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Nota de aula AGRAVO DE INSTRUMENTO

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CURSO DE DIREITO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO III
Professora: Eliza Dias
 AGRAVO DE INSTRUMENTO
01. Previsão e cabimento:
Previsão normativa no CPC/2015: Art. 994,II e 1.015 e ss.
Art. 1.015.  Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único.  Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
“O Agravo de instrumento é o recurso adequado para impugnar algumas decisões interlocutórias, expressamente indicadas em lei como sendo recorríveis em separado [...]. Assim, só é impugnável por agravo de instrumento a decisão interlocutória que, proferida por juízo de primeira instância, venha a se enquadrar em algumas das hipóteses previstas nos incisos do artigo 1.015 ou que seja declarada agravável por alguma disposição legal”. CÂMARA, Alexandre Freitas. O novo processo civil brasileiro. São Paulo: Atlas, 2015. p.520
E as decisões interlocutórias não previstas no rol do Art. 1.015? A preclusão somente ocorrerá no momento da interposição da apelação e elas devem ser arguidas como preliminar de apelação ou de contrarrazões de apelação (Art. 1.009, §1º).
OBS1: é importante que o agravante demonstre o cabimento do recurso, apontando claramente que ele se encaixa em uma das hipóteses do art. 1.015.
OBS2: Quando o inciso II traz a hipótese de decisão interlocutória que resolva o mérito do processo, ele está se referindo ao artigo 356 do CPC que possibilita a decisão parcial do mérito.
OBS3: “As hipóteses de agravo de instrumento estão previstas em rol taxativo. A taxatividade não é, porém, incompatível com a interpretação extensiva. Embora taxativas as hipóteses de decisões agraváveis, é possível interpretação extensiva de cada um dos seus tipos”. (DIDIER, JR., Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro da. Curso de Direito Processual Civil. Vol. 3. 13ª ed., Salvador: Juspodivm, p. 209).
Nesse sentido, repara a seguinte decisão do STJ:
“Apesar de não previsto expressamente no rol do art. 1.015 do CPC/2015, cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória relacionada à definição de competência. Isso com base em uma interpretação analógica ou extensiva da norma contida no inciso III do art. 1.015 do CPC/2015, já que ambas possuem a mesma ratio -, qual seja, afastar o juízo incompetente para a causa, permitindo que o juízo natural e adequado julgue a demanda.” STJ. 4ª Turma. REsp 1679909/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 14/11/2017.
02. Agravo de instrumento para o STJ
Art. 1.027.  Serão julgados em recurso ordinário:
I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão;
II - pelo Superior Tribunal de Justiça:
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.
§ 1o Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses do art. 1.015.
03. Agravo de instrumento na Lei 12.016 de 2009
A lei que disciplina o Mandado de Segurança, no §1º do artigo 7º, determina que: “§ 1o  Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo de instrumento, observado o disposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.”
Lembrando que o §2º do mesmo artigo veda a concessão de liminar que tenha por objeto:
compensação de créditos tributários;
entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior;
reclassificação ou equiparação de servidores públicos;
concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.
OBS4: Nas hipóteses acima é possível MS versando sobre as matérias, o que não se permite é a concessão de liminar.
OBS5: O indeferimento de liminar, por se tratar dessas matérias, é irrecorrível devido à vedação legal. 
04. Objeto e finalidade do recurso: o agravo ataca decisão interlocutória proferida por magistrado de 1º grau, isto é, decisão proferida no curso do processo, que causa prejuízo a uma das partes, sem encerrar a demanda. 
O Art. 203 do CPC determina o que são decisões interlocutórias: “Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1o.”
OBS6: Note que o CPC usou o critério de subsidiariedade para definir o que seria decisão interlocutória, todo pronunciamento de primeiro grau que não se encaixar no conceito de sentença será decisão interlocutória.
05. Prazos: O prazo para interposição e para resposta corresponde ao prazo geral de 15 dias. 
06. Preparo: O agravo de instrumento exige preparo (Art.1017,§1º).
E na hipótese do 1.015, V, em que a parte recorre do indeferimento da justiça gratuita ou do acolhimento do pedido de sua revogação, faz-se necessário recolher custas?
Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação.
§ 1º O recorrente estará dispensado do recolhimento de custas até decisão do relator sobre a questão, preliminarmente ao julgamento do recurso.
