Buscar

O que é OSCIP

Prévia do material em texto

O que é OSCIP
	
	
	
	Organização da Sociedade Civil de Interesse Público ou OSCIP é um título fornecido pelo Ministério da Justiça do Brasil, cuja finalidade é facilitar o aparecimento de parcerias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos (federal, estadual e municipal) e permite que doações realizadas por empresas possam ser descontadas no imposto de renda. OSCIPs são ONGs criadas por iniciativa privada, que obtêm um certificado emitido pelo poder público federal ao comprovar o cumprimento de certos requisitos, especialmente aqueles derivados de normas de transparência administrativas. Em contrapartida, podem celebrar com o poder público os chamados termos de parceria, que são uma alternativa interessante aos convênios para ter maior agilidade e razoabilidade em prestar contas.
 
Uma ONG (Organização Não-Governamental), essencialmente é uma OSCIP, no sentido representativo da sociedade, mas OSCIP trata de uma qualificação dada pelo Ministério da Justiça no Brasil.
 
A lei que regula as OSCIPs é a nº 9.790, de 23 março de 1999. Esta lei traz a possibilidade das pessoas jurídicas (grupos de pessoas ou profissionais) de direito privado sem fins lucrativos serem qualificadas, pelo Poder Público, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIPs e poderem com ele relacionar-se por meio de parceria, desde que os seus objetivos sociais e as normas estatutárias atendam os requisitos da lei.
 
Um grupo recebe a qualificação de OSCIP depois que o estatuto da instituição que se pretende formar tenha sido analisado e aprovado pelo Ministério da Justiça. Para tanto é necessário que o estatuto atenda a certos pré-requisitos que estão descritos nos artigos 1º, 2º, 3º e 4º da Lei nº 9.790/1999.
Pode-se dizer que as OSCIPs são o reconhecimento oficial e legal mais próximo do que modernamente se entende por ONG, especialmente porque são marcadas por uma extrema transparência administrativa. Contudo ser uma OSCIP é uma opção institucional, não uma obrigação.
 
Em geral, o poder público sente-se muito à vontade para se relacionar com esse tipo de instituição, porque divide com a sociedade civil o encargo de fiscalizar o fluxo de recursos públicos em parcerias. A OSCIP é uma organização da sociedade civil que, em parceria com o poder público, utilizará também recursos públicos para suas finalidades, dividindo dessa forma o encargo administrativo e de prestação de contas.
 
 
Fonte: Wikipedia
 
ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO – OSCIP INTRODUÇÃO As ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO – OSCIPs foram criadas pela Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999, regulamentadas pelo Decreto nº 3.100, de 30 de julho de 1999. Esse novo marco legal surgiu como fruto de estudos da Comunidade Solidária2, iniciativa na qual foram desenhados e implantados programas inovadores de desenvolvimento social baseados na parceria Estado-Sociedade. Na época dos estudos e promulgação da legislação, o Conselho da Comunidade Solidária promoveu rodadas de interlocução política entre governo e sociedade para uma estratégia de desenvolvimento social, visando o empoderamento do Terceiro Setor e da sociedade. A legislação de OSCIP ampliou a gama de finalidades das entidades reconhecidas pelo Poder Público como de interesse social, a fim de 2 - Criada em 1995, a Comunidade Solidária significa um novo modelo de atuação social baseado no princípio da parceria. Somando esforços dentro de um espírito de solidariedade, governo e sociedade são capazes de gerar os recursos humanos, técnicos e financeiros necessários para combater com eficiência a pobreza e a exclusão social. facilitar a colaboração entre entidades sociais e impulsionar o desenvolvimento; e instituiu um novo instrumento jurídico: o Termo de Parceria. Ato administrativo vinculado, com atribuição de qualificação, fiscalização e declaração de perda pelo DEJUS, a qualificação como OSCIP é conferida às entidades sem fins lucrativos que preencham os requisitos da Lei no 9.790/99 e do decreto regulamentador. INFORMAÇÕES ACERCA DOS DISPOSITIVOS DA LEGISLAÇÃO DAS OSCIPS Finalidades das OSCIPs Segundo a Lei nº 9.790/99, a entidade deve apresentar no Estatuto pelo menos uma das finalidades previstas no Art. 3º. São as finalidades: I. promoção da assistência social; II. promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III. promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; IV. promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; V. promoção da segurança alimentar e nutricional; VI. defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII. promoção