa – Secretaria Executiva de Meio Ambiente 
- SENAC / PE – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial de Pernambuco 
- SENAI / CE – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Ceará 
- SENAI / PE – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Pernambuco 
- SEPLAN – Secretaria de Planejamento de João Pessoa 
- SUDEMA – Superintendência de Administração do Meio Ambiente do Estado da Paraíba 
- UECE – Universidade Estadual do Ceará 
- UFMA – Universidade Federal do Maranhão 
- UNICAP – Universidade Católica de Pernambuco 
- UPE – Universidade de Pernambuco 
- Associação Brasileira de Captação e Manejo de Água de Chuva – ABCMAC 
- Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES 
- Associação Brasileira de Recursos Hídricos – ABRH 
- Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública – ABLP 
- Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais – AESBE 
- Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento – ASSEMAE 
- Conselho de Dirigentes dos Centros Federais de Educação Tecnológica – CONCEFET 
- Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA 
- Federação de Órgão para a Assistência Social e Educacional – FASE 
- Federação Nacional dos Urbanitários – FNU 
- Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas – FNCBHS 
- Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras 
– FORPROEX 
- Fórum Nacional Lixo e Cidadania – L&P 
- Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental – FNSA 
- Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM 
- Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS 
- Programa Nacional de Conservação de Energia – PROCEL 
- Rede Brasileira de Capacitação em Recursos Hídricos – Cap-Net Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Plano de Gestão Integrada de 
Resíduos Sólidos 
 
 
 
 Guia do profissional em treinamento Nível 2 
 
 
R
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Catalogação da Fonte: 
 
 
Coordenação Geral do NURENE 
Profª. Drª. Viviana Maria Zanta 
 
Organização e revisão do guia 
Keila Gislene Querino de Brito Beltrão 
Maria Cristina Moreira Alves 
 
Autores 
Cecília Maria Mota Lins | Cláudia Coutinho Nóbrega 
Eduardo Antonio Maia Lins | Ingrid Roberta de França Soares Alves 
José Dantas de Lima | José Fernando Thomé Jucá 
Keila Gislene Querino de Brito Beltrão | Maria Cristina Moreira Alves 
Silvio Romero de Melo Ferreira 
 
Créditos 
Licia Rodrigues da Silveira 
 
Central de Produção de Material Didático 
Alessandra Gomes Lopes Sampaio Silva | Danilo Gonçalves dos Santos Sobrinho 
Patrícia Campos Borja | Vivien Luciane Viaro 
 
Projeto Gráfico 
Marco Severo | Rachel Barreto | Romero Ronconi 
 
Impressão 
Fast Design 
 
 
 
É permitida a reprodução total ou parcial desta publicação, desde que citada a fonte. 
EXX Resíduos Sólidos: plano de gestão integrada de resíduos 
sólidos: guia do profissional em treinamento: nível 2 / Secretaria 
Nacional de Saneamento Ambiental (org). – Salvador: ReCESA, 
2008. 76 p. 
Nota: Realização do NURENE – Núcleo Regional Nordeste; 
coordenação de Viviana Maria Zanta, José Fernando Thomé Jucá, 
Heber Pimentel Gomes e Marco Aurélio Holanda de Castro. 
 
1. Conceitos Gerais. 2. Plano de Gestão Integrada de 
Resíduos Sólidos Urbanos - PGIRSU. 3. Modelos de Gestão de 
Resíduos Sólidos Urbanos. 4. Participação Social nas Políticas 
e Planos de Gestão: Direitos e deveres do cidadão 
relacionados aos serviços de limpeza pública. 5. Gestão de 
recursos financeiros para o manejo de resíduos sólidos 
urbanos. 
 
CDD – XXX.X 
 
 
 
Apresentação da ReCESAApresentação da ReCESAApresentação da ReCESAApresentação da ReCESA 
 
 
A criação do Ministério das Cidades Ministério das Cidades Ministério das Cidades Ministério das Cidades no 
Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da 
Silva, em 2003, permitiu que os imensos 
desafios urbanos passassem a ser 
encarados como política de Estado. Nesse 
contexto, a Secretaria Nacional de Secretaria Nacional de Secretaria Nacional de Secretaria Nacional de 
Saneamento Ambiental Saneamento Ambiental Saneamento Ambiental Saneamento Ambiental (SNSA) inaugurou 
um paradigma que inscreve o saneamento 
como política pública, com dimensão 
urbana e ambiental, promotora de 
desenvolvimento e redução das 
desigualdades sociais. Uma concepção de 
saneamento em que a técnica e a 
tecnologia são colocadas a favor da 
prestação de um serviço público e 
essencial. 
A missão da SNSA ganhou maior 
relevância e efetividade com a agenda do 
saneamento para o quadriênio 2007-
2010, haja vista a decisão do Governo 
Federal de destinar, dos recursos 
reservados ao Programa de Aceleração do 
Crescimento (PAC), 40 bilhões de reais 
para investimentos em saneamento. 
Nesse novo cenário, a SNSA conduz ações 
de capacitação como um dos 
instrumentos estratégicos para a 
modificação de paradigmas, o alcancede 
melhorias de desempenho e da qualidade 
na prestação dos serviços e a integração 
de políticas setoriais. O projeto de 
estruturação da Rede de Capacitação e Rede de Capacitação e Rede de Capacitação e Rede de Capacitação e 
Extensão Tecnológica em Saneamento Extensão Tecnológica em Saneamento Extensão Tecnológica em Saneamento Extensão Tecnológica em Saneamento 
Ambiental Ambiental Ambiental Ambiental –––– ReCESA ReCESA ReCESA ReCESA constitui importante 
iniciativa nessa direção. 
A ReCESA tem o propósito de reunir um 
conjunto de instituições e entidades com 
o objetivo de coordenar o 
desenvolvimento de propostas 
pedagógicas e de material didático, bem 
como promover ações de intercâmbio e de 
extensão tecnológica que levem em 
consideração as peculiaridades regionais e 
as diferentes políticas, técnicas e 
tecnologias visando capacitar 
profissionais para a operação, 
manutenção e gestão dos sistemas e 
serviços de saneamento. Para a 
estruturação da ReCESA foram formados 
Núcleos Regionais e um Comitê Gestor, 
em nível nacional. 
Por fim, cabe destacar que este projeto 
tem sido bastante desafiador para todos 
nós: um grupo predominantemente 
formado por profissionais da área de 
engenharia que compreendeu a 
necessidade de agregar outros olhares e 
saberes, ainda que para isso tenha sido 
necessário "contornar todos os meandros 
do rio, antes de chegar ao seu curso 
principal". 
Comitê Gestor da ReCESA Comitê Gestor da ReCESA Comitê Gestor da ReCESA Comitê Gestor da ReCESA 
 
NURENENURENENURENENURENE 
 
 
O Núcleo Regional Nordeste (NURENE) tem 
por objetivo o desenvolvimento de 
atividades de capacitação de profissionais 
da área de saneamento, em quatro 
estados da região Nordeste do Brasil: 
Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco. 
 
O NURENE é coordenado pela 
Universidade Federal da Bahia (UFBA), 
tendo como instituições co-executoras a 
Universidade Federal do Ceará (UFC), a 
Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a 
Universidade Federal de Pernambuco 
(UFPE). 
 
O NURENE espera que suas atividades 
possam contribuir para a alteração do 
quadro sanitário do Nordeste e, 
consequentemente, para a melhoria da 
qualidade de vida da população dessa 
região marcada pela desigualdade social. 
Coordenadores InstitucioCoordenadores InstitucioCoordenadores InstitucioCoordenadores Institucionais do NURENEnais do NURENEnais do NURENEnais do NURENE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os Guias Os Guias Os Guias Os Guias 
 
 
A coletânea de materiais didáticos 
produzidos pelo NURENE é composta de 
19 guias que serão utilizados nas Oficinas 
de Capacitação para profissionais que 
atuam na área de saneamento. Quatro 
guias tratam de temas transversais, 
quatro abordam o manejo das águas 
pluviais, três estão relacionados aos 
sistemas de abastecimento de água, três 
são sobre esgotamento sanitário e cinco 
versam sobre o manejo dos resíduos 
sólidos e limpeza pública. 
 
O público alvo do NURENE envolve 
profissionais que atuam na área dos 
serviços de saneamento e que possuem 
um grau de escolaridade que varia do 
semi-alfabetizado ao terceiro grau. 
 
