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Resumo seguridade social

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RESUMO – SEGURIDADE SOCIAL – 2ª UNIDADE
PREVIDÊNCIA SOCIAL - CARACTERÍSTICAS
- Definição de previdência social: seguro com regime jurídico especial, uma vez que são as normas de Direito Público que o regem, de natureza contributiva, que disponibiliza benefícios e serviços aos segurados e seus dependentes, variáveis a depender do plano de cobertura.
- Previdência social → dois modelos:
1. Modelo Bismarckiano: o modelo bismarckiano é mais antigo, implementado pelo chanceler Otto Von Bismarck, na Alemanha, em 1883, que criou o seguro-doença, seguida por outras normas que instituíram o seguro acidente do trabalho (1884), o de invalidez (1889) e o de velhice (1889), em decorrência de grandes pressões sociais da época:
-A proteção não é universal, geralmente limitada aos trabalhadores;
-Rigoroso financiamento por meio de contribuições sociais dos interessados (trabalhadores e empresas);
-Restrição a determinadas necessidades sociais;
-Associado com a técnica do seguro, uma vez que cabe ao interessado, em regra, pagar prêmio à seguradora visando eventual indenização, com certas especificidades nesse caso!
2. Modelo Beveridgiano (pós guerra):
-Possui concepção mais ampla, uma vez que visa a universalização de atendimento, atendendo a tudo e a todos;
-O financiamento é feito por meio de impostos, arrecadados de toda a sociedade, distanciando-se assim da técnica de capitalização;
-As prestações encontram-se desvinculadas da real remuneração do trabalhador;
Que importante dificuldade é possível associar ao modelo Beveridgiano?
Resposta: Equilíbrio financeiro!
Desse modo, atualmente, a doutrina aponta que, em âmbito mundial, o que se nota é uma mescla dos dois sistemas (modelos híbridos).
- Um dos exemplos trazidos é o da Suécia, que adota inicialmente o modelo Beveridgiano, mas depois passa a fixar benefícios calculados em relação às contribuições individuais.
-Aponta-se que inclusive o Reino Unido, berço do modelo Beveridgiano, adotou mudanças no modelo adotado a fim de se buscar melhor equilíbrio financeiro.
- O Brasil adota preponderantemente qual modelo de organização previdenciária?
Resposta: A doutrina é majoritariamente filiada à ideia de que o Brasil adotou preponderantemente o modelo bismarckiano.
- Previdência social → regimes no Brasil:
	Os planos de previdência no Brasil podem ser divididos em básicos e complementares:
	Os planos básicos são compulsórios para pessoas que exerçam atividade laboral remunerada. Isso faz com que se reconheça na doutrina que tais planos, nessas circunstâncias, possuem a natureza jurídica de seguro obrigatório legal;
1. Regime Geral de Previdência Social – RGPS;
- Obrigatório para os trabalhadores em geral, exceto para os titulares de cargos públicos efetivos e militares filiados a Regime Próprio. Pessoas que não trabalham podem se filiar.
- De responsabilidade da União e administrado pelo Ministério da Fazenda (MP 782, 31/05/2017)
- Já ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), autarquia federal, cabe a administração do plano de benefícios e serviços;
- Cabe ao INSS cobrar a Dívida das contribuições previdenciárias? Não. Cabe à Secretaria da Receita Federal (Lei n.º 11.457/2011);
- É possível apontar que uma das finalidades do RGPS é a manutenção do status social dos beneficiários? Não, pois visa manter apenas vida digna, havendo um teto para pagamento dos benefícios – R$ 5.645,80 (2018).
2. Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS’s;
- Obrigatórios para os servidores públicos efetivos da União, Estados e municípios, e também para os militares, caso tenham sido criados pelas respectivas entidades políticas;
- E os servidores titulares de cargo em comissão, temporários e empregados públicos? São todos segurados empregados vinculados ao RGPS (art. 40, § 3º, CF/88).
- As regras gerais a serem observadas por todos os entes políticos na implementação de seus regimes próprios estão expostas no art. 40, CF/88, e também nas Leis nº 9.717/1998 e 10.887/2004
- E os servidores efetivos, ocupantes de cargos públicos, cujos entes não tenham instituído regime próprio? Lei 8.213/1990, Art. 12 - O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem como o das respectivas autarquias e fundações, são excluídos do Regime Geral de Previdência Social consubstanciado nesta Lei, desde que amparados por regime próprio de previdência social.
- Nota: Cada estado da federação deverá instituir regime previdenciário específico para os servidores militares;
- No caso dos militares das Forças Armadas, o tema encontra-se regulado pela Lei nº 6.880/1980, que aprovou o Estatuto dos Militares;
3. Plano de Seguridade Social dos Congresssistas – PSSC.
- Instituído pela Lei nº 9.506/1997 – Extingue o Instituto de Previdência dos Congressistas;
-A filiação ao regime é facultativa aos Deputados, Senadores e suplentes, que assim o requerer, no prazo de 30 dias do início do mandato. Outra opção é o RGPS;
-Há na doutrina quem o reconheça como “RPPS Disfarçado”, uma vez que a CF/88 indica que apenas os titulares de cargo público efetivo e os militares serão filiados ao RPPS;
	Os complementares são facultativos, e visam apenas ofertar prestações complementares para a manutenção do padrão de vida do segurado e de seus dependentes;
- Nos termos do art. 202, CF/88: O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado (capitalização), e regulado
por lei complementar (LC 108 e 109/2001).
- Caráter complementar: objetiva garantir a manutenção do padrão financeiro do trabalhador após se tornar inativo.
- Caráter autônomo: significa que o ingresso no regime de previdência privada independe de filiação a um regime obrigatório.
- Caráter contratual: a adesão ao regime privado, além de facultativo, depende de adesão contratual.
- Difere-se do regime de repartição simples (pacto de gerações), característico dos planos obrigatórios, uma vez que a previdência complementar adota o regime financeiro de capitalização.
- Espécies de previdência privada:
1. Previdência aberta:
- Planos podem ser individuais ou coletivos;
- Figuras:
a. participante, pessoa física que adere ao plano de benefícios; 
b. entidade aberta, Pessoa Jurídica constituída exclusivamente como sociedade anônima, que administra e executa os planos de benefícios de natureza previdenciária; 
c. assistido: participante ou beneficiário;
d. somente no caso de serem planos coletivos, incluir-se-á a figura da averbadora / instituidora, PJ que propõe a contratação do plano coletivo, sem participação no custeio (averbadora) ou com participação total ou parcial no custeio (instituidora).
- Órgão regulador: Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP;
- Órgão fiscalizador: Superintendência de Seguros Privados (SUSEP);
2. Previdência fechada:
- As entidades fechadas, constituídas sob a forma de fundação, NÃO visam o lucro;
- Sujeitos:
a. participante, pessoa física que adere ao plano de benefícios; 
b. entidade fechada, PJ constituída exclusivamente como fundações (fundos de pensão), que administra e executa os planos de benefícios de natureza previdenciária; 
c. assistido: participante ou beneficiário;
d. patrocinador: empresa ou ente público que institui determinado plano de benefícios (adm por entidade fechada), vertendo-lhe contribuições para a constituição de reservas.
-Órgão regulador: Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC);
-Órgão fiscalizador: Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC – autarquia);
-Órgão recursal – Câmara de Recursos da Previdência Complementar (CRPC);
- Planos complementares:
1. Regime Complementar Privado aberto:
- Explorado por sociedades anônimas, com autorização estatal;
- É
de acesso facultativo;
- Acessíveis a qualquer pessoa física;
- Benefícios a serem concedidos em forma de renda continuada
ou pagamento único;
2. Regime Complementar Privado fechado:
-Mantido por entidades fechadas;
-Também de acesso facultativo a todos os empregados ou associados dos patrocinadores / instituidores;
- Benefícios concedidos em forma de renda continuada ou pagamento único;
3. Regime Complementar dos Servidores Efetivos:
- Quando criado, deve ter como característica ser um regime de caráter facultativo* e fechado, uma vez que o ingresso seria restrito a servidores vinculados;
- No âmbito da União, a Lei nº 12.618/2012, instituiu o regime de previdência complementar dos servidores federai efetivos;
- Essa lei também autoriza a criação de 3 (três) entidades fechadas de previdência complementar, denominadas: Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Executivo (Funpresp-Exe); Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Legislativo (Funpresp-Leg); eFundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Judiciário (Funpresp-Jud).