do voluntariado; VIII. promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; IX. experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; X. promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; XI. promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; XII. estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo. Promoção de saúde e educação Para as finalidades de educação e saúde é obrigatória a menção estatutária de que os 20 21 serviços prestados nestas áreas o serão de forma gratuita. O Art. 6º, II, do Decreto nº 3.100/99, expõe que os serviços de educação e saúde prestados por OSCIPs o devem ser mediante financiamento com seus próprios recursos. Já o parágrafo 1º do Art. 6º do Decreto nº 3.100/99 dispõe que não se consideram recursos próprios aqueles gerados pela cobrança de serviços de qualquer pessoa física ou jurídica, ou obtidos em virtude de repasse ou arrecadação compulsória. O par. 2º do Art. 6º dispõe que não pode ser considerado como promoção gratuita do serviço o condicionamento da prestação de serviço ao recebimento de doação, contrapartida ou equivalente. Servidores públicos podem ser diretores de OSCIPs? Nos termos do Art. 4o, par. único da Lei nº 9.790/99, servidores públicos não podem participar da diretoria de OSCIPs. Entende-se por servidores públicos aqueles que exercem cargo, função ou emprego público. Independentemente da nomenclatura adotada para os dirigentes da entidade, entre Conselhos e Diretoria faz-se necessário distinguir com clareza qual é o órgão que detém de fato as funções de representação da entidade, quais sejam funções de administração, gestão, e que representa a entidade, judicial e extrajudicialmente; daquele órgão que possui apenas funções consultivas de caráter eventual. Entende-se por Conselho Fiscal órgão da entidade dotado de competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade. Apenas deste último tipo de Conselho podem participar os servidores públicos, e, ainda assim, sem qualquer tipo de remuneração. A fim de atender à Lei, exige-se para qualificação apresentação de cláusula estatutária; ou declaração de próprio punho dos atuais diretores, sob as penas do Art. 299 do Código Penal3, de que não exercem cargo, emprego ou função pública. Vale esclarecer ainda que não se trata de limitar a liberdade de organização garantida constitucionalmente, pois, a norma contida na Lei nº 9.790/99 se destina a restringir a participação de servidor público tão somente na direção de entidade qualificada como OSCIP de forma a evitar situações de favorecimento ou simplesmente suspeitas de favorecimento em prejuízo da moralidade pública. Há duas hipóteses em que servidor público pode assumir cargo diretivo de OSCIP: no caso de servidoraposentado ou de servidor licenciado. Nas duas situações, a aposentadoria ou a licença devem ter sido anteriores ao início do exercício do cargo diretivo, e esta informação 3 - Crime de Falsidade Ideológica. deve constar na documentação encaminhada no requerimento de qualificação. Os entendimentos acerca da participação dos servidores públicos baseiamse nas interpretações da Consultoria Jurídica do Ministério da Justiça, contidas nos pareceres nº 45/2010, 32/2012 e 318/2012, que podem ser acessados no sítio eletrônico do Ministério da Justiça, no conteúdo de Legislação de OSCIP. Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica – DIPJ Questão que enseja muitas dúvidas é a exigência da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica – DIPJ, do Art. 5º da Lei nº 9.790/99. São aceitos tanto o DIPJ, quanto Declaração assinada pelo presidente da entidade, alegando sob as penas da Lei, que a entidade é isenta de imposto de renda. Documentação Contábil Os Documentos Contábeis exigidos pela Lei de OSCIP: o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado de Exercício devem obedecer aos preceitos das Normas Brasileiras de Contabilidade NBC 10.4 para Fundações e NTCT 10.19 para associações. Não é aceito Balanço Patrimonial zerado, tampouco Declaração de Inatividade, de acordo com o Parecer CT/CFC nº 44/03, ratificado pelo Parecer CT/CFC nº 45/03. Os documentos devem estar assinados por contador, com indicação do número do CRC. Necessidade de autenticação dos documentos apresentados para qualificação como OSCIP Todos os documentos que instruem o pedido de qualificação como OSCIP devem ser originais ou cópias autenticadas, e assinados pelo responsável legal da entidade, quando a Lei assim o requer. Os documentos originais juntados no processo são arquivados pelo DEJUS. O estatuto da entidade deve estar registrado em cartório competente, bem como assinado por advogado e de acordo com as normas