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15 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 A trajetória da educação metodista PVM e DEIM: 20 anos de história The Methodist education’s trajectory PVM and DEIM: 20 years of history Clory Trindade de Oliveira Teólogo e doutor em História ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Vinte anos dos documentos PVM e DEIM Este texto resulta de uma das apresentações feitas por ocasião do seminário realizado em agosto de 2002 na UNIMEP para comemorar os 20 anos dos documentos “Plano para a Vida e a Missão da Igreja Metodista” e “Diretrizes para a Educação na Igreja Metodista”. The present article analyses the twenty years of trajectory of the documents “Plan for the Life and Mission of the Method- ist Church” (PVM) and “Guidelines for Education in the Methodist Church” (DEIM). It focuses the behavior of school/ university pastorals, of organisms such as the boards of directors, the school administration and the direction of the Church itself regarding the documents, pointing out the Church’s frailties as to the penetration of the dominant powers of society. Finally, it focuses the expectations for the Methodist schools, COGEIME and the Church itself, regarding the principles assumed in PVM and DEIM. Terms: Church/congregation, Church/school, Mission Ministerial Church. S y n o p s i s R e s u m e n Este artículo analiza los veinte años de caminata de los documentos “Plan para la Vida y la Misión de la Iglesia Metodista (PVM) y “Directrices para la Educación en la Iglesia Metodista” (DEIM). Trata del comportamiento de las pastorales escolares/universitarias, de órganos como los consejos directivos, la dirección de escuelas y la dirección de la propia Iglesia frente a los documentos, señalando las debilidades de la Iglesia en cuanto a la penetración de las fuerzas dominantes de la sociedad. Por fin, expone expectativas con relación a las escuelas metodistas, al COGEIME y a la propia Iglesia, en lo que dice respecto a los principios asumidos en el PMV y en las DEIM. Términos: globalización, Iglesia/congregación, Iglesia/escuela, Missión, Iglesia Ministerial. R e s u m o Este artigo analisa os vintes anos de caminhada dos documentos “Plano para a Vida e a Missão da Igreja Metodista” (PVM) e “Diretrizes para a Educação na Igreja Metodista” (DEIM). Fala sobre o comportamento das pastorais escolares/ universitárias, de órgãos como os conselhos diretores, as direções das escolas e a direção da própria Igreja frente aos documentos, apontando fragilidades da Igreja quanto à penetração das forças dominantes da sociedade. Por fim, levanta expectativas em relação às escolas metodistas, ao COGEIME e à própria Igreja, no que diz respeito aos princípios assumidos no PMV e nas DEIM. Unitermos: globalização, Igreja/congregação, Igreja/escola, Missão, Igreja Ministerial. 16 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 ○ ○ ○ Introdução todistas, a realização deste evento, que marca os vinte anos da aprova- ção do “Plano para a Vida e a Missão da Igreja Metodista” (PVM) e das “Di- retrizes para a Educação na Igreja Me- todista” (DEIM). O primeiro painel, que trata da “Visão histórica: a traje- tória da educação metodista, após a aprovação do PVM e das DEIM – 20 anos de história”, deveria ter sido precedido por uma ampla pesquisa, que permitiria um melhor conheci- mento e uma mais criteriosa e justa avaliação do que aconteceu, nesses últimos vinte anos, na vida da Igreja e das escolas metodistas. Isso não foi possível, mas é necessário ser leva- do em conta, como um limitativo ao estudo que se segue. O trabalho ora apresentado é o re- sultado de pesquisa feita em diversos documentos da Igreja, em estudos e trabalhos pessoais, produzidos nesses últimos anos, em participação direta na vida de algumas escolas e na expe- riência educacional de muitos anos. Isso tudo significa que as análises e os comentários feitos constituem uma posição e perspectiva pessoal, que deve ser recebida como uma média do que está acontecendo na vida da Igreja e das escolas metodis- tas; isso significa, portanto, que há escolas que estão acima do aqui afir- mado e outras que estão abaixo. Ou- tro ponto importante é que este es- tudo supõe, apenas, o grupo das escolas maiores e mais tradicionais, na vida educacional da Igreja; muito pouco conheço de várias outras es- colas menores e mais novas, que es- tão realizando excelente trabalho. É Este estudo está dividido em quatro partes: a Igreja e o mundo; Igreja/ Congregação x Igreja/ escola; documentos produzidos pela Igreja; e a caminhada da Igreja e da escola à luz do PVM e das DEIM Entendi que era necessário colo- car referências, para fazer uma aná- lise satisfatória, embora pessoal; por essa razão, uma parte deste artigo fala sobre Igreja e mundo, com um re- sumo das principais forças que interagem nessas duas realidades; em outra parte, destaco o relaciona- mento conflituoso e complexo entre Igreja/congregação e Igreja/escola; a terceira parte resume um pouco da história e das características básicas de alguns notáveis documentos pro- duzidos pela Igreja nos últimos trin- ta anos. É reconhecendo a decisiva presença e influência destes fatores que desenvolvo a quarta parte, que busca analisar o comportamento da Igreja e da escola, nesses últimos vin- te anos, à luz dos dois principais do- cumentos inseridos nas realidades da Igreja/mundo e da Igreja/escola. A Igreja e o mundo Pretendo destacar algumas das principais forças que têm marcado o mundo nos últimos vinte anos. O “Plano Nacional – Objetivos e Metas”, aprovado no 17º Concílio Geral da Igreja Metodista, afirma: “O momento em que vivemos está profundamente permeado pelas for- ças do mundo, em especial o mundo globalizado. O individualismo justiça a indiferença. A busca do lucro, a qual- quer preço, passa a ser parte funda- mental dos grupos religiosos de ‘su- cesso’. A exclusão social das multi- dões, sem acesso ao mercado, ao lado da valorização do sucesso pessoal de quem sabe competir ou gozar as van- tagens do oportunismo, agravam a violência social... a degeneração das instituições políticas fez com que a importante e muito significati- va, para a Igreja e as escolas me- 17 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 A Igreja se descobre permanentemente sendo atingida e transformada pela sociedade saúde ficasse doente, a educação sem escola, o trabalho sem emprego, a habitação sem moradia e o povo sem esperança. Tudo isto fez com que a religião se tornasse o refúgio do povo... o religioso virou produto do mercado, pois a lógica que nos move é a do consumo.”1 Aqui quero me referir, apenas, a dois pontos fundamentais. Primeiro, o reconhecimento da penetração das forças dominantes da sociedade no modo de ser e no modo de ação da Igreja. Não há qualquer novidade nis- so, mas é preciso ressaltar continua- mente a vulnerabilidade da institui- ção Igreja. Na verdade, a Igreja não apenas está inserida na sociedade, mas ela é igualmente uma parte da sociedade e uma das forças atuantes na sociedade. A Igreja, como agência e sinal do Reino de Deus, que existe para a transformação da sociedade, espalhando a santidade bíblica sobre a Terra, descobre-se permanente- mente sendo atingida e transforma- da pela sociedade. É preciso, desde logo, assumir a fragilidade da Igreja e, ao mesmo tempo, fortalecer o sen- so de humildade na análise da con- tribuiçãodo PVM e das DEIM para a própria Igreja e para a sociedade. O segundo ponto refere-se à fo- tografia da situação desoladora dos aspectos sociais, políticos, econô- micos, culturais e religiosos no Bra- sil hoje, certamente não muito di- ferente do que acontece no mundo todo. Como chegamos a esta trági- ca situação? A escritora francesa Viviane Forrester, em seu livro O Horror Eco- nômico, acumula críticas ferozes à economia