- Desta forma, para os servidores que ingressam no serviço público da União a partir da vigência da Lei 12.618/2012 E criação das respectivas entidades, aplica-se o teto da remuneração do RGPS, sendo a diferença entre a remuneração percebida e esse valor coberta por contribuições definidas (pelo participante e pela patrocinadora, sendo que a alíquota da contribuição do patrocinador será igual à do participante).
	Previdência Social → Regimes no Brasil
	O CDC pode ser aplicado nas relações existentes entre o INSS e um segurado? Não pode!
AGRAVO REGIMENTAL. PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. DIREITOS INDIVIDUAIS DISPONÍVEIS. AUSÊNCIA DE RELAÇÃO DE CONSUMO ENTRE O INSS E O SEGURADO [...] Destarte, as relações jurídicas existentes entre a autarquia previdenciária e os segurados do regime de Previdência Social não caracterizam relações de consumo, sendo inaplicável, in casu, o disposto no art. 81, III, do Código de Proteçâo e Defesa do Consumidor. (STJ - AgRg no REsp: 610683 PR 2003/0211062-7, Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data de Julgamento: 28/09/2004, T5 – QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJ 08/11/2004 p. 279)
	Em relação aos planos de previdência complementar, cabe a incidência do CDC? 
Súmula 563, STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas.
REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS
	Definição: o RGPS compõe, juntamente com os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos efetivos e militares, e o sistema complementar, a previdência social brasileira.
	O regramento básico desse regime é feito por meio da Lei n.º 8.213/1991, além do Regulamento da Previdência Social, estabelecido no Decreto n.º 3.048/1999.
	RGPS → cobertura:
De acordo com a CF/88, art. 201:
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes
De acordo com o art. 1.º, da Lei n.º 8.213/1991:
- Benefício por motivo de incapacidade;
- Desemprego involuntário;
- Idade avançada;
- Tempo de serviço;
- Encargos familiares;
- Prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente.
Já no art. 9º, § 1º, da Lei nº 8.213/1991 verifica-se que a lei retira do âmbito da cobertura do RGPS o seguro-desemprego, deixando de tratá-lo como um benefício previdenciário; Assim, o seguro-desemprego encontra-se regido pela Lei nº 7.998/1990, sendo administrado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, e pago com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador);
- Seguro desemprego: 
1ª solicitação: trabalhou 12 meses nos últimos 18 meses;
2ª solicitação: trabalhou 9 meses nos últimos 12 meses;
3ª solicitação em diante: trabalhou os últimos 6 meses.
- Parcelas:
1ª solicitação:
- 5 parcelas, se trabalhou 24 meses ou mais;
- 4 parcelas, se trabalhou de 12 a 23 meses.
2ª solicitação:
- 5 parcelas, se trabalhou 24 meses ou mais;
- 4 parcelas, se trabalhou de 12 a 23 meses.
- 3 parcelas, se trabalhou de 9 a 11 meses.
3ª solicitação:
- 5 parcelas, se trabalhou 24 meses ou mais;
- 4 parcelas, se trabalhou de 12 a 23 meses.
- 3 parcelas, se trabalhou de 6 a 11 meses.
- Valor das parcelas: somar o salário dos três meses antes de ser dispensado e dividir o total por três
- se o resultado for menor que R$ 1.480,25, multiplique por 0,8;
- se o resultado for entre R$ 1.480,26 e R$ 2.467,33, o que exceder 1.450,23 deve ser multiplicado por 0,5 e, depois, somado a R$ 1.184,20;
- se o resultado for maior que R$ 2.467,33, o valor da parcela será de R$ 1.677,74 sempre.
	RGPS → Administração:
	Administração atribuída ao Ministério da Fazenda (MP 785, 31/05/2017);
	Gestor dos planos de benefícios → INSS;
	O INSS foi criado em 27 de junho de 1990 como autarquia, a partir da fusão do Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social – IAPAS com o Instituto Nacional de Previdência Social – INPS.
	RGPS → Conselho Nacional de Previdência Social
	O Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS, é órgão superior de deliberação colegiada;
	A composição do referido Conselho tem:
I - seis representantes do Governo Federal;
II - nove representantes da sociedade civil, sendo:
a) três representantes dos aposentados e pensionistas;
b) três representantes dos trabalhadores em atividade;
c) três representantes dos empregadores.
	Dentre as principais finalidades do Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS, estabelecidas no art. 4º, da Lei nº 8.213/1991, destacam-se:
I - estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas aplicáveis à Previdência Social;
IV - apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da Previdência Social, antes de sua consolidação na proposta orçamentária da Seguridade Social;
	RGPS → INSS
	De acordo com o art. 1º do Regimento do INSS, “O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, autarquia federal com sede em Brasília - Distrito Federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, instituída com fundamento no disposto no art. 17 da Lei nº 8.029, de 12 de abril de 1990, tem por finalidade promover o reconhecimento de direito ao recebimento de benefícios administrados pela Previdência Social, assegurando agilidade, comodidade aos seus usuários e ampliação do controle social.
	De acordo com o art. 5º, Lei nº 11.457/2007, cabe ainda ao INSS:
- Emitir certidão relativa a tempo de contribuição;
- Gerir o Fundo do RGPS;
- Calcular o montante das contribuições para o sistema e emitir o correspondente documento de arrecadação, com vistas no atendimento conclusivo para concessão ou revisão de benefício requerido.
	O INSS é dirigido por um Presidente e cinco Diretores, tendo a seguinte estrutura administrativa:
- órgãos de assistência direta e imediata ao Presidente (gabinete, comunicação social, coord. de planejamento…)
- órgãos seccionais (Procuradoria, auditoria, corregedoria ...);
- órgãos específicos singulares (diretorias de benefício, de saúde do trabalhador e de atendimento);
- unidades e órgãos descentralizados (superintendências regionais, gerências, agências ...).
	RGPS → Princípios:
	Tratam-se de princípios específicos da previdência social, aplicáveis diretamente ao RGPS, podendo também serem aplicados aos demais regimes.
1. Princípio da Contributividade: os benefícios e serviços só serão prestados pela previdência
social aos segurados (e dependentes) que se filiarem previamente ao regime, sendo exigido pagamento de contribuições sociais.
2. Princípio da Obrigatoriedade de Filiação: reflete a obrigatoriedade para que os trabalhadores em geral sejam filiados ao RGPS, comportando, logicamente, exceções, a exemplo dos segurados facultativos, além dos trabalhadores vinculados aos regimes próprios;
3. Princípio do Equilíbrio Financeiro e Atuarial: Princípio atrelado ao Princípio da Precedência da Fonte de Custeio, pois visa preservar o equilíbrio entre receitas e despesas com o pagamento de benefícios, tanto no momento presente momento, quanto no futuro (atuária).
- Vale destacar que a ciência atuária está relacionada aos estudos necessários para a manutenção do equilíbrio financeiro da previdência no futuro.
- Assim, o profissional atuário atua para mensurar e administrar riscos, uma vez que a profissão exige conhecimentos em teorias e aplicações matemáticas, estatística, economia, probabilidade e finanças, transformando-o em um verdadeiro arquiteto financeiro e matemático social capaz de analisar concomitantemente as mudanças financeiras e sociais no mundo.
4. Princípio da Universalidade de Participação nos Planos Previdenciários: princípio que orienta o Poder Público a buscar a inclusão previdenciária dos trabalhadores informais, estimulando-os a contribuir com o RGPS;
5. Princípio da Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às Populações Urbanas e Rurais: veda a discriminação negativa dos povos rurais, admitindo a aplicação da igualdade material.
-A título de curiosidade, vale destacar que a Previdência Social – RGPS registrou, em 2013, déficit de R$ 49,9 bilhões (182,45 bilhões em 2017). No setor Rural a diferença entre arrecadação e despesa gerou necessidade de financiamento para o setor de R$ 75,9 bilhões, em 2013 (110,74 bilhões em 2016). O setor Urbano registrou superávit de R$ 24,6 bilhões (déficit 71,7 em 2017); * Déficit de R$ 268,8 bilhões em 2017 – RGPS + Serv. P. União.
6. Princípio da Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefícios: pela seletividade, fica o legislador obrigado a escolher os principais riscos sociais a serem cobertos pelo RGPS, respeitando-se o conteúdo mínimo estabelecido no art. 201 da CF/88.
Pela distributividade, tem-se o objetivo de alcançar o maior número possível de beneficiários, reconhecendo-se, assim, a previdência social como importante instrumento de repartição de riquezas.
