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resumo - direito de empresa

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DIREITO EMPRESARIAL I 
1.HISTÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. FONTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Também o é a própria Constituição federal, ao dispor em seu art.22, I a competência 
exclusiva para legislar sobre o direito comercial. 
E também os Tratados internacionais dos quais seja o Brasil signatário, incidência da 
característica do cosmopolitismo (ex.: Convenção Uniforme de Genebra, 1966). 
Fala-se hoje, principalmente com a ideologia advinda do constitucionalismo, que a 
jurisprudência também é fonte primária do direito. Assim, faz-se necessário relevar tal 
consideração, como apregoa boa parte da doutrina (ex.: STJ, Ag.Re no Conflito de 
Competência nº 111.614/DF; decidiu que o prazo que a lei de Recuperação Judicial de 
empresarial diz ser improrrogável será - e poderá ser - prorrogável, conforme as 
peculiaridades do caso). 
 
3.PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO EMPRESARIAL 
Em função da sua especialidade, o direito empresarial está assentado em um 
principiologia própria que destaca a imprescindibilidade da empresa como instrumento 
para o desenvolvimento econômico e social das sociedades contemporâneas. 
3.1. Liberdade de iniciativa (livre iniciativa): Princípio fundamental do direito 
empresarial, sendo princípio constitucional da ordem econômica (art.170, 
CF/88). Segundo o professor Fábio Ulhoa Coelho, o referido princípio se 
desdobra em quatro condições fundamentais para o funcionamento eficiente do 
modo de produção capitalista: (i) imprescindibilidade da empresa privada para 
que a sociedade tenha acesso aos bens e serviços de que necessita para 
sobreviver; (ii) busca do lucro como principal motivação dos empresários; (iii) 
necessidade jurídica de proteção do investimento privado; (iv) reconhecimento 
da empresa privada como polo gerador de empregos e de riquezas para a 
sociedade. 
3.2. Liberdade de concorrência (livre concorrência): também prevista 
expressamente na CF/88 como princípio constitucional da ordem econômica em 
seu art.170. 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na 
livre-iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os 
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) IV – livre 
concorrência; (...). 
 
4. CARACTERÍSTICAS 
a) cosmopolitismo; uma vez que o comércio, historicamente, foi fator fundamental de 
integração entre os povos, razão pela qual seu desenvolvimento propicia, até os dias de 
hoje, uma intensa relação entre os países, indo além das meras delimitações geográficas 
(ex.: acordos internacionais dos quais o Brasil é parte, como Convenção de Genebra e a 
Convenção da União de Paris). 
b) onerosidade; dado o caráter econômico e especulativo das atividades mercantis, que 
faz com que o intuito de lucro seja algo intrínseco ao exercício da atividade empresarial; 
c) informalismo; em função do dinamismo da atividade empresarial, que exige meios 
ágeis e flexíveis para a realização e a difusão das práticas mercantis; 
d) fragmentarismo; pelo fato de o direito empresarial possuir uma serie de sub-ramos 
com características específicas (ex.: direito falimentar, cambiário, societário, etc.); 
e) individualismo; é o indivíduo, em si mesmo, que busca pelo lucro. É a preocupação 
imediata do interesse do indivíduo. 
 
5.CONCEITO 
O CC/2002 não definiu diretamente o que vem a ser empresa, mas estabeleceu o 
conceito de empresário em seu artigo 966. 
Empresário é quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a 
produção ou circulação de bens ou de serviços. 
Empresa é, portanto, atividade, algo abstrato. Empresário, por sua vez, é quem exerce 
empresa. 
Assim, a empresa não é sujeito de direito! Quem é sujeito de direito é o titular da 
empresa! 
E o sujeito de direito é quem exerce empresa, ou seja, empresário, que pode ser pessoa 
física (empresário individual) ou pessoa jurídica (sociedade empresária) ou EIRELI. 
6.ÉTICA EMPRESARIAL 
Há uma verdadeira crise ética no cenário brasileiro atual. O termo ‘ética’, polissêmico, é 
um conjunto de princípios, valores, costume ou hábitos de uma dada coletividade da 
sociedade. 
Mario Sergio Cortella acrescenta que é o conjunto de princípios que é utilizado para 
responder as perguntas ‘quero? devo? posso?’. 
Moral tem a ver mais com a prática, e a Ética mais com o plano principiológico. 
Compliance? Conformidade, é o agir de acordo com uma norma, regra, comando interno 
(ex.: código de conduta ética) ou uma norma externa (ex.: legislações, decretos, etc.). 
É essencial um setor de compliance nas empresas para garantir que os resultados da 
sociedade empresária estejam em conformidade com as normas, leis e tratados. Caso 
contrário, poderá a auditoria fiscal intervir. 
Ressalta-se que essa gama principiológica também deve ser observado pela Alta 
administração da empresa, pois são exemplos para os funcionários de menor escalão – 
‘tone from the top’, o tom vem de cima. 
Objetivando uma redução dos riscos e dos custos, evitando problemas jurídicos e 
processos judiciais. 
Visando juntamente a humanização do trabalho e o repúdio a qualquer forma de 
assédio. 
A função do compliance liga-se também a organização e desenvolvimento dos 
instrumentos internos (ex.: código de conduta ética), traçando linhas gerais do 
comportamento ético, não apenas dos colaboradores, mas de todos aqueles que 
passem a se relacionar com a companhia (‘stakeholders’). Ou seja, terceiros 
influenciados pela empresa e suas políticas (ex.: clientes, colaboradores, etc.). 
É importante que as sociedades empresárias tracem o seu próprio código de conduta 
ética. Traçando diretrizes valorativas que repute essenciais. 
 