§ 2º Confirmada a denegação ou a revogação da gratuidade, o relator ou o órgão colegiado determinará ao recorrente o recolhimento das custas processuais, no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de não conhecimento do recurso.
07. A quem a petição deve ser dirigida: a petição deve ser dirigida e distribuída junto ao tribunal que representa o grau de jurisdição superior ao da autoridade que proferiu a decisão. Como determina o caput do artigo 1.016 “O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por meio de petição [...]
08. Regra no âmbito dos Juizados Especiais: O recurso de agravo de instrumento não é admitido no âmbito dos JECs, uma vez que a lei 9.099/95 não contemplou a espécie recursal. Não é possível a aplicação subsidiária do CPC. Mas os juizados especiais federais admitem, é a previsão do art.5ºc/c 4º da Lei 10.259/2001.
09. Requisitos/Regularidade formal:
Art. 1.016.  O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por meio de petição com os seguintes requisitos:
I - os nomes das partes;
II - a exposição do fato e do direito;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido;
IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo.Art. 1.017.  A petição de agravo de instrumento será instruída:
I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;
II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal;
III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.
§ 1o  Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos, conforme tabela publicada pelos tribunais.
§ 2o  No prazo do recurso, o agravo será interposto por:
I - protocolo realizado diretamente no tribunal competente para julgá-lo;
II - protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias;
III - postagem, sob registro, com aviso de recebimento;
IV - transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei;
V - outra forma prevista em lei.
§ 3o Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa a admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932, parágrafo único.
§ 4o Se o recurso for interposto por sistema de transmissão de dados tipo fac-símile ou similar, as peças devem ser juntadas no momento de protocolo da petição original.
§ 5o Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças referidas nos incisos I e II do caput, facultando-se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis para a compreensão da controvérsia.
OBS7: O STJ entende que, ainda que o processo seja físico, é possível que o agravante junte as cópias das peças obrigatórias em mídia digital (DVD), REsp 1.608.298-SP, julgado em 1/9/2016 (Info 591).
OBS8: A disposição constante do art. 1.017, § 5º, do CPC/2015, que dispensa a juntada das peças obrigatórias à formação do agravo de instrumento em se tratando de processo eletrônico, exige, para sua aplicação, que os autos tramitem por meio digital tanto no primeiro quanto no segundo grau de jurisdição. STJ. 3ª Turma. REsp 1.643.956-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 9/5/2017 (Info 605).
10. Exigência do artigo 1.018 do CPC/2015:
Art. 1.018.  O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso.
§ 1o Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo de instrumento.
§ 2o Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no caput, no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do agravo de instrumento.
§ 3o O descumprimento da exigência de que trata o § 2o, desde que arguido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento.
A exigência do artigo 1.018 se justifica: “(i) para que o juízo de origem tenha ciência sobre o recurso e possa, eventualmente, reconsiderar a decisão e comunicar a retratação ao 2º grau e (ii) para que o recorrido, se não tiver fácil acesso à capital (sede do Tribunal), possa ter ciência do recurso, de modo que consiga apresentar contrarrazões”. (Manual de Prática Civil, 2016, Fernanda Tartuce e Luiz Dellore).
10. Efeitos: Em regra, o efeito é devolutivo. O relator pode atribuir efeito suspensivo ao recurso (1.019, I, CPC/2015): o efeito suspensivo servirá para retirar a eficácia da decisão atacada, deve haver o requerimento do agravante 
Poderá também conceder aquilo que foi negado pela instância inferior, que é a antecipação de tutela, total ou parcialmente, da pretensão recursal (Art. 1.019, I, CPC/2015).
Em suma, os requisitos formais da petição são:
I – Endereçamento ao Tribunal competente, indicação e qualificação das partes, indicação dos nomes dos advogados.
II- Justificativa do cabimento, afirmando ser uma das hipóteses dos incisos do art. 1.015.
III- Indicação dos endereços dos advogados das partes (1.016, IV).
IV- Juntada das peças obrigatórias e facultativas (1.017, I e III).
V- Juntada da guia de preparo e porte de remessa e retorno.
VI- Informação de que haverá a juntada de cópia do agravo junto ao juízo de origem (1.018).
VII- Eventual pedido suspensivo ou de antecipação de tutela (1.019, I).
Mérito: VIII- Exposição dos fatos e dos fundamentos jurídicos (1.016, II) e IX- Pedido de nova decisão ou invalidação da decisão recorrida (1.016, III). 