cogentes, como o Código Civil de 2.002, Lei nº 10.416/02. Alteração da finalidade ou regime de funcionamento da organização O Art. 5º do Decreto nº 3.100/99, determina às entidades a comunicação de qualquer alteração da finalidade ou regime de funcionamento da organização, que implique mudança das condições que instruíram sua qualificação ao MJ, sob pena de cancelamento da qualificação. Tal comunicação implica no envio ao DEJUS de cópia do documento alterado, qual seja o estatuto registrado e/ou ata de eleição, devidamente autenticados. A mudança de endereço da entidade também deve ser prontamente comunicada 22 23 ao DEJUS, por meio de Ofício assinado pelo representante legal da entidade, preferencialmente acompanhado do cartão do CNPJ atualizado. O representante legal deve provar sua condição por meio do envio de ata de eleição da diretoria da entidade, devidamente autenticada. Prestação de contas anual No caso das OSCIPs, a prestação de contas não é obrigatória. Dessa forma, a entidade permanecesse com o título de OSCIP mesmo sem apresentar os relatórios de atividades anuais. No entanto, segundo a Portaria nº 252, de 27 de dezembro de 2012, a certidão de regularidade só é obtida feita após a aprovação dos relatórios. A certidão é documento obrigatório para o recebimento de recursos públicos federais. O processo de manutenção do título é feito por meio do CNES/MJ e por programa específico. Consulte o capítulo específico sobre o tema no Capítulo “Manutenção dos Títulos”. Termos de Parceria A incumbência do DEJUS é meramente de declarar presente os pressupostos para o reconhecimento da entidade como qualificada. De posse da qualificação, cabe às entidades buscarem as parcerias, o que pode ser feito, por exemplo, com a procura pela entidade de edital de concursos de projetos pelo órgão estatal parceiro para obtenção de bens e serviços e para a realização de atividades, eventos, consultorias, cooperação técnica e assessoria, conforme os dispositivos do Art. 23 do Decreto nº 3.100/99. O Art. 11 da Lei nº 9.790/99 expõe que a execução do objeto do Termo de Parceria será acompanhada e fiscalizada por órgão do Poder Público da área de atuação correspondente à atividade fomentada, e pelos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, em cada nível de governo. O par. 1º do Art. 11 dispõe que os resultados atingidos com a execução do Termo de Parceria devem ser analisados por comissão de avaliação. Os Arts. 8º a 31 do Decreto nº 3.100/99; e Arts. 9º a 15 da Lei nº 9.790/99 dispõem especificamente sobre o Termo de Parceria. Textos integrais da Legislação encontram-se ao final deste Manual. O controle externo dos recursos repassados pelo órgão público parceiro às OSCIPs é feito pelos Tribunais de Contas; Controladoria-Geral da União e Ministério Público, no âmbito de suas competências e atribuições. Às OSCIPs cumpre a observância dos princípios da administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e eficiência, consoante expressa o Art. 4º, inciso I da Lei nº 9.790/99, dentre outros dispositivos que visam resguardar os direitos e deveres das entidades do terceiro setor passíveis de receberem recursos públicos. Dos benefícios advindos da qualificação, enumera-se: – possibilidade de receber doações de empresas, dedutíveis do Imposto de Renda; – possibilidade de receber bens móveis considerados irrecuperáveis; – possibilidade de remunerar os dirigentes; – possibilidade de firmar Termo de Parceria com o Poder Público; – possibilidade de receber bens apreendidos, abandonados ou disponíveis administrados pela Secretaria da Receita Federal. Pedido de cancelamento da qualificação como OSCIP A entidade pode requerer, a qualquer tempo, o cancelamento de sua qualificação como OSCIP. O pedido deve ser direcionado ao Ministro da Justiça, endereçado à COESO, e assinado por representante legal da entidade. Juntamente com o pedido, devem ser encaminhados: ata de ata da eleição da atual diretoria, autenticada; Declaração, sob as penas da Lei, de que o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em que perdurou a qualificação como OSCIP, foi transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos da Lei nº 9.790/99, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social. Outrossim, a entidade que recebeu o acervo patrimonial, também deve firmar Declaração, sob as penas da Lei, referente ao recebimento. Essas Declarações são exigidas em face dos termos do Art. 4º, V, da Lei nº 9.790/99. Caso descumprida a Lei, cumpre ao DEJUS o encaminhamento de denúncia ao órgão público competente. Para mais informações sobre OSCIPs, modelos, documentos para requerimento de qualificação e manutenção do