7.EMPRESA (arts. 966 ao 980, CC/2002) 
O conceito de empresário provém do art.966 do CC/2002. Podendo se extrair dele os 
principais elementos indispensáveis a sua caracterização: a) profissionalmente; b) 
atividade econômica; c) organizada; d) produção ou circulação de bens ou de serviços – 
PAPO. 
a) Profissionalmente; só é empresário quem exerce determinada atividade 
econômica de forma profissional, ou seja, que fizer do exercício da atividade a 
sua profissão habitual; 
b) Atividade econômica; a empresa é exercida com intuito lucrativo (característica 
da onerosidade). Indica também que, o empresário, sobretudo em função do 
intuito lucrativo, é aquele que assume os riscos técnicos e econômicos dela; 
c) Organizada; empresário é aquele que articula os fatores de produção (capital, 
mão de obra, tecnologia, matéria prima). 
d) Produção ou circulação de bens ou de serviços; demonstra que, ao contrário da 
teoria dos atos de comércio, há uma valorização de todas as atividades 
econômicas no âmbito de incidência do direito empresarial, fruto da teoria da 
empresa. 
7.1. Empresário individual X Sociedade empresária 
O art.966 deixa claro que empresário pode ser tanta pessoa física, como um 
empresário individual, ou pessoa jurídica, como as sociedades empresárias. 
Quanto esta última, importante alertar que os sócios que a integram não são 
empresários, o empresário é a própria sociedade, ente ao qual o ordenamento 
confere personalidade jurídica. 
 - Empresário individual (pessoafísica); 
EMPRESÁRIO 
gênero - EIRELI (pode ser pessoa física ou pessoa jurídica); 
 - Sociedade empresária (pessoa jurídica); 
A grande diferença entre o empresário individual (EI) e a sociedade empresária é que 
esta, por ser uma pessoa jurídica, tem patrimônio próprio, distinto do patrimônio dos 
sócios que a integram. Assim, o patrimônio destes não podem ser executados por 
dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais (art. 1.024, CC). Sendo 
a responsabilidade subsidiária; podendo ser limitada (ex.: quando o sócio se 
compromete a contribuir com certa quantia para a formação do capital social, tendo sua 
responsabilidade adstrita a esse valor). Estando, porém, passível de sofrer incidência do 
instituto da desconsideração da personalidade jurídica (art.50, CC), quando no 
cometimento de atos ilícitos. 
O EI, por sua vez, responderá com todos os seus bens, inclusive os pessoais, pelo risco 
do empreendimento. Sendo a responsabilidade direta; não gozando da prerrogativa de 
limitação de responsabilidade. 
Resta-se claro a vantagem em se constituir uma sociedade empresária. Permitindo que 
os sócios calculem melhor o seu risco empresarial, resguardando seus bens pessoais em 
casos de insucesso do empreendimento. 
Empresário individual -> responsabilidade direta e ilimitada; 
 Sociedade empresária -> responsabilidade subsidiária e limitada; 
7.2. Requisitos para ser empresário individual – EI (art.972, CC) 
Poderão ser empresários aqueles que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e 
não forem legalmente impedidos (art.972, CC); 
O CC estabeleceu algumas vedações ao exercício individual de empresa. Decorrendo as 
mesmas de proibições que a legislação estabelece (impedimento legais ou da 
incapacidade do agente econômico). 
- Impedimentos legais (art.1.011, §1º, CC): estão espalhados pelo arcabouço jurídico-
normativo. Estando normalmente em normas de direito público e visando proteger a 
coletividade, evitando que esta negocie com determinadas pessoas em virtude de sua 
função ou condição ser incompatível com o exercício livre de atividade empresarial (ex.: 
art.117, X, Lei 8.112/1990, servidores públicos federais; art.36, I, LC 35/1979, 
magistrados; art.44, III, Lei 8.625/93, membros do MP; art. 29, Lei 6.880/80, militares 
ativos; médicos para o cargo simultâneo de administrador de farmácia). 
A proibição é para o exercício de empresa, não sendo vedado que alguns impedidos 
sejam sócios de sociedades empresariais, pois nesse caso, quem exerce a atividade é a 
própria PJ e não seus sócios. Tal direito não é absoluto, somente podendo ocorrer se 
forem sócios de responsabilidade limitada e não exercerem funções de gerência ou 
administração. 
Os impedidos não podem se registrar na Junta Comercial como EI, não significando, 
porém, que não possam participar de uma sociedade empresária como quotistas ou 
acionistas, por exemplo. 
As obrigações contraídas por um “empresário” impedido não são nulas, ao contrário, 
elas terão plena validade em relação a terceiro de boa-fé que com ele contratou. 
- Incapacidade (art.972, CC): só pode exercer empresa quem é capaz, quem está no 
pleno gozo de sua capacidade civil. O código abre duas exceções para a admissão do 
incapaz no exercício da empresa, sendo somente possíveis para que ele continue a 
exercer empresa, mas nunca para que ele inicie uma atividade empresarial. 
Isso ocorrerá nos casos em que (i) ele mesmo já exercia atividade empresarial, sendo a 
incapacidade superveniente; (ii) a atividade empresarial era exercida por outrem, de 
quem o incapaz adquire a titularidade do seu exercício por sucessão causa mortis – 
Enunciado 203, CJF, III Jornada de Direito Civil1. 
A autorização para a continuidade do incapaz no exercício da empresa será dada pelo 
juiz, em procedimento de jurisdição voluntária e após oitiva do MP (art.178, II, NCPC). 
Devendo o magistrado, em ambos os casos, observar a conveniência de o incapaz 
exercer a atividade (art.974, §1º, CC). 
No alvará em que se autorizar a continuação do exercício o juiz deverá relacionar os 
 