7. Princípio dos salários de contribuição corrigidos monetariamente: considera-se a necessidade de que os salários de contribuição sejam corrigidos monetariamente para
fins de cálculo dos benefícios previdenciários (atualmente é o INPC);
8. Princípio da irredutibilidade dos benefícios: estabelece que o valor dos benefícios previdenciários não seja reduzido nominalmente, bem como tenha a incidência de reajustes anuais a fim de preservar o seu poder aquisitivo (INPC).
** STJ admite a aplicação de índice negativo de inflação na atualização dos benefícios previdenciários pagos em atraso, desde que respeitada a irredutibilidade do valor total a ser pago a título de parcelas atrasadas.
PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DE ÍNDICE INFLACIONÁRIO NEGATIVO SOBRE A CORREÇÃO MONETÁRIA, DESDE QUE PRESERVADO O VALOR NOMINAL DO MONTANTE PRINCIPAL. 1. A Corte Especial deste Tribunal no julgamento do REsp nº1.265.580/RS, Relator o
Ministro Teori Albino Zavascki, DJe de18/4/2012, modificou a compreensão então vigente, passando a adotar o entendimento segundo o qual desde que preservado o valor nominal do montante principal, é possível a aplicação de índice inflacionário negativo sobre a correção monetária de débitos previdenciários, porquanto os índices deflacionados acabam se compensando com supervenientes índices positivos de inflação. 2. Embargos de declaração acolhidos com excepcionais efeitos modificativos. (STJ - EDcl no AgRg no REsp: 1142014 RS 2009/0099898-6, Relator: Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Data de Julgamento: 04/10/2012, T5 – QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 11/10/2012).
9. Princípio da garantia do benefício não inferior ao salário mínimo: de acordo com o art. 201, § 2º, nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. Apenas benefícios que não substituem a remuneração do trabalhador (auxílio-acidente e salário-família), seriam exceções.
10. Princípio da previdência complementar facultativa: abre-se a possibilidade facultativa de adesão aos planos complementares, destinados a possibilitar a manutenção do “status” social dos beneficiários.
11. Princípio da gestão quadripartite: estabelece a necessidade de que a previdência social conte com uma gestão democrática e descentralizada, com a participação de representantes do Poder Público, dos empregadores, trabalhadores e aposentados nos órgãos colegiados.
12. Princípio do “Tempus Regit Actum”: estabelece que os atos jurídicos devem ser regulados pela lei vigente no momento da sua realização, normalmente não se aplicando os novos regramentos que lhe são posteriores, salvo previsão expressa em sentido contrário.
- Com base no art. 5º, XXXVI, CF/88, é possível apontar que a Constituição adotou o Princípio da Irretroatividade Restrita, já que a nova lei não poderá desrespeitar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, salvo exceções, a exemplo da lei penal, para beneficiar o réu.
- A concessão de uma aposentadoria pelo INSS representa … um ato jurídico perfeito!
- O preenchimento dos requisitos para se aposentar gera … direito adquirido.
** Caso não haja o preenchimento dos requisitos legais a concessão de determinado benefício, haverá mera expectativa de direito.
STF → “Os benefícios previdenciários devem regular-se pela lei vigente ao tempo em que preenchidos os requisitos necessários à sua concessão. Incidência, nesse domínio, da regra ‘tempus regit actum’, que indica o estatuto de regência ordinariamente aplicável em matéria de instituição e/ou de majoração de benefícios de caráter previdenciário. Precedentes” (AI 625.446-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 19.9.2008).
13. Princípio da Responsabilidade: princípio que ressalta a importância de cuidar das obrigações previdenciárias atuais, mas sem onerar demasiadamente as futuras gerações, o que justificaria, por exemplo, reformas no regime com tal finalidade.
14. Princípio da Vedação ao Retrocesso Social: princípio que tende a vedar a redução da proteção previdenciária para que se preserve o mínimo existencial dos segurados. Há divergência doutrinária quanto à sua aplicação!
15. Princípio do In Dubio Pro Misero: indica que na dúvida acerca do preenchimento das condições para obtenção do benefício, após instrução administrativa ou judicial, deve-se optar por privilegiar a parte supostamente mais frágil (hipossuficiente).
Sua aplicação na esfera previdenciária é contestada por autores, que defendem, por exemplo, a aplicação do Princípio do in dubio pro societatis, em detrimento do hipossuficiente.
-No STJ é possível encontrar a aplicação desse princípio! 
PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM. EXPOSIÇÃO AO AGENTE FÍSICO RUÍDO. LIMITE MÍNIMO 80 dB ATÉ 05/03/1997. POSSIBILIDADE. 1. O art. 292 do Decreto n.º 611/92 classificou como especiais a atividades constantes dos anexos dos Decretos n.os 53.831/64 e 83.080/79. Havendo colisão entre preceitos constantes nos dois diplomas normativos, deve prevalecer aquele mais favorável ao trabalhador, em face do caráter social do direito previdenciário e da observância do princípio in dubio pro misero. 2. [...]). 4. Embargos de divergência acolhidos. (STJ - EREsp: 441721 RS 2005/0144326-8, Relator: Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento: 14/12/2005, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data de
Publicação: DJ 20/02/2006 p. 203)
16. Princípio da Automaticidade das Prestações: é o princípio que reconhece a necessidade de que deve haver o pagamento das prestações previdenciárias pelo INSS nas hipóteses em que o tomador de serviços tenha a responsabilidade de recolher o tributo e, mesmo assim, não o tenha recolhido.
- Assim, se a empresa não recolhe as contribuições previdenciárias do seu empregado, deve o INSS conceder o benefício, devendo a Receita Federal adotar as medidas para a cobrança das contribuições em atraso.
17. Princípio da indisponibilidade dos benefícios previdenciários: trata-se do reconhecimento da natureza alimentar conferida ao benefício previdenciário, e das consequências advindas, como impossibilidade de renúncia e penhora.
18. Princípio da Territorialidade da Filiação: estabelece que todos os que trabalham no território brasileiro e não são filiados a Regime Próprio, devem ingressar no RGPS na condição de segurados obrigatórios, salvo raras exceções.
	RGPS → beneficiários:
	Os destinatários das prestações da previdência social do RGPS são os beneficiários;
	Por sua vez, beneficiário é gênero, do qual são espécies os segurados (os que mantêm vínculo em nome próprio) e os dependentes (aqueles que dependem economicamente dos segurados, nos termos da lei);
	Quais as categorias de segurados? Segurados obrigatórios e facultativos.
	Quais são os segurados obrigatórios? O trabalhador empregado, inclusive o doméstico, o trabalhador avulso, o contribuinte individual e o segurado especial.
	E o servidor público da União ocupante de cargo efetivo, que também trabalhe para uma universidade privada, a qual regime se filiará? Nesse exemplo, irá se filiar tanto ao Regime Próprio da União quanto ao RGPS.
	RGPS → Segurados Obrigatórios
	Os segurados obrigatórios encontram-se elencados no art. 12, Lei nº 8.212/1991, e art. 11, Lei nº 8.213/1991:
1. SEGURADO EMPREGADO:
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado.
- A caracterização do trabalho como urbano ou rural, para fins previdenciários, depende da natureza das atividades efetivamente prestadas pelo empregado ou contribuinte individual e não o meio em que se inserem.
a) Empregado urbano ou rural
- Isso quer dizer que existe a possibilidade de que um trabalhador desenvolva uma atividade rural numa área urbana (na cidade)? Exatamente isso! O inverso também é verdadeiro! A definição exata do que é urbano e o que é eminentemente rural não é precisa na lei, nem pacífica na doutrina e jurisprudência!
-O menor aprendiz é um segurado empregado? Sim! Ver Instr. Normativa RFB 971/2009. Também Súmula 18, TNU: “Provado que o aluno aprendiz de Escola Técnica Federal recebia remuneração, mesmo que indireta, à conta do orçamento da União, o respectivo tempo de serviço pode ser computado para fins de aposentadoria previdenciária”.
- Via de regra, o trabalhador que atende aos critérios de caracterização da relação de emprego, ainda que temporários, se enquadram na situação de segurado empregado;
- A Instr. Normativa do INSS nº 77/2015 (importante instrução!), dentre tantos assuntos, trata dos acordos internacionais de cooperação previdenciária. Destaca-se a necessidade de se obter o “Certificado de Deslocamento Temporário” junto à agência do INSS para que o empregado enviado a outro país, que possui convênio, fique isento de contribuir no destino, mantendo a condição de segurado no país de origem!
- No rol de segurados empregado também estará presente o empregado público? Sim! (art. 40, § 13).
