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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ DIREITO DO CONSUMIDOR PROF.: ANA LECTÍCIA AULA 9 TEMA: A proteção contratual do consumidor III. Fase pós-contratual. Cláusulas abusivas (art. 51). Conceito. Rol exemplificativo. Causas de revisão contratual. A cláusula geral de não-indenizar (Art. 51, I). Equilíbrio contratual. A cláusula geral do art. 51, inciso IV - Boa-fé objetiva. Nulidade da cláusula contratual. Portarias da Secretaria de Direito econômico, do Ministério da Justiça: eficácia jurídica. Conceito. Cláusula abusiva, opressiva, vexatória, onerosa ou excessiva, é aquela que é notoriamente desfavorável à parte mais fraca na relação contratual , qual seja, o consumidor vulnerável (art.4o , I, CDC). Tais cláusulas rompem o equilíbrio contratual, podendo se verificar em três espécies, a saber: aquelas que criam vantagens desproporcionais; as que limitam direito do consumidor e as que surpreendem o consumidor. Normalmente se inserem nos contratos de adesão (art. 54, CDC), mas podem ocorrer em todo e qualquer contrato de consumo, escrito ou verbal (exs. contratos bancários, de crédito, planos de saúde, compra e venda de produtos e serviços, dentre outros). O art. 51 do CDC traz um elenco exemplificativo (numerus apertus) da cláusulas abusivas, as quais são consideradas pela lei nulas de pleno direito, ainda que o consumidor tenha concordado com o seu conteúdo. Cuida-se de nulidade absoluta, cuja declaração pode se dar a requerimento da parte ou do Ministério Público e, ainda, ex officio pelo magistrado. Significa, ainda, que este rol é passível de ampliação pelo magistrado, comportando outras hipóteses não descritas expressamente neste artigo, desde que violadoras de algum dos princípios cardeais do CDC, ou mesmo que rompam o equilíbrio contratual. A cláusula geral de não-indenizar é tida pelo CDC como nula, uma vez que coloca o consumidor em situação de desvantagem exagerada, além de ferir o princípio da ampla reparação de danos, previsto no art.6º, VI como direito básico do consumidor. Além disso, importa salientar que, em razão da adoção da boa-fé objetiva pela lei consumerista, não se perquire se o fornecedor tinha conhecimento da abusividade para que esta seja declarada pelo juiz. Por outro lado, importa salientar que de acordo com o parágrafo segundo do artigo em tela, adota-se o princípio da conservação dos contratos, segundo o qual a nulidade de uma cláusula abusiva não contamina todo o contrato. Registre-se, ainda que, a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça emite, regularmente, Portarias contendo novo elenco contendo cláusulas que se entende por abusivas e, portanto, nulas. (Exs. Portarias n. 3/1999; 4/1998; 3/2001; 5/2002; 7/2003). Imperioso ressaltar que cabe ação civil pública para controle das cláusulas abusivas, proposta pelo Parquet, cuja declaração gerará efeitos erga omnes. Por fim, mister destacar que a proteção contratual dos consumidores contra as cláusulas abusivas é direito básico do consumidor, nos termos do art.6o, IV, da Lei 8.078/90.
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