1 “ O exercício de empresa por incapaz, representado ou assistido, somente é possível nos casos de 
incapacidade superveniente ou incapacidade do sucessor na sucessão por morte. ” 
bens que o incapaz já possuía antes da interdição (patrimônio de afetação), bens estes 
que não poderão ser executados por dívidas contraídas em decorrência do exercício da 
atividade empresarial (art.974, §2º, CC); mesmo em se tratando de EI, haverá uma 
separação patrimonial. 
Obs.: não se deve confundir com a hipótese em que o incapaz com 16 anos preenche 
os requisitos para a sua emancipação em decorrência do estabelecimento comercial em 
função do qual tenha economia própria, onde não se estará diante de um incapaz, mas 
de um menor capaz! (art.5º, §único, V, CC). 
 
7.3. Quem não pode ser empresário 
A teoria da empresa, fixando um critério material para a conceituação do empresário, 
visando por não excluir, em princípio, nenhuma atividade econômica (art.966, CC), não 
se aplica a determinados agentes econômicos específicos. 
Esses agentes são basicamente o profissional intelectual/profissional liberal, a 
sociedade simples, o exercente de atividade rural e a sociedade cooperativa. 
- Profissionais intelectuais (art.966, §único, CC); não são considerados empresários (ex.: 
advogados, médicos, professores, etc.), salvo se o exercício da profissão constituir 
elemento de empresa. 
Enquanto o profissional intelectual apenas exercer a sua atividade intelectual, ainda que 
com intuito de lucro e mesmo contratando alguns auxiliares, ele não é considerado 
empresário para os efeitos legais. 
Ora, empresa é uma atividade econômica organizada em que há articulação dos fatores 
de produção, o que assume posição secundária no mero exercício da atividade 
intelectual. Porém, quando o profissional liberal dá uma forma empresarial as suas 
atividades, impessoalizando sua atuação e ostentando mais a característica de 
organizador da atividade desenvolvida, será considerado empresário a ser regido pelas 
normas do direito empresarial2. 
Assim, a expressão ‘elemento de empresa’ está intrinsicamente relacionada com o 
requisito da organização dos fatores de produção para caracterização do empresário. 
Bastaria, por exemplo, analisar em cada caso concreto se há mais de um ramo de 
atividade sendo exercido ou se há uma contratação de terceiros para o desempenho da 
atividade-fim (ex.: professor que se torna dono de cursinho preparatório, ainda que 
continue a ministrar aulas nessa mesma instituição). 
Como regra, os profissionais intelectuais não precisam se registrar na Junta Comercial 
para que possam exercer suas atividades. No entanto, muitas das profissões são 
 
2 “A expressão ‘elemento de empresa’ demanda interpretação econômica, devendo ser analisada sob a 
égide da absorção da atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística, como um dos 
fatores da organização empresarial”. – Enunciado 195, CNJ. 
regulamentadas, o que exige que se registrem nos órgãos regulamentadores de suas 
respectivas profissões (ex.: OAB, CFM). 
- Sociedades simples(art.966, §único, CC); são sociedades constituídas cujo objeto social 
é exploração da atividade intelectual dos seus sócios (ex.: sociedade formada por 
médicos para a prestação de serviços médicos). Nelas faltará o requisito da organização 
dos fatores de produção. 
Obs.: O STJ já afirmou que as sociedades de advogados ostentam “índole empresarial”, 
não se distinguindo das demais sociedades prestadoras de serviços, sendo exceção à 
regra do art.966, §único, CC. 
- Exercente de atividade econômica rural (art.968, CC); o código civil concedeu a 
faculdade de os exercentes da atividade econômica rural se registrarem ou não perante 
a Junta Comercial da sua unidade federativa. Assim, se ele não se registrar, não será 
considerado empresário para os efeitos legais (ex.: não se submeterá ao regime da 
falência e recuperação judicial e extrajudicial). 
Dessa forma, conclui-se que para o exercente de atividade econômica rural, o registro 
na Junta Comercial tem natureza constitutiva, e não meramente declaratória3. 
O produtor rural, desde que registrado na Junta Comercial, poderá constituir EIRELI. 
O registro não é requisito para que alguém seja considerado empresário, mas apenas 
uma obrigação legal imposta aos praticantes da atividade econômica, com exceção 
do praticante de atividade rural, que se dá de forma facultativa. 
- Sociedades cooperativas (art.982, §único, CC); é sempre uma sociedade simples, pouco 
importando se ela exerce uma atividade empresarial de forma organizada e com intuito 
de lucro. 
 
7.4. Empresa individual de reponsabilidade limitada (EIRELI) – art.980-A 
Criada por intermédio da Lei 12.441/2011, alterando alguns dispositivos do CC e 
acrescendo outros (ex.: art. 44, VI, CC). Podendo ser titular tanto pessoa física quanto 
jurídica. 
Exige capital mínimo igual ou superior a 100X o valor do maior salário mínimo vigente 
no pais para a sua constituição – não existindo regra legal desse tipo para constituição 
de outras sociedades. Sendo, por isso, objeto de controvérsias, uma vez violando os 
preceitos do princípio constitucional da livre iniciativa (art.170, CF). 
Porém, uma vez subscrito e efetivamente integralizado, o capital da EIRELI não sofrerá 
 