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas;
- Trabalhador regido pela Lei nº 6.019/1974, com prazo de contratação de até 180 dias (+ 90 dias).
c) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior:
- Trata-se de uma exceção ao Princípio da Territorialidade da Filiação;
- Vale frisar que a empresa nacional é aquela constituída de acordo com as leis brasileiras, ainda que de capital estrangeiro (art. 176, § 1º, CF/88).
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a ela subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular:
- Fala-se na necessidade de alteração dessa alínea, a fim de possibilitar ao brasileiro amparado por regime estrangeiro que também possa acessar o RGPS.
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio:
- Contempla, por exemplo, os “auxiliares locais”, que dão apoio a essas missões, mas que, em decorrência de limitações locais, não possam se filiar ao regime previdenciário de domicílio.
f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional;
- Mais uma exceção ao princípio da territorialidade.
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais;
- Contempla servidores como os Ministros de Estado, os Secretários Estaduais e outros que exerçam função comissionada, sem vínculo efetivo com a Administração Pública.
i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social:
- Exemplos de organizações internacionais no Brasil: ONU, OIT…
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social:
- Vereador servidor efetivo, com compatibilidade de horários para o exercício de ambas as atividades? Resposta: Deverá se filiar obrigatoriamente ao RGPS em razão do cargo eletivo, contribuindo sob essa remuneração, mantendo-se ao RPPS, neste caso contribuindo sobre a remuneração recebida pelo exercício do cargo efetivo.
j) mandato eletivo federal, estadual ou municipal:
- Vale lembrar que, nos casos de incompatibilidade de horários (vereador / prefeito), haverá o afastamento do cargo, com a possibilidade de opção pela remuneração a receber;
- No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para o RPPS como se estivesse em exercício, e para efeito de benefício previdenciário, os valores serão determinados igualmente como se estivesse em exercício.
- Também cabe relembrar que o congressista federal possui algumas opções:
J.1) – Sendo servidor público efetivo ou militar de ente político que tenha instituído RPPS, poderá manter essa condição;
J.2) – Poderá optar pela filiação ao Plano de Seguridade Social dos Congressistas (30 dias);
J.3) – Poderá se filiar ao RGPS, caso não seja servidor efetivo e nem tenha exercido opção para o PSSC.
2. SEGURADO EMPREGADO DOMÉSTICO:
- Quem é o empregado doméstico? Aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos (definição da Lei 8.213/91).
- LC nº, 150/2015, Art. 1º - Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial
destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei.
- ATENÇÃO! A regência do trabalho doméstico deixou de ser feita pela Lei nº 5.859/72, passando a se dar pela LC nº 150/2015.
-É importante destacar que se há finalidade lucrativa na atividade desenvolvida no âmbito residencial, a relação não será de emprego doméstico!
- Interessante também ressaltar que, de acordo com a LC nº 150/2015, art. 1º, parágrafo único, “É vedada a contratação de menor de 18 (dezoito) anos para desempenho de trabalho doméstico, de acordo com a Convenção no 182, de 1999, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e com o Decreto nº 6.481, de 12 de junho de 2008”.
3. SEGURADO TRABALHADOR AVULSO:
- É o trabalhador que presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza urbana ou rural definidos no regulamento.
- De acordo com o art. 9º, VI, do Decreto 3.048/1999 (regulamenta previdência social), é aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do órgão gestor de mão de obra ou do sindicato da categoria.
- O referido Decreto dispõe que serão trabalhadores avulsos:
a) o trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia (movimentação de mercadorias nas instalações de uso público), estiva (movimentação de mercadorias nos conveses ou porões das embarcações), conferência e conserto de carga, vigilância de embarcação e bloco (atividade de limpeza e conservação de embarcações mercantes e de seus tanques, incluindo batimento de ferrugem, pintura e pequenos reparos);
b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério;
c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios);
d) o amarrador de embarcação;
e) o ensacador de café, cacau, sal e similares;
f) o trabalhador na indústria de extração de sal;
g) o carregador de bagagem em porto;
h) o prático de barra em porto;
i) o guindasteiro; e
j) o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos
- Vale destacar que o trabalho avulso portuário deve observar as disposições da Lei nº 12.815/2013, que revoga a Lei nº 8.630/1993 (antiga lei dos portos), e observar também as disposições da Lei nº 9.719/1998;
- Essa estabelece que os operadores portuários devem constituir em cada porto organizado um órgão de gestão de mão de obra do trabalho portuário (art. 32), destinado a:
I - administrar o fornecimento da mão de obra do trabalhador portuário e do trabalhador portuário avulso;
II - manter, com exclusividade, o cadastro do trabalhador portuário e o registro do trabalhador portuário avulso;
III - treinar e habilitar profissionalmente o trabalhador portuário, inscrevendo-o no cadastro;
IV - selecionar e registrar o trabalhador portuário avulso;
V - estabelecer o número de vagas, a forma e a periodicidade para acesso ao registro do trabalhador portuário avulso;
VI - expedir os documentos de identificação do trabalhador portuário; e
VII - arrecadar e repassar aos beneficiários os valores devidos pelos operadores portuários relativos à remuneração do trabalhador portuário avulso e aos correspondentes encargos fiscais, sociais e previdenciários.
- ** Destaca-se aqui a possibilidade de mais um benefício assistencial especificamente aplicados aos trabalhadores portuários avulsos: O art. 73, Lei nº 12.815/2013, modifica a Lei nº 9.719/1998, para assegurar aos trabalhadores portuários avulsos com mais de 60 (sessenta) anos e que não possua condições de se aposentar e prover seu sustento, o benefício assistencial mensal, de até 1 (um) salário mínimo.
4. SEGURADO ESPECIAL:
- Considera-se segurado especial a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros a título de mútua colaboração, na condição de:
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro (possui contrato com proprietário ou possuidor, partilhando lucros e prejuízos) ou meeiro outorgados, comodatário (empréstimo gratuito da terra) ou arrendatário rurais (utiliza a terra mediante pagamento de aluguel), que explore atividade: agropecuária em área de até 4 módulos fiscais (hectares – é variável) OU de seringueiro ou extrativista vegetal.
b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida;
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo;
- Todas as hipóteses tratam do pequeno trabalhador rural ou pescador artesanal, que trabalham individualmente ou em família para fins de subsistência, sem a utilização de empregados PERMANENTES.
-Súmula nº 30, TNU: Tratando-se de demanda previdenciária, o fato de o imóvel ser superior ao módulo rural não afasta, por si só, a qualificação de seu proprietário como segurado especial, desde que comprovada, nos autos, a sua exploração em regime de economia familiar.
- Há na doutrina quem defenda que essa súmula deve ser cancelada (Frederico Amaro), pois anterior à Lei nº 11.718/08, quando inexistia dimensão máxima do imóvel rural.
- Todavia, a TNU, TRF´s e STJ continuam a entender que o requisito objetivo (4 módulos fiscais) não é suficiente para descaracterizar o regime de economia familiar.
ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONSONÂNCIA COM A SÚMULA 30 DESTA TNU. REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR. O TAMANHO DA PROPRIEDADE, POR SI SÓ, NÃO OAFASTA. QUESTÃO DE ORDEM Nº 13. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO NÃO CONHECIDO. (TNU , Relator: JUIZ FEDERAL JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO, Data de Julgamento: 02/12/2010)
PREVIDENCIÁRIO E CONSTITUCIONAL. PENSÃO POR MORTE. TRABALHADOR RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. PROVA TESTEMUNHAL. EMPREGADOR II-B NÃO DESCARACTERIZA A QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL. LIMITE DE 4 MÓDULOS FISCAIS. TERMO A QUO. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. VERBA ADVOCATÍCIA. [...] 4. A dimensão do imóvel rural, para fins de enquadramento do segurado como empregado ou empregador rural, nos termos do art. 1º, II , b do Decreto-Lei 1.166 /71, não afasta, per se, a caracterização do regime de economia familiar, podendo tal condição ser demonstrada por outros meios de prova, independentemente se a propriedade em questão possui área igual ou superior ao módulo rural da respectiva região (Precedente do STJ REsp 104201/DF). (TRF-1 – AC: 433649020094019199 , Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL CANDIDO MORAES, Data de Julgamento: 09/07/2014, SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: 02/09/2014)
- De acordo com o art. 2º, I, da Lei nº 11.959/2009, a pesca não se restringe apenas aos peixes, mas também se estende aos animais e vegetais hidróbios (da água), estando caracterizada com a mera tentativa de apreensão do recurso pesqueiro, não se fazendo necessária a captura do alimento.