de mercado. Ela afirma que “a globalização, a automação e a desregulamentação estão promoven- do o fim da era do emprego. Da eta- pa da exploração, passou-se direto para a era da exclusão. É a mundia- lização da miséria... A massa huma- na deixa de ser necessária; está se tornando dispensável”.2 Desde a Revolução Industrial, no século XVIII, o processo da globali- zação da economia toma o seu rumo maior e começa a revelar o seu po- der e a sua ambição universal. Os fa- tores fundamentais se definem clara- mente: capital e trabalho. O capital é hegemônico e tudo determina. Com o capitalismo moderno atual, com o fim da Segunda Guerra Mundial e com a desagregação do bloco soviético, a expansão capitalista não encontra mais resistência. A abertura das eco- nomias locais aos mercados interna- cionais, a diminuição das funções e do valor do Estado, o rápido cresci- mento tecnológico, a difusão de no- vos sistemas de comunicação, a ma- nipulação das informações, tudo afirma a globalização se espalhando no mundo e em todas as suas par- tes. É a supremacia absoluta do ca- pital, como a dimensão econômica da globalização corresponde ao neoliberalismo como a dimensão política da globalização. O avanço da tecnologia, exemplificado radi- calmente no complexo mundo das comunicações, tem se constituído no mais extraordinário aliado do ca- pitalismo globalizado. O mundo, os países, as nações, as cidades, as ins- tituições, as pessoas, tudo tem sido violado cruelmente pela tirania do mundo das comunicações. Não há 1“Plano Nacional – Objetivos e Metas”, 2001, p. 15-16. 2 Viviane Forrester. O Horror EconômicoO Horror EconômicoO Horror EconômicoO Horror EconômicoO Horror Econômico, 1997, p. 17. Desde a Revolução Industrial, o processo da globalização da economia toma o seu rumo maior e começa a revelar o seu poder e a sua ambição universal O avanço da tecnologia tem se constituído no mais extraordinário aliado do capitalismo globalizado 18 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 mais privacidade. Tudo está se tor- nando resíduo público. São devastadoras as conseqüênci- as no mundo social, cultural, religioso, da hegemonia do capitalismo e neoliberalismo. Há um evidente empo- brecimento de toda humanidade. Vio- lência, radicalismos, injustiças sociais, dor, sofrimento e morte se espalham por toda parte. Estamos vivendo den- tro de um novo processo civilizatório que, na análise de Octavio Ianni, “pro- duz e mundializa as instituições, os padrões sócio-culturais, as formas de agir, sentir, pensar, imaginar”3 . Pode- mos, assim, caracterizar os últimos vin- te anos como dominados pela rápida disseminação e dominação do capita- lismo de mercado globalizado e pelo neoliberalismo. Mercado globalizado e neoliberalismo como forças no proces- so de reformulação da sociedade, no caminho de uma nova civilização, mo- dificando a própria identidade do ser humano, da comunidade, da cultura, da vida política, social e religiosa. É nesse contexto que temos de analisar e entender a Igreja, a esco- la e as demais instituições da socie- dade. Em correspondência a essa nova realidade do mundo, defron- tamo-nos com o enfraquecimento da Teologia da Libertação, nutridora da nova visão de mundo de uma Igre- ja comprometida com a Missão, Rei- no de Deus, Libertação, consciência crítica, pobres/pobreza e justiça so- cial. Teologia de Libertação enten- dida como movimento organizado, como líderes reconhecidos atuantes em vários setores de reflexão e de- cisão na vida da comunidade, como atividades em crescimento, fermen- São devastadoras as conseqüências no mundo social, cultural e religioso, da hegemonia do capitalismo e neoliberalismo tando parcela ponderável da vida de igrejas e de organizações presentes na sociedade, como literatura em produção e circulação, alimentando continuamente essa nova caminha- da. É claro que a Teologia da Liberta- ção não morreu; suas teses básicas são partes essenciais da natureza e vida humana e do mundo, todavia, o seu enfraquecimento tem empobre- cido e tornado mais lento e inseguro o processo de implementação de seus desafios. Diante dessa conjuntura mundial e brasileira a Igreja Metodista, em seu “Plano Nacional”, para o próximo qüinqüênio, afirma: “O quadro religioso se tornou confuso com a emergência dos novos critérios, distantes dos valores éticos fundados na valorização da vida, da solidarie- dade e do amor... As fronteiras religio- sas se confundem e confundem... cres- cem o divórcio com a natureza, a raci- onalidade... Proliferam igrejas super- mercados, nas quais as pessoas en- tram, apanham o produto de que ne- cessitam, pagam e vão embora.”4 A escola metodista, como uma ins- tituição inserida na sociedade, sofre o impacto dessas forças irresistíveis, que estão plasmando uma nova civili- zação. Mesmo como escola confessi- onal na sua peculiaridade e diversifi- cação, sofre igualmente o impacto de uma Igreja marcada fortemente pelas forças desagregadoras da globa- lização econômica e política, na qual ela corre o “risco de perder a configu- ração de sua identidade o sentido de sua finalidade”5 . Em correspondência a essa nova realidade do mundo, defrontamo-nos com o enfraquecimento da Teologia da Libertação 3 O. Ianni. A Era da GlobalizaçãoA Era da GlobalizaçãoA Era da GlobalizaçãoA Era da GlobalizaçãoA Era da Globalização, 1996, p. 128. 4 “Plano Nacional – Objetivos e Metas”, 2001, p. 15-16. 5 Idem, ibidem, p. 16. 19 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 No tempo de John Wesley, não havia conflitos entre templo e escola, pois constituíam aspectos complementares na obra da salvação A escola metodista vive a dialética do somar-se aos possíveis valores do novo mundo da tecnologia, da comu- nicação, da globalização e do neoliberalismo e da Igreja capaz de produzir documentos revolucionári- os, de um lado, e precisar precaver- se, defender-se e mesmo lutar con- tra uma sociedade plena de forças destrutivas e de uma Igreja com as- pectos contraditórios, de outro lado. Igreja congregação e Igreja escola A história da Igreja Metodista, desde sua origem, tem se desenvol- vido no binômio templo–escola, pregação–ensino, evangelização– educação. John Wesley, o organi- zador do movimento metodista, foi alguém academicamente muito bem preparado, tendo estudado na fa- mosa Universidade de Oxford, onde concluiu os cursos de bacharel e mestre em Teologia, tornando-se professor até 1751. No tempo de John Wesley, não havia conflitos entre templo e esco- la, pois constituíam aspectos comple- mentares na obra da salvação. Wesley entendia a educação como parte da obra criadora e salvadora de Deus. A salvação é a ação de Deus na História, entendida como a vida perfeita no corpo, na mente e na alma. Salvação é, pois, o caminho da libertação da ignorância e da con- quista de uma vida abundante. A educação no Metodismo nor- te-americano assume algumas carac- terísticas diferentes. O embasa- mento teológico é mais voltado para uma eclesiologia mais definida; é tarefa necessária daIgreja e da es- cola levar as pessoas a buscarem status social na educação, bem como segurança econômica; capacitação de liderança e cidadania; templo e escola caminham para uma convi- vência afim, mas separada, inician- do um processo dicotômico, que se vai acentuar, gradativamente, no correr da História. O Metodismo chegou ao Brasil trazendo juntos a capela/templo e a escola, mantendo as mesmas carac- terísticas da matriz, o Metodismo norte-americano. E, assim, se mante- ve até a segunda metade da década de 1960, quando a Igreja, em sua to- talidade, passou a questionar sua própria Missão, culminando nos Pla- nos Quadrienais, no PVM e nas DEIM. Esta nova Missão corresponde a um enfoque teológico da Igreja Me- todista, agora priorizando a Missão que afirma novamente a unidade de propósitos e ação da Igreja/congre- gação