3 “O registro do empresário ou sociedade rural na Junta Comercial é facultativo e de natureza 
constitutiva, sujeitando-o ao regime jurídico empresarial. É inaplicável esse regime ao empresário ou 
sociedade rural que não exercer tal opção”. – Enunciado 202 das Jornadas de Direito Civil. 
nenhuma influência decorrente de ulteriores alterações no salário mínimo (Enunciado 
4, I Jornada de Direito Comercial). 
É um novo tipo de pessoa jurídica. Não se caracterizando nem como uma sociedade 
empresária e nem como empresário individual. 
Pode usar tanto firma quanto denominação, acrescido da expressão ‘EIRELI’ no final. 
O patrimônio da EIRELI responderá pelas dívidas da pessoa jurídica, não se confundindo 
com o patrimônio da pessoa natural que a constitui, sem prejuízo da aplicação do 
instituto da desconsideração da personalidade jurídica (art.50, CC). 
Não possui sócios e quem constituir EIRELI somente poderá figura em uma única 
empresa dessa modalidade (art.980-A, §2º, CC). 
 
 
EMPRESA INDIVIDUAL (EI) 
 
EMPRESA INDIVIDUAL DE 
RESPONSABILIDADE LIMITADA (EIRELI) 
Tem CNPJ, mas não tem personalidade 
jurídica 
Tem personalidade jurídica (art.44, VI, CC) 
NÃO cabe desconsideração da 
personalidade jurídica (art.50, CC) 
CABE desconsideração da personalidade 
jurídica (art.50, CC) 
TEM confusão patrimonial; 
(dívidas patrimoniais -> bens pessoais + 
bens patrimoniais) 
NÃO há confusão patrimonial; 
(patrimônio do titular -> dívidas pessoais; 
(patrimônio da EIRELI -> dívidas empresa; 
NÃO há exigência de capital social mínimo Capital social mínimo igual ou superior a 
100x o salário mínimo vigente 
(art.980-A, CC) 
Nome: firma individual Nome: firma ou denominação + expressão 
‘EIRELI’ no final 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8.MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL (MEI) 
A Lei Geral, em seu arts. 18-A e 68, versa sobre o microempreendedor individual. 
Considerando-o como o empresário individual a que se refere o art.966 do código civil, 
que tenha auferido receita bruta, no ano anterior, de até R$ 60.000, 00 – a partir de 
01/01/2018, o novo montante será de até R$ 81.000, 00. 
Optante pelo SIMPLES NACIONAL e que não esteja impedido de optar pela sistemática 
referida. 
O MEI não pode ser empregado, nas condições de relações empregatícias, por uma 
sociedade empresária. 
O MEI tem CNPJ, mas não tem personalidade jurídica. 
Atualmente, pode ter um empregado, a partir de 2018 não poderá ter nenhum! 
8.1. Enquadramento tributário 
O simples nacional do MEI (SIMEI), recolhe um valor fixo mensal entre R$ 44,0 a R$ 50, 
0 reais (art.18-A, §3º, V, a, b, c). 
Esse valor do SIMEI é uma peculiaridade dos microempreendedores individuais. 
 
9. ME/EPP 
Os ideais consagrados no Estatuto da Microempresa foram absorvidos pelo legislador 
constituinte de 1988 ao positivá-los no art.179 da CF. 
Ainda considerou o tratamento favorecido para os pequenos empreendedores como 
um dos princípios gerais da atividade econômica (art.170, X, CF). 
Posteriormente, surgiu a Lei 9.317/1996 que instituiu o SIMPLES (sistema integrado de 
pagamento de impostos e contribuições das microempresas e empresas de pequeno 
porte). A prerrogativa concedida aos pequenos empreendimentos consistia na 
possibilidade de pagamento de diversos tributos mediante recolhimento único mensal, 
o que diminuía a carga tributária e eliminava certas exigências burocráticas. 
A Lei 9.841/1999 revogou as leis anteriores sobre o tema e instituiu o novo Estatuto da 
ME e EPP, salvo a lei do SIMPLES, que permanece em vigor. 
O Código civil de 2002, em seu art.970, verbera que “a lei assegurará tratamento 
favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, 
quanto à inscrição e os efeitos daí decorrentes” – apesar de controvérsias por ter se 
utilizado do termo ‘pequeno empresário’, vale para a ME e EPP. 
A EC 42/2003, batizada de reforma tributária, determinou que a definição de 
tratamento favorecido e simplificado para as MEs e EPPs fosse feita por meio de Lei 
Complementar (art.146, III, d, CF). E seguindo a disposição constitucional, foi editada a 
Lei Complementar 123/2006, ou Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, que passou 
a ser o novo estatuto das MEs e EPPs. 
9.1. Conceito: 
A LC 123/2006 considera microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade 
empresária, a sociedade simples, a EIRELI e o empresário que se refere o art.966 do 
CC/2002, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro 
Civil de Pessoas Jurídicas, desde que: 
- No caso da ME -> aufira, em cada ano, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00; 
- No caso da EPP -> aufira, em cada ano, receita bruta superior a R$ 360.000,00 e igual 
ou inferior a R$ 3.600.000,00. 
 Obs.: em 01/01/2018, o teto será de R$ 4.800.000, 00. 
 