- Súmula nº 5, TNU - A prestação de serviço rural por menor de 12 a 14 anos, até o advento da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, devidamente comprovada, pode ser reconhecida para fins previdenciários;
- Súmula nº 41, TNU - A circunstância de um dos integrantes do núcleo familiar desempenhar atividade urbana não implica, por si só, a descaracterização do trabalhador rural como segurado especial, condição que deve ser analisada no caso concreto. (No STJ, ver: REsp 1.304.479-SP).
-INSS (Instrução Normativa nº 77/2015), entende que os filhos casados, divorciados, viúvos, que estiveram ou estão em união estável, irmãos, genros, noras, sogros, sobrinhos, primos, netos e afins não podem integrar o grupo familiar do segurado especial. Parece correto?
4. SEGURADO ESPECIAL – Perda da condição de segurado:
- O art. 12, § 11º, II, da Lei nº 8.212/1991, prevê hipóteses de perda da qualidade de segurado especial no primeiro dia do mês seguinte em que o grupo familiar
respectivo utilizar mais de 120 pessoas x dia /ano civil (empregados por prazo determinado), quando exercer atividade urbana por mais de 120 dias no ano após o defeso ou entressafra, ou ainda quando explorar a atividade turística com hospedagem por mais de
120 dias no ano.
5. SEGURADO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL
- Trata-se de um classe de contribuintes residual;
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 10 e 11 deste artigo;
“a)” trata, portanto, das hipóteses nas quais o segurado não tenha preenchido as condições para que se tornasse um contribuinte na categoria especial (a área de exploração ultrapassa 4 módulos fiscais, houve contratação de empregados por mais de 120 pessoasxdias/ano.
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral – garimpo (por meios manuais ou com máquinas simples e portáteis), em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua.
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa:
- Padres, pastores e assemelhados.
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. OFENSA AO ARTIGO 535 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA N. 284/STF. [...] 1. O Superior Tribunal de Justiça possui compreensão no sentido de que o período laborado na condição de aspirante à vida religiosa, para custeio de sua formação, deve ser computado como tempo de serviço. 2. Recurso especial provido. (STJ , Relator: Ministro JORGE MUSSI, Data de Julgamento: 04/08/2009, T5 - QUINTA TURMA)
e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;
f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração:
f) – Síndicos de Condomínios Imobiliários (remuneração indireta)
TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O PRÓ-LABORE E SOBRE A ISENÇÃO DA QUOTA CONDOMINIAL DOS SÍNDICOS. ART. 1º DA LEI COMPLEMENTAR Nº 84/96. CONDOMÍNIO. CARACTERIZAÇÃO. PESSOA JURÍDICA. LEI Nº 9.876/99. INCIDÊNCIA. I - E devida a contribuição social sobre o pagamento do pró-labore aos síndicos de condomínios imobiliários, assim como sobre a isenção da taxa condominial devida a eles, na vigência da Lei Complementar nº 84/96 (1996 a 1999), porquanto a Instrução Normativa do INSS nº 06/96 não ampliou os seus conceitos, caracterizando-se o condomínio como pessoa jurídica, à semelhança das cooperativas, mormente não objetivar o lucro e não realizar exploração de atividade econômica. [...]. (STJ , Relator: Ministro FRANCISCO FALCÃO, Data de Julgamento: 18/10/2005, T1 - PRIMEIRA TURMA)
g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego;
h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não;
As duas alíneas são muito abrangentes, atingindo praticamente qualquer pessoa que exerça seu labor de modo eventual, sem a caracterização do vínculo empregatício.
- De acordo com o art. 9º, V e § 15, do Regulamento da Previdência Social (Decreto nº 3.048/99), também será contribuinte individual:
- o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à sociedade cooperativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executado;
- o Micro Empreendedor Individual - MEI de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais;
- o notário ou tabelião e o oficial de registros ou registrador, titular de cartório, que detêm a delegação do exercício da atividade notarial e de registro, não remunerados pelos cofres
públicos, admitidos a partir de 21 de novembro de 1994.
- o bolsista da Fundação Habitacional do Exército, contratado em conformidade com a Lei nº 6.855, de 18 de novembro de 1980;
- o médico residente de que trata a Lei nº 6.932, de 7 de julho de 1981;
- o árbitro e seus auxiliares que atuam em conformidade com a Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998 (sem vínculo de emprego);
- o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (ECA), quando remunerado;
- outras hipóteses especificadas no § 15º, do Regulamento da Previdência Social.
	RGPS → Segurados facultativos:
	Será considerado como segurado facultativo aquele que preencha os seguintes requisitos cumulativamente:
I – Não exerça atividade de vinculação obrigatória a qualquer regime previdenciário, e
II – seja maior de 16 anos (art. 7º, XXIII, CF/88, com redação dada pela EC nº 20/1998 + art. 11, RPS) - > Atenção para o fato de que a Lei 8.212 e 8.213 ainda traz a disposição de que essa idade mínima seria de 14 anos!
	De acordo com o art. 11 do RPS (Decr. 3.048/99), § 1º, podem filiar-se facultativamente, entre outros:
I - a dona-de-casa;
II - o síndico de condomínio, quando não remunerado;
III - o estudante;
IV - o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no
exterior;
V - aquele que deixou de ser segurado obrigatório da
previdência social;
	Exemplos, de acordo com o art. 11 do RPS (Decr. 3.048/99)...
VI - o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, quando não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;
VII - o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa de acordo com a Lei nº 6.494, de 1977 (revogada pela Lei nº 11.788/2008);
*Se o estagiário prestar serviço em desacordo com a Lei 11.788/2008, será enquadrado como segurado OBRIGATÓRIO!
VIII - o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso de especialização, pós-graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;
IX - o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;
X - o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdenciário de país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional;
XI - o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semiaberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria.
	Filiação:
	A filiação é a relação jurídica que liga uma pessoa natural à União, por meio do INSS, que tem a finalidade de incluí-lo no RGPS na condição de segurada, tendo a eficácia de gerar obrigações (como o pagamento de contribuições) e também direitos (a exemplo da percepção de benefícios).
	Via de regra, para os segurados obrigatórios a filiação será automática e decorrerá do exercício de atividade laborativa remunerada (idade mínima 16 anos, salvo atividades insalubres, perigosas ou noturnas, ou 14 anos, na condição de aprendiz).
	E se mesmo assim o Judiciário reconhecer a prestação
de serviços por parte de menor de 14 anos, por exemplo?
Resposta: 
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO POR MENOR DE 14 ANOS. POSSIBILIDADE. CONDIÇÃO DE SEGURADO ANTERIOR À LEI Nº 8.213/91. IRRELEVÂNCIA. CONTRIBUIÇÃO RELATIVAMENTE AO PERÍODO DE ATIVIDADE RURAL. DESNECESSIDADE. -Ainda que mereça todo o repúdio o trabalho exercido por crianças menores de 14 anos de idade, ignorar tal realidade, ou entender que esse período não deverá ser averbado por falta de previsão legal, esbarra no alcance pretendido pela lei. Ao estabelecer o limite mínimo de 14 anos, o legislador o fez em benefício do menor, visando a sua proteção, não em seu prejuízo, razão pela qual o período de trabalho prestado antes dos 14 anos deverá ser computado como tempo de serviço para fins previdenciários. A ausência da qualidade de segurado não inviabiliza o exercício do direito à contagem do tempo de serviço, porque não se confundem o direito ao benefício previdenciário, ele mesmo, e o direito à contagem, conversão e averbação de tempo de serviço, que é de natureza subjetiva, enquanto relativo à realização de fato continuado, constitutivo de requisito à aquisição de direitos subjetivos outros, estatutário ou previdenciário, de que é instrumental." (EDcl no REsp nº 409.986/RS, Relator Ministro Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, DJ 24.03.2003, p. 295) - Não há falar em necessidade de recolhimento das contribuições previdenciárias, pois, compulsando os autos, verifica-se que o período a averbar é anterior à 1.991. Dessa forma, na égide da redação original do art. 11, II, da Lei n. 8.213/91. - Nego provimento ao agravo regimental. (STJ , Relator: Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, Data de Julgamento: 01/03/2005, T6 - SEXTA TURMA)
	Importante destacar que, no âmbito administrativo, o INSS só computa como tempo de contribuição aqueles exercidos com idade a partir da prevista na Constituição Federal, salvo as exceções previstos em lei e observado o § 1º do art. 7º, da IN INSS 77/2015 (a idade mínima vigente em cada Constituição da República).