título, acesse a página www.mj.gov.br/OSCIP. OSCIP – PERGUNTAS E RESPOSTAS 1. O que é OSCIP? Organização da Sociedade Civil de Interesse Público ou OSCIP é uma qualificação fornecida pelo Ministério da Justiça às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que cumprem os requisitos estabelecidos em Lei. Sua finalidade é meramente social, com o objetivo de ajudar, de forma complementar, o Estado a realizar as suas atividades, facilitando o acesso a parcerias e convênios com as esferas de governo (federal, estadual e municipal) e órgãos públicos, além de permitir que doações realizadas por empresas a essas entidades 24 25 sociais possam ser descontadas no imposto de renda. Ao obter tal qualificação é emitido certificado que comprova a sua situação e, a partir desse momento, ela terá que prestar contas anualmente ao Ministério da Justiça, por meio de instrumentos de transparência, o Cadastro Nacional de Entidades Sociais – CNES/MJ; e aos órgãos parceiros, caso tenham recebido subvenções ou recursos públicos. 2. Qual a legislação que regula as OSCIPs? A Lei. 9.790/99 dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como OSCIP e institui e disciplina o Termo de Parceria. O Decreto 3.100/99 regulamenta a Lei 9.790/99. Tanto a Lei quanto o Decreto estão disponíveis na sessão“Legislação” deste Manual. 3.QuempodesolicitaraqualificaçãodeOSCIP? Conforme determina o Art. 1º da Lei 9.790/99, podem qualificar-se como OSCIPs as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, desde que os respectivos objetos sociais e normas estatutárias atentam aos requisitos instituídos pela Lei 9.790/99. 4. Quais são os documentos necessários para ingressar com o pedido? De acordo com os Arts. 4º e 5º da Lei n.º 9.790/99 são necessários os seguintes documentos (originais ou cópias autenticadas): d) Requerimento de qualificação como OSCIP endereçado ao Ministro da Justiça; e) Estatuto registrado em cartório; f) Ata de eleição da atual Diretoria; g) Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado de Exercício - não serão aceitos tais documentos com valores zerados. Deverá constar a assinatura do representante legal e o contador; h) DIPJ ou Declaração de Isenção do Imposto de Renda (modelo disponível no site do Ministério da Justiça); i) Inscrição no Cadastro Nacional de Contribuintes (com os dados atualizados); j) Declaração da entidade atestando que os membros da diretoria não exercem ou ocupam cargo, função ou emprego público (conforme Parecer nº45/2010/ CEP/CGLEG/CONJUR/MJ, de 30.04.2010 c/c parágrafo único do Art. 4º da Lei 9.790/99); Observação: Devem constar no Estatuto as cláusulas estatutárias obrigatórias previstas no Art. 4º da Lei 9.790, de 1999. 5. OSCIP pode instituir remuneração para sua diretoria? É possível a remuneração, desde que prevista no estatuto social da entidade se remunera ou não membros da Diretoria. Conforme estabelece o inciso VI, do Art. 4º da Lei nº 9.790/99, é possível instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestem serviços específicos, respeitados, em ambos os casos, os valores praticados no mercado, na região correspondente a sua área de atuação. Entendese por diretoria o órgão executivo permanente que detém poder de administração, direção, gestão, e representa a entidade, judicial e extrajudicialmente. 6. É possível uma OSCIP possuir outros títulos? Não é possível uma entidade qualificada como OSCIP acumular outros títulos. O Art. 18 da lei permitiu a acumulação de títulos até 23 de março de 2004, portanto, a partir desta data a proibição passa a ser expressa. 7. Qual o prazo de análise do processo de qualificação? A lei determina 30 (trinta) dias para análise do pleito, mais 15 (quinze) dias para os procedimentos burocráticos de publicação da decisão na Seção 1 do Diário Oficial da União. No caso de indeferimento do pedido, a Portaria SNJ nº 30, de 20 de junho de 2005 possibilita a entrega dos documentos aptos a comprovar que a irregularidade causadora do indeferimento está devidamente sanada. Os documentos a serem aproveitados devem estar dentro do prazo de validade, se houver. A Portaria nº 30 confere o prazo de 30 dias para protocolo, no Ministério da Justiça, dos documentos complementares. A contagem desse prazo se inicia com o recebimento, pela entidade, do parecer com os motivos do indeferimento. Caso não envie os documentos complementares dentro do prazo, o responsável deve fazer uma nova remessa com todos os documentos exigidos para a obtenção do título de OSCIP. 8. As OSCIPs criadas com a finalidade de ação nas áreas de educação e saúde podem cobrar pelos serviços prestados? Não. O Decreto 3.100/99 em seu Art. 6º proíbe expressamente a cobrança por serviços prestados, quando se tratar de OSCIP cuja finalidade envolva a área de educação e de saúde, quando prestadas em caráter formal. 