9.2. Enquadramento, desenquadramento e reenquadramento 
A submissão ao regime especial previsto na LC 123/2006 é faculdade que depende de 
ato de vontade praticado pelo titular do empreendimento que se amolde às funções de 
ME ou EPP. 
- Enquadramento; sendo sociedade empresária ou empresário individual que já operava 
antes da referida LC, basta fazer uma simples comunicação ao órgão de registro(Junta 
Comercial, no caso de sociedades empresárias e empresários individuais / Cartório de 
registro civil de pessoas jurídicas, no caso de sociedades simples) quanto ao 
preenchimento dos requisitos de enquadramento como ME ou EPP (art.72, LC 123/06); 
- Reenquadramento; um determinado empresário individual ou uma determinada 
sociedade empresária podem se desenvolver. O que pode resultar no aumento de sua 
receita bruta anual, de modo a extrapolar o limite previsto no art.3º, I, da Lei Geral, 
passando os novos valores a se encaixarem no limite do inciso II. Nesses casos, o 
empresário individual ou sociedade empresária, perderão a condição de ME e passarão 
a ostentar a condição de EPP; 
- Desenquadramento; é quando, por exemplo, um empresário enquadrado como EPP 
tenha redução na sua receita bruta anual, passando a auferir renda que se encaixe nos 
limites relativos aos MEs. 
Pode ocorrer ainda que esse EPP, ao contrário, aumente sua renda bruta anual 
extrapolando os limites da LC 123/06, deixando de gozar dos favores legais nela 
previstos. 
A Lei Geral prevê um sistema automático de reenquadramento e desenquadramento 
(art.3º, §7º). 
9.3. Principais vantagens 
- Da simplificação para abertura e fechamento (arts. 8 a 10, LC); a Lei Geral impõe 
diretrizes de atuação a serem seguidas pelos órgãos administrativos das três esferas de 
governo, no sentido de que simplifiquem as exigências para a abertura e fechamento de 
empresas. 
Dessa forma, todos aqueles que desejarem empreender devem ter fácil acesso, até 
mesmo pela internet, a todas as informações necessárias à abertura e ao fechamento 
de empresas. 
Outra vantagem se encontra no art.9º, ao determinar que o registro dos atos 
constitutivos, de suas alterações e extinções, ocorrerá independentemente da 
regularidade de obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas. 
O §2º do referido artigo, prevê ainda que não se aplica às MEs e as EPPs a determinação 
de que os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas sejam vistados por 
advogado (Lei nº 8.906/1994). 
- Das regras especiais de participação em licitações (arts.42 a 49, LC); nas licitações, será 
assegurada, como critério de desempate, preferência de contratação para as MEs e EPPs 
(art.44, LC). Esse ‘empate’ não ocorre apenas quando a proposta de uma ME ou EPP for 
igual ou melhor à proposta oferecida por uma empresa normal, mas também quando a 
diferença entre elas seja iguais ou até 10% superiores a proposta mais bem classificada. 
 
Essas licitações diferenciadas só podem ser criadas se houver previsão expressa em lei 
específica do ente federativo competente, devendo ter a finalidade de desenvolvimento 
econômico. 
- Das regras especiais de apoio ao associativismo, por meio da sociedade de propósito 
específico, SPA (art.56, LC); pretende-se estimular o associativismo entre os MEs e EPPs, 
uma vez que os mesmos, unindo forças, passam a ter mais competitividade no mercado. 
- Da fiscalização prioritariamente orientadora (art.55, LC); a fiscalização trabalhista, 
metrológica, sanitária, ambiental e de segurança, quanto às MEs e EPPs, devem ter 
caráter mais pedagógico que punitivo. Priorizando a orientação quanto as suas 
obrigações, sobretudo porque muitos dos MEs e EPPs não possuem uma assessoria 
jurídica ou contábil. 
- Pagamento facilitado quando houver protesto de títulos (art. 73, LC); 
- Do acesso à justiça (art.74, LC c/c art.8, Lei 9.099/1995); o dispositivo 74 da Lei Geral 
propicia aos MEs e EPPs uma significativa redução de custos e assegura a eles uma maior 
rapidez na solução de suas controvérsias judiciais. Possibilitando que as mesmas possam 
ser autoras nos Juizados Especiais. 
Contudo, ressalta-se que nem toda ME ou EPP é uma pessoa jurídica. Uma vez que tanto 
o empresário individual quanto a sociedade, simples ou empresária, podem se 
enquadrar como ME ou EPP. 
- Do regime tributário e fiscal – SIMPLES NACIONAL (arts. 12 e 13, LC); esse sistema 
eliminava alguns tributos, reduzia outros e concentrava sua liquidação em poucos atos 
ou documentos, promovendo importantes modificações na técnica de escrituração dos 
atos decorrentes das atividades das MEs e EPPs. 
A ME ou EPP pode optar pela inscrição no SIMPLES, caso em que paga, mensalmente e 
de forma unificada, os seguintes tributos: IRPJ; PIS/PASEP; CSLL; IPI; COFINS; CPP; ICMS; 
ISS. 
Esse SIMPLES NACIONAL engloba não apenas os impostos e contribuições federais, mas 
também os estaduais e municipais, independentemente da celebração de convênio com 
os Estados e Municípios respectivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10.REGISTRO DO EMPRESÁRIO (art.967, CC) 
É uma obrigação legal imposta a todo e qualquer empresário, EI ou sociedade 
empresária, se inscrever na Junta Comercial antes de iniciar atividade, sob pena de 
começar a exercer empresa irregularmente (art.967, CC). Porém, vale ressaltar que esse 
registro em órgão competente não é requisito para a caracterização do empresário e 
sua submissão ao regime jurídico empresarial, com exceção daqueles que exercem 
atividade econômica rural4. 
Na falta de registro o empresário será irregular, sendo vedado: requerer recuperação 
 