Os guias representam um esforço do 
NURENE no sentido de abordar as 
temáticas de saneamento segundo uma 
proposta pedagógica pautada no 
reconhecimento das práticas atuais e em 
uma reflexão crítica sobre essas ações 
para a produção de uma nova prática 
capaz de contribuir para a promoção de 
um saneamento de qualidade para todos. 
Equipe da Central de Produção de MateEquipe da Central de Produção de MateEquipe da Central de Produção de MateEquipe da Central de Produção de Material Didático rial Didático rial Didático rial Didático –––– CPMD CPMD CPMD CPMD 
 
 
 
 
 
Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – Nível 2 1111 
Apresentação da área temáticaApresentação da área temáticaApresentação da área temáticaApresentação da área temática 
 
Resíduos SólidosResíduos SólidosResíduos SólidosResíduos Sólidos 
 
 
 
Os resíduos sólidos constituem um campo 
de ação do saneamento ambiental com 
interfaces com a saúde, o meio ambiente e 
demais componentes do saneamento. Deve 
ser compreendido como uma rede de 
interações que envolve aspectos sociais, 
técnicos, administrativos, operacionais, 
jurídicos, econômicos e financeiros. Para o 
êxito de suas atividades é importante o 
entendimento da co-responsabilidade na 
cadeia de resíduos. Dentro dessa visão, são 
abordados temas como planos integrados 
de gestão de resíduos sólidos urbanos 
considerando, entre outros assuntos, as 
oportunidades de processamento dos 
resíduos, alternativas de reaproveitamento 
e técnicas de disposição final. 
 
Conselho Editorial Conselho Editorial Conselho Editorial Conselho Editorial de Rde Rde Rde Resíduos Sólidosesíduos Sólidosesíduos Sólidosesíduos Sólidos 
 
 
 
Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – Nível 2 2222 
SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................... 3 
CONCEITOS GERAIS ........................................................................................................................................ 4 
O QUE SÃO RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS? ............................................................................................... 4 
COMO OS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS PODEM SER CLASSIFICADOS? ...................................................... 4 
GERAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ........................................................................................... 9 
COMO PODEMOS REDUZIR A GERAÇÃO DE RSU? ...............................................................................................10 
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS E A SAÚDE ...............................................................................................12 
GESTÃO E GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS......................................................15 
PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS - PGIRSU ...........................16 
OBJETIVO............................................................................................................................................................16 
LEVANTAMENTOS PRELIMINARES. .......................................................................................................................16 
ASPECTOS DO MANEJO PARA OS DIVERSOS TIPOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ..........................................18 
TRATAMENTO DOS RSU ....................................................................................................................................26 
TRATAMENTO DOS RSU ....................................................................................................................................27 
DESTINAÇÃO FINAL DOS RSU ............................................................................................................................31 
MODELOS DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ................................................................38 
PARTICIPAÇÃO SOCIAL NAS POLÍTICAS E PLANOS DE GESTÃO: DIREITOS E DEVERES DO 
CIDADÃO RELACIONADOS AOS SERVIÇOS DE LIMPEZA PÚBLICA................................................46 
GESTÃO DE RECURSOS FINANCEIROS PARA O MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS56 
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA ....................................................................................................64 
REFERÊNCIAS...................................................................................................................................................67Guia do Profissional em Treinamento - ReCESA 
 
3 3333
Introdução 
 
Este Guia foi elaborado para a oficina Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos –––– 
PGIRSU do NURENE – Núcleo Regional Nordeste / ReCESA – Rede de Capacitação e Extensão 
Tecnológica em Saneamento Ambiental. 
Pretende-se com ele, promover a reflexão dos profissionais de serviços públicos de limpeza 
urbana e manejo de resíduos sólidos sobre conceitos e informações úteis para a elaboração, 
implementação e avaliação de um PGIRSU, com vistas ao gerenciamento adequado dos resíduos 
sólidos. 
Os tópicos são abordados em cinco blocos, o primeiro trata de conceitos básicos sobre 
resíduos sólidos, em seguida apresenta-se as etapas constituintes de um plano de gestão 
fornecendo exemplos de modelos de gestão para em posteriormente destacar dois aspectos 
importantes para a efetividade do plano, a participação social e os recursos financeiros 
necessários. 
Ao longo da oficina várias questões serão apresentadas e discutidas com o grupo. Observe a 
Figura 1 que apresenta alguns fatores que influem na qualidade de vida. Qual a relação que 
pode ser estabelecida entre resíduos sólidos e condições de vida? O que devemos fazer para 
termos boas condições de vida que levem a uma qualidade de vida satisfatória para todos? 
Reflita.... 
 
Figura 1 - Fatores que influem nas condições de vida. 
 
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Guia do Profissional em Treinamento - ReCESA 
 
4 4444
Conceitos gerais 
 
O que são RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS?O que são RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS?O que são RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS?O que são RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS? 
 
Resíduos sólidos urbanos (RSU) referem-se a resíduos sólidos e semi-sólidos gerados num 
aglomerado urbano (residências, comércio, logradouros, etc.), Figura 2. 
 
 
Figura 2 - Exemplos de Resíduos Sólidos Urbanos. 
 
De modo geral, os resíduos são compostos de restos de alimentos, papel, plástico, metal, 
trapos, podas, madeira, entre outros. Esses resíduos quando manuseados e dispostos de forma 
inadequada no meio ambiente podem ocasionar, problemas sanitários como também, 
deterioram a paisagem e desperdiçam oportunidades de obtenção de renda (ZANTA e outros, 
2006) 
 
 
 
 
 
 
Como os RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS podem ser classificados?Como os RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS podem ser classificados?Como os RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS podem ser classificados?Como os RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS podem ser classificados? 
 
Os Resíduos Sólidos Urbanos são classificados de diferentes maneiras, sendo mais comumente 
utilizada a classificação por origem e por potencial de contaminação. A importância dessa 
classificação é nortear a escolha de alternativas permitindo-se incluir desde o potencial de 
redução da geração de resíduos até a sua destinação final adequada. 
 
 
Segundo a NBR 10.004/2004 Resíduos Sólidos Urbanos “são resíduos sólidos, nos 
estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de atividades da comunidade de 
origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, de serviços, de varrição ou 
agrícola. Incluem-se lodos de estações de tratamento de água (ETA), e estações de 
tratamento de esgotos (ETE’s), resíduos gerados em equipamentos e instalações 
de controle da poluição e líquidos que não possam ser lançados na rede pública 
de esgotos, em função de suas particularidades”, ABNT (2004). 
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Guia do Profissional em Treinamento - ReCESA 
 
5 5555
A classificação por origemclassificação por origemclassificação por origemclassificação por origem define os resíduos sólidos como: 
Domiciliar:Domiciliar:Domiciliar:Domiciliar: originado da vida diária das residências, 
constituído por restos de alimentos (cascas de frutas, 
verduras), papel (jornais, revistas), embalagens em geral 
(vidro, papelão, alumínio), resíduos contaminados como 
papel higiênico, fraldas descartáveis e resíduos tóxicos 
(tintas, esmaltes, aerossóis). 
ComercialComercialComercialComercial:::: proveniente dos diversos estabelecimentos 
comerciais e de serviços, tais como supermercados, 
estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc. 
Serviços públicosServiços públicosServiços públicosServiços públicos: originados 
dos serviços de limpeza 
urbana, incluindo todos os 
resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, 
galerias, córregos, restos de podas de plantas, limpeza de 
feiras livres, etc.. È constituído por restos de vegetais 
diversos, embalagens, etc. 
 
Industrial:Industrial:Industrial:Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da 
indústria, tais como: o metalúrgico, o químico, o 
petroquímico, o de papelaria, da indústria alimentícia, etc. O 
resíduo industrial é bastante variado, podendo ser 
representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou 
ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, 
escórias, vidros, cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se grande 
quantidade de lixo tóxico. 
Agrícola:Agrícola:Agrícola:Agrícola: resíduos sólidos 
das atividades agrícola e pecuária, como embalagens de 
adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita, 
etc. O resíduo proveniente de pesticidas é considerado 
tóxico e necessita de tratamento especial. 
 
Resíduos da construção:Resíduos da construção:Resíduos da construção:Resíduos da construção: 
oriundos de construções, demolições, restos de obras, 
solos de escavações. Geralmente é um material inerte, 
podendo uma parcela ser passível de reaproveitamento. 
 