9. Quais as principais diferenças entre a titularidade de Utilidade Pública Federal e a qualificação como OSCIP? Além dos diferentes requisitos para o credenciamento, segue resumo com as principais diferenças: 26 27 Comprovação pré- via de atividades Servidor público na diretoria Prestação de Contas Remuneração de dirigentes OSCIP Não é necessário Não é permitido Não é obrigatória É possível, se prevista no estatuto UPF Pelo menos 3 anos de atividades É permitido Obrigatória, sob pena de perda do título Não é possível 10. O ato administrativo que concede a qualificação de OSCIP é facultativo da Administração Pública? Não, o Art. 1º, § 2º da Lei 9.790/99 dispõe que a outorga da qualificação é um ato vinculado ao cumprimento dos requisitos legais. 11.Quais as vedações legais para a qualificação como OSCIP? O Art. 2º da Lei 9.790/99 apresenta um rol de entidades que não são passíveis de qualificação como OSCIPs: I. as sociedades comerciais; II. os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional; III. as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais; IV. as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações; V. as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios; VI. as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados; VII. as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras; VIII.as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras; IX. as organizações sociais; X. as cooperativas; XI. as fundações públicas; XII. as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas; XIII. as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o Art. 192 da Constituição Federal. 12. Quais são as finalidades sociais que devem constar no Estatuto Social de uma OSCIP? Importante destacar que o Art. 3º da Lei 9.790/99 prevê que deverá ser observado o princípio da universalização do serviço no âmbito de atuação como OSCIP, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: I. promoção da assistência social; II. promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III. promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; IV. promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; V. promoção da segurança alimentar e nutricional; VI. defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII. promoção do voluntariado; VIII. promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; IX. experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; X. promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; XI. promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; XII. estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo. 28 29 13. As OSCIPs cujas finalidades sejam educação e saúde, podem cobrar pelos serviços prestados? Não, conforme determina o Art. 6º do Decreto 3.100/99 a proibição de cobranças por serviços prestados, quando se tratar de OSCIP com finalidade na área de educação ou saúde. Importante enfatizar que se houver previsão de atuação nas áreas de educação e saúde é obrigatória a menção estatutária de que os serviços serão prestados gratuitamente de acordo com os incisos III e IV do Art. 3º, da Lei nº 9.790/99, ainda que estejam previstas outras finalidades no estatuto social. 14. Poderão ser prestados os serviços de educação e saúde formal? O Art. 2º, incisos VII e VIII, veda a prestação de atividades de educação e/ou saúde formal não gratuitas, ou seja, deverão obrigatoriamente ser gratuitas. Entende-se por educação formal, por exemplo, a manutenção de escolas de 1º e 2º graus, de universidades, cursos de pós-graduação e afins. E saúde formal a administraçãode hospitais privados ou públicos e suas mantenedoras. Os serviços de educação e saúde oferecidos por OSCIPs devem ser prestados mediante financiamento com recursos próprios. Não se consideram recursos próprios aqueles gerados pela cobrança de serviços de qualquer pessoa física ou jurídica, ou obtidos em virtude de repasse ou arrecadação compulsória. Não pode ser considerada promoção gratuita do serviço o condicionamento da prestação de serviço ao recebimento de doação, contrapartida ou equivalente. 