e da Igreja/escola. As ênfases teológicas principais são o Reino de Deus, amor, justiça, transformação social, nova vida/novo mundo, liber- tação, pobres e oprimidos, solidarie- dade, paz e serviço. A fundamentação teológica centrada na Missão/Reino de Deus passa a ser o grande desafio para a Igreja/congregação e Igreja/escola. A dificuldade logo se tornou evidente: era impossível assumir o novo posicionamento da Igreja, usando as mesmas estruturas eclesiais. A Igre- ja/congregação já em 1987 busca reformular sua maneira de agir, por meio da Igreja Ministerial. Na esfera da Igreja/escola, todavia, nada ou quase nada aconteceu, permanecen- do as mesmas estruturas, apenas acrescidas dos novos desafios dos novos documentos da Igreja e das pastorais escolares e universitárias; A Igreja, em sua totalidade, passou a questionar sua própria Missão Salvação é o caminho da libertação da ignorância e da conquista de uma vida abundante 20 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 no mais, as escolas permaneceram estáticas, mesma estrutura, mesmo conselho diretor, mesma direção ge- ral, mesmo COGEIME – exceção pos- sível para o IEP/ UNIMEP, que tem buscado assumir na sua vida ins- titucional alguns aspectos do PVM e das DEIM. E, vinho novo em odres velhos não funciona. Somente ago- ra, no novo século/milênio, a Igreja começa a reflexionar e tomar deci- sões visando a mudar alguma coisa. É preciso esperar para ver o que vai acontecer. A tendência histórica, desde os Planos Quadrienais, tem sido a de manifestar, de modo muito mais con- creto, as peculiaridades da escola em relação à Igreja/congregação. Não há mais otimismo hoje em acre- ditar na escola como uma comple- mentação paralela à Missão da Igre- ja/congregação; a Igreja/escola é uma coisa e a Igreja/congregação é algo muito diferente. Enquanto isto não ficar claro e não se tornar um pa- trimônio comum da Igreja, não há como esperar um real companhei- rismo Igreja/escola na Missão. De outro lado, é preciso fortalecer o óbvio de que escola e educação não são a mesma coisa; a educação é par- te inerente na Missão divina e eclesial; a escola é um instrumental, que a Igre- ja usa, podendo dispensar ou substi- tuir. É necessário, contudo, que se re- corde ser a escola um dos mais ricos instrumentos de ação do Metodismo histórico, marcando, de modo indelé- vel, sua presença nesses quase 270 anos de Missão, pelo mundo afora. De qualquer modo, é preciso reafirmar que o fundamental e essencial é a edu- cação e não a escola, assim como é essencial a educação cristã e não a escola dominical. Vinho novo em odres velhos não funciona O fato é que a estrutura organiza- cional da Igreja Metodista coloca es- cola, no aspecto de legislação, sob a tutela e direção maior da Igreja e de seus concílios, por meio do conselho diretor, da direção geral e da pasto- ral escolar/universitária. Isso se cons- titui muito mais num ato de força do que numa criativa estratégia para o sucesso da Missão. A convivência da mútua influên- cia Igreja/congregação–Igreja/ esco- la, no contexto de uma realidade dicotômica, tem gerado conflitos e sofrimentos constantes na vida da Igreja. Isso se agrava quando cresce a problemática financeira das esco- las e da Igreja. De 1999 a 2001, na 2a. Região, com muitas escolas regionais até 2001, a COREAM usou mais da metade de seu tempo e trabalho ex- clusivamente em assuntos ligados às suas escolas. Em outras palavras, esteve mais tempo envolvida com os problemas das escolas do que com os chamamentos e desafios da Igre- ja/congregação. Reconheço que a Igreja apresenta mais justificativas razoáveis para isso, todavia, as ra- zões básicas são de ordem estrutu- ral, bem como de qualificação profis- sional e competência administrativa. O que estamos dizendo é que a escola metodista, mesmo sendo par- ticular/confessional, é duplamente dependente, pois está subordinada ao Estado e à Igreja. Isso se constitui num gigantesco dilema: como pode a escola metodista expressar, na filo- sofia e prática educacional, os com- promissos fundamentais com a Igre- ja, já que com o Estado não há como escapar, nem escamotear! E a Igreja, por sua vez, não tem descoberto até agora alternativas criativas para su- perar o impasse. A Igreja/escola é uma coisa e a Igreja/ congregação é algo muito diferente O fundamental e essencial é a educação e não a escola 21 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 É preciso acrescentar, ainda, o terrível drama ético que essa situa- ção escorregadia e movediça cria para a Igreja e para a escola; o espa- ço que resta é o do “possível”, que pode resvalar para a ética da “mani- pulação” ou “faz-de-conta”. Para se avaliar com alguma segu- rança a presença e a ação do PVM e das DEIM nas escolas metodistas nos últimos vinte anos é preciso levar em conta, seriamente, a dramaticidade do relacionamento inadequado e complexo entre a Igreja/congregação e a Igreja/escola. Características e ênfases do PVM e das DEIM 1. Precursores do PVM e das DEIM A partir da década de 1960 se de- senvolve um processo de reflexão e mudança profunda na vida da Igreja Metodista. Curiosamente, isso acon- tece no contexto do golpe e da dita- dura militar, que vai perdurar até a década de 1980; mas isso acontece, também, no contexto do Concílio Vaticano II, do desenvolvimento da Teologia da Libertação e de crises na própria vida da Igreja Metodista, como a ocorrida na Faculdade de Teologia, em 1968, e no Concílio Ge- ral de 1970/1971. Esse processo de reflexão e mu- dança se expressa de modo concre- to nos estudos e na elaboração de documentos marcantes para o Metodismo brasileiro. A Igreja Meto- dista assume uma nova visão de mun- do, comprometida com a Missão e o Reino de Deus, na busca da constru- ção de uma nova Igreja e um novo mundo. É bom lembrar que um do- cumento sempre revela a realidade do passado/presente, bem como a perspectiva e o rumo do presente/ futuro; é bom lembrar, ainda, que um documento é, igualmente, resultado e condutor de força, poder e ideolo- gias, e formador de mentalidade. Até 1960, em linhas gerais, os Pla- nos e Programas da Igreja Metodista no Brasil estavam umbilicamente li- gados ao Metodismo norte-america- no. A década de 1960 manifesta um processo de insatisfação com a situ- ação da Igreja e sua Missão; cresce a preocupação com um Igreja mais bra- sileira, mais envolvida com o nosso povo e com a cultura do País. Em 1960 e 1965 o Concílio Geral aprova Planos Qüinqüenais, voltados forte- mente para a realidade brasileira e seus desafios sociais e políticos. Es- ses Planos eram preparados pelos se- cretários-executivosdas três Juntas Gerais, que até 1963 sempre foram missionários norte-americanos. Nes- te ano, o reverendo Almir dos Santos substitui Robert S. Davis na secreta- ria executiva da Junta Geral de Ação Social e, em 1964, o reverendo Omar Daibert assume a secretaria executi- va da Junta Geral de Missões e Evangelização. Pela primeira vez na história do Metodismo brasileiro, te- mos dois brasileiros na secretaria executiva de Juntas Gerais. É nesse contexto da caminhada para um Metodismo mais brasileiro, que surge, em 1974, o Primeiro Plano Quadrienal, elaborado totalmente por representantes leigos e clérigos brasileiros. O tema do Plano é “Mi- nistério e Missão”, e suas ênfases principais são: • Que tudo na Igreja passe a existir em função da Missão. • O propósito de Deus é libertar o ser humano de todas as coisas que o escravizam. A partir da década de 1960 se desenvolve um processo de reflexão e mudança profunda na vida da Igreja Metodista Um documento é, igualmente, resultado e condutor de força, poder e ideologias, e formador de mentalidade Surge, em 1974, o Primeiro Plano Quadrienal, elaborado totalmente por representantes leigos e clérigos brasileiros 22 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 • É missão da Igreja participar nesta ação de Deus. • O Reino de Deus significa o sur- gimento definitivo do mundo novo, da nova vida e do perfeito amor. • Ministério é a Igreja total, todos os seus membros. • Fé cristã é qualidade de vida. Em 1978 é aprovado o Segundo Plano Quadrienal, que acrescenta: • Base bíblica. • Herança histórica do Metodismo. • Credo social. • Marcas de um metodista. • Tema: unidos pelo espírito, meto- distas evangelizam. Em 1980, a Igreja Metodista afirma um Contrato de Cooperação Missio- nária Recíproca com a Igreja Metodis- ta Unida. É a primeira vez que aconte- ce um esforço decisivo e vitorioso na busca de equilíbrio eqüitativo no re- lacionamento de poder entre essas duas Igrejas. É ai que aparece pela pri- meira vez, de modo concreto, o mú- tuo comprometimento preferencial com os pobres e oprimidos. 