11. Aplicação da Teoria da causa madura em julgamento de Agravo de instrumento
O CPC/2015 preceitua acerca do julgamento pelo Tribunal em se tratando de apelação, mas o STJ entendeu pela possibilidade da aplicação da teoria no julgamento de agravo de instrumento, esse já era, inclusive, o entendimento de doutrinadores como Marcelo Abelha, Daniel Assumpção Neves, Cândido Dinamarco.
 “Admite-se a aplicação da teoria da causa madura (art. 515, § 3º, do CPC/1973 / art. 1.013, § 3º do CPC/2015) em julgamento de agravo de instrumento.”
STJ. Corte Especial. REsp 1.215.368-ES, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 1/6/2016 (Info 590).
12. Modelo de peça
EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ.
MARIA PEREIRA, (qualificação completa), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por seus advogados infra-assinados, com fundamento na lei (CPC, arts. 1.015 e seguintes), interpor o presente recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO LIMINAR DE EFEITO SUSPENSIVO
em face da r. decisão de fls. que, na ação de cobrança em trâmite perante a 4a Vara Cível do Foro de Paranaguá, sob n. 0006112-11.2015.8.42.0223, determinou o aditamento da inicial, de forma a modificar o polo passivo da demanda, substituindo-se o ESPÓLIO DE HENRIQUE COELHO, representado pelo inventariante JOÃO COELHO (qualificações), por todos os herdeiros, individualmente, pelas razões que acompanham a presente peça de interposição.
Justifica-se o cabimento do presente recurso por estarem presentes todos os seus requisitos, senão vejamos: o recurso é tempestivo (explicar a tempestividade com as datas), houve sucumbência da agravante; a decisão foi interlocutória e está prevista no rol do artigo 1015 do CPC , portanto cabível o agravo.
Informa ainda que, nos termos do art. 1017, §1º, do CPC/2015, recolheu os valores exigidos relativos às custas e ao porte de retorno, o que comprova pelas guias devidamente quitadas que ora são juntadas aos autos.
Nesta oportunidade são juntadas as peças obrigatórias (docs. anexos), a saber: cópia reprográfica da petição inicial, da r. decisão agravada, da certidão da intimação desta r. decisão e da procuração outorgada pela agravante (CPC, art. 1.017, I).
Não há que falar em procuração do agravado ou contestação visto não haver ocorrido a citação (CPC, art. 1.017, II). (Se a citação tiver ocorrido, colocar o nome e endereço do advogado do réu)
O endereço do patrono da agravante é o seguinte: (endereço).
Facultativamente, é juntada cópia do pedido realizado no arrolamento do de cujus
As cópias são declaradas autênticas pelo advogado que interpõe este recurso (CPC, art. 425, IV).
Indica, outrossim, que, em cumprimento ao artigo 1.018 do CPC/2015, dentro do prazo legal de três dias, juntará aos autos do processo de origem cópia do presente recurso, da prova de sua interposição e do rol de documentos que o instruem.
Termos em que 
Pede deferimento.
Cidade, data, assinatura,
 OAB
(Outra página)
RAZÕES RECURSAIS
Agravante:
Agravado:
Autos número:
Égregio Tribunal
Colenda Câmara
Nobres Julgadores
I –DOS FATOS/BREVE SÍNTESE DA DEMANDA
A autora, ora agravante, promoveu ação para cobrar empréstimo efetuado ao falecido Henrique Coelho um ano antes de sua morte.
Foi aberto o arrolamento(Proc. 0003578-11.2011.8.42.0223, 4a Vara Cível de Paranaguá) dos bens deixados pelo autor da herança; a agravante tentou habilitar seu crédito, mas foi rechaçada em sua pretensão porque o juízo entendeu que deveria antes promover ação de cobrança pela via ordinária.
Ajuizado o pedido condenatório, por não estar encerrada a sucessão – portanto tratando-se de universalidade, conforme a melhor jurisprudência –, foi colocado no polo passivo o espólio, representado pelo inventariante (CPC, art. 75, VII).
No entanto, a r. decisão recorrida (doc. anexo), conforme exposto, ordenou o aditamento da exordial, com a presença de todos os herdeiros do de cujus.
Entretanto, tal r. decisão não pode prosperar, consoante se demonstrará.