	Segurados Especiais: para esses segurados, a filiação se inicia com o exercício da atividade campesina ou pesqueira artesanal individualmente ou em regime de economia familiar para fins de subsistência, uma vez que normalmente não há atividade laborativa com percepção de remuneração.
	Segurados Contribuintes Individuais que trabalham por conta própria: A filiação fica condicionada ao efetivo recolhimento. Nesse sentido:
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. PERDA DA QUALIDADE DESEGURADO. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. INSCRIÇÃO POST MORTEM. REGULARIZAÇÃODAS CONTRIBUIÇOES PELO CÔNJUGE SOBREVIVENTE PARA RECEBIMENTO DE PENSÃO POR MORTE. IMPOSSIBILIDADE. BENEFÍCIO
INDEVIDO. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃOCONHECIDO E IMPROVIDO. […]
[...] 2. Portanto, não se afigura possível a concessão do benefício de pensão por morte ao cônjuge do segurado falecido, como contribuinte individual que não efetuou o recolhimento das contribuições respectivas à época, não havendo suporte legal para a denominada inscrição post mortem ou para que sejam vertidas as contribuições pretéritas, também após o evento morte, mesmo com seus acréscimos, quando não tiverem sido recolhidas antes do sinistro, coberto pelo benefício buscado. 3. Incidente conhecido e não provido (TNU - PEDILEF: 200870950025150 PR , Relator: JUÍZA FEDERAL ROSANA NOYA WEIBEL KAUFMANN, Data de Julgamento: 13/09/2010, Data de Publicação: DOU 08/04/2011 SEÇÃO 1)
No STJ, ver (Resp 1346852, de 21/05/2013).
	Segurados Facultativos: a filiação apenas ocorrerá com a inscrição formalizada e o efetivo pagamento da primeira contribuição previdenciária, o que caracteriza a necessidade de sua manifestação de vontade, uma vez que a filiação não é compulsória. * Primeiro a inscrição, depois a filiação!
	Inscrição:
	É o ato pelo qual o segurado é cadastrado no RGPS, mediante comprovação dos dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis à sua caracterização.
	Atualmente o cadastro é feito no CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais), sendo a pessoa física identificada pelo NIT (Número de Identificação do Trabalhador);
	Para acessar as informações do CNIS o segurado cadastrado deve cadastrar senha numa agência da previdência social.
	Classificação das prestações previdenciárias:
1. Quanto ao tipo de prestação:
-Benefícios: obrigações de pagar quantia certa (10 benefícios);
-Serviços: obrigações de fazer (serviço social e habilitação e reabilitação profissional);
2. Quanto à temporariedade:
-Vitalícias: não possuem prazo ou limite máximo de tempo para sua manutenção;
-Temporárias: existência de prévia limitação de tempo pela legislação previdenciária.
3. Quanto à exigência de carência:
-Sem carência: auxílio-acidente, salário-família, serviço social e reabilitação profissional, pensão por morte, auxílio-reclusão;
-Com carência: aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria especial;
-Mistas: poderão ou não ter carência, a depender dos eventos ensejadores ou do enquadramento dos beneficiários, a exemplo do salário-maternidade, auxílio-doença e aposentadoria por invalidez.
4. Quanto à função substitutiva ou não da remuneração:
-Substitutivos da remuneração ou do salário de contribuição: aposentadorias, auxílio-doença, salário-maternidade, pensão por morte e auxílio-reclusão;
-Não substitutivos: salário-família e auxílio-acidente (se agregam à renda);
5. Quanto submissão ao teto do RGPS:
-Limitados ao teto: regra geral, não podendo haver renda mensal superior ao valor máximo do salário de contribuição;
-Não limitados ao teto: exceção, podendo ser apontado o salário-maternidade das empregadas e trabalhadoras avulsas.
* Vale salientar que há ainda a possibilidade de haver um acréscimo de 25% sobre a aposentadoria por invalidez se o segurado tiver necessidade permanente de assistência de outra pessoa.
	Dependentes dos segurados:
	Existência de 3 classes de dependentes, de acordo com o art. 16, da Lei 8.213/91: 1ª Classe; 2ª Classe e 3ª Classe.
- 1ª Classe: o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;
- 2ª Classe: os pais;
- 3ª Classe: o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;
	De acordo com o novo inciso III, do art. 16, Lei 8.213, que entrará em vigor apenas 2 anos após a publicação da Lei 13.135/2015 (17/06/2015), o dependente de 3ª classe será “o irmão de qualquer condição menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, nos termos do regulamento”.
	A quais benefícios os dependentes vistos poderão ter direito?
a. Pensão por morte do segurado;
b. Auxílio-reclusão por prisão do segurado de baixa renda.
	João, de 40 anos de idade, é segurado do RGPS há mais de 10 anos. Todavia, em decorrência de um acidente laboral vem a falecer, deixando uma esposa, Otávia, de 40 anos, e dois filhos de 20 e 18 anos de idade, João Júnior e João Filho. Seu pai e sua mãe, de 65 e 60 anos de idade, recebiam ajuda financeira mensalmente do filho falecido. Quem irá receber a pensão por morte, calculada em R$ 1.500,00? Quanto? Resposta: Os R$ 1.500,00 serão divididos entre a esposa e os dois filhos (dependentes de 1ª classe), totalizando R$ 500,00 para cada um.
- Portanto, os dependentes da mesma classe concorrem em igualdade de condições com os demais!
- Os pais de João (dependentes de 2ª classe) poderão pleitear o benefício? Resposta: Não, pois os dependentes de classe anterior excluem
os de classe posterior.
- Otávia (esposa) e os dois filhos, João Júnior e João filho, precisam demonstrar junto ao INSS a dependência econômica de João (segurado falecido)? Resposta: Não é preciso! Isso ocorre apenas em relação aos dependentes de 1ª classe.
- Portanto, há presunção de dependência econômica apenas em relação aos dependentes de 1ª classe. Em relação aos de 2ª e 3ª classe deverá haver a comprovação da dependência econômica em relação ao segurado.
- Caso Otávia fosse divorciada de João, ainda assim ela poderia ter direito a receber a pensão por morte do ex-marido? Resposta: Poderá, inclusive em condições de igualdade com os dois filhos, desde que haja percepção de alimentos por ocasião do divórcio (art. 76, § 2º, Lei 8.213/91).
- Vale destacar que, no caso de separação de fato, estará afastada a presunção de dependência econômica, devendo o cônjuge ou companheiro que postular o benefício comprová-la (art. 76, § 1º, Lei 8.213/91).
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. CÔNJUGE SUPÉRSTITE. SEPARAÇÃO DE FATO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA DEPENDÊNCIA ECONÔMICA. REEXAMEDE PROVA. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. RECURSOESPECIAL IMPROVIDO. 1. O cônjuge supérstite goza de dependência presumida, contudo, estando separado de fato e não percebendo pensão alimentícia, essa dependência deverá ser comprovada. 2. O Tribunal a quo, ao reconhecer a inexistência de comprovação da dependência, o fez com base na análise dos elementos probatórios carreados aos autos. Incidência, à espécie, da Súmula 7/STJ. 3. Recurso especial a que se nega provimento. (STJ - REsp: 411194 PR 2002/0014777-1, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Data de Julgamento: 17/04/2007, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJ 07/05/2007 p. 367)
	Concubinato adulterino
-STF e STJ tem entendimento de que há impossibilidade de rateio de eventual benefício entre esposa (no caso de permanecer a união de fato) e concubina, ainda que esta demonstre nos autos a durabilidade da relação e dependência econômica do segurado falecido.
"PREVIDENCIÁRIO. CONCUBINATO ADULTERINO. RELAÇÃO CONCORRENTE COM O CASAMENTO. EMBARAÇO À CONSTITUIÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL APLICAÇÃO. IMPEDIMENTO. 1. A jurisprudência desta Corte prestigia o entendimento de que a existência de impedimento para o matrimônio, por parte de um dos componentes do casal, embaraça a constituição da união estável. 2. Agravo regimental improvido."(AgRg no REsp 1.267.832/RS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 13/12/2011, DJe 19/12/2011.) Ante o exposto, com fundamento no art. 557, § 1º-A, do CPC, dou provimento aos recursos especiais de ANA SANTOS BARROS e da UNIÃO para reconhecer a inviabilidade de rateamento da pensão por morte e, consequentemente, julgar improcedente o pedido autoral. Diante desse desate, arcará a autora com as custas processuais e com a verba honorária, a qual fixo em R$ 2.000,00 (dois mil reais), pro rata, valores estes cuja exigibilidade ficará suspensa dada a concessão da justiça gratuita. Publiquese. Intimem-se. Brasília (DF), 30 de abril de 2015. MINISTRO HUMBERTO MARTINS Relator. (STJ - REsp: 1414174 AL 2013/0358492-7, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Publicação: DJ 08/05/2015)
	União Estável:
- A união estável, ainda que provada nos autos, tem seu reconhecimento obstado pelo matrimônio!
APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. RATEIO. ESPOSA E CONCUBINA. IMPOSSIBILIDADE. UNIÃO ESTÁVEL NÃO CONFIGURADA. IMPEDIMENTO AO CASAMENTO. CONCUBINATO ADULTERINO. SENTENÇA MANTIDA. (6) 1. É indispensável ao reconhecimento do direito à pensão por morte, no âmbito da Lei n. 8.213/91, a qualidade de cônjuge ou companheira do ex-segurado. 2. A existência de impedimento para se casar por parte de um dos companheiros (pessoa casada e não separada de fato) obsta a configuração de união estável. Precedente do STJ. 3. Não pode ser considerada a relação entre a ré e o de cujus como união estável, uma vez que essa união não possuiu a finalidade de constituição de família, bem como inexistente a dependência econômica, principalmente por ter o de cujus contraído núpcias com a autora. 4. É de se manter a sentença que julgou procedente o pedido da autora, esposa do exsegurado e dele não separada, de cancelamento do rateio deferido pelo INSS à apelante. 5. Apelação não provida. (TRF-1 - AMS: 96406020044013803 , Relator: DESEMBARGADORA FEDERAL ÂNGELA CATÃO, Data de Julgamento: 19/03/2014, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: 16/07/2014)
-Também não há possibilidade, de acordo com o entendimento do STJ, de serem reconhecidas para concessão de benefícios duas uniões estáveis concomitantemente.
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. UNIÕES ESTÁVEIS PARALELAS. IMPOSSIBILIDADE. RECONHECIMENTO DE RELACIONAMENTO EXCLUSIVO DO FALECIDO COM A AUTORA. MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Esta Corte Superior entende ser inadmissível o reconhecimento de uniões estáveis paralelas. Precedentes. [...]. (STJ - AgRg no AREsp: 609856 SP 2014/0269156-8, Relator: Ministro RAUL ARAÚJO, Data de Julgamento: 28/04/2015, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 19/05/2015)
-Vale ressaltar que, de acordo com a legislação previdenciária, companheiro e companheira serão as pessoas não casadas que mantiverem união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o art. 226, § 3º, da CF/88, in verbis: “3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.”
- INSS foi obrigado a reconhecer o parceiro homoafetivo por força da liminar concedida na ação civil pública 2000.71.00.009347-0, proposta na Seção Judiciária de Porto Alegre-RS, posteriormente mantida pelo STF na Pet. 1.984.
- Atualmente o Portaria nº 513/2010, do Ministério da Previdência Social, aborda o tema ao dispor: Art. 1º Estabelecer que, no âmbito do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, os dispositivos da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, que tratam de dependentes para fins previdenciários devem ser interpretados de forma a abranger a união estável entre pessoas do mesmo sexo. Art. 2º O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS adotará as providências necessárias ao cumprimento do disposto nesta portaria.
- Vale a pena ressaltar o teor da Súmula nº 63, da TNU: A comprovação de união estável para efeito de concessão de pensão por morte prescinde de início de prova material.
- Já para os casos em que houver necessidade de documentos utilizados para demonstrar a comprovação de vínculo e de dependência econômica (dependentes de 2ª e 3ª classe), o art. 22, § 3º, do RPS, apresenta uma lista de documentos a serem utilizados para demonstrar essa comprovação.
- Voltando ao exemplo anterior, quando João Júnior completar 21 anos de idade, como ficará os R$ 500,00 recebidos por ele a título de pensão por morte? Resposta: Será dividido entre Otávia e João Filho. Cada um passará a receber R$ 750,00 (evidentemente desconsiderando-se as correções monetárias aplicáveis).
Caso João Júnior, ao completar os 21 anos de idade, comprove ser estudante universitário de Direito, poderá ele continuar a receber o benefício previdenciário até os 24 anos de idade? Resposta: Por falta de previsão legal, a jurisprudência tem se firmado no sentido de que não há possibilidade de prorrogação do benefício.
PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PENSÃO POR MORTE. FILHO NÃO-INVÁLIDO. CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO AOS 21 ANOS DE IDADE. PRORROGAÇÃO ATÉ OS 24 ANOS POR SER ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO NA LEI 8.213/91. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. 1. A jurisprudência do STJ já firmou o entendimento de que a pensão por morte é devida ao filho menor de 21 anos ou inválido, não sendo possível, em face da ausência de previsão legal, a prorrogação do recebimento desse benefício até os 24 anos, ainda que o beneficiário seja estudante universitário.
2. Agravo Regimental desprovido.(STJ - AgRg no REsp: 1069360 SE 2008/0132911-7, Relator: Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Data de Julgamento: 30/10/2008, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 01/12/2008)
Súmula nº 37, TNU: A pensão por morte, devida ao filho até os 21 anos de idade, não se prorroga pela pendência do curso universitário.
	Equiparados ao Filho: Art. 16, § 2º, Lei 8.213/91: O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento.
- Quem é o enteado? Resposta: Filho do cônjuge ou companheiro com terceiro, que convive com o segurado.
- Quem é o tutelado? Resposta: é o assim considerado na forma da lei civil, mediante declaração judicial, desde que não possua bens suficientes para o próprio sustento e educação.
* O menor enteado e o tutelado são equiparados a filho, se comprovada dependência econômica!
Equiparados ao Filho – Menor sob guarda judicial Informativo nº 546, STJ, de 24/09/2014, referente ao processo (STJ - RMS: 36034 MT 2011/0227834-9, Relator: Ministro BENEDITO GONÇALVES, Data de Julgamento: 26/02/2014, S1 – PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 15/04/2014). DIREITO PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO A CRIANÇA OU ADOLESCENTE SOB GUARDA JUDICIAL. No caso em que segurado de regime previdenciário seja detentor da guarda judicial de criança ou adolescente que dependa economicamente dele, ocorrendo o óbito do guardião, será assegurado o benefício da pensão por morte ao menor sob guarda, ainda que este não tenha sido incluído no rol de dependentes previsto na lei previdenciária aplicável. O fim social da lei previdenciária é abarcar as pessoas que foram acometidas por alguma contingência da vida. Nesse aspecto, o Estado deve cumprir seu papel de assegurar a dignidade da pessoa humana a todos, em especial às crianças e aos adolescentes, cuja proteção tem absoluta prioridade. O ECA não é uma simples lei, uma vez que representa política pública de proteção à criança e ao adolescente, verdadeiro cumprimento do mandamento previsto no art. 227 da CF. Ademais, não é dado ao intérprete atribuir à norma jurídica conteúdo que atente contra a dignidade da pessoa humana e, consequentemente, contra o princípio de proteção integral e preferencial a crianças e adolescentes, já que esses postulados são a base do Estado Democrático de Direito e devem orientar a interpretação de todo o ordenamento jurídico. Desse modo, embora a lei previdenciária aplicável ao segurado seja lei específica da previdência social, não menos certo é que a criança e adolescente tem norma específica que confere ao menor sob guarda a condição de dependente para todos os efeitos, inclusive previdenciários (art. 33, § 3º, do ECA).
- Em relação aos dependentes, vale ressaltar que sua inscrição, de acordo com o art. 17, Lei 8.213/91, é uma incumbência sua quando do requerimento do benefício a que estiver habilitado, mediante a apresentação dos documentos listados pelo Regulamento da Previdência Social.
	Período de graça:
	É o período em que, embora a pessoa não esteja contribuindo com o RGPS, ela mantém a qualidade de segurado. 
	Durante o período de graça o segurado mantém todos os seus direitos perante a previdência social;
	A partir da leitura do art. 15, Lei 8.213/91 c/c Decreto nº 3.048/99, é possível elencar que haverá período de graça nas seguintes situações:
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;
- Nesse caso, é importante notar que existe a possibilidade de que esse prazo, para os segurados obrigatórios, seja ampliado para até 36 meses (12 + 12 meses).
Como essa ampliação do período de graça é possível?
1 - se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais (acrescenta-se 12 meses);
2 - para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social (acrescenta-se mais 12
meses). Nesse caso, seriam alcançados apenas os segurados empregados e domésticos.