15. Quais são as cláusulas estatutárias exigidas para compor o estatuto de uma OSCIP? As cláusulas obrigatórias estão previstas no Art. 4º da Lei nº 9.790/99, que deverão ser expressas e literalmente redigidas, obedecendo o que prevê os incisos e alíneas abaixo descritos: I. A observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência; II. A adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação no respectivo processo decisório; III. A constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade; IV. A previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido seja transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos da Lei nº 9.790/99; e, de preferência, que tenha o mesmo objeto social da entidade extinta; (observação: As OSCIPs regidas por lei federal não poderão transferir o patrimônio líquido às OSCIPs regidas por leis estaduais ou municipais); V. A previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social; (observação: deve-se expressar a Lei nº 9.790/99. O estatuto não pode prever a transferência a outra entidade com outra qualificação, mas somente de OSCIP. Não há exceções); VI. A possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado na região correspondente a sua área de atuação; VII. As normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determinarão, no mínimo: a) A observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade; b) Que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer cidadão; c) A realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o caso, da aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento; d) A prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme determina o parágrafo único do Art. 70 da Constituição Federal. 16. Servidores Públicos podem compor a diretoria de uma OSCIP? Não. O Art. 4º, parágrafo único da Lei nº 9.790/99 permite apenas a participação de servidores públicos na composição de Conselho 30 31 (Fiscal) de OSCIPs, vedada a percepção de remuneração ou subsídio, a qualquer título. Entende-se por servidor público aquele que exerce cargo, função ou emprego público. Existem exceções: Servidores aposentados e licenciados (Parecer nº 45/2010/ CEP/CGLEG/CONJUR/MJ). A situação de aposentado ou licenciado deve ocorrer antes da qualificação e deve estar explícita na documentação encaminhada quando do requerimento. 17. Estrangeiro pode compor a diretoria de uma OSCIP? Pode, desde que na qualidade de estrangeiro com visto permanente, conforme prevê a Lei nº 6.815/80, Art. 99, que veda aos estrangeiros titular de visto temporário e estabelecer-se com firma individual, ou exercer cargo ou função de administrador, gerente ou diretor de sociedade comercial ou civil, bem como se inscrever em entidade fiscalizadora do exercício de profissão regulamentada. Desse modo, deverá ser enviada, juntamente com a documentação necessária para a qualificação em OSCIP, cópia autenticada da Cédula de Identidade de Estrangeiro com o nº do Registro Nacional de Estrangeiros (RNE), na Condição de Permanente. 18. O que acontece com as entidades que não comunicam ao Mistério da Justiça as alterações que implicam mudanças das condições que instruíram suas qualificações? Serão notificadas e poderão ter seus títulos cancelados, por infração do Art. 5º do Decreto nº 3.100, de 30 de junho de 1999 que regulamenta a Lei nº 9.790. 19. Quais os documentos necessários para alterar o Endereço e/ ou a Razão Social? A entidade deverá enviar: requerimento assinado pelo representante legal; Ata de Eleição da atual diretoria, registrada e autenticada em cartório; cartão do CNPJ com o novo endereço e razão social. 20. Quais os documentos necessários para Alteração dos Membros da Diretoria? A entidade deverá enviar: requerimento assinado pelo representante legal; Ata de Eleição da atual diretoria, registrada e autenticada em cartório; Declaração individual dos novos membros da diretoria de que não exercem cargo, emprego ou função pública, sob as penas da Lei 9.790 de 23 de março de 1.999. 21. Quais os documentos necessários para a Alteração Estatutária? A entidade deverá enviar: requerimento assinado pelo representante legal; Ata de Eleição da atual diretoria; registrada e autenticada em cartório; Novo Estatuto Social registrado e autenticado. 22. Quais são os documentos necessários para requerer o cancelamento da qualificação como OSCIP? A entidade deverá enviar os seguintes documentos: requerimento com o pedido de cancelamento da qualificação, assinado pelo representado da entidade; Ata de eleição da atual diretoria, registrada e autenticada em cartório; declaração da entidade informando que não recebeu recursos de natureza pública, ou caso tenha recebido, declaração da entidade informando para qual entidade, também qualificada nos termos da Lei 9.790/99, transferiu o patrimônio adquirido, e ainda, a declaração da entidade recebedora do recurso, confirmando o recebimento. 