 
 
 
Guia do Profissional em Treinamento - ReCESA 
 
6 6666
RRRResíduesíduesíduesíduos dos serviços de transporte, gerados nas instalações de aeroportos, rodoviárias, portos os dos serviços de transporte, gerados nas instalações de aeroportos, rodoviárias, portos os dos serviços de transporte, gerados nas instalações de aeroportos, rodoviárias, portos os dos serviços de transporte, gerados nas instalações de aeroportos, rodoviárias, portos 
etc.,etc.,etc.,etc., são considerados potencialmente perigosos, passíveis de se tornarem um veículo 
transmissor de doenças contagiosas de um lugar para outro. 
RRRResíduos originados nesíduos originados nesíduos originados nesíduos originados nos serviços de saúde (RSS)os serviços de saúde (RSS)os serviços de saúde (RSS)os serviços de saúde (RSS):::: são resíduos descartados por hospitais, 
farmácias, postos de saúde, clínicas odontológicas, veterinárias (algodão, seringas, agulhas, 
restos de remédios, luvas, curativos, etc.). Os RSS são regidos por uma legislação específica, a 
RESOLUÇÃO RDC ANVISA Nº 306/2004 (Ministério da Saúde), na qual os resíduos são 
classificados em cinco grupos de acordo com as características dos materiais: 
GRUPO AGRUPO AGRUPO AGRUPO A - Resíduos com a possível presença de agentes 
biológicos que, por suas características, podem apresentar risco 
de infecção. 
 
GRUPO BGRUPO BGRUPO BGRUPO B - Resíduos contendo 
substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde 
pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas 
características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e 
toxicidade. 
GRUPOGRUPOGRUPOGRUPO C C C C - Quaisquer materiais 
resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em 
quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas 
normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)e para os 
quais a reutilização é imprópria ou não 
prevista. 
 
GRUPO DGRUPO DGRUPO DGRUPO D - Resíduos que não apresentem risco biológico, químico 
ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser 
equiparados aos resíduos domiciliares. 
GRUPO EGRUPO EGRUPO EGRUPO E - Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: 
lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas 
endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos 
capilares; micropipetas, lâminas e lamínulas, espátulas e todos os 
utensílios de vidro quebrados em laboratórios e outros similares. 
 
 
 
A Resolução CONAMA nº 358/2005 Dispõe sobre o tratamento e a 
disposição final dos resíduos dos serviços de saúde. 
 
Guia do Profissional em Treinamento - ReCESA 
 
7 7777
A outra classificação dos RSU também comumente utilizada é q q q quanto aos riscos potenciais de uanto aos riscos potenciais de uanto aos riscos potenciais de uanto aos riscos potenciais de 
contaminaçãocontaminaçãocontaminaçãocontaminação do meio ambiente e a saúde. Os resíduos são classificados em: perigosos e não 
perigosos. 
 
Figura 3. Classificação dos resíduos sólidos quanto à periculosidade. 
 
O Quadro 1 apresenta os responsáveis pelo gerenciamento de cada tipo de resíduo, segundo a 
origem. 
Quadro 1 – Responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos sólidos. 
ORIGEM DO RESÍDUOORIGEM DO RESÍDUOORIGEM DO RESÍDUOORIGEM DO RESÍDUO RESPONSÁVELRESPONSÁVELRESPONSÁVELRESPONSÁVEL 
Domiciliar Prefeitura 
Comercial Prefeitura* 
Público Prefeitura 
Serviços de saúde Gerador (hospitais etc.) 
Industrial Gerador (indústria) 
Portos, aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários. Gerador (portos etc.) 
Agrícola Gerador (agricultor) 
Entulho Gerador/Município(*) 
Fonte: IPT/CEMPRE, 2000. 
(*) A Prefeitura é responsável por quantidades pequenas, de acordo com a legislação municipal específica. Quantidades 
superiores são de responsabilidade do gerador. 
Você Sabia!Você Sabia!Você Sabia!Você Sabia! 
 
O Ministério da Saúde através 
da Portaria N.º 518, de 25 de 
março de 2004, Estabelece os 
procedimentos e 
responsabilidades relativos ao 
controle e vigilância da 
qualidade da água para 
consumo humano e seu padrão 
de potabilidade, e dá outras 
providências. 
 
Guia do Profissional em Treinamento - ReCESA 
 
8 8888
Na classificação dos resíduos quanto à periculosidade foram apresentados termos que talvez 
ainda sejam desconhecidos por você: PERICULOSIDADE, BIIDEGRABILIDADE e SOLUBILIDADE. 
Assim, vamos conjuntamente construir a definição de cada um deles. 
 
 
A partir do quadro acima, como você definiria? 
 
Periculosidade:______________________Periculosidade:______________________Periculosidade:______________________Periculosidade:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
Biodegradabilidade:Biodegradabilidade:Biodegradabilidade:Biodegradabilidade:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
Solubilidade:_________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________ 
 
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9 9999
Você sabia!Você sabia!Você sabia!Você sabia! 
 
Segundo Pinto, 1999, no Brasil em cidades médias e 
grandes a geração de resíduos da construção varia entre 
400 a 700 kg/hab.ano. 
Para refletir... 
O que você gera de Resíduos sólidos é a mesma 
quantidade que você produz? 
 
 
GeraçãGeraçãGeraçãGeração doso doso doso dos RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS URBANOS URBANOS URBANOS 
 
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB (IBGE, 2000) realizada no ano 
2000, o Brasil gerava, neste ano, diariamente, cerca de 228 mil toneladas de resíduos, geração 
per capita de 1,35 (kg/hab/dia). Segundo mesma pesquisa, a região sudeste era responsável 
por 62% de todo o resíduo gerado no país, Quadro 2. 
 
Quadro 2 – Estimativa de geração de resíduos sólidos no Brasil 
Geração de Resíduos Geração de Resíduos Geração de Resíduos Geração de Resíduos GeraçãoGeraçãoGeraçãoGeração percapita percapita percapita percapita 
População TotalPopulação TotalPopulação TotalPopulação Total 
RegiãoRegiãoRegiãoRegião 
QuantidadeQuantidadeQuantidadeQuantidade PercentualPercentualPercentualPercentual 
Quantidade Quantidade Quantidade Quantidade 
(ton/dia)(ton/dia)(ton/dia)(ton/dia) 
PPPPercentualercentualercentualercentual 
Quantidade Quantidade Quantidade Quantidade 
(kg/hab/dia)(kg/hab/dia)(kg/hab/dia)(kg/hab/dia) 
Brasil 169.799.170 100 228.413 100 1,35 
Norte 12.900.704 7,6 11.067 4,8 0,86 
Nordeste 47.741.711 28,1 41.558 18,2 0,87 
Sudeste 72.412.411 42,6 141.617 62,0 1,96 
Sul 25.107.616 14,8 19.875 8,7 0,79 
Centro-Oeste 11.636.728 6,9 14.297 6,3 1,23 
Fonte: Pesquisa Nacional de Saneamento Básico; IBGE (2000). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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10 1111
Você tem idéia de quanto tempo os resíduos se decompõem na natureza?Será que podemos 
pensar nisso antes de gerá-los? 
 
 
 
 
Como podemos reduzir a geração de RSU?Como podemos reduzir a geração de RSU?Como podemos reduzir a geração de RSU?Como podemos reduzir a geração de RSU? 
 
 
 
 
 
 
 
Cite exemplos de como reduzir a geração de RSU: 
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
__________________________________________ 
 
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11 1111
Para minimizar os impactos causados pelos resíduos produzidos é necessário envolver os 
cidadãos através de programas educativos que enfatizem os bons hábitos e a preservação do 
meio ambiente. 
Todos nós produzimos lixo, logo fazemos parte desse problema, mas podemos também fazer 
parte da solução, utilizando os 3R’s: 
RRRReduzir o necessário. 
RRRReutilizar o máximo possível. 
Estimular a RRRReciclagem. 
Reduzir:Reduzir:Reduzir:Reduzir: consiste em diminuir a quantidade do lixo produzido, desperdiçar menos, consumir só 
o necessário, sem exageros. 
Reutilização:Reutilização:Reutilização:Reutilização: A reutilização é a re-introdução dos resíduos sem alterações na sua estrutura, nos 
circuitos de produção ou consumo para uso semelhante. Por exemplo, a utilização de garrafas 
retornáveis de cerveja e dos dois lados de uma folha de papel. O uso de garrafas de PET para 
fabricação de utensílios e móveis também é uma forma de reutilização (Figura 4). 
 
(A) 
(B) 
 
(C) 
Figura 4 - Reutilização de garrafas PET: (A) Encosto e assento para cadeira de praia; 
(B) Luminária; e (C) Mochilas feitas com tiras do PET. 
 