2. Características e ênfase das “Diretrizes para a Educação na Igreja Metodista” A caminhada para uma séria ava- liação e busca de novas diretrizes para a educação nas escolas meto- distas antecede o processo de ela- boração do PVM. Já em 1979 se ini- cia o processo de avaliação e reformulação das, então, diretrizes da educação para as escolas meto- distas; em 1980 acontece um gran- de seminário, reunindo representan- tes das escolas (administração, direção geral, corpo docente e dis- cente), Igreja Regional, bispos e ou- tros líderes da área geral. É aprova- do um documento: “Fundamentos, Diretrizes, Políticas e Objetivos para o Sistema Educacional Metodista”, voltado para as instituições de ensi- no secular e teológico. Em 1981, ou- tro seminário elabora diretrizes para a educação cristã, por meio do do- cumento: “A educação Cristã: um posicionamento metodista”. Ainda em 1981 é realizada pesquisa ampla na vida da Igreja e, em seguida, uma consulta, visando a definir a Vida e a Missão da Igreja. Em janeiro de 1982, se realiza outro seminário, para a ela- boração final das diretrizes para um plano nacional de educação, levando em conta todos os documentos pro- duzidos desde 1979. A complexidade da matéria requer a eleição de uma comissão, encarregada de dar a re- dação definitiva do documento. As- sim, surgiu “Diretrizes para a Educa- ção na Igreja Metodista”, aprovado no Concílio Geral de julho de 1982. Eis algumas características e ênfases desse documento: • A ação educativa metodista (des- de o começo) trouxe muitas con- tribuições positivas. • Por intermédio das instituições, a Igreja buscou a democratização e a liberalização da educação brasi- leira. Suas propostas educacionais eram inovadas e humanizadoras. • (Com o passar do tempo) elas per- deram suas características inovado- ras e passaram a ser reprodutoras da educação oficial. • O Reino de Deus se realiza parcial- mente na história... criando em nós consciência crítica. • Em Cristo, Deus alcança especial- mente os pobres, os oprimidos e os marginalizados. O Reino de Deus significa o surgimento definitivo do mundo novo, da nova vida e do perfeito amor A ação educativa metodista trouxe muitas contribuições positivas Suas propostas educacionais eram inovadas e humanizadoras 23 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 • O interesse social é mais importan- te que o individual. • Comprometimento com a transfor- mação da sociedade. • Motivar educadores e educandos a se tornarem agentes positivos de libertação. • Identificar-se mais com a cultura brasileira... e respeitar e valorizar a cultura dos participantes do pro- cesso educativo. • Atuar, também, por meio de progra- mas de educação popular. • Toda a prática das instituições se caracterizará por um contínuo aperfeiçoamento no sentido de democratizar, cada vez mais, as decisões. • Terá prioridade a existência de pastorais escolares, que atuem como consciência crítica das ins- tituições. • (Desenvolver) a prática da justiça e solidariedade. 3. Características e ênfases do “Plano para a Vida e a Missão da Igreja” Como muito bem afirmam os Cânones da Igreja Metodista6 que o “Plano para a Vida e a Missão da Igre- ja” (PVM) é continuação dos Planos Quadrienais de 1974 e 1978. Em 1981 é feita uma pesquisa em todas as áre- as da Igreja, seguindo-se uma Consul- ta Nacional, sobre Vida e Missão da Igreja, culminando com a elaboração do documento PVM, aprovado no Concílio Geral de 1982. O PVM é, seguramente, o docu- mento mais abrangente e profundo já produzido pela Igreja Metodista aqui no Brasil. Ele engloba as rique- zas do Metodismo histórico, com a realidade e necessidade do Brasil e do mundo de hoje; ele incorpora as- pectos históricos, bíblicos, teológi- cos, éticos, sociológicos, numa di- mensão contemporânea, local e universal da Missio Dei. É, indiscutivelmente, um docu- mento desafiador e revolucionário. A conseqüente implantação e imple- mentação do PVM se constituiria na sinalização mais expressiva e com- pleta do Reino de Deus entre nós. Essa é a grandeza desse documento e, ao mesmo tempo, a sua maior fra- queza. Eis algumas características e ênfases do PVM: • Continuar o processo que permiti- rá que tudo na igreja se oriente para a Missão. • A principal tarefa da Igreja é repar- tir fora dos limites do templo o que ela de graça recebe do seu Se- nhor;... ela é chamada a sair de si mesma e se envolver no trabalho de Deus. • Somente sob a orientação do Espí- rito Santo pode a Igreja transfor- mar-se em meio de graça relevante às necessidades do mundo. • A santificação do cristão e da Igre- ja se concretiza em atos de pieda- de e obras de misericórdia. • Demonstrar permanente compro- misso com o bem-estar da pessoa total. • De modo especial, se preocupa com a situação de penúria e misé- ria dos pobres... e se compromete com as lutas que visam a eliminar a pobreza, a exploração e toda for- ma de discriminação. • Denunciar as causas sociais, polí- ticas, econômicas e morais que de- terminam a miséria. O PVM é, seguramente, o documentos mais abrangente e profundo já produzido pela Igreja Metodista no Brasil 6 Cânones da Igreja MetodistaCânones da Igreja MetodistaCânones da Igreja MetodistaCânones da Igreja MetodistaCânones da Igreja Metodista, 2002, p. 61. A conseqüente implantaçãoe implementação do PVM se constituiria na sinalização mais expressiva e completa do Reino de Deus entre nós 24 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 • Anunciar a libertação que o Evan- gelho de Jesus Cristo oferece às vi- timas da opressão. • Reconhecer que todo o povo de Deus é chamado a desempenhar na Igreja e no mundo ministérios. • A Missão de Deus no mundo é es- tabelecer o seu Reino e participar nesta Missão é a tarefa da Igreja. • Nessa tarefa, as pessoas e comuni- dades sofrem com o domínio das forças satânicas e do pecado. • Há necessidade de estar em comu- nhão com Deus. • De conhecer a Igreja, de conhecer o bairro, a cidade, o campo, o país, o continente, o mundo, de conhe- cer os acontecimentos, a maneira como as pessoas vivem, se organi- zam e são governadas. • É preciso cultuar Deus, aprender em comunidade, trabalhar, usar fer- ramentas e métodos adequados, estar a favor de relações justas en- tre empregados e empregadores. • Ver que todos os membros da Igre- ja participem nos diferentes níveis de decisão. • A Missão acontece na promoção da vida e do trabalho, na recon- ciliação com Deus e o próximo, no direito a terra, alimentação, habitação, na valorização da fa- mília, dos marginalizados, da saúde, da educação, do lazer, da participação, da preservação da natureza, na humanização do tra- balho e na melhor distribuição da riqueza. 