Referente a essa última condição, de ampliação do prazo de 12 meses em decorrência da situação de desemprego, comprovado junto ao Ministério do Trabalho, é importante ressaltar que não se exige que o desemprego seja involuntário. * Todavia, há precedentes na TNU no sentido de que o desemprego deve ser involuntário (PEDILEF 5047353-65.2011.4.04.7000)!
III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória;
IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;
V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar;
VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.
* De acordo com o § 7º, do art. 137, da IN INSS 77/2015, o segurado facultativo, após a cessação de benefícios por incapacidade e salário-maternidade, manterá a qualidade de segurado pelo prazo de doze meses.
	Durante o período de graça, o segurado conserva todos os seus direitos perante a previdência social. Desta forma, caso um segurado venha a falecer durante o período de graça, seus dependentes receberão pensão por morte;
	A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos (art. 15, Lei 8.213/91).
Exemplo: O segurado facultativo tem até o dia 15 do mês subsequente para recolher sua contribuição previdenciária. Se ele contribuir até a competência de dezembro de 2014, isso quer dizer que ele fez sua última contribuição até o dia 15 de janeiro de 2015. Se ele não deseja mais contribuir com a Previdência Social, somente a partir do dia 16 do 8º mês seguinte ele perderá a condição de segurado (dia 16 de agosto de 2015).
	Carência:
	De acordo com o art. 24, Lei 8.213/91, “Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências”.
	Para os segurados empregados, empregados domésticos e trabalhadores avulsos presume-se o recolhimento, uma vez que a responsabilidade pelo recolhimento é do empregador, desde que comprovado o exercício da atividade.
	O mesmo ocorre em relação ao contribuinte individual que presta serviço para empresa, desde 2003, já que suas contribuições são retidas pela empresa.
	Para os segurados especiais não se exige cumprimento de período de carência como tempo efetivo de contribuição, uma vez que a mesma é comprovada pelo simples exercício da atividade rural pelo mesmo período;
	Independem de carência os seguintes benefícios:
-Pensão por morte;
-Auxílio-reclusão;
-Salário-família;
-Auxílio-acidente;
- Salário-maternidade para seguradas empregadas, domésticas e trabalhadoras avulsas;
- Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez no casos de acidente de qualquer natureza, do trabalho ou doenças do Anexo XLV, da IN INSS 77/2015.
Independem de carência os seguintes benefícios:
- auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam
tratamento particularizado (parte final tem inovação da Lei 13.135/2015).
Essa lei também parece ter revogado a PORTARIA INTERMINISTERIAL MPAS/MS Nº 2.998, DE 23 DE AGOSTO DE 2001, que trazia o rol dessas doenças.
- Art. 151. Até que seja elaborada a lista de doenças mencionada no inciso II do art. 26, independe de carência a concessão de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez ao segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido das seguintes doenças: tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, esclerose múltipla, hepatopatia grave, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante), síndrome da deficiência imunológica adquirida (aids) ou contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada.
- Os seguintes benefícios concedidos aos segurados especiais: de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pensão, no valor de 1 (um) salário mínimo, e de auxílio-acidente, conforme disposto no art. 86, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período, imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual ao número de meses correspondentes à carência do benefício requerido.
Independem de carência:
- Serviço social;
-Reabilitação profissional.
Independem de carência para as seguradas empregadas, empregada doméstica e trabalhadora avulsa:
-Salário-maternidade;
	Dependem de carência:
I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais;
II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições mensais.
III - salário-maternidade para as seguintes seguradas (contribuinte individual, facultativa e segurada especial): dez contribuições mensais, (seg. especial apenas o período). Cale destacar que, em caso de parto antecipado, o período de carência será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado.
	No caso dos segurados que são responsáveis pelo próprio recolhimento de sua contribuição, (facultativo e individual que trabalha por conta própria), o recolhimento em atraso é computado como tempo de contribuição, mas não será considerado como tempo de carência. Por que isso ocorre?
Porque a Lei 8.213/91 (art.217, II), indica que para efeitos de carência, serão consideradas as contribuições:
II- realizadas a contar da data de efetivo pagamento da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores (servem como tempo de contribuição, mas não como carência!).
	Para os segurados empregados, avulsos e domésticos (LC 150/2015) haverá contagem do período de carência desde a data de sua filiação ao RGPS.
	Em relação aos segurados especiais que não optarem pelo recolhimento como contribuinte individual (que corresponde à grande maioria) o período de carência é contado a partir DO EFETIVO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE RURAL.
	Existem benefícios que exigem a carência, mas não o tempo de contribuição, a exemplo da aposentadoria por idade, assim como há outros que exigem carência e tempo de contribuição, a exemplo da aposentadoria por tempo de contribuição, bem como outros que dispensam a carência, a exemplo do auxílioacidente e o salário-família.
	João é contribuinte individual. Deveria recolher sua contribuição previdenciária até o dia 15 do mês subsequente ao da competência, mas nunca efetuou contribuição no prazo devido (tempestiva), ao longo de 10 anos. Nessa situação, quanto tempo de contribuição ele terá? Resposta: 10 anos de contribuição. Quanto tempo de carência ele terá? Resposta: Nenhum mês, pois nenhum recolhimento ocorreu tempestivamente.
	Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 1/3 (um terço) do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido (art. 24, § único, Lei 8.213/91) – Disposição revogada pela MP 767/2017 (L.13.457/2017) – obriga novo período de carência de 50% do regular para Aux. Doença, aposentadoria por invalidez e salário-maternidade!
No entanto, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias especial, por idade e por tempo de contribuição.
	Carência → vigência de benefício:
	Não há na lei ou regulamento, de maneira expressa, disposição que indique que o período em que o segurado percebeu benefício por incapacidade será considerado para fins de carência. Atualmente, a jurisprudência do STJ tem indicado que é possível a consideração dos períodos em que o segurado esteve em gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez como carência para a concessão de aposentadoria por idade, se intercalados com períodos contributivos. STJ:
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. PERÍODO DE GOZO DE AUXÍLIO-DOENÇA. CÔMPUTO PARA FINS DE CARÊNCIA. CABIMENTO. 1. É possível a contagem, para fins de carência, do período no qual o segurado esteve em gozo de benefício por incapacidade, desde que intercalado com períodos contributivos (art. 55, II, da Lei 8.213/91). Precedentes do STJ e da TNU. 2. Se o tempo em que o segurado recebe auxílio-doença é contado como tempo de contribuição (art. 29, § 5º, da Lei 8.213/91), consequentemente, deve ser computado para fins de carência. É a própria norma regulamentadora que permite esse cômputo, como se vê do disposto no art. 60, III, do Decreto 3.048/99. 3. Recurso especial não provido. (STJ - REsp: 1334467 RS 2012/0146347-8, Relator: Ministro CASTRO MEIRA, Data de Julgamento: 28/05/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 05/06/2013).
PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. CONVERSÃO DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ EM APOSENTADORIA POR IDADE. REQUISITO ETÁRIO PREENCHIDO NA VIGÊNCIA DA LEI 8.213/1991. DESCABIMENTO. CÔMPUTO DO TEMPO PARA FINS DE CARÊNCIA. INEXISTÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO EM PERÍODO INTERCALADO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. A Lei 8.213/1991 não contemplou a conversão de aposentadoria por invalidez em aposentadoria por idade. 2. É possível a consideração dos períodos em que o segurado esteve em gozo de auxíliodoença ou de aposentadoria por invalidez como carência para a concessão de aposentadoria por idade, se intercalados com períodos contributivos. 3. Na hipótese dos autos, como não houve retorno do segurado ao exercício de atividade remunerada, não é possível a utilização do tempo respectivo. 4. Recurso especial não provido. (STJ - REsp: 1422081 SC 2013/0394635-0, Relator: Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 24/04/2014, T2 – SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 02/05/2014)
Súmula nº 73, TNU: O tempo de gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez não decorrentes de acidente de trabalho só pode ser computado como tempo de contribuição ou para fins de carência quando intercalado entre períodos nos quais houve recolhimento de contribuições para a previdência social.
*** Em recebendo auxílio-doença e aposentadoria por invalidez decorrentes de acidente de trabalho, o tempo no gozo do benefício será contado não apenas como tempo de contribuição, mas também como carência para os demais benefícios (STJ não faz distinção!).
	Salário de benefício:
	É a base de cálculo da renda mensal inicial da maioria dos benefícios previdenciários.
	Art. 28, Lei 8.213/91: “O valor do benefício de prestação continuada, inclusive o regido por norma especial e o decorrente de acidente do trabalho, exceto o salário-família e o salário-maternidade, será calculado com base no salário-debenefício.”
	De acordo com o art. 29,

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