ReciclarReciclarReciclarReciclar: O termo reciclagem, tecnicamente falando, não corresponde ao uso que fazemos 
dessa palavra, pois reciclar é transformar algo usado, em algo igual, só que novo. Por exemplo, 
uma lata de alumínio, pós-consumo, é transformada através de processo industrial em uma 
lata nova. 
O que podemos fazer é contribuir para a reciclagem por meio de segregação dos materiais, isto 
é separar para a reciclagem, pois, na verdade, o indivíduo na maioria das vezes não recicla 
Como exceção podemos citar os artesãos de papel reciclado. 
Agora que você já sabe como reduzir a geração de resíduos sólidos, vamos apresentar os 
benefícios gerados pelos 3R’S: 
Fo
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w
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12 1111
� Diminuição da quantidade de lixo: Diminuição da quantidade de lixo: Diminuição da quantidade de lixo: Diminuição da quantidade de lixo: a redução da geração de lixo aumenta a vida útil dos 
aterros sanitários, pois diminui a quantidade de lixo disposto para aterramento. Reduz 
também o custo da coleta para a prefeitura municipal, pois haverá menos lixo a ser 
coletado; 
 
� Diminuição da exploração Diminuição da exploração Diminuição da exploração Diminuição da exploração dos recursos naturais: dos recursos naturais: dos recursos naturais: dos recursos naturais: com a exigência por produtos com 
maior durabilidade, mantendo um consumo mais racional e repartindo com outras 
pessoas o uso de materiais (equipamento, jornais, livros, etc.), os recursos naturais 
renováveis e não renováveis são menos explorados. Estas práticas não implicam em 
diminuição da qualidade de vida, ao contrário, a tendência é aumentá-la; 
 
� Redução do consumo de energia: Redução do consumo de energia: Redução do consumo de energia: Redução do consumo de energia: pode-se gastar menos com a reciclagem do que 
fazendo o produto com matéria prima não reciclada; 
 
� Redução Redução Redução Redução da poluição do ar, das águas e do solo: da poluição do ar, das águas e do solo: da poluição do ar, das águas e do solo: da poluição do ar, das águas e do solo: diminuindo a proliferação de doenças e 
a contaminação de alimentos; 
 
� Geração de empregos: Geração de empregos: Geração de empregos: Geração de empregos: oportunidades de fortalecer organizações comunitárias, gerando 
renda pela comercialização dos recicláveis, como também, emprego gerados pela 
implantação de indústrias recicladoras. 
 
 
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS e a SAÚDEe a SAÚDEe a SAÚDEe a SAÚDE 
 
A principal dificuldade na definição das populações expostas aos efeitos diretos ou indiretos do 
gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos municipais está no fato dos sistemas de 
informação e monitoramento sobre saúde e meio ambiente não contemplarem, em geral, o 
aspecto coletivo das populações, não dispondo de dados epidemiológicos suficientes e 
confiáveis. Ainda que seja difícil estabelecer uma relação de interferência na saúde desta 
população pelos resíduos sólidos municipais, diante da ausência de qualquer tipo de 
saneamento, não há razões para se imaginar que não haja uma contribuição significativa dos 
mesmos neste quadro negativo (FERREIRA e ANJOS, 2001). 
Doenças como malária, cólera, leptospirose, dengue, doenças de chagas, esquistossomose e 
leishmaniose estão associadas à degradação ambiental e à ausência de condições sanitárias 
mínimas. Organismos patogênicos e seus vetores encontram nos resíduos sólidos substâncias 
de alto teor energético, disponibilidade de água e abrigo. Alguns destes organismos habitam os 
resíduos durante toda sua existência, outros apenas em certos períodos. 
Esse fenômeno migratório pode constituir-se num grande problema, pois o resíduo passa a ser 
uma fonte contínua de agentes patogênicos e uma ameaça real à sobrevivência humana. 
 
 
 
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13 1111
Você sabia!Você sabia!Você sabia!Você sabia! 
Vetor é o ser vivo responsável pela 
transmissão de doenças entre seres vivos. 
Você sabia!Você sabia!Você sabia!Você sabia! 
Um agente patogênico pode ser um microorganismo 
como bactérias, vírus, fungos, protozoários, 
helmintos e alguns tipos de vermes seres vivos. 
 
 
 
 
A Figura 5 apresenta as vias de contato existente entre o lixo e o homem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Vias de contato do Homem com o lixo 
 
 
 
 
 
 
O Quadro 3 apresenta as doenças relacionadas aos resíduos sólidos, o período de resistência, 
vetores e formas de transmissão. 
LIXOLIXOLIXOLIXO 
Contato 
direto 
Insetos e 
ratos 
Contato 
indireto 
Alimentação de 
animais (porcos e 
aves) 
Poluição do 
meio ambiente 
 
HOMEMHOMEMHOMEMHOMEM 
Doenças 
Mal-estar 
Fo
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14 1111
Quadro 3 - Doenças relacionadas aos resíduos sólidos. 
MicrorganismosMicrorganismosMicrorganismosMicrorganismos DoençasDoençasDoençasDoenças 
Resistência Resistência Resistência Resistência 
(dias)(dias)(dias)(dias) 
VetoresVetoresVetoresVetores 
Forma de Forma de Forma de Forma de 
transmissãotransmissãotransmissãotransmissão 
BactériasBactériasBactériasBactérias 
Salmonella typhi Febre tifóide 29 – 70 
Mosca, 
barata 
Asas, patas, corpo, 
fezes e saliva 
Salmonella Paratyphi F. paratifóide 29 – 70 
Mosca, 
barata 
Asas, patas, corpo, 
fezes e saliva 
Salmonella sp Salmoneloses 29 – 70 
Mosca, 
barata 
Asas, patas, corpo, 
fezes e saliva 
Shigella 
Disenteria 
bacilar 
02 – 07 
Mosca, 
barataAsas, patas, corpo, 
fezes e saliva 
Coliformes fecais Gastroenterites 35 
Mosca, 
barata 
Asas, patas, corpo, 
fezes e saliva 
Leptospira Leptospirose 15 – 43 Rato e pulga 
Mordida, urina, 
fezes e picada 
Mycrobacterium 
tuberculosis 
Tuberculose 150-180 
Vibrio cholerae Cólera 1 – 13* 
Mosca, 
barata 
Asas, patas, corpo, 
fezes e saliva 
VírusVírusVírusVírus 
Enterovírus 
Poliomielite 
(Poliovirus) 
20 – 70 Mosquito Picada 
HelmintosHelmintosHelmintosHelmintos 
Ascaris lumbricoídes Ascaridíase 2.000 – 2.500 
Mosca, 
barata 
Asas, patas, corpo, 
fezes e saliva 
Trichuris trichiura Trichiuríase 1800** 
Larvas de 
ancilóstomos 
Ancilostomose 35** 
Outras larvas de 
vermes 
 25 – 40 
ProtozoáriosProtozoáriosProtozoáriosProtozoários 
Entamoeba histolytica Amebíase 08 – 12 
Mosca, 
barata 
Asas, patas, corpo, 
fezes e saliva 
* em alimentos, ** em laboratório. 
Fonte: Adaptado de Brasil, 2004 
 
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15 1111
GESTÃO e GERENCIAMENTO GESTÃO e GERENCIAMENTO GESTÃO e GERENCIAMENTO GESTÃO e GERENCIAMENTO dosdosdosdos RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS 
 
Os termos gestão e gerenciamento são comumente entendidos com sendo sinônimos, mas são 
diferentes. Entende-se como gestão de resíduos sólidos o estabelecimento de políticas, 
normas, leis e procedimentos relacionados a estes. Portanto, é uma atribuição para pessoas 
com autonomia para aprovar o PGIRS. Por outro lado, o termo gerenciamento de resíduos 
sólidos refere-se aos aspectos tecnológicos e operacionais da questão, envolvendo fatores 
administrativos, gerenciais, econômicos, ambientais e de desempenho, por exemplo, 
produtividade e qualidade. Relaciona-se à prevenção, redução, segregação, reutilização, 
acondicionamento, coleta, transporte, tratamento, recuperação de energia e destinação final de 
resíduos sólidos (PNUD, 1996). 
Em síntese, o gerenciamento é o processo de implementação da política e das estratégias para 
o desenvolvimento e execução das ações definidas no PGIRS. A Figura 6 ilustra a participação 
dos principais atores que participam do gerenciamento de RSU. 
 
 
Figura 6 - Principais atores de um PGRSU e suas respectivas atribuições. 
 