4. Estratégias de Dons e Ministérios A aprovação Igreja Ministerial, no Concílio Geral de 1987, está comple- tando quinze anos. Apenas breves comentários: A Igreja Ministerial é uma “forma de ser” da Igreja; é uma estratégia vá- lida, bíblica e histórica para a imple- mentação, execução de um projeto de trabalho da Igreja. É a dimensão profética do sacerdócio universal dos crentes. E uma vitória do laicismo sobre o clericalismo, bem como so- bre a centralização do poder e dife- rentes formas de autocracia. É o re- conhecimento mais pleno da presença real e da ação do Espírito Santo na Igreja e no mundo. É, pois, o resgate da Igreja, democrática, participativa e solidária. Caminhada do PVM e das DEIM de 1982 a 2002 A Igreja Metodista tem se carac- terizado pela notável capacidade de produzir documentos altamente sig- nificativos para a vida da Igreja e do Brasil. A grande dificuldade da Igre- ja tem sido, historicamente, sua in- capacidade de uma adequada im- plantação e implementação desses documentos. Um dos documentos de maior re- percussão na vida da Igreja foi, cer- tamente, o Primeiro Plano Quadrie- nal, em 1974. Ele representava uma nova visão de mundo e da Missão da Igreja. Lamentavelmente, não houve um processo definido para a sua im- plantação. Claro, alguma coisa foi fei- ta por meio do Expositor Cristão e re- vistas da Escola Dominical, bem como por meio da liderança de al- guns clérigos e leigos. A Igreja reco- nheceu que algo novo e diferente es- tava presente na sua vida. Quando chegou o Concílio Geral seguinte, em 1978, o Plano Quadrienal foi levemen- te retocado, sem alterar sua essên- cia, pois a Igreja, na verdade, não o O resgate da Igreja, democrática, participativa e solidária Um dos documentos de maior repercussão na vida da Igreja foi, certamente, o Primeiro Plano Quadrienal, em 1974 25 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 havia assumido. Quando da elabora- ção deste Segundo Plano, foi lhe acrescentada uma última página, item VIII: “Providências para a Pro- moção, Implantação, Implementa- ção e Supervisão do Plano Qua- drienal”7 . Foram indicados oito itens de orientação prática para a implan- tação do Plano; o primeiro era a rea- lização de um Instituto Ministerial Geral, com toda a liderança clerical e leiga. Logo depois da abertura do Ministerial, a maioria presente en- tendeu que era mais importante e urgente tratar de outros assuntos, e assim foi feito. E o Segundo Plano Quadrienal, à semelhança do Primei- ro, ficou mais no papel do que na es- trutura e no organismo vital da Igre- ja. É evidente que a Igreja foi afetada e manifestou mudanças significati- vas depois de 1974; todavia, os Pla- nos Quadrienais são até hoje desco- nhecidos do povo metodista. E o que dizer do “Plano para a Vida e a Missão da Igreja”? Entendo que a nossa Igreja continua incorrendo no mesmo erro de produzir documentos sem programar estratégia adequada para a sua efetiva implantação. É in- discutível, porém, o fato de que a Igre- ja tem sido bastante influenciada pelo PVM. Há pessoas, instituições, igrejas locais que têm estudado e buscado viver as diretrizes desse documento. Há palavras e expressões como mis- são, resgate da cultura brasileira, atos de piedade e obras de misericórdia, valorização da vida, compromisso com o pobre e o bem estar da pessoa total, Reino de Deus, conhecer a reali- dade, justiça social... que se tornaram bem mais presentes na dinâmica da Igreja em geral e de algumas igrejas locais, algumas instituições, alguns pastores e pastoras, leigos e leigas. Entendo, mesmo, que até o momento essa é a maior conquista do PVM nes- ses vinte anos. E o que dizer das “Diretrizes para a Educação na Igreja Metodista”? A situação é ainda mais complicada. Desde o começo, houve muito mais restrição e resistência às DEIM do que ao PVM. Primeiro porque, dife- rentemente do PVM que, no seu todo, é uma afirmação positiva do que a Igreja Metodista vinha sendo, era e precisava continuar a ser, as DEIM fazem uma avaliação, em parte posi- tiva, mas muito mais negativa, do que vinham sendo a filosofia educacional e a postura das escolas e de seus administradores, até 1980. É bom lembrar que o Concílio Geral de 1982 aprovou um documento bem mais ameno do que o produzido no semi- nário de julho de 1980, no Rio de Ja- neiro. Ainda assim, expressões en- contradas nas DEIM constituem uma avaliação negativa bastante forte da educação que nossas escolas esta- vam produzindo. Eis algumas dessas expressões: • ... À medida que a sociedade brasi- leira foi se desenvolvendo, elas (nossas escolas) perderam suas ca- racterísticas inovadoras e passa- ram a ser reprodutoras da educa- ção oficial. • Esvaziara-se perdendo sua percep- ção de que o Evangelho tem, tam- bém, dimensões políticas e sociais, esquecendo, assim, sua herança metodista. • ... A ação educativa metodista... não se identificou plenamente com a cultura brasileira É evidente que a Igreja foi afetada e manifestou mudanças significativas depois de 1974 7 Plano Quadrienal 1979-1982Plano Quadrienal 1979-1982Plano Quadrienal 1979-1982Plano Quadrienal 1979-1982Plano Quadrienal 1979-1982, 1979, p. 48. Desde o começo, houve muito mais restrição e resistência às DEIM do que ao PVM 26 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 • (Também apresentou) pouca pre- ocupação em descobrir soluções em profundidade para os proble- mas dos pobres e desvalidos. • Até o momento, nossa ação educativa tem sido influenciada... pela filosofia liberal... preocupa- ção individualista com ascensão social, acentuação do espírito de competição, aceitação do utilita- rismo como norma de vida, colo- cação do lucro como base das re- lações econômicas. Essa avaliação negativa da ação educativa metodista colocou, desde logo, parcela ponderável de escolas e pessoas em atitude de desagrado, defesa e mesmo contrária às novasdiretrizes. Há também de se considerar que a proposta das DEIM implica numa verdadeira revolução na es- trutura, filosofia, postura e dinâmi- ca das escolas metodistas. O ele- vado grau idealista dessa proposta assume características utópicas que, desde o início, frustraram e fizeram encolher a nova caminha- da das escolas metodistas no Bra- sil. Eis alguns desses itens (a ação educativa da Igreja Metodista. . . terá por objetivos):º • Um processo educativo que pro- mova a transformação da pessoa em nova criatura e do mundo em mundo novo. • Motivar educadores e educadoras a se tornarem agentes positivos da libertação. • Denunciar todo e qualquer tipo de discriminação ou dominação. • Apoiar movimentos que visem à li- bertação dos oprimidos. • Despertar consciência crítica... capaz de desmascarar todos os sistemas de pensamento que se julguem donos exclusivos da verdade. • Toda prática das instituições se caracterizará por um contínuo aperfeiçoamento no sentido de democratizar, cada vez mais, as decisões . • Dar prioridade à existência de pastorais escolares, que atuem como consciência crít ica das instituições. Isso tudo é extraordinariamen- te estimulante e impressivo! O pro- blema é: como tornar isso real nas escolas que temos, inseridas na re- alidade do mundo hoje e no siste- ma educacional do País, que propõe filosofia bastante oposta? Acrescen- te-se a inépcia da Igreja no proces- so de implantação e implementação das DEIM. As DEIM se constituem em dire- trizes para toda a ação educativa na Igreja Metodista. “Escola dominical, comissões, púlpitos, grupos socie- tários, instituições de ensino secu- lar, teológico, de ação comunitária etc.”8 . Isso tudo implicava que o Colégio dos Bispos, a Administração Geral, Regiões, igrejas locais assu- missem o compromisso de estudar as DEIM e buscar formas para a sua implantação e implementação no seu setor. Nada disso aconteceu, pois desde o começo as DEIM foram entendidas como aplicáveis tão so- mente nas escolas. Como as escolas eram, então, as que deveriam sofrer profundas alte- rações com a implantação das DEIM, 8 Cânones da Igreja MetodistaCânones da Igreja MetodistaCânones da Igreja MetodistaCânones da Igreja MetodistaCânones da Igreja Metodista, 2001, p. 103. As DEIM se constituem em diretrizes para toda a ação