23. De qual forma as OSCIPS perdem a qualificação? De acordo com o Art. 7º e 8º da lei 9.790/99, in verbis: Art. 7º: “Perde-se a qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, a pedido ou mediante decisão proferida em processo administrativo ou judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público, no qual serão assegurados, ampla defesa e o devido contraditório”. Art. 8º: “Vedado o anonimato, e desde que amparado por fundadas evidências de erro ou fraude, qualquer cidadão, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, é parte legítima para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da qualificação instituída por esta Lei”. 24. Quais são os benefícios concedidos a uma OSCIP? São aqueles garantidos a uma entidade de direito privado sem fins lucrativos. Ou seja, imunidade ao imposto de renda garantido no Art. 150 da Constituição Federal. Dos benefícios da qualificação, pode-se enumerar alguns: a) Possibilidade de receber doações de empresas, dedutíveis do Imposto de Renda; b) Possibilidade de receber bens móveis considerados irrecuperáveis; c) Possibilidade de remunerar os dirigentes; d) Possibilidade de firmar Termo de Parceria com o Poder Público; e) Possibilidade de receber bens apreendidos, abandonados ou disponíveis administrados pela Secretaria da Receita Federal. De acordo com o Art. 60da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, a dedutibilidade de imposto de renda de empresas doadoras fica condicionada à manutenção anual do título OSCIP. Caso a entidade donatária não tenha sua qualificação 32 33 renovada anualmente, a doação realizada permanece válida, no entanto, a empresa doadora não pode deduzi-la no cálculo de seus tributos. As empresas doadoras devem comprovar que a OSCIP donatária teve sua condição renovada para que a doação realizada seja dedutível. 25. De que forma é feita a manutenção do título e a obtenção da certidão de regularidade? O processo é feito pelo CNES/MJ, pela página eletrônica: www.mj.gov.br/cnes. devese efetuar o cadastro do atual presidente da entidade e cadastrar o seu mandato junto à entidade. Caso a entidade ainda não tenha sido cadastrada no CNES/MJ, o cadastro será solicitado. Após o envio de documentação comprovando o mandato e aprovação, o presidente terá autonomia para nomear responsável pela entidade, que é a pessoa responsável pelo preenchimento do relatório de atividades do Cadastro Nacional de Entidades Sociais (CNES/MJ). Deve-se então providenciar o download do programa de prestação de contas, preenchimento do relatório de atividades e transmissão eletrônica. Após a transmissão do relatório, o relatório será processado em até 4 dias. Após esse período, caso o relatório esteja aprovado, a certidão de regularidade estará disponível para impressão. Caso a certidão não esteja disponível, a entidade deve imprimir o relatório e encaminhá-lo para o Ministério da Justiça, no endereço: Ministério da Justiça, Coordenação de Entidades Sociais, Esplanada dos Ministérios, Bloco T, Anexo II, sala 209/211. CEP: 70064-900. Assunto: MANUTENÇÃO DO TÍTULO DE OSCIP/PRESTAÇÃO DE CONTAS. 26. A entidade qualificada como OSCIP deve prestar contas ao Ministério da Justiça? Sim. De acordo com a Portaria SNJ nº 252, de 27 de dezembro de 2012, as entidades qualificadas como OSCIP devem prestar contas anualmente ao Ministério da Justiça, até 30 de junho de cada ano, referente a todas as atividades exercidas no ano imediatamente anterior. Atenção: não se deve confundir a prestação de contas ao Ministério da Justiça, via CNES/MJ, com a prestação de contas a órgãos públicos parceiros da entidade, referente a eventuais recursos públicos recebidos. 27. A Secretaria Nacional de Justiça firma termos de parceria ou fornece consultoria de como devem ser realizadas os termos de parceria de OSCIPs com órgãos públicos? Não. Cabe à SNJ qualificar a entidade e às instituições a tarefa de buscar parcerias. 28. Quais órgãos fiscalizam a execução dos termos de parceria? A execução do termo de parceria será acompanhada e fiscalizada por órgão do Poder Público da área de atuação correspondente à atividade fomentada, e pelos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, em cada nível de governo. Os resultados atingidos devem ser analisados por comissão de avaliação. O controle externo dos recursos repassados pelo órgão público parceiro às OSCIPs é feito pelos Tribunais de Contas, Controladoria-Geral da União e Ministério Público. As OSCIPs devem cumprir a observância dos princípios da administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, economicidade e eficiência, consoante expressa o Art. 4º, inciso I da Lei nº 9.790/99, dentre outros dispositivos que visam resguardar os direitos e deveres das entidades do terceiro setor passíveis de receberem recursos públicos. 