Uma vez definido um modelo básico de gestão de resíduos sólidos, contemplando diretrizes, 
arranjos institucionais, instrumentos legais, mecanismos de sustentabilidade, entre outras 
questões, deve-se criar uma estrutura para o gerenciamento dos resíduos, de acordo com o 
modelo e traçado de acordo com as características dos municípios. 
Pode-se considerar o gerenciamento integrado dos resíduos quando existir uma estreita 
interligação entre as ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento das 
atividades do sistema de limpeza urbana, bem como quando tais articulações se manifestarem 
também das demais políticas públicas setoriais. Nesse cenário, a participação da população 
ocupará papel de significativo destaque, tendo reconhecida sua função de agente 
transformador no contexto da limpeza urbana. 
OPERACIONAM 
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16 1111
Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos - 
PGIRSU 
 
ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo 
 
Prestar o serviço de manejo e limpeza urbana com eficiência e eficácia, garantindo melhorias 
sanitárias e ambientais. 
Levantamentos preliminares.Levantamentos preliminares.Levantamentos preliminares.Levantamentos preliminares. 
 
Esta primeira etapa, comumente chamada de diagnóstico, é imprescindível para a elaboração 
de alternativas para a gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos de um município. Para isso 
necessita-se levantar as informações do atual sistema de limpeza urbana, bem como a 
caracterização qualitativa e quantitativa dos resíduos a serem coletados. 
Alguns aspectos a serem considerados para a realização de um bom diagnóstico relacionados 
por Mesquita Junior, 2002, são descritos a seguir. 
� Levantamento detalhado sobre a situação atual da limpeza urbana no Município; 
� responsabilidade pelo sistema de limpeza urbana; 
� serviços contemplados (atendidos? realizados?); 
� infra-estrutura disponível (viaturas, equipamentos, pessoal); 
� gasto/mês com o serviço de limpeza; 
� formas de cobrança (IPTU, taxa específica, outros); 
� quantidade de lixo gerada na cidade; 
� porcentagem da população e área atendida pelos serviços; 
� existência de catadores nas ruas ou no local de disposição final; 
� existência de cooperativa de catadores; 
� existência de coleta seletiva e reciclagem; 
� formas de tratamento e disposição final; 
� existência de programa de Educação Ambiental; 
� existência de serviço de informação e atendimento ao público; 
� existência de pesquisa de opinião pública sobre os serviços de limpeza; 
� levantamento dos principais problemas relacionados à limpeza urbana; 
� estabelecimento de metas e prioridades; 
� estudo de viabilidade técnica, econômica, ambiental e social; 
� identificação das parcerias para a concepção e desenvolvimento do projeto. 
 
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17 1111
A caracterização dos resíduos sólidos pode ser física, química e biológica, conforme 
apresentado no Quadro 4. Vale ressaltar, que os aspectos sociais, econômicos, culturais, 
geográficos e climáticos podem influenciar nesta caracterização. 
 
 Quadro 4 – Caracterização dos resíduos sólidos 
Geração per capita 
 
Relaciona a quantidade de resíduos urbanos gerada 
diariamente por número de habitantes de determinada 
região. 
 
Composição 
gravimétrica 
 
Traduz o percentual de cada componente em relação ao 
peso total da amostra de lixo analisada. 
 
Peso específico 
aparente 
É o peso do lixo solto em função do volume ocupado 
livremente, sem qualquer compactação, expresso em 
kg/m³. 
 
Teor de umidade Representa a quantidade de água presente no lixo, 
medida em percentual do seu peso. 
 
FÍSICAFÍSICAFÍSICAFÍSICA 
Compressividade É o grau de compactação ou a redução do volume que 
uma massa de lixo pode sofrer quando compactada. 
Submetido a uma pressão de 4kg/cm², o volume do lixo 
pode ser reduzido de um terço (1/3) a um quarto (1/4) do 
seu volume original. 
 
Poder calorífico Esta característica química indica a capacidade potencial 
de um material desprender determinada quantidade de 
calor quando submetido à queima. O poder calorífico 
médio do lixo domiciliar se situa na faixa de 
5.000kcal/kg. 
 
pH Indica o teor de acidez ou alcalinidade dos resíduos. Em 
geral, situa-se na faixa de 5 a 7. 
 
Composição 
química 
Consiste na determinação dos teores de cinzas, matéria 
orgânica, carbono, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, 
resíduo mineral total, resíduo mineral solúvel e gorduras. 
 
QUÍMICAQUÍMICAQUÍMICAQUÍMICA 
Relação 
carbono/nitrogênio 
(C/N) 
Indica o grau de decomposição da matéria orgânica do 
lixo nos processos de tratamento/disposição final. Em 
geral, essa relação encontra-se na ordem de 35/1 a 20/1. 
 
BIOLÓGICABIOLÓGICABIOLÓGICABIOLÓGICA 
são aquelas determinadas pela população microbiana e dos agentes patogênicos 
presentes no lixo que, ao lado das suas características químicas, permitem que 
sejam selecionados os métodos de tratamento e disposição final mais 
adequados. 
 
 
 
 
 
 
Segundo Pessin et al. 2002, os resíduos podem ser analisados quanto a 
sua composição gravimétricaconsiderando os seguintes componentes: 
Matéria Orgânica, Plástico, Papel e Papelão, Vidro, Metais, Trapos e 
Madeira, Contaminante Químico, Contaminante Biológico, Folhas e 
Terra, e outros 
 
 
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18 1111
Aspectos do manejo para os diversos tipos de Resíduos Sólidos UrbanosAspectos do manejo para os diversos tipos de Resíduos Sólidos UrbanosAspectos do manejo para os diversos tipos de Resíduos Sólidos UrbanosAspectos do manejo para os diversos tipos de Resíduos Sólidos Urbanos 
 
O manejo dos RSU compreende as ações referentes à geração, acondicionamento, coleta e 
transporte, tratamento e disposição final, assim como proteção à saúde humana e a melhoria 
da qualidade de vida dos cidadãos envolvidos neste serviço público. Um programa de 
gerenciamento deve assegurar que todos os resíduos serão manejados de forma apropriada e 
segura, desde a geração até a destinação final. 
AcondicionamentoAcondicionamentoAcondicionamentoAcondicionamento 
Acondicionamento é a fase inicial, na qual os resíduos são preparados de modo a serem mais 
facilmente manuseados nas etapas de coleta e de destinação final. Acondicionar significa dar ao 
resíduo sólido uma embalagem adequada, cujos tipos dependem de suas características e da 
forma de remoção, aumentando assim a segurança e a eficiência do serviço. 
A gestão dos resíduos tem início no local onde ele é gerado. No domicílio, o acondicionamento 
adequado, propicia um ambiente saudável e facilita a coleta. Existem diferentes maneiras de 
acondicionar resíduos, vão desde sacos plásticos até contêineres. É importante que para cada 
tipo de resíduos seja escolhido o acondicionamento mais adequado. O Quadro 5 apresenta as 
opções para acondicionar os resíduos sólidos de acordo com seu tipo. 
Quadro 5 – Formas de acondicionamento de acordo tipo dos resíduos sólidos 
TiTiTiTipo de Resíduopo de Resíduopo de Resíduopo de Resíduo Formas de acondicionamentoFormas de acondicionamentoFormas de acondicionamentoFormas de acondicionamento 
Domiciliares / comerciais • Sacos plásticos contêineres de plásticos e 
metálicos 
• 
Varrição • Sacos plásticos descartáveis; apropriados 
• Contêiner coletor ou intercambiável 
• Recipientes basculantes – cestos 
 Contêineres estacionários 
 
Feiras livres e eventos • Recipientes basculantes - cestos 
• Contêineres estacionários 
• Tambores de 100/ 200 L 
• Cestos coletores de calçadas 
• 
Podas • Contêineres estacionários 
• 
Resíduos da construção (entulho) • Contêineres estacionários 
• 
Resíduos dos serviços de saúde • Sacos ou recipientes que evitem vazamentos e 
resistam às ações de punctura e ruptura. 
• 
Fonte: BRASIL (2004); RESOLUÇÃO RDC ANVISA Nº 306/2004 
O acondicionamento dos resíduos é realizado de duas formas: interna e externa, conforme 
exemplos apresentados na Figura 7. 
 
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19 1111
 
 (A) (B) 
Figura 7. Acondicionamento de resíduos: (A) Acondicionamento interno; (B) Acondicionamento externo 
 
 
 
Figura 8. Recipientes usados para acondicionar resíduo. 
 