educativa na Igreja Metodista 27 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 se fazia necessário que a Igreja, como a efetiva instituidora das escolas, as- sumisse a liderança desse processo, mas, também, isso não aconteceu. As DEIM foram enviadas às esco- las para que elas auto-aplicassem o soro (veneno?), transformador das suas estruturas, da sua filosofia e da sua dinâmica de ação. Entendo que aconteceu muito mais a aplicação do antídoto do que a do soro. Aqui, pois, a primeira constatação importante nos vinte anos de cami- nhada do PVM e das DEIM. Nós, na igreja Metodista, somos especialistas no discurso, na análise persistente, continuada, repetida, das idéias, das teorias, das diretrizes, dos desafios, com o desejo de que venham a ser praticados. Certamen- te, isso é absolutamente necessário, de valor indiscutível, desde que não se torne uma estratégia, consciente ou não, para postergar ou mesmo eli- minar a possibilidade de efetiva apli- cação do documento. Entendo que o COGEIME e a maioria das escolas me- todistas realizaram muitas reuniões, encontros e seminários para reflexão sobre o PVM e, principalmente, as DEIM. Muita coisa sempre é aprovei- tada. Desconheço, todavia, conseqü- ências concretas, práticas e efetivas. Desconheço a aprovação de um pro- cesso e organograma de implantação e implementação dos grandes desa- fios das DEIM. Isso não é prerrogativa das insti- tuições de ensino; isso faz parte de um modo de ser da Igreja Metodista, que usa parcela elevada de recursos financeiros e tempo da Missão em reuniões, normalmente reflexivas, às vezes avaliativas, raramente de estra- tégias de ação. Será altamente elucidativo realizar uma pesquisa para se colher informações concre- tas sobre a infinidade de reuniões que a igreja Metodista realizou nesses vin- te anos, nas esferas nacional, regio- nal e, bastante menos, local. É possí- vel que se reconheça ter sido isso, ainda, o melhor alcançado em termos de assimilação e mudança de menta- lidade em relação ao PVM e às DEIM. Entendo, mesmo, que nossas escolas caminharam e cresceram algo nesse processo de assimilação dos concei- tos básicos do PVM e das DEIM. Como já afirmei antes, há uma série de palavras, de expressões que vão se tornando cada vez mais familiares aos professores, às professoras, aos alunos, às alunas, aos funcionários, às funcionarias e, até mesmo, aos pais, às mães, aos amigos e às ami- gas, às entidades fora da Igreja; o importante, todavia, é o circular de- las no interior e no vivenciar da es- cola. Penso em termos como: mis- são, justiça, amor, participação, promoção de vida, vida abundante, libertação dos pobres, consciência crítica, solidariedade, processo mais democrático, pedagogia libertadora, educação popular, qualidade de vida, atos de piedade e obras de mi- sericórdia, compromisso com Cris- to. A incorporação dessas palavras e expressões pode alterar o compor- tamento de uma pessoa, de uma co- munidade; pode, também, permane- cer na superfície como um chavão representativo. Reafirmo, todavia, que a aplica- ção efetiva dessas diretrizes na mu- dança de estruturas organizacionais e operacionais das escolas metodis- tas não corresponde ao minimamen- te esperado. Acredito que o discur- so, as reuniões tenham contribuído para revelar mais cruamente nossa Nossas escolas caminharam e cresceram algo nesse processo de assimilação dos conceitos básicos do PVM e das DEIM A aplicação efetiva dessas diretrizes na mudança de estruturas organizacionais e operacionais nas escolas metodistas não corresponde ao minimamente esperado 28 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 impossibilidade de ação, desenvol- vendo um drama de consciência para muitos educadores e educadoras, nas áreas acadêmica e administrati- va de nossas escolas. Aqui, pois a segunda constatação importante nos vinte anos de cami- nhada do PVM e das DEIM. A Revista do COGEIME traz um estudo do bispo Paulo Ayres Mattos: “Confessionalidade, educação e esco- la: um enfoque histórico”9 . É uma análise absolutamente válida para os dias de hoje. Ali é destacado o fato histórico de que a Igreja seguidamen- te desrespeita e agride o mundo da escola; muitas vezes, a escola não respeita a Igreja. Essa situação, po- tencialmente crítica, entre outras ra- zões, tem enfraquecido as possibili- dades de transformações mais significativas na vida da escola. E é por isso “que continuamos trabalhan- do dentro dos esquemas tradicionais, que há cerca de quase dez anos as Diretrizes para a Educação na Igreja Metodista já denunciavam. Não te- mos sido capazes, em grande parte, de romper com os problemas e víci- os, denunciados pelas Diretrizes. É preciso que a Igreja crie condições políticas, pedagógicas e administra- tivas, para que suas escolas, compro- metidas com a construção de uma sociedade efetivamente democrática e justa possam cumprir... com as Di- retrizes para a Educação...”10 . Em outras palavras, a Igreja tem de as- sumir o fato de que a escola meto- dista é uma instituição com identida- de própria, diferente dela mesma, embora a ela substancialmente liga- da. E, por isso mesmo,a Igreja preci- sa criar as condições para que a es- cola se reestruture na sua organiza- ção, administração e academia. Só então teria melhores condições para assumir e implementar o PVM e as DEIM. Esse é um ponto crucial no re- lacionamento Igreja–escola, para en- tender a plasticidade num processo de reorganização estrutural e funci- onal da escola metodista. Como o relacionamento dialético, embora burilado na superfície, não aconteceu nos seus pontos vitais, não tem havi- do o espaço suficiente na vida da Igre- ja e nem na da escola para a efetiva transformação e adequação da esco- la metodista ao novo compromisso teológico, político e ético, assumido pela Igreja no PVM e nas DEIM. Aqui, pois, a terceira constatação importante nos vinte anos da cami- nhada do PVM e das DEIM. Até agora repassamos situações pouco favoráveis a um expressivo processo de implantação e imple- mentação desses dois documentos da Igreja, muito mais relacionados com a natureza e modo de ser da pró- pria Igreja Metodista, na sua dimen- são plena, que também inclui, natu- ralmente, a escola. Analisemos, agora, situações mais especificamente representativas da escola como uma instituição com identidade própria. O bispo Paulo de Tarso de Oliveira Lockmann indica seis níveis, nas instituições educacio- nais metodistas, nos quais ocorre mais claramente a ação educacional: • Nível de ação do conselho diretor. • Nível de ação da direção geral. • Nível de ação dos metodistas na escola . Um drama de consciência para muitos educadores e educadoras 9 Revista do COGEIMERevista do COGEIMERevista do COGEIMERevista do COGEIMERevista do COGEIME, ano 1, nº 1, 1992, p. 53. 