29. Qual legislação trata de termos de parceria? Os Arts. 8º a 31 do Decreto nº 3.100/99 e Arts.. 9º a 15 da Lei nº 9.790/99 dispõem especificamente sobre o termo de parceria. 30. É necessário entregar a documentação pessoalmente? Como acompanhar o andamento do processo? Não. A documentação poderá ser entregue diretamente no Ministério da Justiça, no Protocolo Geral, ou enviada pelo correio para o seguinte endereço: Ministério da Justiça, Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação, Coordenação de Entidades Sociais, Esplanada dos Ministérios, Bloco T, Anexo II, sala 209/211. CEP 70064-901 – Brasília/DF. O acompanhamento do processo pode ser realizado pelo e-mail sac.dejus@mj.gov.br. 31. É necessário pagar alguma taxa para ingressar com pedido de qualificação? Não. A qualificação como OSCIP e a renovação anual do título concedidos pelo Ministério da Justiça são inteiramente gratuitos. 32. É necessário contratar consultoria para apresentar e acompanhar o meu pedido de qualificação como OSCIP na Secretaria Nacional de Justiça? Não. A Secretaria Nacional de Justiça não credencia ou autoriza credenciamento de terceiros para prestar consultoria às entidades. A própria entidade, na qualidade de interessada, pode apresentar e acompanhar o pedido. 34 35 Fluxograma Qualificação de OSCIP Qualificação de OSCIP Recebimento de Documentação - Protocolo Geral ou Correios DIAD - recebe documentação, protocola, monta processo e encaminha para análise. DIVOT - Análise do processo Parecer de indeferimento Parecer de deferimento COESO - Parecer avaliado pela Coordenação COESO - Parecer avaliado pela Coordenação DEJUS - Parecer apreciado pela Diretoria e assinatura de Despacho de Indeferimento DEJUS - Parecer apreciado pela Diretoria e assinatura de Despacho de Deferimento Publicação do indeferimento no DOU e envio do parecer de indeferimento por correspondência Publicação do Deferimento no DOU e envio do Certificado e da cópia da publicação por correspondência Entidade apresenta novo requerimento ou complementa requerimento anterior UTILIDADE PÚBLICA FEDERAL – UPF O título de Utilidade Pública Federal foi criado pela Lei nº 91 de 1935, como uma forma do Estado condecorar organizações dedicadas a servir desinteressadamente à coletividade. Essa certificação concedida pelo Estado, por si só, não garante qualquer benefício ou vantagem à entidade declarada de utilidade pública. No entanto, outros instrumentos jurídicos concedem alguns benefícios, como por exemplo, o Art. 55 da Lei nº 8.212/91, que estabelece as condições para que associações e fundações estejam dispensadas de recolher algumas contribuições sociais. Da mesma forma o Art. 13, § 2º, da Lei nº 9.249/95, que estabelece o título como um dos requisitos para que uma empresa possa deduzir de seu imposto de renda doações feitas a entidades sem fins lucrativos. Sobre a concessão do título de UPF Para obter o TÍTULO DE UTILIDADE PÚBLICA é preciso comprovar que a entidade oferece serviços de forma desinteressada à coletividade e esteve em efetivo funcionamento nos 3 (três) anos anteriores ao pedido. Entendese como “utilidade pública” os serviços oferecidos de forma indiscriminada a toda sociedade. Portanto não se pode considerar de utilidade pública associações de auxílio mútuo ou que defendem os direitos apenas de seus próprios associados ou que distribuem entre eles certas vantagens alcançadas através da mobilização coletiva. Isso não significa, é claro, que determinadas associações de comunidades específicas, como associações de bairro ou comunidades rurais, não possam obter o título: podem, desde que demonstrem que os benefícios e direitos alcançados também beneficiam a sociedade de forma difusa e que sua atuação contribui com o bem-estar não apenas de seus associados, mas também da comunidade em que estão inseridas. O documento mais importante no requerimento da utilidade pública é o relatório dos serviços prestados pela entidade. É por eles que a entidade requerente vai demonstrar como trabalha, quem são as pessoas beneficiadas por seus serviços, qual seu público alvo e, principalmente, quais os resultados que têm obtido e o impacto dos serviços na região em que atua, isto é, se ela tem contribuído efetivamente para a realização de atividades úteis ao público. De acordo com a Lei nº 91/35 é vedada para a declaração de utilidade pública a remuneração dos dirigentes da entidade. Só podem ser declaradas de utilidade pública entidades administradas por voluntários não remunerados. A entidade pode ter empregados e podetambém contratar serviços de terceiros, mas os seus diretores não podem receber qualquer tipo de remuneração. A entidade tampouco poderá distribuir lucros, vantagens

Outros materiais