Os limites máximos aceitáveis de peso e de volume do lixo a ser coletado regularmente são 
estabelecidos por normas da prefeitura que devem refletir as peculiaridades locais. A população 
deve ser orientada e educada, pois sua colaboração é fundamental para a boa execução das 
atividades. 
Um mau acondicionamento retarda e encarece os serviços de limpeza urbana do município. 
Recipientes inadequados ou improvisados, pouco resistentes, mal fechados ou muito pesados e 
com materiais sem a devida proteção, aumentam o risco de acidentes de trabalho. 
Os materiais agressivos ou perigosos devem ser acondicionados em separado do restante do 
lixo, para uma correta disposição. Os líquidos devem ser retirados. Vidros quebrados e 
superfícies cortantes devem ser embrulhados em jornal. 
Os grandes geradores ou geradores de resíduos especiais (entulhos de construção, industriais, 
radioativos etc.), devem providenciar o acondicionamento do resíduo que geram. 
Fo
n
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BR
A
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L 
 (
2
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0
4
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20 2222
Coleta Coleta Coleta Coleta 
A coleta visa à remoção de resíduos sólidos colocados à disposição do Poder Público, os quais 
devem ser encaminhados ao tratamento e/ou a destinação final. 
Há diferentes tipos de coletas de RSU segundo a NBR 12980/1993 (ABNT, 1993). 
• ColetaColetaColetaColeta domiciliar domiciliar domiciliar domiciliar:::: coleta dos resíduos domésticos e comerciais que tenham 
características semelhantes ao doméstico 
• Coleta deColeta deColeta deColeta de resíduos de feiras, praias ou calçadões resíduos de feiras, praias ou calçadões resíduos de feiras, praias ou calçadões resíduos de feiras, praias ou calçadões:::: coleta dos resíduos oriundos da 
limpeza e varrição de feiras, praias e calçadões. 
• Coletas EspeciaisColetas EspeciaisColetas EspeciaisColetas Especiais: : : : qualquer remoção de resíduos que, em função de suas características 
especiais, não são retirados pela coleta de lixo domiciliar. Em geral, são resíduos 
volumosos, restos de folhagem e podações, veículos abandonados, animais mortos, ou 
resíduos cuja coleta exija equipamentos especiais e/ou estejam definidos na legislação 
do município. Quando a geração de resíduos excede o volume máximo estabelecido 
pela legislação municipal cabe ao gerador providenciar a sua coleta, por exemplo, 
grandes volumes de resíduos de construção civil. 
• Coleta de resíduos de serviços de saúdeColeta de resíduos de serviços de saúdeColeta de resíduos de serviços de saúdeColeta de resíduos de serviços de saúde: : : : é realizada à parte por apresentar riscos à 
saúde superiores à coleta domiciliar. Essa coleta é executada por veículos exclusivos, de 
forma a não ocorrerem problemas de espalhamento de resíduos, o derramamento de 
líquidos em vias públicas ou problemas de contato manual. 
• Coleta Seletiva: Coleta Seletiva: Coleta Seletiva: Coleta Seletiva: é aquela onde a população separa e acondiciona os materiais segundo 
as suas características (papel, plástico, metal, alumínio, vidros), para posterior coleta 
pelo Poder Público. Sugere-se estabelecer uma coleta seletiva de todos os materiais 
recicláveis acondicionados juntos, para posterior triagem, reduzindo o custo da coleta 
que pode ter freqüência de uma vez por semana. 
 
 
 
Para sua implantação é necessário que a limpeza pública da cidade esteja bem equacionada, 
principalmente o sistema de tratamento e destinação final. O município não deve possuir vias 
públicas sem coleta normal, sua população deve ser educada quanto ao acondicionamento dos 
resíduos sólidos e os horários de coleta e não podem existir pontos de acúmulo ou descarga 
indiscriminada de resíduos. 
Programas de educação ambiental e de incentivo à ação cidadã devem ser desenvolvidos 
visando à adesão da população. Vale ressaltar que não se deve analisar o custo-benefício 
como único indicador da viabilidade da coleta seletiva, pois mesmo com o aumento dos custos 
devido à utilização de veículos especiais e a criação de rotas e freqüência de coleta 
alternativas, é necessário considerar os benefícios sociais e ambientais decorrentes da 
reciclagem. 
 
 
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21 2222
A Coleta Seletiva pode ser feita de diferentes maneiras: porta-a-porta, Pontos de Entrega 
Voluntária (PEV´s) ou Locais de Entrega Voluntária (LEV´s), unidades ou centrais de triagem e 
por catadores. 
 
 
PortaPortaPortaPorta----aaaa----porta:porta:porta:porta: os resíduos são separados no 
local degeração para serem recolhidos pela 
prefeitura. 
 
 
 
Figura 9 – Coleta de materiais recicláveis porta-a-porta 
 
PEV´s (Pontos de Entrega Voluntária) ou LPEV´s (Pontos de Entrega Voluntária) ou LPEV´s (Pontos de Entrega Voluntária) ou LPEV´s (Pontos de Entrega Voluntária) ou LEV´s (Locais de Entrega Voluntária):EV´s (Locais de Entrega Voluntária):EV´s (Locais de Entrega Voluntária):EV´s (Locais de Entrega Voluntária): Distribuição em 
pontos diversos de grupos de acondicionadores diferenciados por cores e/ou símbolos onde as 
pessoas depositam os matérias recicláveis. 
 
 
Unidades ou Centrais de Triagem: Unidades ou Centrais de Triagem: Unidades ou Centrais de Triagem: Unidades ou Centrais de Triagem: É a unidade onde é 
realizada a triagem dos resíduos domiciliares e 
comerciais, que passarão por um processo de 
separação, prensagem e armazenamento. 
 
 
Figura 10 - Processo de separação dos materiais recicláveis. 
 
Por catadores:Por catadores:Por catadores:Por catadores: Os catadores recolhem materiais recicláveis, quando permitido, em locais de 
armazenamento temporário ou de destinação final dos resíduos. Esta alternativa é uma das 
responsáveis pelo sucesso da reciclagem no Brasil, no entanto recomenda-se que estes 
catadores sejam inseridos ao sistema de limpeza urbana do município, por meio de associações 
ou cooperativas, permitindo a capacitação e melhores condições de trabalho. 
Já apresentamos os tipos de coletas existentes, agora vamos aprender a importância de existir 
um PLANO DE COLETA para a movimentação dos RSU em condições de segurança e sem 
oferecer riscos à saúde da população e a integridade dos funcionários. No Quadro 6 apresenta-
se os itens que devem constar neste PLANO. 
 
 
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Guia do Profissional em Treinamento - ReCESA 
 
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 Quadro 6 – Itens que devem ser considerados na elaboração de um Plano de Coleta 
Setores e abrSetores e abrSetores e abrSetores e abragência agência agência agência 
de coletade coletade coletade coleta 
Determinados com base na estimativa de quantidade de resíduos 
gerada pela população em cada setor 
Rotas Rotas Rotas Rotas 
 
De cada setor em função da distância até a sua área de destinação 
final, bem como da velocidade dos veículos coletores 
VelocidadeVelocidadeVelocidadeVelocidade Condicionada a obstáculos, tais como: topografia da área, intensidade 
do trânsito de veículos e pedestres, existência de locais de difícil 
acesso, etc. 
Detalhamento Detalhamento Detalhamento Detalhamento 
gráficográficográficográfico 
Indicando no mapa pontos bases para cada setor de coleta, de forma a 
evitar deslocamentos improdutivos do caminhão. 
Roteiro descritivoRoteiro descritivoRoteiro descritivoRoteiro descritivo Com a visualização do roteiro de coleta traçado, de forma que permita 
estimar o tempo produtivo e previsão de horários aproximados de 
atendimento em cada trecho do setor de coleta. Esse dado é de 
fundamental importância para que os moradores disponham os 
resíduos para a coleta no horário adequado. 
Veículos coletoresVeículos coletoresVeículos coletoresVeículos coletores Utilizados em função em das características de cada setor, dificuldade 
de acesso, quantidade de resíduos, etc. 
Quantidade de garisQuantidade de garisQuantidade de garisQuantidade de garis Calculada em função das necessidades de cada região, das 
características dos equipamentos a serem empregados, da geração de 
RSU. 
Freqüência e horárioFreqüência e horárioFreqüência e horárioFreqüência e horário Determinados em função de alguns parâmetros, tais como: 
equipamentos, pessoal e combustível. 
 