II –RAZÕES DO PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO
Com a devida vênia, em face do já exposto, não deve prosperar o entendimento do MM. Juiz a quo. Claro resta que, não encerrada a partilha, deve o polo passivo ser ocupado pelo espólio.
Assiste, então, com base na jurisprudência pacífica desse Eg. Tribunal, direito à agravante. Presente, destarte, a relevância da fundamentação mencionada no art. 1.019, I, do CPC, apta a ensejar o efeito suspensivo.
Quanto à lesão grave e de difícil reparação, em face da falta de emenda da inicial, provável é que, conforme entendimento do ilustre magistrado, ocorra a extinção do processo por falta de condição de ação. Tal sentença, com a demora para ser reformada, seguramente resultaria em perigo de dano (CPC, art. 1.019, I) para a agravante, dificultando em demasia a devida prestação jurisdicional.
E não é só. Se julgado extinto o processo, o arrolamento prosseguirá, ficando praticamente impossível à agravante a obtenção do numerário a que faz jus.
Portanto, nos termos da lei (CPC, art. 1.019), o relator poderá suspender o cumprimento da decisão até o pronunciamento definitivo da câmara. Neste sentido, pleiteia-se a suspensão do processo até a decisão a ser proferida neste recurso.
III- RAZÕES DO INCONFORMISMO
(Abordar a tese jurídica, confrontando-a com o entendimento do juiz prolator da decisão impugnada, valendo-se, sempre que possível, de apontamentos de doutrina e jurisprudência)
V –PEDIDO E REQUERIMENTO
Em face do exposto, pede-se e requer-se a V. Exa.:
a)seja concedida a liminar inaudita altera parte, de modo a sobrestar o processo até decisão final deste recurso;
b)ao final seja provido este agravo e reformada a r. decisão interlocutória recorrida, para reconhecer a legitimidade do espólio;
c)seja o agravado intimado, por correio, para, querendo, manifestar-se quanto aos termos do agravo (CPC, art. 1.019, II);
d)seja ouvido o Ministério Público (CPC, art. 1.019, III, c/c o art. 178), por haver herdeiros menores do de cujus.
Termos em que
Pede e espera deferimento.
Cidade, data, assinatura, OAB
Trecho adaptado de: Fernanda Tartuce, Luiz Dellore. Manual de Prática Civil, 12.ª edição. Forense. iBooks. 
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CASO PRÁTICO
A editora Dias lançou uma biografia da cantora Ana Clara, que fez grande sucesso nas décadas de 1980 e 1990, e, por conta do consumo exagerado de drogas, dentre outros excessos, acabou por se afastar da vida artística, vivendo reclusa em uma chácara no interior de Ceará, há quase vinte anos. Poucos dias após o início da venda dos livros, e alguns dias antes de um evento nacional organizado para sua divulgação, por meio de oficial de justiça, a editora foi citada para responder a uma ação de indenização por danos morais cumulada com obrigação de fazer, ajuizada por Ana Clara. No mesmo mandado, a editora foi intimada a cumprir decisão do Juízo da 1ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, que deferiu a antecipação de tutela para condenar a ré a não mais vender exemplares da biografia, bem a recolher todos aqueles que já tivessem sido remetidos a pontos de venda e ainda não tivessem sido comprados, no prazo de setenta e duas horas, sob pena de multa diária de cinquenta mil reais. A decisão acolheu os fundamentos da petição inicial, no sentido de que a obra revela fatos da imagem e da vida privada da cantora sem que tenha havido sua autorização prévia, o que gera lesão à sua personalidade e dano moral, nos termos dos artigos 20 e 21 do Código Civil, e que, sem a imediata interrupção da divulgação da biografia, essa lesão se ampliaria e se consumaria de forma definitiva, revelando o perigo de dano irreparável e o risco ao resultado útil do processo. A editora procura você como advogado(a), informando que foi intimada da decisão há três dias (mas o mandado somente foi juntado aos autos no dia de hoje) e que pretende dela recorrer, pois entende que não se justifica a censura à sua atividade, por tratar-se de informações verdadeiras sobre a vida de uma celebridade, e afirma que o recolhimento dos livros lhe causará significativos prejuízos, especialmente com o cancelamento do evento de divulgação programado para ser realizado em trinta dias. Na qualidade de advogado(a) da editora Dias, elabore o recurso cabível voltado a impugnar a decisão que deferiu a antecipação da tutela descrita no enunciado, afastados embargos de declaração. 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.

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