4 “A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua caracterização, admitindo-se 
o exercício da empresa sem tal providência. O empresário irregular reúne os requisitos do art. 966, 
sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação comercial, salvo naquilo em que forem 
incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa disposição em contrário”. – ENUNCIADO 198, 
CJF. 
judicial (arts.48 e 51, Lei 11.101/2005); pode ter sua falência decretada, mas será 
necessariamente fraudulenta (art.178, Lei 11.101/2005); não terá CNPJ. 
Para fazer a inscrição no registro público de empresas mercantis, o EI terá que se 
obedecer as formalidades legais previstas no art.968, CC, fazendo requerimento que 
contenha: “I – o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime 
de bens; II – a firma, com a respectiva assinatura autógrafa que poderá ser substituída 
pela assinatura autenticada com certificação digital ou meio equivalente que comprove 
a sua autenticidade, ressalvado o disposto no inciso I do § 1.º do art. 4.º da Lei 
Complementar n.º 123, de 14 de dezembro de 2006; III – o capital; IV – o objeto e a sede 
da empresa”. Tratando-se, por outro lado, de sociedade empresária, deve-se levar a 
registro o ato constitutivo (contrato social ou estatuto social), que conterá todas as 
informações necessárias. 
O domicilio do empresário individual e das sociedades empresárias será o local indicado 
em seus atos constitutivos, quando do registro na Junta Comercial. 
Destacando que o art.76, 1º, 𝐶𝐶, jurisprudência do STF e súmula 363 permite que seja 
demandada no domicílio da agencia, ou estabelecimento, em que se praticou o ato. 
Ressalta-se que todos os empresários têm como obrigações comuns: inscrever-se no 
registro público de empresas mercantis; escriturar regularmente os livros obrigatórios; 
levantar anualmente os balanços patrimonial e o de resultado econômico (arts. 967 e 
1.179, CC). 
10.1. Lei de Registro Público de Empresas Mercantis (Lei 8.934/1994) 
No art.1º, a lei supra estabelece as finalidades do registro de empresa. 
No seu art.3º, cria o sistema nacional de registro de empresas mercantis (SINREM), 
sistema que regula o registro de empresano Brasil, composto por dois órgãos: o DREI, 
disciplinado pelo Decreto 8.001/2013, órgão central, com funções supervisora, 
orientadora, coordenadora e normativa, no plano técnico, e supletiva, no plano 
administrativo; as Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora e 
administradora dos serviços de registro. 
As Juntas Comerciais são responsáveis pela execução e administração dos atos de 
registro. São órgãos locais que integram estrutura administrativa dos Estados. Cada 
unidade possui uma Junta Comercial (art.5º, Lei 8.934/94). 
A doutrina diz que as Juntas possuem uma subordinação hierárquica híbrida: pois, no 
plano técnico, as juntas de submetem ao DREI, enquanto no âmbito administrativo, elas 
se submetem à administração estadual (art.6º, Lei 8.934/94). 
Com exceção da Junta Comercial do DF, que se submete, técnica e administrativamente, 
ao DREI (art.6º, §único, lei supra). 
Assim, há uma divisão de competências para apreciar ações judicias em que a Junta 
Comercial seja parte: 
• Sendo matéria administrativa -> justiça comum estadual; 
• Sendo matéria técnica, relativa ao registro de empresa -> justiça federal, em 
virtude do interesse na causa do DREI (art.109, I, CF/88). 
(ex.: Junta comercial indefere pedido de arquivamento de contrato social de 
determinada sociedade limitada, com base em instrução normativa do DREI, 
essa sociedade deve impetrar mandado de segurança perante Justiça Federal). 
Obs.: o STJ vem alterando a jurisprudência, admitindo somente perante a Justiça Federal 
demanda que envolva apenas lisura do ato praticada pela Junta ou nos casos de 
mandado de segurança impetrado contra ato de seu presidente. 
Assim, questões particulares serão suscitadas perante a justiça estadual, ainda que 
esteja sendo discutida um ato ou registro praticado pela Junta Comercial (ex.: conflitos 
societários). 
Enfim, a competência só será da Justiça Federal quando a Junta Comercial estiver 
agindo no exercício de delegação de função pública federal, referente aos atos de 
registro previstos na Lei 9.934/1994. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10.2. Os atos de registro 
As Juntas Comerciais, exercendo função executiva no SINREM, executam os atos de 
registro dos EIs, das sociedades empresárias e dos seus auxiliares. 
Os atos de registro da Juntas Comerciais são: 
- Matrícula; ato que se refere a alguns profissionais específicos, os chamados auxiliares 
do comércio (ex.: leiloeiros, intérpretes, etc.). Funcionando a Junta como órgão 
regulador da profissão; 
- Arquivamento; ato que diz respeito aos atos constitutivos da sociedade empresária, da 
EIRELI ou EI. Deve ser feito o arquivamento na Junta Comercial (art.32, II, lei supra): dos 
documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção; atos relativos a 
consórcio; atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas; 
declarações de microempresas; etc. 
Quanto o arquivamento dos atos constitutivos das cooperativas, vem prevalecendo que 
serão sujeitas à inscrição nas Juntas Comerciais (Enunciado 69, CJF). 
- Autenticação; ato que se refere aos instrumentos de escrituração contábil do 
empresário (livros empresariais) e dos agentes auxiliares do comércio. A autenticação é 
um requisito extrínseco da regularidade na escrituração. 
Ressalta-se que o ato sujeito a registro não pode ser oposto a terceiros antes do 
cumprimento das formalidades exigidas, salvo se houver prova de que o terceiro o 
conhecia (art.1.154, CC). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10.3. O processo decisório nas Juntas Comerciais (art.36, Lei 8.934/94) 
Se o ato é levado a registro dentro do prazo legal de 30 dias, o registro opera efeitos ex 
tunc, retroagindo à data da sua efetiva realização. Em contrapartida, se o ato é levado a 
registro fora do prazo legal, produzirá efeitos ex nunc, ou seja, só se tornará eficaz a 
partir do deu deferimento. 
Em regra, as decisões sobre os atos de registro são proferidas pelo Presidente, pelos 
vogais ou por servidores que possuam comprovados conhecimentos de Direito 
Comercial e de Registro de Empresas Mercantis, em decisões singulares (art. 42 da Lei 
8.934/1994). Todavia, alguns atos de registro específicos, por serem mais complexos, se 
submetem a um regime de decisão colegiada. 
Os pedidos de arquivamento submetidos a regime de decisão colegiada devem ser 
decididos no prazo máximo de 05 dias úteis, contados do seu recebimento, enquanto os 
pedidos de registro submetidos a regime de decisão singular devem ser decididos no 
prazo máximo de 02 dias úteis. 
As Juntas Comerciais, na análise dos atos de registro a ela submetidos, devem ater-se 
ao exame do cumprimento das formalidades legais previstas (art. 40 da Lei 8.934/1994), 
jamais adentrando no mérito do ato praticado. Fazendo essa análise das formalidades e 
verificando a existência de vício insanável, a Junta deverá indeferir o requerimento. 
Caso, todavia, verifique que o vício é sanável, o processo será colocado em exigência, 
podendo a parte interessada, no prazo de até 30 dias, contados da data da ciência ou da 
publicação do despacho, suprir o vício apontado, sob pena de, não o fazendo nesse 
prazo, ser considerado o seu suprimento extemporâneo um novo procedimento de 
registro, devendo-se pagar as taxas pertinentes. No mesmo sentido é o art. 1.153, 
parágrafo único, do CC. 
As Juntas Comerciais não podem criar exigências não previstas em lei! 
 