 
 
 
 
 
TranspTranspTranspTransporteorteorteorte 
O transporte é a transferência dos resíduos do local de origem para o tratamento e/ou destino 
final. Para isso, devem ser utilizados veículos coletores que atendam as especificações 
inerentes a cada tipo de resíduo. Para escolha do tipo de veículo coletor devem ser levados em 
consideração o tipo e a quantidade de lixo, os custos de equipamentos, as condições locais 
como a mão de obra, as características das vias públicas (largura, declividade e pavimentação), 
as densidades populacionais e de tráfegos e custeios operacionais de manutenção. 
A análise da realidade local poderá indicar alternativas mais baratas, como, por exemplo, a 
carroça de tração animal, micro-coletores ou reboques puxados por pequenos tratores (Quadro 
7). 
Pode variar em função da localidade e volume de coleta, podendo ser no horário diurno ou 
noturno com freqüência diária ou alternada. A freqüência deve ser definida e rigorosamente 
obedecida visando evitar acúmulo de lixo e, conseqüentemente, transtornos à população e a 
não credibilidade no serviço e nos horários de passagem do veículo coletor. 
O estabelecimento de coleta diurna e alternada nas áreas de menor produção de lixo 
(geralmente zonas residenciais e zonas mistas – comercial e domiciliar), e de coleta noturna 
e diária nas zonas de maior geração de resíduos (zonas comerciais e centrais) proporcionará 
a racionalização dos serviços, com melhor aproveitamento de equipamentos e da mão-de-
obra, bem como menor custo de operação. 
 
Guia do Profissional em Treinamento - ReCESA 
 
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Quadro 7 – Vantagens e desvantagens dos veículos coletores 
TIPOTIPOTIPOTIPO VANTAGENSVANTAGENSVANTAGENSVANTAGENS DESVANTAGENSDESVANTAGENSDESVANTAGENSDESVANTAGENS EXEMPLOEXEMPLOEXEMPLOEXEMPLO 
Lutocar¹Lutocar¹Lutocar¹Lutocar¹ 
� Coleta imediata dos resíduos de varrição. 
� Trafega em locais de vias estreitas. 
� Fácil limpeza e manutenção. 
• Transporta pequenas 
quantidades de resíduos. 
• Necessita de ponto de apoio 
para seu esvaziamento 
 
Tração animal²Tração animal²Tração animal²Tração animal² 
� Apropriado para a zona rural (pequenos povoados); 
� Não consome combustível. 
� Baixo custo 
• Transporta pequenas 
quantidades de resíduos. 
• Custeio da alimentação e 
tratamento do animal. 
 
Caminhão Caminhão Caminhão Caminhão 
basculante ³basculante ³basculante ³basculante ³ 
� Possibilidade de utilização em outros serviços do município. 
• O lixo pode se espalhar pela rua 
devido à ação do vento. 
• A altura da carroceria exige dos 
garis grande esforço na 
manipulação do lixo. 
 
Compactador Compactador Compactador Compactador 4444 
� Capacidade de transportar muito lixo. 
� Baixa altura de carregamento, facilitando o serviço dos coletores que 
apresentam maior produtividade. 
� Rapidez na operação de descarga do material, já que são providos de 
mecanismos de ejeção. 
� Elimina inconvenientes sanitários decorrentes da presença de 
trabalhador arrumando o lixo na carroceria ou do espalhamento do 
material na via pública. 
• Preço elevado do equipamento. 
• Manutenção mais complicada.e 
cara para municípios pequenos 
• Relação custo x beneficio 
desfavorável em áreas de baixa 
densidade populacional. 
 
Fonte: Adaptação de BRASIL (2004). Imagens: 1 www.seton.com.br (Acesso abril de 2008) 2 www.sanepar.com.br (Acesso outubro de 2007) 3 www.itapagipe.mg.gov.br (Acesso janeiro 
de 2008) 4 www.sobral.ce.gov.br (Acesso janeiro de 2008)
 
24 
Limpeza de Logradouros PúblicosLimpeza de Logradouros PúblicosLimpeza de Logradouros PúblicosLimpeza de Logradouros Públicos 
Varrição de vias públicas 
O objetivo da varrição é manter a cidade limpa, 
evitar riscos à saúde pública e prevenir 
enchentese assoreamento de recursos hídricos. 
Devido ao caráter permanente desse serviço, 
recomenda-se a implantação de áreas de 
apoios (micro ponto de varrição) para os garis. 
 
A freqüência de uma varrição é função direta do 
tipo de ocupação do solo, vias de acesso e 
áreas de eventos sendo maior em áreas de 
grande fluxo de pedestres e menor em áreas 
residenciais. 
A varrição das vias, calçadas, sarjetas, escadarias, túneis e outros logradouros públicos, 
em geral pavimentados, pode ser manual ou mecânica (Figura 11 e 12). A prioridade da 
varrição deve ser dada às sarjetas e processadas a limpeza de passeios quando sujos 
(LIMA, 2001). 
A varrição envolve despesas significativas e 
deve ser executada por um plano de 
varrição, estabelecendo: 
• setores da cidade e suas respectivas 
freqüências de varrição; 
• roteiro e número necessário de 
servidores e equipamentos; 
• produtividade esperada por varredor 
(km varridos/jornada). 
Embora o parâmetro “produtividade” seja determinante nesse processo, outros critérios e 
aspectos são igualmente importantes e precisam ser considerados. A equipe de varrição 
deve ser composta por um número par de "carrinheiros" e varredores a fim de se cumprir 
a execução do percurso conforme planejado e garantir a segurança dos trabalhadores. 
Essa metodologia de planejamento propõe que a turma de varrição se subdivida em duas 
equipes, que percorrem simultaneamente, os lados direito e esquerdo das vias públicas, 
evitando desta forma manobras perigosas para a segurança dos garis. Além disto, ao 
"carrinheiro" cabe apenas a função de recolher e acondicionar os resíduos em sacos 
plásticos que devem ser dispostos em pontos de confinamento para posterior remoção da 
via pública e o esvaziamento dos cestos coletores de resíduos leves (NOGUEIRA e 
MESQUITA, 2001). 
Figura 11 - Varrição manual. 
 
Figura 12. Varrição mecânica. 
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Capinação e roçagem 
Capinação e roçagem são serviços distintos: a 
capinação consiste na retirada de terra, corte e 
retirada total da cobertura vegetal que cresce de 
forma indesejada; a roçagem refere-se a cortar rente 
ao chão a vegetação rasteira, na qual se mantém uma 
cobertura vegetal mínima sobre o solo, Figura 13. 
 
 
 
A capinação é realizada, geralmente, em áreas não edificadas e em ruas não 
pavimentadas, com o objetivo de evitar que o mato, o capim e as ervas daninhas 
prejudiquem o trânsito de pessoas, a segurança pessoal, a estética e a limpeza dos 
logradouros públicos e das áreas residenciais. Evitando também, a transformação dessas 
áreas em depósitos de detritos, em esconderijos de pessoas suspeitas e em focos de 
desenvolvimento de mosquitos e roedores. 
A periodicidade dos serviços de capina varia de 30 a 120 dias, dependendo da época do 
ano (período de estiagem ou de chuvas) e do movimento do uso do logradouro a ser 
capinado. 
No que diz respeito ao tipo de capinação, ela pode ser manual, mecânica ou química 
(Figuras 14). 
 
 
 (A) (B) (C) 
Figura 14. Tipos de capinação: (A) manual ; (B) Mecânica; e (C) Química. 
 
Segundo Lima (2001), a capinação química apresenta o custo/beneficio acentuadamente 
mais econômico, quando comparada às formas manuais e mecânicas, porém, apesar do 
grande número de dados comprovando eficácia do método, existe resistência das 
autoridades em aprovar esses serviços, em função dos riscos de contaminação. 
Figura 13 - Serviço de roçagem - Jardim 
Botânico, Curitiba, PR. 
 