10 Idem, ibidem, ano 1, nº 1, 1992, p. 54, 57 e 59. A Igreja tem de assumir o fato de que a escola metodista é uma instituição com identidade própria O relacionamento dialético, embora burilado na superfície, não aconteceu nos seus pontos vitais 29 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 • Nível de ação das pastorais es- colares. • Nível de ação pastoral missionária informal. • Nível de ação do bispo.11 Pretendo trabalhar alguns des- ses níveis, na sua responsabilidade e no comprometimento com o PVM e a DEIM. Começo com o conselho diretor. Esse é um órgão com uma história que soma algumas boas realizações, junto com desacertos, crises e sofri- mentos na vida da Igreja. Paradoxal- mente, é um dos órgãos menos anali- sados, avaliados ou programados para o exercício de suas funções. Desconheço – embora acredite que existam – consultas, seminários, la- boratórios ou quaisquer outros pro- jetos que buscassem analisar em pro- fundidade a estrutura, composição, qualificação dos conselheiros, com- petência, estratégia de ação, atuali- zação dos conselheiros, assessorias do conselho diretor e de seus mem- bros. O bispo Paulo Lockmann afir- ma, no documento acima citado, que em 90% dos casos todos os conselhos diretores começam com total falta de condições para o exercício da função. A verdade é que começam e, na mai- oria das vezes, continuam desprepa- rados; e o pior de tudo é que, não raras vezes, não são as pessoas cer- tas para tão difícil missão. Outro ponto-chave é a concentra- ção de poder que o conselho diretor recebe e cultiva, levando-o a tomar decisões muitas vezes desastrosas para a vida da escola e da Igreja. A experiência tem demonstrado que quanto mais próximo geograficamen- te da escola, mais o conselho diretor fica sujeito e vulnerável aos apelos do poder. Certamente há pessoas bem qualificadas nos conselhos dire- tores e há conselhos diretores que exercem suas tarefas com sabedoria e proficiência. Essa é a conformação, de um modo geral, dos conselhos direto- res. Qual tem sido a postura dos con- selhos diretores frentes ao PVM e às DEIM? Claro que eles já ouviram fa- lar desses documentos e, até mes- mo, já fizeram alguns estudos. Os indicativos maiores apontam, toda- via, para um profundo descom- promisso dos conselhos diretores. Onde há um projeto originado num conselho diretor propondo o des- pertar da consciência crítica, ou para assegurar participação demo- crática nas áreas de decisão, ou para a implantação de um programa de educação popular? Pouco, muito pouco os conselhos diretores têm feito de concreto para um claro com- promisso de suas escolas com o PVM e as DEIM. Aqui, pois, a quarta constatação importante nos vinte anos da cami- nhada do PVM e das DEIM. De acordo com a proposta do pro- jeto elaborado por um grupo de tra- balho, constituído por educadores, educadoras e outros especialistas, nomeado pela COREAM da 2a. Região Eclesiástica, há de se considerar na estrutura atual da escola metodista “três elementos básicos: matriz de institucionalização, estrutura jurídi- co-canônica e referência administra- tiva. O ponto crucial está, exatamen- te, na referência administrativa, pois aqui se encontra a intersecção no O conselho diretor é um órgão com uma história que soma algumas boas realizações, junto com desacertos, crises e sofrimentos na vida da Igreja 11 Idem, ibidem, ano 1, nº 1, 1992, p. 66. Outro ponto-chave é a concentração de poder que o conselho diretor recebe e cultiva 30 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 relacionamento Igreja-escola, isto é, a direção geral. A direção geral, como órgão intermediário, reúne em si to- das as condições e espaço para o conflito de poder Igreja-escola”12 . Igreja como concílio/conselho dire- tor/escola confessional, e escola como governo/conselho de educa- ção/escola secular. Daí, direção geral vista potencialmente como conflito de poder, de interesse, de competên- cia e de atribuições, que gera como conseqüência desequilíbrio, ambigüi- dade, duplicidade. Temos aqui uma análise avalia- tiva, que mostra a estrutura e o am- biente movediço onde se localiza a direção geral. Ela é, ao mesmo tem- po, o equilíbrio e todo o potencial para o desequilíbrio da administra- ção da escola. É uma situação real- mente delicada. Acrescente-se a isso o fato de que a direção geral não é, apenas, o alvo para onde con- vergem as exigências e os proble- mas dos dois pólos Igreja–Governo; é, igual e perigosamente o receptá- culo das duas somas de poder. E manejar o poder é e sempre foi algo difícil e tentador. Essa é a configuração da direção geral, entendida como o diretor ou a diretora geral, mais o corpo de auxi- liares sob seu mando. Qual tem sido a postura da dire- ção geral em relação ao PVM e DEIM? Entendo que aqui, por todas essas pressões, se encontra, realmente, a maior resistência à implantação e im- plementação das diretrizes e dos de- safios dos dois documentos. Afinal de contas, o diretor ou a diretora geral responde administrativa e judicial- mente por tudo o que acontece na vida da escola. É mudar mais profun- damente qualquer dimensão estrutu- ral e/ou funcional da escola. É mexer com todos os setores de ação relaci- onados com a escola, dentro e fora dela. E isso é, no mínimo, inconveni- ente, quando não perigoso e explosi- vo. Não é meu propósito menospre- zar ou desconhecer o valor e o trabalho da direção geral, mas preci- so insistir que não se pode esperar muito dela. Nenhum setor na vida da escola metodista encerra maior poder e está mais presente na escola, quase que permanentemente, do que a direção geral. Por isso mesmo, ninguém te- ria melhores condições do que ela para liderar um processo de transfor- mações radicais na estrutura e operacionalidade da escola. Mas, paraisso, seria necessário encontrar pessoas comprometidas com a nova visão do mundo e da Igreja e com os desafios que o PVM e as DEIM reque- rem; depois, seria necessário pre- pará-las adequadamente para a obra; depois, a Igreja teria de esco- lher conselhos diretores igualmen- te comprometidos e preparados; e, finalmente, a Igreja teria de estar dis- ponível para assumir junto com a escola os embates, os sofrimentos e, talvez, as vitórias que inevitavel- mente aconteceriam. É bom sonhar de vez em quando! A própria Igreja sabe que é mais fácil e melhor deixar o barco navegar, na medida de suas possibilidades. E quando aparece algum candidato ou candidata muito comprometido com a nova Igreja, não tem tido o sufici- ente respaldo dos órgãos competen- tes para realizar a sua missão – ou é 12 “Memória 13”, 2000. Qual tem sido a postura da direção geral em relação ao PVM e às DEIM? Nenhum setor da vida da escola metodista encerra maior poder e está mais presente na escola do que a direção geral 31 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 demitido, ou se demite. O fato é que a direção geral, para se manter, tem de conhecer as tendências da políti- ca e do poder, e ter habilidade, sabe- doria e flexibilidade de ação. O PVM e as DEIM, por sua própria natureza, não preenchem os requisitos sufici- entes para um projeto possível. É por tudo isso que as direções gerais, fazendo o melhor possível, muito pouco fizeram para a implan- tação e implementação efetiva das diretrizes do PVM e das DEIM. Aqui, pois, a quinta constatação importante nos vinte anos da cami- nhada do PVM e das DEIM. Por um longo período, as escolas metodistas do Brasil não tinham, jun- to a elas, pessoas especificamente responsáveis pela presença e repre- sentação da Igreja. O diretor geral e o diretor do internato cumpriam essa função, e as escolas metodistas eram bem conhecidas como “metodista”, na cidade e região. Mais tarde surgi- ram os capelães e, a partir de 1982, oficialmente, as chamadas pastorais escolares/universitárias. Assim que no PVM lemos: “estabelecimento de pastorais escolares nas institui- ções”13 ; nas DEIM lemos: “terá prio- ridade a existência de pastorais es- colares, que atuem com consciência crítica das instituições, em todos os seus aspectos, exercendo suas fun- ções profética e sacerdotal, dentro e fora delas”14 . Desde 1982, então, a Igreja constituiu um segundo poder dentro da escola: conselho diretor/ direção geral e pastoral escolar/uni- versitária. Há, agora, dois centros de poder da Igreja dentro da escola – ou três, se houver desentendimento en- tre conselho diretor e direção geral. Em certa dimensão, a pastoral esco- lar/universitária, pela competência prevista nas DEIM, como “consciên- cia crítica das instituições, em todos os seus aspectos”, assume, ou pode assumir, uma posição de fiscal e de juiz, algo assustador, mesmo que isso não aconteça em sua plenitude. Mui- tas vezes, tem sido extremamente difícil ajustar o relacionamento con- selho diretor–direção geral, e bem mais complexo é agora, com a emer- gência desse novo poder dentro da escola. Duas perguntas me ocorrem: se a pastoral