10.4. A publicidade dos atos de registro (art.29, Lei 8.934/94) 
As Juntas Comerciais, como órgãos públicos de registro dos empresários e das 
sociedades empresárias, possuem justamente a função de tornar público os atos 
relativos a esses agentes econômicos. Assim, qualquer pessoa, sem necessidade de 
provar interesse, poderá consultar os assentamentos existentes nas Juntas Comerciais 
e obter certidões, mediante pagamento do preço devido. 
 
11. ESCRITURAÇÃO DO EMPRESÁRIO 
É uma obrigação legal imposta a todo empresário, seja ao EI ou à sociedade empresária. 
Todos os empresários devem manter um sistema de escrituração contábil periódico, 
além de levantar todos os anos dois balanços financeiros: o patrimonial e o de resultado 
econômico. 
A obrigação é tão importante que a legislação falimentar considera crime a escrituração 
irregular, caso a falência do empresário seja decretada (arts.178 1 180, Lei 
11.101/2005). 
Os livros empresariais são equiparados a documento público para fins penais, sendo 
tipificada como crime a falsificação (art.297, §2º, CP). 
A escrituração do empresário é tarefa que a lei incumbe ao contabilista, que deve ser 
legalmente habilitado, ou seja, inscrito no seu órgão regulamentador da profissão 
(art.1.182, CC). Todavia, não existindo contabilista na localidade, poderá ser exercido 
por outro profissional ou pelo próprio empresário. 
A doutrina aduz que o único livro obrigatório comum e obrigatório a todos os 
empresários é o Diário, que pode ser substituído por fichas, quando for eletrônico 
(art.1.180, CC). 
Outros livros também poderão ser exigidos do empresário, por força de legislação fiscal, 
trabalhista ou previdenciária. 
O empresário poderá escriturar outros livros, a seu critério (art. 1.179, §1º, CC). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11.1.O caso especial das MEs e EPPs (art.1.179, §2º, CC) 
O CC dispensa, por força do art.1.179, §2º, ao ‘pequeno empresário’, ou seja, as MEs ou 
EPPs,bem como ao MEI, a necessidade de manter um sistema de escrituração e de 
levantar anualmente os balanços patrimonial e de resultado econômico. 
Porém, somente se forem optantes pelo SIMPLES NACIONAL, que poderão adotar um 
sistema de contabilidade simplificada. Aos não optantes, se exige o ‘livro caixa’, onde 
haverá uma necessidade de escrituração. 
Contudo, o Comitê Gestor do Simples Nacional - CGSN (art.61, Resolução 94/2011), 
estabelece que tanto as MEs quanto as EPPs, mesmo que sejam optantes pelo SIMPLES, 
deverão adotar 6 livros empresariais, dentre os quais o ‘livro caixa’. 
 
11.2.O sigilo empresarial (art.1.190, CC) 
Os livros empresariais são protegidos pelo sigilo (art. 1.190, CC). Porém, a legislação 
poderá prever situações excepcionais em que o sigilo empresarial em que o sigilo não 
seja oponível (ex.: art.1.193, CC, que fala que o sigilo não se aplica contra as autoridades 
fazendárias). Nesse sentido, também o é a jurisprudência do STF5. 
Podendo também ser “quebrado” por ordem judicial, de forma total ou parcial. 
 
11.3. A eficácia probatória dos livros empresariais (art. 1.194, CC) 
Os livros empresariais são documentos que possuem força probante, sendo por vezes 
fundamentais para a resolução de determinado litígio. 
Assim, a eficácia contra o empresário se opera independentemente de os mesmos 
estarem escriturados. Em contrapartida, para que façam prova a favor do empresário é 
preciso que eles estejam regularmente escriturados (art.418, CPC). 
A regularidade da escrituração exige a obediência a requisitos intrínsecos e extrínsecos 
(art. 1.183, CC). 
 