 
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Figura 15. Limpeza mecânica de praias. 
Pintura de meio-fio 
A pintura de meio-fio tem um caráter especial para a limpeza urbana, devendo ser 
executada após a capinação, raspagem de terra, varrição e lavagem das vias, quando 
necessário. 
Este serviço não é apenas um efeito visual, além do aspecto de limpeza e organização, ela 
serve de orientação para o tráfego e ajuda na segurança do trânsito. A aplicação da 
pintura pode ser em linha contínua e linha interrompida. Em geral, essa pintura é feita 
com tinta a base de cal. Considerados agentes formadores de filme, os óleos facilitam a 
aplicação da tinta, pois melhoram o deslizamento do pincel, na tinta utilizada deve-se dar 
preferência para a adição de óleos de linhaça, pois estes são secativos. 
Limpeza de feiras livres e mercados 
Este serviço deve ser realizado por garis, munidos de vassourões, pás e carrinhos de mão, 
imediatamente após o encerramento do expediente da feira ou mercado. As áreas onde 
foram comercializados peixes, carnes e frutas devem ser lavadas, desinfetadas ou 
desodoradas. Para facilitar o acondicionamento de grandes volumes podem ser utilizados 
contêineres. 
Os resíduos de feiras livres e mercados são orgânicos em quase toda a sua totalidade, 
sendo favorável encaminhá-los para o processo de compostagem. 
Limpeza de Praias 
A limpeza de praias consiste no recolhimento de papéis, embalagens e detritos volumosos 
e pode ser realizada de forma manual ou mecânica. 
O método manual, utilizando-se ancinhos, 
pás, etc., permite uma operação rápida e com 
elevada produtividade. É o mais recomendado. 
No método mecânico são utilizadas máquinas 
resistentes à corrosão, maresia e abrasão da 
areia (Figura 15). Considerando o custo de 
aquisição e manutenção desses equipamentos, 
seu emprego geralmente não se justifica. 
A freqüência e o número de equipes nas praias dependem do movimento nas mesmas. 
O Poder Público deve disponibilizar cestos e contêineres ao longo da praia de 
forma que facilite aos banhistas e demais freqüentadores o depósito adequado de 
resíduos leves. Estes acondicionadores servem como instrumento operacional, de 
apoio, e de educação da população. 
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Tratamento dos RSUTratamento dos RSUTratamento dos RSUTratamento dos RSU 
 
 
 
 
 
 
 
Entre as formas de tratamento dos resíduos sólidos urbanos podemos citar 
Compostagem, Reciclagem e a Incineração como os mais usuais sendo que esta última 
por possuir alto custo ainda é pouco difundida no Brasil. 
CompostagemCompostagemCompostagemCompostagem 
 
A compostagem é um processo biológico e controlado de tratamento e estabilização de 
resíduos orgânicos para a produção de condicionantes do solo (composto). O processo de 
compostagem é desenvolvido por uma população diversificada de microrganismos e 
envolve duas fases distintas: a primeira, quando acontecem as reações bioquímicas de 
oxidação mais intensas, predominantementetermofílicas; a segunda, ou fase de 
maturação, quando ocorre o processo de humificação dos materiais orgânicos 
compostados, predominando nesta fase reações mesofílicas (PEREIRA NETO, 1996). A 
Figura 16 ilustra as alterações na temperatura durante o processo de compostagem. 
 
Figura 16. Evolução da cura do composto. 
 
 
A compostagem é, por definição, , , , o processo que visa à estabilização de materiais 
orgânicos por via aeróbia. Vários são os métodos para a execução do processo de 
compostagem, entre eles destaca-se: compostagem artesanal; compostagem com 
reviramento mecânico; compostagem em pilhas estáticas com aeração forçada; 
compostagem em recintos fechados com aeração forçada. 
Segundo o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (IBAM, 2001), 
tratamento de resíduos sólidos urbanos é definido: 
“...como uma série de procedimentos destinados a reduzir a quantidade 
ou o potencial poluidor dos resíduos sólidos, seja impedindo descarte 
de lixo em ambiente ou local inadequado, seja transformando-o em 
material inerte ou biologicamente estável”.(IBAM, 2001; pág 119) 
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Figura 17 - Leira de compostagem, Parque Sócioambiental de Canabrava – Salvador, Ba 
 
 
 
 
 
 
 
 
ReciclagemReciclagemReciclagemReciclagem 
 
Reciclagem é a transformação de resíduos, tais como papéis, plásticos, vidros e metais, 
por meio do seu retorno à indústria para serem beneficiados e novamente transformados 
em produtos comercializáveis no mercado de consumo. Um exemplo é a reciclagem de 
vidro, Figura 18. A reciclagem propicia vantagens como preservação de recursos naturais; 
geração de emprego e renda; e conscientização da população para as questões 
ambientais. Porém o custo do beneficiamento da maioria dos recicláveis ainda é 
considerado elevado em relação ao custo de matéria-prima virgem. 
 
Figura - 18. Exemplo da trajetória da reciclagem de vidro. 
Quais resíduos podem ser encaminhados para a compostagem? 
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IncineraçãoIncineraçãoIncineraçãoIncineração 
 
A incineração é um processo de oxidação com temperaturas acima de 1000ºC no qual 
acontece a transformação de materiais e a destruição de microrganismos. Esse processo 
apresenta uma redução significativa do volume e do peso inicial, em torno de 95% e 85%, 
respectivamente. As escórias e as cinzas geradas são totalmente inertes (BRASIL, 2004). 
As vantagens da incineração são: redução drástica do volume a ser descartado; redução 
do impacto ambiental, quando bem operado; destoxificação; e recuperação de energia. 
Por outro lado, a incineração apresenta as seguintes limitações: custo elevado; exige 
mão-de-obra qualificada e manutenção intensa; e emissão de componentes da classe das 
dioxinas e furanos, que são potencialmente cancerígenos. 
 
Importância da Catação informal na Reciclagem 
 
Há anos, a reciclagem é sustentada no Brasil, assim como em outros países em 
desenvolvimento, através da catação informal de papéis e outros materiais achados nas 
ruas e nos lixões. Em cada Região Metropolitana, estima-se a existência de milhares de 
homens e mulheres que sobrevivem como catadores de rua. Nos municípios menores, 
também é comum a presença pessoas 
trabalhando na catação (IPT/CEMPRE, 2000). 
Segundo Roberto Rocha1, em entrevista 
concedida em 2005 à repórter Alana Gandra da 
Agência Brasil, os catadores podem ser 
agrupados em quatro níveis: cooperativas de 
catadores; associações de catadores; catadores 
de rua ou em formação; e catadores de lixões a 
céu aberto. 
Embora de grande importância o benefício que os catadores trazem para a limpeza 
urbana passa despercebido. Eles coletam recicláveis antes que o caminhão da prefeitura 
passe, reduzindo o volume de resíduos coletados e os gastos com a limpeza pública. O 
material encaminhado às indústrias gera empregos e reduz a utilização de recursos 
naturais (IPT/CEMPRE, 2000). 
A renda de catadores varia em função da composição do lixo e do número de catadores, 
mas em muitos locais é maior que o salário mínimo. Nos lixões, embora as condições de 
trabalho sejam extremamente insalubres, de acordo com o IPT/CEMPRE, 2000, muitos 
catadores recusam oportunidades de empregos em cidades pela liberdade de horário e de 
comportamento trabalhando nos lixões. 
 
1
 Representante da comissão nacional de articulação do movimento nacional dos catadores de materiais 
recicláveis 
Figura 19 - Manifestação pública 
de catadores, Recife - PE Fo
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30 
A administração pública, em conjunto com entidades de assistência às populações 
carentes, pode incentivar a formação de associações de catadores e cooperativas 
formalizando uma atividade, auxiliando com a dotação de uma infra-estrutura mínima, e 
ajudando a resgatar a cidadania desse segmento excluído. Estas parcerias podem ocorrer 
com a participação do poder publico no planejamento do trabalho, na capacitação desses 
profissionais, na valorização dos mesmos perante a sociedade (LIMA, 2001). 
Neste sentido, a integração desses trabalhadores no Serviço de Limpeza Urbana 
Municipal, pode trazer benefícios em diversos setores do município. Para tanto devem ser 
articuladas ações com diversas secretarias que possam contribuir: educação, habitação, 
saúde, meio ambiente, abastecimento, trabalho, desenvolvimento social. Deverão ser 
envolvidos empresários do ramo de reciclagem, lideranças comunitárias, escolares e a 
população (LIMA, 2001). 
De acordo com o estudo feito em 2005 pelo Movimento Nacional dos Catadores de 
Materiais Recicláveis, em conjunto com o departamento de Economia da Universidade 
Federal da Bahia, o custo para a implementação de uma cooperativa de catadores é um 
dos mais baixos do mercado brasileiro. 
 Qual a situação dos catadores em seu município? O que pode ser feito para eles cada vez 
mais o sistema formal de resíduos sólidos? 
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Destinação final dos RSUDestinação final dos RSUDestinação final dos RSUDestinação final dos RSU 
 
Vamos iniciar este item questionando o seu conhecimento sobre a destinação de resíduos 
sólidos urbanos no seu Município.

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