é a “consciência críti- ca”, dentro da escola, isso não elimi- na a responsabilidade do conselho di- retor e da direção geral de serem, também, o que pensamos que deve- riam ser, consciência crítica? E quem assume o papel da crítica da pasto- ral? Ela mesma. A responsabilidade dada à pasto- ral parece indicar ser ela mesma a maior responsável pela implantação e implementação do PVM e das DEIM na vida da escola. Uma das primei- ras responsabilidades da Pastoral, como consciência crítica, seria con- ferir o cumprimento das diretrizes da Igreja na vida da escola. Até onde te- mos conhecimento, desde o princí- pio tem sido difícil a harmonização do conselho diretor, da direção geral e da pastoral. A disputa de poder conduz a rupturas ou a um processo de acomodação, que tem sido o ca- minho mais seguido até agora. Para tanto, a função profética da pastoral esmaeceu, passando esta a se dedi- car com ótimas realizações no cam- po sacerdotal. Muitas vezes, tem sido extremamente difícil ajustar o relacionamento conselho diretor– direção geral 13 Cânones da Igreja MetodistaCânones da Igreja MetodistaCânones da Igreja MetodistaCânones da Igreja MetodistaCânones da Igreja Metodista, 2001, p. 85. 14 Idem, ibidem, 2001, p. 105. Uma das primeiras responsabilidades da pastoral, como consciência crítica, seria conferir o cumprimento das diretrizes da Igreja na vida da escola 32 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 Algumas vezes têm surgido lances proféticos de efetiva consciência crí- tica da pastoral, embora às vezes de forma equivocada, com mais ou me- nos significado para a vida da escola e da Igreja. O fato mais evidente, to- davia, é que a pastoral não tem assu- mido ostensivamente a bandeira do PVM e das DEIM, em termos de trans- formações e adequação da escola às diretrizes e aos desafios desses dois documentos. A pastoral tem, por ou- tro lado, procurado aplicar no seu trabalho regular dentro da escola, sempre que possível, as propostas do PVM e das DEIM. Aqui, pois, a sexta constatação importante nos vinte anos de cami- nhada do PVM e das DEIM. Há outros elementos que podem ter uma presença mais criativa den- tro da escola metodista, como pro- fessores e professoras, funcionários e funcionárias, estudantes e familia- res metodistas. E muita coisa boa tem acontecido pela presença e ação des- ses metodistas. Entendo, porém, que, na esfera do PVM e das DEIM, não tem havido espaço para uma ação mais profunda; entendo, mesmo, que há uma relativa ignorância generali- zada por parte da maioria dos parti- cipantes desse setor, no que se refe- re a esses documentos. Ora, a escola, pelos seus setores credenciados, pouco ou nada fez para a implanta- ção e implementação do PVM e das DEIM, e nas igrejas locais esses do- cumentos praticamente são desco- nhecidos. Seria muita presunção es- perar um comprometido isolado desse setor da escola. Estamos tratando da caminhada do PVM e das DEIM de 1982 até 2002 na vida das escolas metodistas. E como essa caminhada não é fantas- magórica, mas concreta, materializa- da, necessita de instrumentos para sua realização. Relacionei seis instru- mentos, sendo três de caráter mais externo, mais relacionados com a própria natureza da Igreja; e outros três, partes integrantes e substanci- ais da própria escola. Levando-se em conta, apenas, es- ses seis referenciais, na forma como aqui analisados e como se têm con- duzido nesses últimos vinte anos, é absolutamente razoável afirmar que a caminhada do PVM e das DEIM na vida da Igreja e da escola foi bastan- te superficial e motivo de muitos conflitos e sofrimentos. Vinte anos para a reflexão, o aprofundamento, a assimilação e a implantação de uma ou mais diretrizes novas, mes- mo que revolucionárias, é tempo suficiente, se há vontade política e convicção do elevado significado dessas diretrizes, ainda que as con- dições sejam desfavoráveis. Conclusão O trabalho apresentado no semi- nário “Vida e Missão – 20 anos de- pois” não pressupõe os recentes acontecimentos, que estão marcan- do, esperançosamente, a vida da Igre- ja Metodista e de suas escolas, e que alcançam aprovação no 17º Concílio Geral. Desse Concílio saíram deci- sões significativas, que pretendem mudar substancialmente a realidade estrutural e funcional do COGEIME, bem como das própriasinstituições educacionais. O COGEIME amplia e redefine, poderosamente, suas competências, tornando-se responsável pela coor- denação geral das escolas, acompa- nhando-as e supervisionando-as. Na A pastoral tem, procurado aplicar no seu trabalho regular dentro da escola, sempre que possível, as propostas do PVM e das DEIM O COGEIME amplia e redefine, poderosamente, suas competências 33 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 programação do COGEIME está pre- vista a preparação de um novo do- cumento sobre “Filosofia, Política e Diretrizes Educacionais, para as Ins- tituições Metodistas de Educação, bem como de um curso de capacita- ção, para membros de conselhos di- retores”15 , entre outras propostas. Além disso, desde 1999, a Igreja vem estimulando a integração das escolas, visualizando uma universi- dade metodista do Brasil. Temos, as- sim, a integração do Instituto Grambery no IEP/UNIMEP; do Insti- tuto Educacional da Igreja Metodis- ta, em Passo Fundo, no IMS/UMESP; da Faculdade de Odontologia do IALIM no IEP/Unimep; do Instituto Metodista de Ribeirão Preto no IALIM; do Instituto União no IPA/ IMEC. Some-se a isso a decisão do último Concílio Geral, de que toda instituição educacional que mante- nha curso superior deve pertencer à administração geral, da área nacio- nal; acrescente-se, também, a organi- zação de um Cadastro Nacional, com nomes de pessoas qualificadas, ori- ginárias de todas as Regiões, para comporem os conselhos diretores, sempre que necessário. Essas deci- sões e outras possíveis apontam para um futuro bem mais promissor. Devo dizer, no entanto, que são providên- cias muito recentes; sua permanên- cia e seus reais resultados deman- dam mais tempo, a fim de que se pos- sa fazer uma justa avaliação. Na verdade, essas e outras providênci- as, à luz dos documentos da Igreja e da realidade política e sócio-econô- mica que vivemos no Brasil, nos últi- mos vinte anos, deveriam ter come- çado, exatamente, vinte anos atrás. Isso não deve, em nada, diminuir ou desmerecer o valor e a expectativa que essas providências encerram. Por outro lado, é preciso estar aten- to ao fato de que os encaminhamen- tos feitos até agora são modificações mais de ordem estrutural, evidente- mente primeiras e indispensáveis, que assegurarão uma melhor política e so- brevivência, desenvolvimento e gestão das escolas metodistas mas que, toda- via, não oferecem, por si só, garantias de que as diretrizes e os desafios revo- lucionários do PVM e das DEIM ou das novas DEIM serão efetivamente implementados. O que se espera é que a Igreja Metodista, que está re- velando uma extraordinária sabedo- ria e coragem em mexer nas estru- turas já superadas de suas escolas, tenha ainda mais coragem, sabedo- ria e, acima de tudo, criatividade para implantar e implementar efeti- vamente o PVM e as DEIM. 15 COGEIME InformaCOGEIME InformaCOGEIME InformaCOGEIME InformaCOGEIME Informa, 2002, p. 2. A Igreja vem estimulando a integração das escolas, visualizando uma universidade metodista do Brasil 34 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ R e v i s t a d e E d u c a ç ã o d o C o g e i m e ○ ○ ○ ○ ○ ○ A n o 12 - n 0 23 - dezembro / 2003 Referências bibliográficas IGREJA METODISTA. Atas e Documentos do 9Atas e Documentos do 9Atas e Documentos do 9Atas e Documentos do 9Atas e Documentos do 9ooooo. Concílio Geral da Igreja Metodista. Concílio Geral da Igreja Metodista. Concílio Geral da Igreja Metodista. Concílio Geral da Igreja Metodista. 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