11.4. Conceitos essenciais 
a) escrituração: no contexto do direito empresarial, a escrituração consiste em ser o 
registro organizado, cronológico e específico da movimentação dos negócios de um 
empresário, objetivando controlar seu patrimônio e reproduzir de forma fiel a 
verdadeira situação das atividades empresariais (art. 1.182, CC); 
b) livros empresariais: são os livros cuja escrituração é obrigatória ou facultativa, em 
virtude da legislação empresarial. 
 
11.5. Espécies 
- Obrigatórios: 
• Comuns: todos os empresários devem possuir: Diário (arts.1.180 e 1.184, CC), é 
o livro onde são lançadas todas as operações relativas ao exercício de empresa; 
• Especiais: somente para alguns empresários ou relacionados a atividade 
empresarial desenvolvida, a depender da lei, não é um rol taxativo (ex.: livro de 
 
5 “Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitando o 
exame ao ponto da investigação” ENUNCIADO 439 - STF 
registro de duplicatas, para quem as emite; registro de ações nominativas) 
- Facultativos: o empresário pode ou não ter. Visando o melhoramento de sua atividade 
(ex.: razão, que classifica o movimento das mercadorias; caixa, que organiza a entrada 
e saída de dinheiro). 
 
11.6. Requisitos 
Conferem a regularidade na escrituração. Podem ser intrínsecos e extrínsecos. 
- Intrínsecos (art.1.183, CC); relacionados a técnica contábil (ex.: moeda nacional; língua 
nacional, etc.). 
- Extrínsecos (art.1.181, CC); relacionados à segurança dos livros empresariais (ex.: 
conter termo de abertura e encerramento; autenticação, etc.) 
Se não houver regularidade ou não houver livros obrigatórios: haverá consequências de 
naturezas civis (ex.: da não apresentação dos livros em ação judicial, os fatos reputados 
pela parte contrária serão considerados verdadeiros) e penais (ex.: são equiparados a 
documentos públicos e, havendo falhas ou falsificação, poderão ser qualificados como 
tipo penal do art. 297, § 2º, do CP) 
 
12.NOME EMPRESARIAL (art. 1.155, CC) 
O nome empresarial identifica o empresário nas relações jurídicas que ele realiza em 
decorrência do exercício de empresa (art. 1.155, CC c/c Instrução Normativa do DREI nº 
15/2013). 
É preciso ter cuidado para não confundir com outros termos de identificação do 
empresário: 
 Marca; sinal distintivo visualmente perceptível, que identifica produtos ou 
serviços do empresário (art.122, Lei 9.279/1996); 
 Nome fantasia; expressão que identifica o título do estabelecimento. Grosso 
modo, está para o nome empresaria assim como o apelido está para o nome civil 
(ex.: nos contratos, o empresário sempre usará seu nome empresarial, porém, 
para seus consumidores se identificará por panfletos e propagandas usando seu 
nome fantasia). 
 
12.1. Princípios que norteiam a formação do nome (art.34, Lei 8.934/1994) 
a) Princípio da veracidade; o nome empresarial não poderá conter nenhuma informação 
falsa. Sendo a expressão que identifica o empresário em suas relações como tal, é 
imprescindível que o nome empresarial só forneça dados verdadeiros àquele que 
negocia com o empresário (ex.: art. 1.165, CC, que determina que o nome do sócio que 
vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social). 
b) Princípio da novidade; é a proibição de se registrar um nome empresarial igual ou 
muito parecido com outro já registrado (ex.: art.1.163, CC, aduz que o nome de 
empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro). 
Todavia, a proteção ao nome empresarial quanto ao princípio da novidade se inicia 
automaticamente a partir do registro e é restrita ao território do Estado da Junta 
Comercial em que o empresário se registrou. Nada impede que um empresário com 
atividade na Bahia registre um nome empresarial idêntico ao de outro empresário, mais 
antigo, com atuação em Pernambuco, salvo se este obteve o direito de usar 
exclusivamente seu nome empresarial em todo o território nacional, conforme previsão 
do §único do art. 1.166 
 
12.2. Espécies de nome empresarial (art. 1.155, CC) 
Duas espécies: 
- Firma; que pode ser individual ou social, é espécie de nome empresarial, formada por 
um nome civil – do próprio empresário, no caso de firma individual; do titular, no caso 
de EIRELI; ou de um ou mais sócios, no caso de firma social. 
O núcleo da firma é sempre um nome civil (ex.: Gustavo Lago ou G. Lago). 
Se quiser o titular da firma pode usar expressão que designe de forma mais precisa sua 
pessoa ou o ramo de sua atividade. 
Pode ser individual, com o nome civil do próprio empresário (ex.: EI, EIRELI). 
Pode ser social, com o nome civil de um ou mais sócios (ex.: sociedade em nome 
coletivo; sociedade limitada; sociedade comandita simples ou por ações). 
Obs.: pode abreviar os prenomes, mas não pode o último sobrenome. 
- Denominação; pode ser usada por certas sociedades ou pela EIRELI – o empresário 
individual somente opera sob firma -, pode ser formada por qualquer expressão 
linguística/elemento de fantasia, e a indicação do objeto social/ramo de atividade, é 
obrigatória (arts. 1.158, §2º, 1.160 e 1.161, CC). 
Obs.: empresas enquadradas como ME ou EPP deve acrescer os referidos 
enquadramentos no fim de seus nomes empresariais (ex.: sociedade limitada LTDA – 
ME; G.F Lago – ME). 
 
A doutrina aponta, portanto, que a firma é privativa de empresários individuais e 
sociedades de pessoas, enquanto a denominação é privativa de sociedades de capital 
(a EIRELI é uma exceção, podendo usar tanto firma quanto denominação).

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